Bolsonaro disse que retornará ao Brasil amanhã(mais um pouco e seria no dia 1º de abril), emboraMichelle,Costa Neto e EduardoBolsonaro achassem melhor ele adiar o retorno por mais algum tempo. Pelo sim ou pelo não, sua defesa entregou as joias e as armas presenteadas por "autoridades sauditas", estimadas em cerca de R$ 500 mil, a uma agência da Caixa Econômica Federal.
Observação: Reportagem de André Borges e Adriana Fernandes publicada no Estadão revela que o ex-presidente teria recebido como presente dos sauditas e levado para seu acervo pessoal um terceiro conjunto de joias que inclui um relógio da marca Rolex de ouro branco cravejados com diamantes. O valor das joias é estimado em R$ 500 mil.
A novela das joias parece estar longe de acabar. E os fatos parecem ter pretensões literárias. Ao tentar recriar a realidade em seu depoimento à PF, o ex-ministro Bento Albuquerque fabricou um enredo em que não só se desmente Bolsonaro como destoa do script criado pelo ex-chefe.O caso passou agora a ter três versões: a de Albuquerque, a de Bolsonaro e a verdadeira.
O almirante disse inicialmente que o pacote retido na alfândega iria para Michelle e o que escapou à fiscalização seria de Bolsonaro. Agora ele diz que os dois estojos continham presentes para a União. Se fosse assim, bastaria ter seguido a orientação dos fiscais, pois bens do Estado não são tributados. Mas o Planalto jamais requisitou a incorporação das joias ao acervo público. Bolsonaro se apropriou do relógio, das abotoaduras, da caneta, do anel e até de um rosário islâmico. "Bens personalíssimos", alegou.
Num instante pouco beato, Bento admitiu à PF que escondeu na própria bagagem as peças surrupiadas pelo ex-chefe (os diamantes camuflados na mochila do assessor foram salvos do roteiro inexato e permanecem retidos). O escândalo descerá à crônica do governo Bolsonaro como uma espantosa sequência de fatos extraordinários que aconteceram com pessoas ordinárias — em todos os sentidos.
O inquérito da PF mal começou, mas já está demonstrado que a verdade não só é muito mais incrível do que a ficção como é bem mais difícil de inventar.
Mudando de um ponto a outro, o vocábulo governabilidade consolidou-se como uma espécie de abracadabra para a caverna de Ali-Babá. Juntam-se hienas, raposas, aves de rapina, abutres e roedores de toda espécie. E anotam na tabuleta da porta: "Base Aliada".
O "orçamento secreto" foi extinto pelo STF, mas o Centrão redistribuiu os bilhões, e tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Inclusive a falta de transparência. E tudo negociado durante a transição de governo com o então presidente eleito, que agora azeita seu relacionamento com o Congresso por meio da distribuição de cargos — inclusive para prontuários notórios. Em suma: mais do mesmo.
Na ficção do papel, Paulo Guedes comandava uma estrutura com três pastas. Na vida real, mal controlava uma deles. Sabe-se agora que, no Posto Ipiranga, a Receita Federal era a lojinha de conveniências de Bolsonaro, onde se aproveitava de Guedes apenas o vocabulário.
No térreo da lojinha, coletavam-se os impostos que financiavam as emendas das "criaturas do pântano político" e as isenções dos "piratas privados". No subsolo, utilizava-se a mão de obra daqueles que Guedes denominava de "burocratas corruptos" para a execução de serviços variados — da garimpagem de diamantes à quebra de sigilos fiscais.
Numa mesma repartição, materializaram-se a virtude e a infâmia: funcionários honestos guardavam as joias da coroa na alfândega de Guarulhos e resistiam às pressões de Brasília, enquanto dados fiscais sigilosos de desafetos do rei eram arrancados das máquinas no setor de inteligência da Receita.
Sempre tão loquaz, Guedes assiste calado ao noticiário sobre a perversão que tisna sua antiga gestão. Há enorme curiosidade para saber quanto melado ainda terá que escorrer até que o ex-superministro quebre o silêncio.
Costuma-se dizer que o toma-lá-dá-cá é parte indissociável da política e, portanto, um mal necessário. Mas convém acender a luz: às claras, os parlamentares esclareceriam o que desejam tomar, e o Planalto informaria o que se dispõe a dar. Para além disso, um mal necessário jamais será confundido com um bem. Muito menos necessário.
Eu considerava a reeleição de Dilma o maior estelionato eleitoral da nossa história recente (e não foi por falta de concorrentes de peso),
mas Bolsonaro deixou a mulher anta no chinelo e, entre outras bandeiras
de campanha que enfiou em local incerto e não sabido, merece especial destaque a de "acabar com a 'velha política' do toma-lá-dá-cá", que jamais passou de mera demagogia. Ninguém fica na Câmara durante 27 anos sem se dar conta de como a banda toca, ou por outra, de que ex-presidentes que tentaram peitar o Congresso — como Jânio, Collor e Dilma, por razões diferentes e não necessariamente republicanas — perderam seus mandatos.
Ao nomear Ciro Nogueira ministro-chefe da Casa Civil,
Bolsonaro entregou ao Centrão as chaves do reino e do cofre. Segundo apurou o Estadão, R$
25,1 bilhões em emendas parlamentares foram destinadas a deputados e
senadores da chamada “base aliada”.
O STF considerou irregular o uso político dos recursos Mas e daí? Desde sempre que o capitão cria factoides para manter acirrada sua base ideológica e desviar a atenção da mídia
de um tema polêmico para outro.
Em abril de 2020, durante uma
manifestação subversiva defronte ao QG do Exército, Bolsonaro discursou: “Nós não vamos negociar nada. Temos de acabar com
essa patifaria. Esses políticos têm de entender que estão submissos à vontade
do povo brasileiro. É o povo no poder”. Para não dizer que nada aconteceu, alguns oficiais tiraram selfies
e sorriram para a multidão. O inquérito que está sob a relatoria do ministro Alexandre
deMoraes avança a passos de bicho-preguiça,
juntamente com outras cinco investigações — inclusive a que apura a “suposta”
interferência do capitão na PF.
Em agosto de 2021, Bolsonaro convocou uma blindadociata
para pressionar o Congresso a aprovar a PEC do voto impresso — que
acabou sepultada. Em seu enésimo comício em Santa Catarina, o "mito"referiu-se ao presidente do TSE como
"aquelefilho da puta do Barroso" — o vídeo foi prontamente
apagado do Facebook, mas a ação não foi rápida o bastante para
impedir que a cena viralizasse nas redes sociais. Discursando a apoiadores no
feriado de 7 de setembro, chamou Alexandre deMoraes
de “canalha”. Mas seu destempero foi alvo de críticas, nada além disso.
Os números mostram como o Congresso ampliou seu controle
sobre o Orçamento da União ao longo dos anos. O processo começou antes do atual governo, mas cresceu a olhos vistos sob Bolsonaro. Os R$ 25,1bilhões
efetivamente pagos em 2021 representam três quartos dos R$ 33,4 bilhões
que foram empenhados (quando o dinheiro é reservado no Orçamento), índice acima
de anos anteriores, segundo os dados do Portal do Orçamento do
Senado. Para este ano — em que boa parte dos parlamentares disputará eleições — o valor previsto é ainda maior, de R$ 37 bilhões.
Para não correr o risco de esse dinheiro ser represado, Bolsonaro
assinou um decreto no último dia 13 tirando do Ministério da Economia e dando à
Casa Civil a palavra final sobre a gestão orçamentária. Na prática, a liberação
dos recursos ficará a cargo do ministro Ciro Nogueira, mandachuva do Progressistas
e comandante do Centrão, que passará a decidir sobre Orçamento.
As emendas são indicações feitas por parlamentares de como o
Executivo deve gastar parte do dinheiro do Orçamento. Elas incluem desde obras
de infraestrutura, como a construção de uma ponte, até valores destinados a
programas de saúde e educação. Como mostrou oEstadão,
o dinheiro foi utilizado nos últimos anos também para comprar tratores com
sobrepreço — o chamado “tratoraço”
—, e integrantes do próprio governo admitem que há corrupção envolvendo a
liberação desses recursos.
A despeito de suas promessas de campanha, Bolsonaro usou e abusou da liberação de dinheiro quando
precisou de apoio dos adeptos da baixa política. O caso mais emblemático se deu em novembro, quando da votação
da PEC dos Precatórios, que abriu caminho para criar o Auxílio Brasil
— programa populista que o presidente vai usar como bandeira eleitoral para tentar
a reeleição. Na véspera, o governo destinou R$
1,2 bilhão dos cofres públicos para atender aos interesses dos parlamentares alinhados com o governo.
Pelo
voto de cada parlamentar foram pagos até R$ 15 milhões, como admitiram pelo menos dois deputados ao jornal OEstado de S.Paulo. Além disso, o governo priorizou
aliados até na hora de liberar as chamadas emendas individuais — aquelas
previstas na Constituição e que garantem a mesma quantia para todos os
congressistas. Parlamentares de partidos do Centrão como o PL, o Republicanos e o Progressistas
receberam cerca de 70% dos valores destinados a eles; legendas de oposição mais críticas ficaram para trás — PCdoB, Novo e PSOL foram os que receberam menos recursos.
Políticos da base aliada argumentam que usam as emendas para irrigar programas
capitaneados pelos próprios ministérios, o que agiliza o pagamento. Foram eles que mais indicaram recursos pelas transferências conhecidas como “emenda cheque em branco” e “PIX
orçamentário”, mediante as quais o dinheiro cai diretamente na conta das
prefeituras, ou seja, sem passar pelos ministérios.
A Secretaria de Governo contestou as informações da reportagem do Estadão. Alegou que seus dados são obtidos a partir do Tesouro Gerencial —
sistema mantido pelo governo. Mas as informações do Siga Brasil, utilizadas pelo jornal, provieram da mesma base de dados. Questionada, a pasta não forneceu as
informações que o Executivo afirma dispor.
Há uma frase lapidar de Abraham
Lincoln: “Dê poder a um homem e descobrirá o seu caráter”. Demos o
poder a Bolsonaro para evitar que o país fosse governado por uma marionete de presidiário
e descobrimos, para além de seu caráter, o péssimo temperamento que o move. O Brasil contabiliza mais de 620 mil óbitos por Covid, boa parte dos quais se deve à desídia e ao viés negacionista do presidente e da caterva que o assessora. Também é conhecida sua falta de empatia e de sensibilidade em
relação às vítimas do vírus assassino (falo do biológico) e às pessoas que
ficaram sem pais, irmãos, filhos, cônjuges e amigos.
Em face do exposto, parece-me evidente que
nenhum brasileiro que perdeu parentes ou amigos para a pandemia entregará seu voto à reeleição de Bolsonaro — conforme, aliás, dão conta as enquetes
eleitoreiras. Com exceção dos apoiadores incorrigíveis do mandatário de fancaria, é preciso ser muito masoquista para desejar a continuidade desse funesto
governo.
A pandemia vai acabar um dia. O Sars-CoV-2,
a exemplo dos demais vírus, vai se adaptar ao ser humano, e este a ele. Mas a
eleição de 2022 engendra 2023, e a Bolsonaro não queremos adaptação. Diante
da inércia do Congresso e do STF, o sufrágio é a única vacina
contra ele.
Conforme
vimos na primeira parte desta matéria, a edição manual do Registro do Windows permite uma vasta gama de ajustes e reconfigurações
que não são acessíveis pela interface do sistema, e que qualquer modificação deve ser precedida da criação
de um ponto de restauração e/ou de um backup da chave envolvida (ou do
Registro inteiro).
Para
ilustrar essa questão, vamos supor que você migrou para o Windows 10 a partir do Seven
e não gostou das fontes em tamanho grande, da paleta de cores em preto e azul e
do formato digital que são exibidos quando clica na data que aparecem no final
da Área de Notificação. Como não
existe uma maneira de modificar isso através da interface do sistema, você terá
de editar manualmente o Registro ―ou se valer de uma ferramenta de Tweak (voltaremos a essa questão mais
adiante).
Na primeira
hipótese, comece pela criação de um ponto
de restauração: dê um clique direito sobre o botão que aciona o menu Iniciar (na extremidade esquerda da Barra de Tarefas),
selecione Painel de Controle >
Sistema e Segurança > Sistema >Proteção do Sistema, clique no botão Criare siga as instruções
na tela.
Por medida de
extrema cautela, faça também um backup
do registro: siga os passos sugeridos na postagem anterior para abrir o Editor do Registro ― ou digite regeditna caixa de pesquisas da Barra de Tarefas, clique em regedit (executar comando) e em Simna caixa de diálogo que é exibida em seguida. Na tela do Editor,
abra o menu Arquivo e selecione a opção Exportar. Em “Intervalo
de exportação”, marque TODOS
para efetuar backup de todo o Registro
ou clique em RAMIFICAÇÃO
SELECIONADA e digite o nome da chave que você deseja exportar
(recomendável). Dê então um nome ao arquivo, indique o local onde quer salvá-lo
(Área de Trabalho, por exemplo) e
clique em Salvar.
Caso queira desfazer as modificações mais adiante, dê um clique direito sobre o
arquivo de backup (que é salvo com a extensão .REG), escolha a opção Mesclar
e confirme a restauração.
Observação: No âmbito do software, tudo
é reversível; na pior das hipóteses, basta reinstalar o Windows para que tudo
volte a ser como antes no Quartel de Abrantes. Mas podendo evitar essa
trabalheira, melhor.
Tomadas
essas precauções, volte à janela do Editor,
expanda a chave HKEY_LOCAL_MACHINE,
navegue por SOFTWARE > Microsoft >
Windows NT, dê duplo clique sobre CurrentVersion, clique no menu Editar,
selecione Novo>Chave, nomeie
a nova pasta (que será criada automaticamente) como MTCUVC, selecione-a, abra o menu Editar, clique em Valor
DWORD (32 bits) e atribua a ele o nome EnableMtcUvc.
Feito isso, dê duplo clique no valor criado e, em Dados do Valor, insira 0 (zero)
e confirme em OK. Finalmente,
expanda a chave HKEY_LOCAL_MACHINE,
navegue por SOFTWARE > Microsoft >
Windows > CurrentVersion > ImmersiveShell, crie um novo valor DWORD de 32 bits, nomeie-o como UseWin32TrayClockExperience, dê um
clique direito para abrir a janela de detalhes e, no campo dos dados do valor,
digite 1, clique em OK.
Finalmente, feche o Editor, reinicie
o PC e confira o resultado.
Observação: Caso queira restabelecer a configuração
padrão do Windows 10, torne a acessar o valor DWORD “UseWin32TrayClockExperience” e, em Dados do Valor, mude o parâmetro 1
para 0.
Sempre que
fazemos ajustes no Windows ―
modificamos o plano de fundo, alteramos as propriedades da Barra de Tarefas,
instalamos aplicativos, e assim por diante ― estamos promovendo alterações no Registro, embora não nos demos conta disso
porque usamos comandos disponíveis na interface do sistema (ícones no Desktop, snap-ins do Painel de Controle, entradas de menus, etc.).
Aliás, isso facilita
também a reversão das modificações ― que pode ser mais complicada quando se
edita manualmente o registro, especialmente se o usuário não se lembra por onde
navegou e quais valores modificou, daí a importância do ponto de restauração e do backup
que eu recomendei criar.
Note ainda
que é possível usar o Editor do Registro
para neutralizar uma eventual ação de malwares,
por exemplo, ou para remover resquícios indesejáveis de desinstalações
incompletas ou malsucedidas de aplicativos (a propósito, recomendo a leitura desta postagem).
Para evitar
que este texto fique longo demais, vou deixar a conclusão para a próxima postagem.Abraços e até lá.
Essa novela começou no Supremo no semestre passado, durante o julgamento de um caso envolvendo
certo prefeito de Cabo Frio. Na ocasião, o ministro Barroso, o jurista, propôs
limitar o foro privilegiado dos congressistas a crimes cometidos no exercício
de seus mandatos parlamentares e relacionados aos cargos que eles ocupam.
O Congresso rebateu com uma PEC que limitaria oforo especial por prerrogativa de função ao presidente da República, ao
vice e aos presidentes da Câmara, do
Senado e do STF. Com isso, pelo menos em tese, boa parte dos mais
de 50 mil beneficiários do foro privilegiado (em todas as instâncias do poder
público, aí incluídos prefeitos,
governadores, ministros de Estado, membros do Ministério Público, juízes,
desembargadores, etc. e tal) passariam a ser julgados na primeira instância do Judiciário, como
qualquer mortal.
“Em tese” porque a ação do Congresso não objetivava
extinguir a prerrogativa de foro, mas apenas retaliar os ministros do Supremo: se eles pretendiam suprimir o
benefício dos parlamentares, os parlamentares fariam o mesmo com eles. Assim, a
votação da proposta do ministro Barroso,
que já contava com 4 votos favoráveis, foi suspensa por um pedido de vista do
então novato Alexandre de Moraes, e
o Congresso, matreiramente,
engavetou a PEC e se fingiu de morto.
Vendo que a coisa não andava no Legislativo, a ministra Cármen
Lúcia, amadre superiora, reagendou o julgamento tão logo os autos foram
devolvidos (depois de seis meses, ressalte-se). A votação foi retomada na
última quinta-feira, mas acabou sendo suspensa novamente por outro pedido de vista, desta feita do ministro Dias Toffoli,
o sábio ― que, como é público e
notório, não fez doutorado, nem mestrado, e ainda foi reprovado duas vezes em
concursos para juiz de primeira instância, mas acabou promovido de advogado
do PT a ministro do Supremo
por obra e graça de Lula, o crápula.
A má notícia é que, mesmo com a maioria formada no plenário,
a decisão do Supremo limitará o foro privilegiado de parlamentares federais a crimes cometidos no exercício da função pública e em decorrência dela, e só surtirá
efeito depois que o julgamento for
finalizado (além de Toffoli, o intragável, faltam votar os ministros Ricardo Lewandowski, o enfermo, e Gilmar Mendes, o divino). O prazo regimental para devolução dos autos após pedidos de vista ―
que é de duas sessões, se não me engano ― não costuma ser respeitado na nossa mais alta Corte ― prova disso é que Gilmar Mendes, o magnífico, trancou o julgamento do
financiamento de campanhas eleitorais por pessoas jurídicas durante um ano e
meio ―, de modo que só Toffoli e Deus sabem quando a votação será
retomada. E dificilmente o será ainda neste ano, já que estamos quase em
dezembro e às portas do recesso do Judiciário.
O foro privilegiado foi implementado na "Constituição Cidadã", de 1988, ainda sob o trauma dos 20 e tantos anos de chumbo da ditadura militar, e tinha por objetivo proteger
os parlamentares de mediadas arbitrárias. Só que se tornou um grande aliado dos políticos delinquentes, graças à morosidade do Supremo e à
sensação de impunidade propiciada pela prescrição das ações penais.
Observação: Bons exemplos
disso são o ex-senador Luiz Estevão,
que ingressou com nada menos que 120
recursos até ser finalmente preso, e o ex-deputado federal Paulo Maluf, que já foi condenado pelo STF a 7 anos e lá vai fumaça, mas
vai tocando a vida de recurso em recurso, exercendo mandatos e até defendendo
outros acusados de corrupção, como o próprio Michel Temer ― aliás, com 86 primaveras colhida no jardim da vida, é
provável que o turco lalau já esteja comendo capim pela raiz quando seu mandado
de prisão for finalmente expedido.
A justificativa de Toffoli,
o vermelho, é que o Congresso está
tratando da questão do foro privilegiado com um escopo bem maior que o do STF, a quem, portanto, não caberia se
imiscuir num assunto que diz respeito aos parlamentares. Só que a intenção dos senadores, ao aprovar em primeiro turno o
fim do foro privilegiado para todos os níveis, jamais foi de resolver a questão
através de uma emenda constitucional, mas sim de pressionar o Supremo para retirar o tema da pauta e ganhar tempo para controlar
o processo decisório.
A proposta de emenda constitucional que voltou a andar na Câmara na última quarta-feira ― depois
de dormitar durante 6 meses no Senado
― ainda precisa passar por uma Comissão Especial para
depois ir a plenário, e em duas votações. Mesmo que o deputado Efraim Filho, relator dessa PEC na CCJ,
tenha comemorado a aprovação por unanimidade, pelo menos outros seis meses serão gastos na tramitação do projeto ― isso sem considerar o período de recesso
de final de ano, os feriados do Carnaval, e assim por diante.
Com o
início das campanhas eleitorais, é possível que esse assunto nem seja tratado pela
Câmara no próximo ano. E até que o seja ― ou que o julgamento seja retomando no STF ―, tudo continuará como dantes no quartel de
Abrantes.
Como desgraça pouca é bobagem, já se fala na possibilidade de o
foro privilegiado ser ampliado para ex-presidentes, num acordão suprapartidário
para beneficiar diretamente Lula, Dilma e Temer.
Até as pedras sabiam qual seria o resultado do “julgamento
histórico” que terminou (finalmente) na noite da última sexta-feira. Difícil era imaginar
como seria cansativo acompanhar a leitura do caudaloso relatório e os votos
intermináveis dos ministros. Ou a sensação de frustração que, ao final, se
abateu sobre um povo que, depois de perder a confiança no
Legislativo e no Executivo, vê ruir o último pilar que sustentava seus anseios de um dia extirpar do tecido da democracia o nefasto câncer
da corrupção sistêmica.
Além de não servir aos interesses da nação, a decisão de Gilmar Mendes e seus acólitos deixou
patente a imprestabilidade do TSE
como guardião do processo eleitoral tupiniquim e fez de bobos os ministros Herman Benjamin, Luiz Fux e Rosa Weber, que
pareciam acreditar que o julgamento era para valer, e não um burlesco jogo de
cartas marcadas. Curiosamente, o presidente da Corte foi o grande responsável por
ressuscitar a ação de cassação da chapa, que havia sido arquivada por decisão
monocrática da então ministra-relatora Maria
Thereza de Assis, em 2015, quando a petista Dilma Rousseff era a inquilina do Planalto. No entanto, agora,
quando o inquilino é o peemedebista MichelTemer, seu amigo pessoal, Gilmar Mendes mudou diametralmente sua
opinião ― a pretexto de manter a “estabilidade”, a “governabilidade”, como fez
questão de frisar no voto que “mandou às favas” o tal “julgamento judicial e
jurídico” que havia prometido presidir. Quid
juris?
Observação: Gilmar
Mendes chegou mesmo a repreender
o vice-procurador-geral Eleitoral Nicolao
Dino, que arguiu a suspeição do ministro Edmar Gonzaga ― por este ter advogado para a campanha de Dilma em 2010. Visivelmente irritado, Mendes disse que, se o MPE já tinha essa informação, que se
manifestasse no início do processo, e não no final, para “surpreender a Corte”.Acuados, os demais ministros rejeitaram o
pedido de Dino. Quanta isenção!
Para o bem ou para o mal, essa história parece estar longe
do fim. Temer, que havia pedido mais
prazo para responder as 82 perguntas
formuladas pela PF, sentiu-se
revigorado pelo vergonhoso conchavo articulado por quatro dos sete ministros do
TSE e resolveu ― também ele ― mandar
tudo às favas, não só se recusando a responder as perguntas (que não são da PF nem do MPF, mas da nação brasileira), mas também deixando claro que irá
lutar com todas as armas para permanecer no trono, ainda que para tenha de bater
de frente com o Supremo, como supostamente fez ao determinar à Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) que investigasse a vida pregressa do ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato
naquela Corte ― um descalabro que Carmen
Lucia não deixou sem resposta: na manhã deste sábado, através de nota, a
ministra afirmou que “é
inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo, contra a
democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes”
(detalhes mais adiante).
Temer negou ter
dado a ordem, como já negou uma série de fatos espúrios que acabou admitindo
mais adiante ― como a viagem com a família a bordo do avião da JBS, em 2011, que o Planalto tentou
canhestramente justificar, afirmando que “o
então vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento
pelo serviço”. Nem a Velhinha de
Taubaté engoliria essa falácia, como “não cola” a assertiva de que “o governo não usa a máquina pública contra
os cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite
aos estritos ditames da lei”, ou de que “não há, nem houve, em momento algum a intenção do governo de combater a
operação Lava Jato”.
Muita água ainda vai rolar por debaixo da pinguela em que o
(ainda) presidente se equilibra a duras penas. Nesse entretempo, a estratégia
do Planalto é atirar contra Janot e
a Lava-Jato. Temer nega, numa tentativa bisonha de, como Lula, recorrer à dialética para sustentar o insustentável. Só que o
petista discursa para uma multidão de esquerdopatas fanáticos, enquanto o
peemedebista conta nos dedos os gatos-pingados que ainda o apoiam. E a absurda
decisão do TSE não o desobriga de
granjear pelo menos 172 votos na Câmara para barrar a denúncia que o Ministério
Público deve formalizar a qualquer momento, embora favoreça-o o fato de boa
parte dos deputados, com receio da Lava-Jato, relutar em apoiar Janot e Fachin nessa queda de braço.
O imprestável PSDB
deve decidir já na segunda-feira se desembarca ou não do governo. Com isso, o
chamado “centrão” ― formado por partidos de médio porte, como o PP, PR, PTB,
PRB e PSC, e abrigando muitos parlamentares do “baixo clero” ― pode aproveitar
a oportunidade para oferecer um “ombro amigo” ao presidente. “Na crise, orai; na bonança, cantai louvores.
E eu quero cantar louvores”, Roberto
Jefferson ― o cara que denunciou o mensalão e ora preside o PTB.Claro que suas excelências esperam obter, em troca da
governabilidade dada pelo bloco a Temer,
a contrapartida de cargos em estatais e diretorias de bancos. E tudo continua
como antes no Quartel de Abrantes.
Sobre a suposta investigação da Abin, reproduzo a seguir a nota publicada na manhã deste sábado:
“É inadmissível a prática de
gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a Democracia e
contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um
de seus integrantes. Própria de ditaduras, como é esta prática, contrária à
vida livre de toda pessoa, mais gravosa é ela se voltada contra a responsável
atuação de um juiz, sendo absolutamente inaceitável numa República Democrática,
pelo que tem de ser civicamente repelida, penalmente apurada e os responsáveis
exemplarmente processados e condenados na forma da legislação vigente. O
Supremo Tribunal Federal repudia, com veemência, espreita espúria,
inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de
seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça. Se
comprovada a sua ocorrência, em qualquer tempo, as consequências jurídicas,
políticas e institucionais terão a intensidade do gravame cometido, como
determinado pelo direito. A Constituição do Brasil será cumprida e prevalecerá
para que todos os direitos e liberdades sejam assegurados, o cidadão respeitado
e a Justiça efetivada. O Supremo Tribunal Federal tem o inafastável compromisso
de guardar a Constituição Democrática do Brasil e honra esse dever, que será
por ele garantido, como de sua responsabilidade e compromisso, porque é sua
atribuição, o Brasil precisa e o cidadão merece. E, principalmente, porque não
há outra forma de se preservar e assegurar a Democracia”.
Muita gente que se preocupa com a possibilidade de seus celulares serem monitorados e suas assistentes virtuais — Gemini, Siri, Alexa etc. — "escutarem" suas conversas entope suas redes socais com fotos da casa, do carro novo, do restaurante que frequentam ou dos filhos vestidos com o uniforme da escola.
A despeito de a amaça de "espionagem" ser real e de não faltarem programinhas-espiões, jabuti não sobe em árvore. So haverá um spyware no aparelho caso alguém o tenha instalado.
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
Não faltam ensaios e livros de autores diversos sobre as causas do fracasso social e econômico tupiniquim. Entre os motivos mais recorrente da nossa doença fiscal crônica figuram a incompetência, o desperdício e, corrupção e a cultura do privilégio, enraizada em nossa sociedade e nas relações desta com o Estado desde a chegada dos portugueses. Em O Flagelo da Economia de Privilégios: Brasil, 1947 – 2020, Fernando de Holanda Barbosa destrincha de forma acachapante a armadilha fiscal que construímos — e da qual não saímos — a partir dos privilégios. O autor organiza em décadas, ciclos e governos os últimos 70 anos do país, e demonstra como, exceto em dois ou três diminutos soluços de austeridade e equilíbrio fiscais, déficits correntes e recorrentes nas contas públicas impediram o crescimento sustentável do país a partir de ganhos de produtividade e poupança interna. A maior das lições é a prova da forma mesquinha como as "elites" se organizam em torno de privilégios para si e para quem lhes é próximo ou interessante. E aí não há distinção entre público e privado, pois as relações se misturam. Os subsídios e as desonerações fiscais de setores escolhidos a dedo — sempre a pretexto do bem comum — são os exemplos mais claros e frequentes que nos saltam aos olhos. No Brasil, governantes (municipais, estaduais e federal) e membros do Legislativo e do Judiciário decidiram que a eles vale e pode tudo, ainda que custe o eterno subdesenvolvimento ou, no melhor das hipóteses, o status "em desenvolvimento". A Taxação Olímpica – termo cunhado pelo portal O Antagonista — é o mais recente caso dessa cultura inútil e ineficaz. Como tubarões que farejam uma gota de sangue A 300 metros de distância, os congressistas populistas e oportunistas farejaram uma oportunidade de "lacração" (e votos) sobre a premiação dos atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas de 2024 em Paris, e, de forma simplória e açodada, propuseram a isenção de impostos sobre os ganhos dos "heróis nacionais". Em um tempo de redes sociais como fontes de informação e de políticos tiktokers como pensadores e formuladores das políticas do país, a ideia ganhou corpo e o apoio da população, que foi levada a acreditar que toda isenção de impostos é boa e que todos que fazem algo de bom para o país — coisa que os nossos políticos não fazem — merecem benefícios — que nossos políticos têm —, independentemente de quem venha a pagar a conta. Em nota, a Receita Federal explicou a impossibilidade do benefício/privilégio e chamou a atenção para o óbvio ululante: as medalhas não são tributadas, apenas as premiações em dinheiro (rendimentos), a exemplo do que ocorre com qualquer trabalhador que receba mais do que R$ 2.640,00 mensais. A despeito do orgulho que nos dão, nossos medalhistas são atletas profissionais e, em sua maioria, muito bem remunerados. Dito isso, não faz o menor sentido isentar de imposto um atleta que recebe um prêmio de dezenas ou centenas de milhares de reais, quando mais não seja porque a isenção que alguém recebe sempre é paga por um enfermeiro, um policial, um professor, um bombeiro, enfim... No país dos privilégios, políticos não se importam com critérios quando e se as regalias lhes rendem popularidade e votos. Assim, farejando o cheiro da carniça (no caso, ganho eleitoral para os adversário), o rei da rapinagem, águia entre os urubus, pai dos pobres e mão dos ricos se apressou a editar uma MP para transferir mais renda dos pobres para os ricos. A regra prevê que valores recebidos por atletas em Jogos Olímpicos e Paralímpicos como premiação pela conquista das medalhas, pagos por Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ficam isentos de tributação pelo Imposto de Renda, segundo informou o Palácio do Planalto no último dia 8, o dia. Rebeca Andrade, Gabriel Medina, as meninas do futebol e do vôlei, enfim, todo esse pessoal, em maior ou menor escala e valor, recebe por ano o dinheiro que um simples trabalhador não ganha em séculos. À luz dos rendimentos acumulados, essa turma integra a seleta confraria dos 5% mais ricos do país, e não será isentando-os do imposto de renda que lhes renderemos as mais do que justas homenagens. Texto de Ricardo Kertzman.
Spywares são programados para executar o serviço sujo sem chamar a atenção, mas baixo desempenho, aquecimento anormal e redução da autonomia da bateria sem motivo aparente sinalizam sua presença. Em sendo o caso, a primeira coisa a fazer é abrir o menu Configurações e tentar identificar na lista de aplicativos algum elemento que não aparece na tela de início (lembrando que, em vez de exibir seu nome e logotipo verdadeiros, os programinhas espiões tentam se passar por joguinhos ou blocos de notas, por exemplo).
Se você não encontrar nenhum item suspeito, confira o consumo de recursos do telefone. No Android, toque em Bateria > Uso da bateria > Ver detalhes; no iOS, toque em Ajustes > Bateria e role a tela até a seção de uso da bateria por aplicativo. Em ambos os casos será exibida uma lista com os apps e o consumo de bateria de cada um deles. Se algo lhe parecer suspeito, faça uma busca no Google para saber do que se trata.
Uma vez que os softwares de rastreamento e/ou monitoramento aumentam o tráfego de rede, vale checar se seu plano de Internet móvel está apresentando um consumo anormal. E fique esperto se seu aparelho passar a aquecer mais que o normal quando está no seu bolso ou você está executando tarefas leves (lembrando que é comum o telefone esquentar durante a recarga da bateria ou quando você joga ou vê vídeos, por exemplo),
Se você passar a receber mensagens de texto estranhas, com muitas letras e números ou que parecem ser um código, ou então conversas aleatórias de números desconhecidos, abra o olho, pois isso é sinal de que o intruso que controla app espião está tentando obter sua localização. Jamais toque num link que porventura apareça nessas mensagens, já que ele pode levar ao download de outros spywares.
Nunca se sabe quando e se um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" vai aproveitar uma distração do parceiro ou do filho para instalar um programinha espião no celular. Na dúvida, consulte o histórico do seu navegador.
Ponha as barbichas de molho se a tela passar a ligar "do nada", se ficar mais difícil de desligar o celular, ou se ele vibrar sem que haja qualquer notificação. Ainda que esses sintomas possam advir de bugs no sistema ou em algum app legítimo, seguro morreu de velho. E como é prevenir é melhor que remediar, instale uma suíte antimalware e só baixe aplicativos da Google Play Store ou da loja oficial do fabricante do aparelho ou da Google Play Store, no caso do Android, ou da Apple Store, caso você use umiPhone,
Programinhas maliciosos difíceis de ser encontrados tendem a ser igualmente difíceis de eliminar, mas a boa notícia é que sempre se pode restaurar as configurações de fábrica para tudo voltar a ser como dantes no quartel de Abrantes (pelo menos no âmbito do software).
Em algum momento da história da informática,
a bandidagem digital se deu conta de que o malware
poderia ser um aliado valioso se, em vez de simplesmente danificar o sistema
alvo e obrigar a vítima a reinstalá-lo, monitorasse os hábitos de navegação das vítimas,
bisbilhotasse seus arquivos sigilosos e capturasse senhas, números de cartões de
crédito etc.
Manter o Windows e os aplicativos atualizados, dispor de um arsenal de
segurança responsável, criar senhas fortes, desconfiar sempre de anexos e links
recebidos por email ou compartilhados via programas mensageiros e redes
sociais, enfim, todas essas dicas que todos nós conhecemos bem — mas que muitos de nós desdenhamos solenemente — é meio caminho andado para prevenir aborrecimentos. Mas
só meio caminho.
Acredite você ou não, ainda tem gente que escreve as senhas num post-it e cola no monitor; que instala antivírus e firewall que não "falam" o mesmo idioma do usuário (daí a clicar em qualquer botão que feche a
caixa de diálogo para poder seguir adiante é um passo); que deixa o cunhado
mala usar o computador com prerrogativas de administrador (mesmo sabendo que
ele curte sites de pornografia) e o irmãozinho da namorada à vontade para
instalar games piratas ou coisa pior, e aí se surpreende com o sistema infestado
por pragas de todo tipo ou com o sumiço “misterioso” de um arquivo ou pasta
importante. E por aí vai.
Mesmo não sendo irresponsável a ponto de
cometer asneiras como essas, ninguém está livre da ação nefasta de spywares, trojans, ransomwares e
outros programinhas maliciosos — a não ser que não acesse a internet ou que deixe
o computador desligado, naturalmente, mas isso está fora de questão. Existe uma maneira de manter a integridade do sistema,
mesmo permitindo que o cunhado mala e o irmãozinho pentelho da namorada pintem
e bordem; mesmo não tendo antivírus e um firewall; mesmo sendo relapso a ponto
de apagar arquivos ou aplicativos que pareçam desnecessários sem sequer
procurar saber a que pertence o arquivo ou para que serve o app. Mas note que não estamos falando da restauração do sistema — recurso valioso
quando funciona, mas que não tem o condão de reverter desinstalações de
aplicativos, exclusões de arquivos pessoais etc. —, mas da "virtualização do sistema".
Observação: Para quem não sabe ou não se lembra, as versões 9x do Windows contavam com o scanreg/restore para reverter ações mal sucedidas, mas a maioria dos usuários não se valia dessa solução porque não a conhecia ou porque não sabia executá-la via prompt de comando. Quando desenvolveu o Win ME, a Microsoft introduziu a restauração do sistema (presente também em todas as edições subsequentes do Windows), que é bem mais fácil de usar porque pode ser acessada através da interface gráfica do sistema. Essa ferramenta cria backups das configurações do Registroe de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador em intervalos regulares e sempre que alguma modificação abrangente é procedida (note que esses "pontos de restauração" também podem ser criados manualmente); caso o PC se torne instável ou seja incapaz de reiniciar, o usuário pode tentar reverter o sistema a um ponto anterior e, com um pouco de sorte, resolver o problema com relativa facilidade.
Na virtualização do
sistema, um app dedicado cria uma "imagem" das definições e
configurações do computador e as recarrega a cada inicialização, fazendo com que tudo
volte a ser como antes no quartel de Abrantes, inobstante o que um
software enxerido ou o próprio usuário tenha feito na sessão anterior. Veremos isso em detalhes na próxima postagem. Até lá.
“TEMPOS ESTRANHOS SÃO ESSES EM QUE VIVEMOS, QUANDO VELHOS E JOVENS SÃO
ENSINADOS NA ESCOLA DA FALSIDADE. E O ÚNICO HOMEM QUE SE ATREVE A DIZER A
VERDADE É CHAMADO DE UMA SÓ VEZ UM LOUCO E INSENSATO.”
O epigrama acima, atribuído a Platão, tem servido de inspiração para o vice-decano do STF demonstrar sua insatisfação com
tudo e todos, mostrando-se, inclusive, irritado com uma advogada que, durante
sustentação oral, dirigiu-se aos supremos togados usando o "desrespeitoso"
pronome "vocês" — que na verdade é a forma sincopada de "vossas
mercês": "Presidente",
disse o primo de Fernando Collor e luminar do saber jurídico, "novamente um advogado se dirige aos
integrantes do tribunal como 'vocês'! Há de se observar a liturgia". Faltam
apenas 18 meses para a aposentadoria compulsória de sua excelência, que talvez
ainda aproveite o tempo que lhe resta para propor a adoção daquelas ridículas
perucas brancas, de crina de cavalo, que os juízes do Reino Unido usavam aboliram
há mais de 10 anos por achá-las antiquadas e inadequadas ao tempos atuais
(estranhos ou não).
Atribui-se a Aristóteles
a divisão do Estado em três poderes independentes, e a Montesquieu a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais
aceito atualmente. A ideia era não deixar em uma única mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder
tende a gerar abusos, e um poder que se serve em vez de servir é um poder que
não serve. No Brasil contemporâneo, no entanto, nem o quarto poder escapa, já
que parte da imprensa foi aparelhada pelos petralhas esquerdopatas, que não
veem — ou fingem não ver — que o comunismo e o socialismo não produziram bons
resultados em nenhum país do mundo, como comprovam a desgraça que se abateu
sobre a Pérola do Caribe sob o jugo da Dinastia
Castro, a calamidade que tomou conta da Venezuela sob a égide do Maduro que não cai do galho, as
diferenças gritantes entre a Coreia do Sul e a do Norte.
Em Hong Kong, a ilha-problema onde os jovens tomaram as ruas e há meses exigem, em última instância, voz ativa sobre seu destino, a única eleição mais ou menos livre permitida à população resultou em fragorosa — e aparentemente inesperada — derrota de Pequim. No mesmo dia, um consórcio de jornais publicou um relatório devastador sobre os campos de detenção na província de Xinjiang, no noroeste do país, onde 1 milhão de chineses da minoria muçulmana uigur foram internados a pretexto de combater o extremismo religioso. E por aí segue a
procissão de exemplos.
Talvez por isso o PT
seja o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não
estudam e dos intelectuais que não pensam e do ex-presidente ladrão que se ufanava
(quiçá ainda se orgulhe) de ter chegado onde chegou sem jamais ter lido um
livro na vida.
Falando em ex-presidentes, dos que foram eleitos
pelo voto popular desde a democratização — ou que assumiram o cargo devido a
impedimento do titular da vez —, somente Fernando
Henrique não foi processado. Collor e Dilma não só foram penabundados do cargo (por
corrupção e incompetência, respectivamente) como são réus na Justiça Penal, e ainda
continuam soltos graças à morosidade e a leniência do Judiciário. Lula e Temer colecionam processos e já foram presos, mas aguardam em liberdade a tramitação das ações/julgamento dos recursos. É
surreal!
No caso de Lula,
a coisa é ainda pior. Embora tenha sido condenado em dois processos — por três
instâncias no caso do tríplex no Guarujá e por duas no do sítio em Atibaia —, o
picareta foi agraciado por uma decisão sob medida da banda podre do STF, que, por 6 votos a 5, restabeleceu
o império da impunidade ao proibir que criminosos condenados em segunda
instância aguardassem presos o julgamento de seus recursos nas Cortes superiores.
Assim, o troçulho de Garanhuns assomou do esgoto a céu aberto em que se
transformou o cenário político nacional e brinca de palanque ambulante, com
total complacência do TSE, que parece
achar natural candidatos a candidatos ao Palácio do Planalto fazerem comícios três
anos antes das próximas eleições. Com a bênção do Judiciário, o sacripanta
vermelho está liberado para mostrar ao mundo que, no País do Carnaval, um
corrupto juramentado pode ofender impunemente autoridades que não têm contas a
acertar com a Justiça. Mas não vai escapar da lei da Ficha Limpa. Para o dono
da alma viva mais honesta do Brasil, as chances de disputar uma eleição são
menores que as de ser canonizado pelo Vaticano.
Tempos estranhos, diz o ministro Marco Aurélio. Bota estranho nisso!
O óbvio ululou na tarde de ontem, quando a montanha suprema
pariu o rato da vez, incluindo a Unidade
de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf, e a Receita Federal
na tese sobre o compartilhamento de dados fiscais sigilosos, para fins penais,
com o Ministério Público e a Polícia Federal, dispensando prévio
aval judicial. O único voto dissonante foi o do ministro Marco Aurélio — coberto com a suprema toga pelo então presidente Fernando Collor, seu primo, que foi
impichado do Planalto e teve os direitos políticos cassados, mas elegeu-se
senador graças ao esclarecidíssimo povo das Alagoas, terra de Renan Calheiros, de Arthur Lira e de muitas gentes boas (ficou estranho, mas rimou).
O apaniguado de Collor sempre
teve predileção especial por ser voto vencido e foi a encarnação do “espírito
de porco” até a ex-presidanta Dilma nomear
desembargadora sua filha Letícia,
em mais uma demonstração de como o nepotismo se perpetua. A partir daí, o
campeão das causas perdidas abraçou cruzadas que atendem aos interesses
petistas e aos de nababos da advocacia de Brasília, que, de olho no filão
milionário que os corruptos representam, defendem incondicionalmente a mudança
da jurisprudência que autoriza a prisão de condenados em segunda instância.
Enfim, o Supremo precisou
de seis sessões para concluir que órgãos de investigação servem para
investigar, que a liminar absurda do presidente da Corte era absurda e que tudo
fica como antes no Quartel de Abrantes. Daí a morosidade da Justiça tupiniquim,
maior responsável pela sensação de impunidade (bom seria se fosse só sensação)
que fomenta a corrupção endêmica da classe política neste arremedo de república,
onde processos movidos contra acusados que têm cacife para contratar
criminalistas estrelados levam décadas para ser concluídos — isso quando a
prescrição não frustra a pretensão punitiva do Estado. Mas isso já é outra
conversa.
Enquanto isso, Senado e Câmara Federal se mobilizam para
agilizar o rito das Casas e aprovar o mais rapidamente possível a prisão após
segunda instância, corrigindo o supremo erro crasso que restituiu aos
condenados a possibilidade de aguardar soltos a decisão de seus recursos aos
tribunais superiores, como foi durante míseros (mas nefastos) sete anos das últimas
oito décadas. A Câmara instalou uma comissão que visa tratar do assunto por
meio de uma emenda à Constituição; no Senado, Simone Tebet, presidente da CCJ,
agendou para a próxima terça-feira a votação de um projeto de lei que modifica
o Código de Processo Penal, cuja
tramitação é mais simples e rápida de aprovar do que a emenda constitucional
que tramita na Câmara. Entretanto, ainda que os senadores o aprovem, é preciso pressão
da sociedade para que o projeto não seja engavetado quando chegar à Câmara.
Enquanto isso, na Assembleia Legislativa de São Paulo, cenas
de baixaria, com direito a pugilato explicito, chocam (ou divertem, dependendo
do ponto de vista) os paulistas e os demais brasileiros. Confira no vídeo:
Antes de encerrar, um texto do impagável J.R. Guzzo sobre as supremas barbaridades
que conspurcam este arremedo de banânia:
O planeta Terra seria
um lugar perfeitamente insuportável se todo o mundo, sem nenhuma exceção,
dissesse sempre a verdade, o tempo todo, para todas as outras pessoas que
conhecesse. Já imaginou? É melhor não imaginar. O fato é que esta vida precisa
ter os seus momentos de hipocrisia, para funcionar com um mínimo de paz — mas
também é fato que as autoridades da nossa vida pública não precisavam exagerar.
É a velha história: gente que manda não perde praticamente nenhuma oportunidade
de ficar cega para os seus próprios desastres, mas nunca é surda, nem por um
minuto, para qualquer erro que possa ser cometido pelos outros.
O hipócrita,
felizmente, é um bicho que só morde de verdade quando consegue esconder que
está sendo hipócrita — quando a sua hipocrisia fica na cara de todo mundo, como
vive acontecendo, o mal que faz não leva a lugar nenhum. É o caso, neste
preciso momento, do ministro Dias
Toffoli, que acaba de compartilhar com o resto da nação suas preocupações
com a má imagem que os investidores estrangeiros fariam do Brasil depois de uma
declaração do ministro Paulo Guedes
sobre o AI-5. Teria o ministro
sugerido a ressurreição do “Ato”, que está morto há 40 anos — quatro vezes
mais, aliás, que o tempo durante o qual esteve vivo? Não. Ele disse o seguinte:
“Não se assustem se alguém pedir o AI-5”,
no caso de haver baderna na rua, em vez de oposição na política.
É livre, obviamente, o
julgamento de cada um sobre o que disse Guedes.
O que não tem cabimento é imaginar que Toffoli
está sendo aquilo que ele finge que é — um cidadão aflito com o futuro do
investimento externo no Brasil. Se há alguém nesse País que assusta o
investidor, de qualquer nacionalidade, é ele mesmo, em pessoa — junto com os
seus parceiros de STF que proibiram a prisão de criminosos condenados em
segunda instância. Isso sim é construir a imagem de uma nação sem lei.
Para encerrar: nos tempos de antanho, quando não havia essa
absurda patrulha do "politicamente correto" e podia-se contar piadas
de papagaio sem o risco de ser processado pela ave, uma anedota dizia que, numa
entrevista de emprego, o entrevistador perguntou ao candidato se ele era
casado. "Sim", foi a resposta. "Com quem?", perguntou o
entrevistador. "Com uma mulher", respondeu o candidato. E o
entrevistador, já irritado: "O senhor conhece alguém que seja casado com
um homem?". "Sim", respondeu o sujeito. "Quem?",
insistiu o entrevistador. "A minha mulher", disse, candidamente, o
candidato.
·Se você ligar o computador e ele se fingir de
morto, veja se algum led acende ou o ruído das é audível. Às vezes, o problema se
resume ao cabo de força mal conectado ou ao fusível do
filtro de linha (ou da própria fonte de alimentação) queimado. ventoinhas
·Caso a máquina ligue e a tela permaneça
escura, verifique a conexão dos cabos de energia e de dados do monitor. Se não resolver, conecte o monitor
a outro computador; caso ele funcione, suspeite da placa de vídeo ou
da própria placa-mãe.
·Bips que você não está acostumado a
ouvir podem ser “pistas” que o BIOS envia para indicar a
origem do problema. Como não existe padronização para esses códigos, consulte o
manual do PC ou da placa-mãe, ou ainda o site do fabricante.
Observação: Se
você tiver alguma habilidade manual e noções elementares de hardware, abra o
gabinete e cheque os prováveis vilões da história. Muitos “defeitos” não passam
de simples mau contato causado por acúmulo de sujeira, oxidação das trilhas ou
afrouxamento dos componentes (decorrente da vibração dos motores que acionam
ventiladores e drives).
·O Fix It –
serviço da Microsoft que funciona como uma espécie de “central de correção de
erros” para o Windows e demais produtos da empresa – também é uma mão na
roda. Para utilizá-lo, clique aqui,
escolha a opção adequada na lista à esquerda, procure algo relacionado ao seu
problema entre os tópicos exibidos e explore as opções (que, de modo geral, são
bastante intuitivas). Você pode implementar as correções de forma automática
ou manual, bem como
recorrer ao site http://support.microsoft.com/contactus para
solicitar uma solução para o seu problema.
·O Seven é pródigo em recursos
voltados à identificação e solução de problemas (para saber mais, clique aqui),
mas há situações em que é preciso acessar o MODO DE SEGURANÇA –
opção de inicialização na qual somente os arquivos e drivers básicos
necessários para executar o Windows são carregados. Se o PC
entrar no modo seguro automaticamente após a adição de um novo componente, da atualização de algum driver ou da instalação de um aplicativo
qualquer, desfazer a modificação geralmente faz com que tudo volte a ser como
antes no Quartel de Abrantes. Se não, aRestauração
do Sistema costuma ser tiro e queda.
Observação: Para forçar a inicialização no
modo seguro, reinicie o computador e pressione intermitentemente a tecla F8 durante
o boot. Quando a tela das Opções de Inicialização Avançadas for
exibida, use as teclas de seta para selecionar a opção em
desejada e pressione a tecla Enter.
·Volto a recomendar que você não desmonte seu desktop se ele estiver na garantia,
e que encaminhe seu notebook – mesmo fora da garantia – a um
técnico de confiança. Mas não deixe de explorar soluções em nível de software, pois ninguém além de você terá paciência para
enfrentar o moroso processo da tentativa e erro. No mais das vezes o técnico
irá reinstalar o sistema e um abraço (dê-se por feliz se ele salvar suas pastas
pessoais e seus emails). Para mais informações e sugestões sobre solução de
problemas no Seven, cliqueaqui.