sexta-feira, 20 de maio de 2022

SMARTPHONE — COMO CHECAR O ESTADO DA BATERIA?

QUEM SABE FAZ, QUEM NÃO SABE ENSINA.

Nos iPhones e iPads, o sistema operacional da Apple permite verificar facilmente o estado da bateria. Como o Android não oferece esse recurso, alguns fabricantes de smartphones preenchem  a lacuna integrando em seus produtos (ou oferecendo em suas lojas virtuais) apps destinados a executar uma checagem completa do aparelho.


A Samsung oferece uma opção no menu Configurações que apresenta um diagnóstico detalhado sobre bateria, rede, Wi-Fi, câmera etc. Abrindo as configurações, tocando em Bateria e Cuidados com o Dispositivo e em Diagnóstico, você comanda uma varredura completa; tocando em Bateria, a verificação se limita à integridade desse dispositivo. Nos aparelhos da Motorola, basta acessar as Configurações e tocar em Bateria para obter informações sobre o consumo de aplicativos específicos, saber quando se passou desde a última recarga e ter uma estimativa da autonomia restante. 


Aplicativos de terceiros, como o Cacheify Diagnostics e o AccuBattery), oferecem informações detalhadas sobre as condições da bateria e o consumo de energia, mas você pode checar várias funções de smartphones Android — entre as quais o estado da bateria — digitando o código *#*#4636#*#* (para aparelhos da marca Xiaomi o código é *#*#6485#*#*). Uma vez inserido o código, selecione “Informações da bateria” na lista de opções e confira no item “Integridade da bateria” (“Bom" ou “Perfeito” indicam que o componente está funcionando com deveria). 


Observação: Essa dica pode não funcionar em todas as marcas/modelos de celular e também depende da versão do Android. O código não funcionou no meu Samsung A20 e no Moto G60 o item "Informações da Bateria" não foi exibido na lista. Ambos os aparelhos utilizam a versão 11 do Android (Red Velvet Cake).


A vida útil das baterias de lítio é limitada a algo entre 300 e 600 ciclos. Cada ciclo corresponde a uma descarga completa seguida de uma recarga completa. O tempo e o uso do aparelho promovem um desgaste irreversível, mas que o usuário pode retardar adotando alguns cuidados simples, como não expor o aparelho a calor excessivo e a condições ambientais adversas, evitando que a bateria fique totalmente sem carga e que seja totalmente carregada (esse componente opera melhor com 40% ~ 80% de carga). Aparelhos modernos contam com um circuito de proteção que evita sobrecargas, mas isso pode não funcionar com carregadores xing-ling, como os que você encontra nos "melhores camelódromos do ramo".

 

ObservaçãoAtivar “modo avião” acelera o processo de recarga, mas é melhor desligar o aparelho, já que reiniciá-lo de tempos em tempos evita estresse, lentidão e travamentos etc., de modo que assim você mata dois coelhos com uma cajadada só. 

 

No âmbito automotiva, a palavra “autonomia” (do grego "αὐτονομία) designa a distância que um veículo é capaz de recorrer com um tanque de combustível. No celular a ideia é basicamente a mesma, mas a variável é o tempo durante o qual o aparelho funciona sem que a bateria precise ser recarregada


No caso do veículo, a autonomia depende do coeficiente aerodinâmico, tipo e qualidade do combustível, pressão dos pneus, temperatura ambiente, altitude, condições do trânsito (urbano e/ou rodoviário) e — a cereja do bolo — a maneira como o motorista se comporta ao volante. Segundo a revista Quatro Rodasreduzir o tempo de viagem em 33% pode significar um aumento de 103% no gasto com combustívelNo caso do smartphone, a autonomia é diretamente proporcional à amperagem da bateria, mas o consumo energético depende dos componentes que integram o aparelho, das configurações do sistema, da quantidade de aplicativos, da frequência com que eles são utilizados e de vários outros fatores, com destaque para o perfil do usuário 


Tanto o manual do veículo quando o do telefone trazem estimativas das respectivas autonomias, mas as medições são feitas em "condições ideais" — que na verdade são "condições irreais", já que não refletem o uso do produto no dia a dia. No caso do celular, dividir a amperagem (que é quantifica a capacidade da bateria de fornecer energia) pelo consumo "dá uma ideia da autonomia", mas não leva em conta o famigerado perfil do usuário. 


Cada miliampere/hora (mAh) equivale a 3,6 coulombs (C) — que é a quantidade de carga elétrica transferida por uma corrente estável de um milésimo de ampère durante uma hora. Quando maior for a amperagem, maior será a autonomia — não confundir com a "potência" da bateria, que é expressa em joule (J) ou watt/hora (Wh—, lembrando que a maneira como o aparelho é utilizado faz toda a diferença. 

 

Observaçãosoftware também desempenha um papel fundamental no consumo energético. Não há bateria que dure 24 horas quando a conexão móvel com a Internet, o Wi-Fi, o Bluetooth e o GPS estão habilitados e o YouTube, o WhatsApp, o Facebook e o Instagram são acessados o tempo todo.

 

Gerenciadores de energia para smartphone — Android ou iOS — existem ao montes. Nem todos cumprem o que prometem, mas, como qualquer outro aplicativo, todos contribuem para drenar a bateria.  Atualmente, a maioria dos smartphones suporta o “carregamento rápido”, que repõe 80% da carga a toque de caixa e completa o processo em “carga lenta”. A fabricante chinesa Xiaomi apresentou recentemente duas novas tecnologias de recarga sob a marca HyperCharge; na versão com fio, de 200W, a bateria vai de 0% a 100% em 8 minutos.


quinta-feira, 19 de maio de 2022

O GOLPE DE BOLSONARO E O CASAMENTO DE LULA


No Ensaio sobre a cegueira, o Nobel de literatura lusitano José Saramago anotou que “a cegueira é um problema particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram”. E com efeito. As eleições se aproximam, Bolsonaro sobe o tom, mas nem o Congresso, nem o TSE, nem o STF parecem ver o golpe como uma possibilidade real.

 

O Supremo — que o ex-ministro Sepúlveda Pertence definiu como uma arquipélago de 11 ilhas independentes e em constante conflito — é rápido no gatilho quando lhe convém. A depender do acusado e da toga sob a qual o processo está, a decisão pode sair em duas horas, dois anos ou duas décadas. 


Observação: Há no STF uma dezena de ações protocolados entre 1969 e 1987 — anteriores, portanto, à atual Constituição e ao ingresso do atual decano, que representa, juntamente com a PEC da Reeleição, a verdadeira herança maldita do governo FHC.

 

Depois que uma epifania revelou ao ministro Fachin — com seis anos de atraso — a incompetência da 13ª Vara Federal do Paraná para julgar os crimes do ex-presidiário Lula, o plenário do Supremo chancelou por 7 votos a 4 a decisão da 2ª Turma sobre a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro. Mas não se viu essa mesma presteza por ocasião dos discursos golpistas de Bolsonaro no último Sete de Setembro. 

 

O ministro Luiz Fux, presidente das togas, deu um "puxão de orelha" no mandatário de fancaria. O senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, fez um pronunciamento ainda mais morno e insípido. Dias depois, Bolsonaro leu uma patética cartinha de desculpas, redigida pelo igualmente patético Vampiro do Jaburu, e a paz voltou a reinar em Brasília das Maravilhas.

 

A suprema pusilanimidade vai cobrar seu preço. Resta saber se ainda dá tempo de evitar que o sociopata e seus acólitos transformem a eleição numa batalha campal. O atual presidente da TSE (aquele da epifania) afirmou há alguns dias que “o Brasil não consente mais com “aventuras autoritárias”. Cerca de um mês antes, o ministro Barroso disse que as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar o processo eleitoral, e que existe uma tentativa de levar a corporação ao “varejo da política”. 


Por ordem de Bolsonaro o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que deixou o comando do Exército para assumir o Ministério da Defesa, divulgou uma nota chamando Barroso de “irresponsável”. Se levarmos em conta que o próprio Bolsonarochamou Barroso de “filho da puta”, o general até que foi gentil.

 

Em entrevista ao Roda Viva do último dia 16, Rodrigo Pacheco afirmou que há uma linha amarela pintada no chão que nenhum dos candidatos pode atravessar, e que “o resultado das urnas será respeitado por todos, inclusive pelas Forças Armadas”. Segundo ele, os militares não devem ter compromisso político eleitoral. Resta saber se ele combinou com Bolsonaro, seus ministros fardados e os comandantes das FFAA. 

 

Segundo a Folha, alguns presidentes de partidos e pré-candidatos à sucessão presidencial disseram ver os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e a ministros das cortes superiores como um comportamento golpista que precisa ser levado a sério. Procurados pela reportagem, os presidentes da Câmara, do Senado e do STF não se manifestaram. Líderes do PP e do PL (partidos que encabeçam o Centrão) e outros pré-candidatos se abstiveram de opinar. Entre as 13 entidades questionadas pela Folha, só duas responderam. 

 

Bolsonaro flerta com o golpismo desde a campanha de 2018. Já deixou claro que não aceitará outro resultado que não seja a sua vitória em outubro. Fux e o Pacheco se fingem de paisagem. A coalizão Pacto pela Democracia lançou o manifesto “Em defesa das eleições” para cobrar a mobilização de instituições em defesa do processo eleitoral. O documento foi entregue aos presidentes do STF e do TSE, mas não se sabe ao certo o que suas excelências fizeram com ele.

 

Em meio a esse cenário dramático, o queridinho do eleitorado (segundo todas as pesquisas), que "se casou eleitoreiramente" com o picolé de chuchu, contraiu núpcias com a socióloga Rosângela Silva, a Janja. Em se confirmando a vitória do petralha, o casamento representará uma bizarra transição da cadeia para o Palácio do Planalto. 

 

Janja e Lula começaram o relacionamento no fim de 2017. No período em que o hoje "ex-corrupto" ficou hospedado na Superintendência da PF de Curitiba, a namorada foi arroz de festa na vigília. Hoje, ela é figura central da campanha. Aparece nas viagens, nos comícios, nos encontros fechados e nos discursos do candidato. Tornou-se parte do marketing eleitoral de Lula, que contrapõe o amor de um candidato apaixonado ao ódio que o PT e seus sectários nutrem por Bolsonaro .

 

É falsa a percepção de que Lula fez uma pausa em sua campanha antecipada para se casar, tanto que inseriu suas núpcias no discurso e na coreografia da campanha. O movimento, que vinha sendo insinuado há semanas. tornou-se explícito no ato de lançamento da chapa Lula-Alckmin (outro casamento pra lá de bizarro, que, agora, deveria render ao petralha uma ação por bigamia). 


Ao discursar, o palanque ambulante declarou que “um cara que tem 76 anos e está apaixonado, que está querendo casar (sic), só pode fazer o bem para esse país”. Com essa retórica de conto de fadas, o molusco usa o casamento para contrapor a atmosfera de amor em que está envolto ao discurso de ódio do adversário.

 

Com objetivo de ser uma cerimônia íntima e pessoal, sem pinta de grande evento político, foi recomendado aos convidados que não ficassem falando no assunto — nem o local foi divulgado previamente. Mas comenta-se que mais de R$ 100 mil foram gastos só com bebidas. O espumante escolhido pelos noivos foi o Cave Geisse Brut, que custa em média R$ 130 a garrafa (podendo chegar a R$ 800, conforme a safra).

 

A julgar por seu comportamento, Janja não será uma primeira-dama decorativa. Ela opina, participa da rotina de Lula de uma maneira que os petistas que privam da intimidade do pajé do PT não estavam acostumados a ver. O casal deve passar a lua de mel em São Paulo, e a agenda externa deverá retomar na semana que vem, com viagem para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 


Observando-se a movimentação, tem-se a impressão de que, se Lula realmente for eleito, muita gente sentirá saudades da discrição da ex-primeira-dama Marisa Letícia — sobre cuja sepultura o viúvo sapateou, usando como palanque o esquife da falecida.

 

Voltando ao que eu dizia no início deste post sobre a cegueira generalizada diante de um possível autogolpe de Bolsonaro, conta-se que o padre da única igreja de uma bucólica cidadezinha do interior era muito devoto e fervoroso. Um dia, a cidade foi inundada por um temporal diluviano. 


O prelado continuou no altar, rezando fervorosamente. Quando a água lhe chegou à cintura, um homem com uma canoa lhe ofereceu ajuda. “Não precisa, meu filho; Deus há de me ajudar”, disse o religioso. O homem se foi na canoa e o padre continuou a rezar. 


Com a água no beiço, o pároco se recusou a embarcar na lancha da Defesa Civil, afirmando novamente que Deus o salvaria. Minutos depois, já do alto torre, enjeitou a ajuda dos bombeiros, que tentaram resgatá-lo de helicóptero. Quando chegou ao Céu, o batina reclamou a Deus: 


Confiei tanto no Senhor! Por que me abandonou quando eu tanto precisava de Sua ajuda? 


E Deus respondeu: 


Mandei uma canoa e você não subiu; mandei uma lancha e você recusou; mandei um helicóptero e você não embarcou. Queria que eu fizesse o quê?

DE VOLTA AO WINDOWS 10

A MENTIRA É UMA VERDADE QUE SE ESQUECEU DE ACONTECER.

Costuma-se dizer que é pra frente que se anda. Seria o lógico, a menos que a ideia seja retroceder ou, quem sabe, virar à esquerda ou à direita. Mas o fato é que muita gente que migrou para o Windows 11 não ficou satisfeita com a troca. 


Se você não se acostumou com a nova interface, sente falta de recursos e funções disponíveis na versão anterior que não foram incorporados à atual, ou mesmo se estiver amargando perda de desempenho e/ou microtravamentos por utilizar um processador é da AMD — a empresa vem trabalhando numa solução para esses problemas, mas ainda não se sabe quando ela será disponibilizada), basta fazer o downgrade. Para isso:


Acesse o menu Configurações, selecione Sistema > Recuperação e clique em Retornar. Uma janela será aberta perguntando qual o motivo do downgrade. Selecione uma opção e clique em Avançar. 


Na janela seguinte, você será convidado a fazer uma busca por atualizações do Windows 11 que possam resolver eventuais problemas. Se não quiser tentar, clique em Não, obrigado.


Outra janela se abrirá, perguntando por que você decidiu retornar ao Windows 10. Selecione uma opção e clique em Avançar e, na janela seguinte, selecione Voltar para o Windows 10. A partir daí a instalação da versão anterior deve ocorrer normalmente.


Note que esse processo não funciona se você excluiu a versão 10 do seu Windows depois do upgrade. Em sendo o caso, será preciso esperar no mínimo 10 dias (contados a partir da atualização), acessar a página oficial da Microsoft e clicar em Baixar a ferramenta agora para fazer o download da ferramenta de instalação do Windows 10


Abra o arquivo baixado, execute-o como administrador e siga as instruções nas telas. Em algum momento será perguntado se você deseja criar uma mídia de instalação ou atualizar o computador que você está usando. Escolha atualizar o PC. 


A partir daí, é só aguardar o processo de instalação ser concluído e configurar/personalizar novamente seu computador. Vale lembrar que o Win10 continuará recebendo suporte da Microsoft até outubro de 2025.


Para mais detalhes, assista a este vídeo.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

QUER CONHECER O CARÁTER DE UMA PESSOA? DÊ-LHE PODER! (TERCEIRA PARTE)


 

Depois de construir uma carreira parlamentar tão longeva quanto inexpressiva, o azarão da disputa presidencial de 2018 provou que o Brasil definitivamente não é um país sério. 


Para mostrar que era amigo do mercado e obter o apoio dos empresários, o estatista que acreditava em Estado grande e intervencionista, que sempre lutou por privilégios para corporações que se locupletam do Estado há décadas, foi buscar Paulo Guedes, que embarcou em uma canoa que deveria saber furada. 


Para mostrar que era inimigo da corrupção e obter o apoio da classe média, o deputado que, em sete mandatos, pertenceu a oito partidos diferentes, todos de aluguel, adepto das práticas da baixa política, amigo de milicianos, foi buscar Sergio Moro, que embarcou em uma canoa que deveria saber furada. 


Para obter o apoio das Forças Armadas, o oficial de baixa patente, despreparado, agressivo e falastrão, condenado por insubordinação e indisciplina e enxotado da corporação, foi buscar legitimidade em uma fieira de generais, que embarcaram em uma canoa que deveriam saber furada. 

 

Não podia dar certo — com de fato não deu. Mas o pior é que Bolsonaro tem chances reais de se reeleger. Não conseguirá fazê-lo reeditando a estratégia que o levou ao Planalto, pois Gustavo Bebianno está morto e o napoleão de hospício, Adélio Bispo, fora de circulação. Tampouco será pela via do antipetismo ou com promessas vãs — como apoiar a Lava-Jato, acabar com a reeleição, enxugar a máquina pública, privatizar estatais, defender a liberdade de imprensa, reduzir a carga tributária, acabar com indicações políticas e não trocar cargos e verbas por apoio parlamentar — que enfiou onde o sol não bate assim que subiu a rampa. 

 

Em 2018, a parcela pensante da população apoiou a eleição do capitão caverna, mas comemorou a derrota do bonifrate do presidiário. Agora, essa mesma gente pode se abster, votar em branco ou anular o voto. As pessoas estão cansadas de votar em quem não querem para evitar a vitória de alguém querem menos ainda, sobretudo quando esse alguém cultiva o hábito de enfiar onde o sol não bate as bandeiras de campanha — incluindo a do fim da reeleição —, fincar um pé no palanque e usar o outro para escoicear nossa frágil democracia.

 

A quimérica terceira via — aquela que foi sem nunca ter sido —, que era vista como a solução para furar a polarização, tornou-se parte do problema (senão o problema propriamente dito). Egos avantajados, carência de projetos e de apoio popular eliminaram um a um os postulantes. Restaram Doria, que não empolga e não consegue unir o próprio partido, e Tebet, que, convenhamos, é uma ilustre desconhecida. 


Ciro está propenso a tentar mais um voo solo, mas tudo indica que não aterrissará no Planalto — como não aterrissou em 1998, 2002 e 2018. A menos que o imprevisto tenha voto decisivo na assembleia dos acontecimentos, o embate final se dará entre a mistura do mal com o atraso e o sociopata com pitadas de psicopatia, que só existem como candidatos porque se retroalimentam.


Continua... 

REVISITANDO O MOUSE


O NÚMERO DE MALFEITORES NÃO AUTORIZA O CRIME.

O mouse perdeu o rabo com o advento dos modelos wireless, que são mais práticos, ainda que precisam de pilhas para funcionar. 
Já não faz sentido discorrer sobre o jurássico padrão DB-9 e seu sucessor (PS/2), pois tanto os mouses “anuros” quanto os cabeados se comunicam com o computador, atualmente, através de uma portinha USBA comunicação sem fio se dá por radiofrequência — que, diferentemente de outros meios de comunicação não cabeados, dispensa a visada direta entre o transmissor e, consequentemente, o alinhamento entre computador e mouse. 

A tecnologia wireless se divide em quatro tipos: a de curta distância (WPAN), local (WLAN), metropolitana (WMAN) e de longa distância (WWAN). A WLAN é usada por computadores, notebooks e tablets que se comunicam em redes Wi-Fi. Há ainda as redes que utilizam baixas taxas de transferência para permitir conexões de curta distância (WPAN), como é o caso do Bluetooth e do infravermelho, presentes principalmente em celulares e tablets, e a WWAN, que é usada na base dos serviços de telefonia celular.

Em geral, o transmissor é integrado ao mouse, enquanto o receptor (dongle) é um dispositivo que se conecta a uma porta USB. O mouse grava os movimentos e cliques e os envia para o receptor, que os decodifica e transmite para o computador. Embora utilize as mesmas faixas de frequência dos roteadores Wi-Fi, telefones sem fio e dispositivos Bluetooth, entre outros, o mouse tem alcance limitado a 10 m.

Observação: A despeito de o smartphone ser o meio de acesso à Internet mais usado atualmente e os notebooks terem assumido o papel que antes cabia aos tradicionais PCs de mesa, muita gente prefere o mouse e o teclado convencionais aos componentes nativos dos portáteis. Nesse caso, o ideal é adquirir um combo de teclado e mouse em que o mesmo dongle proveja a conexão de ambos. Devido à relação custo-benefício, eu prefiro (e recomendo) combos da marca Logitech. Eles custam menos que os modelos da Microsoft (da Apple, então, nem se fala) e cumprem o que prometem. Fica a sugestão.

Existem mouses baseados na tecnologia Bluetooth, que foi desenvolvida pela Ericsson em 1994 e permite a troca de dados de forma rápida e segura entre computadores, celulares, impressoras, scanners, fones de ouvido e por aí afora. O nome (dente azul, numa tradução literal) remete a um antigo rei da Dinamarca e da Noruega — Harold Blatand (em inglês, Harold Bluetooth) —, que unificou as tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas, e o Bluetooth não deixa de ser uma forma de unificação de diferentes dispositivos.

Em linhas gerais, o Bluetooth utiliza uma frequência de rádio de onda curta para criar a comunicação entre aparelhos habilitados que estejam próximos entre si, já que seu alcance é baixo (até 100 m em campo aberto e entre 1 m e 10 m conforma a quantidade de obstáculos).

Outro padrão que merece menção (até porque é menos conhecido) é o NFC (sigla de Near Field Communication). Ele é semelhante ao Bluetooth, mas limita a troca de dados a aparelhos que estejam ainda mais próximos uns dos outros. 
O alcance limitado o torna mais seguro, mas a prudência recomenda ativar o recurso no smartphone apenas quando ele for necessário, de modo a prevenir acessos não autorizados, infecções virais e ataques Bluejacking e Bluebugging.

terça-feira, 17 de maio de 2022

E ASSIM A COISA VAI... DE MAL A PIOR


Houve um tempo em que as forças do centro à esquerda nem discutiam sobre a conveniência de determinadas alianças se o plano era derrotar um inimigo comum (no caso, a ditadura). Em 1978, quando Paulo Maluf ganhou a convenção da Arena derrotando Laudo Natel, a vitória turco lalau foi festejada como uma derrota do regime militar. Foi nessa lógica que se construiu uma grande aliança para empurrar a ditadura ladeira abaixo nas batalhas da anistia e das Diretas Já. Só o PT não embarcou.

Lula et caterva preferiram marcar posição expulsando os deputados do partido que votaram em Tancredo e tentaram repetir a dose em 1988, recusando-se a assinar a nova Constituição. Aliás, o PT foi o único partido a não participar da ampla aliança em torno do governo Itamar Franco após o impeachment de Collor.

Nessa toada sectária, partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não pensam imprimiu clareza à sua atuação, mas perdeu as três eleições presidenciais que disputou até alcançar a vitória em 2002, quando modulou o discurso e a política de alianças com a incorporação do PL à chapa (na figura do empresário-senador José Alencar na Vice-­Presidência). Agora, vinte anos depois, tenta reeditar a lógica da unidade geral e irrestrita para derrotar Bolsonaro

O partido de Lula reincorpora o conceito de amplitude, mas na prática atua com a estreiteza de antigamente. Não faz concessões. Agora não mais pela necessidade de construir e consolidar sua marca, mas devido à dianteira nas pesquisas e a ausência de competidores no campo da oposição ao capetão. O sumo pontífice da seita do inferno diz ter ciência de que a eleição não está ganha, mas age exatamente como se estivesse. 

O “venha a nós” impera em suas atitudes, mas nada ou muito pouco acena ao reino dos aliados e potenciais apoiadores a ser conquistados. À faixa dos que ainda vagam entre os líderes das pesquisas, que resistem tanto ao criminoso que quer voltar à cena do crime quanto ao que nela deseja permanecer, o picareta dos picaretas não tem fornecido bom material para atração. A aliança com o picolé de chuchu só trouxe vantagem para o PT

E o que dizer do tratamento dispensado a Marina Silva? A Rede entrou na aliança, mas Marina não firmou apoio. Lula se disse surpreso; Marina demonstrou surpresa com a surpresa de Lula. Para quem não está lembrado, em 2014 Marina foi combatida de maneira torpe, à base de mentiras, o que deteriorou de vez uma relação seriamente machucada desde que ela deixou o Ministério do Meio Ambiente de Lula dizendo que preferiria perder o pescoço a perder o juízo. Merecia ao menos um gesto, mas a soberba leva o petralha a achar que, se o fizer, os outros nove dedos da mão podem cair.

O PT quer reeditar o ambiente de frente ampla contra o inimigo comum que tantas batalhas venceu no processo de derrocada do regime militar. É um desejo de difícil realização se a ele não se incorpora o conceito da reciprocidade, do desprendimento e da prática da mão dupla.

Ciro Gomes começa a sofrer uma ofensiva para desistir. Não mediante proposta de pacificação, mas com tentativa de atrair os candidatos do PDT a governos estaduais. Ou seja, não é no jeito, é na força. Pela "porcínica" terceira via (aquela que se foi sem nunca ter chegado), Doria insistirá até vencer as resistências dentro do PSDB. Sua confiança chega a ponto de considerar, a sério, que disputará o segundo turno contra Lula (o que seria um sopro de esperança).

Doria não contesta em público as movimentações da mitológica terceira via em busca de um nome para representá-la, mas, no privado, toca a campanha disposto a ir até a Justiça para assegurar o resultado das prévias do partido. Parece dar de ombros para o critério de se fazer a escolha a partir de pesquisas qualitativas e quantitativas. Tanto é assim que já encontrou um slogan baseado em suas próprias consultas de opinião: “É chato, é coxinha, usa calça apertada? É tudo isso, mas sabe como resolver os seus problemas”.

O ex-governador confia que a partir de agosto a candidatura vai deslanchar. E por que ainda não deslanchou? Segundo sua equipe, porque os levantamentos feitos no mundo digital (hoje visto como o “mundo real”) sobre assuntos de interesse das pessoas indicam que apenas 4% dizem respeito a temas relacionados à política e à eleição. A conferir.

Os demais candidatos ainda hesitam sobre a conveniência de deflagar um movimento conjunto contra a intenção de Bolsonaro de alegar fraude nas eleições. Consideram que algum ato será necessário, mas no momento a dúvida é se isso não poderia significar a adesão a uma ideia ruim, de “golpe”, que só leva água para o moinho bolsonarista. Por enquanto, a tendência é não cair na provocação e ressaltar a falta de condições objetivas para contestação do resultado sob a alegação artificial de fraude.

Com Dora Kramer

FIREFOX 100, HTTPS E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

A SEGURANÇA É UMA SUPERSTIÇÃO. ELA NÃO EXISTE NA NATUREZA.

No início do mês passado, a Mozilla disponibilizou a primeira beta do Firefox 100. A exemplo do que ocorreu recentemente com o Google Chrome e com o Microsoft Edge, o browser da raposinha ingressou nos três dígitos, e promete brindar usuários de plataformas mobile com um recurso de segurança que até então era restrito à versão para desktop do navegador.


Trata-se do modo “Somente HTTPS”, que prioriza conexões seguras e avisa o usuário dos riscos de acessar uma página através de uma conexão HTTP. Outro recurso esperado — embora não especificado na distribuição beta — é o suporte ao decodificador AV1 para aceleração de hardware, que economiza dados quando a navegação é feita a partir de uma rede móvel.


As páginas da Web são armazenadas em servidores e exibidas em nosso computador por meio de um software conhecido como browser (ou navegador). Vale lembrar a Internet é o “meio físico” da rede mundial de computadores e a Web, sua “porção multimídia”. 


O uso do protocolo HTTP implica o risco de as informações serem interceptadas por pessoas não autorizadas, enquanto o HTTPS conta com um certificado seguro (SSL, de secure sockets layer) de um fornecedor terceirizado que, combinado com o TLS (de transport layer security), verifica se o site é seguro, criptografa os dados e garante que as informações não tenham sido adulteradas no meio do caminho. 


Jamais envie informações confidenciais/pessoais para uma webpage cujo endereço não comece com HTTPS ou não exiba um cadeado à esquerda do URL. Mantenha seu navegador sempre atualizado e habitue-se a checar o certificado SSL do site sempre que for fazer uma compra online. 


Mesmo que o URL comece com HTTPS, existe a possibilidade de o site não ser confiável — há certificados SSL com diferentes níveis de confiança, e alguns sites de phishing adquirem versões de baixo nível para passar aos internautas uma falsa sensação de segurança. 


Para saber se um site é seguro e possui o certificado SSL, clique no ícone de cadeado ao lado do URL. Uma caixa de diálogo será exibida, indicando que a conexão é segura e oferecendo informações sobre pop-ups, cookies etc. Caso você saiba o endereço da página e queira checar previamente a segurança, utilize o Google Transparency Report ou o Norton Safe Web.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

QUER CONHECER O CARÁTER DE UMA PESSOA? DÊ-LHE PODER! (SEGUNDA PARTE)



Os pedidos de propina que resultaram na demissão do ministro-pastor Milton Ribeiro passaram de manchete a nota de rodapé depois que o presidente disfuncional criou a penúltima crise institucional para tentar disfarçar sua inaptidão para o cargo que ele jamais pensou em ocupar, mas que agora não quer deixar. Tanto a sucessão de crises quanto a intransigência do mandatário, que se recusa a reconhecer sua incompetência para presidir seja o que for, vêm ficando cansativas. Sobretudo porque desviam a atenção dos verdadeiros problemas que o país enfrenta (isso não significa que a permanência de Bolsonaro no cargo não seja um problema).

Ivan Lessa acertou em cheio quando disse que a cada 15 anos o brasileiro esquece o que aconteceu nos últimos 15 anos. Se estivesse vivo, ele certamente teria encurtado esse prazo — como fez a BandNews com o bordão “em 20 minutos tudo pode mudar”, que passou a ser “em um segundo tudo pode mudar”. Prova disso é que o pleito plebiscitário de 2018 foi um dos piores da história recente desta republiqueta, e a récua de muares que atende por “eleitorado” vem se empenhando em tornar o próximo ainda pior.

Mais importante que apontar os culpados é resolver os problemas, mas há casos em se faz necessário identificar (e eliminar) e depois tratar das consequências, até porque, eliminando-se a causa, as consequências tendem a desaparecer. E de nada adianta mudar a roda da carroça se o problema é o burro. Governantes ímprobos e parlamentares desonestos não brotam nos gabinetes por geração espontânea; se estão lá, é porque foram votados. Prorrogar o mandato do capetão por mais quatro anos é tão inconcebível (mas não impossível) quanto a alternativa (mais provável) que se nos apresenta. Mas convenhamos: se as opções do cardápio se resumem a merda à parmegiana ou suflê de bosta, o mais sensato é procurar outro restaurante.

Tão absurdo quanto alguém com o currículo de Bolsonaro ser guindado à Presidência é a inação da caterva eleita para a Casa do Povo, que não só defende o mandato de um troglodita travestido de deputado, que foi condenado a 9 anos de prisão pelo STF, como indicá-lo para cinco comissões da Câmara. Ao afirmarem que cassar mandatos de congressistas é uma atribuição exclusiva do Legislativo, os presidentes das duas Casas, temendo um possível “efeito Orloff” de decisões desse tipo, isolaram o STF na Praça dos Três Poderes.

O que mais Bolsonaro fez nos últimos tempos, para além de gozar férias paradisíacas no litoral paulista e em cidades turísticas da costa catarinense, promover motociatas e fazer campanha pela reeleição (prática que o TSE não move uma palha para coibir), foi atacar a corte suprema e seus integrantes. Mas a anulação da pena imposta ao brucutu bolsonarista no dia seguinte à condenação, sem sequer esperar pela publicação do acórdão, foi um passo além. Talvez o tenha feito para estimular a escumalha de apoiadores mais radicais, ou (também) com propósitos eminentemente eleitoreiros (o que dá no mesmo).

Se vivêssemos numa democracia como manda o figurino, Bolsonaro teria sido apeado do cargo muito antes dos discursos golpistas de setembro do ano passado. Nesta republiqueta de bananas, porém, onde um ex-presidiário é convertido em ex-corrupto por conveniência da alta cúpula do Judiciário, não espanta que um pedido de desculpas mal ajambrado, rabiscado à pressas pelo vampiro do Jaburu, bastasse para que todos acreditassem que o sociopata estava sinceramente arrependido. Acorda, cambada!

Longe de mim pactuar com a volta de Lula (à cena do crime, como disse o atual candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidiário). Faço eco às palavras de Diogo Mainardi. Jamais votaria em Lula ou em Bolsonaro. E tampouco na “terceira via” — não depois do que a terceira via fez com a própria terceira via. A diferença é que Diogo mora em Veneza. Um oceano inteiro o separa do voto. Ainda segundo ele, quem se recusa a votar é chamado a se afastar completamente do processo eleitoral. É um erro abster-se e, ao mesmo tempo, tentar convencer os outros a fazer o mesmo. O abandono tem de ser absoluto, irrevogável, intransferível.

Em 2018, 36,3% dos eleitores acima de sessenta anos se abstiveram. Em 2020, a taxa foi ainda maior: 41,9%. É mais do que o eleitorado total de Lula ou de Bolsonaro. É provável que esse número seja superado em 2022, até porque há outra parcela do eleitorado que, de alguma maneira, poderia integrar a conta dos desistentes. Ela é formada pelos brasileiros que votaram num candidato a presidente e, em menos de quatro anos, conseguiram esquecer seu nome.

Em 2018, esse contingente desmemoriado representou 13,6% do total. Trata-se, porém, de uma gente dotada de uma superioridade moral que nunca serei capaz de atingir. É o desprezo supremo. Por mais que eu me empenhe, esse estágio sublime de imperturbabilidade está muito acima de minha capacidade, porque requer um grau de sabedoria digna de um Diógenes, o Cão. 

O Brasil que se estrepe sozinho, sem a minha cumplicidade.

CRAPWARE, BLOATWARE E OUTROS INUTILITÁRIOS (CONTINUAÇÃO)

ESCOLHE UM TRABALHO DE QUE GOSTES E NÃO TERÁS QUE TRABALHAR NEM UM DIA NA TUA VIDA.

Vimos que o crapware ocupa espaço e consome recursos preciosos do computador, e que manter inutilitários ativos e operantes é gastar boa vela com mau defunto. Remover essa caca é possível, tanto no Android quanto no Windows, mas nem sempre é uma tarefa fácil. 


Win11 e seus antecessores contam com um utilitário nativo para desinstalação de programas, mas que não faz um trabalho tão primoroso quanto ferramentas dedicadas como as sugeridas no post anterior. Sem embargo, caso você queira remover o crapware com os recursos do próprio sistema, localize a app desejado na lista de programas do menu Iniciar do Windows, dê um clique direito sobre o dito-cujo, clique em Desinstalar e confirme. 


Outra maneira (para o caso de a primeira não funcionar) é abrir o menu Iniciar, clicar no ícone da engrenagem, selecionar Aplicativos, localizar o item desejado (ou indesejado, melhor dizendo), clicar sobre ele e selecionar Desinstalar (também nesse caso uma mensagem de confirmação será exibida, sendo necessário clicar novamente em Desinstalar para concluir o processo).


Se nem assim funcionar, o Windows PowerShell (versão aprimorada do bom e velho prompt de comando) pode ser a solução. Mas note que, a exemplo do famoso Editor do Registro do Windows, o PowerShell deve ser usado com cuidado e somente após a criação de um backup do Registro e um ponto de restauração do sistema (para mais detalhes sobre o Registro e respectivo backup, releia a sequência de postagens iniciada por esta aqui; para saber como criar um ponto de restauração do sistemaclique aqui).


Feito isso, copie (a partir da lista reproduzida a seguir) o comando correspondente ao app que você quer desinstalar, abra o PowerShell como administrador, cole o comando copiado e pressione a tecla Enter.

Para desinstalar o app 
3D Builder: Get-AppxPackage *3dbuilder* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Adquira o Office (ou Get Office): Get-AppxPackage *officehub* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Alarmes e Relógio: Get-AppxPackage *windowsalarms* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Calculadora: Get-AppxPackage *windowscalculator* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Calendário e o Email: Get-AppxPackage *windowscommunicationsapps* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Câmera: Get-AppxPackage *windowscamera* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Clima: Get-AppxPackage *bingweather* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Complemento para o Telefone: Get-AppxPackage *windowsphone* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Dinheiro: Get-AppxPackage *bingfinance* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Esportes: Get-AppxPackage *bingsports* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Filmes e TV: Get-AppxPackage *zunevideo* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Fotos: Get-AppxPackage *photos* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Get Skype: Get-AppxPackage *skypeapp* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Gravador de Voz: Get-AppxPackage *soundrecorder* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Groove Música: Get-AppxPackage *zunemusic* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Introdução: Get-AppxPackage *getstarted* | Remove-AppxPackage

Para desinstalar 
Leitor: Get-AppxPackage *reader* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Loja: Get-AppxPackage *windowsstore* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Mapas: Get-AppxPackage *windowsmaps* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Microsoft Solitaire Collection: Get-AppxPackage *solitairecollection* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Notícias: Get-AppxPackage *bingnews* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar
 OneNote: Get-AppxPackage *onenote* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Pessoas: Get-AppxPackage *people* | Remove-AppxPackage;

Para desinstalar 
Xbox: Get-AppxPackage *xboxapp* | Remove-AppxPackage;

Uma barra na cor verde confirmará a desinstalação, que pode demorar alguns minutos para ser concluída. Ao final, reinicie o computador e confira o resultado.

domingo, 15 de maio de 2022

QUER CONHECER O CARÁTER DE UMA PESSOA? DÊ-LHE PODER!


O epigrama que intitula esta postagem é atribuído a Abraham Lincoln, mas a frase completa é outra — e não foi dita por Lincoln, mas sobre Lincoln: “Se quer descobrir a verdadeira natureza de um homem, dê-lhe poder. Quase todos os homens conseguem enfrentar a adversidade — apenas um grande homem consegue superar a prosperidade. É a glória de Abraham Lincoln que nunca abusou do poder a não ser para a misericórdia. Ele era absolutamente honesto. Quando teve poder, usou-o para ser misericordioso”.

Durante décadas, os elogios feitos ao antigo presidente por Robert G. Ingersoll foram largamente citados e corretamente atribuídos ao escritor na imprensa norte-americana. Contudo, a partir da década de 1930, a citação foi sendo cada vez mais resumida, e acabou atribuída indevidamente a Lincoln. Questões de autoria à parte, o poder desperta paixões. Na visão de alguns, ele corrompe; na de outros, ele revela. Machado de Assis poetizou o tema em A Mosca Azul.

Tanto Bolsonaro quanto Lula precisam do poder como do ar que conspurcam com sua pútrida respiração. O petralha foi eleito em 2002, exerceu o poder por mais de 13 anos e agora quer voltar à cena do crime. O sociopata foi eleito em 2018 e quer permanecer na cena do crime. Ao que tudo indica, um deles realizará seu intento graças ao despreparo do eleitorado tupiniquim, composto majoritariamente por gente incapaz de perceber que políticos não devem ser endeusados, mas cobrados, e que, como as fraldas, devem ser trocados regularmente, e pelos mesmos motivos.

Em seu penúltimo despautério eleitoreiro, Bolsonaro deu mais uma prova de sua total incompatibilidade com o exercício do cargo que ainda ocupa graças à leniência do Legislativo e do Judiciário. Como derrubar os presidentes da Petrobras não funcionou, ele subiu o tom e o status, demitindo o próprio ministro de Minas e Energia. Seria mais sensato utilizar os dividendos bilionários distribuídos pela empresa aos acionistas (entre os quais o governo brasileiro, que é o acionista majoritário) para criar um fundo de amortização que minimizasse os impactos do preço do barril do petróleo no mercado internacional (causado pela invasão da Ucrânia) e da alta do dólar (causada pela instabilidade gerada pelo atual governo). Mas a Bolsonaro interessa jogar para a plateia (leia-se sua bolha de apoiadores), sinalizando que ele fez sua parte; se não deu certo, não foi por culpa dele.

Dirigindo-se à imprensa numa "entrevista sem direito a perguntas", o novo ministro deixou claro que Bolsonaro trocou um almirante por um comediante. Esperava-se que Adolfo Sachsida dissesse meia dúzia de palavras sobre a política de preços da Petrobras e a trama do centrão para destinar R$ 100 bilhões do pré-sal à construção de uma rede de gasodutos que se ajusta às conveniências do empresário Carlos Suarez, o “rei do gás”. Em vez disso, ele citou Deus, família e Bolsonaro, enalteceu a iniciativa privada e falou que o Brasil é um “porto seguro” para investimentos das “democracias ocidentais” (que, não sem razão, andam assustadas com o que ocorre por aqui). Sobre combustíveis, inflação, soluções possíveis, nem uma palavra.

De acordo com Josias de Souza, o mais novo integrante da trupe ministerial preferiu contar duas anedotas para anunciar o que chamou de “primeiro ato”. Numa, disse que será incluída no programa de privatização do governo a PPSA, estatal criada para explorar o pré-sal. Na outra, disse ter encomendado estudos para privatizar também a Petrobras. Tudo isso a cinco meses da eleição e a sete meses do final deste governo. O ministro desceu do palco sem responder a perguntas, mas esclareceu que suas anedotas são 100% avalizadas pelo presidente da República.

Paulo Guedes, ex-chefe de Sachsida, prometeu arrecadar R$ 1 trilhão com a venda de estatais no primeiro ano da gestão Bolsonaro. Não privatizou nenhuma empresa. O governo havia fixado esta sexta-feira 13 como data-limite para a venda da Eletrobras. O processo está travado no TCU. Ao fazer graça com privatizações sem dizer coisa alguma sobre os planos para frear os reajustes dos combustíveis, o ministro nos faz pensar em Bolsonaro como aqueles vira-latas de antigamente, que corriam atrás de carros, tentando lhes morder os pneus. A diferença é que o “mito” corre atrás de um carro parado. Ele passa a impressão de que vai enterrar os caninos na estatal a cada novo aumento dos combustíveis, mas acaba sempre mordendo o próprio rabo.

Ainda no início desta pavorosa gestão, um ato falho levou Bolsonaro a dizer em alto e bom som que “não nasceu para ser presidente, mas para ser militar”. Mas sua carreira no Exército terminou devido a acusações de indisciplina e insubordinação. A história começou em 1986, quando o então integrante do 8º Grupo de Artilharia de Campanha publicou na revista Veja um artigo intitulado “O salário está baixo” — e foi agraciado com 15 dias de prisão. No ano seguinte, a própria Veja denunciou a “Operação beco sem saída”, na qual Bolsonaro e o também capitão Fábio Passos da Silva pretendiam explodir bombas de baixa potência em várias unidades da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras e em diversos quartéis caso o reajuste do soldo ficasse abaixo de 60%.

De acordo com o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército à época, os capitães “negaram peremptoriamente, da maneira mais veemente, por escrito, do próprio punho, qualquer veracidade daquela informação”. Mas provas testemunhais e documentais — entre as quais um croqui desenhado pelo próprio Bolsonaro — levaram o general a apresentar um pedido de expulsão dos envolvidos. Em 1988, já desligado do Exército, o ex-capitão (que sempre balizou sua atuação política em assuntos caros aos fardados) foi eleito vereador com o apoio das Forças Armadas. Dois anos depois, levou sua bandeira da Câmara Municipal para a Federal, onde passou 27 anos, aprovou dois míseros projetos e colecionou mais de trinta ações criminais.

Em 1991, no primeiro de seus sete mandatos consecutivos, Bolsonaro defendeu o retorno do regime de exceção e o fechamento temporário do Congresso, mas a ação penal por crime contra a segurança nacional, ofensa à Constituição e ao regimento interno da Câmara deu em nada. Em 1994, disse que “preferia sobreviver no regime militar a morrer naquela democracia”. Em 1999, a Mesa Diretora da Câmara propôs um mês de suspensão ao parlamentar por defender o fechamento do Congresso e afirmar que “a situação do país seria melhor se a ditadura tivesse matado mais gente” — entre os quais o então presidente Fernando Henrique —, mas a pena aplicada não passou de uma simples advertência. Meses depois, quando ele voltou a defender o fuzilamento de FHC, o então líder do governo na Câmara chegou a pedir sua cassação, mas a proposta sequer chegou ao plenário da Casa. Em 2016, ao votar a favor do impeachment de Dilma, a inesquecível, Bolsonaro fez uma homenagem ao coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra e foi denunciado ao Conselho de Ética da Câmara por apologia à tortura, mas, mais uma vez, nada aconteceu.

 

Durante a campanha presidencial de 2018, circulou na Web a informação (falsa) de que Bolsonaro teria deixado o quartel por “insanidade mental”. A assessoria de imprensa do Exército divulgou uma nota afirmando que ele havia sido transferido para a reserva automaticamente ao se eleger vereador, conforme determina o Estatuto dos Militares. Balela. O então capitão só não foi expulso do Exército porque a denúncia que o levou às barras da Justiça Militar partiu de Veja, e os episódios que a embasaram aconteceram durante a ressaca da ditadura — época em que ninguém tinha mais aversão à imprensa do que os militares. Fala-se, inclusive, que o STM teria condicionado a absolvição favorável à reforma do acusado.

 

Declarações polêmicas sempre foram (e continuam a ser) a marca registrada de Bolsonaro. A exemplo de Ciro Gomes, o presidente diz o que pensa antes de pensar no que vai dizer. Ciro é mais um populista que aspira ao Planalto (que ora disputa pela quarta vez), mas sua oratória é admirável, ao passo que a de Bolsonaro obreia com a de Dilma, que era incapaz de juntar cré com lé numa frase que fizesse sentido.

 

Bolsonaro foi eleito presidente graças a uma conjunção de fatores, entre os quais o antipetismo e a competência de Gustavo Bebianno como articulador de campanha, sem falar na providencial facada que levou de um despirocado inimputável (mas que não come merda nem rasga dinheiro). Graças a Adélio Bispo, o então candidato do PSL arrumou uma justificativa para não participar dos debates em que seria fatalmente trucidado pela retórica de Ciro Gomes. Mas a pergunta que não quer calar é: se não nasceu para ser presidente, por que diabos o sujeito fez da reeleição seu único projeto de governo? “Prometo que, se eleito, vou trabalhar noite e dia, durante os quatro anos do meu mandato… para ser reeleito”, teria sido sua mais sincera promessa de campanha, como bem destacou o ex-delegado federal Jorge Pontes

 

Bolsonaro percorre a conjuntura que o desfavorece criando crises para desviar a atenção dos graves problemas que não consegue resolver. Entre uma motociata e outra, passeia de jet-ski, participa de atos antidemocráticos, faz discursos golpistas, vitupera o STF, o TSE e as urnas eletrônicas, diz que o lucro da Petrobras “é um estupro”, frita ministros e presidentes da estatal em lives e defende a privatização da empresa. Como sabe que isso não vai acontecer, troca Roberto Castello Branco por Joaquim Silva e Luna, e este por José Mauro Coelho, numa clara tentativa de encontrar um novo Pazuello (um manda e o outro obedece), como fez na Saúde com a nomeação de Marcelo Queiroga. 

 

Mudam as moscas, mas a merda continua rigorosamente a mesma. Com perfis diferentes, os dois degolados e o ministro recém-empossado concordam no principal: reprimir o preço dos combustíveis na marra é burrice (que o diga a ex-gerentona de araque). Eliane Cantanhede escreveu no Estadão que a demissão de Bento Albuquerque serviu de alternativa à já cansativa guerra contra o TSE. Foi como mudar de canal para distrair o país com a ficção da privatização da Petrobras e mais um episódio da série “como jogar almirantes no mar, brigadeiros no ar e generais na terra crua” — o que provocou apenas muxoxos nos grupos de WhatsApp de oficiais da Marinha, deixando a preocupante sensação de que os militares estão anestesiados por salários, privilégios e a falsa sensação de poder. Por outro lado, quem manda no país é o Centrão, e o Centrão, diferentemente dos fardados, defende as eleições e as urnas eletrônicas.

 

Observação: Na Venezuela, o chavismo corrompeu as Forças Armadas com vantagens salariais e negócios escusos. No Brasil, o bolsonarismo acariciou as forças militares com investimentos orçamentários e mimos previdenciários. Há um ano, editou-se portaria para colocar os contracheques dos generais de estimação do capitão numa laje acima do teto salarial do serviço público. Ali, os comandantes de escrivaninha passaram a receber até R$ 78,6 mil mensais, o dobro do salário dos ministros do Supremo. Na época, até o vice-presidente disse que a medida não era ética, mas o próprio Mourão e seus companheiros de armas Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno e Walter Braga Netto embolsaram ganhos extras superiores a R$ 300 mil em um ano. O escárnio ajuda a explicar a submissão dos generais ao capitão indisciplinado. Assim como Bolsonaro, Chávez, um coronel golpista, chegou ao poder pelo voto. No início, simulou respeito às instituições. Aos pouquinhos, corroeu a democracia por dentro. Comprou os militares, anulou o Legislativo, calou a imprensa e cooptou o Judiciário. Milícias bolivarianas armadas pelo governo vigiam e amedrontam a população. Qualquer semelhança com o projeto político de Bolsonaro não é mera coincidência. A milícia bolsonarista, por ora, opera apenas em ambiente virtual. Simultaneamente, o governo civil mais militar da história arma a população. Bem pagos, os generais bolsonaristas compartilham com o capitão a mesma aversão à imprensa, ao Judiciário e ao sistema eleitoral. Bolsonaro deve recitar o CPF e o RG diariamente diante do espelho para ter a certeza de que é ele mesmo quem preside o Brasil, não um impostor venezuelano.

 

Como não costuma erguer a bandeira branca por muito tempo, Bolsonaro já afirmou que o ministro Fachinfoi descortês com as Forças Armadas” ao dizer que “quem trata de eleições são as forças desarmadas”. Aguardemos, pois, os próximos capítulos.