terça-feira, 25 de junho de 2024

RELEMBRANDO...

INVENTAMOS HORRORES FICTÍCIOS PARA SUPORTAR OS REAIS.
 
Plutão era o nono planeta por ordem de afastamento do Sol até 2006, quando foi rebaixado a objeto transnetuniano  corpo celeste com características de planeta, mas que não satisfaz todos os requisitos necessários para ser considerado como tal; apesar de orbitar o Sol, possuir massa suficiente para que sua gravidade o torne quase esférico, Plutão compartilha sua órbita com outros objetos do Cinturão de Kuiper.
 
Observação: Em 1951, o astrônomo holandês Gerard Kuiper teorizou sobre a existência de um conjunto de asteroides que orbitam o Sol nos confins do Sistema Solar, depois de Netuno. A teoria foi comprovada em 1992, e essa região do espaço foi batizada de Cinturão de Kuiper.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Nunca votei no PT e jamais acreditei em uma palavra ou boa intenção do presidente Lula — afirmou o colunista e blogueiro Ricardo Kertzman. Assim penso e me manifesto desde muito antes de ser moda não gostar do lulopetismo. Sou incondicionalmente plural e tolerante com o pensamento oposto e acredito piamente na troca de ideias e no bom debate como formas de aprendizado e crescimento. Minha treta com o PT não é apenas ideológica, mas de princípios — não me refiro a princípios éticos, que boa parte daquela gente não tem, mas à maneira com que o lulopetismo enxerga Estado, economia e iniciativa privada.
Lula 3 caminha a passos largos rumo ao desastre de Dilma 2, iniciado em Lula 2. Essa gente não esquece nada nem aprende nada. Continua sem rumo, com ideias mofadas, investindo contra quem sustenta o País. Dias atrás, o xamã petista culpou o "Mercado" pela fome de milhões de crianças pobres no Brasil, quando os verdadeiros responsáveis são a corrupção, a gastança desenfreada e a incompetência do Poder Público.
Lula venceu a última eleição porque o oponente era um desqualificado que o ressuscitou das catacumbas de Curitiba. Sua mínima margem de votos deixou clara a falta de apoio que teria da população. 
Ao se deparar com um Congresso nada amigável e cada vez mais poderoso e guloso. E como ele se cercou de um bando de incompetentes e perdidos, restarma somente o confronto (nada original) e a sanha arrecadatória de sempre. "O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão alcançar a meta de déficit sem comprometer os investimentos", lecionou sua excelência. 
O plano é cobrar mais impostos — como se quase 40% do PIB já não fossem inaceitáveis  e reduzir na marra a Selic — que está elevada devido justamente à irresponsabilidade fiscal de seu péssimo governo. Reforma administrativa, melhoria da gestão, cuidado com os gastos? Que nada!
A reação negativa dos mercados vem dando o tom do que nos espera, mas isso é apenas uma parte do problema. Mercados sobem e caem, vêm e vão. O cerne da questão é a direção para onde o bico do avião aponta. 
Enquanto Lula não der ouvidos a Haddad – que está longe de ser um gênio, mas ao menos vem buscando algum equilíbrio fiscal —, o risco de nova hecatombe será cada vez maior e real, com potencial para deixar no chinelo os três anos de recessão de Dilma, a inovidável estocadora de vento.
 

Vênus e Marte aparecem em meio às 4 mil estrelas que avistamos a olho nu quando a poluição e as luzes das cidades não atrapalham, mas nosso "vizinho de porta" mais próximo é MercúrioA distância média entre ele a Terra é de 91,7 milhões de quilômetros, mas cai para 77 milhões de quilômetros na conjunção inferior e aumenta para 221 milhões de quilômetros quando passa pelo lado oposto do Sol em relação a nós. 

Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol. Ele foi batizado com o nome do deus romano da velocidade porque sua translação dura apenas 3 meses terrestres, embora ele leve 59 dias para rotacionar em torno do próprio eixo. 

É possível avistar Mercúrio (geralmente ao amanhecer ou ao entardecer) quando ele está em seu ponto mais alto no céu e, portanto, não é ofuscado pelo brilho do Sol. Em algumas ocasiões, ele fica visível por semanas a fio.

segunda-feira, 24 de junho de 2024

SAMSUNG ONE UI E KNOX

NÃO SE IMPORTE COM COMENTÁRIOS QUE NÃO VÃO MUDAR SUA VIDA.

 
Google atualiza o Android anualmente, mas o suporte às novas versões do robozinho verde depende da marca, modelo e data de lançamento de cada aparelho. Todavia, mesmo depois que o período de atualizações termina, o dispositivo pode continuar recebendo por mais algum tempo os patches de segurança para a versão em que ele "estacionou".
 
Apple não informa durante quanto tempo os iPhones recebem atualizações do iOS, mas a média é de 6 anos. Aparelhos da Samsung chegam a receber 5 atualizações do Android e patches de segurança por até 6 anos. Modelos "premium" da Motorola têm direito a 2 atualizações do sistema e 2 anos de pacotes de segurança bimestrais. Já a Xiaomi garante 3 anos de atualizações do Android e da interface MIUI em sua linha principal (Mi).

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Em seu discurso de posse como presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia deixou claro que o foco do Tribunal nas eleições deste ano será o combate às chamadas fake news

As palavras da magistrada ornam com as necessidades atuais, mas é preciso levar em conta: 1) a inexistência de uma lei que diferencie falsidades deletérias capazes de alterar o rumo de uma eleição de mentiras que são desmentidas com a verdade; 2) a existência de uma tecnologia cuja potência se intui, mas sobre a qual não se tem ainda completo conhecimento nem instrumentos eficazes de enfrentamento.

O embate se avizinha duríssimo, sem garantias de sucesso e com riscos de distorções, mesmo que involuntárias, à salvaguarda de direitos.

O refletor aceso pelo TSE sobre as plataformas digitais, em contexto de omissão do Congresso, não pode deixar na obscuridade outros aspectos sob a jurisdição da Justiça Eleitoral — bem mais antigos e ainda não resolvidos — como a morosa e defeituosa fiscalização das contas dos partidos, hoje inteiramente financiados com dinheiro público, e o olhar complacente sobre os abusos cometidos por candidatos à reeleição.

Para além das redes sociais, frequentam desde sempre o anacrônico horário político obrigatório no rádio e na televisão — uma usina de manipulações e falsidades que o contribuinte paga para ser feito de palhaço e ter os ouvidos feitos de penico.

Os artefatos de exaltação enganosa de candidatos e desqualificações danosas de seus adversários nunca foram alvo de posições tão enfáticas como as que ora oriundas do tribunal. Não por carência de exemplos, e sim por excesso de benevolência para com seus autores. Mas os defeitos do que está aqui requerem a mesma atenção dedicada aos malefícios do que vem por aí.

 
Lançado originalmente em 2018, o One UI é uma interface personalizável voltada à família Galaxy. A versão 5.0 com Android 13 começou a ser distribuída em outubro de 2022, e a 5.1, em fevereiro do ano passado.  A One UI 6.0 com Android 14, que começou a ser liberada poucos meses atrás, oferece um pacote de melhorias para apps, novos recursos de design e visual mais moderno, com novos emojis e uma fonte que melhora a legibilidade da tela. O painel rápido do sistema apresenta configurações agrupadas para facilitar o uso, permitindo, por exemplo, ajustar a luminosidade do display de uma forma mais rápida e intuitiva. 

Para fotos, o software analisa as imagens que o usuário está vendo e sugere ferramentas de edição mais relevantes. Para vídeos, o Samsung Studio realiza edições em várias camadas, permitindo, dentre outras coisa, a adição de textos, adesivos e músicas. No quesito segurança, ela traz o Knox Matrix, que, entre outras novidades, como o login sem senhas. 
 
O Samsung Knox, lançada em 2013, implementa uma camada adicional de proteção por meio de hardware e software integrados, criando um ambiente seguro e isolado que protege os dados e as informações sensíveis das ameaças cibernéticas. Por vir ativado por padrão e atuar em segundo plano, ele dispensa configuração e intervenções constantes do usuário. 
 
Para fazer frente a novas ameaças, a Samsung atualiza o Knox regularmente. A instalação costuma ser automática, mas pode ser feita manualmente — basta acessar as Configurações do aparelho e tocar em Atualizações de software (ou algo semelhante). Caso haja uma atualização disponível, siga as instruções na tela para baixar e instalar, lembrando que o espaço necessário varia conforme a versão, e que você deve manter o dispositivo carregando se o nível da bateria estiver abaixo de 50%.  
 
Por último, mas não menos importante, tenha em mente que nenhum sistema é completamente invulnerável. Em rio que tem piranha, jacaré dada de costas.

domingo, 23 de junho de 2024

DICAS PARA AS NOITES FRIAS DO OUTONO

TENHA FÉ, MAS AMARRE SEU CAVALO.

Depois do calorão de maio, junho trouxe um friozinho gostoso. O calor voltou, mas o inverno começou na última quinta-feira, e as madrugadas têm sido frias. 

Noites quentes combinam com salada e cerveja, mas noites frias pedem um single malt antes, um chianti durante e um cognac depois de uma sopa quentinha. A má noticia é que, somados, os preços das bebidas que eu sugeri equivalem ao de um cruzeiro no superiate da Ritz-Carlton. A boa notícia é que as sugestões de sopa que você verá a seguir são econômicas e fáceis de preparar. Vamos a elas.
 
Para uma sopa francesa de cebola, você vai precisar de 8 xícaras de caldo de carne (preferencialmente caseiro), 8 fatias de queijo suíço ou alpino, 8 fatias de pão francês cortados em cubos de 2,5 centímetros, 4 xícaras de cebola branca cortada em fatias, 4 xícaras de cebola roxa cortada em fatias, 2 colheres (chá) de azeite extravirgem, ½ colher (chá) de açúcar, ½ colher (chá) de pimenta-do-reino moída na hora, ¼ de xícara de chá de vinho branco, ¼ de colher (chá) de tomilho fresco picado e o mesmo tanto de sal.
 
— Aqueça o azeite em fogo médio-alto, adicione as cebolas e salteie-as por 5 minutos ou até ficarem macias; 
— Junte o açúcar, a pimenta e o sal e cozinhe em fogo médio por 20 minutos, mexendo com frequência; 
— Aumente a chama e salteie até as cebolas ficarem escuras — mas tome cuidado para não deixá-las queimar e, consequentemente, amargar; 
— Adicione o vinho, cozinhe por 1 minuto, junte o caldo de carne e o tomilho;
— Assim que ferver, tampe a panela, baixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 2 horas. 
— Nesse entretempo, coloque os pães em uma assadeira e leve ao forno preaquecido (180°C) por 2 minutos, virando-os na metade do tempo. 
— Em outra assadeira grande, coloque a sopa em 8 tigelas refratárias (que possam ir ao forno), coloque o pão tostado e as fatias de queijo por cima e leve ao forno por cerca de 3 minutos (ou até o queijo gratinar).
 
Se quiser fazer uma sopa de cenoura para coelho nenhum botar defeito, você vai precisar de 2 cenouras grandes, 2 tomates sem pele e sem sementes, 1 cebola média, 2 dentes de alho graúdos, 2 batatas médias, azeite para refogar e sal, pimenta-do-reino e cheiro verde a gosto.
 
— Numa panela grande, aqueça o azeite, acrescente a cebola picadinha e refogue em fogo médio; quando ela ficar translúcida, adicione os dentes de alho amassados. ela fique translúcida e adicione os dentes de alho amassados;
— Assim que o alho dourar, junte o restante dos legumes picadinhos, refogue por mais alguns minutos e acrescente água suficiente para cobri-los;
— Aumente o fogo e cozinhe por cerca de 20 minutos, até que a cenoura e a batata estejam bem macias;
— Transfira o conteúdo da panela para o liquidificador e bata até formar um creme — se quiser deixar sua sopa mais cremosa, adicione 2 colheres (sopa) de creme de leite.
— Volte com o creme para a panela, tempere a gosto, espere ferver, finalize com cheiro-verde e sirva quente!
 
Dica: você pode incrementar a receita acrescentando bacon picado, linguiça calabresa e até carne desfiada.
 
Se você não aprecia sopa, que tal um strogonoff de filé bem suculento, acompanhado de arroz branco e batata palha? Você vai precisar de ½ kg de filé mignon picado em cubinhos de mais ou menos 1 cm, 2 colheres (sopa) de óleo de girassol, 1 cebola média picada, 1 colher (chá) de sal, 2 colheres (chá) de pimenta-do-reino moída na hora, 150 g de cogumelos cortados em fatias, 1 dose de conhaque (para flambar), 1 ½ colher (sopa) de molho inglês, ½ xícara de polpa de tomate, 1 colher (sopa) de ketchup, 1 colher (sopa) de mostarda e 200 ml de creme de leite.
 
— Aqueça o óleo numa frigideira grande, refogue a cebola, junte a carne e frite em fogo alto (mexendo para não soltar água);
— Tempere com o sal e a pimenta, acrescente os cogumelos e o conhaque, deixe em fogo alto e incline ligeiramente a frigideira para que a chama do fogão entre em contato com o molho e flambe os ingredientes;
— Quando a chama apagar, adicione o molho inglês, a polpa de tomate, a mostarda e o ketchup;
— Quando levantar fervura, junte o creme de leite e desligue o fogo e sirva quente.
 
Dica: como o filé-mignon é vendido em peças e o preço anda pela hora da morte, você pode usar patinho ou outro corte (magro) de sua preferência; se não gosta de cogumelos, substitua-os por azeitonas carnudas, sem caroço e cortadas ao meio

Bom apetite. 

sábado, 22 de junho de 2024

COMO PROTEGER SEU IP EM CHAMADAS PELO WHATSAPP

WHAT HAPPENS IN VEGAS STAYS IN VEGAS.

Em novembro de 2023, o WhatsApp recebeu uma ferramenta de segurança que permite proteger o endereço IP do usuário em chamadas. IP é uma sequência única de números atribuída a cada dispositivo conectado a uma rede. Ele funciona como a "identidade" desse dispositivo na Internet, permitindo a troca de informações. 

Manter o IP visível não só facilita o "trabalho" dos hackers, que o utilizam para identificar e direcionar seus ataques a dispositivos específicos, mas também compromete a privacidade, já que o número em questão pode ser usado para rastrear a localização geográfica aproximada do usuário. Como medida de proteção, recomenda-se usar serviços como VPNs (redes privadas virtuais), que ocultam o IP, aumentando a segurança e a privacidade online.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

O ano de 2024 não tem sido fácil para o Ibovespa. De janeiro a junho, as perspectivas para o principal índicador da Bolsa de Valores foram da euforia à frustração. No início do ano, falava-se numa Selic de 9% em dezembro e esperava-se que o FED (banco central americano) iniciasse o ciclo de corte de juros em junho. Mas nada saiu como o esperado.
No Brasil, ruídos políticos acerca da meta fiscal, que passou de superávit para déficit zero em 2025, derrubaram qualquer expectativa de juros de um dígito no final do ano — agora já se fala em 10,25% até 2025. Como resultado, o Ibov caiu mais de 10% no acumulado do ano (detalhes na postagem do dia 19).
É natural que o investidor migre para ativos mais estáveis e seguros, como títulos de renda fixa, que acabam de atingir a maior captação financeira líquida da história (no primeiro quadrimestre deste ano, a arrecadação foi de mais de R$ 154 bilhões). Mas alguns analistas acham que essa decisão não se justifica, pois o atual patamar da bolsa — na casa dos 120 mil pontos — é uma oportunidade para o investidor mais resiliente: enquanto os títulos de renda fixa vão entregar 7%, os ativos da renda variável podem disparar até o fim do ano.
Existem basicamente dois fatores que sustentam essa tese. O primeiro é que a Bolsa está estupidamente barata; o segundo é a possibilidade de o capital gringo retornar ao Brasil no próximo semestre. No início do ano, projetava-se que o Ibov encerrasse 2024 aos 170 mil pontos. Diante de tantos acontecimentos adversos, as expectativas foram reduzidas, mas ainda existe um potencial de alta. 
De acordo com a Money Times, o índice pode alcançar os 145 mil pontos em 2024 — ou seja, ainda pode subir mais de 20%. 
Em 2023, depois de muitos altos e baixos, a B3 fechou o ano com 22% de alta com movimentos entre novembro e dezembro. Claro que águas passadas não movem moinhos, mas uma “reviravolta” ainda este ano não só é possível como provável. 
Dito isso, o momento é de se posicionar em ações de excelentes empresas, que estão sendo negociadas a preços muito abaixo de sua média histórica. Com o S&P 500 subindo muito acima das expectativas — já foram mais de 14% de alta este ano —, o mercado projeta uma forte realização de lucros lá fora. Se isso se confirmar, parte desse capital pode vir para o Brasil — desde que o governo reforce seu compromisso com a meta fiscal, mesmo que não consiga garantir o cumprimento, e que o BC continue fazendo a lição de casa (Campos Neto deva continuar regendo a orquestra até 31 de dezembro). 
Sanadas essas questões, a bolsa poderá ter uma "ajudinha gringa" no segundo semestre e passar por um novo ciclo de alta.
Resumo da ópera: ainda que essa perspectiva seja otimista, não é o momento de se posicionar em qualquer ativo. Como dizia meu finado pai, "macaco que pula de galho em galho está procurando chumbo".
 
Com a VPN ativada, as chamadas no WhatsApp passam a ser retransmitidas por meio dos servidores Meta/WhatsApp, e o endereço de IP verdadeiro é ocultado. Para fazer o ajuste:

1 - Abra o WhatsApp, acesse Configurações e toque em Privacidade;

2 - Na tela seguinte, em Configurações Avançadas, deslise o botão para Proteger o endereço IP nas chamadas. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

AINDA SOBRE GOOGLE E PRIVACIDADE

O TEMPO TRANSFORMA TUDO, MAS QUEM NASCE BURRO NÃO MORRE CAVALO.


Um grande vazamento ocorrido no final do mês passado abriu uma das principais caixas-pretas da internet: o Search Engine Optimization, que define quais páginas estarão no topo do buscador mais popular do mundo. 

O assunto sempre foi um segredo guardado a sete chaves, já que o Google defendia que atores maliciosos poderiam se valer das informações para ranquear as buscas. A justificativa faz algum sentido, mas o problema das meias-verdades é que elas costumam salientar a metade que não é verdadeira.

A pergunta que se coloca é: por que milhões de páginas mundo afora dependem de uma boa classificação para se manteres relevantes, gerar tráfego e, consequentemente, se monetizarem? Traduzindo para o português do asfalto: o buscador do Google pode sumir com páginas importantes de interesse público, enquanto dá evidência a conteúdos menos relevantes.  

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Um ministro de Estado indiciado por corrupção não pode continuar no governo, mas Juscelino Filho continua ministro, já que foi indicado pelo senador David Alcolumbre, e Lula não pode se indispor com o Centrão nem (muito menos) com os futuros presidentes da Câmara e do Senado. Talvez por isso ele aposte na agenda nostálgica e invista no acirramento da polarização — cuja semente plantou em priscas eras com seu abjeto "nós contra eles". E se acredita que foi mesmo inocentado, é (mais um) sinal que deveria ser internado.
Algumas melhoras pontuais (como na economia antes do dilúvio) não bastaram para reverter os resultados das pesquisas. Ainda restam 65% do terceiro (e, queira Deus, derradeiro) mandato de Lula, mas as apostas eleitorais para 2026 já começam a ser feitas. Se continuar caminhando entre os vivos, morando no Alvorada e investindo na polarização em outubro de 2026, o xamã petista pode não conseguir sequer uma vitória pífia como a de 2022 (quando derrotou o dejeto da escória da humanidade com a menor diferença de votos válidos desde a redemocratização). Claro que há mais torcida que expectativa de que isso venha a ocorrer, mas é nítido que o xamã petista apostou no descaso, jogou no improviso e agora colhe derrotas.
E o que dizer do tal leilão de arroz, vencido por uma quitanda, uma locadora de veículos e uma sorveteria, senão que Lula parece não ter aprendido nada com o Mensalão, o Petrolão e os 580 dias de férias compulsórias na PF de Curitiba? Depois que a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina acionou o TCU, Lula mandou anular o leilão impregnado de suspeição e aceitou o pedido de demissão — eufemismo para exoneração — do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, "chegado" de Robson Luiz Almeida França, dono de duas das empresas que intermediaram a venda de 44% do arroz adquirido pela Conab. Outra empresa — do mesmo personagem — tinha como sócio Marcelo Geller, filho do secretário demissionário. O cancelamento do leilão não afasta a necessidade de investigação. Se houve inépcia ou desonestidade, o contribuinte merece pratos limpos.
Como se não bastasse, deputados fisiologistas se preocupam em pôr fim à delação premiada de réu preso (como se em liberdade o elemento se sentisse motivado a abrir o bico) e brindar as vítimas de estupro com 20 anos de prisão (o dobro da pena imposta aos estupradores). 
Tudo isso faz parte do mesmo contexto, como disse uma vez Romero Jucá: "temos que estancar esta sangria, com Supremo e tudo”. E é isso que nossos eminentes togadas estão fazendo ao anular provas, condenações, multas e por aí afora.

O vazamento sugere que o buscador estava fazendo coisas que o Google havia dito que não fazia, como ranquear páginas usando dados dos sites, como número de cliques, e dados dos usuários do Chrome. Assim, um site popular com muitos acessos “fura a fila” e aparece primeiro no ranking de buscas, mesmo que as informações sejam de pior qualidade.  

Os documentos sugerem também que o Chrome foi criado porque o Google queria analisar cada clique dos usuários. Considerando que o programa é usado por 64% dos internautas mundo afora, esse escândalo levanta questões sobre privacidade e críticas à IA da empresa.

Google reconheceu o vazamento, mas alegou que não é possível tirar conclusões precisas acerca dos dados expostos publicamente.
 
Vamos ver que bicho dá.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

E LA NAVE VA GIU


A DIFERENÇA ENTRE ESTADISTA E POLÍTICO É QUE O ESTADISTA 
PERTENCE À NAÇÃO E O POLÍTICO PENSA QUE A NAÇÃO LHE PERTENCE.

Em março de 2020, três meses depois de alcançar os 120 mil pontos, o Ibovespa pegou Covid e caiu para 63.569. Restabelecido, voltou ao patamar anterior em 2021 e 2022 e beirou os 135 mil pontos em dezembro de 2023. Mas o ano virou e o vento mudou. 

Depois que os gringos sacaram R$ 4,63 bilhões em apenas dois dias, os 125 mil pontos foram para o beleléu. Agora, o iBov sua a camisa para retornar à casa dos 120 mil — e, pelo andar da carruagem, deve encerrar o ano bem abaixo dos 200 mil preconizados anteriormente pelos analistas mais otimistas.

A meta de déficit zero de Haddad ficou para 2025. O ex-poste e ex-bonifrate do ex-corrupto amarga seu pior momento no Ministério da Fazenda. Além de convencer Lula da necessidade de equilibrar as contas públicas, ele precisa resgatar a própria credibilidade como fiador do arcabouço fiscal. E servir a dois senhores é uma missão quase impossível — perguntado sobre a fórmula do sucesso, JFK disse que ela não existia, mas que a do fracasso era tentar agradar a todos. 

O ministro esperava arrecadar mais de R$ 29 bilhões com a "MP do Fim do Mundo", mas ela foi devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. No passado, os parlamentares aprovaram medidas que aumentaram a arrecadação; agora, recusam-se a compactuar com o aumento da carga tributária — não por estarem preocupados com a situação periclitante dos "contribuintes", mas porque haverá eleições em outubro. 

Haddad diz que não há plano B, mas vai ter de negociar com o Congresso para "encontrar" os R$ 26 bilhões de que precisa para compensar a desoneração da folha de salários de 17 setores da economia e dos municípios de até 156,2 mil habitantes. O problema e que ele e Simone Tebet estão isolados. A ministra sugeriu a revisão da vinculação do salário-mínimo aos benefícios previdenciários, mas foi desancada nas redes por Gleisi Hoffman, presidente do PT, e criticada por Rui Costa e outros ministros palacianos contrários ao corte de despesas em ano eleitoral. Ninguém se dignou de defendê-la.

O desgaste do ministro não interessa ao governo nem (muito menos) ao mercado. "Se quem entrar se meter a besta, a inflação começar a subir e o mercado perder a confiança, vai ser um grande e rápido fiasco político", ponderou Armínio Fraga, ex-presidente do BC. O custo político da demissão seria elevado, sem falar que de nada adianta trocar as rodas da carroça quando o problema é o burro. 

Rumores sobre a troca de comando na Fazenda levaram líderes governistas a defender a permanência de Haddad no cargo. O senador  Jacques Wagner — que elogiou a devolução da MP por Pacheco — foi um deles, e o próprio Lula disse que Haddad é um ministro extraordinário e que desconhece pressões sobre ele. Mas o presidente se irrita com as discussões sobre o déficit fiscal. Dias atrás, disse que o aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros reduzirão o déficit sem comprometer o investimento público. Ato contínuo, a Bolsa caiu e o dólar fechou o dia em R$ 5,42

Segundo um velho ditado, os sábios aprendem com os erros alheios e os tolos aprendem com os próprios erros. Lula não aprendeu nada nos dois reinados anteriores nem nos 580 dias de férias compulsórias que gozou em Curitiba. Dirige o país com os olhos no retrovisor, mas não é capaz de enxergar a própria imagem refletida no espelho. Talvez "caia na real" quando se der conta de que o trono está em risco. 

Sempre existe a possibilidade de um presidente não concluir o mandato ou de não mais caminhar entre os vivos para disputar a reeleição, mas análise é análise, torcida é torcida e fato e fato, e o fato é que imbróglio da MP 1.227 ainda não produziu um choque de realidade. Em abril, o déficit nominal atingiu o recorde de R$ 1,043 trilhão no acumulado de 12 meses, e a mudança da meta do arcabouço fiscal para 2025 tornou pior o que já era ruim. 

As falas de Lula e de Haddad contribuem para a desconfiança sobre a leniência em relação ao avanço de preços às vésperas da troca de comando do BC. Lula repete ad nauseam que Campos Neto "tem lado político" e o culpa por tudo que deu errado no mundo desde as 10 pragas do Egito. Em seu penúltimo ataque, tentou terceirizar os desafios impostos à política econômica — "não tem explicação a taxa de juros do jeito que está" — e pisou no economista ao revelar sua inconformidade com o jantar de 70 convidados oferecido ale por Tarcísio Gomes de Freitas no Palácio dos Bandeirantes (detalhes na entrevista à CBN).

Lula não está fazendo nada diferente do que fez desde o início de seu terceiro (e queira Deus derradeiro) mandato, e o próprio Campos Neto forneceu a munição para as críticas, sobretudo ao participar do tal jantar — procedimento que não orna com o caráter independente do Banco Central. O xamã petista sabe muito bem como explorar esses episódios, mas o tiro pode sair pela culatra se ele acreditar realmente que o BC é a única coisa desajustada no país.

 
A irresignação presidencial não influenciou a decisão sobre a Selic, que ficou mantida em 10,5% ao ano encerrando um ciclo de sete cortes seguidos. A unanimidade na decisão, ao contrário do que ocorreu na última reunião. A decisão mostra um Copom alinhado com investidores, já que não cedeu à pressão política de Planalto. 
 
Com o cenho carregado, a voz roufenha e o dedo indicador em riste como a cauda de um escorpião antes do bote, Lula acusou Campos Neto de usar a autonomia do BC como trampolim para acrobacias políticas e mimetizar o comportamento de Sergio Moro, que trocou a 13ª Vara de Curitiba pelo Ministério da Justiça sob Bolsonaro. Trovejou que, "se for necessário", ele disputará um quarto mandato "para evitar que trogloditas voltem a governar o país".

Observação: Em atenção aos desmeriados e descerebrados de sempre, cumpre esclarecer que o morubixaba petista se referiu ao mico do bolsomínions, que bateu no iceberg das urnas em 2022 quando o conservadorismo civilizado trocou o Titanic do capetão pelo "arco democrático" que reconduziu o molusco de Garanhuns, e afundou na inelegibilidade da Justiça Eleitoral depois que a direita neandertal que o elegera em 2018 foi para a rua no 8 de janeiro de 2023

Num ambiente polarizado como o atual, cara feia, dedo e riste e chuva de perdigotos não bastam para evitar que a "direita não-troglodita" migre para Tarcísio em 2026Lula terá que exibir resultados efetivos. E aí que a porca torce o rabo.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

SOBRE A DEEPFAKE

PARA ANDAR SOBRE AS ÁGUAS É PRECISO SABER ONDE ESTÃO AS PEDRAS.

Os termos "vigarice" e "vigarista" têm como origem a palavra "vigário", que os dicionários definem como aquele que faz as vezes de outro, substitui o prelado de uma paróquia ou trapaceia outrem. 

Numa crônica publicada em 1926, Fernando Pessoa anotou que um proprietário rural chamado Manuel Peres Vigário comprou gado com notas falsas de 100 mil réis, e o episódio ficou conhecido como "os contos de réis do Manuel Vigário" e, mais adiante, como "conto do vigário". 
 
Outra versão remete a um episódio no qual duas paróquias ouro-pretenses disputavam uma imagem de Nossa Senhora, e um dos vigários sugeriu amarrar a santa a um burro e soltá-lo entre as duas igrejas. A paróquia para a qual o animal se dirigiu ficou com a imagem, até que se descobriu que ele pertencia ao vigário daquela paróquia. 

Uma terceira hipótese remonta ao final do século XIX, quando uma quadrilha enviava cartas a famílias abastadas, relatando passagens dramáticas e comoventes. Em um relato da época, lia-se que "no conto do vigário, os espertos fazem de tolos os tolos que querem ser espertos".

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A privatização das praias tem sido um tema altamente controverso e polarizador. Enquanto alguns argumentam a favor como forma de melhorar a infraestrutura e a gestão das áreas, outros veem como uma ameaça ao acesso público a estes espaços naturais. E não sem razão, haja vista casos recorrentes de assédio e constrangimento por parte de funcionários de hotéis e resorts, em áreas defronte à praias, a banhistas não hospedados. 
A discussão segue no Senado sob relatoria do senador conhecido pelas rachadinhas em seu gabinete na Alerj e operações imobiliárias lucrativamente fora do comum, muitas delas realizadas em dinheiro vivo vindo da venda panetones de chocolate, e ganhou ainda mais destaque após manifestações de alguns governos praianos, que argumentam que tal medida poderá levar a uma onda de investimentos em infraestrutura, serviços e segurança. Já os críticos, alertam para os riscos de exclusão e limitação do acesso, e argumentam que praias são bens naturais que devem ser protegidos e acessíveis a todos, independentemente de sua condição financeira. Além disso, há preocupações sobre possível degradação ambiental e descaracterização das áreas sob gestão privada, risco sensivelmente real diante o histórico de pouco caso do Poder Público. 
Outro fato que chama a atenção é a colidência com outro Projeto de Lei, em trâmite no Congresso Nacional, que visa legalizar e regulamentar os cassinos e jogos de azar. O litoral, como sabido, é costumeiramente palco para grandes empreendimentos do setor pelo mundo inteiro. Flávio Bolsonaro e o também senador Irajá Filho já viajaram juntos a Las Vegas, nos EUA, para tratar deste tema. O debate continuará fervendo, com diferentes partes interessadas e, muitas vezes, antagônicas. Encontrar equilíbrio entre desenvolvimento sustentável, preservação ambiental e garantia do direito público requer diálogo aberto e abordagem criteriosa, o que, via de regra, não acontece. 
Quando o assunto é privatização, também a política deveria passar para as mãos de gestores privados. Leia-se: privatize-se o Congresso Nacional (texto de Ricardo Kertzman).
 
Com a popularização da Internet, o conto do vigário ganhou roupagem digital e o nome "phishing scam". 
Em outras palavras, trata-se do velho 171 adaptado ao universo digital (para saber mais sobre "engenharia social", clique aqui). Para induzir as vítimas a seguirem suas instruções (abrir um anexo suspeito ou clicar num link malicioso, por exemplo), os cibervigaristas se valem de "ofertas imperdíveis" a notificações aparentemente expedidas por órgãos públicos — como SPC/Serasa, Receita Federal, Justiça Eleitoral, etc. —, operadoras de telefonia e/ou de TV por assinatura, instituições financeiras, administradoras de cartões de crédito, etc. E como os golpes têm "data de validade", novas modalidades surgem dia sim, outro também.

Os avanços da Inteligência Artificial são sopa no mel para os cibertrambiqueiros. Vídeos produzidos por meio de efeitos visuais eram comuns no cinema, mas, a deepfake (técnica usada para adulterar arquivos multimídia) tornou essa "magia", que até então era cara e trabalhosa, acessível através de aplicativos móveis e plataformas online. 
 
Para criar um vídeo de deepfake de determinada personalidade, o sistema precisa ser alimentado com fotos e vídeos em que a pessoa aparece. Quanto mais material houver, maiores serão as chances de obter um bom resultado. Treinada com base no conteúdo fornecido, a IA aprende como a pessoa se comporta e usa uma técnica chamada GAN (acrônimo de "rede adversária generativa" em inglês) para reproduzir seus movimentos e sua fala. 
 
No início de 2019, uma das ferramentas de deepfake mais conhecidas era o ZAO — um app chinês criado para iOS que permitia capturar uma selfie e embutir o rosto no corpo de um personagem de filme ou série em segundos. Por questões de segurança, o programa limitava as cenas em que os usuários podiam editar vídeos falsos, de modo a evitar que a técnica fosse usada para a criação de fake news. Mas não há nada como o tempo para passar.
 
FSGAN — criado por Yuval Nirkin e disponível na Open University of Israel — reproduz os trejeitos do rosto e a voz da fonte, mas requer um hardware de altíssimo desempenho. Já o Deepfakes Web processa as informações na nuvem e pode ser contratado por qualquer pessoa disposta a pagar US$ 2 por hora de uso.
 
Enquanto algumas deepfakes podem ser criadas por efeitos visuais ou abordagens de computação gráfica, as manipulações mais convincentes são desenvolvidas usando modelos de aprendizado profundo. O 5G e o poder de computação da nuvem permitem que o vídeo seja manipulado em tempo real, deixando a situação ainda mais complicada, já que as técnicas podem ser aplicadas em configurações de videoconferência, serviços de vídeo ao vivo e televisão.
 
Como sói acontecer o problema não é a ferramenta em si, mas no uso que se faz dela. Armas não matam pessoas; pessoas matam pessoas. Na educação, por exemplo, a deepfake pode revolucionar as aulas de história. Em 2018, o Illinois Holocaust Museum and Education Center criou entrevistas hologramáticas que permitiam aos visitantes interagir com os sobreviventes do Holocausto. Na medicina, vídeos manipulados podem ajudar no desenvolvimento de novas práticas de diagnóstico e monitoramento. Nos treinamentos empresariais, a técnica permite usar "pessoas virtuais" para substituir clientes reais. 
 
Por outro lado, a deepfake pode incrementar os ataques de phishing e de engenharia social, facilitar a fraude de identidade e burlar dispositivos de segurança — como a validação do login de usuários por reconhecimento facial —, e será mais um desafio com que a ministra Carmen Lucia, atual presidente do TSE, terá de lidar durante as campanhas eleitorais deste ano.