Nossas organizações políticas se tornaram quadrilhas que visam
exclusivamente acumular riquezas e se perpetuar no poder. Seus membros, na
esmagadora maioria, são políticos fisiologistas que moldam a legislação
conforme suas conveniências, não raro blindando-a para impedir a renovação dos
quadros. Ao impotente eleitor, resta a triste missão de comparecer
às urnas a cada dois anos para legitimar a permanência dessa caterva no poder.
No nosso arremedo de democracia, o voto não baliza as
ações do governo, apenas se limita, pleito após pleito e escândalo após
escândalo, a manter tudo como está. E o resultado não poderia ser diferente do
que vimos dias atrás, quando 3 deputados fluminenses, presos por notório
envolvimento com a máfia dos ônibus, foram prontamente acudidos por seus cúmplices
(39 dos 70 membros da ALERJ) e
colocados em liberdade mediante uma discussão legal estapafúrdia, na qual os
fatos não produzem consequências.
Foi o STF que, no
mês passado, ao julgar uma ação direta de inconstitucionalidade impetrada pelo PP, pelo PSC e pelo Solidariedade,
decidiu que medidas cautelares que suspendem ou prejudicam o exercício de
mandato parlamentar devem ser submetidas às Casas legislativas em 24 horas. Com
isso, abriu-se uma porta para o Senado
reverter o afastamento do tucano Aécio
Neves, a vergonha nacional, e criou-se o perigoso precedente que já
trouxe de volta à vida pública, além dos 3
da ALERJ, deputados corruptos também
no Rio Grande do Norte e no Mato Grosso.
Enfim, o TRF-2
mandou Picciani e seus cúmplices de
volta para o xadrez, por não reconhecer a competência da ALERJ para anular a prisão original. Resta saber como se
pronunciarão o STJ e o STF, já que recursos certamente serão
interpostos pelos nobres defensores dessa cáfila de malfeitores, que precisam justificar seus régios honorários.
Depois de assembleias legislativas usarem a
decisão do STF para livrar colegas
de plenário da prisão antes mesmo da publicação do acórdão, alguns ministros questionaram
a extensão da interpretação usada no caso de Aécio para beneficiar deputados estaduais. Caberá ao Supremo esclarecer
se todo o Legislativo pode cometer crimes e ficar impune, ou se essa é uma
prerrogativa exclusiva dos parlamentares federais ― por enquanto, pelo mesmo
ralo onde passa um corrupto federal passam quadrilhas estaduais, oesgoto é o
mesmo.
Observação: Nunca é demais lembrar que foi o vergonhoso e pusilânime voto de Minerva da
ministra Cármen Lúcia que desempatou
o placar o julgamento da tal ação direta de inconstitucionalidade, fazendo o
fiel da balança apontar para o lado errado (na minha opinião, naturalmente, que
certamente não é a mesma dos nossos caríssimos políticos).
Urge impedir que essa caterva de políticos moralmente
putrefatos continue impondo sua imoralidade à sociedade brasileira, como fez
com o neto de Tancredo e quase conseguiu
fazer com o trio calafrio fluminense
a partir de uma discussão “legalista” que só interessa aos advogados que ganham
rios de dinheiro defendendo as quadrilhas com mandato. Lugar de corrupto é na
cadeia, seja político ou não, tenha mandato parlamentar ou não.
Basta de foro
privilegiado para ladrões de colarinho branco. Que sejam todos julgados
pela mesma Justiça que investiga, processa, julga e pune de simples ladrões de
galinha a empresários que se mancomunaram com políticos para roubar o suado
dinheiro dos contribuintes. Cadeia neles! E Lula lá!
http://informatica.link.blog.br/
http://cenario-politico-tupiniquim.link.blog.br/
http://acepipes-guloseimas-e-companhia.link.blog.br/