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terça-feira, 13 de agosto de 2019

COMO DESLIGAR O WINDOWS 10 POR COMANDO DE VOZ


POR QUE UMA CENOURA É MAIS LARANJA DO QUE UMA LARANJA?

Já vimos como evitar que o Windows empaque no desligamento devido a aplicativos que deixam de responder. Agora, veremos como desligar, reiniciar, suspender ou colocar o computador em hibernação através de um comando de voz, lembrando que o tutorial a seguir é baseado no Windows 10 build 1607 ou superior e requer um microfone instalado no computador.

Observação: Desde seu lançamento como serviço, em julho de 2015, que o Win 10 vem recebendo atualizações de recursos semestrais, atualizações de qualidade mensais e correções críticas e de segurança a qualquer tempo, em caráter extraordinário. Ainda que o Anniversary Update (build 1607) tenha sido liberado quando o sistema completou um ano, os subsequentes — Creators Update (build 1703, lançado em meados de 2017), Fall Creators Update (build 1709, lançado em novembro de 2017), April Update (build 1803, lançado em abril passado) October Update (build 1809) e May Update (build 1903) — respeitaram a semestralidade definida pela Microsoft. Para saber se o seu sistema está atualizado, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Sobre e role a tela até o final; caso sua versão não seja a 1903 e o Windows Update informar que não há atualizações disponíveis, siga este link e clique em Atualizar agora

Sem mais delongas, vamos ao tutorial:

— Clique no ícone da Cortana (ao lado do botão Iniciar), clique no ícone da engrenagem e ative a opção “Ei Cortana” (se ela não aparecer, clique no link “Começar” da opção “Microfone”, abra novamente a janela de configuração e verifique se agora ela é exibida).

— Abra a caixa de pesquisa da assistente, clique em A Cortana pode fazer muito mais > Com certeza > Entrar” e faça o login usando a sua conta da Microsoft (Hotmail, Outlook, etc.).

Como não existe um comando nativo que faça a Cortana desligar o computador, você terá de acrescentar essa função por via indireta. Para isso:

— Digite Win+R e tecle Enter para abrir o menu Executar;

— No campo “Abrir”, digite %appdata%\Microsoft\Windows\Start Menu\Programs e clique em OK

— Pouse o mouse num ponto vazio da porção direita da tela do Windows Explorer, selecione Novo > Atalho no menu suspenso e, no campo “Digite o local do item”, insira o comando shutdown.exe -s -t 60 e clique em Avançar.

O valor “60” define o tempo em segundos até o computador ser desligado. Você pode ajustar esse tempo alterando esse valor para 5, 10, 20 ou qualquer outro de sua preferência, como também criar atalhos para hibernar, suspender e reiniciar o computador usando os comandos abaixo:

Reiniciar: shutdown -r -t 0
Hibernar: shutdown -h
Bloquear: rundll32.exe user32.dll,LockWorkStation
Suspender: rundll32.exe powrprof.dll,SetSuspendState 0,1,0

Observação: O comando suspender só funciona se a hibernação estiver desligada. Para isso execute o prompt de comando como administrador e execute o comando powercfg -h off para desligar o recurso de hibernação.

Dê um nome ao atalho (Desligar, Reiniciar, etc.), localize-o na lista do menu Iniciar e dê duplo clique sobre ele para que a Cortana o reconheça como um programa, permitindo que você desligue, suspenda, hiberne ou reinicie o computador usando apenas a voz. 

Cumpridas essas etapas, basta dizer “Ei Cortana” seguido de “Abrir Desligar” (ou o nome do atalho que você criou, conforme a ação desejada) para a assistente executar o comando respectivo. Note que nem sempre a Cortana identifica corretamente o comando logo na primeira vez, já que ela precisa reconhecer a sua voz. Se for o caso, repetir o comando umas duas ou três vezes para que esse costuma resolver esse problema.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

FACEAPP — UMA FEBRE QUE PODE DAR DOR DE CABEÇA


TODOS TÊM DIREITO A SUAS PRÓPRIAS OPINIÕES, MAS NÃO A SEUS PRÓPRIOS FATOS.

O aplicativo russo FaceApp está fazendo sucesso no mundo inteiro, sobretudo no Brasil. Ele usa filtros especiais para produzir o efeito oposto ao do conhecido Snapchat com filtro de bebê, ou seja, retrabalhar fotos de modo “envelhecer” a aparência das pessoas (embora haja outras possibilidades, como veremos a seguir).

Há versões tanto para iOS quanto para Android, pagas e gratuitas. Nas pagas, que oferecem mais filtros e recursos, a assinatura mensal custa 4 US$ e a licença "lifetime", U$ 40. Em em qualquer caso, é preciso aceitar os termos de uso do aplicativo e conceder permissões para que ele acesse as imagens salvas no smartphone, grave cookies, etc., e é aí que mora o perigo (volto a essa questão mais adiante). Concluída a instalação, basta selecionar a foto a ser editada, definir o filtro a ser aplicado — há opções para envelhecer, rejuvenescer, modificar a cor do cabelo, acrescentar barba, mudar o gênero, e por aí afora —, clicar em Aplicar (na parte inferior da tela) e salvar ou compartilhar a foto.

As informações fornecidas no Google Play dão conta de que o FaceApp é produzido por uma empresa norte-americana sediada em Delaware (estado que fica na região nordeste dos EUA), mas o que existe lá é apenas um escritório virtual — ou seja, um endereço, geralmente em local geograficamente privilegiado, que muitas empresas usam para receber correspondência e manter um atendente telefônico, por exemplo. Não se sabe ao certo se há realmente algum funcionário da desenvolvedora do aplicativo por lá.

Segundo o especialista em ataques cibernéticos Altieres Rohr, todos os websites têm informações de registro, incluindo endereço, email e, às vezes, telefone. O site "faceapp.com" está registrado para um endereço no Panamá de um serviço destinado a ocultar as informações verídicas nesse registro obrigatório. Outro endereço fica na cidade russa de São Petersburgo, e aparece nos "termos de uso" do serviço. O nome da empresa "Wireless Lab" também surge nesse documento, bem como na App Store, da Apple.

Tanto os “termos de uso” quando o "acordo de privacidade", que explica quais informações o app coleta e como elas são utilizadas, são “genéricos” — ou seja, não foram escritos especificamente para o FaceApp. Embora saibamos que empresas pequenas costumam usar “geradores de contratos” para cortar custos, esse detalhe aciona o “desconfiômetro” dos usuário mais precavidos. Também sabemos que, no âmbito dos smartphones, o elo mais fraco da segurança são os aplicativos. E a maioria de nós armazena fotos, emails, senhas, token de acesso ao net banking e toda sorte de dados que são um prato cheiro para golpistas. Basta lembrar a dor de cabeça que a invasão de celulares e, sobretudo, o acesso criminoso aos históricos de mensagens no Telegram tem dado ao ministro Sérgio Moro, ao procurador Deltan Dallagnol e a outras altas autoridades da República.

Ainda que o Google e a Apple filtrem os aplicativos oferecidos nos portfólios da Play Store e da App Store, programinhas nocivos são descobertos a torto e a direito. O código-fonte do iOS é proprietário, mas o do Android é aberto, e o sistema recebe aplicativos de quase uma centena de desenvolvedores. Essa diversidade impede o Google de ser tão rigoroso quanto a Apple e torna o Android mais susceptível a incidentes de segurança — o que não significa que donos de iPhones e iPads estejam 100% protegidos, apenas que a empresa da Maçã estabelece regras de mais rígidas para os desenvolvedores de aplicativos.

Continua no próximo capítulo.

quarta-feira, 31 de julho de 2019

SOBRE O MODO DE SEGURANÇA


O PAPA, OS BISPOS E OS PADRES NÃO SÃO PRÍNCIPES, MAS SERVIDORES DO POVO (DE DEUS). MUTATIS MUTANDIS, O MESMO RACIOCÍNIO SE APLICA A POLÍTICOS E, PRINCIPALMENTE, AOS CHEFES DOS TRÊS PODERES, EM RELAÇÃO AO POVO QUE OS ELEGEU. 

O Modo de Segurança (que também é chamado de Modo Seguro) é uma modalidade de inicialização na qual o sistema é carregado com os recursos estritamente necessários para funcionar. Assim, é possível identificar o responsável por um eventual mau funcionamento do computador, bem como realizar procedimentos de manutenção que precisam ter acesso a arquivos que o sistema bloqueia quando está carregado.

Até o Win7, bastava pressionar repetidamente a tecla F8 no momento do boot para iniciar no modo seguro, mas isso deixou de funcionar nas edições subsequentes e em PCs com UEFI e SSD, nos quais o boot leva cerca de dois décimos de segundo.

Observação: UEFI (sigla de Unified Extensible Firmware Interface) remete a uma interface de firmware padrão que, aos poucos, vem substituindo o anacrônico BIOS (para mais informações, clique aqui; para saber mais sobre drives SSD, reveja esta postagem).

No Windows 10, se você precisar acessar o modo de segurança e o sistema estiver carregado, pressione simultaneamente as teclas Win+R, digite msconfig na caixa do menu Executar, clique em OK e, na aba Inicialização do Sistema, marque as caixas de seleção ao lado de Inicialização Segura e de Mínimo, confirme em OK e reinicie o computador.

Quando o Windows se recusa a carregar, mas chega ao menos até a tela de logon, mantenha a tecla Shift pressionada, clique no ícone que abre as opções de desligamento (no canto inferior direito da tela, conforme se vê na ilustração acima) e clique em Reiniciar. Com alguma sorte, a janela das opções de inicialização avançadas será exibida e a partir dela você poderá clicar em Solução de Problemas > Configurações Avançadas > Configurações de Inicialização > Reiniciar e selecionar a modalidade de inicialização segura desejada pressionando F4 ou F5 (escolha F5 somente se precisar acessar a Internet no modo de segurança).

Nos smartphones (e nos tablets) dá-se mais ou menos o mesmo; embora sejam ultraportáteis, eles são comandados por um sistema operacional e rodam aplicativos, o que os torna "irmãos menores" dos desktops e notebooks, mas, mesmo assim, computadores como eles. Felizmente, acessar o modo de segurança nesses dispositivos é bem mais simples do que nos PCs convencionais, mas isso é assunto para a próxima postagem.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE VII

ATRÁS DE MUROS ALTOS, SEMPRE HAVERÁ NAPOLEÕES DE HOSPÍCIO GANHANDO GUERRAS ENTRE UM BANHO DE SOL E OUTRO.
Antes de transformar o Windows em “serviço”, a Microsoft lançava novas edições a cada três anos, e os usuários se apressavam em adotá-las, não raro recorrendo a mídias piratas vendidas no mercado informal.
O Windows foi lançado em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS. A ideia era facilitar a vida dos usuários, já que operar o PC a partir de janelas, ícones e menus clicáveis era bem mais simples e intuitivo do que fazê-lo digitando intrincados comandos alfanuméricos. Até a edição Win 3.1, o DOS era o sistema operacional propriamente dito. Com o lançamento do Win 95 — considerado o pulo do gato da Microsoft — o Windows passou de coadjuvante a protagonista, embora o DOS continuasse atuando nos bastidores.
Entre as edições subsequentes, 98 SE, XP, 7 e 10 foram retumbantes sucessos de crítica e de público, e ME (de Millennium Edition, que foi lançado a toque de caixa para aproveitar o apelo mercadológico da "virada" do milênio), Vista e Eight, fiascos monumentais. Ao lançar o sucessor do Windows 8.1 — atualização do Eight que trouxe de volta o menu Iniciar e outros elementos cuja supressão havia desagradado milhões de usuários —, a Microsoft surpreendeu o mercado ao pular um número e oferecer o update gratuitamente (pelo período de um ano) aos usuários de PCs com hardware compatível e que rodassem cópias oficiais do Seven SP1 ou do 8.1.
A estratégia de marketing rendeu frutos, ainda que a ambiciosa meta de 1 bilhão de usuários não tenha sido atingida até hoje — estimativas da própria Microsoft dão conta de que o Win 10 só superou o Seven em fevereiro do ano passado, e encerrou 2018 com cerca de 800 milhões de usuários. A título de curiosidade, todas as edições do Windows que continuam em uso (inclusive XP e Vista, que não são mais suportadas pela Microsoft), somadas, detêm 79,45% do mercado de sistemas operacionais para PCs. Segundo dados da Net Market Share, o Win 10 tem presença garantida em 39,22% dos computadores com Windows em todo o mundo, seguido pelo Seven, com 36,90% (o Win 8.1 é o lanterninha, com 4,45%). Para efeito de comparação, a participação do OS X, da Apple, é de 14,05%.
A primeira grande atualização do Ten (Anniversary Update) foi lançada quando o sistema soprou sua primeira velinha. Na sequência vieram o Creators Update, em meados de 2017, o Fall Creators Update, em novembro daquele ano, o April Update, em abril do ano passado, o October Update, seis meses depois, e finalmente o May Update, há cerca de dois meses. Para saber se seu sistema está atualizado, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Sobre e role a tela até o final. Se a versão for 1809, rode o Windows Update; caso ele não encontre atualizações disponíveis, siga este link, clique em Atualizar agora e instale manualmente a versão 1903.
Até o lançamento do Windows 10 eu recomendava adotar uma nova edição do sistema somente depois que se primeiro Service Pack (pacote de atualizações que reunia todas as correções implementadas desde o lançamento comercial da edição em questão, além de eventuais novos recursos e funções) fosse lançado, mas com a promoção do Windows a serviço os SPs deixaram de existir; o que se tem agora são as atualizações semestrais de conteúdo e as tradicionais atualizações mensais de qualidade (conhecidas como “Patch Tuesday” por serem liberadas na segunda terça-feira de cada mês).

Essa política de atualizações seria excelente se não fosse pelo fato de os bugs (erros de programação) infernizarem a vida dos apressadinhos. Para piorar, no Win 10 Home — que é a versão mais usada no âmbito doméstico — as opções de gerenciamento das atualizações automáticas foram limitadas à reconfiguração do horário ativo do computador.
A conclusão fica para o próximo capítulo. Até lá.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE MANTER O COMPUTADOR ATUALIZADO — PARTE IV


A DISPUTA PELO PODER GERA PARCERIAS ESTRANHAS, MAS NEM SEMPRE O INIMIGO DO SEU INIMIGO É SEU AMIGO.
Problemas verificados nos updates lançados ao longo dos últimos anos levaram a Microsoft a rever sua política impositiva de nos enfiar as atualizações goela abaixo. Para quem não se lembra, a partir de 2015, quando lançou o Windows 10 como serviço, a empresa passou a fornecer atualizações de conteúdo semestrais e atualizações de qualidade mensais, além de correções críticas e de segurança lançadas fora desse cronograma, sempre que sua importância justifica não esperar o próximo Patch Tuesday.
Desde seu lançamento em 1985, o Windows teve mais de uma dúzia de edições — Windows 1, 2, 3, 3.1, 95, 98, ME, XP, Vista, 7, 8, 8.1 e 10 — e dentre elas o Win 95 foi uma daquelas catarses, digamos assim, que dividem as coisas em antes e depois: até então, o Windows, que era apenas uma interface gráfica (o MS-DOS era o sistema operacional propriamente dito), tornou-se um sistema operacional autônomo e, mais adiante, o sistema operacional para PC mais popular do planeta (quiçá de toda a galáxia). Mas vamos por partes.
DOS é o acrônimo de Disk Operating Disk e integra o nome de diversos sistemas — Free DOS, PTS-DOS, DR-DOS etc. —, entre os quais o mais emblemático é o MS-DOS, da Microsoft, que foi o primeiro sistema operacional adotado em larga escala em computadores pessoais. A despeito de sua interface em linha de comando, ele facilitou sobremaneira a vidas dos usuários, que até então eram obrigados a programar manual e exaustivamente cada tarefa que executavam no computador.
Para resumir essa história em poucas linhas, no início dos anos 1970 a INTEL conseguiu agrupar vários circuitos integrados numa única peça, dando origem aos microprocessadores, e daí até o surgimento dos primeiros computadores de pequeno porte foi um passo. Cito como exemplo o ALTAIR 8800, que era vendido em kit, o PET 2001, tido como precursor do computador pessoal, e os Apple I e II, cujo sucesso estrondoso levou a IBM que dominava o mercado de computadores de grande porte desde meados do século passado — a lançar seu PC (de Personal Computer). O detalhe — e o diabo mora nos detalhes — é que a IBM não dispunha de um sistema operacional para gerenciar o novo equipamento, e assim procurou Bill Gates, supondo (erroneamente) que ele detivesse os direitos autorais do Control Program for Microcomputer
Contrariando sua fama de oportunista, Gates desfez o equívoco, mas Gary Kildall (desenvolvedor do CP/M) faltou à reunião agendada com a gigante dos computadores, e esta voltou a procurar a ainda incipiente Microsoft, que jamais havia desenvolvido um sistema operacional, mas aceitou o desafio. Só que, em vez de escrever o programa a partir do zero, Bill Gates comprou de Tim Paterson o QDOS, adaptou-o para o hardware da IBM, rebatizou como MS-DOS e com ele dominou o mercado dos PCs compatíveis.
Continua no próximo capítulo.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

WHATSAPP X TELEGRAM — 4.ª PARTE


0 CASAMENTO É O TÚMULO DO AMOR E O COVEIRO DA PAIXÃO.

À luz do que vimos nos capítulos anteriores, o WhatsApp e o Telegram podem ser menos ou mais seguros, dependendo de como os usamos e, principalmente, como os configuramos. Alguns ajustes aprimoram a segurança, mas limitam algumas funções do aplicativo, acarretando certo desconforto para o usuário. No entanto, segurança e comodidade podem não ser conceitos mutuamente excludentes, mas raramente andam de mãos dadas.

Segurança absoluta no universo digital é mera cantilena para dormitar bovinos. Sobretudo depois que o acesso doméstica à Internet se tornou popular. E ter um computador (e, nunca é demais lembrar, smartphones e tablets também são computadores, só que de dimensões reduzidas) e usá-lo offline seria o mesmo que pilotar uma Harley Davidson somente no quintal de casa.
Quem realmente se preocupa com privacidade deve abrir mão de programas mensageiros, do correio eletrônico e até do telefone. Como diz a sabedoria popular, jamais se deve deixar a mão esquerda saber o que a direita está fazendo; afinal, segredo entre três, só mantando dois.

O aplicativo de troca de mensagens Signal é considerado pelos especialistas como o mais confiável da categoria (a versão para Android pode ser baixada a partir deste link), mas você dificilmente convencerá a galera a abandonar o WhatsApp, e pode acabar falando sozinho.

Tanto o WhatsApp quanto o Telegram são relativamente seguros se você seguir fielmente as diretrizes recomendadas por seus desenvolvedores (clique aqui e aqui para acessar suas políticas de segurança). Se você trocar um pelo outro sem implementar as devidas configurações de segurança e, principalmente, sem se livrar de seus maus hábitos de usuário (que você certamente tem), trocará seis por meia dúzia.  Resguardadas as devidas diferenças, isso se aplica também ao Windows, ao iOS e ao Android, até porque não existe software perfeito nem 100% seguro; o que existe são maneiras aprimorar sua segurança.

Manter sistema e aplicativos atualizados é primordial, como também instalar uma boa suíte de segurança — que pode não ser um remédio para todos os males, mas ninguém ainda descobriu alternativa melhor. No caso dos dispositivos móveis, o maior problema está nos aplicativos. Portanto, instale somente o que for realmente necessário e faça o download do Google Play ou da App Store — isso não elimina o risco de levar gato por lebre, mas o minimiza consideravelmente. E todo cuidado é pouco ao conceder permissões aos programinhas — uma simples lanterna, por exemplo, não tem motivo para solicitar acesso a suas mensagens, fotos e lista de contatos.

Mesmo o usuário mais precavido pode vir a ser infectado por spyware ou outros código maliciosos que tais. Kevin Mitnick, considerado “o papa dos hackers“ nos anos 1980, ensinou que “computador seguro é computador desligado, e mesmo assim um hacker competente sempre descobre um jeito de levar o usuário a ligá-lo. Portanto, se você suspeitar que seu smartphone foi invadido, restaure imediatamente as configurações de fábrica.
Veja dicas do professor em engenharia de software João Gondim, da UnB, sobre como evitar uma invasão ao seu celular.


Windows, Gmail, Facebook, WhatsApp e outros programas e webservices se tornam mais seguros se você configurar a autenticação em duas etapas (2FA). Em linhas gerais, trata-se de uma camada adicional de segurança que visa impedir um acesso não autorizado, mesmo que a senha do usuário tenha sido comprometida. Habilitando esse recurso, tanto você quanto um invasor que consiga descobrir sua password terá de informar, além da senha propriamente dita, um código gerado automaticamente, que vale para um único acesso. Esse código é enviado para o endereço de email que você cadastrou, por SMS para o número do celular que você informou ao habilitar o recurso, ou qualquer outra maneira que você tenha escolhido. 

Clique aqui para saber como fazer essa configuração no WhatsApp; no Telegram, em Configurações, selecione Privacidade e Segurança > Verificação em duas etapas > Configurar senha adicional, defina uma senha de acesso e toque no botão na parte de cima da tela para avançar. Repita a senha para confirmar e, em seguida, crie uma dica de senha, informe um endereço de email (para facilitar a recuperação da senha) e, na tela seguinte, digite o código enviado para o seu email, para confirmar que você tem acesso a ele. Para finalizar, toque uma última vez no botão com ícone de visto na parte de cima.

Observação: A 2FA não assegura proteção infalível, mesmo porque seu email funciona como instrumento de resgate da senha, podendo se tornar um vetor de ataque se a senha a senha que dá acesso os serviço de webmail for quebrada (para saber sobre senhas, gerenciadores de senhas e dicas para criar combinações seguras e, ao mesmo tempo, fáceis memorizar, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui).

terça-feira, 2 de julho de 2019

WINDOWS 10 versão 1903 — DE VOLTA AO UPDATE DE MAIO (CONTINUAÇÃO)


OS FILÓSOFOS VOAM COMO AS ÁGUIAS E NÃO COMO PÁSSAROS PRETOS. AS ÁGUIAS, POR SEREM RARAS, OFERECEM POUCA CHANCE DE SER VISTAS E MUITO MENOS DE SER OUVIDAS; OS PÁSSAROS PRETOS, QUE VOAM EM BANDO, PARAM EM TODOS OS CANTOS, ENCHENDO O CÉU DE GRITOS E RUMORES E TIRANDO O SOSSEGO DO MUNDO.

Como vimos no post anterior, o build 1903 devolveu aos usuários do Windows 10 Home Edition a possibilidade de gerenciar updates. Agora, é possível adiar a instalação dos patches por até 5 semanas — tempo mais que suficiente para a Microsoft sanar eventuais bugs descobertos depois da liberação das atualizações. 

Relembro que em 2015, ao promover o Windows em “serviço”, a Microsoft passou a nos empurrar goela abaixo as atualizações, com a justificativa de que os usuários não se preocupam em manter seus sistemas up-to-date, embora qualquer software esteja sujeito a erros de programação, e, devido ao agigantamento dos sistemas e programas atuais, bugs e brechas de segurança sejam tão inevitáveis quanto a morte e os impostos.

Desenvolvedores responsáveis testem exaustivamente seus produtos, mas é inevitável que alguns problemas sejam descobertos a posteriori, a exemplo do que aconteceu no October Update. Daí as atualizações e correções serem necessárias durante toda a vida útil dos programas. Mas, no caso do famigerado patch de outubro de 2018 (cujas falhas só foram sanadas em dezembro), o número de usuários afetados certamente seria menor se houvesse uma maneira amigável e intuitiva de sobrestar as atualizações. 

Ainda que não devamos fugir das atualizações devido a problemas pontuais, é difícil não perder a paciência quando as aporrinhações deixam de ser exceção e se tornam a regra geral. E todos os updates de conteúdo que a Microsoft criou para o Windows 10 (detalhes na postagem anterior) apresentaram uma ou outra falha, ainda que nenhum tenha causado tenta celeuma quando o malfadado update de outubro. Daí a empresa ter se resignado a devolver aos usuários do Win 10 Home Edition a possibilidade de gerenciar as atualizações. Mas esse não foi o único aprimoramento trazido pelo build 1903, conforme eu já adiantei em outras postagens. Vamos a mais alguns exemplos:       

No menu Configurações, o subitem Solução de Problemas permite que o Windows tente corrigir automaticamente eventuais problemas que comprometam a estabilidade e/ou o funcionamento do computador. Não é exatamente um remédio para todos os males, mas é melhor do que nada. 

O atalho de teclado Win+. (Win” é a tecla com o logo do Windows, “.” é ponto e o “+”, que você não deve pressionar, indica que as teclas <Win> e <.> devem ser pressionadas simultaneamente) abre uma janelinha recheada de emojis (😊, 👍, , 🌹 etc.), que você pode usar para os mais diversos fins.

Na Área de Notificação do sistema — que antigamente era chamada de “bandeja do sistema” —, dê um clique direito sobre o ícone da pequena nuvem (que remete ao OneDrive), clique em Mais e em Configurações para ter acesso a algumas opções interessantes, dentre as quais o backup automático das pastas Documentos, Imagens e Área de Trabalho. Na guia Salvamento Automático, selecione Atualizar pastas e especifique quais pastas devem ser sincronizadas automaticamente. E não deixe de explorar o conteúdo exibido por cada uma das abas, nem de obter mais informações sobre o OneDrive no site da Microsoft.

Um inconvenientes da Área de Transferência do Windows era a incapacidade de reter os itens recortados ou copiados quando outro elemento qualquer era recortado ou copiado em seguida. Essa deficiência foi resolvida em parte pela atualização de conteúdo anterior (edição 1809), que implementou um recurso acessível via atalho Win+V (ou seja, pressionando-se simultaneamente as teclas com o logo do Windows e com a letra “v”). A questão é que o conteúdo armazenado não é preservado quando o computador é reiniciado, a menos que tomemos o cuidado de pinar os itens que desejamos manter. 

Por essas e outras, eu uso e recomendo o CopyQ (detalhes nesta postagem), mas não deixe de clicar em Iniciar > Configurações > Sistema > Área de transferência e ativar a opção Histórico da área de transferência. E se quiser ou precisar acessar arquivos a partir de outro computador, ative também a opção Sincronizar nos dispositivos.

Continua na próxima postagem.