Lula não inventou a corrupção nem a polarização
político-partidária, mas ampliou e institucionalizou a primeira — em prol de
seu projeto de perpetuação no poder — e disseminou a segunda — com seu nefasto
"nós contra eles". Assim, o que já não vinha bem — falo da
"qualidade" dos políticos que governaram este país desde a
redemocratização — ficou ainda pior.
Não se pode negar que a primeira gestão petista, mesmo eivada pelo Mensalão, produziu alguns resultados positivos, mas somente porque Lula soube administrar a herança nada maldita deixada pelos tucanos e foi ajudado pelos ventos benfazejos que sopravam da economia mundial. Mas aí veio a crise de 2008, que não desembarcou no Brasil imediatamente, mas acabou chegando, e não como uma "marolinha".
Não se pode negar que a primeira gestão petista, mesmo eivada pelo Mensalão, produziu alguns resultados positivos, mas somente porque Lula soube administrar a herança nada maldita deixada pelos tucanos e foi ajudado pelos ventos benfazejos que sopravam da economia mundial. Mas aí veio a crise de 2008, que não desembarcou no Brasil imediatamente, mas acabou chegando, e não como uma "marolinha".
Potencializada pela acachapante
incapacidade administrativa da mulher
sapiens — que seu criador e mentor fez eleger para manter quente a poltrona
presidencial até dali a quatro anos, quando ele pretendia voltar a ocupá-la —,
combinada com a roubalheira institucionalizada (já com bandeira suprapartidária),
a conjuntura mundial adversa levou nossa Economia à debacle que se vem tentando
reverter desde o impeachment da anta e a promoção da curiosa reencarnação tupiniquim de Vlad Drakul a comandante da Nau dos Insensatos.
Num primeiro momento, as perspectivas foram alvissareiras, mas as denúncias do carniceiro promovido a dono de uma das maiores indústrias de alimentos do mundo (graças às benesses do BNDES) reduziram o poderoso vampiro do Jaburu a um tímido morcego, que precisou vender a alma aos demônios da Câmara em troca de blindagem contra as denúncias de Rodrigo Janot (aquele que disse ter ido armado ao STF para matar vocês sabem quem e se suicidar em seguida, mas não fez nem uma coisa, nem outra; apenas divulgou esse factoide para impulsionar as vendas de seu livro de memórias).
Num primeiro momento, as perspectivas foram alvissareiras, mas as denúncias do carniceiro promovido a dono de uma das maiores indústrias de alimentos do mundo (graças às benesses do BNDES) reduziram o poderoso vampiro do Jaburu a um tímido morcego, que precisou vender a alma aos demônios da Câmara em troca de blindagem contra as denúncias de Rodrigo Janot (aquele que disse ter ido armado ao STF para matar vocês sabem quem e se suicidar em seguida, mas não fez nem uma coisa, nem outra; apenas divulgou esse factoide para impulsionar as vendas de seu livro de memórias).
Mesmo tendo sobrevivido às flechadas do ex-procurador-geral, Temer terminou seu
mandato-tampão como um presidente pato-manco
(ou lame
duck, que é como os americanos se referem a políticos que
chegam ao fim mandato desgastados a ponto de os garçons palacianos demonstrarem
seu desprezo servindo-lhes o café frio). Depois de passar a faixa ao capitão-caverna, já sem a blindagem do
foro privilegiado, o emedebista tornou-se mais um colecionar ações penais. Chegou mesmo a ser preso
preventivamente em duas ocasiões, mas sua estada na cadeia foi abreviada pela pronta intervenção do desembargador Antonio
Ivan Athié (não confundir com Ivanhoé),
presidente da 1ª Turma do TRF-2 — vale salientar que esse magistrado ficou afastado do cargo durante 7 anos devido a uma ação no STJ por estelionato e formação de
quadrilha. Para bom entendedor...
Tudo isso nos levou à eleição presidencial mais polarizada
da história desta Banânia, na qual, por mal dos nossos pecados, nosso "esclarecidíssimo"
eleitorado eliminou, no primeiro turno, uma porção de
aberrações dignas de figurar num circo de horrores, mas foram de embrulho dois ou três postulantes
de centro que poderiam ser testados. Assim, os cidadãos de bem foram obrigados a apoiar Jair Bolsonaro para impedir que o PT voltasse ao poder, com o
bonifrate Fernando Haddad no Palácio
do Planalto e Lula puxando os
cordéis desde sua cela VIP em Curitiba. O problema é que, no mesmo pacote que nos trouxe o "mito", vieram
três de seus cinco filhos e um dublê de astrólogo e guru radicado na Virgínia
(EUA).
Em onze meses como chefe do Executivo, o "mito"
dos bolsomínions — curiosa confraria de sectários que agem em relação ao
capitão caverna como a militância petista em relação a sumo pontífice da seita
do inferno — decepcionou muita gente, embora sua inaptidão para o cargo e postura
belicosa fossem visíveis, desde sempre, a olho nu. Mas a situação do país não
está tão ruim quanto eu suponho que estaria se o títere do criminoso de Garanhuns
vencido o pleito. No mínimo, não teríamos a PEC previdenciária, que é
indispensável para o equilíbrio das contas públicas, embora não resolva todos
os problemas gerados e paridos durante as gestões nefastas da gerentona de
araque que, sem saber atirar, virou modelo de guerrilheira; sem ter sido
vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa,
virou secretária de Estado; sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter
inaugurado nada de relevante, virou estrela de palanque; sem jamais ter tido um
único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil — e isso depois de ter
levado à falência não uma, mas duas lojinhas de badulaques importados que ela
abriu em Porto Alegre durante o governo de FHC (detalhes nesta
postagem).
Tudo isso é público e notório, faz parte da nossa história
recente e foi objeto de dezenas de postagens aqui no Blog. O que mais me
estarrece são as perspectivas nada alvissareiras que despontam no horizonte, a
despeito de o atual governo ainda não ter completado um ano. Com a soltura de Lula por uma decisão estrambótica de
seis membros da mais alta corte do país, teve início a campanha eleitoral
antecipada de 2022. Aproveitando-se da inércia, da complacência e da conivência
do TSE, presidido por uma ministra
do STF nomeada por Dilma, que acontece de ser a
personificação do "nem sim, nem não, antes pelo contrário", o pseudo
pai dos pobres e mão dos necessitados vem destilando seu ódio país afora. Horas
depois de ser solto, o picareta subiu num palanque improvisado e discursou para
acéfalos amestrados que bateram os cascos alegremente, sugando como saprófagos a
podridão emanada do pontífice da seita do inferno. No dia seguinte, depois de
ter voado para São Paulo à bordo de um luxuoso jatinho, o pezzo di minchia repetiu a proeza defronte ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. É surreal!
Vivemos tempos de pós-verdade, onde a versão vale mais que os
fatos. Veja o caso da Vaza-Jato de
Verdevaldo das Couves, que, valendo-se de material hackeado de 1000
celulares de autoridades (entre as quais o ministro Sérgio Moro, o procurador federal Deltan Dallagnol e o próprio presidente da República), desovou uma
profusão de mensagens possivelmente editadas e adulteradas, que veículos de
comunicação supostamente ilibados e imparciais se apressaram a disseminar a
torto e a direito, ajudando o gringo imprestável a assassinar a reputação dos
responsáveis pela maior operação anticrime e anticorrupção da história deste
país e municiando a defesa do ex-presidente ladrão, que pugna pela anulação das
condenações do bandido e pela punição dos mocinhos.
Falando nessa caterva, semanas atrás a Revista Veja — que durante algum tempo funcionou como pau-mandado
do site The Intercept Brasil — publicou
uma
entrevista com Cristiano Zanin Martins, cujo nome dispensa
apresentações. Quem tem estômago forte não pode deixar de ler; que não tem pode
se precaver tomando uma dose cavalar de Plasil antes de dar início à leitura.
Segundo o artigo 21
do CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB, "é direito e dever do advogado
assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do
acusado". Afinal, todos têm direito à mais ampla defesa, ou pelo menos é
isso que diz a lei. Todavia, Zanin
insulta a inteligência dos leitores em diversos pontos da entrevista. Num
deles, ele diz que "o que vimos é
que, desde a fase de investigação, o juiz Moro coordenava as ações da acusação,
quando deveria manter posição de equidistância. Isso não pode nem para Lula nem
para nenhum cidadão”.
Por repetir
frequentemente que Lula é inocente, Zanin foi perguntado como explica os
depoimentos de delatores, as provas reunidas nos processos — como a visita de Lula ao tríplex, reformas feitas para
atender o ex-presidente e objetos pessoais no sítio de Atibaia, etc. Sua
resposta: "Os depoimentos dos
delatores são mentirosos e não provam absolutamente nada contra o
ex-presidente. São ensaiados e com conteúdo previamente acertado com o
Ministério Público em troca de benefícios. Não têm força probatória. Não há em
nenhum processo demonstração alguma de que Lula tenha praticado ou deixado de praticar
ato inerente à função de presidente da República em troca de vantagem indevida."
A essa altura, o repórter ponderou que foram encontrados no
apartamento e no sítio objetos pessoais de Lula
e de seus familiares. Zanin respondeu
que "as reformas foram feitas à
completa revelia do ex-presidente". Perguntado, então, se ele acha que
alguém acredita mesmo nisso, o advogado respondeu: "No tríplex as reformas foram
feitas por conta exclusivamente de Léo
Pinheiro (ex-presidente da OAS e delator no caso), não sei com
qual objetivo. Talvez fosse o de vender o apartamento ou torná-lo mais
atraente. Mas o fato é que houve a decisão de Lula de não o adquirir. O sítio é de propriedade de Fernando Bittar, e ele demonstrou isso
no processo. Tudo o que foi realizado foi em proveito do proprietário, não de
terceiros. O Lula sempre disse que
frequentava o sítio. O que se buscou foi transformar a amizade que sempre
existiu em crime."
Pausa para ver Papai Noel singrando os céus a bordo de seu trenó puxado por renas.