GRAVEM-SE OS BENEFÍCIOS NO
BRONZE E AS INJÚRIAS NO AR.
Dizia eu no post anterior que, se a instalação de um patch "bichado" impedir o Windows de reiniciar, remover a atualização pode recolocar o bonde nos trilhos, já que alternativa é reinstalar o sistema do zero. Então, não se perde nada em tentar.
Note que há duas situações possíveis, e que cada qual deve ser tratada de um jeito. Na primeira, você liga o computador e o Windows exibe a tela de logon, mas não vai adiante; na segunda, nem essa tela aparece, inviabilizando, inclusive, o
desligamento da máquina por software. Então vamos lá.
Se a tela for exibida, clique no terceiro ícone (da
esquerda para a direita) que aparece no canto inferior direito da tela e, em opções de desligamento, clique em “desligar”, aguarde alguns minutos e torne a ligar o computador. Se
o Windows normalmente, ele o fará no
modo de segurança ou exibirá o ambiente
de recuperação (WinRE).Note
que a opção “reiniciar” deve ser
evitada, porque nesse caso o intervalo de tempo entre o encerramento e o boot
subsequente pode não ser suficiente para o esvaziamento das memórias voláteis.
Já se o computador empacar antes de exibir a tela de logon, não há como desligar como comandar
o desligamento via software. Nessa situação, o jeito é foçar o desligamento
mantendo o botão liga/desliga (power) pressionado
por 5 segundos e seguir o roteiro retrocitado, ou seja, aguardar alguns
minutos, cruzar os dedos e torne a ligar o computador... Com alguma sorte, tudo
voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.
Observações:
1 —Evite
desligar o aparelho simplesmente interrompendo o fornecimento de energia
elétrica, seja desplugando o cabo de força da tomada, seja desligando o estabilizador
de tensão. Nos notebooks isso
de nada adianta, pois a bateria continua fornecendo energia; nos desktops até funciona, mas com grandes
chances de corromper dados ou causar danos físicos ao drive de disco rígido.
2 — Em teoria,
o Windows tenta carregar no modo de
segurança sempre que não consegue fazê-lo da maneira convencional. Se isso não
ocorrer, ele deve exibir as opções
avançadas de inicialização. Se nem isso acontecer, ou seja, se a máquina
simplesmente se fingir de morta, desligue-a e torne a ligar três vezes
seguidas. Na terceira tentativa, a tela das opções avançadas de inicialização será exibida e você poderá
avaliar o que fazer a partir daí.
3 — O modo
de segurança é uma modalidade de inicialização em que o sistema é
carregado com um conjunto mínimo de arquivos e drivers e resolução gráfica
em VGA (não estranhe,
portanto, a aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o Windows iniciar dessa maneira, você
saberá ao menos que o problema não está nas configurações-padrão do sistema, e
poderádesinstalar uma atualização do próprio Windows, ou de driver, ou mesmo um aplicativo
que possa estar impedindo a reinicialização convencional do aparelho. Vale
também executar a restauração do sistema, que,
se funcionar, reverterá o Windows a
um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava direitinho. Se der certo,
você economizará tempo e trabalho.
Para convocar o modo
de segurança, pressione simultaneamente as teclas Win+R, digite msconfig na
caixa do menu Executar e
clique em OK. Na aba Inicialização do Sistema, marque as
caixas de seleção ao lado de Inicialização
Segura e de Mínimo,
confirme em OK e reinicie
o computador. Obviamente, não ser possível fazer se o sistema empacar durante o
boot. Para saber como proceder nessa situação, leia a próxima postagem.
Em atenção a quem está chegando agora, vale repetir (pela enésima vez) que nenhum software é perfeito e que nenhum dispositivo computacional é 100%
seguro. O que se pode (e se deve) fazer é minimizar os riscos, e para isso basta seguir algumas dicas batidas, mas funcionais, tais como manter
sistema e programas sempre atualizados, não navegar por sites suspeitos (como
de hackers), evitar abrir anexos de email de origem desconhecida, jamais
clicar em links que chegam por email, programas mensageiros ou posts em redes
sociais, e por aí vai (digite “segurança”
na caixa de buscas do Blog para acessar centenas de postagens sobre esse tema).
No âmbito dos desktops
e notebooks, o Windows abocanha, atualmente, 77,2% do
mercado de sistemas operacionais, e OS X,
da Apple, 17,7%. Nos smartphones, 73% dos usuários têm o
sistema Android, do Google, e 25,9% usam o iOS. Via de regra, quanto maior a
popularidade do produto, qualquer que seja ele, mais atrativo será para os amigos do alheio e os cibercriminosos. Mas
isso não significa que os sistemas da Apple
e as distribuições Linux sejam imunes
a incidentes de segurança, apenas que chamam menos a atenção da bandidagem
digital.
A popularização do acesso doméstico à World Wide Web foi uma das maiores responsáveis pelo aumento exponencial das pragas
digitais e toda sorte de golpes virtuais aplicados por cibervigaristas. Até o
início dos anos 1990, os poucos vírus de computador que existiam
não causavam grandes preocupações, já que se disseminavam muito lentamente (a partir de cópias infectadas de
joguinhos em disquetes, na maioria das vezes). No geral, bastava reinstalar o Windows para tudo voltar a ser como antes
no Quartel de Abrantes (mais detalhes na sequência de postagens iniciada aqui).
A título de curiosidade, o Brain, criado por dois irmãos
paquistaneses em 1986 para identificar cópias piratas que rodavam no Apple II, foi posteriormente compatibilizado
com o DOS e incorporou instruções
maliciosas, sendo considerado o primeiro vírus para PCs, embora alguns apontem The Creeper, criado porBob
Thomas em 1971, que exibia no monitor da máquina infectada a
mensagem I’m The Creeper, catch me if you can (“eu sou assustador, pegue-me se for capaz”), e então pulava
para outro sistema e repetia o mesmo procedimento. Mais adiante, The Reaper (“o ceifador”) foi desenvolvido
com a finalidade precípua de eliminar The
Creeper das máquinas infectadas, e por isso é considerado o precursor
dos programas antivírus.
Nos anos 1980, a União Soviética foi um verdadeiro criadouro
de vírus informáticos.
Lá nasceram o Yankee Doodle— que aporrinhava os usuários de computador
reproduzindo uma versão
esganiçada damúsica de mesmo nome —, oDen Zuk— que trocava o nome do
disco rígido para
Y.C.I.E.R.P. —, oJerusalém — que ameaçava apagar os dados do
HD (mas não
apagava) — e várias
outras pragas incomodativas, mas inofensivas, pelo menos até o surgimento do
destrutivoCasino, em janeiro de 1991, que transferia
a tabela de alocação de arquivos do HD para a memória RAM (apagando a
original no disco) e forçava o usuário a participar de um jogo para salvar seus
arquivos — uma vez desligado, o PC só voltava a funcionar depois que o sistema
fosse reinstalado.
Mais ou menos na mesma época, o Cascade e o Madman aterrorizaram muitos usuários do DOS. O primeiro “implodia” o sistema, fazendo com que os caracteres
desabassem até a
borda inferior da tela, e inviabilizava o uso do computador; o segundo exibia
uma imagem formada pelos olhos semicerrados de um homem de rosto vermelho,
seguida dos dizeres: NADA PODE
SALVÁ-LO, AMIGO. AGORA VOCÊ ESTÁ EM MEU MUNDO. Para piorar, qualquer
tentativa de remover a praga resultava noutra nova mensagem, que dizia: EU ESTOU VENDO VOCÊ. Mas as
consequências não iam muito além disso.
“TEMPOS ESTRANHOS SÃO ESSES EM QUE VIVEMOS, QUANDO VELHOS E JOVENS SÃO
ENSINADOS NA ESCOLA DA FALSIDADE. E O ÚNICO HOMEM QUE SE ATREVE A DIZER A
VERDADE É CHAMADO DE UMA SÓ VEZ UM LOUCO E INSENSATO.”
O epigrama acima, atribuído a Platão, tem servido de inspiração para o vice-decano do STF demonstrar sua insatisfação com
tudo e todos, mostrando-se, inclusive, irritado com uma advogada que, durante
sustentação oral, dirigiu-se aos supremos togados usando o "desrespeitoso"
pronome "vocês" — que na verdade é a forma sincopada de "vossas
mercês": "Presidente",
disse o primo de Fernando Collor e luminar do saber jurídico, "novamente um advogado se dirige aos
integrantes do tribunal como 'vocês'! Há de se observar a liturgia". Faltam
apenas 18 meses para a aposentadoria compulsória de sua excelência, que talvez
ainda aproveite o tempo que lhe resta para propor a adoção daquelas ridículas
perucas brancas, de crina de cavalo, que os juízes do Reino Unido usavam aboliram
há mais de 10 anos por achá-las antiquadas e inadequadas ao tempos atuais
(estranhos ou não).
Atribui-se a Aristóteles
a divisão do Estado em três poderes independentes, e a Montesquieu a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais
aceito atualmente. A ideia era não deixar em uma única mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder
tende a gerar abusos, e um poder que se serve em vez de servir é um poder que
não serve. No Brasil contemporâneo, no entanto, nem o quarto poder escapa, já
que parte da imprensa foi aparelhada pelos petralhas esquerdopatas, que não
veem — ou fingem não ver — que o comunismo e o socialismo não produziram bons
resultados em nenhum país do mundo, como comprovam a desgraça que se abateu
sobre a Pérola do Caribe sob o jugo da Dinastia
Castro, a calamidade que tomou conta da Venezuela sob a égide do Maduro que não cai do galho, as
diferenças gritantes entre a Coreia do Sul e a do Norte.
Em Hong Kong, a ilha-problema onde os jovens tomaram as ruas e há meses exigem, em última instância, voz ativa sobre seu destino, a única eleição mais ou menos livre permitida à população resultou em fragorosa — e aparentemente inesperada — derrota de Pequim. No mesmo dia, um consórcio de jornais publicou um relatório devastador sobre os campos de detenção na província de Xinjiang, no noroeste do país, onde 1 milhão de chineses da minoria muçulmana uigur foram internados a pretexto de combater o extremismo religioso. E por aí segue a
procissão de exemplos.
Talvez por isso o PT
seja o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não
estudam e dos intelectuais que não pensam e do ex-presidente ladrão que se ufanava
(quiçá ainda se orgulhe) de ter chegado onde chegou sem jamais ter lido um
livro na vida.
Falando em ex-presidentes, dos que foram eleitos
pelo voto popular desde a democratização — ou que assumiram o cargo devido a
impedimento do titular da vez —, somente Fernando
Henrique não foi processado. Collor e Dilma não só foram penabundados do cargo (por
corrupção e incompetência, respectivamente) como são réus na Justiça Penal, e ainda
continuam soltos graças à morosidade e a leniência do Judiciário. Lula e Temer colecionam processos e já foram presos, mas aguardam em liberdade a tramitação das ações/julgamento dos recursos. É
surreal!
No caso de Lula,
a coisa é ainda pior. Embora tenha sido condenado em dois processos — por três
instâncias no caso do tríplex no Guarujá e por duas no do sítio em Atibaia —, o
picareta foi agraciado por uma decisão sob medida da banda podre do STF, que, por 6 votos a 5, restabeleceu
o império da impunidade ao proibir que criminosos condenados em segunda
instância aguardassem presos o julgamento de seus recursos nas Cortes superiores.
Assim, o troçulho de Garanhuns assomou do esgoto a céu aberto em que se
transformou o cenário político nacional e brinca de palanque ambulante, com
total complacência do TSE, que parece
achar natural candidatos a candidatos ao Palácio do Planalto fazerem comícios três
anos antes das próximas eleições. Com a bênção do Judiciário, o sacripanta
vermelho está liberado para mostrar ao mundo que, no País do Carnaval, um
corrupto juramentado pode ofender impunemente autoridades que não têm contas a
acertar com a Justiça. Mas não vai escapar da lei da Ficha Limpa. Para o dono
da alma viva mais honesta do Brasil, as chances de disputar uma eleição são
menores que as de ser canonizado pelo Vaticano.
Tempos estranhos, diz o ministro Marco Aurélio. Bota estranho nisso!
O óbvio ululou na tarde de ontem, quando a montanha suprema
pariu o rato da vez, incluindo a Unidade
de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf, e a Receita Federal
na tese sobre o compartilhamento de dados fiscais sigilosos, para fins penais,
com o Ministério Público e a Polícia Federal, dispensando prévio
aval judicial. O único voto dissonante foi o do ministro Marco Aurélio — coberto com a suprema toga pelo então presidente Fernando Collor, seu primo, que foi
impichado do Planalto e teve os direitos políticos cassados, mas elegeu-se
senador graças ao esclarecidíssimo povo das Alagoas, terra de Renan Calheiros, de Arthur Lira e de muitas gentes boas (ficou estranho, mas rimou).
O apaniguado de Collor sempre
teve predileção especial por ser voto vencido e foi a encarnação do “espírito
de porco” até a ex-presidanta Dilma nomear
desembargadora sua filha Letícia,
em mais uma demonstração de como o nepotismo se perpetua. A partir daí, o
campeão das causas perdidas abraçou cruzadas que atendem aos interesses
petistas e aos de nababos da advocacia de Brasília, que, de olho no filão
milionário que os corruptos representam, defendem incondicionalmente a mudança
da jurisprudência que autoriza a prisão de condenados em segunda instância.
Enfim, o Supremo precisou
de seis sessões para concluir que órgãos de investigação servem para
investigar, que a liminar absurda do presidente da Corte era absurda e que tudo
fica como antes no Quartel de Abrantes. Daí a morosidade da Justiça tupiniquim,
maior responsável pela sensação de impunidade (bom seria se fosse só sensação)
que fomenta a corrupção endêmica da classe política neste arremedo de república,
onde processos movidos contra acusados que têm cacife para contratar
criminalistas estrelados levam décadas para ser concluídos — isso quando a
prescrição não frustra a pretensão punitiva do Estado. Mas isso já é outra
conversa.
Enquanto isso, Senado e Câmara Federal se mobilizam para
agilizar o rito das Casas e aprovar o mais rapidamente possível a prisão após
segunda instância, corrigindo o supremo erro crasso que restituiu aos
condenados a possibilidade de aguardar soltos a decisão de seus recursos aos
tribunais superiores, como foi durante míseros (mas nefastos) sete anos das últimas
oito décadas. A Câmara instalou uma comissão que visa tratar do assunto por
meio de uma emenda à Constituição; no Senado, Simone Tebet, presidente da CCJ,
agendou para a próxima terça-feira a votação de um projeto de lei que modifica
o Código de Processo Penal, cuja
tramitação é mais simples e rápida de aprovar do que a emenda constitucional
que tramita na Câmara. Entretanto, ainda que os senadores o aprovem, é preciso pressão
da sociedade para que o projeto não seja engavetado quando chegar à Câmara.
Enquanto isso, na Assembleia Legislativa de São Paulo, cenas
de baixaria, com direito a pugilato explicito, chocam (ou divertem, dependendo
do ponto de vista) os paulistas e os demais brasileiros. Confira no vídeo:
Antes de encerrar, um texto do impagável J.R. Guzzo sobre as supremas barbaridades
que conspurcam este arremedo de banânia:
O planeta Terra seria
um lugar perfeitamente insuportável se todo o mundo, sem nenhuma exceção,
dissesse sempre a verdade, o tempo todo, para todas as outras pessoas que
conhecesse. Já imaginou? É melhor não imaginar. O fato é que esta vida precisa
ter os seus momentos de hipocrisia, para funcionar com um mínimo de paz — mas
também é fato que as autoridades da nossa vida pública não precisavam exagerar.
É a velha história: gente que manda não perde praticamente nenhuma oportunidade
de ficar cega para os seus próprios desastres, mas nunca é surda, nem por um
minuto, para qualquer erro que possa ser cometido pelos outros.
O hipócrita,
felizmente, é um bicho que só morde de verdade quando consegue esconder que
está sendo hipócrita — quando a sua hipocrisia fica na cara de todo mundo, como
vive acontecendo, o mal que faz não leva a lugar nenhum. É o caso, neste
preciso momento, do ministro Dias
Toffoli, que acaba de compartilhar com o resto da nação suas preocupações
com a má imagem que os investidores estrangeiros fariam do Brasil depois de uma
declaração do ministro Paulo Guedes
sobre o AI-5. Teria o ministro
sugerido a ressurreição do “Ato”, que está morto há 40 anos — quatro vezes
mais, aliás, que o tempo durante o qual esteve vivo? Não. Ele disse o seguinte:
“Não se assustem se alguém pedir o AI-5”,
no caso de haver baderna na rua, em vez de oposição na política.
É livre, obviamente, o
julgamento de cada um sobre o que disse Guedes.
O que não tem cabimento é imaginar que Toffoli
está sendo aquilo que ele finge que é — um cidadão aflito com o futuro do
investimento externo no Brasil. Se há alguém nesse País que assusta o
investidor, de qualquer nacionalidade, é ele mesmo, em pessoa — junto com os
seus parceiros de STF que proibiram a prisão de criminosos condenados em
segunda instância. Isso sim é construir a imagem de uma nação sem lei.
Para encerrar: nos tempos de antanho, quando não havia essa
absurda patrulha do "politicamente correto" e podia-se contar piadas
de papagaio sem o risco de ser processado pela ave, uma anedota dizia que, numa
entrevista de emprego, o entrevistador perguntou ao candidato se ele era
casado. "Sim", foi a resposta. "Com quem?", perguntou o
entrevistador. "Com uma mulher", respondeu o candidato. E o
entrevistador, já irritado: "O senhor conhece alguém que seja casado com
um homem?". "Sim", respondeu o sujeito. "Quem?",
insistiu o entrevistador. "A minha mulher", disse, candidamente, o
candidato.
NO BRASIL, SER
BURRO É O PRIMEIRO DOS DIREITOS HUMANOS, E FALAR CONTRA A BURRICE É RACISMO.
Computadores são formados por dois subsistemas distintos (conquanto
interdependentes), cada qual com capacidade de brindar o usuário com problemas de diversas naturezas. Felizmente, engasgos, lentidão e travamentos relacionados
com o software costumam ser fáceis de resolver do que problemas de hardware. Em boa parte dos casos, basta
desligar o computador, aguardar alguns minutos e então ligá-lo novamente. Com
alguma sorte, tudo voltará a funcionar com antes no Quartel de Abrantes.
Observação: Conforme eu mencionei em outras oportunidades,
a opção “reiniciar” refaz o reboot tão rapidamente que a energia
acumulada nos capacitores das placas de circuito pode não ser totalmente
esgotadas, e com isso o conteúdo das memórias
voláteis (como é o caso da RAM) não
é completamente apagado.
Se o travamento for sério a ponto de impedir o uso do mouse
e do teclado — ou, no caso de dispositivos com telas sensíveis, fazer com que
os comandos não respondam aos toques — não será possível acessar as opções de
desligamento por software, mas pressionar o botão Power (aquele que serve para ligar/desligar o aparelho) e mantê-lo
premido por cerca de 5 segundos desliga o aparelho.
Não é comum, mas pode acontecer de o travamento
impedir o desligamento também por hardware. Nesse caso, o jeito é cortar o
fornecimento de energia desligando o estabilizador/nobreak/filtro de linha da
tomada nos desktops, e removendo a bateria nos notebooks, smartphones e tablets.
Já se, em vez de travar ou não desligar, seu notebook,
smartphone ou tablet não iniciar, verifique se o problema não está no
carregador que alimenta a bateria, ou mesmo na própria bateria. Se o aparelho for do
tipo desktop ou all-in-one, veja primeiro se há corrente na tomada (teste-a
usando um abajur ou ventilador, por exemplo), ou se o cabo de energia não está com defeito. Aliás, a fonte de alimentação desses modelos (que
fica no interior do gabinete) conta com um varistor que se funde quando a
tensão da rede atinge um valor pré-definido. Esse mesmo sistema é usado em estabilizadores,
nobreaks e filtros de linha, só que nestes últimos é mais fácil substituir
fusível ou LED queimado — mesmo assim, só tome essa providência depois de testar o dispositivo
ligando a ele outro aparelho (se o abajur acender ou a hélice do ventilador girar,
o problema não é o varistor).
Observação: Acessando esta
postagem e as seguintes, você
verá uma lista dos problemas mais comuns e dicas para tentar solucioná-los antes
de levar o aparelho até uma assistência técnica.
Vale também recorrer ao Google
(a partir de outro computador ou dispositivo capaz de conectar a internet,
naturalmente) para fazer uma pesquisa a partir da marca, modelo, características e
sintomas do aparelho malcomportado. Nos modelos de mesa (desktops),
vale ainda checar, cabos e conexões dos componentes internos, bem como fazer
uma faxina em regra no interior do gabinete (aquela caixa que muita gente chama
impropriamente de CPU), pois umidade, poeira e outros detritos tendem a
causar mau contato nas trilhas das placas de expansão, módulos de memória etc.
Remova tampa do gabinete e faça uma inspeção
visual — procure por algo fora de lugar, slots vazios, cabos soltos,
desconectados ou mal encaixados. Use um pincel de cerdas antiestáticas para
remover a poeira e outras sujeiras que são sugados pelo sistema de arrefecimento re complete a limpeza com um mini aspirador de pó (prefira um modelo que tanto aspire quanto sopre; na falta da função de sopro, use um secador
de cabelo na temperatura fria).
Desparafuse as placas de expansão, remova-as dos
slots, limpe as trilhas de contato com uma borracha branca (daquelas de apagar), elimine os resíduos com o pincel e torne a encaixar as peças
cuidadosamente (algumas placas podem ter uma barra plástica fixadora que
precisa ser desencaixada e levantada para que o componente seja removido). Manuseie os componentes sempre pelas bordas, evitando tocar nas trilhas de contato, pois descargas eletrostáticas e a gordura das mãos podem agravar o problema que você está tentando resolver.
Verifique os módulos de memória — na maioria das placas-mãe eles se desencaixam quando as alavancas localizadas nas extremidades dos slots são pressionadas; deixe essas alavancas abertas, limpe as trilhas de contato e torne a encaixar os módulos forçando-os para baixo (firme, mas gentilmente) até que as alavancas voltem à posição inicial.
Ao final, feche o gabinete, reconecte os periféricos e ligue o computador. Se o problema persistir, procure ajuda especializada.
Já vimos
como habilitar a Restauração do Sistema, como criar novos pontos manualmente e como apagar os antigos. Agora, veremos como usar esse “túnel do tempo” para, por exemplo, desfazer atualizações malsucedidas do Windows, reverter desconfigurações acidentais, neutralizar os efeitos deletérios de aplicativos problemáticos ou malintencionados (freewares úteis não
raro vêm acompanhados de programinhas inúteis ou perniciosos), e eliminar malwares que seu antivírus deixou passar e não foi capaz de remover a posteriori.
Claro que
tudo isso pode ser resolvido de outras maneiras, mas é mais fácil e rápido recorrer à Restauração do Sistema. Se for o caso, oriente-se pelo passo-a-passo do post anterior e, na
janelinha das Propriedades do
Sistema, clique na aba Proteção
do Sistema, pressione o botão Restauração
do sistema... e siga as instruções do assistente.
E, claro, torça para que a reversão seja bem-sucedida, o que infelizmente não
acontece em 100% dos casos.
Observação: Mesmo
havendo chances de a ferramenta não cumprir seu papel, é fundamental mantê-la ativa e operante (vimos como fazer isso na
postagem anterior). Precisar dela e encontrá-la desativada é o mesmo que ter um
pneu furado e descobrir que o estepe está vazio.
Pode acontecer de você acessar a tela das Propriedades
do Sistema, clicar na aba Proteção do Sistema e, por alguma razão, nenhuma
unidade ser exibida no campo Configurações
de Proteção, ou então os botões estarem acinzentados (situação em que não respondem
aos comandos do usuário), ou, ainda, uma mensagem de erro com o código 0x81000203 ser exibida, seguida de um “animador”
tente novamente. E agora, José? Bem, há dois caminhos a seguir. Vamos ao primeiro:
1) Feche todos
os aplicativos e abra o menu Executar
(pressione ao mesmo tempo as teclas <Windows>
e <R> para convocá-lo); 2) Na caixa
de diálogo respectiva, digite regedit
e clique em OK; 3) Na janela
do Editor do Registro, selecione a
chave HKEY_LOCAL_MACHINE e crie um backup (para mais informações sobre backup do Registro, clique aqui); 4) Volte à janela
do Editor, expanda a chave em
questão e navegue até SYSTEM\CurrentControlSet\services\swprv; 5) No painel
à direita, verifique se o valor Start é 3 (caso negativo, mude o que estiver lá
para 3); 6) Expanda a
entrada swprv, clique em Parameters e veja se o valor ServiceDll é %Systemroot%\System32\swprv.dll (caso negativo, altere-o de modo
que passe a ser); 7) Feche o Editor do Registro e reinicie o
computador. Quando o Windows
terminar de carregar, tente criar um ponto de restauração. Com um pouco de
sorte, tudo terá voltado a ser como antes no Quartel de Abrantes. O segundo caminho nos leva ao System
Restore Manager (saiba mais sobre ele nesta
postagem). O problema é que esse programinha não é atualizado desde 2012 — isso
equivale a dizer que não há garantias de que ele vá funcionar no Windows 10. Observação: Situações
desesperadoras exigem medidas desesperadas. Se você já tentou de tudo e
nada resolveu seu problema, terá de reinstalar o sistema e recomeçar tudo
do zero. Então, o que tem a perder?
Se for mesmo preciso reinstalar o Windows 10, a boa notícia é que os aprimoramentos implementados pela Microsoft ao longo das sucessivas edições do sistema simplificaram bastante essa tarefa, embora ela seja trabalhosa e demorada — não tanto pela reinstalação em si, mas pelas posteriores reconfigurações e personalizações que você terá de fazer para deixar tudo como era antes (isso inclui reinstalar aplicativos, resgatar arquivos de backup salvos em mídias removíveis, e por aí segue a procissão). Enfim, não dá para fazer omelete sem quebrar ovos.
Para reinstalar o Windows 10, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e segurança > Restaurar o PC > Começar e escolha uma das opções disponíveis, conforme explicado a seguir:
“Manter meus arquivos” irá reinstalar o sistema removendo os aplicativos, atualizações (inclusive de drivers de dispositivo) e desfazer as reconfigurações que você fez, embora preserve seus arquivos pessoais. Note que isso não o desobriga de criar cópias de segurança dos arquivos importantes e de difícil recuperação (mais informações nesta postagem). Note também que os apps que vieram pré-carregados de fábrica serão automaticamente reinstalados.
“Remover tudo” irá apagar também os arquivos pessoais, ou seja, ao final do processo a máquina voltará ao estado em que estava quando você a ligou pela primeira vez. Recorra a essa opção se estiver tendo problemas com malwares de difícil remoção ou quando for vender ou doar o computador, pois ela reformata a unidade do sistema e apaga todos os arquivos. Mas lembre-se de apagar manualmente o conteúdo das demais unidades lógicas, caso você tenha particionado seu disco rígido.
MELHOR DO QUE
SER BEM RECEBIDO NA ENTRADA É SER BEM FALADO NA SAÍDA.
Já vimos como criar e usar uma unidade de recuperação para usar no caso de uma falha grave impedir o Windows de iniciar, mas se você não dispõe
desse “salva vidas” e seu sistema empacar, há basicamente dois cenários
possíveis: no primeiro, o sistema chega a exibir a tela de logon; no segundo, o boot empaca antes disso, dificultando, inclusive, o desligamento do computador.
A partir da tela de logon, você pode acessar as opções de desligamento (clicando no terceiro
ícone, da esquerda para a direita, no canto inferior direito da tela) e escolher “desligar”. Sugiro evitar a opção “reiniciar”, que refaz o boot muito rapidamente, podendo não dar tempo para o total esvaziamento do conteúdo das memórias voláteis). Aguarde alguns
minutos e ligue o computador novamente. Com alguma
sorte, o Windows se recuperará
automaticamente ou reabrirá no modo de segurança ou no ambiente
de recuperação (WinRE).
Quando o sistema empaca antes de exibir a tela
de logon, não há como desligar ou reiniciar o computador via
software. Nessa situação, deve-se forçar o desligamento mantendo o botão
liga/desliga (power) pressionado
por 5 segundos. De novo: depois que a máquina desligar, espere um ou dois minutos, cruze os dedos e torne a ligar... Com alguma sorte, tudo voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.
Observação: Evite desligar o aparelho simplesmente interrompendo o fornecimento de energia elétrica, seja desplugando o cabo da tomada, seja desligando o estabilizador de tensão. Nos notebooks isso não adianta de nada, já que a
bateria continua fornecendo energia; nos desktops pode até funcionar, mas sob pena de corromper dados ou causar danos físicos no disco rígido.
Quando não é capaz de inicializar normalmente, o Windows tenta fazê-lo no modo de segurança. Na impossibilidade, ele exibe as opções
avançadas de inicialização. Se nada disso acontecer, ou seja, a máquina realmente se fingir de morta, desligue-a e religue três vezes seguidas. Na terceira tentativa, a tela das opções avançadas de inicialização deverá ser exibida e você poderá avaliar o que fazer a partir daí.
Observação: O modo
de segurança é uma modalidade de inicialização em que o Windows é carregado com um
conjunto limitado de arquivos e drivers e resolução gráfica em VGA (não estranhe, portanto, a
aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o sistema iniciar
dessa maneira, você saberá ao menos que o problema não está nas
configurações-padrão do sistema, e poderádesinstalar uma atualização do próprio sistema ou de driver, e até
mesmo um programa qualquer que possa estar impedindo o Windows de carregar normalmente. Vale também executar a restauração do sistema, que, se
funcionar, reverterá a máquina a um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava
direitinho. Se der certo, você economizará tempo e trabalho.
Para convocar o modo
de segurança, pressionamos simultaneamente as teclas Win+R, digitamos msconfig na caixa do menu Executar e clicamos em OK. Na aba Inicialização do Sistema, marcamos as caixas de seleção ao lado
de Inicialização Segura e
de Mínimo, confirmamos em OK e reiniciamos o computador. A questão
é que não há como fazer isso quando sistema empaca durante o boot. E agora, José?
Nas edições vetustas do Windows,acessávamos
o modo de segurança pressionando repetidamente a
tecla F8 no momento do boot, durante a contagem da
memória, mas isso deixou de funcionar a partir do Windows 8 e/ou em máquinas com UEFI e SSD
(nas quais o boot leva cerca de dois
décimos de segundo). No Windows 10,
se você conseguir ao menos acessar as opções
de desligamento da tela de logon, mantenha a tecla Shift pressionada e clique em Reiniciar. Se tudo correr bem, as opções de inicialização avançadas serão exibidas, e você poderá convocar
o modo de segurança clicando em Solução de Problemas > Configurações
Avançadas > Configurações de Inicialização > Reiniciar e
selecionando a modalidade desejada a partir das teclas F4 ou F5 — escolha esta
última se precisar acessar a Internet enquanto estiver no modo de segurança.
Observação: A UEFI(de Unified Extensible Firmware Interface) é uma interface de firmware
padrão para PCs que representa uma sensível evolução em relação ao
limitado BIOS (para mais informações, cliqueaqui; para saber mais sobre drives SSD,
reveja esta
postagem).
Se o modo de
segurança não resolver seu problema, há outras possibilidades a explorar,
mas talvez seja melhor reinstalar o Windows
logo de uma vez: ainda no ambiente de recuperação
do sistema, na sessão Solução
de Problemas (oriente-se pela figura 02), selecione a opção Restaurar este PC, informe se deseja ou não manter seus arquivos
pessoais, siga as instruções do assistente e torça para dar certo.
Em algum momento da história da informática,
a bandidagem digital se deu conta de que o malware
poderia ser um aliado valioso se, em vez de simplesmente danificar o sistema
alvo e obrigar a vítima a reinstalá-lo, monitorasse os hábitos de navegação das vítimas,
bisbilhotasse seus arquivos sigilosos e capturasse senhas, números de cartões de
crédito etc.
Manter o Windows e os aplicativos atualizados, dispor de um arsenal de
segurança responsável, criar senhas fortes, desconfiar sempre de anexos e links
recebidos por email ou compartilhados via programas mensageiros e redes
sociais, enfim, todas essas dicas que todos nós conhecemos bem — mas que muitos de nós desdenhamos solenemente — é meio caminho andado para prevenir aborrecimentos. Mas
só meio caminho.
Acredite você ou não, ainda tem gente que escreve as senhas num post-it e cola no monitor; que instala antivírus e firewall que não "falam" o mesmo idioma do usuário (daí a clicar em qualquer botão que feche a
caixa de diálogo para poder seguir adiante é um passo); que deixa o cunhado
mala usar o computador com prerrogativas de administrador (mesmo sabendo que
ele curte sites de pornografia) e o irmãozinho da namorada à vontade para
instalar games piratas ou coisa pior, e aí se surpreende com o sistema infestado
por pragas de todo tipo ou com o sumiço “misterioso” de um arquivo ou pasta
importante. E por aí vai.
Mesmo não sendo irresponsável a ponto de
cometer asneiras como essas, ninguém está livre da ação nefasta de spywares, trojans, ransomwares e
outros programinhas maliciosos — a não ser que não acesse a internet ou que deixe
o computador desligado, naturalmente, mas isso está fora de questão. Existe uma maneira de manter a integridade do sistema,
mesmo permitindo que o cunhado mala e o irmãozinho pentelho da namorada pintem
e bordem; mesmo não tendo antivírus e um firewall; mesmo sendo relapso a ponto
de apagar arquivos ou aplicativos que pareçam desnecessários sem sequer
procurar saber a que pertence o arquivo ou para que serve o app. Mas note que não estamos falando da restauração do sistema — recurso valioso
quando funciona, mas que não tem o condão de reverter desinstalações de
aplicativos, exclusões de arquivos pessoais etc. —, mas da "virtualização do sistema".
Observação: Para quem não sabe ou não se lembra, as versões 9x do Windows contavam com o scanreg/restore para reverter ações mal sucedidas, mas a maioria dos usuários não se valia dessa solução porque não a conhecia ou porque não sabia executá-la via prompt de comando. Quando desenvolveu o Win ME, a Microsoft introduziu a restauração do sistema (presente também em todas as edições subsequentes do Windows), que é bem mais fácil de usar porque pode ser acessada através da interface gráfica do sistema. Essa ferramenta cria backups das configurações do Registroe de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador em intervalos regulares e sempre que alguma modificação abrangente é procedida (note que esses "pontos de restauração" também podem ser criados manualmente); caso o PC se torne instável ou seja incapaz de reiniciar, o usuário pode tentar reverter o sistema a um ponto anterior e, com um pouco de sorte, resolver o problema com relativa facilidade.
Na virtualização do
sistema, um app dedicado cria uma "imagem" das definições e
configurações do computador e as recarrega a cada inicialização, fazendo com que tudo
volte a ser como antes no quartel de Abrantes, inobstante o que um
software enxerido ou o próprio usuário tenha feito na sessão anterior. Veremos isso em detalhes na próxima postagem. Até lá.
Na última quinta-feira, José
AntonioDias Toffoli, aos 50
anos de idade, entrou para a história do STF
como o ministro mais jovem a presidir a Corte (seu mandato irá até setembro de
2020, quando Luiz Fux assumirá o posto pelo próximo biênio). Para alguns, ele será um “conciliador”, enquanto outros o têm na conta de militante petista travestido de magistrado supremo. A quem
assiste razão, só o tempo dirá. Mas o caminho que Toffoli trilhou até chegar onde chegou acende uma profusão de luzes vermelhas. A começar por sua nomeação para o Supremo, na
vaga aberta com a morte do ministro do STF Menezes Direito, que causou
surpresa, perplexidade e crítica, não só pela pouca idade do indicado, mas também por
abrilhantarem seu “invejável currículo”duas reprovações em concursos para juiz de primeiro grau e uma total inexpressividade no meio jurídico. A rigor, suas credenciais eram ter sido advogado do PT, assessor da
Casa Civil de José Dirceu e
advogado-geral da União no governo do comandante máximo da ORCRIM (clique aqui
e aqui
para mais detalhes).
Observação: A indicaçãodo “cumpanhêro” foi
(mais) uma demonstração cabal da falta de noção de Lula sobre a dimensão
do cargo de ministro. Sem currículo, sem conhecimento, sem luz própria, Toffoli limitava
a prestar serviços prestados ao PT. Uma vez no Supremo, sem os
laços com a rede protetora do partido ou com os referenciais do padrinho, ele buscou
apoio em Gilmar Mendes — que é quem melhor encarna a figura do
velho coronel político —, e uma vez consolidado no habitat, passou a emular os
piores hábitos do novo padrinho ― a arrogância incontida, a grosseria, a falta
de limites, o uso da autoridade da forma mais arbitrária possível.
Veja (surpreendentemente) elogiou o discurso de posse em que Toffoli falou em “convivência harmoniosa de diferentes opiniões; precisamos nos conectar cada vez mais com o outro; afetividade; sensibilidade; empatia; voluntariado; gentileza e cordialidade com o próximo; amor; viralizar a ideia do mais profundo respeito ao outro, da pluralidade e da convivência harmoniosa de diferentes opiniões, identidades, formas de viver e conviver uns com os outros”. Particularmente, concordo com o historiador Marco Antônio Villa, para quem a cerimônia de posse foi patética (detalhes neste vídeo).
A “pacificação” do STF
seria bem-vinda, já que a polarização político-partidária — fruto do nefasto “nós contra eles” fomentado por Lula e seus acólitos — dividiu os membros da Corte em “punitivistas” e “garantistas” e instaurou o dissenso entre eles. Prova disso
são as votações plenárias terminarem frequentemente com o placar de 6 votos a 5 — não raro após debates
acirrados entre Mendes e Barroso — ea avalanche de decisões monocráticas em total desacordo com o entendimento colegiado, sobretudo no que
concerne ao cumprimento da pena após
condenação em segunda instância. Só que a “Pax Toffoliana” não tem o
espírito da democracia; pelo contrário: limita-se aos poderosos, que precisam antes
da impunidade que da cidadania.
Há quem defenda a rediscussão das famigeradas ADCs — que Cármen Lúcia evitou pautar enquanto ocupou a presidência do STF — como forma de minimizar a insegurança
jurídica, mas o momento não poderia ser menos propício. Aliás, o próprio Toffoli demonstra ter consciência disso
quando diz a interlocutores que “o caso Lula precisa decantar”.
O tema é
controverso e suscita discussões acaloradas entre defensores e detratores. A
meu ver, o grande “xis” da questão é a nossa Justiça ter quatro instâncias e cada
uma delas oferecer um amplo cardápio de apelos, recursos, embargos e chicanas
protelatórias. Se a prisão em segunda instância voltar a ser debatida — como
vem insistindo o ministro Marco Aurélio,
relator das ADCs 43 e 44 —, Gilmar Mendes mudar seu voto e Rosa Weber não acompanhar o
entendimento de Cármen Lúcia, Fachin, Barroso, Fux e Alexandre de Moraes, que são favoráveis
à prisão em segunda instância, tudo voltará a ser como dantes no Quartel de Abrantes, quando a prescrição fulminava a expectativa
de réus defendidos por criminalistas estrelados.
A título de exemplo, os
advogados de Luiz Estevão ingressaram com nada menos de 120
recursos até o ex-senador e empresário milionário ser finalmente
encarcerado, e o eterno deputado Paulo
Maluf só foi recolhido à Papuda depois
de empurrar o processo com a barriga por intermináveis 17 anos (todavia, graças a
uma decisão “humanitária” do ministro DiasToffoli, o turco lalau foi
beneficiado com a prisão domiciliar, onde passa muito bem, obrigado, em sua cinematográfica mansão no bairro dos Jardins (região nobre da capital paulista), a despeito dos alegados problemas seriíssimos de saúde.
Observação: De 1941 a 1973, a regra no Brasil era a prisão após a condenação em primeira
instância. Sob a égide da ditadura militar, a Lei nº 5.941 ― que
acabou ficando conhecida como como Lei
Fleury, já que foi criada de encomenda para favorecer o delegado do DOPS e notório torturador Sérgio Paranhos Fleury ― alterou o Código
de Processo Penal e garantiu a réus primários e com bons antecedentes o direito
de responder ao processo em liberdade até o julgamento em segunda instância. A
partir de 2009, talvez como consequência serôdia da nossa fantasiosa “Constituição Cidadã”, os condenados passaram
a ser presos somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória (o que na
prática significa no dia de São Nunca), até que, em 2016, o STF restabeleceu a norma da execução da
pena após a condenação em segunda instância. Assim, a prisão após trânsito em
julgado vigeu por míseros 7 anos, mas favoreceu uma miríade de condenados com condições de pagar honorários
milionários a criminalistas estrelados e postergar sua prisão até o advento da
prescrição. Portanto, ressuscitar essa norma
de exceção beneficiaria não só o pulha de Garanhuns, mas um sem-número
de empresários, executivos, altos funcionários e políticos que foram apanhados
pela Lava-Jato ou estão a caminho de sê-lo.
Voltando a Toffoli, sua posse reforça um discurso de que uma eventual vitória do pau-mandado de Lula não só abriria as portas da
cadeia (aliás, Ciro Gomes também já
admitiu publicamente a possibilidade de conceder um indulto ao criminoso de
Garanhuns) como permitiria que o pulha vermelho voltasse a dar as cartas no Planalto, o que
seria no mínimo funesto para este pobre país. Vale lembrar que a
segunda sentença de Moro num processo envolvendo Lula deverá ser
proferida ainda este ano, mas, por motivos que me parecem óbvios, somente
depois do segundo turno das eleições.
Ao definir pauta do STF para a segunda quinzena deste
mês, Toffoli preferiu evitar temas polêmicos e tratar de questões de impacto social e ambiental. Na primeira sessão sob seu
comando, marcada para a próxima quarta-feira (19), serão discutidos o uso de
aeronaves para o lançamento de substâncias químicas no combate ao mosquito aedes aegypti e uma lei estadual do
Amapá que trata de uma licença ambiental única para atividades e
empreendimentos de agronegócio.
Como dito linhas atrás, tudo indica que o novo “guardião
da pauta” não deverá contemplar, pelo menos por enquanto, as polêmicas ações que
discutem a possibilidade de execução provisória de pena após condenação em
segunda instância, até porque isso desgastaria (ainda mais) a imagem do
tribunal em pleno período eleitoral. O lado bom de sua promoção, digamos assim, é que, ao
assumir a presidência, Toffoli deixou de fazer parte da 2ª Turma da Corte, onde formava
com Gilmar Mendes (*) e Ricardo Lewandowski o “trio assombro
togado” que tantas derrotas impôs ao relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin. Com o retorno da ministra
Cármen Lúcia, a
maioria se inverte e a Turma deixa de ser o “jardim do Éden” dos criminosos
assistidos por advogados estralados. Ou pelo menos é o que esperamos.
(*) Na última sexta-feira,
Gilmar Mendes mandou soltar o
ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa, bem como sua mulher, Fernanda
Richa, e outros 13 suspeitos de integrar esquema de propina, direcionamento
de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça. Os
advogados do tucano embasaram o pedido de habeas
corpus no uso da prisão temporária em substituição à condução
coercitiva. O purgante de toga entendeu que a ordem de prisão aparentava ser "manifestamente inconstitucional" e reconheceu "indicativos de que tal
prisão tem fundo político, com reflexos sobre o próprio sistema democrático e a
regularidade das eleições que se avizinham”. Dias antes, Mendes comentou a atuação de procuradores na operação que levou Richa à prisão e em ações
apresentadas no mês passado à Justiça contra os presidenciáveis Fernando
Haddad e Geraldo
Alckmin. Na visão do conspícuo magistrado, teria havido “notório
abuso de poder” porque ações como essas do Ministério Público, há semanas das eleições, interferem no processo eleitoral, o que “não é bom para a democracia”. Vamos
ver quanto tempo ainda vai levar para o ministro-deus soltar Adélio
Bispo de Oliveira, autor do atentado contra Jair Bolsonaro— aliás, se o candidato do PSL tivesse sido atendido pelo SUS, talvez já estivéssemos
noticiando sua missa de sétimo dia).
Dias Toffoli, que
deve assumir a presidência do STF a
partir de setembro, tem sinalizado que não pretende pautar, pelo menos até o
final deste ano, as ADCs que tratam
da prisão após condenação em segunda instância. Embora defenda a revisão do
entendimento atual, o ministro reconhece que a Corte já se debruçou sobre essa
questão em abril, quando manteve, por 6 votos a 5, a possibilidade do início do
cumprimento provisório da pena.
A revisão desse entendimento passou a ser uma questão de
vida ou morte para o PT e seus
acólitos após a prisão de Lula, e
ganhou fôlego no domingo
negro, depois do fiasco da maracutaia urdida pelos deputados
petralhas eo
desembargador-plantonista Rogério
Favreto, que vestiu a toga sem despir a farda de militante petista — nunca
é demais lembrar que Favreto não
precisou prestar concurso público para se tornar desembargador; depois de quase
20 anos filiado ao PT e de ocupar
cargos de confiança nos governos de Lula
e Dilma, ele foi nomeado pela
ex-presidanta, através do quinto
constitucional.
Em abono à tese de que a atual composição do STF é a pior de todos os tempos, apenas Luiz Fux e Rosa Weber
são juízes de carreira; Cármen Lúcia,
Luis Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Edson Fachin vieram da Advocacia
e Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Ministério Público. Detalhe: o ministro que está prestes a assumir
a presidência do Tribunal ostenta em seu invejável currículo duas reprovações em concursos para juiz de
primeiro grau em São Paulo, ambas na primeira fase (que testa conhecimentos
gerais e noções básicas de Direito).
Em sua trajetória até nossa mais alta Corte, Toffoli foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de SBC,
consultor jurídico da CUT e assessor
jurídico do PT e de José Dirceu. Atuou como advogado nas
campanhas de Lula em 1998, 2002 e 2006 e como subchefe para
assuntos jurídicos da Casa Civil da presidência da República. Em 2007,
foi promovido ao cargo de Advogado Geral da União, que exerceu até 2009,
quando, mais uma vez graças a Lula, preencheu a
vaga aberta com a morte do ministro do STF Menezes Direito. Sua
indicação foi (mais) uma demonstração cabal da falta de noção de Lula
sobre a dimensão do cargo de ministro do Supremo. Sem currículo, sem
conhecimento, sem luz própria, Toffoli limitava-se a prestar serviços
ao PT. Uma vez promovido, vendo-se sem os laços com a rede protetora do
partido ou com os referenciais do padrinho, ele buscou apoio em Gilmar
Mendes, que é quem melhor encarna a figura do velho coronel político,
e já consolidado no habitat, passou a emular os piores hábitos do novo padrinho
― a arrogância incontida, a grosseria, a falta de limites, o uso da autoridade
da forma mais arbitrária possível. E a menos que o inesperado tenha voto na
assembleia dos acontecimentos, teremos de aturá-lo por mais um quarto de século,
já que a aposentadoria só é compulsória quando os ministros completam 75
anos.
Voltando à questão da prisão em segunda instância, Toffoli defendeu em abril uma solução
“intermediária” entre esperar o trânsito em julgado e executar a pena logo após
condenação em segundo grau, no que foi acompanhado por Gilmar Mendes, o santo de devoção dos encarcerados. Mendes votou a favor da execução
antecipada da pena em 2016, mas mudou de opinião, e o placar só não virou
durante o julgamento do habeas corpus
de Lula porque Rosa Weber, que é favorável à prisão somente após decisão final (coisa
que no Brasil só acontece no Dia de São
Nunca), acompanhou a maioria, em respeito ao princípio da colegialidade.
A expectativa dos petistas, dos criminalistas estrelados e
dos ministros que buscam mudar o entendimento é que Rosa mantenha o voto contrário à prisão em segunda instância quando
o plenário julgar as ADCs, já que
essa a decisão tem efeito
vinculante (ou seja, vale para todos os casos análogos) — e
provará um verdadeira tsunami de pedidos
de soltura, já que nossa Justiça tem quatro instâncias e cada uma delas
oferece amplo cardápio de apelos, recursos, embargos e chicanas protelatórias.
Para se ter uma ideia, Cristiano Zanin e seus vassalos, responsáveis pela
defesa de Lula, já ingressaram com 125 recursos contra a condenação no
processo do tríplex.
Impedir o início do cumprimento da pena após decisão
colegiada seria ferir de morte a Lava-Jato, cujo sucesso se deve em
grande medida às delações premiadas, que dependem de conduções
coercitivas, prisões preventivas e ameaça real de cumprimento da pena, sem
o que os bandidos de colarinho branco dificilmente entregariam a
rapadura. Demais disso, tudo voltaria a ser como antes no Quartel
de Abrantes, quando a prescrição fulminava a expectativa
de prisão dos apenados (especialmente dos que podem contratar criminalistas de
primeira linha).
Entre 1941 e 1973, a regra era prisão após a condenação em primeira instância. Sob a
ditadura militar, a Lei Fleury alterou o CPP para favorecer o delegado homônimo, a pretexto de garantir
a réus primários e com bons antecedentes o direito de responder ao processo em
liberdade até a decisão na segunda instância. A partir de 2009, como
consequência tardia da nossa fantasiosa “Constituição
Cidadã”, os condenados passaram a ser preso após o trânsito em julgado da sentença condenatória — isto é,
depois de esgotados todos os recursos até a última instância do Judiciário, o
que equivale a dizer “no dia de S. Nunca”
— até que, em 2016, o STF restabeleceu a norma da execução da
pena após a condenação em segunda instância.
Tudo somado e subtraído, em 70 dos últimos 77 anos os
criminosos eram presos após a condenação em primeira ou segunda instâncias,
como acontece na maioria das democracias do Planeta. A prisão após trânsito em
julgado vigeu por míseros 7 anos, mas favoreceu uma miríade de criminosos
e seus advogados estrelados, que, mediante honorários milionários, “empurram
com a barriga” a prisão dos clientes até que o ocorra a prescrição.
Assim, ressuscitar essa norma de exceção não só beneficiaria o criminoso de
Garanhuns, como também um sem-número de empresários, executivos, altos
funcionários e políticos que foram apanhados pela Lava-Jato ou
estão a caminho de sê-lo.
Observação: Digam o que disserem os ministros
“garantistas”, a presunção de inocência
e a garantia da liberdade e proibição da
prisão arbitrária são coisas distintas, como bem lembrou o procurador-geral
da República em exercício, Luciano Mariz,
emparecer enviado ao STF na semana passada. Segundo ele, o PCdoB, autor da ADC 54, está confundindo dois princípios constitucionais distintos.
O resto fica para amanhã. E que Deus ajude este pobre país.
MEÇA O QUE É MENSURÁVEL E TORNE MENSURÁVEL O QUE NÃO O É.
Para quem não leu a postagem anterior, relembro que o Superfetch é uma versão revista e atualizada do Prefetch — lançado pela Microsoft para melhor a performance do Windows XP —, que o recurso foi mantido nas edições posteriores do sistema, que sua serventia é não é exatamente uma unanimidade entre os especialistas e que é possível desativá-lo facilmente (e reativá-lo com idêntica facilidade, se for o caso). Para verificar se o Superfetch está habilitado, pressione o atalho Win+R, digite services.msc na caixa do menu Executar e tecle Enter. Rode a tela que se abre em seguida (Serviços) até localizar o item Superfetch e confira o status exibido na coluna Tipo de inicialização (que, por padrão, é Automático). Para avaliar como seu sistema se comportará sem o Superfetch, dê um clique direito sobre a entrada respectiva, clique em Propriedades e, em Tipo de inicialização, selecione Desativado. Feito isso, clique em Aplicar, confirme em OK e reinicie o computador.
O Superfetch
não deveria comprometer o uso da memória, mesmo em máquinas com pouca RAM, pois ele pré-carrega os apps no
espaço não utilizado — e sempre que um programa que não esteja pré-carregado
precisa de mais memória, ela lhe é disponibilizada automaticamente. Por outro lado, como qualquer outro
processo que roda em segundo plano, ele consome ciclos do processador e espaço na memória, e não elimina a necessidade do carregamento dos apps, mas apenas faz com que eles sejam carregados mais cedo — o que pode
retardar a inicialização do Windows.
Como dito, a única maneira de você saber se vale a pena desativar o Superfetch no seu Windows é implementando essa configuração e usando máquina por alguns dias (não espere milagres e nem tampouco avalie o resultado
a partir do comportamento do sistema logo após a primeira
reinicialização). Se chegar à conclusão de que não houve qualquer melhora no desempenho, volte à tela dos Serviços e reconfigure o tipo de inicialização do Superfetch (como Automático). Ao final, reinicie o computador e tudo voltará a ser como dantes no Quartel de Abrantes.
Um computador “rápido” depende de uma configuração equilibrada, mas que ofereça fartura de RAM (em muitas situações, aumentar a memória é mais eficaz e barato do que fazer um upgrade de processador). O Windows 10 roda melhor com 8 GB de RAM, embora consiga se arrastar com 1 GB (quantidade mínima de memória, segundo a Microsoft). Se você "anda devagar porque já teve pressa", uma máquina com algo entre 2 e 4 GB não irá desapontá-lo, mas evite executar aplicativos muito exigentes, manter vários programas abertos ao mesmo tempo e abusar das abas do navegador de internet.