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segunda-feira, 13 de outubro de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 50ª PARTE (AINDA SOBRE OVNIS)

ONDE HÁ FUMAÇA HÁ FOGO.

Suspeitas de que alienígenas visitam a Terra não vêm de hoje (vide capítulo 40). Há inúmeros relatos de avistamentos de OVNIs — acrônimo de "objetos voadores não identificados" —, mas faltam argumentos convincentes de que se trata de balões meteorológicos, drones ou projetos desenvolvidos em segredo pelos EUA, Rússia ou China. 

 

Observação: O acrônimo UFO — de "unidentified flying object" — deu lugar a UAP — de "unidentified anomalous phenomena" —, mas a explicação oficial ainda é a mesma na maioria dos casos, ou seja, que não necessariamente têm origem extraterrestre. Até recentemente, os UAPs eram classificados oficialmente como fenômenos atmosféricos mal interpretados ou alucinações coletivas fomentadas por teorias da conspiração, mas, aos poucos, o entendimento das autoridades vem mudando (mais detalhes no capítulo anterior).


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Quando um quer, dois brigam. Quando dois querem, aí mesmo é que o pau come. Ninguém sabe qual vai ser o resultado da próxima sucessão. Mas parece claro que a Presidência da República vai ser disputada em 2026 a paus e pedras. 

Os dois lados ruminam certas dúvidas, nenhuma delas certa. Lula subiu nas penúltimas pesquisas, mas não disparou. Os rivais estão zonzos, mas não morreram. A incerteza deveria conduzir ao diálogo, não à desavença.

A eleição presidencial ainda mora longe. O desalinho das contas nacionais mora ao lado. Seja quem for o eleito, terá que lidar com um buraco de mais de 92% de despesas obrigatórias consumindo todo quase todo o dinheiro arrecadado com impostos.

Se a briga prematura de governo e oposição serve para alguma coisa é para cavar um buraco ainda maior.

 

Eventos famosos, como o Projeto Mogul — que usava balões metálicos para espionagem — foram atribuídos a programas militares secretos. A existência de naves alienígenas acidentadas jamais foi confirmada oficialmente, mas tampouco se conseguiu explicar a capacidade de pairar no ar como helicópteros e acelerar a velocidades hipersônicas desses objetos, que parecem ser muito mais avançados que qualquer coisa construída neste planeta. 

 

O célebre Caso Roswell merece destaque especial. Em 1947, o Roswell Army Air Field reconheceu que um "disco voador" havia caído na área rural da cidade de Roswell, no Novo México (EUA). Num segundo comunicado à imprensa, a nova versão dizia tratar-se de um balão meteorológico. O episódio transformou a cidade em ícone da ufologia e a Area 51, em palco de teorias conspiratórias envolvendo naves e seres alienígenas. Décadas depois, Bill Clinton determinou uma investigação federal sobre "o que estava acontecendo lá", e a CIA finalmente reconheceu a existência da base militar no deserto de Nevada, mas assegurou que ela era usada apenas em projetos secretos de vigilância aérea. 

 

Em 2010, dezenas de oficiais norte-americanos avistaram objetos não identificados pairando sobre silos de mísseis nucleares na Base Aérea de Malmstrom, em Montana. O ex-capitão Robert Salas relatou ter ficado a poucos metros de uma nave vermelha, brilhante, que flutuava acima do portão da frente da instalação. No Brasil, o caso Trindade, a Operação Prato e o ET de Varginha são exemplos emblemáticos de contatos imediatos de diversos graus.

 

Radares não têm crença, mas, afora os documentos oficiais e fotografias de UAPs — que são alvo de escrutínio constante por meio de ferramentas de análise de imagens —, as evidências com que os ufólogos trabalham são, em sua maioria, testemunhos pessoais submetidos a testes de confiabilidade pelos próprios ufólogos, que não raro conduzem a novas perguntas. Segundo o autor da tese "Objetos intangíveis: ufologia, ciência e segredo", a ufologia toma emprestados elementos das diversas disciplinas científicas, mas utiliza seus próprios métodos e questiona a ciência por ignorar relatos sobre os avistamentos que teriam potencial para fazê-la "progredir". 

 

É fato que a NASA colocou astronautas na Lua e enviou sondas para o espaço interestelar. Mas também é fato que nenhuma tecnologia desenvolvida até agora permitiu cruzar o cosmos a velocidades próximas à da luz ou criar atalhos no espaço-tempo através dos quais seja possível percorrer milhões ou bilhões de quilômetros em questão de minutos (ao menos até onde sabemos). No entanto, já dizia o poeta que não há nada como o tempo para passar. Os físicos trabalham atualmente com modelos teóricos que incluem buracos de minhoca, dilatação temporal e até universos paralelos — ideias tão ousadas foi a possibilidade de cruzar o mar sem cair da borda do mundo durante as Grandes Navegações. Talvez ainda estejamos na era das caravelas da física temporal, mas quem sabe o que o "Concorde da cronologia" nos trará nos próximos séculos?

 

No livro Eram os Deuses Astronautas? (1968), Erich von Däniken oferece explicações intrigantes para diversos enigmas que a história não conseguiu elucidar. Segundo sua Teoria dos Antigos Astronautas, alienígenas visitam a Terra há milhares de anos, e foram tomados como "deuses" pelos antigos egípcios, gregos, maias e outros povos, como evidenciam pinturas e esculturas encontrada por arqueólogos. "Autores "sérios" como Pierre Houdin e Bob Brier atribuem ao trabalho do pesquisador suíço a pecha de “pseudociência”, mas talvez haja uma ponta de inveja nessa crítica, considerando que os livros do “pseudocientista” foram traduzidos para mais de 30 idiomas, venderam dezenas de milhões de cópias e inspiraram a popular série Alienígenas do Passado, do History Channel.

 

Cada um pode acreditar no que bem entender — da probidade da autoproclamada "alma viva mais honesta do Brasil" ao "patriotismo" do penúltimo inquilino do Palácio do Planalto; da planicidade da Terra à existência de seres reptilianos que habitam as profundezas do planeta. Eu, a exemplo de São Tomé (que só acreditou na ressureição de Cristo depois de ver e tocar em suas chagas), prefiro ver para crer. Entre narrativas religiosas que tentam explicar mistérios que as próprias religiões não entendem, e teorias baseadas em evidências levantadas pela ciência, eu prefiro estas àquelas. 

 

Entre os anos de 1948 e 1968, o Projeto Blue Book identificou 1.268 relatos de UFOs, dos quais 701 permanecem envoltos em mistério. E o mesmo se aplica a 143 dos 144 avistamentos que o Pentágono registrou nas últimas duas décadas. Um ex-diretor do AATIP — entregou ao The New York Times vídeos gravados por caças da Marinha em 2004, 2014 e 2015. Num deles, que ficou conhecido como Incidente Nimitz, um objeto oval sem asas nem propulsores visíveis executava manobras aparentemente impossíveis do ponto de vista aerodinâmico. 

 

Um relatório produzido pela ODNI catalogou 510 casos de UAPs. Dos 366 que foram investigados, 26 eram sistemas de aeronaves não tripuladas (UAS) ou drones, 163 eram balões ou "artefatos semelhantes a balões", meia dúzia foi considerada "desordem” (como pássaros, sacolas plásticas de compras flutuando no ar, e por aí vai) e 171 foram classificados como avistamentos de UAPs "não caracterizados e não atribuídos (sobretudo os que demonstram características de voo incomuns ou capacidades de desempenho que requerem análises mais aprofundadas).  

 

Em um episódio da série Unidentified com Demi Lovato, a própria apresentadora disse que foi abduzida por alienígenas. A modelo brasileira Isabeli Fontana relatou uma experiência inusitada durante a gravidez. Fábio Jr. contou à revista IstoÉ que viu duas naves pairando sobre seu carro. A ex-BBB Flávia Viana disse ter avistado um OVNI na cidade mineira de Três Pontas. O ator Rodrigo Andrade compartilhou em suas redes sociais um vídeo no qual um "objeto luminoso" acompanhou o avião em que ele viajava por cerca de 25 minutos — e que mudou de cor e de tamanho várias vezes antes de desaparecer. 

 

O jornalista e apresentador Amaury Jr contou que já avistou mais de 40 objetos esféricos e em forma de prato em sítio, no município paulista de Vinhedo. A cantora Elba Ramalho revelou ter sido "chipada" por extraterrestres enquanto dormia. Suzana Alves — mais conhecida como Tiazinha — filmou um OVNI na Marginal Pinheiros, em São Paulo, por cerca de 30 segundos. Tarcísio Meira contou que ele, a mulher e outras seis pessoas testemunharam quatro objetos voando em formação assimétrica que ficaram parados por cerca de um minuto antes de desaparecer. O cantor Xororó observou uma nave com uma luz bem forte quando dirigia por uma estrada do interior de São Paulo, e disse que teria parado e tentado um contato se sua mulher e os filhos não estivessem no carro com ele. 

 

Observação: Não sei se esses depoimentos são confiáveis, mas sei que passei por uma experiência semelhante à do sertanejo nos anos 1960, quando passava férias no sítio dos meus avós, numa bucólica cidadezinha do interior paulista. Um primo que estava comigo também viu a luz, que continuou sobre nós enquanto fugíamos em desabalada carreira, e então se tornou um pontinho no céu e desapareceu. Voltei ao sítio outras vezes em outros anos, mas nunca vi nada parecido. Reencontrei esse primo uma dezena de vezes nos últimos 60 anos, mas, curiosamente, nunca falamos no assunto.   

 

Durante um conversa descontraída com alguns colegas do Los Alamos National Laboratory, em 1950, o físico italiano Enrico Fermi levantou a seguinte questão: "Onde está todo mundo?" Um quarto de século depois, em seu único livro de ficção — Contact —, o astrofísico Carl Sagan escreveu "The universe is a pretty big place. If it's just us, seems like an awful waste of space" (O universo é um lugar muito grande. Se somos só nós, parece um terrível desperdício de espaço). E com efeito. 

 

Em condições ideais (noite sem lua, com atmosfera limpa e seca e sem poluição luminosa), conseguimos avistar de 2.500 a 3.000 estrelas no céu noturno. Considerando que enxergamos apenas metade da esfera celeste de cada vez, o total de estrelas visíveis a olho nu fica entre 5.000 e 6.000, mas estima-se que existam cerca de 100 bilhões de galáxias no Universo, as menores com alguns milhões de estrelas e as maiores com centenas de bilhões. Nem todos esses dez sextilhões de "sóis" têm planetas girando a seu redor, mas boa parte deles é orbitada.

 

Depois que o primeiro exoplaneta foi avistado (há cerca de 30 anos), outros milhares foram sendo observados não só em sistemas solares semelhantes ao nosso, mas também orbitando anãs vermelhas e estrelas de nêutrons ultradensas. Em 2022, o Projeto TESS confirmou a existência de cerca de 5.000 exoplanetas — atualmente, entre confirmados e aguardando confirmação, são mais de 8.000. Somente na Via Láctea há centenas de bilhões de "mundos" sobre os quais quase nada sabemos. 


Observação: Há desde mundos pequenos e rochosos, como a Terra, e gigantes gasosos maiores que Júpiter, como os assim chamados “Júpiteres quentes” — corpos celestes com semelhanças físicas com Júpiter, mas que orbitam muito mais próximos de suas estrelas, donde sua natureza "quente". Há ainda as “superterras” — planetas rochosos maiores que a Terra —, os "mininetunos" — versões menores que o "nosso" Netuno —, planetas que orbitam duas estrelas ao mesmo tempo ou que giram em torno de restos colapsados de estrelas mortas. O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, cujo lançamento está previsto para 2027, descobrirá novos exoplanetas, e Missão ARIEL, prevista para 2029, analisará as atmosferas dos exoplanetas com base em suas nuvens e neblinas.

 

Se formos um pouco mais além e consideramos que algumas hipotéticas civilizações sejam mais desenvolvidas que a nossa, como negar a possibilidade de extraterrestres viajarem pelo cosmos em busca de outros mundos? O surgimento de vida (da forma como a conhecemos) é um processo complexo, que precisa superar inúmeras barreiras, sobretudo quanto tomamos a Terra como exemplo de "planeta habitável típico". Por outro lado, se outras civilizações alcançaram um estágio de desenvolvimento semelhante ao nosso, por que não conseguimos detectar sinais de rádio ou de outro tipo de tecnologia alienígena avançada, como os que somos capazes de produzir?

 

Entre o silêncio das estrelas e o burburinho das teorias, o mistério persiste. E the answer, my friend, is blowing in the wind.

 

Continua...

domingo, 13 de julho de 2025

CROQUETES DE CARNE

OS MELHORES PRESENTES QUE A VIDA NOS DÁ SÃO AS LEMBRANÇAS, E  OS PIORES SÃO AS SAUDADES.

 

No último domingo, vimos como fazer baurus iguais aos que eu comia na Leiteria Lírico, nos idos anos 1980. Hoje, a bola da vez são os croquetes de carne — os servidos lá eram dourados por fora, úmidos por dentro... enfim, deliciosos. 


Esse petisco surgiu na França e se popularizou no Brasil com diversas variações de recheio, mas o de carne moída se destaca por ser uma maneira de reaproveitar sobras de carne (como ensinou Lavoisier, o bife que sobra vira picadinho, e o picadinho que sobra, croquete de carne). Além de ser uma receita econômica, o preparo é simples, e você pode servir como tira-gosto, acompanhado de caipirinha, cerveja, vodca-tônica, uísque, etc.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Magalhães Pinto ensinou que política é como as nuvens: a gente olha e elas estão de um jeito; olha de novo, e já mudaram. Acompanhar essas mudanças é como trocar o pneu com o carro em movimento — e, graças à polarização, o que já era ruim conseguiu piorar.
Einstein dizia que duas coisas são infinitas: o Universo e a estupidez humana. A prova cabal desse axioma é o eleitorado tupiniquim repetir, a cada eleição, o que Pandora fez uma única vez. Em 2018, a desgraça que escapou da caixa se chamava Jair Bolsonaro — eleito para evitar que o país fosse presidido por um presidiário. Em 2022, elegeu-se o mesmo presidiário retrocitado (então libertado, descondenado e reabilitado politicamente), numa espécie de desforra surreal: o mal menor era livrar-se da perpetuação do estrupício golpista no poder. E como nada é tão ruim que não possa piorar, a polarização promete novo embate em 2026 entre a esquerda lulopetista e a direita bolsonarista. 
Bolsonaro está inelegível e na bica de ser sentenciado por tentativa de golpe de Estado, mas “Micheque”, “Dudu Bananinha” e Tarcísio de Freitas disputam a "honra" de lhe servir de bonifrate — a exemplo do que Haddad fez por Lula em 2018. Lula, mesmo combalido pela idade, pela saúde e pelos maiores índices de rejeição de sua trajetória, não abre mão de disputar um quarto mandato, e para isso está disposto a aumentar ainda mais o déficit público — o maior da história republicana desta banânia — com seus pacotes de bondades populistas e eleitoreiras. 
Há duas semanas, havia no palácio um presidente enfraquecido à procura de um discurso. Mas quem tem padrinho não morre pagão — mesmo que o padrinho seja vermelho, tenha chifres, cascos e rabo em ponta de seta. Lula foi agraciado pelos adversários com dois inimigos que teria pedido a Deus, se porventura acreditasse em Deus — os bilionários e o Tio Sam — e retirou da mochila duas ferramentas velhas de guerra: a luta de classes e o nacionalismo. 
Se virasse roteiro de cinema, a conjuntura das últimas semanas renderia uma tragicomédia. Deve doer nos operadores da oposição bolsonarista perceber que comprometem a cena ao fazer o papel de vassalos desastrados, num enredo confuso em que o protagonista é um gorila cor de laranja, o coadjuvante é um capitão golpista — e o epílogo é a cadeia.

Você vai precisar de:

 

1) 1 kg de patinho ou coxão-mole; 

2) 2 batatas médias;

3) 1 colher (sopa) de manteiga; 

4) 3 dentes de alho picados; 

5) 1 cebola média picada ou ralada; 

6) ½ pimentão médio picado (sem as sementes);

7) ½ xícara de farinha de trigo e o mesmo tanto de farinha de rosca; 

8) 1 xícara de leite; 

9) 2 ovos (clara e gema); 

10) Um pacote (100 g) de queijo parmesão ralado; 

11) Sal, pimenta do reino, cheiro verde e molho inglês a gosto.

Se não sobrou nada do churrasco de domingo, limpe um pedaço de patinho ou coxão-mole, cozinhe na pressão junto com as batatas, deixe esfriar e passe tudo pelo processador (ou duas vezes por moedor convencional).

 

Aqueça a manteiga numa panela de tamanho adequado, coloque a carne e as batatas já processadas ou moídas e, sempre mexendo com uma colher de pau, acrescente os ovos, o alho, a cebola, o cheiro-verde, o pimentão, o queijo ralado e os demais temperos, a farinha dissolvida no leite, e continue mexendo. 

 

Quando a massa ficar bem homogênea, desligue o fogo, deixar esfriar, unte as mãos com um pouco de óleo, enrole os croquetes (o tamanho fica a seu critério), passe-os na farinha de trigo, depois numa mistura de ovo batido e água e então na farinha de rosca. Separe a quantidade que for você consumir, coloque os que sobrarem num pote (tipo Tupperware) com tampa e guarde na geladeira por até 3 dias ou no congelador por até 3 meses (proceda da mesma maneira se sobrarem croquetes fritos, e use o forno, o micro-ondas ou a airfryer para reaquecer).

 

Esquente bem o óleo numa panela ou frigideira do borda alta (mergulhe um palito de fósforo no óleo; quando ele acender, é porque está no ponto) e frite os croquetes em pequenas quantidades, de modo a evitar que o óleo esfrie e encharque a fritura. Quando estiverem dourados, transfira-os para uma travessa forrada com toalhas de papel, deixe absorver o excesso de gordura e sirva.

 

Dicas: Se preferir, asse os croquetes no forno preaquecido a 200°C por 20 a 30 minutos (de acordo com a potência do seu forno). Para que eles fiquem mais crocantes, deixe-os na geladeira por pelo menos uma hora antes de fritar. Para deixar o recheio ainda mais saboroso, coloque um pedaço de muçarela ou gorgonzola dentro de cada croquete (ou de alguns croquetes, ao gosto do freguês).


Bom proveito.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 20ª PARTE

NÃO HÁ CÉU NEM VIDA APÓS A MORTE. SÓ TEMOS ESTA VIDA PARA APRECIAR O GRANDE PROJETO DO UNIVERSO.

De acordo com a teoria do Big Bang e o modelo cosmológico padrão, tudo que existe no Universo surgiu de uma singularidade — um ponto de densidade e temperatura infinitas — que se expandiu há cerca de 13,8 bilhões de anos, dando origem ao espaço-tempo e a um mar de partículas fundamentais e radiação eletromagnética. 

Cerca de 400 mil anos após o início da grande expansão, prótons e elétrons começaram a se unir, formando os primeiros átomos de hidrogênio. Nuvens de gás primordial, então, colapsaram sob sua própria gravidade, dando origem às primeiras estrelas, no interior das quais fusão nuclear passou a forjar elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio. À medida que consumiam seu combustível, essas estrelas massivas entravam em colapso, explodindo como supernovas e espalhando seus elementos pelo cosmos — eventos tão intensos que suas forças gravitacionais acabaram por moldar galáxias inteiras.

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Menos de um mês depois de colocar Bolsonaro e outros sete integrantes do "núcleo crucial" da trama golpista no banco dos réus, a 1ª Turma do STF repetiu a dose com outros seis acusados. Pelo andar da carruagem, os 33 denunciados estarão acomodados dentro de ações penais até o final de maio, e o líder da ORCRIM, sentenciado até setembro. E de nada adianta posar de vítima no hospital. Os ministros já sinalizaram que barrarão a PEC da anistia caso ela seja aprovada no Congresso. 

A teoria do Big Bang é respaldada por evidências concretas, como a radiação cósmica de fundo (o "eco"do Big Bang) e a observação do afastamento das galáxiasque indica a contínua expansão do Universo. Mas de onde veio essa singularidade inicial continua sendo um dos maiores mistérios da ciência, mesmo porque o espaço como conhecemos começaram ali. Diversas teorias tentam explorar esse "antes", mas nenhuma foi capaz de se firmar com consistência ou comprovação experimental. Como disse Sócrates (469–399 a.C.), "só sei que nada sei".

Até o final do século XIX, práticas médicas como o uso de sanguessugas para curar febres e a trepanação para liberar "espíritos malignos" eram comuns. Mas a medicina evoluiu muito nos últimos anos. Quando Steven Hawking foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, em 1963, os médicos lhe deram dois anos de vida, mas ele viveu até 2018, quando trabalhava em uma das ideias mais ousadas da física moderna: os universos paralelos.

Dez dias antes de sua morte, Hawking e seu colega James Hartle submeteram ao Journal of High-Energy Physics um estudo que propunha algo impressionante: o Big Bang pode não ter sido um evento único, mas a origem de incontáveis universos. Em alguns, haveria planetas como a Terra, com sociedades e indivíduos parecidos conosco. Em outros, talvez os dinossauros jamais tenham sido extintos. E em muitos, as leis da física seriam completamente diferentes.

Por mais fantástico que isso soe, a ideia de multiversos não é puro devaneio: ela nasce de cálculos matemáticos sólidos, enraizados em teorias como a inflação cósmica e a mecânica quântica. Se confirmada, essa teoria implicaria que há infinitas versões de você, de mim, deste texto sendo escrito — e de outras versões jamais escritas.

Mas aí vem a questão-chave: como testar isso? Se os outros universos são desconectados do nosso, como poderíamos detectá-los? Essa é a crítica dos céticos — e lhe assiste razão. A ciência se baseia em evidências testáveis. Por enquanto, o multiverso ainda caminha na tênue linha entre o rigor matemático e a especulação filosófica, mas muitas dessas hipóteses encontram respaldo na Relatividade Geral, o que lhes confere certo grau de legitimidade científica. O multiverso, hoje, representa uma fronteira fascinante entre a imaginação e a investigação científica.

No fim das contas, nossa compreensão do cosmos ainda está engatinhando, e cada avanço dá azo a novas perguntas. Mas se há algo que a história da ciência nos ensina, é que aquilo que hoje parece misticismo, amanhã pode ser evidência.

Seja em um universo ou em mil, somos apenas poeira de estrelas tentando entender o céu — e isso, por si só, já é incrível.
 
Continua...

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

DE VOLTA À NOVELA DO WINDOWS 10

A PIOR DECISÃO É A INDECISÃO.

Dentre as inúmeras restrições que a Microsoft sempre impôs à instalação do Windows 11 em máquinas antigas, o Trusted Platform Module 2.0 era um requisito "inegociável", e o fim do suporte ao Win10, previsto para outubro de 2025, uma decisão irreversível. Mas não há nada como o tempo para passar.
 
Como o Win10 continua presente em 60% dos PCs mundo afora e a adesão à versão atual ficou aquém das expectativas, a empresa decidiu oferecer um ano adicional de atualizações de segurança para o Win10 — o serviço custa US$ 30 e não inclui novos recursos, correções de bugs e suporte técnico. 

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O fim de ano em Brasília virou uma xepa. Arthur Lira enfiou na sacola milionárias emendas de comissão que não foram nem sequer votadas nas comissões, deixando no chinelo o orçamento secreto, e Davi Alcolumbre arrematou diretorias de agências reguladoras. No afã de aprovar o pacote de corte de despesas, o Planalto entrou no clima de fim de feira e librou R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão — por um feitiço do acaso, R$ 73 milhões das verbas redirecionadas foram para Alagoas, o estado do imperador da Câmara. 
O atropelo das comissões e a ocultação dos padrinhos das verbas por trás das assinaturas de líderes partidários vão na contramão das decisões do Supremo sobre emendas. 
Na área das agências reguladoras, a amoralidade e os maus costumes não são menores. Cabe a Planalto indicar os diretores das agências e ao Senado aprová-las ou não. Mas Lula terceirizou a Alcolumbre o gerenciamento do tabuleiro sobre o qual acabam de ser escolhidos 17 diretores de agências como a de Aviação Civil, a de Transportes Terrestres e até a de Vigilância Sanitária — a
 conversão de agências reguladoras em mercadoria de xepa, que normalmente é só mais um sintoma da decomposição da política, passou a ser uma temeridade depois que os apagões de São Paulo iluminaram os porões da Aneel.
A pretexto de reagir ao descontrole das contas nacionais e ao prometido protecionismo de Donald Trump, o mercado promoveu altas desenfreadas do dólar, puxando para cima a inflação e levando o Copom a jogar nas nuvens a taxa básica de juros, cuja elevação faz explodir a dívida pública. O pacote fiscal que o governo desembrulhou para cortar despesas ficou obsoleto antes mesmo de ser aprovado pelo Congresso, e o Brasil, rodopiando em torno dos mesmos problemas como um cachorro que morde o próprio rabo, meteu-se num círculo de suposições infalíveis: economistas de fora do governo, com a reputação intacta, sustentam que o crescimento não é sustentável, e os de dentro, com suas técnicas de vodu, enfiam as agulhas nos bonecos errados.
Embora houvesse sobre a mesa R$ 50 bilhões em emendas parlamentares e algo como R$ 520 bilhões em gastos tributários que mimam o patrimonialismo nacional com isenções de impostos e favores fiscais, resolveu-se passar a faca na política de reajuste do salário-mínimo e nos benefícios para pobres, idosos e deficientes. No Ano Novo, o crescimento econômico será menor e o desemprego, maior. Mas quem se importa? Os sinos do Natal abafam o uivo dos cachorros loucos!
 
Uma enxurrada de críticas levou a gigante do software a recuar na questão do TPM. Mesmo afirmando que o upgrade em máquinas "inelegíveis" pode causar problemas de compatibilidade, que os computadores podem não receber atualizações — incluindo as críticas e de segurança — e que eventuais danos não são cobertos pela garantia do fabricante, a empresa, além de 
fornecer informações sobre a instalação, também adicionou um passo a passo detalhado para reverter o update em caso de incompatibilidade (até 10 dias a partir da atualização, através da própria página de "Configurações" do Win11).
 
E. T.  O Windows 12 já está no forno. 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

SOMOS FEITOS DE POEIRA DE ESTRELAS?

PARA ENCONTRAR RESPOSTAS É PRECISO PRIMEIRO COMPREENDER AS PERGUNTAS.


Em 2022, cinco anos após cientistas do Reino Unido, Alemanha e China terem encontrado nosso antepassado mais remoto — o Saccorhytus, que viveu há 540 milhões de anos e seria o ancestral dos peixes e, por extensão, dos seres humanos —, um estudo revelou que a grande boca cercada por espinhos fora interpretada erroneamente como brânquias, e que a afinidade evolutiva do microfóssil estava ligada aos ecdisozoários.

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Uma das maiores virtude do ser humano é reconhecer as próprias limitações, mas há seres humanos e seres humanos. Do alto de um ego de proporções "zepelinianas", Lula já se definiu como uma ideia e se comparou a Jesus Cristo. Agora, aos 79 anos, afirma ter a energia que tinha aos 30. 
À luz detergente da realidade, alegações como essa se traduzem em ilusão. Desde o início do atual (e queria Deus derradeiro) mandato, sua alteza passou por uma cirurgia no quadril e uma blefaroplastia, teve pneumonia e bursitecaiu no banheiro e foi submetido a duas cirurgias para drenar uma hemorragia intracraniana. 
Envelhecer em gozo de boas condições mentais e físicas é motivo de comemoração, mas as diferenças entre o xamã petista de agora e o de duas décadas atrás evidenciam que 79 anos não são 57 (idade que ele tinha ao ser eleito pela primeira vez). 
Lula poderia ter abrilhantado sua biografia cedendo espaço na ribalta ao sair do segundo governo com 80% de aprovação popular e seguindo como a eminência mais clara da política brasileira, mas o ego inflado o levou a apostar na insistência. 
Hoje, o macróbio mal chega à metade daquele índice, segundo pesquisas atuais, e já vê a antes remota hipótese de não concorrer à reeleição sendo posta na mesa de avaliações sobre o cenário de 2026 como uma possibilidade objetiva.

Escoradas no Gênesis, que teria sido escrito por Moisés por volta de 1500 a.C, as religiões abraâmicas sustentam que Deus criou o mundo e Adão e Eva em seis dias (em outubro de 4004 a.C.) e descansou no sétimo. Segundo a Ciência, o Universo tem 13,78 bilhões de anos, a Terra, 4,5 bilhões de anos, os primeiros microrganismos surgiram há cerca de 3,5 bilhões de anos, os primatas, há 65 milhões de anos, os primeiros hominídeos, há 20 milhões de anos, e a separação entre os ramos que levaram aos humanos e aos chimpanzés ocorreu entre 6 e 8 milhões de anos atrás.

O gênero Homo surgiu há cerca de 2,5 milhões de anos. O Homo Habilis sucedeu ao Australopithecus e o Homo Sapiens evoluiu do Homo Erectus há coisa de 300 mil anos). O Sahelanthropus Tchadensis foi o precursor de uma linhagem de primatas iniciada pelo Orrorin tugenensis, que foi primeiro hominídeo bípede. 

Observação: Curiosamente, a "mulher sapiens" nasceu em Belo Horizonte (MG) em 1947 d.C., foi eleita presidenta do Brasil em 2010, reeleita em 2014 e impichada em 2016 — mas isso é outra conversa. 
Continente Africano, especialmente a região correspondente ao atual Quênia e Etiópia, é considerado o "berço da humanidade", onde nossos ancestrais desenvolveram características como o polegar opositor e o bipedismo, e de onde eles emigraram entre 100 mil e 50 mil anos atrás para diversas partes do planeta.

Outras teorias sugerem que a colonização dos demais continentes começou há cerca de 1,9 milhão de anos, quando o Homo erectus já era um ser mais avançado. A essa primeira saída seguiram-se outras duas: uma há 650 mil anos e a mais recente, há 130 mil anos. Cada vez que se deparavam com grupos que haviam saído antes, eles se cruzavam, deixando descendentes (clique aqui para saber mais sobre a evolução humana). 

A Cosmologia revela que o Universo passou por três grandes eras desde o Big Bang: a era da radiação, a da matéria e a atual, da energia escura. A segunda foi marcada pela transição da matéria primordial, que consistia principalmente em prótons, nêutrons, elétrons e fótons, para a formação dos primeiros átomos neutros de hidrogênio e hélio. A descoberta de que os elementos químicos são forjados no interior das estrelas é atribuída ao astrofísico britânico Arthur Eddington, um dos pioneiros na compreensão dos processos nucleares que ocorrem nas estrelas.

A jornada da matéria começa em gigantescas nuvens cósmicas (conhecidas como nebulosas), compostas principalmente de hidrogênio e hélio, que serviram como berçário para a formação de estrelas. Sob a influência da gravidade, regiões densas no interior dessas nuvens começam a colapsar, formando protoestrelas. À medida que uma protoestrela se contraia, a temperatura e a pressão em seu núcleo aumentavam, gerando reações nucleares que transformam hidrogênio em hélio e liberam imensas quantidades de energia luminosa.

O verdadeiro espetáculo cósmico ocorre quando estrelas massivas atingem o fim de suas vidas e explodem em supernovas, espalhando elementos mais pesados que o hélio, como carbonooxigênio e nitrogênio, essenciais para a vida como a conhecemos.

Ainda não se sabe qual supernova forneceu os elementos pesados que compõem nosso sistema solar, mas a conexão entre estrelas e seres humanos é inegável. Cada átomo do nosso corpo carrega uma história cósmica, remontando às profundezas do universo. Supõe-se que a explosão de uma supernova próxima enriqueceu a região do espaço onde nosso sistema se formou com os elementos necessários para o surgimento dos planetas e da vida. 

Embora essa hipótese seja fascinante, ainda há muito a descobrir e confirmar.