O BANCO É UMA
INSTITUIÇÃO QUE EMPRESTA DINHEIRO À GENTE SE A GENTE APRESENTAR PROVAS
SUFICIENTES DE QUE NÃO PRECISA DE DINHEIRO.
Feitos os
ajustes sugeridos no post anterior, reveja as extensões do seu navegador, que servem para ampliar a funcionalidade,
mas consomem memória RAM. Note que algumas extensões são instaladas à sua
revelia, de carona com freewares que você baixa da Web por exemplo, e podem não
ter qualquer utilidade para você. Então:
― Repita os passos indicados no post
anterior para acessar a tela de configurações do Chrome.
― Clique no menu Mais ferramentas e, em seguida, em Extensões.
― Na janela das extensões, desmarque o
quadrinho ao lado de Ativada nos itens
que você deseja desabilitar, mas manter. Para remover uma extensão (caso você
decida que ela realmente não tem utilidade), clique no ícone da lixeira
correspondente ao item em questão.
― Reinicie o navegador.
Abrir várias instâncias do browser (ou várias abas ao mesmo
tempo) também provoca aumento no consumo de memória. Habitue-se a fechar as
abas ociosas ou, se preferir, instale o plugin Great Suspender ―
que monitora em tempo real as abas abertas e coloca em animação suspensa as que
estão inativas.
Para adicionar esse complemento, torne a acessar a
janela das configurações do Chrome,
abra a tela das extensões, clique em
Obter mais extensões, digite Great Suspender na caixa de
pesquisas e tecle Enter. Quando
localizar o programinha, clique sobre ele e em Usar no Chrome.
Concluída
a instalação (que leva uns poucos segundos), reinicie o navegador e clique no
ícone que agora será exibido à direita da barra de endereços (oriente-se pela ilustração desta postagem). No menu
suspenso, selecione Configurações, ajuste o tempo de
inatividade da página (o intervalo padrão é de uma hora, mas você pode
alterar para qualquer outro entre 20 segundos e 3 dias ― sugiro
5 minutos) e torne a reiniciar o navegador.
Pela primeira vez na nossa história,
um presidente da República é formalmente investigado no STF. Se vivêssemos num
país sério, ele seria afastado até a conclusão do inquérito e reconduzido ao
cargo ― por que não? ― se e quando sua lisura restasse comprovada. No entanto,
como sua imprestável predecessora ― e Collor
antes dela ―, Michel Temer não tem a
grandeza de pôr os interesses nacionais acima dos pessoais.
― NÃO RENUNCIAREI. REPITO: NÃO RENUNCIAREI. SE QUISEREM, ME DERRUBEM!
― rosnou sua insolência, o dedo em riste demonstrando que o que lhe importa é
se agarrar ao trono a qualquer preço. “Renunciar
seria uma confissão de culpa”, completou. Mas, convenhamos: a esta altura
do campeonato, será que alguém ainda acredita em suas justificativas
estapafúrdias?
O problema é que todo mundo (ou quase) quer ver Temer pelas
costas, mas ninguém quer fazer o
trabalho sujo. O governo ruiu, mas o cara continua lá, aprovando coisas um
tanto sem sentido, apenas para sinalizar que tudo está na mais perfeita ordem,
na mais santa paz. Resta saber quando e como deixará o Planalto ― até porque,
se já é uma temeridade (com o perdão
do trocadilho) manter no comando da nação um dirigente impopular, avalizar a
permanência de um corrupto seria inconcebível.
Descartada a renúncia e afastado o
impeachment ― primeiro, porque Rodrigo
Maia vai empurrar a coisa com a barriga enquanto puder; segundo, porque o
processo demoraria demais, e o país dificilmente sairia ileso de outra deposição
de presidencial, via Congresso, em menos de 18 meses ―, resta o inquérito no STF, mas a bomba deve explodir mesmo é
no colo do TSE. Senão, vejamos.
O julgamento da ação proposta pelo PSDB após as eleições de 2014 ― a
pretexto de “encher o saco do PT”, segundo
revelou o senador ora afastado Aécio
Neves em conversa gravada por Joesley
Batista ―, vem se arrastando há anos, e já foi adiado no início de abril, a
pretexto de dar mais prazo para os advogados de Dilma e Temer
apresentarem suas alegações finais. Adiá-lo novamente, ainda que mediante um
pedido de vista ― vale lembrar que dois novos ministros foram nomeados recentemente
pelo próprio Temer ― será desmoralizante
para o Tribunal.
Por ironia do destino, o partido
que se tornou o maior aliado do governo com o impeachment da anta vermelha se
transformou no seu algoz. E agora, como bons tucanos que são, os peemedebistas
mantêm um pé no poleiro e os olhos no TSE,
prontos para bater asas e voar no instante em que a cassação lhes parecer
inevitável. Outra curiosidade digna de nota: o retardamento do julgamento complicou
ainda mais a situação do presidente, pois propiciou a inclusão de mais
elementos contra ele. Se não há evidências de que o peemedebista recebeu
dinheiro de caixa 2 para sua campanha de vice, não faltam provas de que a chapa recebeu e, portanto, ele se
beneficiou dos mesmos recursos que garantiram a reeleição da petista.
Depois de dizer que “os juízes não são de Marte”, dando a
entender que lhes é impossível ignorar o cenário político e as consequências da
cassação de (mais) um presidente, o ministro Gilmar Mendes garantiu que o julgamento
será “jurídico e judicial”, que “o Tribunal não é joguete de ninguém” e que “não
cabe à Corte resolver crise política”.
Antes do vazamento da delação dos
donos da JBS, não havia dúvidas de
que o TSE livraria a pele de Temer. Afinal, a última coisa de que o
país precisa é outra troca de comando em tão curto espaço de tempo, especialmente
quando o atual governo vinha tocando as reformas, e a Economia, dando sinais de
recuperação. Agora, votos que eram contabilizados como favoráveis a sua
permanência no cargo podem deixar de sê-lo, tanto pela “pressão da crise”
quanto pelo instinto de preservação dos ministros, que dificilmente
conseguiriam explicar por que mantiveram um presidente altamente impopular e,
ainda por cima, investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução
da Justiça.
Para agravar ainda mais o quadro, o
ministro-relator Hermann Benjamin ―
cujo relatório resultou num calhamaço de mais 1.000 páginas ― defende eleições diretas para a escolha do
próximo presidente. Na sua avaliação, se a eleição de 2014 sagrou vencedora uma
chapa que comprovadamente fraudou o pleito, desrespeitou a vontade popular e,
portanto, deve ser anulada, o que dispensaria o cumprimento do artigo 81 da
Constituição ― que estabelece eleições indiretas (pelo Congresso) no caso de
vacância a partir de dois anos do mandato.
A tese é polêmica. Se a eleição for
anulada, não seria o caso de empossar a chapa derrotada? A meu ver, isso faria
mais sentido, mas o problema é que o tucano também foi ferido de morte pela
delação de Joesley Batista, e só não
foi preso porque a Lei determina que um parlamentar (deputado estadual, federal
ou senador) só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável.
Ir contra a Constituição ― ou
alterá-la ao sabor de interesses específicos de grupos que veem nesse imbróglio
a oportunidade de tirar proveito pessoal da situação ― seria um atentado ao
Estado de Direito. Em outras palavras, um verdadeiro “golpe” ― bem diferente do rito legal que apeou a presidência a
gerentona de araque, mas que ela e seus incorrigíveis apoiadores insistem em
classificar de golpe de Estado.
Como bem ponderou o jornalista Carlos José Marques no editorial da revista IstoÉ desta semana, a “jabuticaba”
da eleição direta tampão, notadamente se criada por um Congresso desmoralizado
e envenenado pela corrupção, seria a oficialização da anarquia demagógica, a
consagração da república do jeitinho. A esta altura, mesmo uma eleição indireta
poderia empurrar o país para a judicialização, levando ao insurgimento dos
demais Poderes e incitando os agitadores de plantão.
Fato é que Temer só não foi expelido do Planalto porque falta consenso em
torno do seu eventual sucessor. Os parlamentares não estão dispostos a abrir
mão das eleições indiretas nem de escolher um de seus pares para o mandato-tampão.
O quadro é periclitante, mas não existe no Brasil nada tão ruim que não possa
piorar.
Como diz um velho ditado, “em casa
onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão”. Pelo visto, situação e
oposição querem tirar a castanha com a mão do gato ― ou seja, desejam que o
serviço sujo seja feito, desde que não tenham de sujar as mãos. Daí estarem
todos de olho no julgamento no TSE.
Volto amanhã com uma breve análise
do perfil dos sete ministros que selarão o destino do presidente e redefinirão
os rumos desta pobre nação. Até lá.
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