VIRE AS
COSTAS PARA A TECNOLOGIA E ELA CHUTARÁ A SUA BUNDA.
A história da Microsoft
se confunde com a do Windows, e
tanto a empresa ― fundada por Bill Gates
e Paul Allen em abril de 1975 ―
quanto o programa ― nascido na década de 80 e que se tornou sinônimo de sistema
operacional para PCs ― desempenharam um papel preponderante no estrondoso
sucesso da evolução da computação pessoal.
Mr. Gates foi alvo de duas postagens
recentes, onde eu elenquei alguns mitos e curiosidades sobre o visionário que
se tornou multibilionário e passou a dedicar seu tempo (e muito dinheiro) à caridade
e a pesquisas visando à cura da AIDS
e outras moléstias infectocontagiosas ― semanas atrás, ele doou 64 milhões de ações da Microsoft ― o equivalente a 4,6 de bilhões de dólares ― para a fundação
beneficente Bill & Melinda Gates
(com isso, dos 24% das ações que chegou a acumular em 1996, ficou com apenas
1,3%, mas continua sendo o segundo maior acionista da empresa, atrás apenas de Steve Ballmer). A seguir, veremos
alguns dos mitos, meias verdades e curiosidades que envolvem a gigante do
software.
Diferentemente do que muita gente imagina, o Windows não nasceu como um sistema
operacional, mas como uma interface gráfica baseada no MS-DOS, que, por sua vez, “nasceu” porque a gigante IMB resolveu lançar seu computador
pessoal, e, como não dispunha de um sistema operacional, procurou a Microsoft, supondo (erroneamente) que ela detivesse os
direitos autorais do Control Program for Microcomputer. Gates desfez o equívoco, mas aceitou o
desafio; só que, em vez de escrever o programa a partir do zero, adquiriu
o QDOS de Tim Paterson por US$50 mil,
adaptou-o ao hardware da IBM, mudou o nome do programa para MS-DOS e
com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Outro equívoco comum é atribuir à Microsoft a criação da interface
gráfica. Na verdade, desde os anos 70 que a Xerox dispunha de uma Graphical
User Interface ― tecnologia baseada em janelas, caixas de seleção, fontes e
suporte ao uso do dispositivo apontador criado nos anos 60 pelo engenheiro
eletricista Douglas Engelbart ―, conquanto
a empresa de Palo Alto só tivesse
interesse em computadores de grande porte. Aliás, Steve Jobs fez a lição de casa e incorporou esses conceitos
inovadores num microcomputador revolucionário ― quando Microsoft lançou
o Windows, a Apple
já estava anos-luz à frente.
Linuxistas de carteirinha e defensores do software livre
sempre acusaram o Windows de ser um sistema inseguro. Muitos se referiam
jocosamente à edição NT (de New Technology) como “Nice Try” (boa tentativa, numa tradução
livre, aludindo à facilidade com que o sistema podia ser invadido) ou “colcha
de retalhos”, devido ao grande número de remendos lançados pela Microsoft para corrigir bus e falhas
críticas. É certo que a segurança nunca foi o forte do Windows, mas também é certo que isso se deve em grande medida ao
expressivo número de usuários que o adotaram. Afinal, em sendo possível criar vírus e exploits capazes de atingir milhões e milhões de máquinas, por que
ter o mesmo trabalho para infectar as distribuições Linux ou o Macintosh,
que contam com um número de usuários muito inferior? Mas a Microsoft sempre se preocupou em corrigir prontamente os problemas
identificados em seus produtos, e facilitar ― com o Windows Update e as atualizações
automáticas ― a implementação dessas correções pelos usuários.
É incontestável que uma parcela significativa dos produtos Microsoft não foi criada por ela, mas
comprada de outros desenvolvedores e reformulada pela equipe de Bill Gates. Além do próprio MS-DOS, mencionado no post anterior, o
famoso Internet Explorer é outro bom
exemplo, já que a empresa não o escreveu do zero, apenas licenciou o código
fonte do Mosaic, da Spyglass Inc., e a partir dele
desenvolveu diversas versões do navegador nativo do Windows, que reinou absoluto por mais de uma década, até ser
desbancado pelo Chrome, em meados de
2012. Para muitos, a Microsoft não é
exatamente uma empresa inovadora,
embora isso não a desmereça em nada; afinal, criar uma solução melhor de algo
que já existe economiza tempo e evita repetir os erros cometidos por quem
partiu do zero. Como dizia Leonardo da
Vinci, “o bom artista copia, o grande
artista rouba”.
A “musiquinha de abertura” do Windows também merece menção, já que nada menos de oitenta e quatro
sons foram testados até que se chegasse à versão final (que hoje nem é mais
executada quando o sistema é inicializado, a menos que o usuário modifique as
configurações-padrão dos sons do sistema). O tema do Windows foi criado pelo compositor Brian Eno, a quem a empresa de Redmond encomendou um som “inspirador,
universal, otimista, futurista, sentimental” com exatos 3,25 segundos de
duração.
Lamentavelmente, estamos a mercê de gente desse tipo, que defende o quanto pior, melhor. De fisiologistas e seus apaniguados, de apedeutas ilustres que apoiam o aparelhamento da máquina pública em interesse próprio. De funcionários públicos ineficientes, de sindicalistas e de gente que presta vassalagem a esquerdistas ilustres, de políticos que só querem se locupletar, desviando recursos das estatais cuja privatização eles repudiam de forma tão veemente. Vade retro, cambada de pulhas!
A patuleia é sistematicamente contrária a privatizações, mas por uma razão muito simples: seu projeto de vida é mamar nas tetas estatais. Dias atrás, em entrevista a uma emissora de rádio, um desses luminares reverberou a opinião estapafúrdia da igualmente estapafúrdia ex-presidanta Dilma, para quem a privatização da Eletrobras comprometerá a geração de energia e encarecerá o fornecimento para o consumidor.
Dilma tem larga experiência nesse assunto. Basta lembrar quem era a ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras por ocasião da vergonhosa negociada envolvendo a refinaria de Pasadena. Ou quem quase destruiu a Eletrobras quando, em 2013, reduziu irresponsavelmente as tarifas de energia ― que subiram feito foguete depois que a calamidade em forma de gente se reelegeu, comprovando o propósito eminentemente eleitoreiro do estratagema. Vale relembrar um trecho do fantasioso pronunciamento que a anta vermelha à nação para anunciar sua proeza:
(...)No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica. Explico com números: como acabei de dizer, a conta de luz, neste ano de 2013, vai baixar 18% para o consumidor doméstico e até 32% para a indústria, a agricultura, o comércio e serviços. Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos. Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. No ano passado, colocamos em operação 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão.
Observação: Quando nada, Dilma, a imprestável, serve como fiel da balança para quem não está bem certo se aprova ou reprova seja lá o que for: se a ex-presidente é a favor, é porque o troço não coaduna com os interesses da nação; se ela é contra, pode apoiar sem medo, porque deve ser bom para o Brasil.