ATUALIZAÇÃO - 07 DE SETEMBRO, 08h30)
O feriadão da semana da pátria (a exemplo dos demais finais de semana prolongados) tende a derrubar significativamente a audiência aqui no Blog, de modo que resolvi baixar a bola e pegar mais leve nesta postagem a nas que serão publicadas no sábado e no domingo — a menos que algo relevante aconteça nesse entretempo, naturalmente, pois estamos no Brasil, país em que nada (sobretudo o que não presta) é impossível. Feita essa introdução, segue uma versão condensada da coluna de Dora Kramer e um vídeo no qual Augusto Nunes alerta para o risco de dar uma segunda chance ao criminoso Lula e a seu espúrio partido.
Por volta das 16h30 de ontem, através de uma atualização de
status na minha comunidade de política, repercuti o lamentável atentado
contra Jair Bolsonaro, ocorrido durante uma atividade de campanha em Juiz de Fora
(MG). Ainda não se tinha noção da gravidade do ataque e nem se sabia quem teria
sido o autor, mas logo em seguida eu atualizei a nota com o nome do criminoso (Adélio Bispo de Oliveira, ex-filiado do
PSOL — partido que tem Guilherme Boulos, o chefe dos Sem-Terra e um dos grandes esbirros de Lula, como candidato à Presidência).
A partir daí, a mídia em peso passou a nos bombardear
com informações (um tanto desencontradas) e pronunciamentos dos mais altos
representantes dos Três Poderes, de seus satélites e dos demais postulantes à
Presidência, todos repudiando o atentado e defendendo a democracia, a
pacificação da população e que tais. É óbvio que ninguém aplaudiria em público
um ato criminoso como esse, mesmo que o estivesse comemorando intimamente. Aliás, houve quem afirmasse que tudo não passava de fake news, ou mesmo de um teatro encomendado pelo próprio Bolsonaro, visando ganhar a simpatia do
eleitorado refratário à sua postura e capitalizar suas chances de disputar o
segundo turno (houve até quem traçasse um paralelo com o (muito mal explicado) “atentado a tiros” contra a caravana de Lula no Paraná, que sempre fedeu à armação petista, mas isso é
outra conversa). Enfim, se todos falassem somente do que entendem, o silêncio
seria insuportável).
O que se sabe na manhã desta sexta-feira, 7 de setembro, é
que os ferimentos foram mais graves do que a princípio se imaginava, que o
candidato foi operado às pressas, que a cirurgia foi delicada e que uma sutura nos intestinos obrigará Bolsonaro a usar (pelo menos por algum tempo) as famigeradas bolsas de colostomia — coisa extremamente
degradante, como bem sabem os que já sentiram isso na pele. O autor da agressão foi preso na hora — um ex-filiado ao PSOL,
que atacava Bolsonaro nas redes
sociais e apoiava o “Lula Livre” (o
filho da puta disse que agiu sozinho e “guiado por Deus”).
Também é sabido que as 48 horas que se seguem à cirurgia são
determinantes para o futuro do paciente, já que há riscos de infecção e outras intercorrências. Na
melhor das hipóteses, o período de recuperação será de dez dias, o
que pode comprometer a continuidade de campanha eleitoral do candidato — embora também
possa produzir efeitos positivos, mas isso já é outra conversa e fica para uma
próxima vez. Neste exato momento, Bolsonaro está sendo transferido de Juiz de Fora
para São Paulo, onde deverá ser internado no Hospital Albert Einstein.
Como disse a Gazeta
do Povo, se já são suficientemente indecorosos os gracejos que misturam o
crime, cometido com uma faca, à plataforma do candidato sobre o desarmamento,
pior ainda será qualquer tentativa de relativização em um momento como este.
Não é possível recorrer à polarização para racionalizar uma tentativa de
assassinato, e não existe — ou não deveria existir — “ele colheu o que
plantou”, aquele raciocínio abjeto que faz da vítima a principal responsável
pela agressão sofrida, comportamento que tanto repudiamos quando se trata de
outros tipos de crimes.
A tentativa de homicídio contra Bolsonaro repercutiu na
imprensa do mundo todo. Com ele, infelizmente, o Brasil retrocedeu na
civilidade política e em sua cultura de tolerância. Embora o sentimento de indignação humana
prevaleça, é impossível não pensar nas consequências eleitorais do que ocorreu
ontem. Por um lado, a comoção tende aumentar a intenção de votos no capitão da
reserva. Por outro, a convalescença afasta Bolsonaro das ruas e dos eventos de
campanha. O ocorrido também vai obrigar seus adversários a readequar suas
campanhas.
O feriadão da semana da pátria (a exemplo dos demais finais de semana prolongados) tende a derrubar significativamente a audiência aqui no Blog, de modo que resolvi baixar a bola e pegar mais leve nesta postagem a nas que serão publicadas no sábado e no domingo — a menos que algo relevante aconteça nesse entretempo, naturalmente, pois estamos no Brasil, país em que nada (sobretudo o que não presta) é impossível. Feita essa introdução, segue uma versão condensada da coluna de Dora Kramer e um vídeo no qual Augusto Nunes alerta para o risco de dar uma segunda chance ao criminoso Lula e a seu espúrio partido.
Lula e o PT reclamam de perseguição num ambiente
em que gente bem posicionada ainda os trata como vítimas de más circunstâncias,
em que se permite que um preso transforme sua cela/sala em comitê eleitoral, em
que artistas renomados se dispõem a servir de porta-bandeira a candidatura
proibida por lei, e mais: em que se aceita que o suposto candidato se apresente
como antítese do conservadorismo abraçado à agenda regressiva da defesa aberta
do voto de cabresto, tratando o eleitor como mero pau-mandado.
À exceção de Lula
e Bolsonaro, que jogam com pretas,
brancas e pardas no tabuleiro da mais inusitada das eleições desde a retomada
do voto direto, na toada de o que der e vier é lucro, os demais candidatos à
Presidência mostram-se surpresos e aturdidos com a indefinição do eleitorado
disposto a votar e com a indiferença do contingente mais propenso à omissão.
Diante desse sobressalto, é de perguntar qual parte do
desdém oferecido ao cidadão por partidos e políticos que suas excelências não
entenderam. Afastam-se completamente da sociedade no intervalo entre as
eleições e depois não compreendem a razão pela qual o cidadão reage
negativamente quando posto, visto e bajulado na condição de eleitor.
Muito provavelmente a situação seria diferente se, no
interregno de dois em dois ou de quatro em quatro anos entre os pleitos
municipais e gerais, dirigentes, parlamentares e ocupantes de cargos executivos
se preocupassem com algo além da própria sobrevivência. Por exemplo,
dedicando-se a construir a tal falada ponte entre Estado e sociedade, chegando
mais perto das pessoas e buscando entender suas demandas tanto na forma quanto
no conteúdo.
Nesse balaio se incluem os ditos conservadores, os
proclamados progressistas, gente dos mais variados matizes. Onde estava Marina Silva nos últimos quatro anos?
Se não totalmente calada, pregando aos parceiros de alma florestal. E Ciro Gomes, fazendo o que de produtivo
na construção do diálogo permanente? Álvaro
Dias no casulo do Senado e Alckmin
governando São Paulo enquanto se omitia sobre a conversa entre Joesley Batista e Aécio Neves que derrubou o mineiro a escalão inferior, alimentando
a falta de entusiasmo do eleitorado afinado com o jeito tucano de ser.
Proclama o dito que quem é vivo sempre aparece. Mas não leva em conta o óbvio: se o pretendente ignorar as boas causas, desconhecer as demandas da maioria, renunciar à lógica e voltar as costas ao bom-senso é que não dará certo, pois de qualquer modo estará morto no coração, na cabeça e na alma do eleitorado.