domingo, 4 de setembro de 2016

IMPEACHMENT ― DIVISÃO DA PENA ― MAIS UMA SAFADEZA PETRALHA OU O QUÊ?

A trama urdida para manter os direitos políticos de Dilma, que contou com o apoio dos presidentes do Senado e do STF, continua dando pano para manga. Para muitos, o intuito da maracutaia era abrir um precedente que favorecesse Eduardo Cunha no processo de cassação que tramita no Conselho de Ética da Câmara ― que, aliás, é o mais longo da história daquela Casa de Leis. Para outros, o objetivo era manter Dilma fora do alcance da Lava-Jato ― já que, como não foi inabilitada, ela poderá ser nomeada para alguma secretaria no governo de Fernando Pimentel ou de Rui Costa, e assim gozar do direito a foro privilegiado ― o Tribunal de Justiça de Minas ou da Bahia, conforme o caso.

Seja como for, a “dosimetria da pena” explorou o “coração-mole” de alguns senadores, que concederam à petista uma espécie de “prêmio de consolação”. A propósito, vale lembrar que uma das apoiadoras de Dilma no Senado teve o desplante de dizer que ela teria dificuldade para viver da aposentadoria (que, segundo ela, seria de cerca de R$ 5 mil), quando na verdade a ex-presidente custará ao erário mais de R$ 1 milhão de reais por ano em salários, funcionários, veículos oficiais e outras mordomias.

Também chamou a atenção foi o insurgimento de Collor, que renunciou ao cargo às vésperas do julgamento, achando que com isso o processo perderia objeto e ele preservaria seus direitos políticos. Mas o Senado julgou o impeachment assim mesmo, e tornou o "caçador de marajás" inelegível pelo período de oito anos.  

Embora venha se debatendo a legalidade do “destaque” ― retirada de um trecho para ser votado em separado ―, o busílis da questão é o fracionamento da pena, que, à luz do parágrafo único do artigo 52 da Constituição, é una. Confira:

Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis” (o grifo é meu).

Enfim, choveram mandados de segurança. DEM, PSDB e PPS recorreram da decisão ― que o ministro Gilmar Mendes classificou como “no mínimo bizarra”. O PMDB pulou fora na última hora, a despeito de seu atual presidente, Romero Jucá, ter negado qualquer tipo de “acordão” com o PT. Mas, comprovando que nada é realmente definitivo na política, advogados do PSDB informaram ao DEM, no início da tarde desta sexta-feira, que o partido assinará o documento.

Segundo Gilmar Mendes, "do ponto de vista político se entende, o espírito político é esse, de às vezes fazer um tipo de composição. Um dado positivo é que isso legitima o processo, a narrativa é que a presidente pediu para permanecer com os direitos políticos. (...) Do ponto de vista jurídico é altamente constrangedor, até para o Supremo, porque o presidente do Supremo presidiu essa sessão, nós temos que nos levar a sério".  Celso de Mello entende que as penas por crime de responsabilidade são unitárias e que a inabilitação para cargos públicos é consequência "natural" da destituição do mandato. "A sanção constitucional é una e, sendo una, ela é incindível. Portanto, parece não muito ortodoxo que tenha havido tratamento autônomo com essa separação de duas medidas, que, na verdade, mutuamente, interagem", afirmou o decano do STF.

O esbirro dilmista José Eduardo Cardozo ― que foi ministro da Justiça e advogado-geral da União da petralha ― inconformado com a parte da condenação que depôs sua “chefa”, também recorreu ao STF para tentar anular o julgamento. Para Janaína Paschoal, uma das autoras da denúncia que levaram ao impeachment, caso uma decisão da Corte por novo julgamento seja tomada após terem transcorrido 180 dias do afastamento de Dilma, haveria a possibilidade de ela voltar ao cargo. Durma-se com um barulho desses!

Enfim, resta agora esperar para ver como a nossa mais alta Corte irá se posicionar acerca desse monumental imbróglio.

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sábado, 3 de setembro de 2016

DOSIMETRIA DA PENA DE DILMA, OPERAÇÃO LAVA-JATO E TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

Escrevo mais algumas linhas sobre a celeuma que se seguiu ao fatiamento da punição que depôs Dilma do cargo (por 61 votos a 20), mas manteve seus direitos políticos graças a uma maracutaia orquestrada pela petralhada, que contou com a conivência do escamoso presidente do Senado e o aval do ministro Ricardo Lewandowski ― que, não custa lembrar, dentro de poucos dias será sucedido pela ministra Carmem Lúcia na presidência do STF.

A trama urdida pelos imprestáveis deu margem a uma inesperada, inusitada (e inconstitucional) “votação em duas etapas”, na qual se decidiu primeiramente sobre a deposição da afastada e, em separado, sobre a cassação de seus direitos políticos.

Lamentavelmente, 16 senadores que votaram favoravelmente ao impeachment, talvez por piedade, por Dilma ser mulher, ou por qualquer outra razão incerta e não sabida, resolveram atenuar a condenação com uma espécie de “prêmio de consolação”, e os 54 votos necessários para torná-la inelegível e proibida de ocupar cargos públicos nos próximos oito anos seus não foram alcançados (o placar ficou em 42 votos pela cassação, 36 contra e 3 abstenções).

Observação: O ex-presidente impichado e hoje senador Fernando Collor fez questão de salientar que, em 1992, teve seus direitos políticos cassados pelo plenário do Senado, a despeito de ter renunciado às vésperas do julgamento.

Embora a base aliada do governo (e boa parte do povo brasileiro) tenha comemorado a condenação de Dilma, a derrota do PT e o fim dos 13 anos e lá vai fumaça marcados por um governo desonesto (como comprovam o mensalão, o petrolão e uma vasta gama de malfeitos trazidos à luz pelo ministério público, pela PF e pela Operação Lava-Jato), a petralhada não só festejou a “vitória” da sacripanta na segunda votação, como também alimenta esperanças de reverter o resultado da primeira, o que está sendo pleiteado ao STF pelo esbirro e advogado da coisa-ruim, José Eduardo Cardozo. Mas isso é assunto para a gente discutir melhor numa próxima oportunidade. Fique agora ao texto que eu havia programado para hoje:

Falar demais, como fizeram, semana atrás, o procurador-geral Rodrigo Janot e o ministro Gilmar Mendes, serve apenas para minar a confiança no trabalho investigativo da Lava-Jato. Janot cancelou as tratativas de um acordo que ajudaria a esclarecer um dos braços de corrupção detectados pelos investigadores, supostamente pelo fato de o “vazamento” (representado por uma matéria de capa publicada pela revista Veja) ter por objetivo pressionar o MPF a aceitar os temos do delator. Em vez de ir atrás de quem de fato vazou o conteúdo que, segundo ele, não fazia parte da delação, o procurador geral acusou Pinheiro de quebra de confiança sem apresentar um indício concreto, o que serviu apenas para retardar o andamento do processo e cercar a Lava-Jato de uma especulação desnecessária.

Observação: Disse Elio Gaspari em sua coluna na Folha: Janot usou a expressão “estelionato delacional” para classificar o vazamento de uma informação banal e legalmente irrelevante envolvendo Toffoli e Léo Pinheiro que não saiu da sua Procuradoria, até porque lá não entrou ― e se lá não entrou, de lá não poderia ter saído e, se não existe, não haveria motivo para suspender as tratativas de delação.

A decisão inusitada de Janot frustrou uma das mais esperadas e confissões sobre o petrolão e complicou a vida do ex-presidente da OAS, ao mesmo tempo em que favoreceu “a alma viva mais honesta do Brasil”, cujo nome foi suscitado diversas vezes nos mais de 70 anexos do calhamaço que detalha como a corrupção se apoderou do Estado em diversos níveis (dentre outras coisas, jogando luz sobre a reforma do sítio de Atibaia, as palestras fajutas que renderam milhões ao petista, o pagamento de mais de R$ 1 milhão feito pela OAS para custear o armazenamento de bens que o ex-presidente trouxe de Brasília ao deixar o cargo e o caixa 2 para pagamento da campanha de Dilma, além de fatos espúrios envolvendo os tucanos Serra e Aécio e a reforma da mansão do ministro Toffoli ― que foi o cerne de todo o rebosteio.

Observação: Lula e senhora foram formalmente indiciados na última sexta-feira, juntamente com Leo Pinheiro, Paulo Gordilho e Paulo Okamoto (veja detalhes nesta postagem). Suspeitando de que o juiz Moro esteja aguardando a definição do impeachment para mandar prender o petralha, seus advogados recorreram (mais uma vez) ao STF, pedindo que as investigações contra ele passem para a esfera do Supremo. Isso porque, enquanto a deposição definitiva de Dilma não for sacramentada, Lula alimenta esperanças, ainda que tênues de voltar a ser nomeado ministro e, consequentemente, readquirir o direito a foro privilegiado.     

O ministro Gilmar Mendes, por seu turno, resolveu falar sobre o caso em termos que não combinam com um membro da mais alta corte do país, ao insinuar que “estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários” ― referindo-se ao que seriam as verdadeiras intenções dos procuradores da Lava-Jato, que “incutiam nos delatores as respostas que queriam ouvir” ― e usar o posicionamento do juiz Sérgio Moro para reforçar a teoria infundada de que existe uma conspiração totalitária liderada pelo MPF.

Toda essa verborragia gerou uma polêmica totalmente desnecessária. A decisão inédita tomada pelo primeiro, de interromper a delação, é uma reação exacerbada que atrasa as apurações. E as críticas do segundo, que vê um movimento de conquista de poder vindo de dentro do MPF, não descrevem corretamente os fatos.

Em tempo: Segundo Reinaldo Azevedo, para justificar a suspensão da delação de Leo Pinheiro, o Ministério Público Federal afirmou não ter sido responsável pelo vazamento das informações e classificou a divulgação do teor do que seria delatado como uma “tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa”. Na nota, o MP reitera que “em mais de seis meses de negociações, jamais foi entregue uma denúncia relacionada ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal”. O comunicado deixa claro ainda que a decisão de suspender as negociações foi tomada em conjunto por mais de vinte membros do Ministério Público “sem qualquer histórico de vínculo político partidário”. Em suma: segue tudo sem explicação.

Amanhã tem mais, pessoal. Para ler outras matérias sobre o conturbado cenário político atual, visite minha comunidade. O link é cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

COMO REMOVER VÍRUS DO PENDRIVE

CUIDADO COM O QUE VOCÊ DESEJA. ÀS VEZES, NÃO CONSEGUIR O QUE VOCÊ QUER É UMA TREMENDA SORTE.

As pragas eletrônicas ― criadas experimentalmente em meados dos anos 50, e que, 30 anos depois, foram batizadas como “vírus” por terem características semelhantes às de seus correspondentes biológicos ― continuam ativas e operantes. No entanto, diferentemente dos códigos maliciosos que grassavam lá pela virada do século, quando os usuários de PCs passaram a acessar a Internet, os malwares ― termo usado para designar qualquer praga digital, dos vírus tradicionais aos worms, dos trojans aos adwares e spywares) que ora nos ameaçam não buscam provocar danos nos sistemas, mas sim invadir nossa privacidade em busca de informações confidenciais/pessoais, notadamente senhas bancárias e números de cartões de crédito, o que os torna ainda mais nocivos.

Para piorar, a popularização dos pendrives, cartões de memória e HDs externos contribuiu para aumentar significativamente o perigo de infecção, já que esses dispositivos servem para armazenar e transportar dados, e, portanto, é comum a gente os conectar no computador da escola, do escritório, da namorada, do cibercafé, e assim por diante. E a despeito de a segurança dos sistemas vir sendo aprimorada a cada nova edição, o risco continua existindo, até porque a maioria dos usuários de desktops, notebooks, tablets e até smartphones não dá a devida importância algumas recomendações básicas, mas funcionais, que podem fazer toda a diferença.

Caso seu pendrive (ou cartão de memória, ou HD USB) seja infectado, o melhor a fazer é formatá-lo, já que esse processo apaga todas as informações armazenadas, inclusive os eventuais códigos maliciosos. No entanto, se você não tiver criado um backup das fotos de família, declarações de rendimentos, lista de senhas e outros arquivos pessoais importantes que gravou no dispositivo, bye, bye. Então, para não resolver um problema e criar outra (possivelmente ainda maior), vale tentar antes uma solução menos radical, como veremos na próxima postagem.

E como hoje é sexta-feira:

Pedro era um empresário bem-sucedido, mas complexado, porque não tinha as orelhas. Certa vez, ao precisar de um novo gerente, ele selecionou três currículos e marcou as entrevistas.
O primeiro candidato era ótimo. Conhecia tudo e era muito interessado. Ao final da conversa Pedro, perguntou:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E ele respondeu:
- Sim, não pude deixar de reparar que o senhor não tem orelhas.
Pedro achou a franqueza rude e dispensou o candidato.
A segunda da lista era uma mulher, ainda melhor talhada para o cargo do que o candidato anterior. Entusiasmado, Pedro fez a pergunta:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E ela:
- Bem, você não tem orelhas.
Pedro mandou-a embora e chamou o último, que era jovem, boa pinta, bem-falante, recém-formado e muito competente. Sem perder tempo, Pedro disparou a fatídica pergunta:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
Para sua surpresa, o jovem respondeu:
- Sim, você usa lentes de contato.
Satisfeito, Pedro apertou a mão do rapaz e disse:
- Está contratado. Você é um observador incrível. Mas, cá entre nós, como reparou que uso lentes?
O moço caiu na risada:

- Ora, porque é difícil pra cacete usar óculos sem ter as malditas orelhas!

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

DE OLHO NO DESEMPENHO DO SISTEMA

NÃO PENSE QUE É CAPAZ. SAIBA QUE É.

Um dos motivos que levam o computador a perder fôlego é a grande quantidade de serviços e processos abertos que rodam “nos bastidores”. Alguns são essenciais para o funcionamento do Windows, mas muitos são abertos por programas que "pegam carona" na inicialização do sistema e permanecem em execução até o encerramento da sessão, consumindo ciclos do processador e espaço na memória RAM, mas sem oferecer contrapartida de ordem prática.

Para visualizar tudo que roda em segundo plano no seu PC, você pode recorrer ao Gerenciador de Tarefas (dê um clique direito na barra de tarefas e selecione a opção respectiva), mas talvez prefira recorrer a programinhas mais completos, como o ProcessQuickLink ― que é mão na roda para você verificar se aqueles nomes estranhos que aparecem na lista de processos se referem a programas legítimos ou a malwares.

Outra boa opção ― também gratuita ― para visualizar e gerenciar esse cipoal é o AnVir Task Manager Free, que lista os processos em execução, aponta os aplicativos responsáveis por cada um deles e oferece informações adicionais sobre a segurança dos programas, com base num banco de dados composto por um vasto leque de pragas digitais conhecidas.

Um ótimo dia a todos e até a próxima.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

SOBRE O IMPEACHMENT ― ETAPA FINAL (MESMO)

Atualização feita às 17h30:

Até a votação final do impeachment ― que no início desta tarde selou a sorte da ex-presidente ao transformar seu afastamento provisório em deposição permanente ― antevia-se a possibilidade de a defesa da ré valer-se do direito de espernear e recorrer ao STF para tentar anular o julgamento. No entanto, devido a uma artimanha arquitetada a toque de caixa pelos apoiadores e a conivência do ministro Ricardo Lewandowski ― que até então vinha presidindo os trabalhos de maneira irreprochável ― a votação dividida em dois quesitos, e a despeito de ter sido definitivamente defenestrada do cargo por 61 votos a 20, Dilma não perdeu seus direitos políticos, já que, nessa questão específica, o placar foi de 42 a 36 (e 3 abstenções). Então, basta fazer as contas para inferir que ― por piedade ou qualquer outra razão incerta e não sabida ―19 congressistas que votaram pela deposição da petralha acabaram lhe concedendo uma espécie de “prêmio de consolação”. 

É quase certo que esse inusitado “fatiamento” da votação será questionado no STF ― como já antecipou o próprio Lewandowski ―, mas é difícil prever o que pode advir desse questionamento, até porque não se sabe ao certo se cabe ao Supremo intervir no mérito de um processo de impeachment.

Observação: Vale lembrar que Collor renunciou às vésperas do seu julgamento, entendendo que assim o processo perderia o objeto e ele manteria seus direitos políticos, mas o senado seguiu adiante com o julgamento e o “caçador de marajás” amargou 8 anos de inelegibilidade.

A pergunta é: o fracionamento da votação, avalizado por Lewandowski, seria constitucional? O artigo 52 da nossa Carta Magna reza que “Nos casos previstos nos incisos I (processo contra presidente da República) e II (processo contra STF), funcionará como Presidente o do STF, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis” (o grifo é meu). Em outras palavras, a Lei não separa a inabilitação da perda do cargo.

A “justificativa” legal, levantada por apoiadores de Dilma e respaldada por Lewandowski, busca respaldo no artigo 33 da Lei 1.079, segundo o qual “no caso de condenação, o Senado por iniciativa do presidente fixará o prazo de inabilitação do condenado para o exercício de qualquer função pública; e no caso de haver crime comum deliberará ainda sobre se o Presidente o deverá submeter à justiça ordinária, independentemente da ação de qualquer interessado”. Ocorre que dispositivo legal pode pairar acima da Constituição, ou seja, torna-se sem efeito no caso de contrariar a nossa Lei Maior.

A título de argumentação, tomemos a Lei da Ficha Limpa ― coisa que, segundo o ministro Gilmar Mendes, parece ter sido feita por bêbados. Ela torna inelegível quem renuncia em meio a um processo, mas não é clara sobre a inelegibilidade de um presidente da República no caso de condenação por crime de responsabilidade. Ou seja, Dilma ficaria inelegível em caso de renúncia, mas não no caso de ser condenada ― o que, no mínimo, é um contrassenso.

Enfim, resta agora esperar o questionamento da decisão e ver como os demais ministros do STF se posicionarão a respeito desse despautério.

Atualização feita às 13h35:
DEU LEÃO!
POR 61 VOTOS A 20, DILMA ACABA DE SER CONDENADA.

A sessão de ontem, ainda mais longa do que a anterior (foram cerca de 17 horas), terminou por volta das 3h00 desta madrugada, depois do discurso de Romário ― que, ao contrário da esmagadora maioria de seus pares, não ultrapassou os 10 minutos a que tinha direito para expor seus motivos e antecipar seu voto (pela condenação da ré).  
Outro que economizou tempo e paciência dos ouvintes foi o ex-presidente impichado Fernando 
Collor de Mello, hoje senador por Alagoas ― aliás, isso mostra que Cardozo carregou nas tintas ao comparar a cassação de Dilma a uma pena de morte política, já que seus direitos políticos ficarão suspensos por oito anos, ao cabo dos quais ela poderá se candidatar a um cargo eletivo qualquer no Rio Grande do Sul, em Minas, ou no diabo que a carregue. Mas isso é outra história.

Importa mesmo é dizer que, pelo que foi possível inferir da fala dos senadores ― e eu tive a pachorra de acompanhar a sessão até o final ― e mais o que já se sabe sobre a intenção dos que preferiram não fizeram uso da palavra, a condenação é praticamente certa, com algo em torno de 60 votos pela cassação da ré.

Os trabalhos serão reiniciados às 11 horas desta manhã (daqui a alguns), e o resultado da votação (que será feita em tempo real) deverá ser conhecido no início da tarde.

GOOGLE CHROMIUM???


DESCONFIO MUITO DOS VEEMENTES. VIA DE REGRA, O SUJEITO QUE ESBRAVEJA ESTÁ A UM MILÍMETRO DO ERRO E DA OBTUSIDADE.

O browser foi um dos grandes responsáveis pela popularização da Internet entre “usuários comuns”. As versões para Unix surgiram em 1991, mas o Nestcape Navigator, lançado em 1994, foi o pioneiro na exibição de textos e imagens postadas em websites ― e a ele se deve a consagração da expressão “navegar” como sinônimo de acessar páginas da Web (aliás, é recomendável dizer “navegar na Web”, já que a Internet é uma rede física de computadores, e a Web, sua porção multimídia).

O Navigator reinou absoluto até 1997, quando, depois da acirrada disputa que durou anos e ficou conhecida como Guerra dos Browsers, foi desbancado pelo Microsoft Internet Explorer. Todavia, como não há mal que sempre dure ou bem que nunca termine, o navegador da Gigante do Software acabou destronado pelo Chrome ― e não pelo Firefox, como seria de se esperar, até porque o navegador da Mozilla era seu principal concorrente ―, lançado em 2008. Em maio de 2012, os dois programas alcançaram 32% da preferência dos internautas do mundo inteiro, mas, enquanto o IE declinava, o programa do Google seguia em franca ascensão: pelas estimativas do StatCounter GlobalStats, ele fechou o primeiro semestre de 2016 com 57,89% de participação nesse segmento de mercado, contra 14,16% do Firefox e 10,71% do Internet Explorer. 

O que muita gente não sabe é que o Chrome não é o único navegador do Google. O Chromium ― cujo símbolo é igual ao do irmão mais famoso, só que na cor azul ―, costuma ser confundido com PUPs (sigla em inglês para programas potencialmente indesejados, categoria em que se incluem os spywares, os adwares e outras pragas afins), pois costuma ser instalado sub-repticiamente, ou seja, “de carona” com outros aplicativos baixados da Web. Mas na verdade ele é uma versão de código aberto do Chrome (que, a despeito de ser gratuito, é um software “proprietário”; para saber mais sobre essa questão, acesse esta postagem).

Em suma, o “navegador azul” é utilizado pelo Projeto Chromium como uma espécie de “versão beta” do Chrome, destinada a testar novas funções, recursos e outros aprimoramentos que, mais adiante, são incorporados ao “navegador colorido”. Isso faz com que ele seja propenso a bugs e instabilidades, devendo, portanto, ser usado com cautela, ou então removido do sistema, caso você não o tenha adicionado voluntariamente a partir da página oficial do projeto, mas sim recebido “de brinde” ao descarregar algum aplicativo de um site de terceiros.

A desinstalação é feita da maneira convencional, via Painel de Controle (no Windows 10, dê um clique direito sobre o botão que convoca o menu Iniciar, na extremidade esquerda da barra de tarefas, e então selecione Painel de Controle > Programas > Programas e recursos, localize o app em questão e siga as instruções na tela), mas é mais seguro recorrer a uma ferramenta dedicada ― como o Revo Uninstaller ou o IObit Uninstaller ―, para eliminar resíduos do programa desinstalado que a ferramenta nativa do sistema costuma deixar para trás.

Era isso, pessoal. Abraços e até mais ler.


terça-feira, 30 de agosto de 2016

NOVA ATUALIZAÇÃO SOBRE O JULGAMENTO DO IMPEACHMENT

O plenário do Senado estava bem mais vazio na manhã de hoje do que na sessão de ontem ― sinal de que a paciência dos parlamentares está se esgotando ―, que durou 14 horas recheadas de besteirol proferido em dilmês castiço, tanto durante a apresentação do discurso de defesa que a acusada fez questão de ler pessoalmente, quanto em abiloladas tergiversações que ela apresentou à guisa de resposta ao que lhe foi perguntado pelos senadores favoráveis a seu afastamento definitivo ― já que os aliados se limitaram basicamente a tecer uma fantasiosa rede de elogios à sua competente gestão à frente da Presidência.

Em discurso inflamado, Miguel Reale Júnior, coautor do pedido de impeachment, reiterou que Dilma cometeu crime de responsabilidade, que agiu com dolo, que tinha pleno conhecimento das irregularidades cometidas no plano fiscal e orçamentário, que o país "não aguenta mais o lulopetismo", que a ré deu sempre a “mesma resposta padrão”, e conclui pedindo sua condenação.

A senadora petralha Gleisi Hoffman, apoiadora incondicional da bruxa má, usou da palavra para reclamar que Reale não fez uma apresentação jurídica, mas política, no que foi criticada por seus pares, que saíram em defesa do jurista. Já o ex-ministro, ex-advogado geral da União e atual defensor da afastada, José Eduardo Cardozo, tornou a esposar a tese de que Eduardo Cunha teria sido o grande culpado pelo o processo ora em julgamento (clique aqui para assistir ao vídeo com a fala do advogado).

A sessão foi suspensa para almoço às 13h10 e deverá ser retomada daqui a pouco, às 14:10. Sessenta e cinco senadores estão inscritos para falar, e como cada um terá o tempo (máximo) de 10 minutos, o ministro Lewandowski cogitou adiar a votação para amanhã, o que preocupa a base aliada e o próprio presidente interino ― que tencionava embarcar para a China na tarde da quarta-feira, a tempo de participar da reunião do G20. Por conta disso, Temer e seus aliados tentam convencer os senadores a abrir mão de suas falas ou, no mínimo, reduzir o tempo do discurso.

De acordo com o site O Antagonista, no “Jogo do Bicho” do Planalto, ontem à noite, a grande dúvida era o presidente do Senado, Renan Calheiros ― que, na fase anterior do processo, se absteve de votar ―, mas ou dá Jacaré (57,58,59,60), ou dá Leão (61,62,63,64).

Vamos continuar acompanhando.

Em tempo: A imagem que ilustra esta postagem é de uma manifestação contra o impeachment da nefelibata da mandioca. Protestos que tais vêm ocorrendo desde ontem em São Paulo, com algumas dezenas de gatos-pingados bloqueando a Avenida Paulista e outras vias da cidade, além de algumas rodovias. Houve até tentativa de invasão da Fiesp, e, quando a PM impediu, objetos foram lançados contra os policiais. O espetáculo deplorável de sempre: obstrução de avenidas, fogueira nas ruas, agressões a policiais, depredação. E Dilma, em seu discurso e nos arremedos de resposta às perguntas dos senadores, falava sobre a necessidade de governo e oposição se unirem para enfrentar os desafios do país. Pelo jeito, tal união só é possível quando chefiada pelos petistas e esquerdistas afins. Se não for assim, não tem conversa. É lamentável!

VOCÊ É VICIADO EM SMARTPHONE?

TODO DESEJO É VIL.

Os telefones celulares desembarcaram no Brasil lá pelo final do século XX. Os primeiros modelos eram tijolões caríssimos, pesados e volumosos, que serviam mais como símbolo de status do que para fazer e receber chamadas, pois o serviço era provido pelas estatais integrantes do famigerado Sistema Telebrás ― privatizado em 1998, durante o governo FHC ―, responsável também telefonia fixa, que obrigava o interessado em obter uma linha a adquirir um “plano de expansão” (leia-se ações da estatal que atendia sua região) e esperar anos a fio pela instalação da dita-cuja.

Observação: Na cidade marajoara de Cachoeira do Arari (PA), dez munícipes que aderiram ao plano de expansão da TELEPARÁ amargaram uma espera de 15 anos até que as linhas fossem instaladas. Alguns nem chegaram a utilizar o serviço, pois faleceram antes que ele fosse disponibilizado. E o pior é que ainda tem quem sobe nas tamancas quando ouve falar em privatização!

De uns anos a esta parte, os celulares “tradicionais” cederam espaço aos “smartphones” (ou “telefones inteligentes”, numa tradução livre). Pequenos e leves o bastante para caber no bolso da calça e mais poderosos que os computadores de mesa do final dos anos 90, eles são capazes de acessar a Internet praticamente de qualquer lugar (via 3G/4G) e, mediante uma vasta gama de apps, substituir o notebook e o tablet em diversas situações (nem todas, é claro, mas isso já é outra história).

Como não poderia deixar de ser, toda essa versatilidade impulsionou a popularização desses gadgets a tal ponto que o número de linhas móveis, no Brasil, já bate longe o de terminais fixos, e há mais aparelhos celulares do que habitantes: em maio passado, a ANATEL contabilizou nada menos que 255,2 milhões de usuários, a maioria dos quais ― 178,8 milhões ― de planos pré-pagos).
Por outro lado, o vício em smartphones se tornou algo real. Cada vez mais usuários não desgrudam os olhos da tela de seus smartphones, mesmo quando estão no trabalho, na escola, no supermercado, e até mesmo durante almoços ou jantares com a família ou amigos, tanto em casa quanto em restaurantes. E a despeito do perigo, muita gente não resiste à tentação de trocar mensagens pelo WhatsApp no trânsito, enquanto dirigem seus veículos!

Se é esse for o seu caso, convém pisar no freio o quanto antes. Não que você deva abandonar o aparelhinho e voltar a viver na idade da pedra lacada; basta se balizar pelo bom senso. Por exemplo, evite levar o smartphone para a cama ― quando por mais não seja, porque, segundo os especialistas, a luz da tela interfere no comportamento dos hormônios que regulam o sono.

Se você depende do alarme para acordar de manhã, arrume um despertador “de verdade”. E se a primeira coisa que faz ao despertar é checar seus emails e mensagens de WhatsApp, resista a essa tentação. Corte a barba, tome seu banho, vista-se e só então confira as novidades ― quando estiver esperando a água do café ferver, por exemplo.

Na hora do almoço, bata um papo descontraído com seus colegas de trabalho. Ignore o aviso de novas mensagens pelo menos até terminar a refeição (a menos que haja alguma pendência urgente, é claro). Em casa, procure conversar com os familiares por pelo menos uma hora sem ficar olhando o tempo todo para a tela do aparelho ― seu puder, desative os alertas sonoros e demais notificações; no começo é difícil, mas você logo se habitua.

Elimine todos os apps supérfluos. Além de ganhar espaço na memória e melhorar o despenho do telefone, você se tornará mais eficiente, tanto no trabalho quanto na execução de outra tarefa qualquer, se não ficar checando emails, postagens no Face, Twitter, Instagram, Linkedlm, etc.

Boa sorte.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A DEFESA DE DILMA E A CAUDALOSA ENXURRADA DE “MAIS DO MESMO”

Política não é o mote deste Blog, mas sim da minha comunidade na rede .Link (http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/). Todavia, diante do contexto atual, eu venho replicando aqui algumas postagens que publico lá, e hoje, às vésperas do final da interminável novela em que se transformou o impeachment da presidanta - que, como não poderia deixar de ser, é assunto prioritário para quem, como eu, aguarda ansiosamente o desfecho e torce pela deposição definitiva da bruxa má - achei por bem abrir uma exceção.

Observação: Deixo claro que não tenho especial simpatia por Temer nem acho sua gestão interina a sétima maravilha do mundo, mas volto a insistir que, no momento, ele é a única opção para quem quer torce pelo fim da crise e quer ver o Brasil voltar a crescer.

Isso posto, transcrevo abaixo um dos textos que postei hoje lá na comunidade. Confiram:

Dilma começou às 9h53 desta manhã a leitura de sua defesa, e como era esperado, nos 45 minutos que gastou em sua lengalenga, negou reiteradas vezes que tenha cometido crime de responsabilidade, comparou-se a Getúlio e João Goulart, mencionou sua prisão e tortura durante a ditadura e, de quebra, lembrou seu câncer ― nem seria preciso lembrar que nada disso está em discussão no processo de impeachment, mas enfim... ―,  posou de vítima injustiçada, fez ameaças infundadas de que os trabalhadores terão perdas de direitos no mandato “ultraconservador” do eventual novo presidente, apelou ao preconceito de gênero para explicar os motivos pelo qual está sendo julgada e usou nada menos que 9 vezes a palavra “golpe”.

Do lado de fora do Congresso, havia uns poucos manifestantes e defensores da petralha. No plenário, ex-ministros de seu governo, Rui Falcão, Lula e Chico Buarque chegaram a aplaudir o discurso, mas foram devidamente lembrados pelo ministro Ricardo Lewandowski de que não poderiam se manifestar.

Finda a ladainha e até o momento em que a sessão foi suspensa para almoço, às 13h00, Dilma respondeu a perguntas de alguns senadores ― ou melhor, teceu ilações e fez rodeios sobre diversas questões que já havia abordado em seu discurso e vinha repetindo incessantemente há semanas, mas escusou-se de dar respostas claras e concisas ao que lhe foi perguntado. Em suma, a manhã de hoje não trouxe qualquer novidade digna de nota, servindo apenas para delongar ainda mais a agonia da ré e testar a paciência do povo brasileiro, que aguarda ansiosamente o resultado final do processo.
Vamos continuar acompanhado.

Atualização: Corroborando as ponderações que eu expedi linhas atrás, o senador tucano Aécio Neves entende que o discurso político lido pela afastada não responde às acusações de forma objetiva e não deve mudar em nada o resultado do julgamento. 

Já o também senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, sétimo parlamentar a fazer perguntas, disse que Dilma cometeu crimes de responsabilidade “de caso pensado”, questionou o reiterado uso da palavra “golpe” e afirmou que, assim como nas chamadas pedaladas fiscais, quando “falseou as contas públicas”, ela agora “falseia a história”.

Aloysio questionou ainda como Dilma classifica o impeachment como golpe, já que ele tem aval do Supremo, e indagou a razão de ela ter apelado a organizações internacionais, já que é o STF que concede a última instância de respeito à Constituição brasileira. “É um roteiro preestabelecido pela defesa. Ela ignora os argumentos apresentados, não responde aos questionamentos sobre os decretos, as pedaladas. Ela está simplesmente enumerando teses para abastecer o PT na oposição". E concluiu: “O processo vai criar um precedente e evitará que os próximos presidentes voltem a cometer crimes de responsabilidade”.

Vale lembrar que cada senador dispõe de 5 minutos para questionar a ré, que não tem limite de tempo para responder, podendo mesmo ficar calada. Pelo jeito, acho que Dilma ganharia mais se o fizesse.

AINDA SOBRE A BATERIA... (FINAL).

SE OS FATOS SÃO CONTRA MIM, PIOR PARA OS FATOS.

Como vimos no post anterior, há diversas maneiras de fazer com que a bateria do smartphone dure mais ― do ponto de vista da autonomia, não da vida útil do componente, que isso já é outra conversa. Uma delas é recorrer a um app dedicado ― como os que a gente analisou naquela oportunidade ―, mas talvez você obtenha melhores resultados ajustando as configurações do aparelho de maneira reduzir o consumo de energia. Por exemplo, se você diminuir o brilho da tela e o tempo que ela leva para escurecer automaticamente, desativar a maioria das funções que só se justificam em determinadas condições (tais como o flash, o alerta vibratório, o Bluetooth, o 4G, o Wi-Fi, etc.), certamente obterá uma economia considerável e talvez até consiga usar o aparelho durante um dia inteiro sem precisar conectá-lo a uma tomada, carregador veicular ou interface USB do computador.

Igualmente importante é, no momento da compra, escolher um smartphone com bateria de longa duração, já que o aumento da gama de recursos e funções dos aparelhos superou em muito o da capacidade das baterias. Então, verifique no manual do usuário (ou no resumo das especificações técnicas que costuma vir impresso na embalagem) a grandeza expressa em mAh (miliampere/hora) ― via de regra, quanto maior for esse valor, mais tempo o aparelho irá funcionar longe de uma tomada, carregador veicular ou porta USB do computador.

Para quem é fã da Apple, o iPhone 6 Plus é a melhor opção, pois sua bateria (de 2.750 mAh) costuma durar pelo menos um dia, mesmo que você seja um heavy user. O sistema operacional do Google é mais “gestão”, mas você estará razoavelmente bem servido com o Moto X Force (3.760 mAh), o Moto Maxx (3.900 mAh), o Moto X Play (3.630 mAh), o LG G4 e Galaxy Note 5 (ambos com baterias de 3.000 mAh), por exemplo.

Observação: O miliampere/hora) é um submúltiplo do Ah (ampère/hora) e corresponde a 3,6 coulombs (ou seja, a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora). Vale ressaltar que essa grandeza não quantifica a "potência" da bateria (que costuma ser expressa em joule ou watt/hora), mas sim sua capacidade de fornecer energia (que, em última análise, corresponde à autonomia do aparelho que ela alimenta).

Devido a diferentes configurações de hardware (processador, memórias, câmeras, display e uma série de outros componentes), de software (sistema operacional e apps instalados pelo fabricante) e da gama de recursos e funções, aparelhos similares de marcas, modelos e/ou versões diferentes podem consumir mais ou menos energia no mesmo espaço de tempo, daí não ser incomum uma bateria de 3.000 mAh “durar menos” que outra de 2.500 mAh, por exemplo. Aliás, quem ouve música o tempo todo, grava vídeos frequentemente e costuma assistir a clipes ou programas de TV na telinha do smartphone dificilmente consegue passar um dia inteiro sem recarregar a bateria.

Por essas e por outras, tenha em mente que:

― Tanto os carregadores quanto as baterias modernas controlam o fluxo de energia de maneira inteligente, de modo que não há risco significativo de sobrecarga se você deixar seu aparelho carregando durante toda a noite, por exemplo. No entanto, como seguro morreu de velho, o mais indicado é desconectá-lo da tomada assim que a bateria estiver 100% carregada.

― Manter o telefone desligado durante a recarga agiliza o processo, como também ligar o carregador à tomada da rede elétrica. Devido à baixa amperagem, o acendedor de cigarros do carro e a portinha USB do PC devem ficar para situações em que não houver alternativa.

― Com o passar do tempo, as conexões entre a bateria e o telefone tendem a acumular poeira e outras impurezas que prejudicam o contato. A cada dois meses, limpe as interfaces (tanto da bateria quanto dos conectores internos) com um pano macio.

― Remova a bateria somente quando necessário ― se seu aparelho permitir, naturalmente. E ainda que os modelos atuais não sofrem o famigerado “efeito memória” e, portanto, podem ser recarregadas a qualquer momento, o melhor é esperar que a energia remanescente fique entre 40% e 15%.

― O uso normal do aparelho reduz progressivamente a autonomia da bateria, mas como esses componentes costuma suportar cerca de 1.000 recargas, chegam a durar mais de cinco anos se forem recarregados dia sim, dia não, razão pela qual, muito provavelmente, você trocara seu telefone bem antes de a bateria “abrir o bico”. Não sendo o caso, prefira sempre usar componentes de reposição originais (ou compatíveis de boa qualidade) e adquiri-los no mercado formal, com nota fiscal e garantia.

― Evite expor o smartphone a fontes de calor ― deixá-lo dentro do carro sob o sol, por exemplo --, já que temperaturas elevadas aceleram a descarga da bateria.
― Telas grandes e taxas de resolução elevadas aumentam o consumo de energia, mas você pode obter uma economia significativa reduzindo o brilho da tela e o timeout (modo de espera). Se o seu aparelho dispuser de flash, ajuste-o para atuar somente em condições de baixa luminosidade.

― Os smartphones varrem constantemente o ambiente para identificar redes disponíveis, e isso consome um bocado de energia. Assim, só habilite o Wi-Fi, o Bluetooth, a rede 4G/3G e o GPS em situações em que esses recursos sejam realmente necessários. E o mesmo vale para notificações irrelevantes (avisos sonoros ou vibratórios que acusam o recebimento de um SMS ou email, por exemplo). Quanto mais aplicativos permanecerem abertos, maior será o consumo de energia. Habitue-se a encerrar os apps que estejam sendo executados desnecessariamente em segundo plano e a proceder manualmente à sincronização de emails, Facebook, Twitter, etc.

― Use um ringtone como alerta de chamada e deixe o vibra call para situações ou ambientes onde “não cai bem” o telefone berrar o hino do Corinthians ou outro toque musical de gosto igualmente discutível (note que, em termo de consumo, tanto faz usar os toques-padrão do aparelho quanto trechos de arquivos MP3, pois o que voga é o número de vezes que o toque é reproduzido até que a chamada seja atendida).

Era isso, pessoal. Abraços e até a próxima.

domingo, 28 de agosto de 2016

LULA E MARISA LETÍCIA (FINALMENTE) INDICIADOS - ou: "HÁ ALGO DE MUITO PODRE NO REINO DA PETELÂNDIA"

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Lula e a ex-primeira dama Marisa Letícia no inquérito da Operação Lava-Jato que investiga a reforma do tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, cuja propriedade o petralha insiste em negar.

Além do casal, foram indiciados também Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, Paulo Gordilho, diretor da empreiteira, e Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula.

Falando em Gordilho, no depoimento prestado coercitivamente à PF em março deste ano, Lula afirmou não conhecer o dito-cujo, mas aparece bebericando com ele no bar do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia ― ao qual Gordilho se refere como “a fazenda de Lula”, e que, em mensagens de texto colhidas pelos investigadores no seu celular, comenta com filha (a quem recomenda sigilo absoluto) sobre a cozinha do sítio e um vazamento no lago, além de mencionar um encontro com a ex-primeira dama para discutir detalhes da obra de contenção.

Dentre outras falcatruas, Lula é investigado por tentativa de obstrução da Justiça no inquérito que apura o esquema para silenciar o ex-diretor do Petrobrás Nestor Cerveró ― que, aliás, resultou na prisão do ex-senador petista Delcídio do Amaral. Fazem parte das investigações as interceptações telefônicas que trouxeram a público a maracutaia arquitetada pelo petista e a então presidente Dilma, que o nomeou a toque de caixa ministro da Casa Civil para livrá-lo das investigações da Lava-Jato

O petralha é suspeito também traficar influência ― em setembro do ano passado, a revista Época trouxe a conhecimento público a existência de emails que poderiam comprovar lobby em favor da Odebrecht ―, sem mencionar que pessoas da família serem igualmente investigadas ― caso do sobrinho Taiguara Santos (na Operação Janus), por ter se beneficiado das negociatas e favorecimentos de Lula à construtora OAS, e dos filhos Lulinha e Luiz Cláudio (mais detalhes nesta postagem). Vale lembrar também que, segundo os delatores Pedro CorrêaAlberto Youssef, o petrolão foi criado por Lula e planejado em reuniões dentro do Palácio do Planalto, com pleno conhecimento tanto do “chefe” quanto de Dilma, e que próprio Janot já afirmou com todas as letras que “a quadrilha jamais poderia ter atuado por tanto tempo sem conhecimento e atuação de Lula” (na denúncia, também é apontada a participação do petralha em ações para prejudicar a CPI da Petrobras as investigações da Lava-Jato).

Na Operação Acarajé ― 23ª fase da Lava-Jato ―, o Instituto Lula figura como suposto receptor de R$12,4 milhões da Odebrecht. A prova está em planilhas colhidas pela Operação Zelotes, na qual Lula passou a ser oficialmente investigado por venda de medidas provisórias. Agentes da PF e fiscais da Receita Federal suspeitam que funcionários do LILS esconderam ou destruíram um grande número de documentos que serviram de prova contra “o chefe”, e estranham o fato de as cinco principais empresas contratantes de palestras do ex-presidente serem as mesmas que fizeram grandes doações ao LILS. O MPF suspeita ainda de que pagamentos feitos a Lula possam configurar enriquecimento ilícito, da mesma forma que remunerações sem nexo de causa e efeito feitas pelo Instituto a empresas dos pimpolhos Lulinha e Luiz Cláudio.

Como se tudo isso já não bastasse, a edição da revista IstoÉ que chegou ontem às bancas dá conta de que Lula, além do enrolado tríplex do Guarujá, tem outro apartamento em São Paulo, que está na mira de nova investigação da Lava-Jato. Procurado, o Instituto Lula não comentou os questionamentos sobre a matrícula em nome do ex-presidente, mas os investigadores suspeitam de que o petista tenha sido privilegiado pela Bancoop ― cooperativa ligada ao Sindicato do Bancários, que lesou sete mil famílias e transferiu empreendimentos para a OAS, dentre os quais o do Edifício Solaris, onde fica o tríplex que o petralha insiste pateticamente em dizer que não é seu (nem de madame, cujo nome está mais indelevelmente associado ao imóvel).

Observação: Ainda segundo a revista, arquivos apreendidos em um disco rígido na sede da Bancoop trazem à tona novos segredos da Famiglia Lula: até agora, promotores e procuradores sabiam apenas do tríplex no Guarujá, mas um relatório da Bancoop de 13 de janeiro de 2015 dá conta da existência de outro imóvel, em nome de Lula e ligado ao número de matricula 7.334 (clique aqui para mais detalhes).

Pelo jeito, há algo de muito podre no reino da petelândia ― coisa que todo mundo já sabia, mas agora, ao que parece, as autoridades (finalmente) perceberam. Aleluia!

(Com informações dos jornais Folha e Estado, das revistas VejaÉpoca, IstoÉ, e dos sites http://reaconaria.org/reacablog/ e http://aluizioamorim.blogspot.com.br/).

Dito isso, segue um breve resumo do julgamento do impeachment:

Depois de uma sexta-feira conturbada, o plenário do Senado retomou os trabalhos na manhã de ontem e ouviu o depoimento das últimas testemunhas arroladas no processo de impeachment de Dilma. Na próxima etapa, que deve ter início amanhã (29), a ré ― que virá acompanhada de um cortejo (ou corja) formado por Lula, ex-ministros, presidentes de partidos aliados e auxiliares ― terá 30 minutos para depor em defesa própria e, na sequência, deverá responder a perguntas formuladas pela acusação, pela defesa e por senadores.

Na sessão de sexta-feira, que foi marcada pelo aumento no tom das discussões, o próprio presidente do Senado desceu ao plenário para criticar fala de Gleisi Hoffmann, segundo a qual metade da Casa não tinha moral para julgar Dilma. Renan, que até então evitava se posicionar sobre o resultado do processo e ainda não anunciou se votará no julgamento final, previsto para terça, afirmou que vai ajudar Temer como ajudou Dilma. Questionado sobre a mudança de postura, já que a fala poderia ser interpretada como se o impeachment já estivesse consumado, ele disse que mantém um "carinho enorme" pela afastada, e que não pretendia antecipar resultados. Nos últimos dias, sempre que questionado sobre como votaria no processo, Renan desconversou, afirmando que, como presidente do Senado, agirá com "isenção" e "equilíbrio", e não antecipou se ― e como ― votará no julgamento final, na próxima terça-feira. Para alguns analistas, a mudança de postura de Renan ocorre em um momento de aproximação com o presidente em exercício, com quem, aliás, ele deve viajar à China na próxima semana.

Enfim, depois de mais de 12 horas de depoimentos, encerrou-se a fase de oitiva de testemunhas de defesa e acusação ― que dificilmente mudaria o voto dos senadores (a não ser de uns poucos indecisos, e olhe lá, já que, a esta altura, a maioria dos parlamentares já fechou questão a propósito). Hoje, defensores do impeachment se reúnem no Senado para traçar estratégias sobre os questionamentos que farão a Dilma e os próximos passos do processo. Aliados da afastada também terão reuniões com a dita-cuja, mas no Palácio do Alvorada, para se preparar para a sessão de amanhã.

sábado, 27 de agosto de 2016

O IMPEACHMENT NA RETA FINAL



Até pouco tempo atrás, quase ninguém levava a sério a possibilidade de Dilma ser impichada. No entanto, depois de 5 anos, 4 meses e 12 dias tomando decisões erradas, gerando uma recessão histórica, manipulando contas, sabotando estatais, promovendo desemprego em massa e compactuando com todo tipo de falcatruas eleitoreiras, Dilma foi suspensa da presidência, e agora aguarda o julgamento final, que deve apeá-la de vez do cargo e cassar seus direitos políticos por oito anos ― a votação, ao que se espera, deve ocorrer entre os próximos dias 30 e 31.

Com sua costumeira arrogância, Dilma apresentou dias atrás, naquele incompreensível arremedo de português que lhe é peculiar, uma “carta aos senadores e à nação” com uma distorção da realidade que a transforma em vítima. Além disso, voltou a afrontar o Congresso e o STF com sua desatinada tese de “golpe de estado” e a defender um estapafúrdio plebiscito estapafúrdio sobre novas eleições para presidente ― que, se prosperasse, teria de ser avalizado por votações em dois turnos na Câmara e no Senado e se arrastaria até 2018, quando termina o mandato tampão de Michel Temer.

Esse “testamento para a posteridade” serviu apenas para enfatizar a incompetência e inabilidade de Dilma para governar. Num mea-culpa inusitado, ainda que extemporâneo e baldio, ela engoliu o orgulho e chegou a reconhecer que errou, mas por ter escolhido Michel Temer para vice ― como e isso tivesse sido uma opção pessoal, não um acordo partidário ― e por imaginar que a crise teria uma solução rápida ― sem reconhecer em momento algum que a desgraça que aí está foi criada por ela e seu séquito de imprestáveis. Se fosse sincera no reconhecimento de seus erros, disse o senador Ronaldo Caiado, uma carta seria pouco; ela teria de escrever uma enciclopédia de má conduta da gestão pública.

Como ofensiva derradeira, Dilma resolveu comparecer ao julgamento para se defender das acusações ― como se fosse possível defender o indefensável ―, sem ter a percepção de que isso serve apenas para legitimar o processo de impeachment e desmascarar sua estúpida e despropositada tese de “golpe de estado”.

Vindo da mulher sapiens, essa postura não chega a surpreender; o que causa espécie mesmo é ela se agarrar tão desesperadamente a um cargo para o qual não foi talhada e que jamais exerceu com um mínimo de competência. Mas basta ler as entrelinhas para concluir que o que mais a preocupa não é o vexame de deixar o Planalto pela porta dos fundos ou a perda das mordomias de presidente da Banânia, mas a perspectiva de acabar na cadeia ― talvez até na distinta companhia de seu abjeto predecessor e mentor. Afinal, pesam contra ela acusações que vão bem além das pedaladas fiscais e outros desmandos administrativos (ou crimes de responsabilidade).

Semanas atrás, a petista foi promovida à condição de investigada, e pode vir a ser condenada criminalmente por interferir na Lava-Jato e tentar obstruir a Justiça ― afinal, não faltam indícios de que tenha conspirado para nomear Marcelo Navarro para o STJ em troca do compromisso de soltar presos da Lava-Jato, articulado uma tentativa de evitar a delação do ex-senador Delcídio do Amaral e nomeado Lula para a Casa Civil visando tirá-lo do alcance do juiz Sergio Moro.
Por essas e outras, talvez Dilma devesse rever seus planos de passar oito meses viajando pela América Latina. Sem a prerrogativa de foro privilegiado, ela poderá ser processada em primeira instância com outros acusados de obstruir a Justiça, como Mercadante, Cardozo, e o próprio sumo pontífice da petelândia e capo di tutti i capi ― vale lembrar que Delcídio foi preso por muito menos.

Resumo da ópera: A abertura de inquérito pelo STF, autorizada por Teori Zavascki no último dia 15, é o pior revés que a bruxa má experimentou desde sua ascensão ao poder. Isolada e sem apoio ― até mesmo da facção criminosa travestida de partido político que atende pelo nome de Partido dos Trabalhadores ―, ela vê ruir o castelo de cartas com que vinha tentando entrar para a história como uma governante proba e acima de qualquer suspeita, mas traída pelo vice e cassada sem provas por um nefasto “golpe de estado”. De uns tempos a esta parte, todavia, o mantra de que se valia desde o início de seu imprestável segundo mandato ― de que seu governo foi marcado pela independência na investigação da corrupção e pela inexistência de acusações de enriquecimento pessoal ― já não convence ninguém, diante da cachoeira de provas de que o petrolão abasteceu suas duas campanhas à presidência.

Enfim, cada coisa a seu tempo. Vamos aguardar o resultado do impeachment para depois tecer comentários sobre um provável indiciamento pelo MPF e consequente julgamento e condenação da guerrilheira de araque, nefelibata da mandioca e mãe de todas as crises.

Atualização:
Por volta das onze horas da manhã de ontem, depois que eu já havia concluído este texto, Ricardo Lewandowski, presidente do STF, antecipou o intervalo para almoço devido ao tumulto que se instalou no plenário do Senado. O primeiro bate-boca começou mais cedo, quando o senador petista Lindbergh Farias atacou o democrata Ronaldo Caiado, a quem chamou de “desclassificado”. Caiado respondeu em off que Lindbergh tem mais de 30 processos no STF e "cracolândia em seu gabinete. Lewandowski determinou que os microfones fossem desligados e suspendeu a sessão por cinco minutos. Em seguida, Renan Calheiros, presidente da Casa, pediu aos senadores que reduzissem as questões de ordem repetidas, e a propósito de uma declaração feita ontem pela petralha Gleisi Hoffmann, afirmou: “Esta sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita. A senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer que o Senado não tem condição moral de julgar a presidente”, lembrando que ela e o marido, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, foram indiciados por corrupção passiva na Lava-Jato. Renan chegou a ameaçar suspender o depoimento de Dilma, marcado para a próxima segunda-feira, caso a troca de acusações entre os parlamentares no plenário do Senado continuasse. “Ele não tem esse poder porque nem preside a sessão de julgamento. A única forma de o depoimento não ocorrer na segunda-feira é se não forem concluídas as oitivas das testemunhas”, rebateu a também senadora petista Vanessa Grazziotin. Diante disso, Lewandowski interrompeu os trabalhos, que deverão ser retomados após o recesso para almoço. Resta agora aguardar para ver o que vai acontecer a partir de então.

Segunda atualização: Bem mais tarde, quando a noite já ia alta e o Senado havia se esvaziado, foram concluídos os questionamentos aos dois primeiros depoentes da defesa, com a maior parte das perguntas sendo feitas por defensores da petista e membros da base governista abrindo mão de fazer indagações para acelerar o processo. Vamos continuar acompanhado. Novidades relevantes a qualquer hora na minha comunidade http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br 

Bom sábado a todos e até mais ler.