Mostrando postagens com marcador greve caminhoneiros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador greve caminhoneiros. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 4 de junho de 2018

MAIS UMA VITÓRIA DO ATRASO



ANTES DA MATÉRIA DO DIA, SEGUE BREVE ADITAMENTO AO POST ANTERIOR:

Mensagens dando conta de uma nova greve dos caminhoneiros, supostamente nesta segunda-feira, vem sendo propagada em tom alarmista nas redes sociais e pelo WhatsApp. Algumas associações que estiveram à frente do movimento encerrado no final da semana afirmaram não estar envolvidas em uma nova greve, mas um grupo reduzido de caminhoneiros autônomos se reuniu ontem, em Brasília, a pretexto de articular uma possível manifestação ou greve. O motivo seria um suposto veto presidencial à redução de R$ 0,46 no preço do diesel ― segundo fontes oficiais, não houve veto algum e a medida já entrou em vigor. O governo assegura que as mensagens não passam de boatos, e que, a princípio, não renovaria o decreto de Garantia da Lei e da Ordem que permitiu às Forças Armadas agir na greve dos caminhoneiros. Mas, pelo sim ou pelo não, monitora a situação, a despeito de ter publicado nas redes sociais um vídeo no qual nega uma nova greve de caminhoneiros

A demissão de Pedro Parente (*) da presidência da Petrobras foi uma baixa importante na guerra que as forças do atraso travam contra o País. Nas circunstâncias em que se deu, não representou apenas a perda de um valoroso colaborador do governo, mas principalmente o triunfo dos que parasitam o Estado e sabotam todos os esforços daqueles que trabalham duro para impor alguma racionalidade à administração dos escassos recursos públicos.

Fossem as coisas diferentes, o governo não aceitaria a saída de Parente, cuja retidão moral e capacidade profissional não serão encontradas em quase nenhuma sala do entorno da Presidência da República. O executivo foi responsável pela notável recuperação da Petrobras, que havia sido destroçada pelos governos lulopetistas. Naquela trevosa época, a estatal transformou-se na petrolífera mais endividada do mundo, à beira do colapso, quando passou a funcionar como máquina de dinheiro para financiar o populismo do PT, que se manifestou tanto na forma de subsídio para os combustíveis como na participação em empreendimentos controvertidos e mal planejados. O pressuposto era que o papel da empresa ― “estratégico”, como não se cansam de dizer os empulhadores ― era servir como motor do desenvolvimento nacional. O tal desenvolvimento não veio ― em lugar disso, o que essa política doidivanas gerou foi a ruína da maior empresa do País.

Munido de liberdade de ação, Parente pôde implementar uma administração austera e dinâmica, que em pouco tempo reequilibrou as finanças da Petrobras ― por meio da venda de ativos e, principalmente, de uma política de preços que dispensava os subsídios, por respeitar as variações de mercado. A greve dos caminhoneiros, contudo, colocou essa política na berlinda, pois a principal reivindicação do movimento era o restabelecimento do subsídio.

Diante da hesitação do Palácio do Planalto, que tremeu em razão das consequências de uma greve que não conseguiu prever nem soube conter, Parente ainda fez o possível para que o governo ganhasse tempo para negociar um acordo ― que, ao final, se revelou uma verdadeira capitulação ao movimento paredista. Em sua carta de demissão, ele deu a entender que a decisão do governo de restabelecer o subsídio, sem dar suporte firme para manter a política de preços por ele implementada, foi o fator preponderante para sua saída. “Diante desse quadro, fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva”, escreveu Parente.

Ao aceitar a demissão, o presidente Temer também deu uma vitória aos petroleiros que haviam deflagrado uma greve política, na qual exigiam justamente a saída do executivo. E nem é preciso dizer que a decisão foi celebrada por todos os que trabalham incansavelmente em favor do subdesenvolvimento travestido de “justiça social”. “Já vai tarde”, disse Guilherme Boulos, candidato a presidente pelo PSOL. “Era o que a sociedade esperava”, declarou o presidente do Senado, Eunício Oliveira. “Finalmente!”, tuitou o PT.

Enquanto o governo perde quadros de imenso valor ― antes de Parente, Maria Silvia Bastos Marques deixou o BNDES depois que o governo lhe sonegou apoio contra os que sabotavam sua política de reorganização do banco ―, personagens notórios mais por escândalos que por capacidade administrativa continuam prestigiados no Palácio do Planalto. Nada disso augura um bom futuro. Nem para o governo, nem para o País.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

INTERVENÇÃO MILITAR NÃO FOI E NEM SERÁ DECRETADA NO BRASIL


Mesmo com o arrefecimento da greve dos caminhoneiros, os amalucados entusiastas da intervenção militar no Brasil mantêm sua saga de espalhar por aí que as Forças Armadas estão prestes a destituir o presidente Michel Temer e tomar o poder. Dois boatos com a ladainha intervencionista começaram a circular com força no WhatsApp nesta quarta-feira, 30.
Um deles, propagado na forma de um tosco “comunicado oficial” atribuído ao comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas (foto acima), garante que a intervenção militar já foi decretada à meia-noite desta quarta-feira e que uma junta militar vai comandar o país até o dia 31 de dezembro de 2018. Todos os partidos foram extintos, diz o texto, que inclui até foto de Villas Boas.
 (Reprodução/Reprodução)
Na outra lorota, um áudio igualmente lunático, um sujeito fala como se fosse Villas Boas e pede aos brasileiros para irem às ruas às 17h desta quarta-feira, pedindo pela intervenção. Como resultado, as Forças Armadas interviriam nesta quinta-feira, 31, a partir das 8h. Leia abaixo a transcrição da gravação:

“Brasileiros e brasileiras, aqui quem fala com vocês é o general de Exército do Brasil, Eduardo Villas Boas. Estávamos reunidos a semana inteira para tratar da crise dos caminhoneiros junto ao almirante de esquadra da Marinha, Eduardo Ferreira, e o tenente brigadeiro do ar da Aeronáutica do Brasil, Nivaldo Rossato, a Constituição brasileira, em seu artigo 142, dá ao presidente poder sobre as Forças Armadas. No entanto, esse presidente que se instituiu se instituiu através de um golpe e não do povo. E atendendo ao clamor popular, nós decidimos que iremos tomar uma decisão. O que estamos pedindo pra vocês é que nesta quarta-feira, dia 30 de maio, às 5 horas da tarde, em todas as capitais brasileiras, vocês saiam às ruas e peçam pela intervenção militar. Dia 31, a partir das 8 horas da manhã, nós iremos intervir, nós iremos destituir o presidente, junto com o Congresso Nacional e o Judiciário. Devido à corrupção que se instalou nesse país, faremos um governo interino e garantiremos a ordem e a segurança. Pedimos aos brasileiros paciência, porque não sabemos ao certo quanto tempo esse governo interino vai durar. Porém, nós não faremos golpe e sim convocaremos novas eleições. Peço ajuda a todos os brasileiros e que Deus nos abençoe”.















O Brasil não está em meio a uma intervenção militar e nem estará amanhã pela manhã, por mais que as ruas do país sejam tomadas por intervencionistas com saudades da ditadura. As únicas manifestações públicas do general Eduardo Villas Boas nesta quarta-feira são estes três tuítes, um deles de agradecimento aos militares que, por ordem do presidente da República, atuaram na desmobilização da greve dos motoristas.

Os Colégios Militares do @exercitooficial são sempre um orgulho para a nossa Instituição. Seus elevados padrões educacionais promovem a formação de futuros cidadãos com capacidade de conduzir os destinos do nosso país. Sem educação, não há futuro para uma nação. https://twitter.com/exercitooficial/status/1001877219604508672 


Norte a Sul - Leste a Oeste. O seu . Parabéns a todos os comandantes de área diretamente envolvidos na solução da crise formada em torno da “greve de caminhoneiros”. Urge voltarmos à normalidade! https://twitter.com/gen_paulosergio/status/1001790830250782721 

Caso os militares tivessem declarado vaga a Presidência, tal qual o senador Auro de Moura Andrade, em 1964, e decretado a extinção de partidos políticos, haveria uma cobertura ostensiva, ampla, geral e irrestrita pela imprensa profissional. Não se falaria em outra coisa no país. Não é nem um pouco razoável a ideia de que um acontecimento dessa magnitude tenha sido “noticiado” apenas no WhatsApp ou nas redes sociais.
Além do mais, se a ideia era fazer alguém acreditar que houve ou haverá uma intervenção militar, as mentes desocupadas que perderam tempo elaborando o texto e a gravação poderiam ter caprichado mais no uso da língua portuguesa e na imitação de Eduardo Villas Boas. Era o mínimo.
Nos breves 42 caracteres do trecho “declaramos vago à Presidência da Republica”, o boateiro cometeu nada menos que um erro de concordância nominal, um de acentuação e um equívoco no uso da crase. Em “com isso assume o Governo do BRASIL as forças armadas e Junta Militar que governará até o dia 31 de Dezembro de 2018”, há dois erros de concordância verbal e duas vírgulas ausentes, além de “forças armadas” não estar grafado em letras maiúsculas. Uma calamidade.
Fora os erros de português no “decreto”, a voz do homem que anuncia a intervenção militar não tem nada a ver com a do comandante do Exército. Ouça abaixo a voz de Eduardo Villas Boas, cujo sotaque e entonação são bem diferentes dos do sujeito que se passa por ele:


TEXTO PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG ME ENGANA QUE EU POSTO


Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quarta-feira, 30 de maio de 2018

O BRASIL NÃO PRECISA DE INTERVENÇÃO MILITAR. PRECISA DE INTERVENÇÃO PSIQUIÁTRICA!



A greve dos caminhoneiros caminha para uma solução, a despeito de o governo ter errado desde o início ― a negociação foi fraca e a capacidade de os caminhoneiros pararem o país, subestimada.

Os grevistas foram testando os limites do governo, e como estes eram pífios, a situação foi se agravando. Depois que as forças armadas intervieram e o apoio popular à paralisação diminuiu, tornou-se evidente a existência de interesses escusos, tanto da esquerda quanto da extrema direita.

José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros, disse com todas as letras que “pessoas que querem derrubar o governo” deram sustentação à paralisação, valendo-se, inclusive, de truculência para intimidar os motoristas. A PF trabalha com a possibilidade de haver agentes políticos infiltrados entre os grevistas, já que muitos caminhoneiros não voltaram prontamente ao trabalho depois que o governo atendeu suas reivindicações. Para piorar, petroleiros liderados pela CUT ― braço sindical do PT ― politizam a situação, convocando uma greve para a véspera do feriadão que se avizinha.

Lula, quando foi preso, orientou a presidente do PT a mobilizar a militância e paralisar o país. Mas a dublê de senadora e ré no STF não conseguiu nada além de manter um acampamento mambembe nas cercanias da sede da PF em Curitiba, ora desmobilizado ― para gáudio da vizinhança, que já não é mais despertada aos brados de “Bom dia, Lula”. Os caminhoneiros conseguiram parar o Brasil, porém sem faixas ou cartazes protestando contra a prisão do criminoso de Garanhuns. Houve, isso sim, pedidos de intervenção militar ― coisa de que o Brasil também não precisa.

O aproveitamento oportunista do movimento vem diminuindo à medida que a paralisação se esvazia ― o que facilita a identificação dos agentes ocultos. Mas ficou evidente a absoluta falta de credibilidade do governo federal. Todavia, a cinco meses das eleições e a sete do final do mandato, apear do cargo o presidente desta Banânia serviria apenas para agravar ainda mais a já caótica situação política do país, embora esse seja o anseio de muitos, tanto da extrema esquerda quando da extrema direita, ainda que com propósitos distintos.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/

P.S.: Li em algum lugar que as duas vagas para o senado já tem dono em Minas Gerais: Dilma Vana Rousseff e Aécio Neves da Cunha. Povo ignorante, que vota em político ladrão e incompetente, não merce perdão. Tem de engolir a cara feia de Temer, amargar fila quilométrica nos postos de combustíveis e falta de alimentos nos supermercados, estrebuchar na fila do SUS e, por fim, morrer com a boca cheia de formigas.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

GREVE DOS CAMINHONEIROS ― AINDA SOBRE O LOCKOUT QUE PAROU O PAÍS





Em troca do fim da paralisação, o governo ofereceu aos caminhoneiros um desconto de 10% sobre o preço do diesel, prometeu mantê-lo por 30 dias e renová-lo sucessivamente ― um acordo vantajoso para a Petrobras, que só na última quinta-feira perdeu R$ 47 bilhões em valor de mercado na Bolsa, mas péssimo para as contas públicas. Todavia, ainda é grande o número de caminhoneiros paralisados nesta sexta-feira, quinto dia consecutivo da greve, em pelo menos 24 estados e no Distrito Federal.

Paralelamente, aumenta o número de farmácias sem remédios e de postos sem combustíveis e mercados desabastecidos. Isso para não mencionar os inevitáveis atrasos na entrega da correspondência, a ameaça de falta d’água no Rio e a suspensão do rodízio e da coleta de lixo em São Paulo. E mais: o movimento deu asas a oportunismos de todos os tipos: donos de postos achacaram motoristas em pânico, a turminha do “quanto pior, melhor” festejou o caos e a direita atávica voltou a pedir “intervenção militar”.

Em nota, o Comandante-geral do Exército aventou o possível uso de força para desbloquear rodovias em todo o Brasil, mas o Comandante do Exército de São Paulo assegurou que que nenhuma intervenção será feita sem a ordem vinda de Brasília ― até porque não dispõe de contingente suficiente para atuar diante da situação. De acordo com o ministro Raul Jungmann, a Força Nacional poderá ser convocada atuar na reorganização do tráfego de veículos, mas isso só deve acontecer se os caminhoneiros não cumprirem sua parte no acordo (a Polícia Rodoviária Federal já vem sendo mobilizada para ajudar a levar combustível até os aeroportos brasileiros).

Essa crise não foi deflagrada por uma simples greve cujas reivindicações podem até ser justas, conquanto a irredutibilidade dos caminhoneiros venha infernizando a vida da população. Salta aos olhos que houve participação explícita de grandes empresários de transportes, e greve apoiada por patrões não é greve, é lockout ― e pode ter outras finalidades, tais como desestabilizar governos e tumultuar eleições.

Com a irresponsabilidade de sempre, os senadores anteciparam seu retorno “às bases”, temendo não conseguirem voos para a folga do final de semana. Os deputados, por sua vez, ignoraram um erro crasso de cálculo ao votar a redução de impostos sobre combustíveis. O Executivo, por seu turno, aumentou sua lista de trapalhadas: com as rodovias em polvorosa, Temer viajou para participar de uma cerimônia de entrega de automóveis e, do palanque, disse que o “fato mais importante do dia” era a sua presença na solenidade

Sem força política para peitar os responsáveis pelo lockout, o presidente autorizou seus asseclas a ceder à chantagem e torrar mais dinheiro público em forma de subsídios, tudo em nome de uma trégua de 15 dias que ninguém sabe se será cumprida. Enquanto isso, os brasileiros assistem apreensivos ao desenrolar dos acontecimentos.

Em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão.

ATUALIZAÇÃO

A despeito do acordo firmado entre o governo e os caminhoneiros ― que vai custar caro para os cofres públicos ― a situação continua caótica. São 4,9 bilhões de reais até o final do ano, além dos 2 bilhões comprometidos em zerar a alíquota da Cide e dos estimados 12 bilhões com a retirada dos PIS/COFINS, que tramita no Congresso.

A União Nacional dos Caminhoneiros e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas não assinaram o acordo, e afirmam que a paralisação prosseguirá até o Senado votar projeto de lei que altera a política de preços para o transporte rodoviário. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros tampouco assinou o acordo, e diz que só encerra a greve quando as medidas anunciadas forem publicadas no DCU. A Confederação Nacional dos Transportes ainda vai decidir se a oferta é suficiente.

No fim das contas, foi mais uma mostra de como grupos de interesse, patronais ou não, conseguem impor suas agendas ao país, passando por cima dos interesses gerais da população. O governo é fraco; os caminhoneiros deitaram e rolaram. Só que, para deixar o campo de batalha, eles querem a isenção da cobrança do PIS/PASEP e da COFINS incidente sobre o diesel até o fim do ano. A matéria foi aprovada ontem pela Câmara; caso seja chancelada também pelo Senado, a isenção tributária terá de receber a sanção do presidente pato-manco.

ATUALIZAÇÃO (2). 

Dada a irredutibilidade dos caminhoneiros, o presidente Michel Temer anunciou há poucos minutos, em cadeia nacional, que vai convocar as Forças Federais de Segurança para liberar as estradas bloqueadas desde segunda-feira. A decisão foi tomada após uma reunião do Gabinete de Segurança Institucional no Palácio do Planalto com Temer e ministros do governo.

“Comunico que acionei as Forças Federais de Segurança para desbloquear as estradas e solicitei aos governadores que façam o mesmo”, disse ele. “Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade, que fiquem sem produtos, que hospitais fiquem insumos para salvar vidas nem que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento das escolas.”

Estava mais que na hora.

Volto com mais detalhes quando eu os obtiver.