sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A MICROSOFT E AS NOVIDADES DO WINDOWS 10

VISITAS SEMPRE DÃO PRAZER. SENÃO QUANDO CHEGAM, PELO MENOS QUANDO PARTEM.

A trajetória do Windows teve altos e baixos e foi marcada por dois “divisores de águas". O primeiro foi o Win95, que promoveu a sistema operacional autônomo o que até então era uma simples interface gráfica (e custou à Microsoft US$ 300 milhões em publicidade, mas isso é outra conversa). O segundo foi o Windows 10, lançado em 2015 como SaaS (sigla em inglês para “software como serviço”).

Para quem não se lembra, até a chegada do Win10Microsoft lançava novas versões do sistema de tempos em tempos”. O WinME chegou em 2000, o XP, um ano depois, o Vista, só no final de 2006, o Seven, em outubro de 2009, e o Eight, em 2012. A cada lançamento, os usuários precisavam adquirir a mídia de instalação numa loja parceira da Microsoft — ou nos melhores camelódromos do ramo, a critério de cada um e por sua conta e risco, já que as cópias piratas custavam uma fração infinitesimal do preço das originais, mas não raro funcionavam mal ou vinham recheadas de malware.

Observação: Durante décadas, o uso de software pirata foi muito popular e sua comercialização, extremamente lucrativa. Tanto que, no final de 2014, quando todos aguardavam ansiosamente a chegada do Windows 9 e a Microsoft anunciou que nova versão se chamaria Windows 10, os cibercriminosos já ofereciam links para sites maliciosos que supostamente disponibilizavam o download gratuito da edição que nunca chegou a existir (visando infectar os espertinhos com uma carga de pragas digitais).

Dependendo do intervalo entre os lançamentos, a configuração física do computador tornava-se incompatível com a nova versão, já que naquela época a indústria do hardware substituía componentes de ponta por modelos ainda mais avançadas em períodos cada vez mais curtos. Nesse caso, o jeito era fazer uma “operação casada” (upgrade de hardware + atualização do sistema) ou modernizar o equipamento em uso, fosse instalando mais memória RAM, fosse substituindo a CPU (processador principal) por um modelo mais moderno e veloz, ou mesmo adicionando um segundo drive de HD ou substituindo o original por um modelo mais rápido e de maior capacidade.  

O Windows 10 pôs fim a essa ciranda. Com a política de atualizações implementada pela Microsoft quando passou a fornecer o sistema como serviço, os Service Packs (pacotes de atualizações cumulativas que aprimoravam a segurança e/ou adicionavam melhorias de desempenho e suporte a novos tipos de hardware) deixaram de existir, mas juntaram-se às tradicionais atualizações mensais de qualidade, liberadas sempre na segunda terça-feira do mês (Patch Tuesday), os novos updates semestrais de conteúdo. Desde então, os usuários obtêm a cada seis meses, de forma gratuita e horizontal, uma versão atualizada do sistema, com novos recursos, funções e uma porção de outros aprimoramentos.

Para estimular a adoção do Win10 — e atingir a ambiciosa meta de um bilhão de instalações em apenas 3 anos — a Microsoft concedeu o prazo de um ano para usuários de PCs com hardware compatível e que rodassem cópias seladas do Win7 SP1 ou dos Win8/8.1 fazerem gratuitamente a evolução. A estratégia de marketing funcionou, embora a bilionésima instalação tenha sido alcançada com 18 meses de atraso (mesmo assim, a mãe da criança comemorou em grande estilo, oferecendo aos usuários um  pacote de wallpapers comemorativo).

Os updates semestrais resultam em novas versões, que são identificadas por um número de quatro algarismos, que identificam o ano e o mês em que a versão foi lançada. Na prática, porém, a teoria pode ser outra: a versão liberada no semestre passado é a 2004, embora não tenha chegado em abril, mas no final de maio (mês 05). A próxima, 2009, já foi disponibilizada para desenvolvedores parceiros e usuários inscritos no programa Windows Insider, mas só deve começar a ser distribuída via Windows Update agora em outubro (mês 10).

Quem quiser abreviar a espera pode baixar os arquivos da página do Windows 10 no site da Microsoft e fazer a atualização manualmente, lembrando que os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito: todas os updates de conteúdo lançados até agora — versões 1511, 1607, 1703, 1709, 1803, 1809, 1903, 1909 e 2004 — aporrinharam, em menor ou menor grau, uma parcela significativa de usuários (mais detalhes na sequência de postagens sobre updates problemáticos, que eu publiquei a partir de 2 de maio p.p.). O Update de Abril (2004), por exemplo, trouxe problemas de compatibilidade com o software Intel Optane Memory Pinning em máquinas com Intel Optane Memory, exibição de tela azul da morte devido a softwares e drivers que ainda precisavam ser atualizados para suportar a nova versão, e por aí vai (vide relatos publicados por usuários no fórum da Intel, no Twitter e no Hub de Feedback do Windows).

Continua...