SE
CONTINUARMOS FAZENDO O QUE SEMPRE FIZEMOS, CONTINUAREMOS OBTENDO OS MESMOS
RESULTADOS QUE SEMPRE OBTIVEMOS.
Complementando o que eu disse sobre o Edge Chromium no
post da última quarta-feira, se o fato de o meu Edge não memorizar o histórico nem reiniciar como estava ao ser encerrado fosse um problema erga
omnes (como nossos empolados ministros supremos gostam de se referir a
atos ou leis cujos efeitos se estendem a todos), uma simples busca no Google retornaria uma porção de menções e
sugestões a propósito.
Considerando que todos os updates semestrais liberados
pela Microsoft desde o primeiro
aniversário do lançamento do Windows
10 como SaaS (sigla para software como serviço em inglês) infernizaram a vida de uma porção de
gente, mas nenhum deles afetou todos os
usuários ao mesmo tempo — ou teríamos ouvido falar na demissão coletiva dos
engenheiros e desenvolvedores de software da Microsoft —, não dá para saber de antemão se e como nosso PC será afetado por uma atualização (mais detalhes na sequência sobre updates problemáticos, iniciada nesta postagem e
concluída nesta outra).
Por razões cuja discussão foge ao escopo desta postagem, a maioria dos problemas têm relação direta com o software (incompatibilidades e conflitos envolvendo drivers desatualizados ou determinados aplicativos), mas em alguns casos — menos frequentes, é verdade — o vilão da história é o hardware ou algum programinha
de baixo nível a ele relacionado.
Em abril de 2018, a Microsoft suspendeu o Windows
10 Spring Creators Update devido a um bug que travava o
sistema e exibia uma BSOD (tela
azul da morte). O problema foi corrigido e a atualização, depois de rebatizada como April Update, foi reinserida na página de download da empresa. A versão
1809, liberada seis meses depois,
foi suspensa após uma enxurrada de reclamações e relançada
livre dos bugs somente em meados de dezembro (mais detalhes nesta postagem).
No Patch Tuesday
de fevereiro último, usuários reclamaram do sumiço
de arquivos salvos na área de trabalho, juntamente com seus perfis e
personalizações (papel de parede, ícones, cor das janelas, etc., tudo
foi revertido para a configuração padrão). No mesmo mês, depois que a Microsoft corrigiu uma vulnerabilidade
descoberta pela NSA, choveram
postagens nas redes sociais relatando que o Windows
Search (barra de pesquisas do sistema) havia parado de funcionar.
O update de
conteúdo lançado em maio — que promoveu o Win10 à versão atual — também foi suspenso depois que
participantes do Windows Insider apontaram problemas
relacionados com o Intel Optane Memory.
De acordo com postagens no fórum da Intel, no Twitter e
no Hub de Feedback do
Windows, quando a atualização era instalada o PC exibia uma mensagem de
erro relacionada ao Intel Optane
Memory Pinning.
Depois de instalarem o Patch Tuesday de agosto passado, usuários de máquinas da Lenovo se depararam com recorrentes telas azuis da morte. A atualização continha
um bug relacionado com uma diretriz de segurança que restringe o acesso a dispositivos
de hardware baseados no barramento
PCI (barramentos são conjuntos de trilhas elétricas que interligam todos os componentes do PC).
A
falha está ligada ao Lenovo Vantage,
um software proprietário que conversa diretamente com dispositivos PCI, e essa transição de informações
acabou esbarrando na nova ferramenta de segurança do Windows 10, que responde automaticamente gerando a tela azul. A Lenovo criou um paliativo baseado na
desativação, via CMOS
Setup, de um recurso ligado a biometria que entra em ação quando o
computador é inicializado.
A Microsoft
confirma que essa medida ajuda a evitar travamentos, mas adverte que desabilitar
recursos de segurança deixa o dispositivo exposto a ameaças (a mais pura
exaltação do óbvio, mas enfim...). Embora as duas empresas venham buscando uma solução
definitiva, ainda não existe data prevista para a liberação de uma
atualização de correção.
Voltando ao caso do meu Edge: depois de muito bater cabeça tentando resolver o problema eu resolvi jogar a toalha. Afinal, não me faltam navegadores. Além do Chrome
— que uso como navegador padrão —, conto com os excelentes Firefox, Vivaldi, Waterfox, Avast Secure Browser e Tor. Não há razão, portanto, para perder tempo tentando desempacar a mula.
Por
outro lado, se querer é poder (antes fosse, mas isso é outra conversa), aos
teimosos basta não poder para querer
— mesmo que seja para largar num canto qualquer. E como teimosos não teimam sozinhos,
enchi-me de brios e chamei às falas o navegador insubmisso.
Quase três décadas usando o Windows me ensinaram que a origem do problema torna-se menos relevante quando e se não é condição sine qua non para sua solução. Ademais, tudo é reversível no âmbito do software, mesmo que, em situações extremas, seja
preciso reinstalar o sistema e começar tudo de novo. Mas o comportamento do meu Edge não mudou depois que eu o
reinstalei — e possivelmente não mudaria se eu reinstalasse o Windows.
Assim, voltei à tela das configurações pela enésima vez
e conferi se, em “Ao inicializar”, a
opção “Continuar de onde você parou”
estava marcada, e se, em “Privacidade,
pesquisas e serviços” > “Limpar
dados de navegação ao fechar” > “Escolher
o que limpar”, todos os itens continuavam desmarcados. Estava tudo como eu
havia deixado. Abri meia dúzia de páginas em outras tantas guias, fechei o Edge e voltei a abri-lo depois de 30
segundos... e lá estava a Nova guia exibindo
minha homepage no layout Informativo.
Enfim, ainda que não me tenha servido de consolo, pelo menos essa
configuração ele mantinha.
Continua...