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domingo, 21 de julho de 2024

O QUE É DE GOSTO REGALA A VIDA (PARTE III)

O TEMPO PERDIDO JAMAIS É RECUPERADO; SEMPRE QUE DIZEMOS QUE TEMOS TEMPO DE SOBRA DESCOBRIMOS QUE NOS FALTA TEMPO.

 

Ainda sobre as delícias da carne vermelha (assunto dos dois últimos domingos), veremos hoje como preparar Steak Tartare e quibes crus, fritos e de bandeja. A postagem do dia 7 explica como limpar a peça de filé-mignon, separá-la em cabeça, lateral, miolo e ponta e cortar em chateaubriands, torneadores, medalhões ou escalopes. Para as receitas de hoje, sugiro moer a cabeça e/ou a lateral e/ou a ponta da peça, lembrando patinho, alcatra ou outra carne magra de sua preferência pode substituir o filé (neste caso específico) sem comprometer o resultado. Dito isso, passemos ao que interessa.
 
O Steak Tartare — também conhecido como Filé Tártaro — é uma prato russo feito com carne crua que você pode servir como aperitivo, entrada ou prato principal. Os ingredientes (para uma pessoa) são os seguintes: 
 
— 150g de filé-mignon moído ou picada na ponta faca; 
— 1 colher (sobremesa) de cebola ralada; 
— 1 colher (café) de alcaparras (que você pode substituir por azeitonas verdes picadas); 
— 2 colheres (chá) de cheiro verde (salsinha e cebolinha) picado; 
— 1 colher (chá) de molho inglês; 
— 1 colher (sopa) de mostarda; 
— Suco de 1 limão (taiti ou siciliano);
—  1 gema de ovo; 
— Azeite de oliva extravirgem para regar e sal, pimenta do reino, pimenta caiena e molho tabasco para temperar.
 
Passe a carne duas vezes pelo moedor (ou corte em tirinhas, sempre contra o sentido das fibras, e pique com a ponta de uma faca bem afiada), junte a cebola ralada, a salsinha e a cebolinha picadas e misture gentilmente (usando as mãos ou uma colher de pau) enquanto rega com um fio de azeite e adiciona o sal, as pimentas e os demais temperos. Faça uma “bola” com a carne, coloque num prato, achate com a mão até formar um "hamburgão" e pressione o centro com o polegar, de modo a criar a concavidade que vai acomodar a gema do ovo (crua, segundo a receita original, mas você pode cozinhar o ovo e usar a clara para decorar). Leve à geladeira para resfriar e sirva com torradinhas ou batatas chips dispostas volta do prato.
 
ObservaçãoMinha releitura pessoal inclui alface picado, ervilhas em conserva, rodelas de tomate e de palmito. Depois de acomodar a carne na parte central do prato e colocar a gema cozida na concavidade, eu distribuo esses ingredientes em volta, acrescento a clara picada e rego tudo com um fio de azeite.
 
Passando agora aos quibes, você vai precisar de:
 
— 1kg de carne moída duas vezes;
— ½kg de trigo para quibe (fino e de boa qualidade);
— 3 cebolas grandes;
— 4 dentes de alho;
— 2 colheres (sopa) de tempero árabe (canela, noz-moscada, cominho e pimenta da Jamaica, moídas e misturadas em partes iguais);
— 1 xícara (chá) de salsinha fresca;
— 1 xícara (chá) de hortelã bem fresquinha (use só as folhas);
— Azeite extravirgem, sal e pimenta a gosto.
 
Lave o trigo até a água ficar limpa e deixe de molho por aproximadamente 15 minutos. Nesse entretempo, pique, processe ou bata no liquidificador o alho, as cebolas, a salsinha e a hortelã, junte a carne, regue com um fio de azeite, acrescente o tempero árabe, acerte o ponto do sal e torne a processar por mais 30 segundos. Escorra a água, passe o trigo por uma peneira ou um pano limpo, espremendo até remover toda a umidade.
 
A esta altura, existem duas possibilidades: se for fazer quibes crus ou de bandeja, junte a carne temperada e processada com o trigo lavado e escorrido, molhe as mãos em água gelada, misture até obter uma pasta homogênea, cubra com um pano e deixe no refrigerador por aproximadamente ½ hora. Se for fazer quibes fritos, divida a carne em duas porções iguais, junte o trigo escorrido a uma delas e proceda conforme o tópico anterior. 
 
Enquanto a massa descansa na geladeira, derreta uma colher (sopa) de manteiga — com um fio de azeite para não queimar —, doure duas cebolas grandes raladas e cozinhe a metade remanescente da carne temperada e processada. Acerte o ponto do sal, acrescente duas colheres de suco de limão, tempere com pimenta do reino a gosto, coloque na geladeira e deixe descansar por 30 minutos.
 
Retire a carne da geladeira, torne a molhar as mãos em água gelada e molde os quibes crus (vide figura à direita), decore-os com folhas de hortelã e sirva com pão sírio, cebola em pétalas ou em rodelas, limão em gomos ou em fatias e azeite extravirgem.
 
Para o quibe de bandeja, divida a massa em duas, espalhe uma metade numa travessa refratária untada, disponha uma camada de cebola picadinha refogada na manteiga, cubra com a outra metade, pincele com manteiga, risque desenhos em forma de losango e leve ao forno (pré-aquecido a 180°) por cerca de 40 minutos ou até a superfície ficar dourada. Corte então os losangos e sirva quente, com o acompanhamento de sua preferência.

 
Para quibes fritos, molhe as mãos em água gelada, faça bolinhas de massa com aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, fure cada uma delas com o dedo indicador, rode na palma da mão para que dar o formato de um pequeno ovo de páscoa, adicione o recheio que você preparou, feche as pontas, frite em óleo bem quente, transfira para uma travessa forrada com papel-toalha, enfeite com folhas de hortelã e sirva com gomos de limão para espremer e pimenta tabasco (também fica gostos com mostarda e ketchup).
 
Dica: Experimente substituir a carne moída do recheio dos quibes por requeijão cremoso ou Polenguinho sabor gorgonzola.
 
Bom apetite.

domingo, 7 de julho de 2024

O QUE É DE GOSTO REGALA A VIDA

AS FEIAS QUE ME PERDOEM, MAS BELEZA É FUNDAMENTAL.

Os veganos que me perdoem, mas carne vermelha é fundamental. Gosto dela crua no Steak Tartar, assada na brasa ou no forno, cozida na pressão, em bifes (fritos ou de panela), acompanhada de salada, fritas, farofa, arroz, purê, e por aí vai. Mas cozinhar é arte, e até fritar ovos requer expertise. 

O que deveria ser um bife suculento fica com textura de sola de sapato quando a gente tira os bifes da geladeira e coloca na frigideira sem esperar pelos menos 10 minutos. E o resultado será ainda pior se a frigideira não estiver quente, pois os bifes irão cozinhar em vez de fritar. 

A diferença entre cortes do dianteiro e do traseiro do boi, popularmente conhecidos como carnes de primeira e de segunda, está na quantidade de gordura e no trabalho muscular realizados por cada região. Carnes provenientes de partes menos utilizadas do animal, como filé-mignon, picanha, contrafilé e alcatra, têm menos fibras e colágeno, o que as torna mais macias e de sabor marcante que o acém, a paleta, a fraldinha e o músculo. Mas a técnica de preparo é crucial para aproveitar o melhor de cada corte. 

A picanha é a estrela dos churrascos, mas o filé é tido como uma das melhores carnes bovinas, sobretudo por sua maciez. Já o contrafilé e o miolo da alcatra são ótimas opção para bifes fritos — além de suculentos, ele contam com aquela gordurinha que deixa as receitas mais saborosas. O coxão-mole é versátil e tem ótimo custo-benefício, e o coxão-duro e o lagarto dão excelentes assados e ótimos bifes rolê e de panelaFilé, contrafilé e miolo de alcatra podem ser cortados em bifes grossos, mas coxão-molepatinho devem ser cortados finos (sempre no sentido contrário ao das fibras). Independentemente do corte e da espessura, os bifes devem ser fritos individualmente e virados uma única vez. 


O "ponto" vai do gosto do comensal e varia conforme a espessura do bife, o material da frigideira e a potência do fogão. Para bifes médios (2,5 cm de altura) malpassados como manda o figurino, aqueça bem a gordura e frite cada lado por 2 ou 3 minutos. Se quiser seus bifes "ao ponto" ou bem-passados, frite-os por 4 ou 5 minutos ou de 6 a 8 minutos de cada lado, respectivamente. Ao final, coloque os bifes numa travessa, cubra com papel laminado e deixe descansar por alguns minutos, para que os sucos que se concentraram na parte central da carne durante a cocção se redistribuam por igual, deixando-a mais macia e suculenta. 

 

Bifes à milanesa devem ser finos e fritos por imersão em gordura bem quente (180°C). Recomenda-se usar frigideiras ou panelas largas e borda alta e fritar um bife de cada vez (para o óleo não esfriar). A casca ficará mais crocante e não se desprenderá da carne durante a fritura se, ao empanar os bifes, você passá-los na farinha de trigo, no ovo batido e na farinha panko (nessa ordem). Ao final, coloque-os numa travessa forra com toalhas de papel, que absorverão o excesso de gordura, deixando os bifes mais sequinhos.

 

Carne moída (ou "picadinho", como ela é chamada no norte do país) é comumente usada como recheio de pastéis, esfihas, almôndegas e empadões, no molho à bolonhesa ou para acompanhar o popular arroz com feijão. Crua, ela é a base de hambúrgueres e do sofisticado Steak Tartar. Como é difícil saber se a carne pré-moída vendida nos supermercados é premium (de melhor qualidade), intermediária ou industrial (mais baratas), faça como nossas avós: escolha o pedaço desejado e peça ao açougueiro para passá-lo duas vezes no moedor. Melhor ainda é moer a carne em casa, pois assim você poderá misturar 20% de gordura de picanha à paleta ou ao patinho (hambúrguer sem gordura não dá liga nem tem sabor). 


Para preparar quibe cru e Steak Tartar, o filé é o corte mais indicado. Supermercados de grife e "butiques" de carne vendem escalope, medalhões, tornedor e chateaubriand de filé, mas sai mais barato comprar a peça e cortá-la em casa. Comece removendo a fáscia (aquela membrana prateada que deixa os bifes duros se não for retirada). Use uma faca de ponta fina, bem afiada, e mantenha-a quase em paralelo com a peça (para minimizar a quantidade de carne que fatalmente será retirada junto com o tecido conjuntivo). 

 

Separe o filé em cabeça, lateral, miolo e ponta (a cabeça é a extremidade maior, a lateral é a parte que fica ao lado, quase solta, o miolo é o corpo cilíndrico do filé, e a ponta é a parte final da peça, onde a carne "afina"). Corte o filé em chateaubriands (com cerca de 4cm de altura e de 300g a 400g), tornedor (3cm e 250g), medalhão (2cm e 180g) ou escalope (cubinhos de 1cm de lado), e o restante em bife (aproveite as sobras para fazer strogonoff ou escondidinho de filé, por exemplo).


Continua no próximo domingo.

domingo, 13 de julho de 2025

CROQUETES DE CARNE

OS MELHORES PRESENTES QUE A VIDA NOS DÁ SÃO AS LEMBRANÇAS, E  OS PIORES SÃO AS SAUDADES.

 

No último domingo, vimos como fazer baurus iguais aos que eu comia na Leiteria Lírico, nos idos anos 1980. Hoje, a bola da vez são os croquetes de carne — os servidos lá eram dourados por fora, úmidos por dentro... enfim, deliciosos. 


Esse petisco surgiu na França e se popularizou no Brasil com diversas variações de recheio, mas o de carne moída se destaca por ser uma maneira de reaproveitar sobras de carne (como ensinou Lavoisier, o bife que sobra vira picadinho, e o picadinho que sobra, croquete de carne). Além de ser uma receita econômica, o preparo é simples, e você pode servir como tira-gosto, acompanhado de caipirinha, cerveja, vodca-tônica, uísque, etc.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Magalhães Pinto ensinou que política é como as nuvens: a gente olha e elas estão de um jeito; olha de novo, e já mudaram. Acompanhar essas mudanças é como trocar o pneu com o carro em movimento — e, graças à polarização, o que já era ruim conseguiu piorar.
Einstein dizia que duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. A prova cabal desse axioma é o eleitorado tupiniquim repetir, a cada eleição, o que Pandora fez uma única vez. Em 2018, a desgraça que escapou da caixa se chamava Jair Bolsonaro — eleito para evitar que o país fosse presidido por um presidiário. Em 2022, elegeu-se o mesmo presidiário retrocitado (então libertado, descondenado e reabilitado politicamente), numa espécie de desforra surreal: o mal menor era livrar-se da perpetuação do estrupício golpista no poder. E como nada é tão ruim que não possa piorar, a polarização promete novo embate em 2026 entre a esquerda lulopetista e a direita bolsonarista. 
Bolsonaro está inelegível e na bica de ser sentenciado por tentativa de golpe de Estado, mas “Micheque”, “Dudu Bananinha” e Tarcísio de Freitas disputam a "honra" de lhe servir de bonifrate — a exemplo do que Haddad fez por Lula em 2018. Lula, mesmo combalido pela idade, pela saúde e pelos maiores índices de rejeição de sua trajetória, não abre mão de disputar um quarto mandato, e para isso está disposto a aumentar ainda mais o déficit público — o maior da história republicana desta banânia — com seus pacotes de bondades populistas e eleitoreiras. 
Há duas semanas, havia no palácio um presidente enfraquecido à procura de um discurso. Mas quem tem padrinho não morre pagão — mesmo que o padrinho seja vermelho, tenha chifres, cascos e rabo em ponta de seta. Lula foi agraciado pelos adversários com dois inimigos que teria pedido a Deus, se porventura acreditasse em Deus — os bilionários e o Tio Sam — e retirou da mochila duas ferramentas velhas de guerra: a luta de classes e o nacionalismo. 
Se virasse roteiro de cinema, a conjuntura das últimas semanas renderia uma tragicomédia. Deve doer nos operadores da oposição bolsonarista perceber que comprometem a cena ao fazer o papel de vassalos desastrados, num enredo confuso em que o protagonista é um gorila cor de laranja, o coadjuvante é um capitão golpista — e o epílogo é a cadeia.

Você vai precisar de:

 

1) 1 kg de patinho ou coxão-mole; 

2) 2 batatas médias;

3) 1 colher (sopa) de manteiga; 

4) 3 dentes de alho picados; 

5) 1 cebola média picada ou ralada; 

6) ½ pimentão médio picado (sem as sementes);

7) ½ xícara de farinha de trigo e o mesmo tanto de farinha de rosca; 

8) 1 xícara de leite; 

9) 2 ovos (clara e gema); 

10) Um pacote (100 g) de queijo parmesão ralado; 

11) Sal, pimenta do reino, cheiro verde e molho inglês a gosto.

Se não sobrou nada do churrasco de domingo, limpe um pedaço de patinho ou coxão-mole, cozinhe na pressão junto com as batatas, deixe esfriar e passe tudo pelo processador (ou duas vezes por moedor convencional).

 

Aqueça a manteiga numa panela de tamanho adequado, coloque a carne e as batatas já processadas ou moídas e, sempre mexendo com uma colher de pau, acrescente os ovos, o alho, a cebola, o cheiro-verde, o pimentão, o queijo ralado e os demais temperos, a farinha dissolvida no leite, e continue mexendo. 

 

Quando a massa ficar bem homogênea, desligue o fogo, deixar esfriar, unte as mãos com um pouco de óleo, enrole os croquetes (o tamanho fica a seu critério), passe-os na farinha de trigo, depois numa mistura de ovo batido e água e então na farinha de rosca. Separe a quantidade que for você consumir, coloque os que sobrarem num pote (tipo Tupperware) com tampa e guarde na geladeira por até 3 dias ou no congelador por até 3 meses (proceda da mesma maneira se sobrarem croquetes fritos, e use o forno, o micro-ondas ou a airfryer para reaquecer).

 

Esquente bem o óleo numa panela ou frigideira do borda alta (mergulhe um palito de fósforo no óleo; quando ele acender, é porque está no ponto) e frite os croquetes em pequenas quantidades, de modo a evitar que o óleo esfrie e encharque a fritura. Quando estiverem dourados, transfira-os para uma travessa forrada com toalhas de papel, deixe absorver o excesso de gordura e sirva.

 

Dicas: Se preferir, asse os croquetes no forno preaquecido a 200°C por 20 a 30 minutos (de acordo com a potência do seu forno). Para que eles fiquem mais crocantes, deixe-os na geladeira por pelo menos uma hora antes de fritar. Para deixar o recheio ainda mais saboroso, coloque um pedaço de muçarela ou gorgonzola dentro de cada croquete (ou de alguns croquetes, ao gosto do freguês).


Bom proveito.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

DIA DE FINADOS -- DUAS RECEITAS E UMA HOMENAGEM

 

A postagem de hoje é uma homenagem a meu pai, que, entre muitas outras coisas, me apresentou, nos anos 1960, o inesquecível Filé à Moraes e o delicioso Steak TartareO filé em questão foi criado pelo português Salvador Domingos Vidal, dono de um boteco na região central da capital paulista, e batizado de "bife sujo" pelos frequentadores — como a casa funcionava 24/7 horas por dia, a limpeza era feita com os clientes sendo atendidos. Em 1929, Vidal entrou de sócio do Bar, Café e Confeitaria Moraes (na Praça Júlio Mesquita, também no centro de Sampa), e aproveitou a chapa aquecida à lenha para criar sua mais famosa receita. 

Trata-se de um medalhão de filé de 500 g, grelhado por 3 minutos de cada lado (de modo a ficar tostado por fora e rosado por dentro), ao alho e óleo e acompanhado de fritas e agrião. Há quem diga que o nome do prato deveu-se ao chapeiro, a quem os fregueses (entre os quais Monteiro Lobato) pediam: "salta um filé, Moraes", e que Adoniran Barbosa compôs Trem das Onze enquanto tomava chope numa mesa do boteco. 

 Na década de 1960, o botequim passou a se chamar "Restaurante Moraes- O Rei do Filé", e nos anos 1980, durante o nefasto "plano cruzado", suspendeu suas atividades em razão do tabelamento de preços e consequente falta de carne. Mais adiante, passou a funcionar em dois endereços (na Praça Júlio Mesquita e na Alameda Santos), mas os proprietários não eram parentes dos fundadores. 
 
Para preparar um filé capaz de empanturrar dois bons garfos, providencie 500 g de filé-mignon cortado grosso (em medalhão), 8 dentes de alho, óleo para fritar e sal e pimenta-do-reino branca para temperar. Feito isso, amoleça os dentes de alho em água fervente por 1 ou 2 minutos, descasque, corte ao meio, doure em óleo bem quente, escorra e reserve. Grelhe o bife por 3 minutos de cada lado (se preferir bem-passado, o que é um pecado, leve ao forno pré-aquecido a 180 ºC por 2 minutos). Tempere com sal e pimenta, espalhe o alho e um pouco do óleo da fritura e sirva com salada de agrião (ou agrião refogado no alho e óleo) e batatas fritas.
 
Também conhecido como Filé Tártaro, o Steak Tartare é um acepipe russo feito com carne crua e servido tanto como aperitivo quanto entrada ou prato principal. Os ingredientes (por pessoa) são: 150 g de filé-mignon (moído ou finamente picado); 1 colher (sobremesa) de cebola ralada; 1 colher (café) de alcaparras (se preferir, substitua por azeitonas verdes picadas); 1 colher (chá) de salsinha picada; 1 colher (chá) de cebolinha picada; 1 colher (chá) de molho inglês; 1 colher (sopa) de mostarda; suco de 1 limão; 1 gema de ovo; azeite de oliva extravirgem para regar e sal, pimenta do reino, pimenta caiena e molho tabasco para temperar.
 
Após remover a "capa espelhada", passe a carne (duas vezes) pelo moedor ou corte-a em tirinhas contra o sentido das fibras, pique com a ponta de uma faca bem afiada. 
Transfira para uma tigela, junte a cebola ralada, a salsinha e a cebolinha picadas e misture gentilmente (usando as mãos ou uma colher de pau) enquanto rega com um fio de azeite e adiciona o sal, as pimentas e os demais temperos. 

Faça uma “bola” com a carne, coloque num prato, achate com a mão até formar um "hamburgão" e pressione o centro com o polegar, para criar a concavidade que acomodará a gema do ovo (crua, segundo a receita original, mas você pode cozinhar o ovo e usar a clara para decorar). Leve à geladeira para resfriar e sirva com torradinhas ou batatas chips em volta do prato.
 
Observação: Minha releitura inclui alface picado, ervilhas em conserva, rodelas de tomate e de palmito. Depois de acomodar a carne na parte central do prato e colocar a gema cozida na concavidade, eu distribuo esses ingredientes em volta, acrescento a clara picada e rego tudo com bastante azeite.

Bom apetite.

E. T. - Braga Netto e Bolsonaro foram condenados por 5 votos a 2. Prevaleceu o entendimento segundo o qual a perversão eleitoral foi urdida pela chapa. O relator Benedito Gonçalves, que havia livrado o general da inelegibilidade na sessão anterior, refez o seu voto para acompanhar a maioria. Além da inelegibilidade, os condenados terão que pagar multas de R$ 212 mil e R$ 425 mil, respectivamente.

terça-feira, 6 de maio de 2025

O BRASIL DA CORRUPÇÃO — CONTINUAÇÃO

UM PALHAÇO QUE SE MUDA PARA UM PALÁCIO NÃO SE TORNA REI, MAS O PALÁCIO SE TORNA UM CIRCO.

 

A maior operação anticorrupção da nossa história começou em 2009. O nome Lava-Jato foi escolhido porque a casa de câmbio ValorTur, dos doleiros investigados, ficava no Posto da Torre, no centro de Brasília.


O posto tinha 16 bombas e 85 funcionários, vendia 50 mil litros de combustíveis por dia (e cobrava por uma quantidade maior do que a colocada no carro dos clientes), abrigava lojas de conveniência e alimentação, borracharia, oficina mecânica, lavanderia, mas não um lava-rápido.

 

Na primeira fase ostensiva, deflagrada em 17 de março de 2014, a PF cumpriu 81 mandados de busca e apreensão, 18 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 19 de condução coercitiva em 17 cidades de 6 estados e no DF. O filme Polícia Federal — A Lei é para todos retrata bem o início da operação; a série O Mecanismo é mais rica em detalhes, mas troca os nomes dos envolvidos (inclusive da própria Polícia Federal, que passa a se chamar Polícia Federativa) e apresenta os fatos de uma forma mais romanceada.

 

No final de 2015, o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de 21 inquéritos contra 50 parlamentares, caciques políticos e afins, dando origem à primeira "Lista de Janot". Mais adiante, outros 180 inquéritos foram abertos. Os acordos de leniência da Odebrecht e de delação premiada de 77 executivos do grupo ficaram conhecidos como a Delação do Fim do Mundo, mas o mundo acabou para o ministro-relator, que morreu num acidente aéreo às vésperas de homologar a megadelação. Cármen Lúcia, então presidente do STF, tomou a tarefa para si, e Edson Fachin — indicado por Dilma para o lugar de Joaquim Barbosa, que havia se aposentado em 2014 — assumiu a relatoria dos processos da Lava-Jato na Corte. 

 

Em 2019, por 6 votos a 5, o STF proibiu a prisão em segunda instância. A decisão foi catastrófica para a Lava-Jato, cuja eficácia dependia de delações premiadas, conduções coercitivas, prisões preventivas e perspectiva concreta de cumprimento da pena. Mas foi sopa no mel para chicaneiros estrelados, que prorrogam indefinidamente o trânsito em julgado das condenações de quem pode bancar seus honorários milionários, e para Lula, que havia colecionado duas dúzias de processo criminais depois de deixar o Planalto.


Em 12 de julho de 2017, Lula foi sentenciado 9 anos e 6 meses de reclusão no processo envolvendo o triplex do Guarujá. Em março do ano seguinte, o TRF-4 aumentou a pena para 12 anos e 1 mês e determinou a prisão do petista, que se entregou em 7 abril de 2018, após produzir um fabuloso espetáculo midiático defronte ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. 


Em 8 de novembro de 2019, menos de 24 depois da decisão teratológica do STF, o então presidiário mais famoso desta banânia deixou sua cela VIP, subiu num palanque improvisado por apoiadores e rasgou o verbo contra a Lava-Jato, a PF, o MPFMoro e o TRF-4. (Durante seus 580 na prisão, sempre que um visitante lhe perguntava se estava bem, a resposta era a mesma: "Só vou ficar bem quando eu foder com o Moro").


Quando foi solto, Lula já havia sido condenado 12 anos e 11 meses no caso do sítio de Atibaia. Mais adiante, o TRF-4 aumentou a pena para 17 anos e 1 mês e o STJ a reduziu para 8 anos e 10 meses. A despeito de os dois processos terem transitado em julgado, Fachin se escorou numa suposta incompetência territorial — que ele próprio havia rejeitado em pelo menos dez ocasiões anteriores — e determinou que as ações fossem reiniciadas do zero na Justiça Federal do DF


O plenário do STF não só avalizou a decisão teratológica de Fachin por 8 votos a 3, como formou maioria de 7 a 4 para pregar no ex-juiz Moro a pecha de parcial. Em virtude da prescrição  perda da pretensão punitiva estatal por decurso do prazo previsto em lei —, os processos não foram reiniciados


Observação: Em abril de 2025, durante uma sessão da 5ª Turma do STJ, foi mencionado que já haviam sido julgados 433 recursos relacionados ao processo do triplex, dos quais 408 eram pedidos de habeas corpus. Em relação ao caso do sítio, no entanto, eu não consegui encontrar o número exato de recursos.


Em 2016, a troca comando resultante do impeachment de Dilma foi como uma lufada de ar fresco numa catacumba: depois de 13 anos, 4 meses e 12 dias ouvindo garranchos verbais de um semianalfabeto e frases desconexas de uma destrambelhada que não conseguia juntar sujeito e predicado numa frase que fizesse sentido, ter no Planalto um inquilino que não só sabia falar, mas até usava mesóclises, pareceu um refrigério. 


Temer conseguiu reduzir a inflação, baixar a Selic e aprovar a PEC do Teto dos Gastos e a Reforma Trabalhista, mas prometeu um "ministério de notáveis" que se revelou uma notável agremiação de corruptos. Em maio de 2017, uma conversa de alcova gravada à sorrelfa por certo moedor de carne bilionário só não o derrubou porque a tropa de choque capitaneada pelo deputado Carlos Marun comprou votos das marafonas da Câmara para escudá-lo das "flechadas de Janot". Assim, o vampiro que tinha medo de fantasmas terminou seu mandato-tampão como "pato manco". 

 

Em 2019, já sem a proteção do escudo presidencial e denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, Temer foi preso preventivamente na PF do Rio, mas saiu menos de uma semana depois, amparado por uma decisão monocrática do desembargador Ivan Athié (que ficou afastado da magistratura por 7 anos, acusado de venda de sentenças e formação de quadrilha, mas foi reintegrado por decisão do STF, que trancou a ação criminal). 

 

Durante a campanha de 2018, Bolsonaro prometeu combater implacavelmente a corrupção e os corruptos; dois anos depois, quando Sergio Moro já havia deixado o ministério da Justiça (acusando o chefe de interferir politicamente na autonomia da PF), o "mito" dos descerebrados disse que "acabou" com a Lava-Jato porque "não tem mais corrupção no governo". 


Ao longo de 79 fases, a Lava-Jato contabilizou 1.450 mandados de busca e apreensão, 211 conduções coercitivas, 132 mandados de prisão preventiva e 163 de temporária. Foram colhidos materiais e provas que embasaram 130 denúncias contra 533 acusados e geraram 278 condenações (sendo 174 nomes únicos), num total de 2.611 anos de pena. Foram propostas 38 ações civis públicas e 735 pedidos de cooperação internacional, e mais de R$ 4,3 bilhões foram recuperados por meio de 209 acordos de colaboração e 17 de leniência.

 

Continua...

sábado, 23 de fevereiro de 2019

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA SEGUNDO A MARIONETE E A PUPILA DO PARTEIRO DO BRASIL MARAVILHA



O boneco de ventríloquo do presidiário de Curitiba, ao palpitar sobre o projeto de reforma da Previdência apresentado pela equipe econômica do atual governo, produziu mais um epigrama digno de ser bordado com fios de ouro nas asas de uma borboleta: 

Bolsonaro quer criar uma legião de idosos pobres. É um Temer obscurantista!”. 

Árido de ideias próprias, notadamente depois de se sujeitar ao humilhante papel de marionete do chefe da quadrilha, o grande mestre em Economia, doutor em Filosofia, professor universitário e poste sem luz faz de conta que as gestões lulopetistas não geraram uma legião de jovens, adultos e idosos miseráveis. 

É possível que a memória do ex-prefeito de um só mandato tenha sido avariada pela sucessão de derrotas impostas a ele por João Dória em 2016 e por Jair Bolsonaro em 2018, mas é mais provável que a desfaçatez e o oportunismo o levem a “esquecer” que, quando ainda presidia o país do futuro que nunca chega, aquele que o controla remotamente a partir de Curitiba classificou de “marolinha” o tsunami produzido nos EUA pela crise dos subprimes e, em vez de adotar medidas responsáveis de contenção, facilitou o crédito, reduziu os juros, baixou os impostos sobre bens duráveis e incentivou o consumo.

O populismo desbragado do Parteiro do Brasil Maravilha produziu o endividamento de milhões de miseráveis falsamente promovidos à “classe média”, que foram posteriormente devolvidos a seu status quo ante pela a imprestável gerentona de festim, que não poupou esforços para manter o Titanic verde-amarelo em rota de colisão com o iceberg que o poria a pique (e teria conseguido seu intento se não fosse providencialmente defenestrada do cargo). Durante o governo da maior estelionatária eleitoral que este país já conheceu, a Secretaria de Assuntos Estratégicos considerava pobres os brasileiros com renda familiar per capita de até R$ 162 mensais, de classe média os que ganhavam de R$ 441 a R$ 2.480, e de classe alta os que ficavam acima desse patamar, que eram chamados de ricos pelo povo e de elite branca pelo PT.

Não satisfeita com a lista infindável de desserviços prestados ao país, a pior presidente desde Deodoro da Fonseca resolve agora abrilhantar o coro de críticas dos petistas à reforma da Previdência com mais uma de suas tiradas hilariantes.

A reforma da previdência apresentada é 1 afronta. E impõe pesadas perdas aos mais pobres. Os + prejudicados são os que ganham menos, os que têm expectativa de vida + baixa, entram no mercado + cedo e em profissões que exigem + esforço físico”, publicou a calamidade em forma de gente em sua conta no Twitter.

O lobo perde o pelo mas não perde o vício. Pelo visto, essa repugnante figura ainda acalanta o sonho de quebrar de vez o Brasil. Mas o que é do homem o bicho não como e o que é de Dilma está guardado: O responsável pelas finanças de sua campanha vitoriosa à reeleição, Antônio Palocci, confirmou o que o disse o moedor de carne bilionário Joesley Batista, sobre uma conta ter sido aberta no exterior, em nome ex-presidanta, para depositar propinas. Dilma lá!

Para encerrar: De tanto pedir para ser solto sem conseguir seu intento, o Pai dos Pobres e Mãe dos Ricos, o enviado pela Divina Providência para acabar com a fome, presentear a imensidão de desvalidos com três refeições por dia e multiplicar a fortuna dos milionários abre espaço para que sua transferência da sala de estado maior na PF, repartição pública policial, para um presídio normal, para presos comuns, seja levada a efeito. A propósito, José Nêumanne publicou em sua coluna no ESTADÃO:

Mais uma recusa, agora do relator da Lava-Jato no STF, a mais um pedido de libertação de Lula, contestando decisão do ministro Félix Fisher, do STJ, serve, no mínimo, de lembrança para o equívoco de mantê-lo hospedado numa repartição pública policial. Já está na hora de mandar o duplamente condenado em primeira instância e uma em segunda instância para um presídio comum, onde cumprem pena presos ordinários como ele.

Lula lá.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PATCH TUESDAY, ALL IN ONE e CROQUETES DE CARNE


Antes de qualquer outra coisa, vale lembrar que hoje, segunda terça-feira de dezembro, é o último PATCH TUESDAY da Microsoft em 2012. Quem não configurou as atualizações automáticas (basta pesquisar o Blog para saber como fazer isso) deve rodar o Windows Update, preferencialmente à noitinha ou amanhã pela manhã.

Pegando um gancho no comentário do meu amigo Georges na postagem retrasada, se portabilidade e mobilidade não são suas prioridades e você não aguenta mais aquela “macarronada” de cabos que se espalha na mesa de trabalho, que tal substituir seu desktop velho de guerra por um modelo ALL IN ONE?
Nessa conformação, gabinete e monitor (geralmente com mais de 20 polegadas) se fundem numa única peça, e com teclado e mouse wireless (sem fios), você dá adeus àquela cabaiada toda.
Para avaliar quatro modelos da Dell com preços entre R$ 2,3 mil e R$ 2,9 mil, clique aqui, mas não se decida antes de conhecer e o HP TOUCHSMART, que oferece uma configuração de respeito por dez parcelas iguais de R$ 299.
Mais uma vez, boas compras.

Como este post ficou curtinho, segue a receita de um acepipe delicioso que eu degustava na velha "LEITERIA LÍRICO", lá pelos anos 1980 (depois do bauru de rosbife, era o meu preferido):

Você vai precisar de 1 kg de patinho ou coxão-mole; 2 batatas médias; 1 colher de sopa margarina; 3 dentes de alho picados; 1 cebola média picada ou ralada; ½ pimentão médio picado; ½ xícara de farinha de trigo e outro tanto de farinha de rosca; 1 xícara de leite; 2 ovos; um pacote (100 g) de queijo parmesão ralado; sal, pimenta do reino, cheiro verde e molho inglês a gosto.

Para o preparo, embora você possa refogar a carne já moída ou aproveitar pedaços de carne previamente assada, eu sugiro temperar do seu jeito o patinho (ou o coxão-mole), dourá-lo e cozinhar na pressão junto com as batatas, esperar esfriar e passar tudo pelo processador (ou moer duas vezes num moedor convencional).
Feito isso, coloque a carne e as batatas já processadas numa panela de tamanho adequado com a margarina previamente aquecida e, sempre mexendo com uma colher de pau, junte os ovos, o alho, a cebola, o cheiro verde, o pimentão, o queijo ralado e os demais temperos. Acrescente a farinha dissolvida no leite e continue mexendo. Ao obter uma massa homogênea, apague o fogo e deixe esfriar.
Enrole os croquetes (o tamanho fica a gosto do freguês), passe-os na farinha de trigo, molhe-os numa mistura de ovo batido e água e passe-os na farinha de rosca.
Separe a quantidade desejada (guarde o restante no freezer, de preferência num tupperware com tampa), aqueça bem o óleo numa frigideira alta – jogue um fósforo dentro; quando ele acender, é porque já está no ponto –, frite os croquetes até que fiquem bem douradinhos e deixe-os por um ou dois minutos em papel absorvente.

Bom apetite.