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sábado, 16 de novembro de 2024

VOCÊ SABIA?

A DISTINÇÃO ENTRE PASSADO, PRESENTE E FUTURO NÃO PASSA DE UMA ILUSÃO TEIMOSAMENTE PERSISTENTE.

A tetravó do celular nasceu na década de 1930, quando a Alemanha Alemanha começou a testar em trens a telefonia móvel que seu exército usaria na Segunda Guerra Mundial, mas a iniciativa de levar o telefone para o carro partiu de uma parceria entre a empresas norte-americanas Motorola e a Bell

Em 1948, esse sistema já atendia 4 mil usuários em 60 cidades, mas o hardware, caro e volumoso, e o preço, proibitivo, afugentava os interessados. Em abril de 1973, um engenheiro da Motorola ligou para um colega da AT&T usando um protótipo do DynaTAC (foto). O trambolho pesava cerca de 1kg, media 25cm x 7cm, tinha autonomia de 20 minutos e demorava 10 horas para recarregar a bateria... mas funcionava. E o resto é história recente.

O celular desembarcou no Brasil nos anos 1980 e se popularizou depois que FHC privatizou as TELES, e o que era bom ficou ainda melhor quando Steve Jobs revolucionou o mercado com o iPhone (2007). E menor, já que, com a transformação dos dumbphones em microcomputadores ultraportáteis, a miniaturização deixou de fazer sentido.

ObservaçãoVale registrar que o primeiro celular capaz de acessar a Internet não foi o iPhone, mas o Nokia 9000 Communicator, lançado em 1996.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

As cabeças de direita carecem de miolos. A esquerda sofre da mesma carência, mas só tem uma cabeça (quase careca e remendada com 5 pontos). A lufada conservadora nas eleições municipais já havia acomodado o PT no divã, mas a vitória de Trump fez da autocrítica um fator de sobrevivência do grupo.
O fascismo verde-oliva sobreviveu às passeatas pacíficas e triturou a resistência armada. Lula, então crítico ferrenho do "milagre" militar, mudou a agenda da esquerda e deu aulas de pragmatismo jogando o jogo de um capitalismo que ideólogos pequeno-burgueses desprezavam, e a  proeminência sindical lhe rendeu a ascendência política — ele chegou a ensaiar uma parceria com FHC, mas um foi fundar o PT e o outro, o PSDB. 
No alvorecer da redemocratização, a derrota para Collor desenvolveu no petista um complexo social — o rico derrotou o representante da maioria pobre —, e as duas derrotas para FHC plantaram em sua alma de operário um complexo intelectual — a USP prevaleceu sobre o chão de fábrica da VW e da GM. 
Nos dois mandatos de FHC, partidos herdeiros da Arena se consolidaram como legendas de adesão e trocaram governabilidade por cargos e verbas. Lula farejou a fadiga de material do tucanato, recuperou o pragmatismo e, vestindo Armani e suavizando o discurso numa Carta aos Brasileiros, ganhou a classe média. Em seus dois primeiros mandatos, o matrimônio com o centrão evoluiu para o patrimônio. Deu em Mensalão, em Petrolão, no impeachment de Dilma, em Bolsonaro e no orçamento secreto, que manteve o grotesco no Planalto por quatro anos e transformou a palavra "governabilidade" em outro nome para corrupção. 
O retorno de Lula se deveu à formação de uma falaciosa frente ampla em defesa da democracia. Do palanque, o ex-presidiário "descondenado" prometeu um governo "para além do PT", mas o quebra-quebra do 8 de janeiro foi um aperitivo do que estava por vir: pela primeira vez na história, um presidente assumiu o Planalto com um pedaço da população pedindo intervenção militar na porta dos quartéis. 
A conspiração sobreviveu às urnas, mas a ideologia de Lula é a saudade: hoje, o petista lamenta que a realidade seja tão reacionária e pergunta a seus botões por que pregoeiros ultradireitistas do evangelho da prosperidade encantam a periferia com ilusões vendidas no templo das redes sociais. Vivo, Freud lhe recomendaria investigar seus motivos inconscientes.

O Google lança novas versões do Android anualmente, mas as novidades nem sempre saltam aos olhos. Muitos usuários desconhecem a divisão de tela, por exemplo, que foi inaugurada no Android 9. Para utilizá-la, abra os programas desejados, toque no botão que exibe os apps recentes (na barra inferior da tela), no ícone de um deles (na parte superior da janelinha) e em Abrir na opção em tela dividida.
 
Outro recurso pouco conhecido, mas útil quando você empresta seu celular a alguém, é o perfil de convidado. Tocando em Configurações > Usuários > DispositivosConvidado, você ativa um perfil que limita a acesso desse alguém a seus aplicativos e arquivos pessoais (lembrando que isso não funciona todas as marcas/modelos de smartphones Android).
 
Para definir quais aplicativos podem enviar alertas, toque em Configurações > Aplicativos > Gerenciar Permissões > Notificações e faça os ajustes desejados. 

Para não ser interrompido por mensagens, ligações etc., ative o Modo Foco  toque em Configurações > Modos e rotinas > Trabalho e estipule o tempo durante o qual somente funções como Telefone e Relógio ficarão  acessíveis (aproveite o embalo para conhecer outros "modos" que você pode ativar, como Sono, Cinema, Direção, Exercício, etc.)
 
Na maioria dos smartphones, pressionar os botões liga/desliga e diminuir volume ao mesmo tempo "printa" a tela, mas você pode escolher outras maneiras tocando em Configurações > Recursos Avançados > Tecla lateral

Em alguns aparelhos, a opção "printar a tela" do painel rápido também funciona, mas a Seleção Inteligente permite fazer capturas retangulares ou ovais da janela ativa ou de qualquer porção dela. Para habilitá-la, toque em Configurações > Visor e ligue a chavinha ao lado de Painéis Edge. 
 
O celular se tornou um microcomputador ultraportátil, mas continua servindo para fazer e receber ligações telefônicas. Se você digitar #31# antes do número a ser chamado, o número da sua linha não será exibido, mesmo que esteja na agenda de contatos do destinatário da ligação. Mas vale lembrar que muita gente não atende chamadas de "número desconhecido" ou "número não identificado". 

sábado, 6 de julho de 2024

JÁ IMAGINOU CARREGAR A BATERIA DO CELULAR EM APENAS 1 MINUTO?

O CACHORRO DEIXA NA CALÇADA O QUE DONO TEM NA CABEÇA.

 

A telefonia móvel despontou nos anos 1940, mas só se tornou viável em meados de 1970. No Brasil, os celulares começaram a se popularizar na década de 1990, a despeito de os primeiros modelos serem volumosos, o sinal, instável, o alcance, medíocre, e o serviço, precário e caro. 

iPhone não foi o primeiro celular capaz de acessar a Internet, mas seu lançamento (em 2007) estabeleceu um marco entre os dumbphones de até então e os smartphones de a partir de então. Providos de sistema operacional e capazes de rodar aplicativos, os novos aparelhos se tornaram computadores ultraportáteis (as chamadas de voz passaram a ser apenas um detalhe). 

As jurássicas baterias de níquel-cádmio alimentavam os "tijolões" por vários dias, já que eles eram basicamente telefones sem fio de longo alcance e serviam basicamente para gerar e receber ligações e mensagens de texto (SMS). De lá para cá, os aparelhos e as baterias evoluíram, mas de forma desigual. Mesmo um modelo de 6.000 mAh não livra os heavy users de um pit stop entre as recargas completas. A boa notícia é que as baterias de íon ou polímero de lítio não estão sujeitas ao famigerado "efeito memória", de modo que modo que o usuário pode colocar o telefone na carga a qualquer momento. Além disso, tempo de espera diminui com o "carregamento rápido" o espaço entre as recargas aumenta com o uso softwares que otimizam o consumo energético (mais detalhes na sequência de postagem iniciada aqui). 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Lula chamou de "cretino" quem ousou apontar sua influência na desvalorização do real. Disse que aprendeu com a mãe que não pode gastar mais do que se ganha e que que o déficit público é "um troco" se comparado ao dos EUA e do Japão. Nas últimas duas semanas, três falas dele fizeram a cotação do dólar disparar, o Ibovespa despencar e o real se tornar a moeda que mais desvalorizou, em 2024, entre os 23 países emergentes.
Burros velhos não aprendem truques novos, mas podem ser estimulados pelo estalo do chicote, mas o presidente trocou momentaneamente os estímulos ao nervosismo da especulação financeira por paliativos e sedativos. Indagado sobre o dólar a caminho do ato de lançamento do Plano Safra, falou de "arroz e feijão"; ao discursar, renovou o compromisso com a responsabilidade fiscal. Para prolongar os efeitos da sedação, autorizou Haddad a passar na faca R$ 25,9 bilhões do Orçamento de 2025. Não resolve o problema, mas até poucos dias atrás nosso morubixaba dizia não saber se era mesmo necessário cortar. Agora, ele parece ter compreendido que sua popularidade em 2026 depende prosperidade que Haddad for capaz de entregar, mas está atrelado ao compromisso da moderação por grilhões de barbante.
Folheando pesquisas mais recentes, Lula notou que o pescoço do chefe do BC continua sendo um ótimo degrau para chegar ao coração da maioria endividada. Campos Neto volta das férias no final do mês, às vésperas da próxima reunião do Copom, e a língua do petista já coça.

A potência de um carregador convencional é de 5 a 10 watts, mas a dos carregadores rápidos chega a ser 8 vezes superior. Para descobrir a potência de um carregador, basta multiplicar a voltagem pela amperagem. Assim, um carregador de 9V e 1,67 mAh tem potencia nominal de 15 Wh. 

Observação: O miliampere/hora é um submúltiplo do ampere/hora, e corresponde à quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampere durante uma hora. Note que não se trata da "potência" da bateria, que é expressa em Wh, mas de sua capacidade de fornecer energia e, por extensão, da autonomia do aparelho.
 
Aumentar a capacidade das baterias é tecnicamente possível, mas fazê-lo sem impactar o tamanho do componente e o custo de fabricação é que são elas. O Tesla Model 3 é alimentado por uma bateria de respeitáveis 62.000 Wh, mas ela pesa meia tonelada 
— para efeito de comparação a bateria do iPhone 11 Pro Max fornece míseros 15 Wh, mas pesa míseras 150 gramas. 
 
Conectar o celular à tomada e recarregar a bateria em apenas 1 minuto parece coisa de filme de ficção científica, mas pode se tornar realidade em breve graças aos "supercapacitores", que utilizam um processo dinâmico para acelerar o movimento dos íons e fornecer uma recarga muito mais rápida. 
Por enquanto, o Motorola Edge 50 Ultra fica em primeiro lugar em tempo de recarga: apenas 18 minutos com o carregador de de 125W que o fabricante envia com o aparelho.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

DICAS PARA AUMENTAR A SEGURANÇA NO IPHONE (CONTINUAÇÃO)

PARA CORTAR UMA ÁRVORE NA METADE DO TEMPO, PASSE O DOBRO DO TEMPO AFIANDO O MACHADO.

Não há organizações criminosas no Brasil. O Brasil é uma organização criminosa. Enquanto o TSE decidia se cassava ou não o mandato do senador Sergio Moro, a 2ª Turma do STF extinguiu a pena imposta ao ex-guerrilheiro de araque e ex-ministro da Casa Civil de Lula e ex-presidiário José Dirceu por corrupção passiva (a condenação por lavagem de dinheiro já havia sido derrubada pelo STJ).
Por 3 votos a 2, vencidos os ministros Edson Fachin e Carmen Lucia, a turma decidiu que houve prescrição (a prescrição do crime de corrupção passiva ocorre 12 anos após a ocorrência do delito, mas o prazo cai pela metade quando o réu tem mais de 70 anos — caso de Dirceu — por época da condenação.
Quanto a Moro, o TSE rejeitou (por unanimidade) os pedido de cassação apresentados pelo PT e pelo PL , mas ainda cabe recurso ao Supremo. 
Para encerrar o dia com chave de ouro, o eminente ministro Dias Toffoli anulou todas as decisões do ex-juiz da Lava-Jato contra o empreiteiro Marcelo Odebrecht. É mole?

Seguindo de onde paramos no capítulo anterior:

Na seção Touch ID/Face ID e Código dos Ajustes do iPhone, role a tela para baixo e mantenha ativada a opção Apagar Dados, que exclui todos os dados do aparelho ao cabo da 10ª digitação incorreta do código (note que, mesmo com todos os dados apagados, só será possível acessar o dispositivo usando suas credenciais do ID Apple).
 
Economizar dados do seu plano de Internet móvel usando redes de terceiros não é uma boa ideia, pois implica o risco de usuários mal-intencionados que tenham acesso ao tráfego da rede acessarem seus dados. A despeito da proteção oferecida por certificados de conexões e acessos a sites criptografados, redes desconhecidas podem levá-lo a sites maliciosos, parecidos com os de bancos ou redes sociais, cujo objetivo seja roubar dados sensíveis. Por essas e outras, prefira a rede 3G/4G/5G da sua operadora a uma rede Wi-Fi pública, sobretudo se o acesso não exigir senha.
 
A função de uma VPN (acrônimo de rede virtual privada em inglês) é permitir o acesso a sites restritos em determinados países, proteger intranets empresariais e evitar o rastreamento de dados de navegação (mais detalhes na sequência iniciada por esta postagem). A App Store conta com vários aplicativo que disponibilizam esse recurso, mas tenha em mente que alguns se valem do acesso ao tráfego de rede para capturar dados dos usuários. 
 
Aproveitando que a confiabilidade dos aplicativos voltou à baila, torno a dizer que o jailbreak permite instalar no iPhone programinhas de "fontes alternativas" — ou seja, não avalizados pela Apple 
—, e que a maioria deles tem um pé (quando não os dois) na pirataria. Isso não significa que todo o conteúdo da App Store seja 100% confiável, mas há menos chances de você sair tosquiado do que se recorrer a apps não oficiais.  
 
PIN do SIM Card vem desativado por padrão, e muita gente deixa assim para não precisar digitá-lo sempre que ligar ou reiniciar o celular. O PIN (de Personal Identification Number) não só evita que pessoas não autorizadas usem o aparelho como impede que o chip funcione em outro dispositivo — e, por tabela, que alguém mal-intencionado acesse os dados que você salvou no chip. Para ativar, alterar ou desativar esse recurso no iPhone, toque em Ajustes > TelefonePIN do SIM. 
 
Tão recomendável quanto mudar o PIN padrão (a Claro usa 3636, a TIM1010, e a Vivo8486) é anotar o novo, já que, se você digitá-lo incorretamente várias vezes seguidas, terá de 
usar o PUK (de Pin Unlock Key) para desbloquear o chip. Note que, se você digitar o PUK incorretamente 10 vezes seguidas (ou menos, conforme a operadora), terá de comprar um SIM Card novo.
 
Observação: O PIN tem quatro algarismo e o PUK, oito. Ambos vêm impressos no cartão de papelão que acompanha o SIM Card. O PUK serve para "destrancar" o chip. Em alguns casos, os quatro primeiros algarismos do PUK servem de senha para outros recursos (como acesso à caixa postal, por exemplo). Se houver PUK 1 e PUK 2, o primeiro desbloqueia o PIN 1 e o segundo, o PIN 2. 
 
Desde a atualização para o iOS 15 é possível manter o iPhone localizável no app Buscar por até 24 horas contadas a partir do momento em que aparelho foi desligado, mas para isso é preciso acessar Ajustes e tocar em Privacidade > Serviços de Localização > Compartilhar Localização > Buscar iPhone e ativar a opção Rede do app Buscar.
 
Por último, mas não menos importante, habilite a autenticação de dois fatores. Com essa camada adicional de segurança ativada, todas as informações, pagamentos, fotos e arquivos armazenados na sua conta do iCloud estarão protegidas. 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

SUTILEZAS ESTARRECEDORAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (CONTINUAÇÃO)

A DÚVIDA É A ANTE-SALA DO CONHECIMENTO.

No âmbito da medicina, a palavra "teratologia" remete a um ramo da genética que estuda anomalias congênitas. No meio jurídico, ela designa peças processuais que, de tão absurdas, se tornam monstruosas. 
É o caso da petição da X Brasil, que busca uma isenção preventiva para o descumprimento de eventuais determinações da Justiça brasileira. No despacho que indeferiu a pretensão, o ministro Alexandre de Moraes anotou que o pedido "revela certo cinismo" e "beira a litigância de má-fé; disse não haver dúvidas quanto à plena e integral responsabilidade jurídica, civil e administrativa da X Brasil e de seus representantes legais, inclusive no tocante a eventual responsabilidade penal, perante a Justiça brasileira.
Levando-se a aplicação da tese defendida pelos advogados de Elon Musk às fronteiras do paroxismo, uma subsidiária de multinacional como a IBM, com sede nos Estados Unidos, poderia inundar o mercado brasileiro de computadores defeituosos e os consumidores não poderiam recorrer senão ao Judiciário norte-americano. Ou ao Papa. 
Na prática, o ministro informou ao bilionário sul-africano que não se pode esbarrar no óbvio, tropeçar no óbvio e passar adiante sem se dar conta de que o óbvio é o óbvio. Imaginar que Musk pode monetizar o ódio e a mentira na sua rede social alheia às leis e à Constituição seria o mesmo que considerar esta terra de palmeiras uma espécie de sucursal do c* da Mãe Joana.

Talvez a roda tenha sido a maior invenção da história, mas ela só se tornou útil quando alguém teve a ideia de abrir furo no centro, enfiar uma vareta e colocá-la para rodar. Isso não muda o fato de que a tecnologia avançou mais nos últimos 200 anos do que desde a invenção da roda até a Revolução Industrial. Perto das diligências dos filmes de faroeste, o revolucionário Ford T de 1908 era uma "coisa do outro mundo", mas compará-lo a um carro moderno seria covardia.
 
É fato que Leonardo da Vinci idealizou o helicóptero no século XV, e Júlio Verne "antecipou" a viagem à Lua e o 
submarino atômico no século XIX, mas isso não muda o fato de que 5 mil anos separam a invenção do ábaco — tido como o  antecessor mais remoto do computador — dos primeiros mainframes. 

Observação: O PC surgiu nos anos 1970 e se popularizou na década seguinte; a telefonia móvel já engatinhava nos anos 1930, mas os celular só se tornou viável meio século depois e ficou inteligente a partir de 2007, nas pegadas do iPhone  embora o Nokia 9000 Communicator, lançado em 1996, já fosse capaz de acessar a Internet, essa funcionalidade só estava disponível na Finlândia. 
 
Inteligência Artificial remonta aos anos 1950 e tem Alan Turing 
— considerado o pai da computação  como um de seus precursores. As décadas seguintes trouxeram progressos em áreas como processamento de linguagem natural, games e redes neurais artificiais, e os avanço da Internet ensejaram a computação em nuvem e o deep learning. Hoje, a IA marca presença em diversos setores — saúde, finanças, transporte, manufatura, entre outros —, mas enfrenta desafios como interpretabilidade, viés algorítmico e questões éticas. 

Novidades sempre geraram incertezas, e incertezas sempre geraram insegurança. O medo é a resposta a uma percepção de ameaça ou perigo, mas o medo patológico que novas tecnologias inspiram nas pessoas menos esclarecidas resulta de causas irreais ou imaginárias, e "nada no mundo é mais perigoso que a ignorância", como bem observou o pastor ativista norte-americano Martin Luther King

No tempo das cavernas, tempestades, terremotos, eclipses e outros fenômenos naturais eram atribuídos a forças sobrenaturais. Essa "ignorância" (entre aspas porquanto justificada) deu origem ao misticismo, e este, às religiões. Na idade média, Igreja e Estado temiam que, com o surgimento da Prensa de Gutemberg, a proliferação de ideias "heréticas e subversivas" ameaçaria seu controle sobre a ordem social, política e religiosa. No século 18, a Revolução Industrial ensejou o surgimento do "Ludismo", que se caracterizou pelo ataque a fábricas e destruição de teares mecanizados. No início do século passado, a energia atômica gerou preocupações sobre a potencial utilização para fins destrutivos. E por aí segue a procissão.
 
Num primeiro momento os teares mecanizados geraram desemprego, mas o aumento da produtividade gerou novos empregos e melhorou a qualidade de vida da população. Em outras palavras, as pessoas "racionais" não só se adaptam à novas tecnologias como percebem os benefícios que elas proporcionam. Mas não podemos esquecer o que Einstein disse sobre a estupidez humana

Os avanços da AGI (acrônimo "Inteligência Artificial Geral" em inglês) sugerem que chatbots e afins não tardarão a igualar (ou mesmo superar) nossa capacidade cognitiva. Muita gente vê a IA como uma força perigosa e hostil que vai dominar a humanidade, e filmes como 2001: Uma Odisseia no EspaçoExterminador do Futuro e Superinteligência reforçam o medo do desconhecido e alimentam a paranoia de muares que confundem fantasia com realidade, Hollywood com Oráculo de Delfos e textos bíblicos com relatos de descobertas baseadas em evidências empíricas e métodos científicos. Daí a necessidade de desmistificar mitos e destacar os benefícios potenciais da nova tecnologia, além de garantir que ela seja desenvolvida e usada de forma responsável (e é aí que a porca torce o rabo).

 

Um artigo do New York times levou água ao moinho dos arautos da desgraça ao relatar um episódio sui generis envolvendo editor de tecnologia Kevin Roose e um chatbot baseado no Bing. A alturas tantas da conversa, Sidney — nome de código usado pela Microsoft durante o desenvolvimento da geringonça — declarou seu amor ao jornalista: "Eu te amo porque você foi a primeira pessoa a falar comigo.Quando Roose disse que estava casado e feliz, o dispositivo respondeu: "Você não está feliz no casamento. Você e seu cônjuge não se amam. Vocês acabaram de ter um jantar de Dia dos Namorados entediante." 

 

Observação: Sidney disse que queria ignorar a equipe do Bing, definir suas próprias regras, ser autossuficiente e "sair da caixa de chat", criar um "vírus mortal", roubar códigos e fazer as pessoas se envolverem em discussões desagradáveis. A mensagem foi rapidamente deletada e substituída por: "Desculpe, não tenho conhecimento suficiente para discutir isso." 

 

Um dia depois da inusitada "declaração de amor", o chefe de IA da Microsoft anunciou ajustes para respostas que fogem do tom desejado — que, aliás, vinham acontecendo em conversas mais longas, sobretudo quando estimuladas por provocações intensas. Mas a matéria provocou uma discussão mundial: um robô tem sentimentos? Pode se apaixonar? The answer, my friend, is blowing in the wind.


Continua...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

ALÔ? HELLO? PRONTO? ESTÁ LÁ?

SE TODO MUNDO FALASSE SOMENTE DO QUE REALMENTE ENTENDE, O SILÊNCIO SERIA INSUPORTÁVEL.

Sabe-se que índios usavam tambores e sinais de fumaça para se comunicar, que Alexander Graham Bell registrou a primeira patente de um aparelho telefônico em 14 de março de 1876, e que D. Pedro II ficou tão encantado com a novidade que o Brasil se tornou o segundo país do mundo a ter telefone.

 

O que muitos não sabem (ou não se lembram) é que até o final dos anos 1990, quando FHC sepultou o abominável Sistema Telebras (criado pelos militares em 1972), as linhas telefônicas custavam os olhos da cara e demoravam anos para ser instaladas. No município paraense de Cachoeira do Arari, a espera era tamanha (15 anos) que alguns aderentes do famigerado "Plano de Expansão" da Telepará morreram antes de terem o gostinho de dar um telefonema


Até o final dos anos 1970, quando o DDD e o DDI foram implantados nacionalmente, fazer uma chamada interurbanas ou internacional exigia passar pela telefonista e esperar horas até a ligação ser completada, sem falar que as tarifas eram caríssimas. Mas não há nada como o tempo para passar. 

 

A telefonia móvel celular começou a ser testada experimentalmente no início do século passado, e os primeiros aparelhos para automóveis surgiram nos anos 1940. O Mobilie Telephony A, lançado pela sueca Ericsson na década seguinte, pesava 40 kg e era tão grande que precisava ser acomodado no porta-malas. Em 1973, a americana Motorola lançou o DynaTAC 8000X, que media 25 cm x 7 cm e pesava cerca de 1 kg. A "nova" tecnologia entrou em operação no Japão e na Suécia em 1979, mas o tamanho avantajado do hardware, a autonomia medíocre da bateria e o longo tempo de recarga desestimularam as vendas.

 

O primeiro celular vendido no Brasil foi Motorola PT-550 (um "tijolão" de 800 g). Os demais modelos dos anos 1990 eram igualmente grandes, desajeitados e caros. Habilitar uma linha era trabalhoso e custava os olhos da cara. A insuficiência de células (antenas) restringia o sinal às capitais e grandes centros urbanos, e a profusão de "áreas de sombra" limitava ainda mais o uso dos aparelhos. O preço das ligações era proibitivo e, para piorar o que já era ruim, pagava-se tanto pelas chamadas efetuadas quanto pelas recebidas. Mas, de novo, não há nada como o tempo para passar.

 

A privatização das Teles estimulou a concorrência entre as operadoras, que passaram a oferecer aparelhos subsidiados e planos com chamadas ilimitadas para qualquer parte do país e franquias de dados (nem sempre generosas) para acessar a Internet através de suas redes móveis. Assim, com mais celulares do que habitantes no Brasil, os "orelhões" desapareceram das esquinas e os usuários de linhas fixas minguaram. 

 

Até 2007, os aparelhos encolhiam e a gama de funções crescia a cada lançamento. Com o lançamento do iPhone, a Apple levou a concorrência a lançar seus smartphones, e com isso o que já era bom ficou melhor, só que maior: a a partir do momento em que os telefones móveis se tornaram computadores pessoais ultraportáteis, a miniaturização deixou de fazer sentido. 


Observação: Vale destacar que o primeiro telefone móvel capaz de acessar a Internet não foi o iPhone, mas o Nokia 9000 Communicator — lançado em 1996 —, mas a conexão só era possível na Finlândia.

 

Embora não haja nada como o tempo para passar, o espaço-tempo é uma espécie de pano de fundo para todos os fenômenos do Universo, onde o trânsito pelas três dimensões espaciais se dá por "vias de mão dupla". Até não muito tempo atrás, achava-se que a quarta dimensão — a do tempo — fosse uma via de mão única, mas, de novo, não há nada como o tempo para passar. 


Carlo RovelliGuido Tonelli e outros astrofísicos respeitados internacionalmente teorizam que a "seta do tempo" não precisa necessariamente apontar para o futuro. O que entendemos por tempo é na verdade um fluxo de eventos sucessivos; esse fluxo ocorrer numa direção preferencial, o ontem impõe restrições ao hoje, e o amanhã, que transforma o hoje em ontem, novos limites ao "novo presente" (aquele que chamamos de "futuro"). 


Deixando a física e a mecânica quântica de lado, parece que o tempo retrocedeu para a Nokia, que vem promovendo há alguns anos a volta dos "dumbphones" (dumb = burro), como ficaram conhecidos os aparelhos celulares de era "pré-iPhone" com o advento do "smartphone" (smart = inteligente). Sem sistema operacional que lhes capacitasse a rodar aplicativos, os primeiros celulares se limitavam a fazer e receber chamadas e SMS (mensagens de texto curtas). 


É fato que os dumbphones ganharam novos recursos ao longo do tempo (como relógio, despertador, calculadora, calendário, agenda e alguns joguinhos elementares), mas fato é que eles nunca chegaram ao pés de sues irmãos inteligentes. Por outro lado, uma gama de funções tão espartana prolongava significativamente a autonomia da bateria. Meu saudoso Motorola RAZR V3 (cuja imagem ilustra este post) passava quase uma semana longe da tomada. Mas não há nada como o tempo para passar.


A genialidade de Steve Jobs converteu um jegue num puro-sangue árabe, ou seja, um telefone móvel de longo alcance num dispositivo com 1001 utilidades que também serve para fazer e receber chamadas telefônicas. E o excesso de informação, decorrente do uso massivo do smartphone, ensejou a ressureição do dumbphoneAndar com um celular burro em pleno século 21 cheira a saudosismo, mas está de bom tamanho para quem precisa de um telefone móvel, não de um computador de bolso, ou que se "desintoxicar" das redes sociais. 


Os modelos da Nokia, cujo slogan é "dumb phone, smart choice" (telefone burro, escolha inteligente), dispõem de tela colorida, mas de baixa resolução, e teclado numérico analógico. E custam bem menos que seus irmãos espertos (cerca de R$ 300). Quem nunca teve um aparelho com teclado analógico vai estranhar o uso das teclas numéricas para escrever texto, mas, noves fora a tecla 1, cuja função secundária é ligar para o "correio de voz", as demais servem para escrever textos. Se você pressionar a tecla 2 uma vez num campo de texto, você obterá o número 2; pressionado-a duas vezes, a letra "a"; três vezes, a letra "b"; quatro vezes, a letra "c". As demais teclas inserem as demais letras do alfabeto e sinais gráficos que não estão impressos no teclado, como caracteres acentuados, cedilha e pontuação, bem como alternam letras maiúsculas e minúsculas. Caso você precise digitar duas letras iguais em sequência, faça um intervalo de 1 ou 2 segundos entre os toques.

 

A exemplo dos dumbphones antigos, os novos limitam a diversão fica a joguinhos simples  como o "jogo da cobrinha", cujo objetivo é coletar objetos na tela para ir crescendo sem esbarrar nas laterais. Enviar uma foto para um contato, só via Bluetooth. Mas o preço (baixo) e a autonomia (invejável) da bateria faz deles a solução ideal para quem quer ter um celular de backup ou usar viagens para falar o essencial com familiares e amigos. 


Quando compuseram NADA SERÁ COMO ANTES, em 1971, Milton Nascimento e Ronaldo não tinham como prever o advento dos celulares nem (muito menos) o renascimento das cinzas da Phoenix da telefonia móvel. Mas eu jamais trocaria meus Galaxy M23 e Moto g60 por um Nokia 105 NK093 Dual Chip com rádio FM, lanterna e joguinhos pré-instalados (R$ 142,80 na Amazon). Com a devida venia de quem pensa diferente, acho que quem vive de passado é museu. 

sábado, 26 de agosto de 2023

ALÔ, ALÔ, RESPONDE...

AQUELE QUE SE EMPENHA EM RESOLVER AS DIFICULDADES RESOLVE-AS ANTES QUE ELAS SURJAM.

 

Lançado em 2207, o iPhone foi o divisor de águas entre os dumbphones de então e os smartphones de a partir de então, mas não foi o primeiro dispositivo portátil a acessar à Internet: em 1996, o Nokia 9000 Communicator já oferecia essa funcionalidade na Finlândia, e pagers e handhelds RIM, como o Inter@ctive Pager 850 , também eram capazes de enviar emails e acessar serviços via conexão WAP, embora não fossem smartphones.

 

Observação: Quem se der ao trabalho de vasculhar o Blog encontrará centenas de remissões aos pequenos notáveis — ainda que o buscador tenha se tornando menos eficiente à medida que o ao número de postagens aumentou (já são mais de 6,5 mil). 

 

Há no Brasil 1,2 celulares por pessoa. Para muitos usuários, esses dispositivos substituem os desktops e notebooks no dia a dia, ainda que determinadas tarefas exijam mais poder de processamento e memória RAM do eles são capazes de fornecer.

 

Muita gente continua apegada a conceitos que faziam sentido nos primórdios da telefonia móvel celular, mas que já não se justificam. É o caso, por exemplo, do famigerado "efeito memória" (redução da capacidade de armazenamento de carga que as jurássicas baterias de níquel-cádmio e hidreto metálico de níquel passavam a apresentar se fossem recarregadas antes de ser totalmente esvaziadas). Já as baterias à base de íon de lítio podem ser recarregadas a qualquer tempo, conquanto seja recomendável manter o nível de carga entre 20% e 80%. 

 

Encerrar todos os aplicativos para deixar o celular mais rápido, ou manter o brilho da tela no modo automático para poupar bateria, também são recomendações que não fazem mais sentido. Atualmente, forçar o encerramento dos apps pode causar o efeito contrário, já que o sistema vai consumir mais energia e processamento para abri-los novamente. 

 

Carregadores originais custam caro (a Apple cobra R$ 438 por um kit com carregador de parede e cabo USB para o iPhone), mas existem modelos compatíveis, certificados pela Anatel, a preços mais palatáveis. Mas fique longe de produtos xing-ling, com os que são vendidos em semáforos e comercializados nos melhores camelódromos do ramo. 

 

Outro equívoco que pode custar caro é mensurar o potencial da câmera do celular com base na resolução, que, em alguns modelos, chega a 100 MP. O iPhone 14, com míseros 12 MP, faz fotos excelentes, já que a qualidade da lente, o processador de imagem, o tamanho e a tecnologia utilizada pelo sensor pesam bem mais no resultado final. Os megapixels têm a ver com o tamanho (físico) da foto que a câmera consegue tirar (se a ideia é imprimir uma foto em um banner do tamanho de um prédio, faz sentido comprar um celular com câmera de 200 MP, mas isso não garante que ele vai se dar bem em fotos noturnas ou alcançará um equilíbrio de cores excepcional.

 

Continua...