sexta-feira, 15 de março de 2019

NEM TUDO É O QUE PARECE



EXISTE A HISTÓRIA, A HISTÓRIA DA HISTÓRIA E A HISTÓRIA POR TRÁS DA HISTÓRIA.

A imagem que ilustra este post mostra como tantos brasileiros (e eu me incluo entre eles) se sentem diante do vem acontecendo no Brasil. Aliás, falando em revezes e cenas insólitas, terminou ontem, no STF, o julgamento sobre a competência da Justiça Eleitoral para investigar casos de corrupção que envolve caixa 2 de campanha e outros crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro. O placar ficou em 5 a 5, cabendo ao presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, o voto de Minerva. Nem é preciso dizer que ele acompanhou o relator, ministro Marco Aurélio, a exemplo do que fizeram antes dele Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Celso de Mello e Ricardo Lewandowsky. Nem é preciso dizer que a Lava-Jato perdeu, que o cidadão de bem perdeu, que o Brasil perdeu. E o cara ainda quer impor respeito ao Supremo na marra. Quem quer ser respeitado deve se dar ao respeito. Simples assim.

Publico o vídeo a seguir com dois propósitos. O primeiro é óbvio, mas o segundo, um pouco mais sutil, remete ao que eu venho sempre dizendo sobre meias-verdades serem mais perigosas do que mentiras. Para entender melhor, veja sob que título o vídeo abaixo foi publicado num site da Web:

"Parece inacreditável, mas o jornalista Augusto Nunes, ardoroso crítico das mazelas do PT, que não titubeia em qualificar a deputada Gleisi Hoffmann pelo codinome “amante”, como ela era conhecida nas planilhas da Construtora Odebrecht, saiu em “defesa” da petista ante a acusações do eterno presidenciável Ciro Gomes."

Mais adiante, o texto esclarece que seu autor endossa a opinião de Augusto Nunes, mas os incautos que tiraram conclusões precipitadas, baseando-se somente na chamada, sem assistir ao vídeo ou ler o restante da matéria... enfim, para bom entendedor, meia palavra basta.

A estratégia foi usada para chamar a atenção dos leitores, mas bastaria editar o vídeo e retirar do contexto apenas uma ou duas frases para dar a impressão de que o jornalista estaria realmente "virando a casaca". E é exatamente isso que vem sendo feito... bem, como os gatos pingados que me leem são pessoas inteligentes, não vejo necessidade de exaltar o óbvio.



Segue um nota lapidar sobre as estultices do presidente Bolsonaro, publicada originalmente na coluna de Carlos Brickmann:

A reforma da Previdência, assunto essencial, está no Congresso. Outra reforma com alto potencial de controvérsia está para ser enviada: a que devolve ao Congresso sua missão básica de determinar o Orçamento, dando fim às porcentagens obrigatórias para Educação, Saúde, etc. O Ministério Público desistiu de criar uma fundação para lutar contra a corrupção, com verbas recuperadas após investigações. Um pacote anticrime, proposto por Sergio Moro, está pronto para exame pelos parlamentares. Para o bem ou para o mal, são propostas que modificam muito a estrutura do país.
E estamos discutindo tuítes e fake news que, seja a razão de quem for, fazem tanta diferença quanto o resultado de um jogo sub-15. É triste. 

Ou não: um leitor desta coluna, advogado e ex-ministro, lembra que, por menos relevantes que sejam esses temas, pelo menos não discutimos hoje alguns bilhões de reais em propinas, nem somos surpreendidos porque um diretor de estatal devolveu R$ 90 milhões que tinha na conta! para se livrar da prisão fechada. As notícias de hoje são sobre indecências no Carnaval ou declarações atribuídas a uma repórter que estaria se esforçando para que suas descobertas derrubem o presidente. Coisa mais micha!

O comportamento é ilegal? Cabe à Justiça decidir. A discussão é boba? É. Mas os temas são menos escandalosos que construir uma refinaria como Hugo Chávez mandou sem ele botar um centavo na obra. Esta coluna quer esquecê-los. Mas admite que é melhor discutir besteira do que ladroeira.

Para encerrar, a despeito de a mídia ter explorado ad nauseam a lamentável chacina ocorrida na última quarta-feira numa escola em Suzano, achei por bem reproduzir um trecho do Jornal da Manhã da Jovem Pan de ontem: