A FORCA É O
MAIS DESAGRADÁVEL DOS INSTRUMENTOS DE CORDA.
Antes de dar sequência ao assunto iniciado no post anterior, lembro a todos que o MEGA
ATAQUE RANSOMWARE deflagrado na última sexta-feira continua dando pano pra manga
(veja mais detalhes nesta
postagem).
Fala-se que o exploit que deu margem a esse imbróglio teria
sido roubado da NSA (agência de
segurança nacional americana), não se sabe se por russos ou por norte-coreanos,
mas é certo que, até ontem, haviam sido contabilizadas mais de 200 mil vítimas em 150 países.
Do ponto de vista dos usuários, mais importante do que
descobrir os culpados, ao menos é evitar que o computador corra o risco de ser
alvo de essa praga, e para tanto é imperativo atualizar
o sistema operacional e manter up-to-date o arsenal de segurança
(antivírus, firewall, antispyware, etc.).
Embora o problema afete o Windows, a edição XP,
que deixou de ser suportada pela Microsoft
em abril de 2014, parece ser a mais visada. No entanto, como cautela e canja de
galinha não fazem mal a ninguém, mesmo quem usa o Windows Vista, 7, 8.1 deve pôr as barbichas de molho. Não ficou bem claro se o Windows 10 também é vulnerável, mas a Microsoft disponibilizou a atualização
que fecha a brecha explorada pelo Wanna Crypt em março passado, bem como criou e liberou, em caráter extraordinário, uma
correção focada no XP. Até onde se
sabe, quem utiliza máquinas da Apple
com sistema operacional Mac OS não
tem com que se preocupar).
Para obter mais detalhes a partir da página da Microsoft, clique aqui.
Passemos à postagem do dia:
Na primeira
parte desta sequência, eu disse que a
reinstalação
do Windows costuma ser a melhor maneira de solucionar toda sorte de
problemas de software no computador, mas salientei que, por ser uma medida
extrema, ela deve ser aplicada somente
quando
e se todas as demais tentativas falharem.
Diante de
anormalidades como lentidão, mensagens de erro, telas azuis e assemelhadas ― que
não sejam decorrentes de problemas de
hardware ―, os principais suspeitos, depois dos malwares, são a fragmentação
excessiva dos dados gravados no disco rígido, o consumo exagerado de memória por alguns aplicativos, o excesso de programas que pegam carona na inicialização do
sistema operacional, a existência de aplicativos
conflitantes entre si, os famigerados erros
no Registro, o acúmulo de arquivos
desnecessários e as instabilidade
dos drivers.
Felizmente,
a maioria desses probleminhas é fácil de resolver. Mais fácil ainda quando se
dispõe de uma boa suíte de manutenção ― o
Windows
traz alguns utilitários nativos, mas eles atuam somente em nível do HDD,
excluindo arquivos desnecessários, corrigindo erros lógicos e desfragmentando arquivos; no mínimo, seria desejável que a
Microsoft
incluísse um otimizador do
Registro
(a “espinha dorsal” do sistema). Por outro lado ― e aí já não é culpa da
Microsoft ―, usuários leigos e iniciantes
não têm conhecimento da existência dessas ferramentas, e, quando têm, não sabem
utilizá-las adequadamente.
Pensando
nisso, este humilde escriba já publicou centenas de postagens focando a manutenção
preventivo-corretiva do computador. Para conferir, basta inserir os
termos-chave correspondentes no campo de buscas do Blog (no canto superior
esquerdo da página) e clicar no ícone da pequena lupa.
Enquanto
você faz isso, eu vou preparando a continuação desta matéria.
AINDA SOBRE AS PROVAS CONTRA LULA
Ao contrário do que
afirmam Lula e seus apoiadores, provas contra o molusco existem aos
montes. Claro que a militância petista e seus seguidores atávicos são incapazes
de reconhecê-las. Até porque essa gente não veria provas contra seu amado líder
nem se elas desfilassem na Sapucaí. E Lula, que é iletrado, mas tem uma
mente brilhante e uma retórica invejável, explora essa fidelidade canina com
maestria, vendendo a imagem de “perseguido injustiçado”, usando e abusando da
tese de que é vítima de um complô para impedi-lo concorrer novamente à
presidência em 2018.
Só mesmo sendo muito
fanático ― ou muito burro, o que dá no mesmo ― para crer que um réu em cinco
ações penais (três delas no âmbito da Lava-Jato) e acusado 17 vezes por crime
de corrupção, 211 por lavagem de dinheiro, 4 por tráfico de
influência, 3 por organização criminosa e 1 por obstrução da Justiça é
a “alma viva mais honesta do Brasil” e vítima de “conspiração”. Conspirador foi
Lula, quando, depois de ser derrotado quatro vezes, resolveu abraçar
a responsabilidade fiscal, a inclusão social e outros anseios da população,
contrariando o discurso de seu partido e seguindo o caminho traçado por FHC. E
foi assim que se elegeu presidente.
O problema é que
Lula
nunca teve um projeto de governo, apenas um projeto de poder (ou melhor, de se
perpetuar no poder), e não se furtou a pô-lo em prática comprando a peso de
ouro o apoio dos
rufiões da pátria e
proxenetas do parlamento ― como o
senador
Roberto Jefferson tão bem
definiu a escumalha política tupiniquim ao denunciar o esquema do
Mensalão. Curiosamente, passou ao largo
da
ação penal 470 (vulgo “julgamento
do mensalão), embora
Dirceu,
Genoino,
Delúbio e outros próceres do panteão lulopetista não tenham tido a
mesma sorte. Mas aí veio a Lava-Jato e a coisa mudou de figura. E agora,
conforme ele próprio afirmou no
primeiro depoimento que prestou como réu,
acorda todas as manhãs receando dar de cara com a PF na sua porta.
Na última quarta-feira, depois de passar quase 5 horas
reconhecendo o que não era possível negar, mas negando tudo que podia; alegando
não saber (em 82 vezes, sua resposta ao magistrado foi “não sei”) ou não se lembrar daquilo que pudesse comprometê-lo, mas
demonstrando ter memória de elefante na hora de atribuir a culpa a terceiros ― como
fez com a falecida ex-primeira dama ―, Lula
confidenciou a aliados que sua condenação são favas contadas. Claro que ao discursar no comício armado a
poucas quadras da JF de Curitiba, onde políticos petistas, figurantes pinçados
nas fileiras da CUT, MST e outros imprestáveis que tais esperavam
ansiosos para beber suas palavras e reverenciar suas bazófias como se estivesse
diante de uma epifania, o petralha mudou o discurso. Mas nem precisou
caprichar, pois a patuleia ignara engole qualquer coisa que emane de sua
santidade vermelha. Se, ao subir no palanque, o sacripanta tivesse tropeçado e
proferido um sonoro “merda”, seriam necessários dias para a limpeza pública
limpar a praça.
Observação: Dos 100 mil manifestantes que Rui Falcão
pretendia despachar para Curitiba, apenas 5.000 desembarcaram por lá. Os mais
humildes (cerca de 3.000) ficaram num acampamento improvisado, e muitos se
queixaram à boca miúda de estarem ali obrigados pela direção dos movimentos e
do valor irrisório (R$ 15) que haviam recebido para passar 3 dias cidade
(só não passaram fome porque uma cozinha foi improvisada entre as barracas de
lona, que também vendia marmitas por R$ 12 a quem não fosse do MST).
Voltando à questão
das provas, a corrupção acontece e prospera nas sombras, assim como a lavagem
de dinheiro, que normalmente a acompanha. Corruptores e corruptos fazem de tudo
para apagar os rastros de seus atos espúrios, valendo-se de contratos verbais,
no “fio do bigode”, e de pagamentos feitos em cash ― como dizem os mafiosos, “o silêncio não comete erros”. Não fosse
pela obstinação dos procuradores do MPF, pelo papel da PGR sob a
batuta de Rodrigo Janot, pela postura do juiz Moro e,
principalmente, pelos acordos de colaboração firmados entre os corruptores e a
Justiça (vulgarmente chamados de “delações premiadas”), é provável que Lula
estivesse gozando tranquilamente seus finais de semana no sítio Santa
Bárbara, em Atibaia, e veraneando no luxuoso triplex do Ed. Solaris,
no Guarujá.
Como bem salientou a revista
Época na matéria cuja leitura eu recomendei duas postagens atrás, a força
jurídica de cada evidência depende de sua relação com os fatos que ela pretende
provar. Os delatores da Odebrecht forneceram
uma quantidade significativa de planilhas internas com registros de pagamentos
a políticos, e-mails em que os funcionários da empresa combinavam a entrega das
propinas (quase sempre em dinheiro vivo), e por aí vai. As evidências mais
avassaladoras vieram do Setor de
Operações Estruturadas da empresa ― o tal departamento de propina ― e
apontam também pagamentos feitos a políticos mediante contas secretas no
exterior ― a Odebrecht chegou até a
comprar um Banco num paraíso fiscal para se proteger das autoridades. Uma cópia
completa dos dados desse sistema, que estava na Suíça, foi entregue
recentemente ao MPF, e deve
facilitar (ou tornar “menos difícil”) o rastreamento da origem do dinheiro da
propina e a identificação de quem recebeu os pagamentos.
Depoimentos são
provas testemunhais. Em determinadas circunstâncias, eles têm valor
idêntico ao das provas documentais. Claro que tudo depende da credibilidade da
testemunha, da materialidade dos documentos e das exigências da lei para a
imputação de cada crime. E ainda que haja gradação entre a força das provas em
cada caso, nenhum político aparece tão
encalacrado quanto Lula ― que nega todas as acusações, mas cujo nome
aparece de maneira recorrente nos depoimentos de Emílio e Marcelo Odebrecht
e de Alexandrino Alencar. E dizer que
todos eles mentem não anula a capacidade probatória dos delatores, embora seja
uma estratégia de que tanto Lula
quanto Dilma e outros integrantes da
“Lista de Fachin” se valem de
maneira recorrente, até porque não têm alternativa ― afinal, é difícil defender
o indefensável.
Lula posa de
perseguido, “politiza” as investigações, rosna para a turba de bajuladores que
nada tem a temer ou a esconder e que vai comparecer sempre que a Justiça o
convocar. Nos bastidores, porém, sua defesa recorre a todo tipo de chicana para
adiar as audiências, retardar o andamento processual com embargos nitidamente
protelatórios. O que Lula fez na
última quarta-feira foi tripudiar da Justiça, menosprezar a inteligência do
povo e abusar da paciência de um segmento da sociedade que não aguenta mais
tanta mentira, tanta corrupção. Sua retórica ― invejável, repito ― pode até
convencer seus incorrigíveis apoiadores ― mas, desses débeis mentais, sua
insolência já tem apoio; resta-lhe granjear simpatia entre os demais, e muitos
que se lembram com saudades das conquistas obtidas no primeiro mandato do
petralha, quando realmente as coisas melhoraram por aqui, embora sopradas pelos
ventos benfazejos do cenário internacional e de outras questões que fogem ao
escopo desta análise.
Pode-se
enganar a todos por algum tempo, alguns por todo o tempo, mas não a todos o
tempo todo. E o juiz Moro parece já não ter mais paciência para ouvir bobagens. Na manhã
de ontem, ele resolveu negar o pedido de oitiva de novas testemunhas e abrir
prazo para acusação e defesa apresentarem suas alegações finais. Pelo andar da
carruagem, a sentença deve sair até o final do mês que vem. E como se não
bastasse, o encontro com Renato Duque
no aeroporto de Congonhas e o relato de Léo
Pinheiro ― de que Lula o mandou
destruir provas ― podem render mais um inquérito para o petralha e,
consequentemente, mais uma denúncia criminal (Lula passará, então, à condição de hexa-réu).
Na última quarta-feira, Lula disse
ao juiz Moro: “quando um político
comete um erro, ele é julgado pelo povo, não pelo Código de Processo Penal”.
Convém ele tomar cuidado com o que deseja. Vai que alguém resolva investigar
mais a fundo os assassinatos de Celso
Daniel e de Toninho do PT e ele
acaba sendo realmente julgado pelo povo, mas através de um júri popular.
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