quarta-feira, 11 de abril de 2018

AINDA SOBRE A PRIVACIDADE NA WEB ― PARTE III


ALGO SÓ É IMPOSSÍVEL ATÉ QUE ALGUÉM DUVIDE E ACABE PROVANDO O CONTRÁRIO.

Prosseguindo de onde paramos no capítulo anterior, podemos proteger arquivos “sensíveis” no Windows 10 (e nas encarnações anteriores do sistema) através do recurso Pastas Compactadas. Vale salientar, no entanto, que essa função costuma “desaparecer” quando instalamos um aplicativo dedicado, como o popular WinZip, que assume as funções de compactador/descompactador padrão do sistema.

Enfim, o recurso em questão, além de manipular arquivos compactados, funciona de certa forma como ferramenta de segurança, pois permite manter os arquivos confidenciais longe de olhos curiosos. Para tanto: 
  
1.   Dê um clique direito num ponto vazio do Desktop, selecione Novo > Pasta;
2.   Recolha para dentro da nova pasta todos os documentos que você deseja proteger.
3.   Dê um clique direito sobre a pasta e selecione Enviar para... > Pasta compactada.
4.   Abra a pasta compactada, clique no menu Arquivo, clique em Adicionar Senha, defina uma senha, confirme e clique em OK.

Feito isso, o conteúdo dessa pasta só poderá ser acessado por quem souber a senha. Ainda assim, conforme a importância dos arquivos que você tenciona proteger, não deixe de fazer um backup em mídia externa (HD USB, pendrive, etc.) ― não só para o caso de você não se lembrar da senha, mas também para prevenir uma possível exclusão acidental da pasta.

Vale lembrar também que o ZIP é apenas um dos muitos formatos para compressão de arquivos ― e não necessariamente o melhor ―, e que o 7-Zip (gratuito e de código aberto) lida tanto com arquivos .ZIP (e outros formatos como RAR, ARJ, CAB, BZ27z, etc.). Se preferir, faça o download a partir do site do Baixaki, que oferece mais informações e dá dicas importantes sobre o uso do programa.

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terça-feira, 10 de abril de 2018

DORIA DEIXA A PREFEITURA PARA CONCORRER AO GOVERNO DO ESTADO E BRUNO COVAS ASSUME O CARGO. E QUEM DIABOS É BRUNO COVAS?



Na última sexta-feira, em meio à pantomima midiática da prisão do demiurgo de Garanhuns, Geraldo Alckmin e João Dória deixaram seus cargos para concorrer à presidência da República e ao governo do estado, respectivamente. 

Observação: Alckmin, conhecido como picolé de chuchu por sua notória “insipidez”, deixou o Palácio dos Bandeirantes depois de ocupá-lo por 7 anos e 3 meses consecutivos. Não foi a primeira vez. Também de olho na presidência, ele passou o bastão para o vice, Cláudio Lembo em 2006, mas obteve somente 39,17% dos votos válidos no segundo turno e acabou derrotado por Lula, que se reelegeu com 60,83% dos votos.

Mesmo sendo novato na política, Doria enfrentou bravamente a hostilidade da mídia ― que por vezes chegava a ser cômica. Sua vitória foi durante muito tempo dada como impossível pelas “pesquisas eleitorais”, e todo santo dia sua candidatura “entrava em crise”. Mesmo assim, o tucano obteve mais 3 milhões de votos já no primeiro turno ― fato inédito em São Paulo desde a redemocratização do país ―, e deixou no chinelo o “poste” de Lula, devido em grande parte a imagem de gestor que vendeu à população paulistana durante a campanha ― população essa que desejava desesperadamente alguém como ele, ou, pelo menos, parecido com a propaganda que ele fazia de si próprio.

A gestão começou bem ― com o sucesso do Corujão da Saúde, do Empreenda Fácil e do Agenda Fácil, dentre outros projetos ―, mas decaiu depois de poucos meses, quando o Doria já não escondia sua frustração com a burocracia e a deixava evidente que tinha planos mais ambiciosos ― como concorrer à presidência da República, embora Alckmin, seu padrinho político, fosse a escolha natural do PSDB depois que Aécio Neves, delatado por Joesley Batista, só não acabou na cadeia devido ao foro privilegiado, e só não teve o mandato cassado porque o Conselho de Ética do Senado é uma piada.

Observação: Como bem observou J.R. Guzzo, a mídia brasileira, incluindo a paulistana, tem um instinto infalível para ficar do lado errado da opinião pública, sempre parecendo querer exatamente o que a população claramente não quer. Gosta, por exemplo, da “cracolândia”, dos “moradores de rua”, mendigos e afins, quando o paulistano não gosta de nada disso. Tanto é que, nas eleições de 2016, a população estava exasperada com uma prefeitura e um prefeito que insistiam em governar a cidade na contramão do seu entendimento. A gestão do poste número 2 de Lula (se considerarmos Dilma o poste número 1) foi um filme-catástrofe do começo ao fim, com Haddad e sua equipe de “cientistas sociais”, urbanistas alternativos, arquitetos sem obras e militantes de “movimentos sociais” querendo fazer uma revolução socialista queimando pneus nas ruas e recebendo verbas da prefeitura, o que resultou numa tempestade perfeita em matéria de decisões ruins.

Para encurtar a conversa, o prefeito-gestor exerceu por 15 meses o mandato de 4 anos para o qual foi eleito, mas nunca o quis de verdade ― talvez quisesse ser presidente da República, governador do estado, provedor da Santa Casa ou qualquer coisa, menos prefeito de São Paulo. E não poderia mesmo resolver os problemas da maior e mais importante metrópole do país, com um PIB equivalente ao de Portugal, se desde o começo mirou o Palácio Anchieta como trampolim para voos mais ambiciosos.

O que São Paulo precisa é de um mínimo de coerência de seus gestores. Mas como esperar coerência administrativa de um prefeito assume o cargo já pensando em deixá-lo? Como acreditar que pessoas assim se interessam pela cidade, pelo estado ou pelo país que foram eleitos para governar? Se alguém quer construir uma carreira na política, que ao menos respeite o mandato para o qual foi eleito. Aliás, se a legislação eleitoral tornasse inelegível por pelo menos 10 anos quem deixa o mandato precocemente, talvez esses arrivistas, que planejam pular de cargo em cargo para subir na vida, não se sentissem tão à vontade para trair seus eleitores.

Para o mal dos nossos pecados, ninguém sabe quem é o que pensa o vice de Doria. Sabe-se apenas que ele é neto de Mário Covas ― que foi prefeito, senador e governador de São Paulo de janeiro de 1995 a janeiro de 2001, quando se afastou do cargo devido ao câncer que resultou na sua morte em março daquele ano ―, que se formou em Direito pela USP e em economia pela PUC, e que sua estreia na vida pública se deu em 2004, quando disputou (mas não ganhou) o cargo de vice-prefeito de Santos (no litoral paulista). Em 2006, ele se elegeu deputado estadual com 122 mil votos, e em 2104, depois de ter aberto mão de concorrer à prefeitura de Sampa (para dar lugar a José Serra, segundo ele, mas fala-se que o real motivo seria o fato de não ter denunciado uma tentativa de suborno), conseguiu uma cadeira na Câmara Federal.

Promovido a prefeito da maior cidade da América Latina aos 38 anos (completados em 7 de abril, dia da sua posse), Bruno Covas parece entender tanto de São Paulo quanto eu entendo de missa. O que ele representa com perfeição ― e uma vez mais na política tupiniquim ― é a praga do vice (para quem não se lembra, Tancredo nos deu Sarney, Collor nos deu Itamar, Dilma nos deu Temer e agora Doria nos dá Bruno Covas). Em recente entrevista à Vejinha (Veja São Paulo), o atual prefeito, que até o ano passado pesava mais de 100 quilos e agora está com apenas 84 (compatíveis com seu 1,84 m), disse ser fã de rock, acordar antes das 6 da matina para fazer musculação na academia, estar divorciado há quatro anos e curtir baladas. Mas afirmou também que a vida de solteiro é coisa do passado, já que "se casaria com a cidade" no dia 7, quando passaria a ocupar o gabinete mais importante do Palácio Anchieta.

Observação: Sete meses depois da posse como vice, em 2017, Covas viajou de férias com 3 amigos para a Croácia, onde curtiu praias, piscinas e o agito do verão europeu, raspou a cabeça e deixou crescer a barba. Em outubro, durante uma esticada em Paris (desta vez em “missão oficial”, embora tenha participado de apenas dois eventos), depois de se indispor com Doria por conta da demissão de Fábio Lepique, seu adjunto na pasta das regionais, ele foi substituído pelo advogado Cláudio Carvalho e assumiu a recém-criada Casa Civil.

O novo prefeito afirma que sua experiência no legislativo e traquejo político o qualificam para administrar uma cidade como São Paulo. E o que teremos oportunidade de conferir a partir desta semana. Boa sorte a ele, e melhor sorte a nós.     

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AINDA SOBRE A PRIVACIDADE NA WEB ― CONTINUAÇÃO


ONDE TODOS MANDAM, NINGUÉM OBEDECE E TUDO FENECE.

Conforme eu mencionei no capítulo anterior, a popularização dos smartphones e das redes domésticas wireless aposentou o velho “computador da família”, mas ainda tem gente que compartilha o PC de casa com a mulher, o marido e/ou filhos.

Em sendo o seu caso, não deixe de usar a política de contas de usuários e senhas que a Microsoft introduziu no Windows ME, na virada do século, e vem aprimorando ao longo das encarnações subsequentes do sistema. Com esse recurso, usuários cadastrados acessam seus arquivos e configurações personalizadas (plano de fundo, proteção de tela, e por aí afora) como se cada qual tivesse sua própria máquina ― ou seja, somente o hardware é compartilhado.

Embora esse não seja o mote desta postagem, volto a frisar a importância de se criar uma conta de usuário com poderes limitados para usar no dia-a-dia, mesmo que você não compartilhe seu PC com outros usuários. Isso facilita a solução de desconfigurações acidentais ou infecções virais, já que basta fazer o logon com sua conta de administrador, excluir o perfil comprometido, criar outra conta limitada e tocar a vida adiante. (A propósito, não deixe de conferir minhas matérias sobre política de contas de usuário do Windows, criptografia e senhas).

Voltando à vaca fria, evite manter arquivos confidenciais, fotos “comprometedoras” e que tais na memória interna de seu smartphone ou tablet. Por serem “portáteis de verdade”, esses dispositivos estão mais sujeitos a perdas ou furtos do que seus “irmãos maiores”.  Aliás, armazenar esse tipo de conteúdo no HDD do PC de casa também pode não ser a melhor solução, sobretudo para quem compartilha a máquina com familiares (ainda que eventualmente). E mesmo que apenas você use o aparelhos, tenha em mente que máquinas pedem manutenção. Se for preciso deixar a sua numa assistência técnica, seus arquivos confidenciais poderão ser bisbilhotados ― daí eu recomendar enfaticamente a criação de backups desse conteúdo em mídias externas (HDs USB, pendrives ou mesmo CDs/DVDs) e o subsequente apagamento dos arquivos originais.

Se você achar que isso excesso de zelo (para não dizer paranoia), procure ao menos ocultar suas pastas/arquivos pessoais/confidenciais dos olhos de curiosos ocasionais. Veja a seguir como se faz isso no Windows 10 (se você ainda usa o Seven, acesse esta postagem).

― Pressione as teclas Win+E e, na janela do Explorer, selecione os arquivos/pastas que você deseja ocultar;
― Clique no menu Exibir e na opção Ocultar itens selecionados;
― Na janelinha que se abre em seguida, marque a opção Aplicar as alterações aos itens selecionados, subpastas e arquivos, e então clique em OK.

Observação: Se e quando você quiser tornar visíveis as pastas que ocultou, volte ao menu Exibir que comandou a ocultação dos arquivos e pastas, marque a caixa de verificação ao lado da opção itens ocultos. Com isso, as pastas/arquivos em questão ficarão “transparentes”; selecione as que você deseja exibir e torne a clicar em Ocultar itens selecionados, o que agora produzirá o efeito inverso, ou seja, permitirá a visualização dos itens que você havia escondido (certifique-se de que a opção Aplicar as alterações aos itens selecionados, subpastas e arquivos esteja marcada).

Tenha em mente que qualquer pessoa com acesso ao computador (e que seja um usuário intermediário ou avançado) poderá visualizar suas pastas/arquivos ocultos. Então, se houver algum item realmente confidencial, o melhor é protegê-lo também por senha, o que pode ser feito com o freeware Lock-a-Folder. Se preferir, use o compactador/descompactador de arquivos WinRAR, que, dentre outras funções, também permite criar pastas compactadas protegidas por senha (mais detalhes neste vídeo).

Até a próxima.

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segunda-feira, 9 de abril de 2018

LULA, SEUS QUEIXUMES E OUTRAS ABERRAÇÕES DO CENÁRIO POLÍTICO




O criminoso de Garanhuns é réu em 7 ações penais (ou em dez, segundo ele próprio afirmou no discurso do último sábado). Foi condenado em primeira instância 9 anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro (no caso envolvendo o tríplex no Guarujá, a que ele se referiu no mesmo discurso como “meu apartamento”), teve a pena aumentada para 12 anos e 1 mês na segunda instância e, depois de ver naufragarem seus pedidos de habeas corpus, foi alvo de um mandado expedido pelo juiz Sérgio Moro por determinação do TRF-4. E o que acontece?

Acontece que o farsante tripudiou da PF (ou passou a mão na bunda dos policiais, como bem definiu um jornalista da Jovem Pan News), limpou o rabo com a ordem de prisão (como disse outro jornalista de não me lembro qual emissora), cagou na cabeça da Justiça (como estou dizendo eu) e, do alto de sua empáfia, estabeleceu quando e onde se entregaria, não sem antes protagonizar um dramalhão de deixar mortos de inveja os melhores novelistas mexicanos. O prazo de 24 horas que lhe foi concedido por deferência ao cargo que ele um dia ocupou expirou às 17 horas da última sexta-feira. Mesmo assim, o ex-presidente permaneceu entocado na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, juntamente com um bando de comparsas que o estimulavam a esticar a corda ao máximo (na esperança de que alguma instância do Judiciário relaxasse a prisão iminente do criminoso condenado).

A pantomima seguiu noite adentro. Na manhã de sábado, após a celebração de uma bizarra missa negra ― supostamente em homenagem ao 68º aniversário natalício da ex-primeira dama vermelha, falecida em fevereiro do ano passado ―, escancarou-se a agonia da seita do inferno, cujo sumo pontífice está fadado a discursar nos próximos anos somente para pecadores juramentados reunidos no pátio da cadeia. Como bem salientou Augusto Nunes, a exploração de cadáver juntou no mesmo palanque um Lula quebrado, os medonhos requebros de DilmaGleisi Hoffmann e seu sorriso de Miss Simpatia da população carcerária e outras abjeções. Nenhum dos presentes, incluindo os padres, seria capaz de recitar a segunda parte do credo. Deus deve ser mesmo brasileiro. Só isso explica o motivo de a pequena multidão não ter sido fulminada por algum dos raios bíblicos que, em outros séculos, dizimavam concentrações de pecadores irrecuperáveis.

O demiurgo discursou para os militontos como se realmente precisasse convencê-los, a despeito de essa patuleia ser incapaz de vislumbrar um único ato espúrio na sua “prodigiosa biografia” ― como também é incapaz de encontrar o próprio rabo usando as duas mãos e uma lanterna. Já para as pessoas racionais que tiveram paciência para ouvir o ramerrão do petista com um mínimo de atenção, o amontoado de mentiras que permeou sua conversa mole para boi dormir foi um verdadeiro insulto, sobretudo quando ele reafirmou seu orgulho de ser o único presidente do Brasil sem um diploma universitário ― esquecendo-se de que divide essa “honra” com Café Filho. Ou quando disse que o Brasil foi “o último país a ter uma universidade” ― na verdade, a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808, passou formalmente à condição de universidade em 1937, enquanto que a primeira universidade de Angola data de 1962, a da Etiópia, de 1950, e a da Arábia Saudita, de 1956.

O molusco parlapatão também vomitou seu inconformismo com o Power Point canhestro de Deltan Dallagnol, que, segundo ele, teria dito que o Partido dos Trabalhadores é uma organização criminosa criada para roubar o Brasil. Na verdade, o que Dallagnol disse foi: “O que nós vemos é um partido político, o PT, buscando arrecadar recursos para se perpetuar no poder” e “Não se julga aqui a adequação de sua [do PT] posição de mundo, de sua ideologia, mas se avalia se a agremiação se envolveu, por meio de seus diversos prepostos, em crimes específicos”.

Em momento algum Dallagnol proferiu a frase que lhe foi atribuída, como também jamais disse ― nem ele nem qualquer outro procurador da Lava-Jato ― que “não precisava de provas [para denunciar Lula] porque tinha convicções”. Isso é mais uma balela em defesa da tese abilolada de que o petralha teria sido condenado sem provas. A frase atribuída ao procurador é na verdade uma interpretação de outras que foram ditas na entrevista coletiva que sucedeu a apresentação da denúncia contra Lula (assista aos vídeos que acompanham esta reportagem para conferir o conteúdo na íntegra). A propósito, a denúncia do MPF não citou o PT como uma organização criminosa; na ocasião, foi dito apenas que existia uma organização criminosa da qual Lula seria o chefe e que incluía diretores da Petrobras e políticos de diversos partidos.

Lula desafiou procuradores e seus asseclas, o juiz federal Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4 para um debate sobre as provasque embasaram as investigações que levaram à sua condenação. Rosnou que o MPF e a PF mentiram ao atribuírem a ele o tríplex no condomínio Solaris, pivô de sua sentença a 12 anos e um mês de prisão, que não os perdoa por darem à sociedade a ideia de que ele, Lula, é ladrão, e por permitirem que fossem feitos “pixulecos no Brasil inteiro, que passou a chamá-lo e a seus cúmplices de “petralhas”.

A pantomima de quase uma hora (cuja transcrição você pode acessar a partir deste link) começou com uma longa saudação a políticos, sindicalistas e artistas que estavam no carro de som. O parlapatão incorrigível chegou mesmo a desejar sucesso a alguns políticos que já se declararam candidatos na eleição de 2018 ― se não foi efeito do marafo, certamente foi uma “revelação divina” de que sua trajetória política está próxima do final. Relembrou episódios das greves de 1979 e 1980 para dizer que “mais importante do que vencer é consolidar visões políticas”, e daí partiu para um impiedoso ataque à imprensa, no qual criticou emissoras de televisão, jornais, revistas e rádios do interior, chegando a citar nominalmente as redes Bandeirantes, Record e Globo, o jornal “O Globo” e a revista “Veja” (talvez porque ninguém tenha lido para ele os editorias de Época e IstoÉ). Na sequência, voltou a se declarar inocente e a criticar duramente o Ministério Público e o Judiciário, reafirmou que não está acima da Justiça, mas que acredita “numa Justiça justa, que decide com base na prova concreta”, reforçando a ideia de que tanto os procuradores do MPF quanto os juízes não promoveram julgamentos técnicos, mas sim politizados e destinados a agradar a opinião pública. Como se não bastasse, defendeu a “regulamentação da mídia” (logo ele, que combateu o regime militar) e exortou suas milícias paramilitares a espalhar o terror pelo país.

O besteirol foi encerrado depois que o demiurgo disse que se entregaria, mas que ninguém seria capaz de prender suas ideias. “Eu vou lá [para a prisão] com a crença de que vão descobrir o que tenho dito todo dia. Eles não sabem que o problema deste país não se chama Lula, chama-se vocês, a consciência do povo. Não adianta tentar evitar que eu ande por este país. Porque tem milhões de Boulos, de Manuelas e Dilmas para andar por mim. [...] Meu coração baterá pelo coração de vocês. São milhões de corações...

Depois de incitar os militontos a fazerem protestos e ocupações pelo país, tomar as ruas e queimar pneus para defender seu legado, Lula reafirmou que provará sua inocência ― o que me parece um tanto falacioso, pois o sevandija já foi condenado por nada menos que 9 magistrados (sem contar os que rejeitaram seu pedido de habeas corpus ao STF) e é réu em outras 6 ações criminais (que estão em diferentes fases processais), isso sem mencionar as investigações em curso, que podem virar denúncias e resultar em mais processos contra ele.

O PT de Lula deixou a roupagem “paz & amor” ― conferida por Duda Mendonça, que aboliu o lema “A luta continua, companheiros” porque luta lembra baderna ― para se tornar um partido não mais de greve e piquete, mas de confundir o Estado consigo próprio, de hegemonia absoluta conquistada na força, de adoração absoluta e incondicional ao líder. É preciso ter em mente que o que ocorreu neste final de semana, mais do que a prisão de um ex-presidente da República, foi a prisão de um criminoso julgado e condenado por ter cometido ilegalidades durante e após o exercício do cargo.

Em suma, Lula é falso como uma nota de R$ 3.

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AINDA SOBRE PRIVACIDADE NA WEB


O SEGREDO DA CRIATIVIDADE É VOCÊ ESCONDER BEM AS SUAS FONTES.

O mau uso de informações dos dados de usuários do Facebook acendeu a luz vermelha para aqueles que se preocupam com sua privacidade. A questão é saber com o que vale a pena se preocupar, pois o acesso a informações pessoais só é danoso quando se reverte em objetivos espúrios. 

Há quem dica que se está fazendo uma tempestade em copo d’água, que os assim chamados “nativos digitais”, que convivem desde sempre com a tecnologia, veem a questão da privacidade de outra forma, já que seus valores não são os mesmos de quem nasceu e cresceu nos anos 60 e 70, por exemplo. Seja como for, é preciso vigilância. Sempre. 

Isto posto, vejamos algumas dicas (velhas, batidas, mas ainda eficazes) cuja observância pode evitar dores de cabeça:

― Restrinja o acesso a informações de seu perfil em redes sociais (e não só no Facebook). Se achar indispensável publicar fotos, crie álbuns privados e conceda acesso apenas a amigos mais próximos.

― Jamais exponha sua intimidade. Selfies e fotos “calientes” podem causar constrangimentos se e quando forem visualizadas (ou, pior, compartilhadas) por pessoas inescrupulosas. Evite também publicar fotos suas em carros de luxo, hotéis suntuosos ou qualquer outra coisa que exponham sua situação financeira e despertem o interesse dos amigos do alheio.

― Não compartilhe (via WhatsApp ou redes sociais) os locais que você costuma frequentar, sozinho ou com parentes e amigos. Se for o caso, divulgue fotos e outras informações depois de já ter deixado o lugar.

― Use senhas seguras (mais detalhes nesta postagem), altere-as de tempos em tempos e não reutilize a mesma senha para múltiplos logins (Windows, webmail, netbanking, etc.). Se achar difícil memorizar suas senhas, recorra a um gerenciador  como o Avast Passwords, que cria senhas complexas e as sincroniza e em todos os seus dispositivos (WindowsAndroid e Mac, etc.), além de informar se alguma delas senhas vazou na internet. (Saiba mais sobre gerenciadores de senhas nesta postagem).

― Aquelas recomendações sobre tomar cuidado ao abrir anexos e clicar em links que chegam através de emails, programas de troca de mensagens e redes sociais já criaram barba, mas continuam valendo. Demais disso, suspeite de mensagens e perfis de contatos desconhecidos; afinal, elas podem ser iscas para levá-lo a infectar seu sistema com spywares ou outras pragas.

― Não use computadores públicos e/ou de terceiros. Com a popularização dos smartphones, não faz mais sentido recorrer a dispositivos alheios para ler emails, fazer compras em lojas virtuais ou transações bancárias online. Evite.

― Se você compartilha seu PC com outras pessoas (cônjuge, filhos, etc.), use a política de contas e senhas do Windows   política de contas de usuário e senhas do Windows. Ao navegar na Web, desmarque a opção “salvar senhas automaticamente” e faça o logoff após acessar sites que exigem identificação do usuário. E lembre-se: Computadores de escolas, cibercafés e lanhouses são utilizados por muitas pessoas durante períodos curtos, e a qualquer momento pode surgir um usuário que, ao perceber que algum serviço já está logado, altera dados e insere informações caluniosas sobre a vítima, que só se dará conta do problema muito mais tarde.

Amanhã a gente continua. Até lá.

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domingo, 8 de abril de 2018

E LULA LÁ - FINALMENTE


Tudo em que Lula encosta a mão, já há muito tempo, fica estragado na hora. Neste seu momento de desgraça, quando não podia mais evitar a prisão e sua única saída era tentar manter a cabeça erguida, fez o contrário – baixou a cabeça e acabou entrando na cadeia como um homem pequeno. Teve a oportunidade plena de fazer alguma coisa mais decente. Foi ajudado pela gentileza extrema da Polícia Federal e demais autoridades encarregadas de cumprir a ordem judicial, que lhe deram todo o tempo do mundo para preparar uma apresentação às autoridades que tivesse um pouco mais de compostura. Foi tratado com uma paciência que não está à disposição de nenhum outro brasileiro. Teve o privilégio de uma “negociação” sem pé nem cabeça para se entregar, como se o cumprimento da ordem dependesse da sua concordância. Mas acabou, apenas, estragando tudo. Conseguiu tornar a sua biografia, que já está para lá de ruim, ainda pior – este capítulo da sua ida para o xadrez, condenado a doze anos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, concorre, certamente, para ser um dos piores da sua triste passagem pela política brasileira.
O PT, a esquerda em geral e o próprio Lula imaginavam, talvez, uma despedida com mais cara de cinema, ou pelo menos de novela de televisão. O problema, como sempre acontece, é que esses planos bonitos exigem coragem para ser colocados em prática. E onde encontrar coragem, na hora de enfrentar a dureza? Nada de Salvador Allende e de sua heroica resistência até a morte, no Palácio de La Moneda em Santiago do Chile, onde enfrentou à bala a tropa do exército chileno que veio prendê-lo. Allende? Imaginem. O que o brasileiro viu pela televisão, durante as vinte e tantas horas de tumulto que se seguiram ao prazo concedido para o ex-presidente se apresentar à prisão, foi um homem confuso, vacilante, amedrontado, tentando pequenas espertezas – nada que lembrasse um líder em modo de “resistência”. Uma hora parecia querer uma coisa. Dali dez minutos estava querendo o contrário. Sua “trincheira” durante as horas que antecederam a prisão, o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, não era uma trincheira de verdade. Entravam engradados de cerveja, sacos de carvão e carne para churrasco. E que trincheira é esta, que só resiste porque a tropa do outro lado não aparece? Lula, mais uma vez, ficou fingindo que queria briga – mas amarelou, como sempre, na hora em que teria mesmo de ir para o pau.
O único gesto do ex-presidente e o seu entorno foi aproveitar a moleza da polícia encarregada de prendê-lo para dar a impressão de que ele se “recusava” a ser preso. Não se recusava coisa nenhuma – só ficou entocado dentro do prédio porque a Polícia Federal não foi buscá-lo. Que valentia existe nisso? O que houve de verdade, na vida real, foi o arrasta-pé de um político assustado, sem ação e obcecado com a própria pele, escondendo-se atrás da moita para ver se a confusão passa e ele pode sair ao céu aberto. As últimas horas que Lula passou em seu esconderijo, antes de tomar o avião que enfim o levou já preso para Curitiba, deixaram claro, também, que nem ele e nem toda a estrutura do seu partido tinham a menor noção do que estavam fazendo. Não tinham um plano, A, B ou C. Não tinham uma única ideia a respeito do que fazer. Não tinham nada. Até a última hora, na verdade, não imaginavam que fosse expedida, realmente, uma ordem de prisão contra ele; não conseguiam acreditar, simplesmente, no que estava acontecendo. Lula e o PT contavam, isto sim, com os escritórios de advocacia milionários que iriam salvá-lo no STF. Contavam com um Marco Aurélio, Lewandowski ou Gilmar Mendes para dar um golpe de última hora no tapetão. Contavam com qualquer coisa – menos a ordem de prisão que acabou por levá-lo ao xadrez da Laja-Jato. Na hora que a realidade teve de ser encarada, entraram em parafuso.
O final desta comédia foi uma tristeza. Durante um dia inteiro, e a maior parte do dia seguinte, um bolinho de gente ficou em volta do sindicato — era o apoio popular que foi possível juntar. Às vezes, nas imagens aéreas da televisão, parecia uma concentração mais encorpada. Mas assim que o helicóptero se afastava um pouco ficava claro que a mobilização do povo brasileiro para defender Lula era só aquele bolinho mesmo – em Mauá, por exemplo, a quinze minutos dali, não havia um único manifestante à vista. Nem em Santo André, ou São Caetano, ou no resto do Brasil. A população estava trabalhando. No carro de som, falando para si próprios, sucediam-se dinossauros velhos e novos, de Luisa Erundina a Manoela D’Ávila, gritando coisas desconexas. Ninguém, ali, tinha qualquer relação com o mundo do trabalho. Nem na plateia, formada por sindicalistas, desocupados ou professores que faltaram ao serviço, com a coragem de quem não pode ser demitido do emprego. Dentro do prédio Lula limitou-se a não resolver nada, cercado por um cardume de puxa-sacos e mediocridades. Não havia, na hora máxima, ninguém de valor, mérito ou boa reputação em torno dele – só os serviçais de sempre, gente que sabe gritar, sacudir bandeira vermelha e atrapalhar o trânsito, mas não é capaz de ter uma única ideia ou fazer uma sugestão que preste. Como o nosso grande líder de massas pode acabar cercado, numa hora dessas, por figuras como Gleisi Hoffmann e Eduardo Suplicy? Muita coisa, positivamente, deu muito errado.
O heroísmo da “resistência” de Lula acabou limitado à agressão de um infeliz que despertou a ira dos “militantes” e foi surrado até acabar no hospital com traumatismo craniano. Ou à depredação no prédio da ministra Cármen Lúcia em Belo Horizonte, mais pichações aqui e ali. Quanto ao próprio Lula, o que deu para verificar é que a soma total de suas ações no momento de ir para a cadeia resumiu-se a empurrar as coisas com a barriga até a hora de entregar os pontos — depois de fingir que “não estava conseguindo” se render por causa de um tumulto barato encenado pela turma que cercava o sindicato. Esperou escurecer para não ser preso à noite, no dia seguinte inventou uma espécie de missa, um discurso que não acabava mais, um almoço “com parentes” e, por fim, armou a farsa do tal bloqueio dos portões de saída por parte dos seus “apoiadores”, o que o “impediria” de se entregar. Chegou ao limite extremo da irresponsabilidade, mais uma vez – e só quando não deu para continuar fazendo a polícia de idiota, como fez durante dois dias seguidos, embarcou no camburão da PF, e depois, no avião rumo à Curitiba. No tal discurso, com frases mal copiadas de Martin Luther King, chegou a dizer que é a favor – isso mesmo, a favor – da Lava-Jato, depois de passar os últimos dois anos fazendo os ataques mais enfurecidos contra a operação anti-corrupção. Agora, na hora de ir para a cadeia, diz que é contra a roubalheira, e que só está preso por causa “da imprensa” – o que, além de falso, é mais uma demonstração de que está cuspindo no prato no qual tem comido há anos. Afirmou, enfim, que estava indo para a “prisão deles”. Mentira. Não é prisão deles. É do Brasil inteiro e do sistema legal que ainda existe por aqui.
A história está cheia de políticos que crescem com a própria prisão. Não foi o caso de Lula.

(Texto de J.R. GUZZO)




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sábado, 7 de abril de 2018

A PRISÃO DE LULA ― A NOVELA CONTINUA



Os resultados de quatro anos de Operação Lava-Jato demonstram que a Polícia Federal sabe investigar, mas o episódio atabalhoado da prisão do demiurgo de Garanhuns, que desde o final da tarde de ontem tripudia do Judiciário e dos cidadãos de bem deste país, comprava que os agentes federais não sabem prender.

A meu ver, o juiz Sérgio Moro tem sua parcela de culpa. Na última quinta-feira, ao atender à determinação do TRF-4 e expedir o mandado de prisão contra o petista, o juiz levou em consideração a “dignidade do cargo” ― do qual Lula jamais foi digno ― e ofereceu a possibilidade de o condenado se apresentar espontaneamente na sede da PF em Curitiba (além de vetar o uso de algemas e preparar uma cela especial para acomodar o sacripanta), mas não levou em conta que petista, quando alguém lhe oferece a mão, quer logo arrancar o braço.

O prazo expirou às 17 h de ontem, e o molusco continua entocado no sindicado dos metalúrgicos do ABC, cercado de cupinchas e de um número variável de militontos amestrados. Depois de muita expectativa, o discurso que o "grande líder" ficou de proferir acabou não acontecendo. Até porque ele diria o quê? Afrontaria mais uma vez o Judiciário, tentando convencer a militância de que Moro é que deveria ser preso? Mesmo tendo sido condenado em primeira e segunda instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro? Mesmo sendo réu em mais duas ações criminais em Curitiba ― que estão prestes a ser julgadas ― e em outras quatro na JF do DF? Isso foi feito durante toda a instrução processual da ação em que Lula já foi condenado ― e pelo visto não deu certo. De mais a mais, os militontos não precisam ser convencidos de nada, pois acreditam cegamente na narrativa petista. Já o resto da população... 

Enfim, durante todo o dia de ontem Lula apareceu algumas vezes na janela e saudou os palhaços que ali se concentravam para vê-lo e ouvi-lo. Intra muros, a cúpula do partido estimulava a rebeldia e os advogados do petralha defendiam o bom senso ― mas, nos bastidores, atiravam para todos os lados, com pedidos de habeas corpus ao STJ, reclamações ao STF e até mesmo uma estapafúrdia tentativa de recorrer à ONU (como se a organização pudesse se imiscuir em decisões internas de um país soberano).

Agora, 16 horas depois do prazo estabelecido por Moro, rejeitados os pedidos de habeas corpus e na iminência de uma decisão do ministro Fachin sobre a reclamação apresentada ao STF (a defesa alega que o TRF4 não poderia ter autorização a decretação da prisão de Lula antes do exaurimento do prazo para a apresentação dos “embargos dos embargos”), o haverá uma solenidade no sindicato (uma missa em homenagem à ex-primeira dama Marisa Letícia, que, se não tivesse falecido em fevereiro do ano passado, estaria completando 68 anos neste sábado), ao final da qual Lula se entregará e será encaminhado à sede da PF em Curitiba. Ou pelo menos essa é a versão atual dos fatos. Resta saber se isso vai se confirmar.

Volto mais tarde com outras informações.

ADITAMENTO - 14h20min DE SÁBADO

Eu nunca vi em 60 anos de vida a imprensa transmitir ao vivo, durante tanto tempo, uma comédia estapafúrdia como a da prisão de Lula.
Ao petista, vale lembrar, foi concedida a deferência especial de se entregar espontaneamente, na sede da PF de Curitiba. O prazo expirou às 5 horas da tarde de ontem, mas a palhaçada avançou noite adentro e por toda a manhã de hoje.
A farsa burlesca atingiu o ápice com o discurso do sacripanta de Garanhuns ― na verdade, um comício que se estendeu por quase uma hora, dirigido a militontos e apoiadores. Em determinado momento, o criminoso pareceu passar mal, mas logo retomou seu besteirol (ele atribuiu o súbito “mal-estar” à ressaca monumental, digo, ao calor desta manhã de sábado).
Em sua peroração patética ― e insuportável para os cidadãos de bem desta nação ―, Lula desafiou “procuradores e asseclas”, o juiz federal Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4 para um debate sobre as provas que embasam investigações que resultaram na sua condenação.
Vale lembrar que, além do processo sobre o triplex do Guarujá, no qual o petista foi condenado por Moro a 9 anos e meio de prisão e teve a pena aumentada para 12 anos e um mês pelo TRF-4, há mais 6 ações penais contra ele, duas em trâmite na 13ª Vara Federal de Curitiba e outras 4 na Justiça Federal do DF.
Ao longo de todo o dia de ontem e da manhã de hoje, integrantes da alta cúpula petista estimularam o petralha a não se entregar, ao passo que seus advogados sugeriram o contrário. Nesse entretempo, o STJ negou mais um pedido de habeas corpus e, mais adiante, o ministro Edson Fachin, do STF, asseverou que o fato de haver recursos para serem analisados não impede o cumprimento da pena de prisão, e destacou que o mandado não deve ser suspenso apenas porque ainda é possível apresentar recursos no TRF-4.
Terminada a “solenidade” em homenagem à finada ex-primeira-dama Maria Letícia, que hoje completaria 68 anos, Lula deve almoçar e descansar um pouco antes de seguir para o aeroporto de Congonhas e de lá voar para Curitiba. Talvez para evitar confrontos indesejáveis (a petralhada é capaz de tudo), a PF de São Paulo engoliu, submissa, todas essas afrontas, o que foi uma vergonha.

Vamos continuar acompanhando. 

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sexta-feira, 6 de abril de 2018

A NOVELA DE PRISÃO DE LULA E SEUS MAIS RECENTES DESDOBRAMENTOS



 No final da tarde de ontem, quando o juiz Moro decretou a prisão de Lula, a petralhada chiou, até porque foi pega de surpresa, embora tudo apontasse para esse desfecho (só não se esperava que fosse tão rápido). Mas não faz sentido algum a narrativa de que o magistrado teria se antecipado por não respeitar o prazo da defesa para ingressar com “embargos dos embargos”. Até porque Moro se limitou a cumprir a determinação do Tribunal ao qual a 13ª Vara Federal de Curitiba está subordinada, e aquela Corte já havia sinalizado que os tais embargos seriam rejeitados de plano, dada sua natureza eminentemente procrastinatória.  

“Em atenção à dignidade do cargo”, o juiz concedeu a Lula algumas deferências especiais, como a opção de se entregar espontaneamente (o prazo expira às 17 horas desta sexta-feira) e a proibição do uso de algemas “em qualquer hipótese”, além de determinar que o prisioneiro seja acomodado num cômodo especial (algo tipo “sala de Estado Maior”), separado dos demais presos, sem qualquer risco para sua integridade moral ou física. Mas a petralhada quer baderna, quer sangue, quer o caos.

Durante toda esta manhã, especulou-se se e quando Lula se entregaria. Agora, porém, essa possibilidade parece ter sido descartada. O mulusco quer explorar ao máximo sua postura vitimista, tanto é que um de seus advogados ― o conspícuo dr. Zanin ― recorreu (mais uma vez) à ONU, como se coubesse àquela entidade se imiscuir em questões internas de um país soberano.

A defesa também ingressou com outro habeas corpus (agora não mais preventivo, já que existe um mandado de prisão) no STJ. O pedido está sendo examinado pelo ministro-relator Felix Fisher, mas parece ser consenso entre os analistas que será indeferido. No entanto, não se pode tolher à defesa seu direito de espernear.

Lula continua entrincheirado na sede do sindicato dos metalúrgicos do ABC, juntamente com alguns cupinchas. Defronte ao prédio, um grupelho de militantes promove uma “vigília permanente”.  Agora há pouco, o presidente estadual do PT, Luiz Marinho, disse que o comandante da ORCRIM fará um pronunciamento às 4 horas desta tarde ― uma hora antes, portanto, do final do prazo estabelecido pelo juiz Moro.

A tática de Lula é clara: pregar o discurso da resistência para manter a militância a postos até o último minuto, para que a adesão à vigília (que já não é nenhuma Brastemp) não caia. No entanto, a cúpula do partido receia que os advogados abandonem sua, caso ele decida realmente descumprir a decisão judicial. Até porque os nobres causídicos ficariam numa situação delicada se compactuassem com essa estratégia.

Em 2016, o demiurgo de Garanhuns afirmou que, se fosse condenado por algum crime, iria a pé até Curitiba para ser preso. Agora, réu em 7 ações penais e condenado numa delas em primeira e segunda instâncias, o petralha mudou o discurso. E como já são quase 3 horas da tarde, seria impossível ele chegar a Curitiba antes das cinco. E se resolver mesmo discursar, talvez não consiga chegar nem mesmo à sede PF em São Paulo, que fica no bairro da Lapa (zona oeste da cidade).

Nesse meio tempo, o ministro-deus Gilmar Mendes, que está voltando de Portugal, disse (ainda além-mar) que a ordem de prisão foi "absurda" e que a situação atual no Brasil é de "despotismo judicial". Mas demonstrou alguma coerência ao culpar o PT por essa merdeira: segundo ele, o partido “está sendo vítima de sua própria obra”.

Na minha modesta opinião, o ministro perdeu mais uma boa oportunidade de ficar calado.

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COMO EXCLUIR SUA CONTA NO FACEBOOK


DEUS NÃO É BRASILEIRO. SE FOSSE, SERIA O RESPONSÁVEL POR ESTA OBRA ETERNAMENTE INACABADA E PERMANENTEMENTE SUPERFATURADA?

Se sua preocupação com privacidade beira a paranoia ― e não sou eu quem lhe dirá que não existe motivo para tanto ―, é possível (e até provável) que as dicas que eu publiquei nos posts anteriores não o tranquilizem a ponto de desistir da ideia de abandonar de vez o Facebook. No entanto, por alguma razão incerta e não sabida, não existe um link ou botão de fácil acesso, destinado a facilitar a exclusão do seu perfil (e respectivo conteúdo) dos servidores da rede de Zuckerberg (talvez por isso o Face seja a maior rede social do mundo, com mais de 1,5 bilhão de usuários cadastrados). Mas prossiga com a leitura e veja que isso não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.

Antes de qualquer outra coisa, sugiro fazer um backup dos dados que você publicou no Face (essa etapa não é obrigatória, mas nem por isso deixa de ser recomendável). Para tanto:

1) Faça o logon na sua conta, clique no ícone da engrenagem, escolha a opção Configuração de conta e clique em Baixe uma cópia dos seus dados no Facebook

2) Uma nova página será aberta com detalhes do download. Insira sua senha para confirmar a veracidade da solicitação e selecione o download do arquivo expandido, com todos os registros da sua conta (note que as fotos em que você foi marcado não serão incluídas; você terá de selecioná-las uma a uma e copiar as imagens desejadas). 

3) Aguarde. O Facebook enviará um email para você, com um link para o download dos dados.

Cumprida essa etapa:

1) Digite http://www.facebook.com/help/delete_account na barra de endereços do seu navegador. Quando surgir uma caixa de diálogo como a da figura que ilustra esta postagem, clique no botão azul ― Excluir minha conta

2) Na telinha que se abre em seguida, informe a senha cadastrada e escolha algumas imagens aleatórias (para comprovar que a solicitação não está sendo feita por um robô).

3) Uma nova caixa de diálogo será exibida, confirmando sua solicitação e informando que o encerramento definitivo ocorrerá no prazo de 14 dias (até lá, se você poderá cancelar a requisição a qualquer momento).

Se você não tiver certeza de que quer mesmo abandonar a rede, saiba que é possível “dar um tempo”. Para isso:

1) Acesse sua página, faça o logon, clique no ícone da engrenagem, escolha Configurações de Conta, selecione Segurança e clique no link Desativar Sua Conta, no pé da página. 

2) Dentre as razões disponíveis, marque a opção desejada ou clique em Outro e dê mais detalhes na caixa de diálogo. Marque também a caixa que cancela o envio de emails, e então clique em Confirmar

3) Digite sua senha, clique em Desativar Agora e aguarde o processamento da solicitação. Desse modo, a conta permanecerá suspensa por um prazo pré-definido, durante o qual bastará acessá-la para que ela seja restabelecida automaticamente.

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quinta-feira, 5 de abril de 2018

MORO DETERMINA A PRISÃO DE LULA – PETRALHA TEM PRAZO ATÉ AS 17 HORAS DE AMANHÃ, SEXTA-FEIRA 6, PARA SE APRESENTAR NA SEDE DA PF EM CURITIBA




Eu já estou até os tampos de escrever sobre esse assunto, mas não tem jeito. Enquanto a Justiça (ou um acaso do destino) não botar um ponto final em sua biografia, esse sacripanta continuará torrando a nossa paciência, sobretudo porque o PT se recusa a ver (ou melhor, a deixar que a militância ignara se dê conta) que o dito-cujo está com os dois pés dentre da cela, e que sua fantasiosa candidatura não tem lugar no mundo real, digam o que disserem os institutos de pesquisa que insistem em mantê-lo no pleito.

Claro que estamos no Brasil, onde nem mesmo o passado é previsível. O julgamento de anteontem evidenciou a cada instante, ao longo das 10 horas e 46 minutos de sessão, o cabo-de-guerra entre dois entendimentos opostos sobre o cumprimento da pena após decisão condenatória proferida por um juízo colegiado.

Depois que Gilmar Mendes antecipou seu voto e voltou para Portugal ― segundo o José Simão, “parece que lá não tem banheiro; ele veio, cagou e pegou o avião e volta” (siga este link e clique no áudio do dia 05/04) ―, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski fizeram-lhe as vezes.

Mello, que é primo do ex-presidente impichado Fernando Collor e foi por ele e indicado para o STF, mal conseguiu disfarçar sua insatisfação (para dizer o mínimo) com o resultado do julgamento, sobretudo porque “feito o diabo” para cooptar a ministra Rosa Weber ― cujo pronunciamento, recheado de circunlóquios, juridiquês e longas referências a outros processos, manteve até o último segundo o suspense sobre como ela votaria em relação ao “paciente”. Curiosamente, Dias Toffoli, que eu achava que seria o advogado do diabo da vez, comportou-se melhor do que seria de se esperar.

No julgamento de ontem, os ministros também cassaram a liminar que impedia a prisão de Lula. Até minutos atrás, eu achava que o juiz Moro só expediria o respectivo mandado de prisão depois que todas as possibilidades de recurso na esfera do TRF-4 se esgotassem, e como a defesa tem até dia 10 para apresentar os “embargos dos embargos” (soa esquisito, mas é isso mesmo), acreditava-se que a prisão do molusco só aconteceria dentre de mais uma semana, por aí. No entanto, recebi há poucos instantes a informação de que o mandado de prisão já foi expedido, embora Moro e tenha concedido ao chefe da ORCRIM a opção de se apresentar voluntariamente na sede da PF de Curitiba até as 17 horas de amanhã, evitando, assim, o constrangimento de ser levado preso pelos agentes.

Observação: E Lula nem precisa ir a pé, a despeito do que prometeu, anos atrás, de que caminharia de São Bernardo a Curitiba se fosse condenado pela Justiça. Mas quem é que ainda acredita no que esse sujeito fala?

De acordo com Sérgio Moro, um espaço reservado ― a exemplo de salas do Estado Maior de quartéis para autoridades  ― foi especialmente montada para o ex-presidente, que dará início ali ao cumprimento provisório da pena de 12 anos e 1 mês a que foi condenado no caso tríplex do Guarujá (Lula é réu em mais 6 ações penais, duas das quais tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba e 4 na Justiça Federal do DF). “O ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para sua integridade moral ou física", assegurou o juiz em seu despacho.

Como eu dizia linhas atrás, a prisão de Lula não era esperada até meados da próxima semana, quando, em tese, seriam avaliados os últimos recursos da defesa do petista em Porto Alegre. No despacho, no entanto, Moro afirma que não há necessidade de aguardar até lá, pois "hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico".

Volto com mais detalhes na próxima postagem. Até lá.

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LULA - STF NEGA HC POR 6 VOTOS A 5




A sessão de votação terminou às 00h45 desta madrugada, daí eu não ter publiquei minha postagem de política no horário convencional (por volta da meia-noite). O resultado, porém, todo mundo já sabe.

Ao contrário do que muitos previam, não houve questões de ordem, pedidos de vista nem adiamentos. O placar ― de 6 votos a 5 ― não fugiu à previsão, mas o lado vencedor só ficou conhecido no final da sessão. Ou, para os mais temerários, quando a ministra Rosa Weber passou dos “entretantos para finalmentes”.

Acompanhei o julgamento de ponta a ponta, e com atenção redobrada durante o voto da gaúcha. Mas só entendi de que lado ela ficou quando a ouvi dizer todas as letras que “denegava o pedido do paciente” (aliás, parece que não fui só eu quem ficou confuso durante a peroração da ministra, mas isso já é outra conversa).

Gilmar Mendes pediu (impôs) a antecipação de seu voto, que proferiu logo depois de o relator (Fachin) ter concluído o seu. Foi para isso que o laxante de toga voltou de Portugal, ou seja, para preparar a cama em que Rosa Weber deveria se deitar. No entanto, a despeito das “oportunas intervenções” de Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, a ministra passou, surpreendendo a banda podre ― o primo de Collor perdeu as estribeiras, sendo mesmo deselegante para com as duas ministras mulheres (uma das quais, nunca é demais lembrar, é a atual presidente do STF).

Em suma, gostei da firmeza do ministro Alexandre de Moraes, embora sua oratória não seja exatamente a de um “Demóstenes”. Já o voto do ministro Barroso foi uma verdadeira aula. Fux também deu seu recado, como, aliás, todos os demais. Só achei que a postura da presidente da Corte um tanto subserviente; ela poderia ter sido mais incisiva, sobretudo quando faltou pouco para ser destratada por Marco Aurélio e Lewandowski (Toffoli, curiosamente, foi mais bem-comportado).

Os dois Mellos (Marco Aurélio e o decano da corte) parecem se extasiar com o som das próprias vozes, e não foi fácil aturar suas intermináveis perorações, sobretudo depois de horas e horas ininterruptas ― houve apenas um intervalo, lá pelas 4 da tarde, mas que durou cerca de 40 minutos.

A defesa de Lula fez algumas investidas ― inconvenientes, mas previsíveis e compreensíveis, a despeito de o doutor Batráquio [chegar ao absurdo de] tentar impedir o voto de Minerva. Afinal, é isso que se espera dos rábulas, sobretudo dos figurões pagos a peso de ouro.

Volto oportunamente com mais considerações, inclusive sobre o que deve acontecer a partir de agora. Até lá.

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PRIVACIDADE NO FACEBOOK ― CONTINUAÇÃO

SEGREDO ENTRE TRÊS, SÓ MATANDO DOIS.

Para se prevenir contra problemas de privacidade no Facebook, ative os alertas de login, de maneira a ser avisado, através de SMS ou notificação, caso alguém acesse sua conta. Para tanto, em Configurações, acesse Segurança e Login e ative a opção sobre logins não reconhecidos. Além disso, confira as demais opções de segurança oferecidas pela rede social (atente especialmente para a autenticação de dois fatores).

Ainda em Configurações, clique em Aplicativos e confira quais apps têm acesso à sua lista de amigos e qualquer informação que você tenha escolhido tornar pública. Para excluí-los, basta clicar no “X” ao lado do app e, na mensagem de confirmação que será exibida em seguida, clicar em Remover.

Tenha em mente que os riscos não provêm apenas do mau uso dos dados coletados sobre você e seus amigos. Existe também a possibilidade (nada remota) de sua conta ser invadida por pessoas inescrupulosas. Para dificultar um eventual acesso não autorizado, utilize uma senha forte e troque-a de tempos em tempos (saiba mais sobre como criar e gerenciar senhas seguras e fáceis de decorar nesta postagem).

Para se logar no Face, utilize uma senha específica. Isso significa não usar a mesma senha que você utiliza para fazer logon no Windows, no seu webmail ou (muito menos) no site do seu Banco para realizar movimentações financeiras.

Algumas empresas especializadas em segurança digital oferecem aplicativos que protegem sua conta no Face. Um bom exemplo é o freeware Norton Safe Web (para mais informações e download, clique aqui).

A maneira como vemos a nossa página não é a mesma como ela é vista por outras pessoas (amigos podem ter privilégios distintos dos que concedemos aos amigos dos amigos, por exemplo). Para ter uma ideia melhor de “quem pode ver o quê”, clique nas reticências à direita do botão Ver Registro de Atividades, na porção superior da sua página, e selecione a opção “Ver como” para conferir como outros usuários enxergam suas informações/postagens, ou mesmo como a página é exibida para uma pessoa específica (depois, é só modificar as configurações de visibilidade, e repetir o procedimento para conferir o resultado).

É comum a gente conceder acesso a uma porção de aplicativos de terceiros, que podem, inclusive, publicar em nossa Linha do Tempo. Para rever essas permissões, clique em Configurações > Aplicativos; na lista com todos os apps instalados, clique no “X” para remover o programa indesejado, ou no lápis para editar as permissões.

Observação: A não ser em situações personalíssimas, publicar posts em perfis alheios é uma prática deselegante ― isso para dizer o mínimo. Se algum amigo, ainda que bem-intencionado, insistir nessa inconveniência, acesse Configurações da Linha do Tempo e marcações e escolha quem pode publicar na sua Linha do Tempo.

Baseado nos seus dados, gostos e preferências, o algoritmo do Facebook determina quais conteúdos publicitários devem ser exibidos. Caso esses anúncios comecem a irritar, recorra à aba de Privacidade do seu perfil e gerencie os conteúdos. Note, porém, que não é possível remover totalmente a publicidade (como diz um velho axioma da propaganda no mundo digital, quando você não paga por um produto, é porque você é o produto).

As opções de bloqueio do Face podem ser particularmente úteis para coibir a ação de pessoas levemente inconvenientes e/ou de desafetos declarados. Contatos listados em sua Lista de Restritos são incapazes de ver publicações visíveis a outros amigos, embora tenham acesso a conteúdos compartilhados no modo Público ou em que amigos em comum sejam marcados. No entanto, quando o convívio virtual com uma pessoa se torna uma verdadeira provação, o melhor é bloqueá-la, fazendo com que ela perca totalmente o contato com o seu perfil, seja incapaz de marca-lo, convidá-lo para eventos, adicioná-lo como amigo ou iniciar conversas. Já a opção Bloquear Páginas permite vetar o acesso de jornais, lojas online, empresas etc., mas note que ajustes restritivos funcionam como uma via de mão dupla, ou seja, você também será incapaz de enviar mensagens ou publicar conteúdos nas páginas que bloqueou.

Dentre outras opções, a guia Publicações públicas ― acessível via Ver Registro de Atividades > Configurações da linha do tempo ― permite que pessoas de fora da sua lista de amigos sigam suas postagens (em modo Público). Basicamente, as publicações passam a constar no feed de notícias dos seus seguidores. Também é possível definir quem pode comentar nos conteúdos públicos, além de decidir sobre o recebimento de notificações sempre que usuários de fora de sua lista interagirem por meio dessas postagens.

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