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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

PONTOS A PONDERAR NESTA REPUBLIQUETA DE BANANAS

No Brasil, a exemplo de produtos perecíveis e promessas de campanha de políticos desavergonhados, as notícias também têm prazo de validade.

Cito como exemplo a promessa de campanha do nosso presidente, de que travaria uma cruzada contra a corrupção e os corruptos. Venceu. Azedou. Apodreceu. O capitão virou a casaca assim que o ex-Coaf levantou suspeitas de podridão nas entranhas do seu clã.

Não só por isso, mas também por isso, a estratégia que Bolsonaro vem adotando para afastar as investigações do cangote da primeira-família azedaram suas relações com Sérgio Moro, fiador da quimérica cruzada que, para o capitão, só vale quando é contra seus adversários.

As rusgas (tanto reais quanto fictícias) entre o Bolsonaro e seu ministro têm sido exploradas ad nauseam, a exemplo de todo tipo de desgraça que a mídia nos despeja gola abaixo — ou ouvidos adentro — dia sim, outro também. O assunto já deu no saco, mas parece que ninguém ainda se deu conta.

Ganha um Fusca quem flagrar um âncora de telejornal noticiando algo alvissareiro (futebol não vale, porque a vitória do time "x" é má notícia para o torcedor do time "y"). Quando não é rompimento de barreira, é queimada na Amazônia; quando não é rebelião em presídio, é gente inocente morta por bala perdida; quando não é terremoto, furação ou tsunami em alguma parte do planeta, é a guerra comercial entre EUA e China. E entre uma coisa e outra, dá-lhe violência!

Observação: Por falar mais do que deve sobre o que não deveria, Bolsonaro, sempre disposto a interferir em tudo para não se tornar um presidente-banana, promove questiúnculas irrelevantes à condição de problemas de dimensões siderais — e depois reclama da queda sistemática dos seus índices de aprovação popular. Se mantiver sua imensa boca fechada durante os dez dias em que ficará afastado por conta de uma quarta cirurgia no abdome — desta feita para corrigir uma hérnia incisional resultante das intervenções anteriores —, talvez as coisas avancem sem grandes sobressaltos.

A diarreia da vaza-jato perdeu o "encanto" inicial, mas ainda produz gases putrefactos. Na noite da última segunda-feira, Glenn Verdevaldo Greenwald cagou regras no Roda Viva da TV Cultura, ensinando a um bando de boçais o que é ser patriota. Vale a pena não assistir — eu, particularmente, não tive estômago para tanto, mas se você tomar uma dose cavalar de Plasil...

Ao sabor da última golfada expelida pelo site The Interpret, veículos de comunicação ditos isentos exploraram à saciedade uma troca de mensagens na qual procuradores da Lava-Jato teriam sido "desrespeitosos" em relação à morte da ex-primeira-dama, do irmão e do neto de Lula. Vale lembrar (mais uma vez) que o material hackeado e não autenticado carece de credibilidade, mas Verdevaldo das Couves e seus repetidores oficiais tratam-no como se fosse a quintessência da verdade.

Observação: Em relatório parcial da Spoofing, divulgado no fim de semana, a PF cita uma troca de mensagens entre Walter Delgatti Neto, o Vermelho, e Danilo Marques, outro preso na operação, que indica que ele pode ter vendido o material que roubou dos celulares das autoridades. No texto, Vermelho diz que “acabou a tempestade” e “veio a bonança”. A PF afirma ainda ter encontrado indícios de lavagem de dinheiro mediante uma transação de R$ 1,5 milhão em criptomoedas, o que eu até compreendo. Mas como é que dá para concluir que os cibercriminosos foram pagos pelo "serviço" ou pela venda do material roubado a partir de frases como "acabou a tempestade" e "veio a bonança"? Enfim, não vá o sapateiro além das chinelas; vai ver eu sou muito burro...

Não faz o menor sentido dar a uma conversa privada entre os membros da força-tarefa o mesmo destaque que teria um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, por exemplo. Atire a primeira pedra quem, também por exemplo, nunca desancou o chefe numa conversa de alcova com a patroa, ou não se queixou da sogra numa conversa de boteco com um amigo. O que é dito em circunstâncias que tais morre ali, como o que acontece em Vegas fica em Vegas.

Mas não no Brasil, onde boa parte da imprensa — e, por que não dizer, a banda podre do Judiciário — tem verdadeira veneração pelo criminoso de Garanhuns. Curiosamente, porque disso ninguém fala, foi justamente Lula quem primeiro desrespeitou a memória da falecida esposa, transformando seu velório em comício e seu esquife em palanque — sobre o qual ele só faltou sapatear.

Dias atrás, em mais uma entrevista concedida a partir de sua cela VIP na Superintendência da PF em Curitiba, o picareta dos picaretas tornou a pôr em dúvida o atentado que quase matou o então candidato Jair Bolsonaro.

É nisso que dá medir os outros pela própria régua: duvidosa, mesmo, é a autoria dos tiros desfechados contra a caravana de Lula no Paraná, em março do ano passado, ou dos ataques à sede nacional do PT, em junho de 2016.

Observação: A Folha de S. Paulo perguntou ao Dr. Luiz Henrique Borsato, que operou Bolsonaro em Juiz de Fora, por que não houve sangramento abundante quando o político levou a facada. O esculápio explicou que, quando penetrou o abdome da vítima, a peixeira abriu uma ferida pequena, de mais ou menos 3 cm. Como não era uma grande lesão circunferencial, mas retilínea, a musculatura se contraiu e bloqueou a hemorragia externa. Havia sangue, claro, mas no interior da cavidade abdominal, e o volume pode ter chegado a dois litros. Entendeu, Lula?

Não bastasse a insegurança jurídica produzida por mais uma decisão absurda da segunda turma do STF — falo da condenação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás, Aldemir Bendine, que já estimulou outros condenados a pleitear isonomia de tratamento e levou uma banca de advocacia do RJ a retirar cinco propostas de delação da mesa de negociações com a Lava-Jato (um sinal inequívoco de que os causídicos querem esperar para ver que bicho vai dar) —, as incertezas resultantes da aprovação, no Congresso, da Lei de Abuso de Autoridade levaram a Promotoria de São Paulo a suspender por seis meses uma investigação sobre Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em Sampa e amiga íntima de... Lula.

Bolsonaro tem até amanhã para vetar essa excrescência, e já antecipou que o fará em relação a 19 ou 20 itens, dez dos quais sugeridos pelo ministro Sérgio Moro.

Antes de dedicar mais algumas linhas à Rose Noronha, transcrevo um texto que o jurista Modesto Carvalhosa postou em sua página no Facebook, sob o título O ENCADEAMENTO PERVERSO DA LEI SOBRE ABUSO DE AUTORIDADE:

O “instrumento legal” elaborado por Renan Calheiros para amedrontar, inibir e paralisar os agentes públicos no combate à corrupção e ao crime organizado é diabólico. Assim, a chamada Lei de Abuso de Autoridade, aprovada na calada da noite por “votação simbólica” sob a presidência do infame Rodrigo Maia, determina, no sinistro artigo 30, que será punido com prisão de até 4 anos, multa e perda do cargo qualquer agente público que der “inicio ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa SEM JUSTA CAUSA FUNDAMENTADA OU CONTRA QUEM SABE INOCENTE“. Consequência dessa “norma legal”: Se o delegado de polícia INDICIAR um corrupto e a promotoria ARQUIVAR o processo, o delegado pega 4 anos de cadeia, paga multa e perde o emprego público. Indiciou um inocente, sem justa causa. Mas se o promotor acolher o indiciamento e DENUNCIAR o corrupto e o juiz o ABSOLVER é a vez do promotor ir preso, pagar multa e ser expulso da promotoria. Denunciou um inocente, sem justa causa. Mas se o juiz CONDENAR o corrupto e o Tribunal de Justiça do seu Estado o ABSOLVER, será a vez do Juiz ficar encarcerado por 4 anos, pagar multa e ser demitido a bem do serviço público. Condenou um inocente, sem justa causa. E se os desembargadores CONFIRMAREM a sentença do juiz e o Superior Tribunal de Justiça, lá de Brasília, ABSOLVER o corrupto, serão agora os 3 ou 5 desembargadores da Turma Julgadora que serão presos, multados e excluídos da magistratura. Condenaram colegiadamente um inocente, sem justa causa. 
Toda essa cadeia de terror, que visa inibir qualquer indiciamento, denúncia ou condenação, beneficia não somente os corruptos, mas também as organizações criminosas, os traficantes, e todo e qualquer delinquente. Todo esse encadeamento inibitório de qualquer providência legal contra os criminosos vai ser regido pelo onipresente Supremo Tribunal Federal, cujos ministros “garantistas da impunidade”, que dominam aquela Corte, por decisão monocrática em cada caso, ou por votação do seu plenário, com repercussão geral, irá PUNIR os delegados, promotores e magistrados que OUSAREM indiciar, denunciar ou condenar qualquer corrupto ou membros das organizações criminosas. Esse é o sórdido “instrumento legal” construído por Renan Calheiros, para, finalmente, levar o Brasil ao domínio da corrupção e do crime organizado. Cabe ao Presidente Bolsonaro VETAR INTEGRALMENTE, ATÉ O PRÓXIMO DIA 7, essa criminosa lei de proteção dos bandidos. O povo brasileiro assim espera.

Sobre a  amiguinha de LulaAugusto Nunes publicou em 2013 um texto lapidar, do qual eu extraí o excerto a seguir: 

"A discrição nunca foi uma característica da personalidade de Rosemary Noronha. Quando servia ao ex-presidente em Brasília, ela era temida. Em nome da intimidade com o “chefe”, fazia valer suas vontades mesmo que isso significasse afrontar superiores ou humilhar subordinados. Nos eventos palacianos, a assessora dos cabelos vermelhos e dos vestidos e óculos sempre exuberantes colecionou tantos inimigos — a primeira-da­ma não a suportava — que acabou sendo transferida para São Paulo. Mas caiu para cima. Encarregada de comandar o gabinete de Lula de 2009 a 2012, Rose viveu dias de soberana e reinou até ser apanhada pela Polícia Federal ajudando uma quadrilha que vendia facilidades no governo. Ela usava a intimidade que tinha com Lula para abrir as portas de gabinetes restritos na Esplanada. Em troca, recebia pequenos agrados, inclusive em dinheiro. Foi demitida, banida do serviço público e indiciada por crimes de formação de quadrilha e corrupção. Um ano e meio após esse turbilhão de desgraças, no entanto, a fase ruim parece ter ficado no passado. Para que isso acontecesse, porém, Rosemary chegou ao extremo de ameaçar envolver o governo no escândalo."

Sem mais comentários!

domingo, 16 de junho de 2019

BISPO, BOLSONARO E AS TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO


Conversavam um zoófilo, um sádico, um assassino, um necrófilo, um piromaníaco e um masoquista. Disse o primeiro: 'Vamos pegar um gato!' E o segundo: 'Vamos pegar um gato e torturá-lo!' O terceiro: 'Vamos pegar um gato, torturá-lo e matá-lo!' O quarto: ' Vamos pegar um gato, torturá-lo, matá-lo e violá-lo!' O quinto: 'Vamos pegar um gato, torturá-lo, matá-lo, violá-lo e atear-lhe fogo!' E o último: 'Miau!'

Doido de pedra que se preza rasga dinheiro e come merda. Não parece ser o caso de Adélio Bispo de Oliveira, que há nove meses esfaqueou o então candidato Jair Bolsonaro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, supostamente "por inconformismo político". O atentado (até hoje mal explicado), por óbvio, alimenta teorias da conspiração, quando mais não seja porque tão logo se deu a prisão do esfaqueador uma escrete de causídicos estrelados, movidos a honorários estratosféricos, assumiu o caso.

Bispo declarou que investiu contra Bolsonaro porque “não simpatizava com ele”, mas refutou ligação com qualquer partido político, embora tenha sido filiado ao PSOL de 2007 até 2014 (uma evidência incontestável de que ele realmente não bate bem da bola, mas isso é outra conversa). Cinco dias antes do atentado, ele publicou uma ameaça numa página de apoiadores do “mito”, chamando o candidato de “marionete do capitalismo” e afirmando que ele merecia um tiro na cabeça. Depois, disse à polícia que recorreu à faca porque comprar uma arma de fogo seria caro e burocrático demais. O inquérito concluído semanas depois não identificou patrocínio ou patrocinador; para os investigadores, Bispo era como "lobo solitário".

Dezenas de policiais federais analisaram 150 horas de vídeos, 600 documentos e 1.200 fotos, além de 2 terabytes de informações encontradas com o agressor e de quebras de sigilo telefônico, bancários e telemático. Mas o segundo inquérito, que apura quem está bancando a defesa de Bispo — e, portanto, teria interesse no atentado —, foi paralisado pelo desembargador Néviton Guedes, do TRF-1, a pedido do Conselho Federal da OAB, depois que o advogado Zanone Manuel de Oliveira, que coordena a defesa do criminoso, foi alvo de uma operação de busca e apreensão em casa, num hotel e numa locadora de veículos de sua propriedade.

A premeditação do crime salta aos olhos: O autor, que morava em Montes Claros, viajou para Juiz de Fora com duas semanas de antecedência, fotografou previamente os locais por onde a vítima passaria e a acompanhou durante todo o dia 6 de setembro, tendo acesso até mesmo ao hotel em que Bolsonaro almoçaria com empresários mineiros. Planejamento digno de um "lunático"? Poi sim! Claro que há um departamento dentro do nosso psiquismo que adora teorias conspiratórias, e longe de mim querer fomentá-las, mas alguns detalhes escabrosos dessa mixórdia são dignos de nota:

1) O atual presidente nacional da OAB tem fortes laços com o PT;

2) O desembargador que paralisou a investigação que realizou buscas no escritório do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, principal coordenador da defesa de Bispo, foi nomeado para o cargo por Dilma e já suspendeu os interrogatórios de Lula e Luleco na Operação Zelotes e uma decisão que impedia o funcionamento do Instituto Lula;

3) Bispo estava desempregado, mas possuía 4 smartphones e um computador portátil (notebook). Dois meses antes do crime, ele gastou centenas de reais (pagos em dinheiro vivo) num clube de tiro frequentado por dois dos filhos de Bolsonaro, e mais adiante pagou adiantado — também em dinheiro vivo — por duas semanas de hospedagem numa pensão em Juiz de Fora;

4) Nas semanas subsequentes à do atentado, a dona da pensão e outro hóspede com quem Bispo tivera contato nos dias anteriores ao do crime entregaram suas almas ao criador (segundo a versão oficial, a mulher sofria de câncer terminal e o sujeito não só era usuário de drogas como tinha problemas de saúde;

5) No dia 6 de agosto de 2013, quando ainda era filiado ao PSOLBispo esteve no anexo 4 da Câmara dos Deputados, como ficou registrado no sistema. No dia do atentado, alguém simulou sua entrada na Câmara — que fica a 1.000 quilômetros de distância de Juiz de Fora —, o que constituiria um álibi perfeito se ele tivesse conseguido fugir (uma sindicância feita na Câmara afirmou tratar-se de “um engano”, e eu não consegui apurar o que resultou da investigação feita pelo Instituto Nacional de Criminalística de Brasília);

6) Cinco horas após a prisão, o advogado Pedro Possa, convocado pelo colega Zanone, estava a postos na delegacia da PF em Juiz de Fora para blindar o esfaqueador — Zanone disse que aceitou o caso após receber um email (ou uma mensagem de WhatsApp) de um contratante misterioso ligado à Igreja do Evangelho Quadrangular de Montes Claros, e que escalou Possa porque o colega mora perto. No dia seguinte, 7 de setembro, o próprio Zanone voou de BH para Juiz de Fora em seu avião particular, acompanhado do também advogado Fernando Magalhães.

Em entrevista a VEJABolsonaro reafirmou a suspeita de que foi vítima de uma trama ainda a ser desvendada. Após nove meses de investigação, a PF não encontrou nenhum indício que sustente essa desconfiança. As evidências colhidas pelos investigadores dão conta de que Bispo “não é normal”. Aos peritos, o ex-garçom disse que começou a pensar em matar Bolsonaro quando soube que, caso fosse eleito, ele pretendia “fuzilar os petralhas”, e que pôr fim à vida do candidato era uma missão divina — Deus em pessoa teria dito a Bispo que somente ele “poderia salvar o Brasil da destruição”. Os delírios, ao que tudo indica, foram construindo o enredo da tragédia.

No dia 6 de setembro, ao verificar que sua vítima potencial se hospedara num hotel defronte a uma praça onde havia monumentos maçônicos, o esfaqueador não teve dúvidas de que Bolsonaro era maçom” e, por isso, entregaria as riquezas do país “ao Fundo Monetário Internacional, aos próprios maçons e à máfia italiana”. Convencido disso, ele se infiltro na multidão que acompanhava o comício em Juiz de Fora e esfaqueou o capitão no abdômen. A missão divina fracassou, mas, segundo o dublê tupiniquim de Jack, o Estripador, ela ainda será concluída: ele já avisou que, se for solto, voltará a atentar contra a vida do presidente e de Michel Temer, que “também participaria da conspiração maçônica”.

A Justiça concluiu recentemente que esse projeto de estrume sofre de transtorno delirante permanente paranoide — o que tecnicamente o torna inimputável; quando muito, ele pode ser internado num manicômio judiciário e reavaliado a cada dois anos. Por precaução, cópias do laudo foram enviados ao Palácio do Planalto. Bispo está no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS) mas pediu para ser transferido — o lugar, segundo ele, está impregnado de “energia satânica”.

Todos são iguais perante a Lei, mas quem tem bons advogados é “mais igual que os outros”. Lula  acreditou nisso e acabou na cadeia. Mas a pergunta que não quer calar é: quem está bancando a defesa? O ex-garçom é que não é.

Bolsonaro e o filho Carluxo também podem estar sofrendo de algum transtorno mental. A hipótese mais provável aponta para Transtorno de Estresse Pós-Traumático, que acarreta ansiedade, variações abruptas de humor, anorexia nervosa, paranoia e narcisismo. Antonio Egídio Nardi, professor titular do Instituto de Psiquiatrias da UFRJ, diz que o TEPT é um sofrimento psíquico muito comum em nossa sociedade violenta, embora afete mais comumente os veteranos de guerra, policiais, bombeiros e socorristas. Hoje, porém, com a violência urbana, os quadros clínicos são rotina nos consultórios de psiquiatras e psicólogos.

O TEPT pode ocorrer em qualquer idade após a exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual. Nardi exemplifica que ocorrem pesadelos nos quais o conteúdo e/ou o sentimento estão relacionados ao evento traumático. A ênfase é nas lembranças recorrentes do evento, e normalmente incluem componentes emocionais e físicos, mas os sintomas mais comuns de revivência são pesadelos que repetem o evento em si.

Resumo da ópera: Diz um velho ditado que "de médico e de louco, todo mundo tem um pouco". Mas Bispo, até onde se sabe, não come merda nem rasga dinheiro. Mas talvez Lula não estivesse tão errado quando disse que o Brasil está sendo governado por um “bando de maluco” (sic).

Sobre as "conversas" vazadas pelo Intercept Brasil — esse assunto já deu no saco, mas continua dando pano pra manga — Caio Coppola já havia advertido sobre a má índole do jornalista americano Gleen Greenwald, que, por força de suas ligações umbilicais com a esquerda, com o PT e com Lula, mudou-se para o Brasil e vive atualmente no Rio de Janeiro, em ligação homoafetiva com o deputado David Miranda. Ouça o que o moço disse a respeito:



Sobrando tempo e dando jeito, não deixe de assistir: https://vimeo.com/341854175

quarta-feira, 6 de março de 2019

CONSIDERAÇÕES E LUCUBRAÇÕES DE QUARTA-FEIRA DE CINZAS



O atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro completa hoje seis meses, e até o momento não há evidência da participação de outras pessoas além de Adélio Bispo de Oliveira, o esfaqueador misterioso. 

Depois que o ministro Sérgio Moro, a cúpula da PF e o delegado responsável pela investigação se reuniram com o presidente, divulgou-se que o próximo passo seria seguir o dinheiro, já que quem quer que esteja bancando os honorários do batalhão de advogados que defendem o criminoso deve ter tido interesse direto no atentado. Surpreendentemente, o desembargador Néviton Guedes, do TRF-1, atendendo um pleito da OAB, determinou a suspensão da investigação que realizou buscas no escritório do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, o principal coordenador da defesa de Bispo, paralisando, consequentemente, a investigação.

Longe de mim fomentar teorias conspiratórias, mas me chama a atenção o fato de OAB ser presidida atualmente por Felipe Santa Cruz, que tem fortes laços com políticos do PT, de o desembargador Néviton Guedes, que foi nomeado para o cargo pela anta sacripanta Dilma Rousseff, ter suspendido, tempos atrás, os interrogatórios de Lula e Luleco na Operação Zelotes e derrubado a decisão do juiz federal Ricardo Leite, que impedia o funcionamento do Instituto Lula, além de ser crítico figadal da Lei da Ficha-Limpa.

Adélio era servente de pedreiro e tinha duas passagens pela polícia. Em agosto de 2013, ele tentou invadir a casa da sogra para agredir a ex-esposa. Em outro boletim de ocorrência, lavrado no mesmo ano, ele e outro homem brigaram e trocaram tapas e socos. Além disso, ele teria publicado nas redes sociais, nos meses que antecederam o atentado, diversas mensagens de ódio contra Bolsonaro, numa das quais pedia “pena de morte” ao presidenciável, a quem chamava de “traidor”, “judas”, e por aí afora. Entre 2007 e 2014, ele foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG), e incentivava protestos na cidade. Também chegou a participar de manifestações contra a corrupção na cidade e em Brasília, em frente ao Congresso Nacional. Publicou ainda imagens de pessoas que defendem a liberdade do ex-presidente Lula.

Mas tudo isso é de somenos. As perguntas que não querem calar são: Quem é, de fato, esse sujeito? O que, realmente, o motivou a atentar contra a vida de Bolsonaro? E mais: quanto ganha um servente de pedreiro e em quanto montam os honorários da banca de advogados que ora lhe presta assistência jurídica?

É o que vamos tentar responder na próxima postagem, que hoje é quarta-feira de cinzas, dia de meio expediente e, consequentemente, de “meia postagem”.  

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

CIRURGIA DE BOLSONARO E O BRASIL DAS PERGUNTAS SEM RESPOSTA



Antes de retomar o assunto do post anterior (encerrar é maneira de dizer, pois outros desdobramentos estão por vir), achei por bem publicar que o ministro Sérgio Moro criou um grupo de trabalho para reavaliar normas do Banco Central sobre o combate à lavagem de dinheiro. A determinação está na Portaria 82, e visa fazer alterações na comunicação entre os bancos e o Coaf sobre suspeitas de lavagem de dinheiro. O ministro tomou essa decisão diante da estapafúrdia proposta do BC de excluir parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras e derrubar a exigência de que todas as transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf.

Resta saber o que será feito em relação ao igualmente estapafúrdio decreto assinado pelo general Hamilton Mourão durante a viagem de Bolsonaro a Davos. Afinal, permitir que servidores comissionados classifiquem dados públicos como sigilosos amplia o número de pessoas que podem pedir sigilo e limita o acesso à informação. Aliás, a lei de acesso à informação, sancionada pela ex-presidanta Dilma em 2011, foi um dos poucos pontos positivos de sua desditosa gestão; que isso não seja mudado, agora, por um governo que se elegeu batendo o bumbo do combate à corrupção.

Mudando de um ponto a outro, a expectativa de que a mídia focaria Brumadinho nos dias subsequentes à tragédia se confirmou plenamente, e com isso a situação cada vez mais complicada do primogênito do Presidente Bolsonaro saiu de cena (ao menos temporariamente). Volto a dizer que os rolos do Zero Um despertam mais atenção do que os de outros 26 deputados estaduais que também serão investigados pela Receita porque respingam no Presidente — que se declarava amigo de Queiroz e até admite ter emprestado dinheiro ao factótum do Clã —, dando dimensão nacional ao que, de outra forma, seria apenas um escândalo local. Mas isso não muda o fato de que há muitas perguntas sem respostas. E quem votou em Jair Bolsonaro o fez para evitar que o Brasil voltasse a ser governado por um criminoso condenado e sua quadrilha, e portanto tem o direito de saber a verdade.

A cirurgia a que restabeleceu o trânsito intestinal do Presidente demorou mais do que o previsto devido a problemas de aderência, mas, para o desgosto de seus detratores e opositores, tudo correu bem. Bolsonaro deverá despachar do hospital assim que deixar a UTI, e, se não houver complicações, ter alta em até 10 dias. Mas é no mínimo curioso que a mídia, a despeito de acompanhar de perto a internação do Presidente e divulgar os boletins médicos quase que em tempo real, não disse uma única palavra sobre o atentado, sobre quem estaria por trás do ajudante de pedreiro Adélio Bispo de Souza e sobre quem está pagando seus advogados. Nem a Velhinha de Taubaté acreditaria na balela de que Bispo era um "lobo solitário" e que agiu de moto próprio por inconformismo político, como apontou o primeiro inquérito — um segundo inquérito foi instaurado para dar continuidade às apurações, e investiga uma possível participação de terceiros ou grupos criminosos ligados a partidos de esquerda.

Falando na patuleia imprestável, relembro que, durante a campanha, Bolsonaro foi duramente criticado por não ter participado dos debates. Mas somente quem já usou uma bolsa de colostomia sabe os transtornos que a situação gera, inclusive do ponto de vista psicológico. Muitos dos que condenaram o condenam por ter faltado aos debates já faltaram ao trabalho devido a uma simples dor de garganta, mas pimenta no rabo alheio é refresco. Ou, como dizia Lenin: "O ódio é a base do comunismo; as crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas". 

Tomara que a investigação do atentado não tenha o mesmo desfecho dos assassinatos de Toninho do PT, em setembro de 2001, e de Celso Daniel, em janeiro de 2002. Ou ainda o de Paulo César Siqueira Cavalcante Farias  — mais conhecido como PC Farias — , em junho de 1996. Os dois primeiros casos, se bem investigados, certamente revelariam as digitais de próceres do próprio PT. Já o do ex-tesoureiro da campanha de Collor cheira a queima de arquivo, pois PC conhecia melhor que ninguém os malfeitos praticados durante a gestão do caçador de marajás de festim — como diz um velho ditado, antes que o mal cresça, corta-se a cabeça

Para quem não se lembra, PC Farias se tornou uma espécie de factótum de Collor (mais ou menos como Palocci durante a campanha e no início do primeiro governo de Lula). Collor derrotou Lula no pleito presidencial de 1989 e três meses depois da posse já surgiam denúncias de corrupção, primeiro envolvendo apenas o segundo escalão, mas, quatro meses mais tarde, alcançando pessoas próximas ao Presidente. Foi então que nome de Paulo César Farias apareceu como intermediário de negócios entre o empresariado e o governo.

Collor só foi atingido diretamente pelas denúncias em 24 de maio de 1992, depois que seu irmão Pedro o acusou publicamente de manter uma sociedade com PC Farias, que seria seu testa-de-ferro nos negócios. A PF instaurou um inquérito e a PGR determinou a apuração dos crimes atribuídos ao chefe na nação, a sua superministra Zélia Cardoso de Mello, ao pau-pra-toda-obra PC Farias e ao piloto de avião Jorge Bandeira de Melo, acusado de intermediar a liberação de verbas no Ministério da Ação Social.

Guardadas as devidas proporções, Zélia era uma espécie de Dilma, mas em edição melhorada, até porque nada supera a nefelibata da mandioca como calamidade em forma de gente. A ministra foi a mentora intelectual do confisco da poupança dos brasileiros, teve um escandaloso affair com o ministro Bernardo Cabral — conhecido como Boto Tucuxi (que segundo o folclore paraense se metamorfoseia à noite num homem dançador, bebedor, galante e sedutor que encanta as caboclas ribeirinhas —, acabou se casando com Chico Anysio, que passou a ser conhecido como “o humorista que casou com a piada”.

Em agosto de 1992 o relatório final da CPI (instaurada a pedido do PT) apontou as ligações de Collor com o esquema de corrupção. Estimava-se então que US$ 6,5 milhões foram desviados para bancar gastos pessoais do presidente, o que é dinheiro de pinga em comparação com o que o PT e seus acólitos roubaram no Mensalão e no Petrolão. Mas aí vieram as famosas manifestações dos “caras-pintadas”, em apoio ao pedido de impeachment assinado pelo presidentes da Associação Brasileira de Imprensa e da Ordem dos Advogados do Brasil. Collor renunciou às vésperas do julgamento (que ocorreu em 29 de dezembro de 1992), visando preservar seus direitos políticos, mas foi condenado por 441 dos 480 deputados presentes e, como manda a Lei, tornou-se inelegível por oito anos.

Indiciado em 41 inquéritos criminais, PC Farias teve sua prisão decretada, mas fugiu no Morcego Negro, pilotado por Jorge Bandeira de Mello. Depois de várias escalas, desapareceu em Buenos Aires e só reapareceu quatro meses mais tarde, em Londres — 11 quilos mais magro e sem seus famosos bifocais. Enquanto se discutia sua extradição, o fujão tornou a fugir, mas foi capturado dali a três meses, depois que um turista brasileiro o viu andando pelas ruas de Bangcoc, na Tailândia. Foi extraditado, julgado e condenado a 4 anos de prisão por sonegação fiscal e 7 por falsidade ideológica. Cumpriu um terço da pena e, seis meses depois de obter liberdade condicional, foi assassinado, juntamente com a namorada Suzana Marcolino, em circunstâncias jamais esclarecidas, mas que sugerem claramente “queima de arquivo”.

A tese de homicídio seguido de suicídio foi endossada pelo legista Badan Palhares, mas desmontada por uma série de reportagens da Folha. Segundo o jornal, Suzana era mais baixa que PC, e a diferença de altura, associada à trajetória do tiro, inviabilizava a versão oficial (o próprio Palhares escrevera num artigo que, se a altura estivesse errada, seu laudo também estaria). Na avaliação do professor de medicina legal e coronel reformado da PM George Sanguinetti, um dos primeiros a contestar o suicídio, “passional não foi o crime, mas sim o inquérito”.

Os homicídios ocorreram na mansão de PC, numa praia de Maceió. Os corpos foram encontrados no dia 23 de junho de 1996 (com um tiro no peito de cada um), e ainda que a casa fosse guardada por 4 seguranças, ninguém ouviu os tiros “porque era época de festas juninas”.

Amanhã voltamos ao imbróglio Flávio Bolsonaro. Até lá.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

ANO NOVO, GOVERNO NOVO — AGORA É PRA VALER



Desta vez a virada do ano foi bem mais que uma simples "virada de página" no calendário. No primeiro dia de 2019, a cerimônia de posse jogou a derradeira pá de terra sobre o esquife dos governos petistas, dos quais a gestão de Temer foi uma espécie de terceiro tempo. A efeméride transcorreu sem problemas, felizmente, o que não surpreende: foi montado o maior esquema de segurança de toda a história desta Banânia, e não sem razão: no último dia de 2018, uma operação contra um grupo que ameaçava um atentado apreendeu um manual para fabricar explosivos em um dos endereços que foram vasculhados.

Por tabela, a passagem da faixa presidencial possibilita à Justiça dar andamento aos (pelo menos 7) inquéritos que investigam Michel Temer por atos pouco ou nada republicanos. E falando no já ex-presidente, de se aplaudir sua decisão de não conceder o insulto de Natal versão 2018 — já basta a polêmica edição anterior, que ainda está “pendurada no Supremo” (o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Luiz Fux, no final de novembro passado).

O indulto natalino foi reinstituído em 1988 pela Constituição Cidadã (na qual a palavra “direito” é mencionada 76 vezes, enquanto “dever” aparece em apenas 4 oportunidades), mas esta é a primeira vez que um presidente decide não o conceder o benefício. É bom a bandidagem “já ir” se acostumando: Jair Bolsonaro avisou que não haverá indulto natalino durante seu governo (o que deixou o laxante supremo Marco Aurélio inconformado, mas isso já é outra conversa).

Falando em Bolsonaro, circulam pelas redes sociais posts e vídeos segundo os quais ele sofre de um câncer no estômago e o atentado de que ele foi vítima em 6 de setembro, durante um ato de campanha no município mineiro de Juiz de Fora, teria sido uma simulação com o objetivo de esconder a cirurgia a que tinha de ser submetido para tratar a doença. Tudo isso não passa de “teoria da conspiração” (ou fake news, para quem preferir), embora um desses vídeos (muito bem editado, diga-se) venha sendo levado a sério, e não só pelos esquerdopatas habituais.

Observação: Considerando que mais de 40 milhões de eleitores manifestaram nas urnas o desejo de ser presididos por um presidiário representado por um desqualificado que se sujeitou a fazer o papel de “boneco de ventríloquo”, a crença nessas bobagens, vinda de quem vem, não chega a surpreender. Aliás, sempre tem alguém pronto para ser convencido do que a Terra é oca (ou mesmo plana), que o homem jamais pisou na Lua, que JFK, Elvis Presley e Michel Jackson estão vivinhos da silva, que Shakespeare nunca existiu, que a morte da princesa Diana foi planejada, que Lula foi condenado sem provas, e por aí segue a procissão.  

Enquanto as versões sussurram, os fatos gritam: O médico Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, que atendeu Bolsonaro, afirma que ele não tem câncer nenhum, que sofreu uma facada, uma tentativa de assassinato, e que quem diz o contrário é completamente ignorante. Em entrevista ao G1, o médico explicou que não é oncologista, como assevera o falso texto que circula na internet, e sim cirurgião-geral do aparelho digestivo. Disse também que faz mais de 600 cirurgias por ano, e que, por conta dessa experiência, foi escolhido pela família para atender o então candidato.

Em setembro, depois de operar a barriga de Bolsonaro por completo, Macedo elogiou o trabalho dos colegas que atenderam o então candidato em Juiz de Fora e afirmou que facada provocou derramamento de fezes e sangue, causando inflamação e aderência de áreas afetadas pelos ferimentos, e que para liberar essas aderências foi preciso fazer a cirurgia em São Paulo.

A ausência de sangue na camiseta de Bolsonaro no momento do ataque levantou suspeitas de que ele não teria sido atingido, ou, ao menos, não com gravidade. No entanto, médicos ouvidos pelo R7 informaram que, em perfurações como aquela, o sangue jorra para a cavidade abdominal e só vaza quando ela está muito cheia. A foto em que ele aparece entrando num hospital com a mesma camiseta de quando foi atacado também induziu alguns a achar que algo estaria errado, mas o registro foi feito na manhã do dia 06/09, e o atentado ocorreu às 15h40.

Teorias conspiratórias são comuns, mas algumas são lamentáveis. Antes que ficasse evidente a gravidade do ferimento, esquerdistas expressavam a certeza de uma ação à moda do prefeito de Sucupira “Odorico Paraguaçu”, na novela “O Bem-Amado”, que praticava atos de sabotagem contra a própria gestão para pôr a culpa da oposição. Não havia qualquer indício disso, a não ser o puro desejo de maldizer um adversário.

A extrema-direita, representada com muita propriedade pelos admiradores e partidários de Bolsonaro, faziam o contrário: o ataque seria, na verdade, uma urdidura de esquerdistas para impedir a vitória certa do mito. Tudo ficou pior quando veio à luz a, vamos dizer, “ficha partidária” do agressor, que foi filiado ao PSOL de Uberaba de 2007 a 2014.

Segundo o jornalista Reinaldo Azevedo, uma agressão cometida naquelas circunstâncias, em meio a uma multidão, não teria como ser “controlada”. Ainda que a intenção fosse “machucar pouco”, o risco seria, por si, gigantesco. As imagens que vieram a público desautorizam qualquer possibilidade de uma tramoia. Tivesse havido, certamente não teria contado com a anuência do agredido.

Adélio Bispo de Oliveira, o agressor que alguns querem ver como um perigoso esquerdista, está mais para um desequilibrado. Ele recitava mantras de esquerda, associava o presidenciável a um asno e afirmava que sua popularidade era maior entre os menos estudados, embora o grosso do eleitorado do deputado-capitão fosse composto de pessoas com curso superior e mais endinheiradas. Não se sabe ao certo quais foram as motivações desse desqualificado, mas sabe-se que ele foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014, embora não haja provas de que tenha sido militante. São falsas, porém, as informações de que ele teria sido ligado ao PT. Quanto a quem está bancando sua defesa, bem, essa é a pergunta de um milhão.

Sem embargo de voltar com mais detalhes numa próxima oportunidade, adianto que, no dia 21 de dezembro, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão no escritório de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, um dos advogados que defendem Adélio. O propósito da "visita" era apreender documentos, celulares e computadores para descobrir quem está pagando a conta — segundo o delegado responsável pelo caso, a polícia trabalha com a hipótese de que o advogado poderia estar sendo financiado por uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas ou por um grupo político.

O juiz federal Bruno Savino declarou haver "materialidade delitiva" na denúncia oferecida pelo MPF contra Bispo. O documento atesta que houve prisão em flagrante "por [Bispo] ter desferido uma facada no abdômen [de Bolsonaro]". Mas muitas perguntas permanecem sem resposta.

Haveria ainda muito a dizer, mas todos nós temos mais o que fazer. Portanto, tomo a liberdade de mudar o foco e encerrar este texto com uma pérola de Augusto Nunes:

A chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto será para sempre associada à expressão “pela primeira vez”. Pela primeira vez, um candidato à Presidência da República sofreu um atentado durante a campanha. Em consequência disso, pela primeira vez o vitorioso passou no hospital a maior parte da temporada oficial de caça ao voto. Pela primeira vez, um concorrente à chefia do Executivo não participou da maioria dos debates. Pela primeira vez, o vencedor mostrou a crescente irrelevância das entrevistas na Rede Globo e no horário eleitoral. Pela primeira vez, um candidato não precisou apoiar-se numa forte aliança partidária para se eleger. Tomara que, pela primeira vez em muitos anos, o Brasil tenha um bom governo.

sábado, 8 de setembro de 2018

SOBRE O ATENTADO CONTRA BOLSONARO E SEUS PRECEDENTES AO LONGO DA HISTÓRIA


O atentado contra Jair Bolsonaro caiu como uma bomba entre os brasileiros e foi manchete nos jornais do mundo inteiro. Até o momento em que estou redigindo esta postagem, sabe-se que o candidato foi transferido da Santa Casa de Juiz de Fora para o hospital Albert Einstein — um dos mais renomados da capital paulista e, por que não dizer, da América Latina — e que ficará “de molho” por uma semana ou mais, impossibilitado, por conseguinte, de participar de atos públicos de companha e que tais.

É cedo para dizer quais efeitos essa barbárie produzirá na campanha do presidenciável — como se já não sobrassem incertezas no pleito de 2018, que é tido e havido como o mais confuso e conturbado da história deste país, sobretudo pela obstinação do PT em manter até o último segundo a candidatura de um criminoso condenado e encarcerado (o que seria inimaginável em qualquer arremedo de democracia que se preze, e que só nos rebaixa, merecidamente, à condição de republiqueta de bananas). A 29 dias do primeiro turno e sem que a interminável novela da inelegibilidade de Lula chegue a seu final, só nos resta acompanhar, mesmo que a contragosto, os derradeiros desdobramentos de um folhetim sobre alguém que morreu, mas se recusa teimosamente em entrar no esquife e ser devidamente sepultado.

Ainda que as repercussões do atentado contra Bolsonaro tenham ganhado destaque na mídia e prevalência sobre as chicanas político-jurídicas do criminoso de Garanhuns, as duas situações, embora distintas, influenciam de maneira determinante o cenário político tupiniquim. Todavia, considerando que não houve fatos novos que justificassem rediscutir os 3 recursos interpostos pela defesa desde a cassação do registro da candidatura de Lula, valho-me desta postagem para fazer uma rápida viagem ao passado e rememorar alguns momentos de destaque na nossa política. Antes, porém, cumpre relembrar que:

— Numa democracia que se preze, o criminoso Lula não seria candidato nem a presidente de reunião de condomínio de periferia. Por outro lado, estamos no Brasil, onde uma calamidade travestida de presidente da República perdeu o cargo, mas teve preservados seus direitos políticos graças a um conluio entre o PT (sempre ele), um cangaceiro que então presidia o Congresso e um militante vermelho que então comandava o STF.

— Estamos num país onde o vice da ex-grande-chefa-toura-sentada, após ser promovido a titular, foi denunciado duas vezes por crimes cometidos no exercício do cargo e penhorou as ceroulas da nação para comprar votos dos proxenetas do Parlamento e assim evitar que o STF o processasse antes do final de seu desditoso mandato;

— Onde a mais alta corte eleitoral, num lastimável espetáculo circense de quinta categoria comandado por um ministro que se julga a encarnação de Deus na Terra, absolveu a chapa Dilma-Temer, levando relator do processo, ministro Herman Benjamin, a dizer que “recusava o papel de coveiro de provas vivas”;

— Onde, há exatos 7 dias, esse mesmo tribunal (embora com outra composição) debateu durante quase 12 horas a ilegibilidade chapada de Lula e, ao final, rejeitou sua candidatura por 6 votos a 1, quando qualquer balconista da repartição pública onde os partidos apresentam os pedidos de registro de seus candidatos teria chegado à mesmíssima conclusão em não mais que dez minutos, poupando tempo, dinheiro e constrangimento a este pobre país;

— Onde dia sim outro também o noticiário traz fatos novos sobre o envolvimento do atual comandante em chefe da nação em práticas nada republicanas e, com regularidade ainda maior, noticia a mais recente chicana da defasa do deus-pai da Petelândia, seja para tirá-lo da cadeia, seja para mantê-lo no pleito presidencial, como se a Lei da Ficha-Limpa fosse tão irrelevante quanto o miado de um gato numa noite de lua cheia.

Feita essa (não tão breve) remissão, passemos à nossa rápida regressão no tempo, voltando inicialmente ao Brasil Império dos anos 1830, durante o governo de D. Pedro I, quando o fundador do jornal O Observador Constitucional — que colecionou desafetos por fazer uma campanha em favor de manifestantes que protestaram contra o governo monárquico — foi assassinado ao voltar para casa, numa rua central de Sampa que mais tarde seria batizada de Rua Líbero Badaró. As últimas palavras desse jornalista, médico e político teriam sido “morre um liberal, mas não morre a liberdade”. O assassino foi preso e, segundo os historiadores, o mandante do crime teria sido o próprio D. Pedro, que abdicou do trono e voltou para Portugal no ano seguinte.

Avancemos agora até 1889, quando o Brasil passava por um período de instabilidade devido à recente promulgação da Lei Áurea. D Pedro II, adoentado e cada vez mais afastado das decisões políticas do país durante a crise institucional, escapou de uma tentativa de assassinato quando saía de um espetáculo no Teatro Sant’Anna, no Rio de Janeiro. O imperador não foi atingido pelos disparos efetuados contra sua carruagem por um republicano português, que foi preso pela polícia.

Oito anos mais tarde, Prudente de Morais — terceiro presidente do Brasil, primeiro civil a assumir o cargo e o primeiro a ser eleito pelo voto direto — escapou ileso de um atentado desfechado contra ele durante uma cerimônia militar. Já o Marechal Bittencourt, então ministro da Guerra, faleceu defendendo a vida do presidente — que conseguiu afastar com a cartola a arma apontada contra seu peito por um soldado de nome Marcelino Bispo de Melo. Ainda assim, Bispo conseguiu sacar da espada e golpear o marechal. O então vice presidente, Manoel Victorino, foi processado como mandante do atentando, mas acabou inocentado por Gilmar Mendes, digo, por falta de provas.

Avancemos para o início do século XX, quando, em meados de sua segunda década, um influente senador da Primeira República de nome José Gomes Pinheiro Machado foi assassinado, com uma punhalada nas costas, no saguão de um hotel de luxo no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. O autor do crime foi Francisco Manso de Paiva Coimbra, que entregou o punhal sujo de sangue e esperou calmamente que a polícia fosse prendê-lo.

Quinze anos depois, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, então governador da Paraíba (estado cuja capital, que até então se chamava Parahyba, foi rebatizada com o seu nome) foi assassinado na Confeitaria A Glória, no Recife. Sua morte foi considerada como o estopim da Revolução de 1930 — golpe de estado liderado por Getúlio Vargas, que depôs o então presidente Washington Luís

Em meados do século passado, mais exatamente na madrugada de 5 de agosto de 1954, o jornalista e político Carlos Lacerda foi surpreendido por uma saraivada de balas quando chegava em sua casa, na rua Tonelero, no bairro carioca de Copacabana. Lacerda era o maior opositor político de Getúlio Vargas, e a tentativa de assassinato ganhou destaque histórico porque acentuou a crise política que o país atravessava, pavimentando o caminho para o “suicídio” de Vargas, ocorrido 19 dias depois.

Bem mais recentemente, durante a ditadura militar, um atentado a bomba no aeroporto de Guararapes, no Recife, teve como alvo o general Arthur da Costa e Silva, que viajava em campanha antes de suceder ao marechal Humberto de Alencar Castello Branco. Morreram um vice-almirante e um jornalista, e outras 14 pessoas ficaram feridas. A autoria do atentado é atribuída a uma organização de esquerda chamada Ação Popular, mas Costa e Silva escapou ileso porque havia alterado o trajeto para desembarcar em João Pessoa.

Em 1967, José Sarney, então governador do Maranhão, escapou de ser esfaqueado durante um comício porque seu tio, o capitão Alberico Ferreira, impediu a ação do desafeto. Vinte e um anos depois, já então ocupando a Presidência, a múmia maranhense escapou de outro atentado, desta feita da autoria de Raimundo Nonato Alves da Conceição, que sequestrou um avião da (hoje extinta) VASP com o objetivo de lançá-lo contra o Palácio do Planalto. O plano não deu certo e o sequestrador acabou morto por policiais federais quando a aeronave pousou em Goiânia.

Como se viu nessa breve regressão pelo tempo, o atentado contra Bolsonaro não foi um fato inusitado, ainda que nada parecido tenha sido registrado nos últimos 30 anos. Talvez o próprio Bolsonaro tenha contribuído — claro que involuntariamente — para o episódio, quando mais não seja por ser useiro e vezeiro no “corpo a corpo” com eleitores em meio a multidões alucinadas. Em que pese a proteção dos policiais federais — e de alguns seguidores do presidenciável que atuam como guarda-costas —, a imprevisibilidade do ataque e o modo como ele foi desfechado tornaram-no praticamente impossível de prevenir. Mas daí a considerá-lo culpado pelo crime do qual foi vítima, como muita gente tem dito, vai uma longa distância.

Ainda que seja prematuro especular quais serão as consequências do atentado e até que ponto elas influenciarão a política em geral e a campanha presidencial em particular, dois fatos são óbvios e incontestáveis. O primeiro é que a gravidade dos ferimentos impedirá o candidato de voltar a fazer campanha de rua, pelo menos até o primeiro turno das eleições. O segundo é benéfico ao candidato, que vinha sendo alvo de uma enorme campanha destrutiva promovida pelos adversários, e agora fica mais difícil eles se engajarem num ataque cerrado visando desconstruir a imagem do candidato (aliás, nada que o próprio Bolsonaro não seja capaz de fazer sozinho, mas isso é outra conversa).

Segundo matéria veiculada pela revista digital Crusoé, a despeito de não haver informes de inteligência da Polícia Federal sobre ameaças concretas nem relatos do próprio candidato a esse respeito, o staff de Bolsonaro chegou a discutir os riscos de fazer campanha em lugares públicos e com muita gente. Coube ao general Augusto Heleno Ribeiro, um dos mais influentes auxiliares do candidato, fazer a advertência. “Alertei que o pior atentado era esse com faca. O revólver você percebe mais fácil, você tem que sacar e apontar para o seu alvo. A faca o cara pode esconder na manga da blusa e tirar já em cima do alvo”, disse o militar reformado, para quem a preocupação com a segurança do candidato cresceu à medida que se tornaram mais intensos os ataques dos adversários nas redes sociais e na propaganda eleitoral no rádio e na TV: “Era natural diante da campanha que estava sendo feita contra ele, na base do ódio, da pregação de que ele era um inimigo do Brasil”.

Para não estender ainda mais este texto, o resto fica para amanhã.

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sexta-feira, 7 de setembro de 2018

O QUE OS POLÍTICOS NÃO ENTENDERAM E A SEGUNDA CHANCE QUE NÃO PODEMOS DAR A LULA E AO PT - E O ATENDADO CONTRA A VIDA DE JAIR BOLOSNARO


ATUALIZAÇÃO - 07 DE SETEMBRO, 08h30)

Por volta das 16h30 de ontem, através de uma atualização de status na minha comunidade de política, repercuti o lamentável atentado contra Jair Bolsonaro, ocorrido durante uma atividade de campanha em Juiz de Fora (MG). Ainda não se tinha noção da gravidade do ataque e nem se sabia quem teria sido o autor, mas logo em seguida eu atualizei a nota com o nome do criminoso (Adélio Bispo de Oliveira, ex-filiado do PSOL — partido que tem Guilherme Boulos, o chefe dos Sem-Terra e um dos grandes esbirros de Lula, como candidato à Presidência).

A partir daí, a mídia em peso passou a nos bombardear com informações (um tanto desencontradas) e pronunciamentos dos mais altos representantes dos Três Poderes, de seus satélites e dos demais postulantes à Presidência, todos repudiando o atentado e defendendo a democracia, a pacificação da população e que tais. É óbvio que ninguém aplaudiria em público um ato criminoso como esse, mesmo que o estivesse comemorando intimamente. Aliás, houve quem afirmasse que tudo não passava de fake news, ou mesmo de um teatro encomendado pelo próprio Bolsonaro, visando ganhar a simpatia do eleitorado refratário à sua postura e capitalizar suas chances de disputar o segundo turno (houve até quem traçasse um paralelo com o (muito mal explicado) “atentado a tiros” contra a caravana de Lula no Paraná, que sempre fedeu à armação petista, mas isso é outra conversa). Enfim, se todos falassem somente do que entendem, o silêncio seria insuportável).

O que se sabe na manhã desta sexta-feira, 7 de setembro, é que os ferimentos foram mais graves do que a princípio se imaginava, que o candidato foi operado às pressas, que a cirurgia foi delicada e que uma sutura nos intestinos obrigará Bolsonaro a usar (pelo menos por algum tempo) as famigeradas bolsas de colostomia — coisa extremamente degradante, como bem sabem os que já sentiram isso na pele. O autor da agressão foi preso na hora — um ex-filiado ao PSOL, que atacava Bolsonaro nas redes sociais e apoiava o “Lula Livre” (o filho da puta disse que agiu sozinho e “guiado por Deus”).

Também é sabido que as 48 horas que se seguem à cirurgia são determinantes para o futuro do paciente, já que há riscos de infecção e outras intercorrências. Na melhor das hipóteses, o período de recuperação será de dez dias, o que pode comprometer a continuidade de campanha eleitoral do candidato — embora também possa produzir efeitos positivos, mas isso já é outra conversa e fica para uma próxima vez. Neste exato momento, Bolsonaro está sendo transferido de Juiz de Fora para São Paulo, onde deverá ser internado no Hospital Albert Einstein.

Como disse a Gazeta do Povo, se já são suficientemente indecorosos os gracejos que misturam o crime, cometido com uma faca, à plataforma do candidato sobre o desarmamento, pior ainda será qualquer tentativa de relativização em um momento como este. Não é possível recorrer à polarização para racionalizar uma tentativa de assassinato, e não existe — ou não deveria existir — “ele colheu o que plantou”, aquele raciocínio abjeto que faz da vítima a principal responsável pela agressão sofrida, comportamento que tanto repudiamos quando se trata de outros tipos de crimes. 

A tentativa de homicídio contra Bolsonaro repercutiu na imprensa do mundo todo. Com ele, infelizmente, o Brasil retrocedeu na civilidade política e em sua cultura de tolerância. Embora o sentimento de indignação humana prevaleça, é impossível não pensar nas consequências eleitorais do que ocorreu ontem. Por um lado, a comoção tende aumentar a intenção de votos no capitão da reserva. Por outro, a convalescença afasta Bolsonaro das ruas e dos eventos de campanha. O ocorrido também vai obrigar seus adversários a readequar suas campanhas.

O feriadão da semana da pátria (a exemplo dos demais finais de semana prolongados) tende a derrubar significativamente a audiência aqui no Blog, de modo que resolvi baixar a bola e pegar mais leve nesta postagem a nas que serão publicadas no sábado e no domingo — a menos que algo relevante aconteça nesse entretempo, naturalmente, pois estamos no Brasil, país em que nada (sobretudo o que não presta) é impossível. Feita essa introdução, segue uma versão condensada da coluna de Dora Kramer e um vídeo no qual Augusto Nunes alerta para o risco de dar uma segunda chance ao criminoso Lula e a seu espúrio partido.

Lula e o PT reclamam de perseguição num ambiente em que gente bem posicionada ainda os trata como vítimas de más circunstâncias, em que se permite que um preso transforme sua cela/sala em comitê eleitoral, em que artistas renomados se dispõem a servir de porta-bandeira a candidatura proibida por lei, e mais: em que se aceita que o suposto candidato se apresente como antítese do conservadorismo abraçado à agenda regressiva da defesa aberta do voto de cabresto, tratando o eleitor como mero pau-mandado.

À exceção de Lula e Bolsonaro, que jogam com pretas, brancas e pardas no tabuleiro da mais inusitada das eleições desde a retomada do voto direto, na toada de o que der e vier é lucro, os demais candidatos à Presidência mostram-se surpresos e aturdidos com a indefinição do eleitorado disposto a votar e com a indiferença do contingente mais propenso à omissão.

Diante desse sobressalto, é de perguntar qual parte do desdém oferecido ao cidadão por partidos e políticos que suas excelências não entenderam. Afastam-se completamente da sociedade no intervalo entre as eleições e depois não compreendem a razão pela qual o cidadão reage negativamente quando posto, visto e bajulado na condição de eleitor.

Muito provavelmente a situação seria diferente se, no interregno de dois em dois ou de quatro em quatro anos entre os pleitos municipais e gerais, dirigentes, parlamentares e ocupantes de cargos executivos se preocupassem com algo além da própria sobrevivência. Por exemplo, dedicando-se a construir a tal falada ponte entre Estado e sociedade, chegando mais perto das pessoas e buscando entender suas demandas tanto na forma quanto no conteúdo.

Nesse balaio se incluem os ditos conservadores, os proclamados progressistas, gente dos mais variados matizes. Onde estava Marina Silva nos últimos quatro anos? Se não totalmente calada, pregando aos parceiros de alma florestal. E Ciro Gomes, fazendo o que de produtivo na construção do diálogo permanente? Álvaro Dias no casulo do Senado e Alckmin governando São Paulo enquanto se omitia sobre a conversa entre Joesley Batista e Aécio Neves que derrubou o mineiro a escalão inferior, alimentando a falta de entusiasmo do eleitorado afinado com o jeito tucano de ser.

Proclama o dito que quem é vivo sempre aparece. Mas não leva em conta o óbvio: se o pretendente ignorar as boas causas, desconhecer as demandas da maioria, renunciar à lógica e voltar as costas ao bom-senso é que não dará certo, pois de qualquer modo estará morto no coração, na cabeça e na alma do eleitorado.