segunda-feira, 15 de abril de 2019

CAPTURA DE TELA NO WINDOWS


O NOVO SEMPRE DESTRONA O VELHO, NÃO EXISTE ZONA DE CONFORTO NESTE NOSSO MUNDO.

Por que escrever manualmente o conteúdo de uma mensagem de erro para enviar à Microsoft ou ao suporte técnico do fabricante do PC, por exemplo, quando é bem mais fácil e rápido pressionar a tecla PrtScr (forma abreviada de Print Screen) e enviar um "instantâneo" da tela para a Área de Transferência do Windows, a partir da qual se pode salvar a imagem e anexá-la a um email, publicá-la na Web, retrabalhá-la com o Paint ou outro editor de imagens, e assim por diante?

Esse recurso está presente no Windows (e em outros sistemas operacionais) desde as mais priscas eras, mas muita gente o subutiliza por simples desconhecimento. Portanto, vale relembrar que, para colar o “instantâneo” obtido via PrtScr num email ou documento do Word, por exemplo, basta você abrir o dito-cujo, posicionar o mouse no ponto desejado, dar um clique direito e selecionar a opção Colar no menu suspenso.

Observação: Se, ao capturar a tela, você pressionar a tecla Alt junto com a PrtScr, o print ficará limitado à janela em primeiro plano (ativa). Em outras palavras, seu papel de parede, as demais janelas abertas, os ícones e quaisquer outros elementos exibidos na Área de Trabalho não serão incluídos na cópia.

Também é possível retrabalhar a imagem capturada usando o Paint (ou em outro editor de imagens de sua preferência) e salvar o arquivo num dos formatos suportados pelo aplicativo, lembrando que o .bmp (bitmap) não utiliza compressão e por isso oferece altas resoluções, mas produz arquivos gigantescos; o .tif  gera arquivos menores sem comprometer (muito) a qualidade da imagem; o .gif  comprime as imagens, mas limita a quantidade de cores simultâneas possíveis (use-o preferencialmente para figuras com poucas cores, como logomarcas ou ícones); o popular .jpg cria arquivos ainda menores, mas com perda de qualidade mais perceptível (use-o apenas para salvar imagens que você vai publicar na Web ou enviar por e-mail), e por aí afora.

Observação: Ao imprimir uma foto recebida por e-mail (que foi anteriormente editada para ter seu tamanho reduzido), você observará falhas decorrentes da compressão do padrão .jpg. Nem perca tempo convertendo o arquivo para outro formato, pois isso não resolverá o problema.

No Windows 7, a Microsoft repaginou o Print Screen, ou melhor, acrescentou uma opção mais rebuscada, que batizou de Ferramenta de Captura (e que está presente também nas versões posteriores do sistema). Para utilizá-la, digite captura no campo de buscas do menu Iniciar do Seven (ou na caixa de pesquisas da barra de ferramentas do Eight ou do Ten), abra o aplicativo e explore as possibilidades que o recurso oferece (que não são exatamente um colosso, mas vão bem além dos que você dispõe quando simplesmente pressiona a tecla Print Screen).

Para a maioria usuários domésticos, o Print Screen e a Ferramenta de Captura do Windows são mais que suficientes, mas não custa saber que existem aplicativos de terceiros que ampliam significativamente o leque de recursos e funções, como veremos na próxima postagem.

domingo, 14 de abril de 2019

LULA ESTÁ PRESO PORQUE É LADRÃO



Lula acaba de completar seu primeiro aniversário na cadeia sem que tenha sido possível perceber, ainda dessa vez, a revolução que as massas fariam para tirá-lo de lá. É verdade que estão trabalhando o tempo todo para soltar o ex-presidente, nos tribunais superiores, nos escritórios de advocacia especializados em defender ladrões do erário e nas alturas da classe “civilizada”, tal como ela existe neste país. Mas a coisa está mais complicada do que garantiam um ano atrás os doutores em análise política — segundo eles, Lula ia ficar não mais que umas 24 ou 48 horas preso, se tanto, pois “o Brasil não aguentaria” o cataclismo de sua entrada no sistema penitenciário.

O Brasil aguentou perfeitamente, como se viu até agora; ninguém está sentindo falta do homem descrito como o “mais importante” da história política do Brasil. Por que será que ficou assim? Talvez porque não se tenha conseguido, até o momento, colocar de pé três argumentos sérios para justificar a sua soltura. Dois argumentos, então? Também não se encontra. Um, pelo menos? Pois é: nem um. Daí a dificuldade de tirar Lula do xadrez – ninguém consegue dar um motivo minimamente razoável para isso.

O que existe, na verdade, é a velha contrafação de sempre — Lula deveria ser solto, segundo afirma o seu sistema de apoio, porque vai ser “bom para o país”. Só por causa disso? Sim, só por causa disso; não se julga necessário dar nenhuma outra razão. Não há surpresa alguma, aí. O Brasil já se acostumou, há anos, a ver os grandes cérebros da nossa política transformarem os interesses particulares do ex-presidente em necessidade nacional — se isso ou aquilo diz respeito a Lula, acham eles, então tem de dizer respeito a todos. Mas, no caso, Lula não está preso por ser uma “figura histórica”, ou porque pode levar o Brasil para cá ou para lá. Ele está preso porque é ladrão, segundo resolveu o único organismo que pode resolver se ele é ladrão ou não é — a justiça brasileira.

Não é uma opinião. Quem diz que Lula é ladrão são os autos — as testemunhas, a exibição de fatos e as provas apresentadas. Mais que tudo, ele foi condenado num processo impecável do ponto de vista legal; seria difícil encontrar algum outro caso na história da justiça penal brasileira em que as exigências da lei para punir alguém tenham sido obedecidas com tantos extremos de cuidado. Seu direito de defesa foi exercido na mais absoluta plenitude; não lhe foi negado rigorosamente nada, no incomparável arsenal de facilidades que a justiça brasileira oferece a réus que têm milhões para gastar com advogados. Ninguém sabe ao certo o número de recursos, apelos, habeas corpus, mandados de segurança, agravos, embargos, etc. que o réu socou em cima da justiça para se defender. Passaram de 100, possivelmente, e tudo o que ele achou errado foi considerado certo pelas instâncias superiores. Fazer o que, então?

Há uma vaga ideia, na elite iluminada, de que a culpa de Lula não está suficientemente demonstrada. Mas muita gente acha que está. E aí: quem resolve? Com certeza não é torcida do Corinthians, nem o Datafolha. É a justiça, e ela já resolveu. Nossa justiça é ruim? É horrível. O presidente do STF levou bomba duas vezes seguidas no concurso para a magistratura; não pode ser juiz nem na comarca de Arroio dos Ratos, mas pode ser presidente do mais alto tribunal de justiça do país. É preciso dizer mais alguma coisa? Mas essa justiça, do jeito que está, é a única disponível no Brasil de hoje — não dá para entregar o julgamento de Lula ao judiciário da Holanda, não é? Além disso, o Complexo Pró-Lula não apenas acha que ele é inocente até prova em contrário, ou até a sua sentença “transitar em julgado”, daqui a mais uma dúzia de sentenças. Acha que Lula é inocente enquanto negar que é culpado; só pode ser punido se um dia confessar seus crimes.

Ninguém reclama, ao mesmo tempo, que estejam presos Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Geddel Vieira Lima e tantos outros. Será que é porque roubaram mais? Ou porque sua prisão “não faz mal ao Brasil”? Jamais se menciona, também, que ex-presidentes presos não prejudicam a “imagem internacional” de país nenhum. Rafael Videla, da Argentina, morreu na cadeia. Park Geun hye, da Coréia, está cumprindo pena de 24 anos de prisão por corrupção. Alberto Fujimori, do Peru, aos 80 anos de idade, acaba de voltar ao xadrez para cumprir o restante da sua pena de 25 anos de prisão por ladroagem, após ter sido liberado por três meses para tratamento de um câncer. Por que teria de ser diferente com Lula?

Texto de J.R. Guzzo

sábado, 13 de abril de 2019

BOLSONARO E O MINISTÉRIO DOS PROBLEMAS CRETINOS



No afã de criticar o atual governo, a FOLHA dá mais uma “derrapada”. Confira a reportagem de capa publicada ontem e as considerações do Secretário Especial Adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, sobre o tema. 

Dito isso, passo a palavra ao ilustre jornalista J.R. Guzzo, já que a síndrome do macaco não me larga.
Eis aqui uma sugestão para o atual governo: criar o mais cedo possível o Ministério dos Problemas Cretinos, dando-se o devido crédito, naturalmente, ao gênio de Millôr Fernandes. O trabalho desse novo ministério seria receber, processar e mandar para uma usina de lixo a ser instalada em Brasília as questões gravíssimas, e sem a mais remota importância prática, que se reproduzem à velocidade alarmante no noticiário político de hoje em dia.

Desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, as “crises” de seu governo se sucedem ao ritmo médio de uma por dia o que já estaria dando, numa conta redonda, cerca de 100 em apenas três meses. É verdade que, até agora, nenhuma delas gerou um miligrama de efeito real, pela excelente razão de terem sido construídas com uma combinação de falta de pé com falta de cabeça. Mas acabam fazendo a administração pública perder um monte de tempo para explicar todo santo dia que o lobisomem visto agora pouco anunciando o fim do governo no Viaduto do Chá não era, olhando bem, um lobisomem de verdade. Entraria aí, então, o novo ministério: às 9 horas da manhã de cada dia útil o serviço de protocolo registraria o conjunto completo de bobagens cinco estrelas noticiadas na véspera, passaria um recibo de entrada e daria a crise por resolvida para o resto da vida.

Em matéria de problema cretino de primeiríssima grandeza, no embrulho de disparates mais recentes servidos pela mídia, pouca coisa se compara à visita que Bolsonaro acaba de fazer a Israel. Segundo a maioria dos árbitros do bem e do mal que nos ensinam diariamente o que devemos pensar sobre todos os assuntos desta vida, a viagem em si foi uma aberração ética imperdoável. Embora o Brasil mantenha relações absolutamente normais com Israel há mais de 70 anos, Bolsonaro cometeu um delito moral, político e diplomático sem perdão pelo simples fato de ir até lá. Nada comprovaria melhor este desastre, segundo os comunicadores mais indignados, do que a nota de protesto contra a visita expedida pelo Hamas um grupo de criminosos que vive da extorsão, do assassinato de inocentes e de atos terroristas para promover a causa palestina. Queriam o quê? Que o Hamas ficasse a favor? Ficava a favor nos tempos de Lula-Dilma; agora não dá mais.

O ponto culminante do desvario, porém, está na abordagem “econômica” da viagem. De acordo com “especialistas” em comércio exterior, ela desagradou aos países “do Oriente Médio”, que importaram cerca de 14 bilhões de dólares de produtos brasileiros em 2018, enquanto Israel importou só 320 milhões. Como podemos arriscar aquela montanha de dinheiro em troca da mixaria que é Israel? O problema disso tudo são os fatos. O tal “Oriente Médio” inclui nada menos do que 15 países entra até Chipre, onde se fala grego e ninguém faz a menor ideia de que Bolsonaro foi a Israel, ou a qualquer outro lugar mais um pouco, enfiariam na lista a Rua 25 de Março. Ainda assim, somando tudo, esse grupo representa menos de 6% das exportações totais do Brasil. Por esse critério de agradar quem compra muito, como ficariam as coisas, então, com os Estados Unidos? Em 2018 o Brasil exportou cerca de 25 bi para lá. Muito cuidado, portanto: não façam nada que possa incomodar os americanos, os maiores amigos de Israel no mundo, porque eles nos compram quase o dobro do que os “árabes”.

Também foi deplorada a catástrofe diplomática que Bolsonaro provocou ao fazer que voltasse para a sua terra o embaixador da Palestina, um negócio que se resume à Faixa de Gaza e é menor que o município de Jundiaí. A coisa foi apresentada como um problema mortal. Mas e daí? Que diferença isso vai fazer no mundo das realidades, se ninguém nem sequer sabia que o homem estava aí? Como disse o general Mourão: “Deixa. Um dia ele volta”. E se não voltar quem é que vai perder 5 minutos de sono com isso?

A recusa em pensar é realmente um problemão no Brasil de hoje. Chamem o Ministério dos Problemas Cretinos.

(Texto de J.R. Guzzo)

Vale pela música:



sexta-feira, 12 de abril de 2019

OS 100 DIAS DE BOLSONARO, BURACOS NEGROS E OUTROS ASSUNTOS


As duas imagens acima são de buracos negros. Escolha a que você acha que combina melhor com a definição desse fenômeno.

OBSERVAÇÃO: Devido à ausência do ministro Marcelo Ribeiro Dantas na sessão de ontem no STJ, o julgamento do REsp de Lula pela 5ª Turma ficou para depois da Páscoa (provavelmente para o dia 23). Veja mais detalhes sobre essa interminável novela na postagem anterior.

O atual governo completou 100 dias anteontem. O presidente comemorou e até pediu desculpas pelas “caneladas”. Disse que não nasceu para ser presidente, e sim militar (?!), mas não descartou a possibilidade de disputar a reeleição. É a prova provada de que o poder vicia, corrompe e é como um camaleão às avessas: todos tomam a sua cor: Num instante em que ostenta a pior avaliação já atribuída a um presidente em início de mandato desde a redemocratização, Bolsonaro já não defende o fim da reeleição, alegando que não cabe a ele, mas ao Congresso promover uma reforma que a elimine do ordenamento jurídico.

Em condições normais, seria apenas constrangedor assistir a um governante que acabou de se eleger com a promessa de ser o coveiro de velhos hábitos políticos comprometendo seu governo com uma disputa pelo Poder que, além de prematura, pode ser paralisante. Quando isso ocorre no aniversário de 100 dias de uma Presidência decepcionante, porém, o constrangimento descamba para a aberração. Como bem salientou Josias de Souza, político que não ambiciona o Poder vira alvo, mas político que só ambiciona o Poder erra o alvo. A única ambição que Bolsonaro deveria ter no momento é a ambição de trabalhar.

O ex-governador de São Paulo e eterno picolé de chuchu, Geraldo Alckmin, disse que o governo de Bolsonaro é improvisado, heterogêneo, com uma pauta equivocada, uma agenda antiquíssima. “Nós estamos discutindo se o nazismo é de esquerda ou de direita, se o golpe foi golpe ou não foi golpe. Uma agenda velhíssima. Não temos nova e velha política, temos boa política e má política. A boa política não envelhece”, afirmou o tucano, do alto da autoridade que lhe conferem os míseros cinco milhões de votos (4,79% do total) que obteve ao disputar a presidência no ano passado (1,3 milhão de votos a menos do que recebeu João Dória, que disputou — e ganhou — o governo de São Paulo). Alckmin também reiterou que o PSDB não fará parte da base do governo, e que o partido irá “votar os projetos que forem importantes ao país”. Segundo O Antagonista, sua vanguarda é o programa de Ronnie Von.

Pausa para o contraponto: O Ibope classificou os 100 primeiros dias do governo Bolsonaro como os piores primeiros 100 dias de todos os governos desde a redemocratização. Mas esse mesmo Ibope também sentenciou que, se chegasse ao segundo turno, o deputado-capitão seria fragorosamente derrotado, independentemente de quem fosse seu oponente. Demais disso, se todos os presidentes eleitos pelo voto popular desde 1989 se saíram melhor que o atual, é preciso não perder de vista que Collor e Dilma foram penabundados do cargo e que Lula está preso (e FHC está senil e, cá entre nós, não tem moral para criticar Bolsonaro, mas isso é outra conversa).

Mudando de pato para ganso: De sua cela VIP em Curitiba, Lula mandou avisara à tigrada que “Gleisi Hoffmann é sua candidata à reeleição para a presidência nacional do partido” (a informação é praticamente oficial, já que vem da colunista social da Folha de S. Paulo). Aproveitando o embalo, presidiário ordenou também “que a oposição interna a ela baixe a bola” (Lula não admite discordâncias; o partido, afinal, é dele). 

Pensando bem, ninguém melhor que a “amante” para chefiar a ORCRIM: a loirinha apoia incondicionalmente a ditadura genocida de Maduro, lambe as botas dos mandatários cubanos e silencia diante da misoginia, da homofobia, da perseguição às minorias étnicas e religiosas (inclusive aos cristãos) perpetradas por seus aliados islamofascistas do Irã, do Hamas, etc. E ainda diz que "Jesus Cristo sempre foi a referência dos petistas", e que se for preciso abandonar Lula para fazer alianças, o PT não fará alianças. 

A questão é que ninguém mais — nem na esquerda — quer fazer aliança com o PT.

COMO FAZER SE VOCÊ ESQUECER A SENHA DE LOGON DO WINDOWS 10

SE VOCÊ ACHA QUE SEU CHEFE É ESTÚPIDO, TALVEZ VOCÊ NÃO TIVESSE UM EMPREGO SE ELE FOSSE MAIS ESPERT0.

Vimos na postagem anterior que proteger o computador, smartphone ou tablet por senha não só previne o acesso não autorizado de bisbilhoteiros e afins — como quando você deixa o computador ligado enquanto faz um lanche ou vai ao banheiro, por exemplo — como dificulta o acesso de terceiros ao dispositivo no caso de perda ou roubo.

“Senha” é força de expressão, naturalmente, pois impressão digital, reconhecimento facial e outros requintes tecnológicos são ainda mais seguros do que as tradicionais combinações alfanuméricas. De qualquer modo, dada nossa natural dificuldade em memorizar senhas complexas, não deixe de ler este post para ver como criar senhas seguras e "lembráveis", este para saber como testar a eficácia de suas senhas e este para obter sugestões de gerenciadores de senhas gratuitos e funcionais.

Focando especificamente na senha de logon do Windows, a fragilidade da política de contas de usuários e senhas de acesso implementada pela Microsoft quando do lançamento da edição Millennium ficou no passado. Por outro lado, uma senha robusta pode se tornar um problema para o usuário legítimo do computador que venha a esquecê-la. Antes de partir para a reinstalação do sistema (que pode não ser um bicho-de-sete-cabeças, mas dá trabalho, toma tempo e resulta em perda de arquivos de difícil recuperação quando não se dispõe de um backup atualizado), tenha em mente que:

Quando instalamos o Windows ou o configurarmos pela primeira (no caso de o computador trazer o sistema pré-instalado pelo fabricante), somos instados a criar uma conta online junto à Microsoft. A boa notícia é que é possível redefini-la usando outro computador, um smartphone ou qualquer outro dispositivo capaz de acessar a Internet. Para isso, basta ir ao site de recuperação de senha da Microsoft e seguir as instruções — que se resumem basicamente em inserir o email do Hotmail ou do Outlook, número telefone ou nome no Skype, clicar em Próximo, transcrever o código que será enviado na página de recuperação de senha, clicar em Próximo > Recebido, digitar a nova senha, confirmá-la, tornar a clicar em Próximo e finalizar o processo.

Caso você não tenha criado essa conta, inicie o sistema no modo de segurança, acesse a tela de seleção de contas de usuário, faça o logon com a conta identificada como Administrador (que dispensa senha) e altere os parâmetros da conta de usuário cuja senha você esqueceu. Para tanto, clique no botão Iniciar > Configurações > Contas > Opções de entrada, no botão Alterar (logo abaixo de Senha/Alterar a senha da sua conta) e siga as instruções na tela. 

Note que isso pode não funcionar se seu Windows 10 recebeu as últimas atualizações de recursos fornecidas pela Microsoft (aquelas que são lançadas duas vezes ao ano) . Então, antes chutar o balde e partir para a reinstalação do sistema, não dê uma olhada nesta postagem.

Boa sorte.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

LULA, AS MENINAS DO JÔ E A AVALIAÇÃO LAPIDAR DE CID GOMES, QUE CONTINUA VALENDO ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO



Dias atrás, uma repórter da GloboNews e ex-integrante das “Meninas do Jô” me fez lembrar do próprio , que costumava responder ele mesmo as perguntas que dirigia aos entrevistados. A questão levantada por essa ex-menina (não só porque o “Programa do Jô” deixou de ir ao ar em dezembro de 2016, mas também porque a dita-cuja já colheu 61 primaveras nos jardins da existência) foi sobre como seria o cenário eleitoral em 2022. E sua resposta (dela, não do entrevistado) foi que Bolsonaro é candidatíssimo à reeleição, que João Dória e Luciano Huck provavelmente concorrerão, e que, pela esquerda, tudo depende do “presidente Lula”. Confesso que me senti tentado a ligar para 4002-2884 e deixar o mesmo recado (lapidar, diga-se) que o senador Cid Gomes deu a uma súcia de petistas, em outubro do ano passado: Lula está preso, babaca. (relembre no vídeo a seguir).


Especular sobre a sucessão presidencial quando a gestão atual começou há pouco mais de 3 meses (se começou mal ou não, isso é outra conversa) me parece um exercício de futurologia sem o menor sentido. Demais disso, Bolsonaro afirmou mais de uma vez ser contrário à reeleição — e que pretende propor sua extinção numa possível reforma política. Semana passada, em entrevista ao jornalista Augusto Nunes no programa “Pingos nos Is” da Jovem Pan, ele voltou a dizer que a reeleição é ruim para o Brasil porque “o prefeito, o governador, até o próprio presidente se endivida, faz barbaridades, dá cambalhotas, faz acordo com quem não interessa, para conseguir apoio político...". Na mesma oportunidade, porém, ele disse: “a pressão está muito forte para que, se eu tiver bem [em 2022], obviamente, me candidatar".

A contradição não chega a surpreender, não quando vem de alguém a quem falta coerência e sobram ideias abiloladas, mas isso também é outra conversa. O detalhe é que Bolsonaro disse isso logo após o Datafolha e o Ibope indicarem que ele é o presidente em primeiro mandato menos bem avaliado desde 1985. Pressão de quem, então, cara pálida?

Tenho comigo que Geraldo Alckmin prestou um desserviço ao país ao insistir em disputar a Presidência quando João Dória tinha chances reais de passar para o segundo turno — e, por que não dizer, de vencer a eleição. Doria não terá esse egun mal despachado a assombrá-lo em 2022, o que é um ponto a seu favor. Quanto a Luciano Huck, acho que o apresentador perdeu o bonde e a vez. É certo que teríamos votado no próprio capeta para impedir a vitória do boneco de ventríloquo comandado pelo presidiário de Curitiba (o que explica a vitória do capitão), mas isso se deu num cenário bastante peculiar, que dificilmente se repetirá em 2022.

O ex-presidente Lula (e não “presidente Lula”, como disse a infante sexagenária) foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em segunda instância (no processo do tríplex no Guarujá) e começou a cumprir a pena no dia 7 de abril de 2018 (há um ano, portanto). Nesse entretempo, foi  sentenciado a mais 12 anos 11 meses de prisão pela juíza substituta Gabriela Hardt (no caso do sítio em Atibaia). Além disso, os autos do processo sobre o terreno do Instituto Lula e a cobertura em São Bernardo do Campo estão conclusos para sentença — o julgamento pode se dar a qualquer momento, a critério do juiz federal Antonio Bonat, que substitui Sérgio Moro no comando da 13ª Vara Federal do Paraná. Aliás, Bonat já negou um pedido de suspeição da defesa do ex-presidente contra o delegado federal Filipe Hille Pace, que investiga Lula no âmbito da Lava-Jato do Paraná. Para além desses processos, o petralha é réu em outros seis, sem mencionar que foi indiciado no início do mês passado, juntamente com o pimpolho Luiz Cláudio, pelos crimes de lavagem de dinheiro e tráfico de influência (clique aqui para mais informações sobre a capivara do eterno presidente de honra do PT),

Se ninguém botar jabuti em árvore, o REsp de Lula — que dentre outros absurdos pleiteia a anulação do processo do tríplex e o envio do caso à Justiça Eleitoral — será rejeitado pela 5ª Turma do STJ, como já o foi por uma decisão monocrática do ministro Félix Fisher, no final do ano passado. E agora que o presidente do Supremo despautou e adiou sine die o julgamento das ADCs que questionam a constitucionalidade da prisão após condenação por um juízo colegiado, não há por que o STJ continuar empurrando o julgamento barriga. Se o que faltava a Fisher para levar o caso em mesa era a manifestação do MPF sobre o pedido de remessa do processo à Justiça Eleitoral, agora não falta mais: o parecer (contrário ao pedido) foi encaminhado na última terça-feira

Voltando à resposta que a repórter da GloboNews deu a si mesma, segue um texto de Josias de Souza (os grifos são meus):

Lula tornou-se para o PT um personagem paradoxal. Preso há um ano, ele continua sendo a única liderança nacional do partido. Mas seu pesadelo criminal transformou-o num líder sem futuro. Hoje, Lula está inelegível até 2038, quando completará 92 anos. Ou seja, do ponto de vista estritamente eleitoral, é um passado que não passa para o partido que fundou. Para que Lula voltasse a ser candidato, como gostaria, seria necessário que a sentença que o condenou a 12 anos e um mês de cadeia fosse anulada nos tribunais superiores. Mas nem os mais fanáticos adeptos do bordão 'Lula Livre' acreditam nessa possibilidade

O petismo agarra-se a uma tênue esperança dos advogados de que a sentença seja pelo menos reduzida no julgamento de recurso no STJ — uma eventual redução da pena permitiria à defesa reivindicar uma progressão de regime prisional. Com sorte, Lula ganharia uma transferência do regime fechado para o semiaberto. Com muita sorte, iria para a prisão domiciliar. Seria um alívio para o preso, não para o PT. No momento, o grande desafio do petismo é o de se reinventar na oposição. 

Por ora, o partido repete o modelo de oposição agressiva que adotava no passado. Com uma diferença: o PT já não se encaixa no papel de virgem no bordel. Os adversários agora sabem o que os petistas fizeram nos verões passados, quando manusearam a chave do cofre. De resto, ser do contra sem dizer o que colocaria no lugar de projetos como a reforma da Previdência não estimula o eleitor a recolocar o PT na fila de alternativas caso Bolsonaro mantenha o país no caminho do brejo. 

O bordão 'Lula Livre' logo será um assunto chato até para o PT, se é que já não é. Ainda que se materializasse, o sonho de liberdade seria seguido de novos pesadelos. Há mais uma condenação de primeira instância. Há também meia dúzia de processos por julgar. Adepto da teoria da palmeira única, Lula jamais permitiu que brotassem outras lideranças no gramado do PT. Seu egocentrismo condenou o partido a administrar a decomposição do seu único líder rendido aos interesses dele.”


ATUALIZAÇÃO: Como eu disse linhas atrás, existe a possibilidade de a 5ª Turma do STJ julgar o recurso de Lula nesta quinta-feira (ou no próximo dia 23, já que Judiciário, trabalho e Semana Santa não se misturam). Em tese, o relator, ministro Felix Fisher, ainda não levou o assunto em mesa porque aguardava a manifestação do MPF — que foi encaminhada na última terça e é contrária ao pedido da defesa de levar o caso do tríplex do Guarujá para a Justiça Eleitoral. O colegiado, conhecido por manter as decisões das instâncias inferiores nos processos da Lava-Jato, é formado por cinco ministros, um dos quais (Joel Ilan Paciornik) se deu por impedido de participar desse julgamento. Fisher já havia negado o apelo monocraticamente, mas a defesa do petralha argumenta é que o recurso expõe dezoito teses jurídicas compatíveis com a jurisprudência do STJ que deveriam ser enfrentadas por todos os ministros da turma. Possíveis resultados são:

1) O apelo ser negado e a condenação ser mantida (caso em que Lula seguirá cumprindo a pena em regime fechado);

2) O reconhecimento de que as decisões inferiores desrespeitaram alguma lei federal — como o Código Penal ou o Código de Processo Penal —, o que levaria à declaração de nulidade do processo, que voltaria à instância em que a falha foi detectada (a defesa alega que a ação não poderia ter sido julgada pelo juiz Sergio Moro; que o magistrado foi parcial; que foi negada a produção de provas periciais, e por aí afora);

3) O reconhecimento da competência da Justiça Eleitoral para analisar ação, o que também levaria à anulação de todos os atos processuais na esfera da Justiça Federal — inclusive da ordem de prisão;

4) A redução da pena (que a defesa considera exagerada) ou a absolvição do réu quanto ao crime de lavagem de dinheiro — em qualquer dos casos, a redução da pena abriria espaço para que o condenado a cumprisse em regime semiaberto ou em prisão domiciliar;

Façam suas apostas (e cruzem os dedos).

A BANDIDAGEM DIGITAL E A PORNOGRAFIA

A REALIDADE É DURA, MAS AINDA É O ÚNICO LUGAR ONDE SE PODE COMER UM BOM BIFE.

Pouca gente clicaria num link ou abriria um anexo de email se houvesse indícios claros de que se trata de maracutaia. Daí a razão de os malfeitores digitais recorrerem à engenharia social — conjunto de técnicas que exploram a ingenuidade, a confiança, a curiosidade, em muitos casos, a ganância vítimas potenciais — para levar as pessoas a fazer coisas que, em outras circunstâncias, elas não fariam. 

De emails com anexos executáveis que se fazem passar por fotos picantes desta ou daquela artista famosa a links que o destinatário é instado a seguir para descobrir por que seu título de eleitor foi cancelado ou seu nome, negativado no SPC são nossos velhos conhecidos, mas o fato é que os cibercriminosos vêm recorrendo cada vez mais ao erotismo para engabelar os incautos.

Um levantamento feito no ano passado pela Kaspersky Labs apurou mais de 12% dos internautas tupiniquins foram infectados por algum tipo de praga digital escritas para o sistema móvel Android (que é o mais utilizado em smartphones) quanto tentaram acessar sites ou baixar apps com conteúdo pornográfico. A preferência dos cibervigaristas por temas pornográficos advém do fato de que, primeiro, a demanda por esse tipo de conteúdo é grande; segundo, as vítimas, por motivos óbvios, dificilmente relatam o incidente.

A pesquisa identificou 23 famílias de programinhas maliciosos que usam esse tipo engodo para ocultar sua verdadeira funcionalidade e infectar o sistema alvo com os chamados clickers (malwares programados para clicar em links de anúncios ou tentar inscrever o usuário em uma assinatura WAP, que consome os créditos pré-pagos do smartphone). 

Cavalos de Tróia ocultos em players de vídeo pornográfico, cujo real objetivo é coletar informações bancárias, são o segundo tipo mais comum de pragas alimentadas pela pornografia, seguidos de perto pelo rooting e pelo ransomware — este último se faz passar por um aplicativo legítimo de sites de pornografia para bloquear o dispositivo da vítima, informar que conteúdo ilegal foi detectado (normalmente pornografia infantil) e pedir resgate em troca da senha de desbloqueio (note que efetuar o pagamento não garante o malfeitor cumpra sua parte no acordo).

Vai de cada um acessar ou não esse tipo de conteúdo — e eu não estou aqui para fazer juízos de valor —, mas quem aprecia uma boa putaria, se o leitor me desculpa o francês, deve tomar alguns cuidados, começando por acessar somente sites confiáveis (quando o acesso é pago, a segurança costuma ser maior, já que seus mantenedores ganham mais cobrando pelo acesso do que vendendo seus dados a terceiros). Nem é preciso dizer que os criminosos constroem páginas falsas bastante chamativas, já que seu propósito é infectar o maior número possível de vítimas.

Observação: A título de sugestão, o Señorporno é um site pornográfico projetado para navegação segura — segundo os responsáveis, não há anúncios ou links que disseminam malware ou colocam em risco a segurança dos clientes.

Jamais navegue por sites comprometedores usando o computador do trabalho ou uma máquina que você compartilha com familiares. Use o seu computador pessoal, tomando o cuidado de abrir uma janela anônima no browser (na navegação “in-private”, histórico de navegação, cookies e outros dados não são gravados), ou, alternativamente, habitue-se a apagar manualmente essas informações ao final de cada sessão (a maneira de fazer isso varia conforme o navegador; acesse esta postagem para saber mais sobre navegação privada e como realizar essa faxina nos programas mais populares).
Utilize um site de busca que não registram as suas atividades.

Note que buscadores como o Google regista tudo o que o internauta faz, de maneira a criar um perfil; portanto, se você estiver buscando putaria, ele provavelmente vai saber disso (independente se for no modo incógnito ou não). Para não ser rastreado e evitar que seu histórico de pesquisas e seus dados sejam realmente ocultados, recorra a um serviço de buscas mais confiável, como o site DuckDuckGo. Outra opção interessante é o Boodigo, que é um motor de busca que ajuda você a encontrar a pornografia que desejar (ele busca somente por isso), mas não colhe as suas informações, preservando seu anonimato.

Volto a lembrar que a melhor solução para quem não quer ser rastreado na internet é ocultar seu IP com o auxílio de uma VPN. Para saber mais sobre navegação anônima e redes virtuais privadas, reveja esta postagem.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

LAVA-JATO, STF, STJ, CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE




Em 2009, uma operação destinada a investigar o então deputado federal José Janene e os doleiros Alberto Youssef e Carlos Habib Chater ganhou o codinome “Lava-Jato” (talvez porque a casa de câmbio dos doleiros era contígua a um posto de combustíveis onde funcionava também um lava-rápido), mas sua primeira fase ostensiva foi deflagrada somente em 17 de março de 2014, quando foram cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, 18 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 19 de condução coercitiva em 17 cidades de 6 estados e no Distrito Federal. Aliás, o longa Polícia Federal — A Lei é para todos retrata bem o início da operação, embora a série O Mecanismo — cuja segunda temporada deve ser lançada do final do mês que vem — seja mais rica em detalhes, a despeito de trocar os nomes dos envolvidos (inclusive da própria Polícia Federal, que na série se chama Polícia Federativa) e apresentar os fatos de forma romanceada.

Em março de 2015, o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de 21 inquéritos no STF contra 50 senadores, deputados federais, caciques políticos e afins, dando origem à primeira “Lista de Janot”). Mais adiante seriam abertos outros 180 inquéritos — entre casos do Petrolão e suas ramificações em outras estatais e órgãos da administração pública. Descobriu-se que a empreiteira Odebrecht foi o pivô do maior e mais bem organizado esquema de corrupção em toda a história do capitalismo (segundo a Transparência Internacional). Marcelo Odebrecht foi condenado a 47 anos de prisão; Emílio, seu pai, a 4 anos. Juntamente com setenta e tantos executivos do alto escalão da construtora, eles fecharam um acordo de colaboração/leniência que ficou conhecido como a Delação do Fim do Mundo e envolveu o pagamento de R$ 8,6 bilhões a título de indenização. Atualmente, pai e filho, que não se entendiam antes do episódio e agora sequer se falam, cumprem prisão domiciliar; o patriarca, em Salvador, e o Marcelo, num condomínio em Sampa.

A despeito de muitos terem ouvido as trombetas anunciando o Apocalipse, o mundo só acabou para Zavascki, que foi vítima de um acidente aéreo às vésperas de homologar a megadelação. Cármen Lúcia, então presidente do STF, tomou a tarefa para si, e Edson Fachin assumiu o lugar do falecido na relatoria dos processos da Lava-Jato na corte. Mas nada é tão ruim que não possa piorar, e poucos meses mais tarde a magnitude da delação da Odebrecht foi ofuscada pelas revelações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, além de Ricardo Saud e outros 4 altos executivos da JBS.

ObservaçãoJoesley Batista, preso em setembro de 2017 por omitir informações na sua delação, foi solto seis meses depois e aguarda recluso (cercado de uma dúzia de seguranças e, ainda assim, com medo de possíveis retaliações dos delatados) a decisão o STF sobre a imunidade que obteve com seu acordo de colaboração. Apesar dos pesares, de lá para cá o patrimônio dos irmãos Batista cresceu R$ 2,5 bilhões, o que lhes assegura uma posição de destaque entre os 50 brasileiros mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes. 

Processos envolvendo cinco dos seis ex-presidentes eleitos pelo voto direto desde a redemocratização resultaram na prisão da autodeclarada “alma viva mais honesta do Brasil” e levaram o sucessor da calamidade em forma de gente a passar 5 dias preso preventivamente na PF do Rio de Janeiro (Temer e seus cupinchas foram soltos por uma liminar concedida monocraticamente por um desembargador que o jornalista J.R. Guzzo classificou magistralmente como “especialista em libertar ladrões do erário que ficou sete anos afastado da magistratura por acusações de praticar estelionato”, mas o MPF recorreu da decisão.

Segundo um levantamento feito pelo site JOTA, dos 193 inquéritos da Lava-Jato e de seus desdobramentos na mais alta corte do país, cerca de 30% foram arquivados, tiveram a denúncia rejeitada ou resultaram em absolvição total ou parcial. Isso não quer dizer que os outros 70% resultaram em condenação, até porque a maior parte deles continua em tramitação, mas, de seis réus nas duas únicas ações penais já julgadas, três foram absolvidos, um teve a pena extinta por prescrição e somente dois condenados terão, de fato, de ir para a prisão. Uma análise dessas decisões mostra que os desfechos são baseados no tripé "falta de provas, extinção de punibilidade e prazo para término das investigações", e que os arquivamentos são corriqueiros desde o início da Lava-Jato.

Ao autorizar a abertura dos inquéritos da lista de Janot, o ministro Zavascki determinou simultaneamente, por falta de elementos, o arquivamento de sete implicações feitas por delatores a políticos como Aécio NevesDelcídio do Amaral e Henrique Eduardo Alves. Como esses casos não chegaram a formalizar uma investigação, não foram incluídos no levantamento do JOTA, mas todos os envolvidos acabaram virando protagonistas ou coadjuvantes de outras investigações da Lava-Jato.

Apenas duas ações penais da Lava-Jato foram julgadas até hoje no Supremo. Uma delas é a que investigou a deputada federal e presidente do PTGleisi Hoffmann, e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. A ação começou a tramitar como inquérito e foi autuada no dia 9 de março de 2015; em 19 de junho de 2016, os réus acabaram absolvidos (por 3 votos a 2, prevaleceu o entendimento de que os elementos contra a então senadora eram “apenas indiciais”, sem comprovação efetiva). Mesmo no caso do primeiro parlamentar a ser condenado no âmbito da Lava-Jato, o deputado federal Nelson Meurer, os ministros declararam a extinção de punibilidade de Cristiano Augusto Meurer, filho do parlamentar, por prescrição (eles entenderam que a única conduta que geraria a sanção penal seria de junho de 2008, portanto, e que, no caso, o Estado já não teria mais direito de puni-lo). Meurer pai foi condenado a 13 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, enquanto seu outro filho, Nelson Meurer Júnior, a 4 anos, 9 meses e 18 dias de prisão por corrupção passiva. A expectativa é que o deputado comece a cumprir a pena ainda no primeiro semestre. 

ObservaçãoAinda tramitam no Supremo outras oito ações penais, enquanto outras 11 denúncias aguardam julgamento e outros 75 inquéritos estão em regular tramitação (esses números podem mudar conforme as ações relacionadas de alguma maneira com caixa 2 forem encaminhadas para a Justiça Eleitoral).

Depois que o Legislativo deixou de ser confiável — dado o número significativo de deputados e senadores enrolados na Justiça, mas que continuam transitando livremente pelos corredores do Congresso — o Judiciário se tornou o último bastião dos brasileiros que não aguentam mais tanta corrupção na política — tem até parlamentar em prisão domiciliar, que dá expediente na Câmara e passa a noite na cadeia. Do Executivo, então, é melhor nem falar. FHC é o único ex-presidente eleito na “nova república” que não corre o risco de ser preso no médio prazo. No último domingo, Lula, o pseudo pai dos pobres, completou um ano de encarceramento numa sala VIP da PF em Curitiba; Sarney já foi denunciado duas vezes no âmbito da Lava-Jato (mas até agora não foi julgado); Collor responde a sete inquéritos no STF (graças ao esclarecidíssimo eleitorado alagoano, ele ainda é senador) e é réu num deles desde agosto de 2017; Dilma se tornou ré no final do ano passado (acusada de corrupção e lavagem de dinheiro por ter se beneficiado, junto com outros integrantes da cúpula do PT, de até R$ 1,4 bilhão em propinas em troca de contratos com empresas envolvidas na Lava-Jato), e seu vice e digníssimo sucessor é tetra réu (duas vezes no Rio, uma em São Paulo e outra no DF) e corre o risco de ter sua soltura revogada a qualquer momento.     

Gilmar Mendes é o ministro supremo com mais pedidos de impeachment. Integrante e líder da ala “garantista” — da qual fazem parte Ricardo LewandowskiDias ToffoliMarco Aurélio Mello e Celso de Mello —, o magistrado mato-grossense é useiro e vezeiro em mandar às favas a jurisprudência e mandar soltar monocraticamente os presos da força-tarefa. Curiosamente, Mendes era defensor ferrenho da prisão após condenação em segunda instância, mas virou a casaca em algum momento e agora busca amealhar votos para reverter o entendimento da Corte. Diz-se que ele vem pressionando desembargadores do STJ para rever as condenações da Lava-Jato, em vez de simplesmente homologar as decisões das instâncias inferiores. Aliás, o ex-presidente José Sarney — denunciado duas vezes por suposto recebimento de propina em contratos superfaturados da Petrobras e da Transpetro, mas que até agora não foi julgado —, também vem pressionando um seu apadrinhado no STJ a votar em favor da defesa no julgamento do recurso especial do chumbrega de Garanhuns. Tutti buona gente!

Na semana passada, por alguma razão que para mim não ficou bem clara, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, despautou as ADCs que iriam a julgamento na sessão plenária de hoje. Talvez agora o STJ finalmente se digne de apreciar o recurso especial de Lula, encerrando de vez o caso do tríplex no âmbito da terceira instância. Em sendo mantida a condenação, uma eventual mudança no entendimento da jurisprudência da corte deixaria de favorecer o petralha. Isso porque, caso a prisão após condenação em segunda instância não seja mantida, a expectativa é de que prevaleça a “proposta conciliadora” do próprio Toffoli, qual seja a da prisão após a decisão em terceira instância (e não somente no final do processo, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória — o que no Brasil é o “dia de S. Nunca” para criminosos que têm cacife para contratar advogados estrelados).

Durma-se com um barulho desses!

PRIVACIDADE E SEGURANÇA NA WEB


QUE FORMOSA APARÊNCIA TEM A FALSIDADE!

De acordo com a Kaspersky Lab, quase metade dos internautas perderam dados em seus smartphones (47%), computadores (52%) e tablets (20%). 

Ações como revisar notificações em redes sociais e verificar emails a todo instante e em qualquer local colocam em risco a privacidade e a segurança se não forem tomados os devidos cuidados. Por essas e outras, vale repetir (mais uma vez) que, ao instalar aplicativos, prefira baixá-los de fontes seguras e se limitar àqueles que realmente terão alguma utilidade para você.

Jamais clique em “Aceito” sem analisar quais as permissões o programinha solicita. Uma lanterna ou um gravador de voz, por exemplo, não precisa saber a sua localização e tampouco ter acesso à sua lista de contatos. Instalar tudo que você vê pela frente, e de forma açodada, é procurar sarna para se coçar, pois envolve um risco muito grande em troca de pouco ou nenhum benefício.

O Windows continua sendo o sistema operacional para PCs mais usado em todo o mundo, e é justamente dessa popularidade que advém sua propalada insegurança — por óbvio, hackers, crackers e assemelhados preferem focar um programa largamente utilizado a investir em outro que pouca gente utiliza. Portanto, baixar e instalar as atualizações e correções disponibilizadas pelo Windows update é fundamental.

Infelizmente, ainda não descobriram uma alternativa viável aos antivírus. Até que isso aconteça, instalar, configurar adequadamente e manter atualizada uma suíte de segurança é de importância vital, mesmo que nenhuma dessas ferramentas seja 100% confiável.

Proteger seu computador, smartphone ou tablet com uma senha de segurança previne a ação de bisbilhoteiros e dificulta o uso do aparelho por amigos do alheio. Convém também não repetir senhas (isto é, usar a mesma combinação alfanumérica para se logar em múltiplos sites ou serviços). Logar-se com sua conta do Gmail ou do Facebook, por exemplo, é cômodo, mas tenha em mente que comodidade e segurança raramente andam de mãos dadas.

Sistemas operacionais são multitarefa, mas você, não. Eu, pelo menos, não sou. Dizem que as mulheres tem mais facilidade de gerenciar diversas tarefas ao mesmo tempo, mas, no computador ou no celular, com muitas distrações na tela os usuários tendem a prestar menos atenção ao que estão fazendo e acabam clicando em links ou baixando arquivos de sites maliciosos. Portanto, mantenha o mínimo de aplicativos e abas do navegador abertos ao mesmo tempo e procure se concentrar no que realimente interessa.

Falando em links suspeitos, uma das maneiras de os cibercriminosos fisgarem suas vítimas e valer-se da curiosidade inerente ao ser humano. Redobre os cuidados ao pensar em abrir anexos ou clicar em links em mensagens ou páginas com títulos chamativos ou curiosos, por exemplo. Como diz o ditado, “a curiosidade matou o gato” — há quem diga que a satisfação o ressuscitou, mas isso é outra conversa.  

Fabricantes de aplicativos e prestadores de serviços online se valem da notória aversão que a maioria de nós tem pela leitura dos intermináveis contratos (EULA e afins) que regulamentam o que o usuário pode ou não fazer, resguarda os direitos do desenvolvedor (propriedade intelectual), e por aí afora. Como esses contratos costumam ser muito e de difícil compreensão, quase sempre aceitamos os termo e seguimos adiante com a instalação. Mas basta ler um deles com atenção para desistir de instalar o programinha — mais de 80% dos apps para Android têm acesso a contas, contatos, mensagens, chamadas e arquivos armazenados no aparelho do usuário. Depois não adianta reclamar, pois foi você mesmo que autorizou essa devassa na sua privacidade ao concordar com os termos e instalar o software. 

Observação: A título de sugestão, instale o EULAlyzer no seu Windows. Com ele, bastam alguns cliques para visualizar um relatório rápido e conciso do conteúdo potencialmente perigoso.

Por último, mas não menos importante: tome muito cuidado com fotos e outros conteúdos sensíveis que você publica em suas redes sociais e que tais, pois pessoas mal-intencionadas podem usar essas informações de diversas maneiras. Ainda de acordo com a Kaspersky Lab, apenas 7% dos internautas não compartilham informações em suas redes — portanto, pense duas vezes antes de fazer parte dos outros 93% que disponibilizam na internet todo tipo de informação.

terça-feira, 9 de abril de 2019

BOLSONARO, LUA-DE-MEL E PALANQUE


Vinicius de Moraes se casou nove vezes, Fábio Júnior, sete, e Jair Bolsonaro, três. Mas Bolsonaro teve quatro luas de mel, pois, no âmbito da política, essa expressão designa os primeiros 100 dias de governo, quando os deslizes do governante são mais facilmente perdoados, e seus defeitos, relevados pela maioria dos que elegeram o mandatário da vez.

É fato que este governo já começou com nuvens negras no horizonte, dada a espúria relação do clã presidencial — notadamente do filho Flávio — com o dublê de ex-policial militar e ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. Mas uma sequência de intercorrências funestas — como o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho; o incêndio no Ninho do Urubu; a conturbada exoneração de Gustavo Bebianno, as birras pueris entre Bolsonaro e Rodrigo Maia, só para relembrar as mais notórias — fez a mídia mudar o foco. A questão é que a vocação do presidente para se meter em enroscos é inata e não tem limites.

Bolsonaro passou do baixo-clero da Câmara à Presidência da República com o apoio de inúmeros brasileiros que teriam votado até no Tinhoso para impedir a vitória do patético boneco de ventríloquo comandado pelo presidiário mais famoso do Brasil (que completou um ano na cadeia no último domingo; que venham muitos outros). Não obstante, diferentemente dos “bolsomínions” — radicais de direita que, como petistas de sinal trocado, aplaudem tudo que seu líder diz ou faz —, os eleitores "involuntários" do deputado-capitão não estão satisfeitos com sua performance na nova função.

Como na fábula do velho, o menino e o burro, Bolsonaro foi, é e continuará sendo criticado, diga ele o que disser, faça ele o que fizer. O problema é que, enquanto sua tropa de choque se esfalfa para debelar os focos de incêndio, suas estultices põem mais lenha na fogueira. Quando mais não seja, isso contribui para a queda de popularidade deste governo: entre janeiro, 50% dos entrevistados avaliavam-no com ótimo ou bom; em março, eram apenas 38%. E o percentual dos que consideravam a gestão regular e passaram a classificá-la como ruim ou péssima cresceu 5% em relação a janeiro. No frigir dos ovos, cerca de 15 milhões de pessoas que votaram no candidato pesselista deixaram de considerar seu governo de maneira positiva. E não sem razão.

Nos primeiros 100 dias de governo, Bolsonaro enfrentou diversos episódios de desgaste político: a já mencionada investigação sobre milícias envolvendo o gabinete de zero um na Alerj, as candidaturas de laranjas de seu partido, os entrechoques entre militares e a ala do governo sob influência do escritor Olavo de Carvalho, a crise no MEC, a troca de farpas com o Congresso e a dificuldade no encaminhamento da reforma da Previdência. A economia segue em ritmo lento, e a taxa de desemprego cresceu em relação ao trimestre passado — está em 12,4%. Nove dos 22 ministros têm contas a acertar com a Justiça — um foi exonerado, e pelo menos outros três já deveriam tê-lo sido (detalhes na postagem anterior), sem mencionar a absoluta ausência de articulação política do Planalto, evidenciada ad nauseam na última quarta-feira, quando o ministro da Economia foi massacrado por uma caterva de parlamentares de esquerda (para os quais o fracasso daquele que derrotou o bobo-da-corte da Petelândia se apresenta como a única chance de retomarem o poder).

Observação: Bolsonaro ironizou o resultado das pesquisas. Segundo ele, não vale a pena perder tempo comentando os números de um órgão de pesquisas que vaticinou sua derrota no segundo turno, independentemente de quem fosse o adversário. Aliás, também segundo essa pesquisa, Dilma é quem teve numericamente a melhor avaliação a esta altura do mandato, com 47% de ótimo/bom em 2011. Mas não custa lembrar como o segundo mandato da ex-presidanta incompetenta terminou, sem mencionar que, se durar mais alguns anos, essa tragédia em forma de gente corre o risco de ser encarcerada, a exemplo de Lula, que está em cana há um ano, e de Michel Temer, que está em vias de voltar para lá. E a vez de Collor também há de chegar. Pelo visto, de todos os presidentes democraticamente eleitos pelo voto popular desde o fim da ditadura militar (aquela que hoje sabemos não ter existido), somente FHC escapa incólume (Itamar era vice promovido a titular, e já morreu; Sarney idem, embora tenha esquecido de deitar e venha pressionando um seu apadrinhado no STJ a votar favoravelmente ao recurso de Lula

Por mais que seja criticado se montar no burro, puxá-lo pela rédea ou carregá-lo nas costas, o capitão precisa descer do palanque. Uma coisa é a campanha, durante a qual conta a relação do candidato com os anseios, reais ou ilusórios, do eleitorado, e outra, bem diferente, é a tratativa institucional que norteia o funcionamento da interdependência entre os poderes da República. Bolsonaro ainda não subiu a rampa do Palácio do Planalto, e sua lua de mel terminou sem ganhos relevantes no desatamento dos nós da administração que impedem o Brasil de sair do atraso na economia, saúde, educação e segurança. Nenhuma de suas propostas andou — nem mesmo as medidas provisórias, entre as quis a da remodelação do Ministério da Economia e a liberação de auxílio de emergência às vítimas de Brumadinho, e isso num Parlamento que já aprovou até confisco da poupança.

ObservaçãoDora Kramer, sempre brilhante em sua coluna, relembra que, se o chefe do Executivo acha que pode atuar em desconexão com o Legislativo, é natural que a recíproca seja verdadeira. Donde os dois “trocos” que os deputados deram a Bolsonaro ao lhe infligir derrotas significativas com a aprovação do Orçamento impositivo e a rejeição do decreto que ampliava o escopo do sigilo a documentos oficiais. O cacoete de parlamentar meramente reativo, livre para provocar em seu nicho de atuação no baixo ­clero, parece ser o que impede Jair Bolsonaro de perceber que o início do período presidencial corresponde à entrada em cena do Congresso, à mudança da natureza do palco e, sobretudo, às demandas da plateia. Na campanha, candidatos falam à arquibancada; na Presidência, governantes precisam lidar com o pessoal das cadeiras e camarotes se não querem ver a partida ser encerrada antes do tempo regulamentar.

Ninguém esperava que o atual governo operasse um milagre que fizesse a economia bombar em três meses. Mas o mercado e o empresariado compraram o projeto liberalizante de Paulo Guedes, que prometeu recolocar o país na rota do crescimento. Seu plano econômico é encabeçado pela reforma previdenciária e complementado com uma série de privatizações, além de uma profunda reforma tributária, e cem dias talvez não bastem nem para começar a fazer isso tudo, mas são suficientes para revelar o engajamento do governo e sua capacidade de articulação para tirar os projetos do papel.

O empresariado ainda ampara o presidente, sobretudo por ter Paulo Guedes à frente da Economia e pelos bons serviços prestados por Tarcísio de Freitas na pasta da Infraestrutura (tais como os leilões de concessão de dois portos e de um novo trecho da Ferrovia Norte-Sul). Isso sem desmerecer a importância de Sérgio Moro, que, infelizmente, ainda não teve jeito de mostrar a que veio. Mas as pastas da Educação, das Relações Exteriores e dos Direitos Humanos são vistas como “caóticas” e “vergonhosas”. Para piorar o cenário, a bizarra queda de braço entre Bolsonaro e Rodrigo Maia, mesmo tendo sido superada, deixou sequelas funestas, como a redução no número de parlamentares que se declaravam favoráveis à reforma da Previdência (que caiu de 69% para 56%).

A exemplo de certo ex-presidente impichado — hoje senador por Alagoas e réu na Lava-Jato —, Bolsonaro iniciou seu mandato sem uma coligação partidária que lhe oferecesse apoio no Congresso (oxalá as semelhanças parem por aí). Seu governo não tem um partido coeso e integrado — o PSL até dispõe da segunda maior bancada da Câmara, com 54 deputados, mas isso é insuficiente numa Casa com 513 cadeiras. Demais disso, a maioria dos deputados pesselistas é estreante, sem traquejo nas dinâmicas do Legislativo, ao passo que os mais antigos se queixam de que a sigla não tem organograma nem regimento interno, e que seus deputados não conseguem entender o que estão votando sem assessoria técnica. 

Para um governo que se propõe a implementar reformas estruturais, é preciso muito mais capacidade de articulação (note que negociação não significa necessariamente corrupção). A retórica para agradar os bolsomínions (para quem o presidente está certíssimo, devendo mesmo esquecer o Congresso e falar diretamente com eles) atrapalha a relação com os demais eleitores, e a única maneira de estancar a perda de popularidade é com a retomada do crescimento. Mas Bolsonaro age com uma versão tupiniquim do seu ídolo norte-americano, que permanece há dois anos disparando mensagens pelo Twitter com o mesmo discurso hostil aos oponentes da época da campanha. Também nesse caso, as realidades são diferentes, a começar pelo fato de o homem da peruca laranja (sem qualquer intenção de fazer trocadilho com o laranjal do PSL) ter assumido o cargo com a economia em crescimento e um governo muito bem estruturado.

Faltam à Bolsonaro a contenção da retórica de palanque, empenho nas pautas fundamentais, disposição para ouvir e negociar, inclusive com opositores. Um governo popular e fraco, sem condições de implementar as medidas de que o país precisa para retomar o crescimento só interessa ao segmento radical e apodrecido da oposição — composto de devotos da seita do inferno cujo sumo pontífice, alvo de 10 processos, condenado em dois e às vésperas de um deles ser julgado pela terceira instância do Judiciário, completou, dias atrás, um ano como hóspede compulsório numa suíte máster da Superintendência da PF em Curitiba.

Que Deus nos ajude.

A PRIVACIDADE NA WEB E O COELHO DA PÁSCOA


JAMAIS DEIXE A MÃO ESQUERDA SABER O QUE A DIREITA ESTÁ FAZENDO.

Privacidade e redes sociais são coisas mutuamente excludentes, até porque mesmo gigantes como o Google e o Facebook estão sujeitos a incidentes de segurança.

Em 2018, o Facebook amargou um prejuízo astronômico devido ao uso não autorizado de informações confidenciais dos internautas pela empresa de análise de política de dados Cambridge Analytica. Também foi a exposição de dados sensíveis de 50 milhões de usuários do G+, aliada à baixa demanda pelo serviço, que levou a gigante das buscas a descontinuar sua rede social (detalhes no post do último dia 1º).

Se você acredita que existe segurança e privacidade na Web e, por extensão, no uso de dispositivos conectados, talvez creia também na Fada do Dente e no Coelho da Páscoa. Mas existem maneiras de minimizar os riscos. A Internet Society — organização sem fins lucrativos dedicada a garantir o desenvolvimento aberto, a evolução e ampliação do uso da Internet — elaborou um guia focando nos riscos e sugerindo algumas medidas simples para resguardar a privacidade online. Confira:

Manter atualizados os dispositivos e aplicativos — se houver funções de atualização automática, como nos PCs, smartphones e congêneres, é importante ativá-las; do contrário, deve-se buscar as atualizações manualmente.

Alguns dispositivos e serviços oferecem recursos de criptografia, mas eles nem sempre vêm ativados por padrão. Consulte o manual do aparelho ou o site do fabricante para se informar sobre essa camada de proteção e, em sendo o caso, como fazer para habilitá-la.

Aplicações como lanterna nunca devem saber onde você está ou seguir a sua programação. Então, não deixe essa funcionalidade acionada. Revise as configurações de permissão e desative as que permitem que os aplicativos coletem mais dados do que você gostaria.

Não permita o compartilhamento de informações para além do necessário. Verifique suas configurações de privacidade e defina adequadamente quem pode ter acesso ao quê. Demais disso, evite vincular suas contas de redes sociais com outros serviços. Seus perfis não precisam saber o que você lê, que músicas ouve e assim por diante. 

Aumente as proteções de privacidade no navegador. Há diversas extensões (plugins) que podem aumentar sua privacidade enquanto você navega na Web. O complemento do navegador HTTPS Everywhere garante o uso sistemático da criptografia SSL em todas as webpages que o suportam. Já o Ghostery e o Privacy Badger bloqueiam cookies de rastreamento (ou web beacons), utilizados pelas empresas para colher informações sobre seus hábitos de navegação.

Não reutilize senhas. Por mais tentador que seja usar a mesma senha em vários dispositivos ou serviços, do ponto de vista da segurança isso é uma péssima ideia. Para saber como criar senhas seguras, acesse essa página da MCAFEE ou recorra ao serviço MAKE ME A PASSWORD; para testar a segurança de suas senhas, acesse a CENTRAL DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA DA MICROSOFT ou o site HOW SECURE IS MY PASSWORD. Vale também instalar um gerenciador de senhas e aprender a usá-lo. Para os dispositivos domésticos, registre as senhas numa caderneta e guarde-a em local seguro — mas jamais as escreva num post-it e cole na moldura do monitor.

— A autenticação de dois fatores (2FA) vai além do nome de usuário e senha, robustecendo sua proteção no âmbito digital. O site Two Factor Auth ensina a configurar esta função em cada página web, seja ela bancária ou de redes sociais.

Continua no próximo capítulo.