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quarta-feira, 22 de julho de 2020

PRÓXIMAS ATUALIZAÇÕES DO WINDOWS 10, UMA PITADA DE HISTÓRIA E OUTRA DE CULTURA INÚTIL

O BRASIL PRECISA MENOS DE INSULTOS E MAIS DE SOLUÇÕES.

Vimos que o Windows 10 Iron (ou versão 21H1, que parece nome de vírus de gripe) deve ser lançado no primeiro semestre de 2021 e promete vir recheado de novidades. 

O cronograma de atualizações da Microsoft prevê o lançamento de um update de recursos ainda este ano (lá pelo final de setembro ou começo de outubro), mas, até onde se sabe, ele se limitará a corrigir bugs e fazer outros ajustes internos, ou seja, não deve introduzir mudanças daquelas que saltam aos olhos dos usuários. 

Essa alternância já foi observada nas duas últimas atualizações semestrais: a versão 1909, liberada há pouco mais de um mês, trouxe uma porção de inovações, ao passo que a anterior, 1903 estava mais para um service pack de antigamente do que para um update de recursos como manda o figurino.

Observação: Ao disponibilizar o Win 10 como serviço, em junho de 2015, a Microsoft modificou significativamente sua política de atualizações: foram-se os tradicionais service packs e vieram os updates semestrais de conteúdo — o primeiro foi lançado em julho de 2016, quando o Win 10 completou um ano, e não à toa foi chamado de Anniversary Update). De se ressaltar que as atualizações de qualidade — correções de segurança e confiabilidade — foram mantidas e sua periodicidade mensal, preservada (toda segunda terça-feira de cada mês, daí elas serem conhecidas como Patch Tuesday).

Mudando de um ponto a outro, no dia 4 abril de 1975 dois jovens amigos, ambos fanáticos por tecnologia, fundaram uma empresa “de garagem” para desenvolver e comercializar interpretadores BASIC voltados ao Altair 8800 (que é tido e havido como o precursor dos computadores pessoais). 

Por interpretadores, entendem-se programas de computador que leem um código fonte a partir de uma linguagem de programação interpretada e o converte num código executável; por programa, um conjunto de instruções em linguagem de máquina que descrevem uma tarefa a ser realizada pelo computador; por instrução, uma operação única executada por um processador, que pode ser qualquer representação de um elemento num programa executável, tal como um bytecode (formato de código intermediário entre o código fonte, o texto que o programador consegue manipular e o código de máquina que o computador consegue executar); por conjunto de instruções, a representação em mnemônicos do código de máquina que facilita o acesso ao componente. 

Observação: A grande vantagem do bytecode está na combinação da portabilidade — o bytecode irá produzir o mesmo resultado em qualquer arquitetura — com a prescindibilidade do pré-processamento típico dos compiladores. Em outras palavras, ele pode ser definido como um produto final, que dispensa a validação da sintaxe (conjunto de regras que definem as sequências corretas dos elementos de uma linguagem de programação)e dos tipos de dados (entre outras funções dos compiladores).

Se a ficha ainda não caiu, os jovens que mencionei no primeiro parágrafo não são mais tão jovens assim. Willian Henry Gates III está com 64 anos e Paul Gardner Allen estaria com 67 se não tivesse morrido em 2018. A empresa que eles fundaram é a Microsoft — cujo nome advém da combinação de microcomputador e software — e o Altair 8800, uma geringonça baseada na CPU Intel 8080, vendida na forma de kit (a montagem ficava por conta de quem o comparasse) por intermédio da revista norte-americana Popular Electronics

A primeira versão dessa engenhoca não passava de uma caixa de metal repleta de luzes vermelhas, operada por chaves, e que não tinha qualquer utilidade prática, mas era fácil de montar... e as pessoas compravam porque achavam legal montar um computador (tanto assim que as vendas superaram em 10 vezes as expectativa mais otimistas de seu idealizador).

Dez anos depois de fundarem a Microsoft, Gates e Allen criaram uma interface gráfica que rodava no MS-DOS. A essa altura, os computadores pessoais já haviam evoluído um bocado, mas, salvo raríssimas exceções, não dispunham de uma interface gráfica, e operá-los exigia conhecimentos avançados de programação, além da memorização de centenas de intrincados “comandos de prompt”, baseados em texto e parâmetros. 

prompt — ponto de entrada para a digitação de comandos do DOS e outros comandos internos do computador — é geralmente representado pela letra correspondente à partição do sistema, seguida de dois pontos, uma barra invertida e o sinal de “maior que” (C:>), embora outros elementos sejam adicionados conforme se navega pelos diretórios, pastas e arquivos. Os comandos precisam ser inseridos cuidadosamente, pois um espaço a mais ou a menos, um caractere faltando ou sobrando ou qualquer erro de digitação resulta na exibição de uma mensagem de erro.

Antes de deixarmos no passado o que ao passado pertence, é bom lembrar que o DOS — ou MS-DOS, como a Microsoft batizou sua versão desse vetusto "sistema operacional baseado em disco" — foi o SO propriamente dito até  o Windows 95, que se pretendia um sistema operacional autônomo. Na verdade, ele quase chegou lá, porque o DOS continuou atuando nos bastidores e sobreviveu à virada do século. O cordão umbilical só foi cortado em outubro de 2001, com o lançamento do XP, cujo estrondoso sucesso fez dele a versão mais longeva de toda a história do Windows (seu suporte estendido foi encerrado somente em 2014).

Observação: O nome "XP" deriva de eXPerience. Foi o primeiro sistema operacional produzido pela Microsoft com vistas ao usuário final construído a partir da arquitetura e do kernel (núcleo) do Windows NT 5.1, e por isso foi considerado sucessor tanto do Windows 2000, voltado ao mercado empresarial, quando do malfadado Windows ME, focado no usuário doméstico.

Por hoje está de bom tamanho. O resto fica para os próximos capítulos.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

WINDOWS 10 — NOVIDADES NO MENU INICIAR COM O FLUENT DESIGN


NADA DO QUE BOLSONARO DIZ PODE SER ANALISADO PELO VIÉS DA LÓGICA.
Para não cansar o leitor rememorando a história do Windows desde sua criação em 1985, quando ele era uma simples interface gráfica que rodava no MS-DOS, relembro somente que o menu Iniciar surgiu pela primeira vez no Win 95, que já era um sistema operacional (quase) autônomo. Até então, o que havia era um prosaico Gerenciador de Programas que organizava os aplicativos em grupos (clique aqui para ver como ele era), mas aí alguém teve a feliz ideia de criar um pequeno botão no canto inferior esquerdo da tela (que hoje corresponde a extremidade esquerda da Barra de Tarefas) e batizá-lo de “Iniciar” (ou “Start”, na versão em inglês). 
Mediante um clique do mouse no botão Iniciar, abria-se uma janela a partir da qual era possível localizar aplicativos, documentos e outros elementos sem ter de vasculhar pastas e mais pastas pelo explorador de arquivos. Diferentemente do vetusto Gerenciador de Programa, o esse podia armazenar pastas dentro de pastas (ou seja, criar subgrupos, ou subpastas), além de dar acesso a algumas configurações do sistema (um mecanismo de buscas rudimentar, atalhos para a execução de comandos, e por aí afora). 
O sucesso foi ainda maior com a versão repaginada e aprimorada que a Microsoft implementou no Win 98 — dentre outras novidades, o novo menu já permitia realocar os programas acessados mais frequentemente na porção superior da janela, acima da seção “Programas”. No Windows Millennium Edition — lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do século (e do milênio), mas que foi um fiasco de crítica e de público — o menu em questão não apresentou modificações significativas, mas no XP, baseado no kernel (núcleo) do Windows NT e lançado em outubro de 2001, tanto ele quanto a interface do sistema foram totalmente redesenhados (relembre nesta imagem). Essa nova versão tornou possível afixar aplicações em regiões de acesso rápido do menu Iniciar, bem como ajustar o tamanho da lista, dividi-la em duas colunas e fazer outras personalizações.
O Windows Vista foi outro fiasco de crítica e de público (o que contribuiu para o XP se tornar a edição mais longeva do sistema da Microsoft, que lhe ofereceu suporte até 2014), mas o Win 7 tornou a virar o jogo. Nessa edição, Iniciar ganhou transparências e cores que combinavam com as da interface do sistema, além de uma barra de buscas que substituiu (com vantagens) o recurso “Pesquisar”.
Como não há mal que sempre dure nem bem que nunca termine, o Win 8, lançado em outubro de 2012, foi outro fiasco — em parte devido ao sumiço do tradicional menu, com a implementação da famigerada “interface Metro”, que foi pensada para aparelhos touch screen (com tela sensível ao toque). Isso causou uma chiadeira monumental, sobretudo porque na versão definitiva a Microsoft deu sumiço a uma chave do registro que tinha o condão de ressuscitar o Menu Iniciar Clássico nas versões de teste. 
Mas não foi só: como não podiam ser agrupados em pastas, as Live Tiles poluíam a já confusa Tela Inicial do Windows 8 — irritando ainda mais os usuários, que eram obrigados a rolar a tela em busca do programa desejado. Recursos básicos, como o botão para desligar o computador, também foram limados, aumentando ainda mais o coro de insatisfação. 
A Microsoft ensaiou uma meia-volta na versão 8.1, mas foi uma solução meia-boca e nada satisfatória. Muitos usuários fizeram o downgrade para o Seven ou recorreram a ferramentas de terceiros (que surgiram aos montes) para emular o menu clássico no Win 8.1. Mas o que era para ser um sucesso de vendas (como o XP e o Seven) virou um mico (como o Vista e o ME antes dele).
O Eight fez tanto sucesso quanto cigarro em terra de sapo, porém o fiasco serviu para forçar a Microsoft a rever seus conceitos ao desenvolver o Windows 10, que trouxe uma versão inovadora do Menu Iniciar — uma espécie de “mistura” do modelo usado no Win 7 com o simulacro implementado no 8.1 do sistema. E não é que funcionou?
Mas há novidades no horizonte. Em novembro, a Microsoft apresentou novos logos para o pacote Office, aos quais juntou recentemente mais de 100 ícones totalmente repaginados, com um visual mais moderno, arrojado e pronto para ser inserido em ambientes tridimensionais. O projeto, batizado de Fluent Design, agrega volume aos objetos, com sombreamento e cores menos vivas que as da atual versão. Além disso, os ícones podem ser aproveitados em animações.
Há poucos dias a empresa divulgou mais um teaser do novo visual do Menu Iniciar, que deve ser incluído numa das próximas atualizações do Windows 10 (algumas mudanças, como o “plano de fundo” dos ícones de aplicações e a apresentação mais “limpa”, podem ser vistas nesta imagem). Por via das dúvidas, o esquema “Fluent” será a configuração padrão, enquanto os Live Tiles serão opcionais — ou seja, o recurso poderá ser ativado e desativado manualmente pelo usuário, a seu critério. 

quarta-feira, 6 de maio de 2020

NAVEGADORES DE INTERNET — FAVORITOS, BOOKMARKS E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

OS FILMES SÃO ILUSÕES EM MOVIMENTO, FORMADAS POR MILHARES DE FOTOGRAFIAS IMÓVEIS.

Depois que navegar na Web passou de novidade a necessidade, usar um navegador de internet tornou-se tão natural intuitivo quanto escovar os dentes. Mas nem sempre foi assim.

Os gigantescos e jurássicos mainframes (que custavam verdadeiras fortunas, ocupavam salas inteiras e tinham menos poder de processamento que uma calculadora de bolso xing-ling atual) surgiram nos anos 1940. Curiosamente, o presidente da gigante IBM, que se tornaria a maior fabricante de computador do mundo, disse, certa vez: “Eu acredito que haja mercado para talvez cinco computadores”.

Trinta anos depois, referindo-se aos ainda incipientes PCs (Personal Computers), o fundador da Digital Equipment Corp. vaticinou: “Não há nenhuma razão para alguém querer um computador em casa”.

O tempo provaria que ambos estava errados (saiba mais sobre a evolução do computador seguindo este link, clicando em Postagem mais recente ao final da leitura e assim sucessivamente, até chegar ao último capítulo).

Na pré-história da computação pessoal, os PCs não tinham drive de HD drive de HD (disco rígido). Os operadores tinham de carregar os programas a partir de fitas magnéticas, semelhantes às miniK7 que o mercado fonográfico popularizou nos anos 1970.

Até o final dos 1980, operar um micro (como os PCs eram chamados então) era bem mais complicado do que hoje em dia. O DOS  (“acrônimo de Disk Operating System ou sistema operacional em disco, numa tradução livre, como foram chamados diversos sistemas operacionais, bastante semelhantes entre si, que dominaram o mercado de PCs IBM e compatíveis entre 1980 e 1995) facilitou bastante essa tarefa, mas exigia alguma intimidade com linguagens de programação e a memorização de dúzias de comandos baseados em textos e parâmetros.

MS-DOS foi o nome que a Microsoft escolheu para batizar sua versão (baseada no QDOS), o sistema operacional propriamente dito nas edições 3.X, nas quais o que aparecia na tela quando o aparelho era ligado não era a área de trabalho, mas o prompt de comando.

Por prompt entenda-se o ponto de entrada para a digitação de comandos internos do computador e do próprio DOS, que era representado pela letra que designa a partição do sistema (geralmente C no caso do HD e A ou B no dos jurássicos disquetes) seguida de dois pontos (:), de uma barra invertida (\) e do sinal de “maior que” (>): C:/>. Outros elementos eram acrescentados conforme se navegava por diretórios, pastas e arquivos. Para convocar o Windows a partir do prompt do DOS (como dito linhas atrás, até o lançamento da versão 95 o Windows era uma simples interface gráfica), digitava-se win à direita do cursor piscante e pressionava-se a tecla Enter.

O MS-DOS foi o primeiro sistema operacional largamente adotado usado em PCs, a despeito de ser pobre em recursos — um de seus maiores defeitos era ser monotarefa — e pouco intuitivo. Os comandos eram sequências de letras, algarismos e caracteres especiais (<, %, $,>, \, $, etc.) que a gente tinha de digitar cuidadosamente, já que bastava um espaço, letra, algarismo ou caractere a mais ou a menos para o sistema nos exibir uma mensagem de erro — daí os “old school hackers” (programadores experientes) dizerem aos “newbies” (iniciantes) que “a máquina faz o que o operador manda, não o que operador quer”.

A janela do prompt daquela época era semelhante à da figura acima, que eu capturei a partir do interpretador de linha de comando do Windows 10 (que oferece duas opções: o prompt de comando e o Windows Power Shell). Repare na figura que, além da unidade seguida dos dois pontos, da barra invertida e do sinal de “maior que”, também é exibido o diretório (local) e a pasta em que os comandos serão executados (no caso, Users/FERNANDO). Mas basta digitar “C..” e pressionar Enter para subir um nível (para a pasta Users) e repetir o procedimento para retornar ao tradicional C:\>.

A partir da edição 95, o Windows deixou de ser uma simples interface gráfica e passou a ser o sistema o sistema operacional propriamente dito, ou quase isso, porque o MS-DOS continuou atuando nos bastidores até 2001, quando a Microsoft lançou o Windows XP, que, por ser baseado no kernel (núcleo) do Windows NT, finalmente cortou o cordão umbilical com o velho sistema. Mesmo assim, as edições subsequentes do Windows continuam integrando um interpretador de linha de comando.

Continua...

terça-feira, 28 de abril de 2020

AINDA SOBRE A CIBER(IN)SEGURANÇA (PARTE FINAL)


FALAR OBSCURAMENTE, QUALQUER UM SABE; COM CLAREZA, QUASE NINGUÉM.

Esta postagem encerra (finalmente) a sequência sobre cibersegurança que comecei a publicar em 27 de março com o título “A ERA DA (IN)SEGURANÇA”, que foi interrompia no do dia 9 deste mês e retomada dias depois com um novo título (HOME OFFICE E AFASTAMENTO SOCIAL — MAIS TEMPO ONLINE POTENCIALIZA RISCOS DE VÍRUS E CIBERATAQUES). A mudança do foco se deveu ao isolamento a que fomos submetidos pelo coronavírus, em decorrência do qual muitos de nós passamos a trabalhar de casa, enquanto outros, para amenizar os efeitos deletérios da falta de contato físico com outras pessoas, vêm passando cada vez mais tempo online, em lives e bate-papos virtuais.

Devido à abrangência das ponderações e considerações elencadas nos capítulos anteriores, os sistemas operacionais para dispositivos móveis (Android, do Google, e o iOS, da Apple) serão a tônica deste post, que pode parecer pouco palatável num primeiro momento, mas basta clicar nos hiperlinks para obter informações adicionais que ajudam a compreendê-lo melhor. 

Como os dados a seguir demonstrarão, a ideia de que os produtos da Apple sejam imunes a malwares, ciberataques e maracutaias digitais não passa de mera cantilena para dormitar bovinos, embora o Windows e o Android sejam mais visados devido a sua maior penetração no mercado. Afinal, quem busca popularidade abre mão da intimidade.

Para o Android, 514 falhas de segurança foram publicadas em 2019, um número que representa uma diminuição de 16% em comparação com 2018, ano em que a quantidade de CVE atingiu 613 falhas publicadas. Além disso, o percentual de vulnerabilidades graves com criticidade igual ou superior a sete também diminuiu, passando a 14% do total (uma redução de 70% desde o ano passado). De todas as falhas, 22% permitiriam a execução de código por um atacante.

Em particular, algumas vulnerabilidades ofuscaram as notícias. Uma delas foi a StrandHogg, que permite que um malware instalado anteriormente em um computador intercepte o processo de inicialização de aplicativos legítimos e, assim, mostre janelas maliciosas quando o usuário toca no ícone do aplicativo para abri-lo. Outra falha, chamada Bad Binder, foi descoberta nos últimos meses. Essa vulnerabilidade de memória no Binder do kernel do Android permite a escalada local de privilégios, o que pode significar a perda completa do controle do terminal contra um atacante. Acredita-se que a exploração dessa falha já esteja sendo divulgada entre os cibercriminosos.

A boa notícia é que o número de detecções de malware diminuiu 9% em relação a 2018, talvez como resultado dos esforços que o Google e os pesquisadores de segurança fazem para detectar ameaças e impedir sua propagação. Infelizmente, isso não significa que as ameaças no Google Play sejam menos frequentes; pelo contrário, há cada vez mais casos de trojans disfarçados de aplicativos benignos que conseguem escapar dos controles de segurança do Google.

De fato, os pesquisadores da ESET descobriram recentemente uma campanha de adware ativa no Google Play, cujos aplicativos foram instalados oito milhões de vezes antes de ser excluídos. Além disso, em agosto de 2019, a ESET analisou um malware escondido dentro de um aplicativo de rádio que tinha a particularidade de ser o primeiro a ser construído a partir da ferramenta de espionagem de código aberto AhMyth.

Essas e outras descobertas de trojans maliciosos foram reconhecidas pelo Google, que finalmente finalizou uma aliança com os laboratórios da ESET para unir forças na luta contra o cibercrime nas lojas oficiais de aplicativos. Trata-se da App Defense Alliance, que entrou em vigor em novembro do ano passado.

Segundo as estatísticas do StatCounter, o iOS representa 22% dos dispositivos móveis usados ​​no mundo, tornando-se o segundo sistema operacional móvel com mais usuários. Para ele, 368 vulnerabilidades foram publicadas em 2019, 194% a mais do que o número de vulnerabilidades encontradas para este sistema operacional em 2018 e 11% a menos do que as encontradas no Android durante o corrente ano.

Em 2019, entre as vulnerabilidades que colocaram em risco os usuários do iOS, podemos lembrar a implantação de versões que reabriram acidentalmente falhas corrigidas anteriormente e que permitiram a geração de um jailbreak para a versão 12.4. Outro exemplo foi a falha no aplicativo iMessage, que permitia a um atacante ler arquivos do telefone comprometido. As detecções de malware para iOS cresceram 98% em relação a 2018 e estavam quase triplicando o número de detecções que observamos em 2017, com um aumento de 158%.

É importante lembrar que nenhuma plataforma é invulnerável. Infelizmente, a proteção de nossos dados é um trabalho árduo sem descanso e que os cibercriminosos só precisam acertar apenas uma vez para obter o controle de nossas informações. Portanto, qualquer que seja o sistema operacional usado, avalie sempre a probabilidade de comprometimento em diferentes cenários e adquira antecipadamente as ferramentas e hábitos de segurança que permitirão evitar qualquer incidente digital.

Obrigado a todos pela atenção e pela paciência que tiveram em acompanhar essa longa (e um tanto monótona) sequência de postagens, sobretudo porque o tema, a despeito sua importância, tende a se tornar desgostante em tempos dessa pandemia viral biológica, que constitui séria ameaça nossa saúde e põe em risco nossa sanidade mental.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O VETUSTO XP, WLADIMIR PUTIN E A NOVA LOGOMARCA DO WINDOWS



POLÍTICA É A ARTE DE DIAGNOSTICAR INCORRETAMENTE OS PROBLEMAS E LHES APLICAR O REMÉDIO ERRADO. 

Depois do fiasco do Windows ME (Millennium Edition), lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio, a Microsoft deu à luz o Windows XP (de eXPerience), cortando de vez o cordão umbilical com o vetusto Windows 9x/ME.

Baseado no kernel (núcleo) do Windows NT (New Technology), a nova edição do sistema operacional para PC mais bem-sucedido da história foi lançada comercialmente em 25 de outubro de 2001, com pompa e circunstância dignas do nascimento de um príncipe. Tamanho foi o sucesso que a mãe da criança estendeu o suporte ao filhote até abril de 2014, tornando-o a edição mais longeva da história do Windows. Ainda que alguns atribuam essa longa vida ao fracasso do Vista, é bom lembrar que poucos meses depois de lançado, em 22 de outubro de 2009, o Windows 7 tornou-se um sucesso de crítica e de público.

Como sabe quem acompanha nosso humilde Blog, os produtos da Microsoft têm um ciclo de vida pré-definido, que se inicia quando o software é lançado e termina quando ele deixa de receber suporte — inclusive atualizações críticas e de segurança. Depois disso, o programa continua funcionando, mas a segurança dos usuários fica prejudicada, pois os cibercriminosos continuam buscando brechas de segurança que, para piorar, deixam de ser corrigidas pela empresa de Redmond.

O Windows 10 ainda não cumpriu a ambiciosa missão de conquistar 1 bilhão de usuários, mas vem avançando a passos largos. Em janeiro do ano passado, um a cada dois computadores rodava o “novo sistema”. Somadas todas as edições lançadas a partir do XP (inclusive), o Windows abocanha quase 80% do seu segmento de mercado — para efeito de comparação, o OS X, da Apple, fica com modestos 16,46%. Segundo dados do site StatCounter Global Stats, o Win 10 terminou 2019 com 65,4% da preferência dos usuários da plataforma, seguido pelo Seven (26,79%), pelo 8.1 (4,87%) e pelo XP (1,29%). O Vista carrega a lanterninha, com 0,31%.  

Apesar dos riscos de se manter o XP em uso depois que seu suporte estendido foi encerrado (em 2014), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, continua fiel ao velho sistema. A curiosidade foi relatada pelo site Open Media e confirmada pela Sociedade Russa de Proteção da Internet.  

Putin usa o XP não só no escritório presidencial, mas também em sua residência oficial. O motivo é que essa edição foi a última certificada como “segura” pelas autoridades russas. Os funcionários do governo daquele país até podem optar por versões mais modernas, como o Windows 10, a não ser que o computador seja usado para hospedar segredos de estado em potencial, caso em que as opções ficam limitadas ao XP ou algum sistema alternativo, como o AstraLinux, que é 100% russo.

A Rússia pretende eliminar todos os sistemas operacionais populares de seus escritórios e adotar seu próprio sistema baseado em Linux. De acordo com o projeto divulgado há alguns meses, o AstraLinux deve substituir em breve o Windows em todos os computadores da administração do país. Até lá, estima-se que 20% dos funcionários continuem usando o jurássico XP. Essa conduta remete a uma estratégia russa de remover influências estrangeiras. Recentemente, o país decidiu criar sua própria Wikipedia e introduziu uma nova lei que forçará smartphones, PCs e outros eletrônicos a ser fornecidos com um software russo pré-instalado. Putin também aprovou uma lei que isola a Internet da Rússia do resto do mundo.

Por último, mas não menos importante, a Microsoft redesenhou o logo de diversos aplicativos do seu sistema operacional e está reformulando mais de 100 ícones com novas cores, materiais e acabamentos. As mudanças fazem parte de uma iniciativa para modernizar o software e seus serviços, sob o conjunto de princípios do Fluent Design. Mas a maioria das alterações foi sutil; o foco da empresa parece ter sido a limpeza no ícone do sistema, já que o Win 10 possui símbolos inconsistentes que aparecem em algumas configurações e aplicativos. Uma das soluções para esse problema foi a criação do Windows 10X, projetado para dispositivos de tela dupla e com um novo menu inicial e sem as animações Live Tiles.

O logotipo que faz parte do Windows 8 e 10 possui uma cor plana, enquanto o novo se assemelha com um gradiente azul, com cada trimestre do ano possuindo uma tonalidade diferente. Outras áreas que devem ser alteradas são os painéis de configuração e o centro de notificações, de forma com que os usuários consigam acessá-los mais rapidamente. O trabalho com os ícones da empresa em parceria com a Fluent Design tem sido até o momento um processo gradual, que deve continuar ao longo deste ano. O navegador Edge agora possui um ícone totalmente novo, assim como o próprio MS Office, que ostenta um logotipo mais moderno. Os designers da empresa trabalham no momento de forma colaborativa, que é descrita internamente como uma maneira de "código aberto".

Fonte: FossbytesGenbeta