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sexta-feira, 11 de abril de 2014

CONTROLE DE CONTAS DE USUÁRIO NO WINDOWS 7 - Final.

CADA MACACO NO SEU GALHO!

Prosseguindo como que dizíamos ontem, é indiscutível que o UAC aprimora a segurança do sistema, de modo que à resposta à pergunta que eu deixei em aberto no post anterior é SIM, até porque qualquer camada a mais de proteção é sempre bem-vinda. No entanto, tenha em mente que o UAC não torna o PC idiot proof a ponto de protegê-lo do próprio usuário.

Observação: Quem não dispõe de um arsenal de defesa responsável e faz pouco das recomendações básicas de segurança não demora a ser vítima de um vírus, spyware ou outro tipo qualquer de código malicioso, e aí não adianta culpar o sistema. Por outro lado, se o incauto se logar com uma conta limitada, os estragos feitos pela praga serão igualmente limitados, de maneira que bastará fazer logon com outra conta para tudo voltar a ser como antes no Quartel de Abrantes (o que, convenhamos, é mais fácil e rápido do que reinstalar o Windows).

No Seven, a conta limitada dá acesso à maioria dos recursos do sistema, conquanto impeça a instalação ou desinstalação de programas, drivers ou dispositivos de hardware, além de obstar a modificação de arquivos indispensáveis ao funcionamento do PC e configurações que afetem outros usuários ou a segurança global da máquina. Para rodar aplicativos que exijam poderes administrativos, todavia, não é preciso fazer logoff e tornar a se logar como administrador; basta indicar sua conta privilegiada e digitar a senha correspondente.
Se você se sentir incomodado com as constantes mensagens do UAC, acesse o Painel de Controle, clique em Contas de Usuário > Alterar configurações de Conta de Usuário, mova o controle deslizante para a posição Nunca notificar, dê OK e reinicie o computador (para reativar o recurso, siga os mesmos passos e mova a barra deslizante para a posição anterior).
Já para executar o Seven com uma conta limitada, primeiro é preciso criá-la. Se você está migrando agora para essa edição do Windows, acesse o Painel de Controle e, em Contas de Usuário, clique em Gerenciar outra conta > Criar uma nova conta, dê um nome à conta, marque a opção desejada e confirme. Caso venha usando essa versão do sistema com a conta de administrador criada durante a instalação, o melhor a fazer é rebaixá-la (isto é, transformá-la numa conta-padrão) e criar outra conta privilegiada – de modo a evitar a perda de suas configurações pessoais. Para tanto, repita os passos anteriores, crie a nova conta, atribua-lhe poderes de administrador e uma senha (caso surja uma mensagem dizendo que você irá perder todos os arquivos criptografados com EFS, certificados pessoais, senhas armazenadas, ignore-a e siga adiante). Clique então em Gerenciar outra conta, dê duplo clique sobre a conta de administrador que você quer rebaixar, clique em Alterar o tipo de conta, marque a opção Usuário padrão, confirme, feche as janelas e reinicie o computador.

Antes da nossa tradicional piadinha de final de semana, resolvi reproduzir aqui a "carta de despedida" que o XP "escreveu de próprio punho" e endereçou a todos os usuários e amigos. Confira:

08/04/2014

Carta de despedida do Windows XP

Queridos usuários e amigos,

Como muitos de vocês já sabem, em 8 de abril de 2014, termina o meu suporte. Isso significa que você não receberá mais atualizações e patches de segurança, pois a melhor decisão é se afastar de mim e adotar o Windows 8.1. Com ele, você poderá trabalhar de forma mais segura e de acordo com as necessidades atuais, tanto no trabalho quanto em casa.

Gratidão é a palavra que vem ao meu kernel quando me lembro dos últimos 12 anos em que pude ajudar você a trabalhar, se comunicar e se divertir de uma maneira original em seu momento. Espero que fiquem com uma lembrança agradável do meu papel de parede, esse monte verde com um céu azul e nuvens brancas. Muito obrigado pela oportunidade de poder servi-los como um sistema operacional.

Esse é um momento de nostalgia e por que não derramar alguns bits ao recordar o que se passou desde os meus 600 dias de desenvolvimento – gestação – em Redmond, época na qual me chamavam de “Whistler”. Durante as reuniões Windows Info, foram consumidos 2.700 kg de macarrão e servidos 86.400 frappuccinos, segundo dados coletados pela minha equipe de desenvolvimento. Boas lembranças, mas não tão boas quanto as que tenho do tempo que passei nos monitores de todos vocês, ajudando-os desde trabalhar de forma mais eficiente até fazer um belo vídeo com o Windows Movie Maker.

Vocês se lembram de que fui o primeiro a aceitar conectividade USB quando ainda não havia memórias portáteis? Fui o primeiro a incluir um utilitário para gravar CD. Eu tinha o Windows Media Player. E o que dizer do Pinball? Com ele, fiz você perder um pouco de tempo muito antes dos pássaros mal-humorados e dos doces viciantes. Na minha época, tive o ambiente gráfico mais agradável, uma interface de uso mais fácil, fui o primeiro com vários perfis de usuário, o ClearType que já pensava na proliferação de monitores LCD, escritórios remotos. Grandes lembranças de outros tempos, mas a tecnologia avança e é preciso dar espaço à inovação.

Nos próximos dias, estarei aposentado e desfrutando da tranquilidade. Agora, preciso de um tempo para mim e meus bytes. E a primeira coisa a fazer será me esquecer das atualizações de terça-feira – tão necessárias e que não estarão mais disponíveis.

Desejo a vocês o melhor em todos os projetos profissionais e pessoais que empreenderem agora com o Windows 8.1. Estou contando os segundos para me sentar em uma cadeira de balanço com um chá gelado e ver passar as novas gerações, como o Windows 8.1 com sua próxima atualização e – por que não? – o Windows Phone 8.1. Ambos são herdeiros da estirpe dos grandes sistemas operacionais da Microsoft.

Despeço-me agora para preparar minha bagagem. Em pouco tempo, vou descansar ao lado de produtos icônicos e históricos, como Windows 3.1, Windows 95, Messenger e Office 2003.

Se quiser ter uma lembrança minha sempre presente, podem colocar a imagem do meu papel de parede no Windows, não importa qual nova versão você usa.

Muito obrigado por esses anos que compartilhamos.

Com os meus melhores desejos tecnológicos,

Windows XP 

Passemos agora ao humor de sexta-feira:

TESTE DO BAFÔMETRO EM PORTUGAL.

Um indivíduo, bêbado que nem um cacho, foi mandado parar para um teste de alcoolemia. Diz o guarda:
- O sr. bebeu alguma coisa hoje?
- Com certeza, Sr. Guarda. A minha sobrinha casou hoje e antes de ir para o casamento enfiei logo umas cervejolas. No banquete, enfiei umas 3 ou 4 garrafas de tintol e, à noite na festa, bebi 2 garrafas de Johnny Walker rótulo preto. Hic!
- E o sr. sabe que eu sou da Brigada de Trânsito e que isto é um controle de alcoolemia?
- Sei perfeitamente, Sr. Guarda. E o Sr. Guarda já reparou que este carro é inglês, tem o volante do outro lado e quem está a conduzir é a minha mulher?


Brincadeira, evidentemente, mas não seu um fundo de verdade (risos).
Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

AVG PC TUNEUP - MITOS, BOATOS E QUE TAIS

DEUS AJUDA QUEM CEDO MADRUGA.

Vimos no post anterior que manter o desempenho do PC em patamares aceitáveis requer o uso de uma suíte de manutenção responsável e a correta diferenciação das medidas que trazem ganhos reais daquelas que não fazem a menor diferença ou, pior, põem em risco a estabilidade do Windows.
Nesse sentido, a AVG, responsável pela festejada suíte TuneUp Utilities, desvenda alguns mitos que campeiam soltos na Web, que eu transcrevo a seguir, acompanhados de minhas observação pessoais (em itálico e ressaltado em amarelo).

·        Eliminar fontes (tipos de letra) melhora a inicialização do sistema A empresa testou essa dica reduzindo de 280 para 40 o número de fontes instaladas num computador, e não observou qualquer melhora significativa no tempo de boot. Convém ter em mente que, durante a inicialização, o Windows carrega todas as fontes na memória, e como cada uma delas – e suas respectivas variações de tamanho e estilo – correspondem a arquivos, quanto maior a quantidade, tanto maior o consumo de memória e, consequentemente, a demora na inicialização do sistema. Por outro lado, 280 fontes ocupam cerca de 500 MB, e como as máquinas atuais contam com 2 GB ou mais de RAM, o impacto realmente não é expressivo. No entanto, eu me lembro de ter instalado certa vez uma quantidade tão grande de fontes no meu velho 486, que o pobre não conseguiu mais carregar o Windows (acho que está tentando até hoje - risos). Brincadeiras à parte, eu recomendo manter apenas as fontes-padrão do sistema e mais algumas que você realmente utilize no dia-a-dia (para saber como gerenciar fontes, clique aqui). E caso você se depare com um tipo de letra chamativo (num blog ou página da Web), melhor que garimpá-lo manualmente é acessar www.myfonts.com, clicar no link WhatTheFont, fazer o upload da imagem com o texto e deixar que o serviço se encarregue da identificação.

·        Ajustes no BIOS podem reduzir o tempo de boot – Alguns ajustes promovidos através do CMOS Setup podem reduzir o tempo de inicialização (não mais do que uns poucos segundos, mas enfim). É preciso muito cuidado ao mexer nesse vespeiro, pois qualquer modificação indevida ou mal sucedida pode comprometer a estabilidade – ou a própria inicialização – do Windows. Para entender isso melhor, reveja a sequência de postagens iniciada por esta aqui.  

·        Utilizar todos os núcleos da CPU para o arranque do PC – Há quem afirme que o Windows utiliza somente um núcleo de processamento durante a inicialização e recomendam habilitar todos os núcleos para acelerar consideravelmente este processo. Esse ajuste na verdade não funciona, pois o fato do Windows limitar o número de núcleos da CPU durante o início foi desenvolvido por razões de segurança em caso de problemas, não para permitir habilitar mais núcleos. De qualquer forma, o Windows utiliza todos os núcleos disponíveis logo após a primeira fase da inicialização. Sem falar que essa reconfiguração pode resultar na mensagem de erro "BAD_SYSTEM_CONFIG_INFO". Essa questão divide a opinião dos analistas: alguns afirmam que o Windows utiliza todos os núcleos durante o boot, e que a ferramenta serve apenas para limitá-los, mas a tela das opções avançadas de inicialização do meu PC mostra apenas um núcleo habilitado por default. Para adicionar o segundo, eu marquei a caixa Número de processadores, cliquei na setinha à direita e escolhi a opção 2, conforme visto nesta postagem, e a partir daí observei uma redução de aproximadamente 10% no tempo de inicialização. Vale lembrar que isso pode variar de acordo com uma série de fatores. Quando reiniciamos o PC depois de uma limpeza e compactação do Registro, por exemplo, notamos que o Windows demora mais para nos entregar o comando da máquina, mas os boots subsequentes passam a ser mais rápidos. Em última análise, nada se perde em tentar, até porque basta desfazer o ajuste em questão para que tudo volte a ser como antes no Quartel de Abrantes. 
·        Desativar algumas funções e programas do computador – Os PCs sempre vêm com vários dispositivos integrados ou outros componentes dos quais os usuários nem sempre necessitam, como um transmissor Bluetooth, um adaptador Ethernet, uma câmera web, um controlador de Firewire, ou mesmo um chip de som. Embora não seja viável desligá-los todos permanentemente, essa ação um efeito real no tempo de início. Ao realizar a prova, os laboratórios da TuneUp economizaram 4 segundos no tempo de arranque. Mas vale a pena todo este incômodo? Definitivamente, não. De pleno acordo. Quanto aos programas, quanto menos, melhor. Antes de dar início aos procedimentos de manutenção, vasculhe a lista dos apps instalados e remova sem remissão todos os que não têm utilidade ou são usados uma vez na vida, outra na morte. Demais disso, recorra sempre que possível a serviços baseados na Web, que podem ser rodados a partir do navegador (desde que você tenha uma conexão com largura de banda razoável, naturalmente). Você pode localizá-los através do seu motor de busca (digitando “editor de imagens online” em vez de simplesmente “editor de imagens”, por exemplo). Outra opção é recorrer a websites que centralizam esses serviços, como o SPOON. Basta instalar o plug-in, criar sua conta e escolher o software desejado – há de navegadores a games, passando por comunicadores, programinhas de conversão, plataformas de emails, editores, diagramadores, e muito mais. Ao final, basta fechar a caixa respectiva; como tudo roda virtualmente, nenhum resquício ficará armazenado em seu computador.

Para acelerar o PC de forma confiável e segura, você pode baixar e instalar uma versão de teste do TuneUp Utilities 2014 no site oficial da TuneUp e usá-la sem qualquer ônus pelo prazo de 15 dias, com todas as funcionalidades do programa.

Piadinha da vez:



Abraços a todos e até segunda, se Deus quiser.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

COBRA COMENDO COBRA!


Sem alarde, a CPI da Pandemia avança na investigação sobre a divulgação de fake news. Até agora, oito pessoas próximas a Bolsonaro tiveram sigilos telefônico e telemático quebrados. Na sessão de ontem, a servidora Célia Silva Oliveira admitiu que o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin ficou um mês sem fiscal, e que ela só foi encarregada do contrato em 22 de março, dois dias após os irmãos Miranda terem denunciado as irregularidades no processo ao presidente. E mais um bocado de meias-verdades e inverdades chapadas, empresas ligadas à Precisa e à Global que vendem “de parafuso a foguete para órgãos públicos” e providenciais acessos de amnésia — a depoente da vez dizia não se lembrar do próprio padrinho político! Está programada para hoje a oitiva de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde; amanhã será a vez da ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato. A Comissão solicitou também o auxílio de um delegado da PF que atuou na CPMI das Fake News e pediu à PGR que um procurador seja destacado “com urgência” para auxiliar nas investigações.

***

As maiores manifestações populares desde as Diretas Já eclodiram em 2013, tendo como estopim um aumento de R$ 0,30 no preço da passagem no transporte público. O resultado veio três anos depois, com a deposição de Dilma, a inolvidável. Promovido a titular, o vice decorativo da anta teve bons e maus momentos e vivenciou manifestações de repúdio e panelaços, mas que foram café pequeno na comparação  com os apupos dirigidos à eterna estocadora de ventos.

Não vem ao caso discutir a implicância de Rodrigo Janot com o Michel Temer ou a sujeição deste ao patético papel de pato-manco para driblar as “flechadas” daquele. Mas é oportuno relembrar que o PGR era simpatizante do petismo e o vampiro do Jaburu foi o articulador do impeachment da dita-cuja caracará. Dito de outro modo, Dilma era uma incompetente de quatro-costados, Temer, um grande oportunista e Janot, um maluco que afirmou publicamente que entrou armado no STF para “atirar na cara de Gilmar Mendes e se suicidar em seguida”, mas “uma intervenção divina” o impediu de apertar o gatilho. Cada qual dá à própria imprestabilidade o nome que bem entende, naturalmente. Mas isso não muda o fato de que essa “confissão” foi uma estratégia de marketing para promover o livro — Nada Menos que Tudo.

O alvo da ira de Janot descartou recorrer a alguma medida judicial, até porque o Código Penal e a jurisprudência dos tribunais não criminalizam a fase preparatória de um ilícito. Se o simples desejo de matar fosse passível de punição e a justiça brasileira cumprisse seu papel, nem um pool de empreiteiras trabalhando 24/7 daria conta da demanda por celas. Em última análise, a mirabolante revelação do ex-procurador não daria sequer um filme do tipo “DESEJO DE MATAR NO STF” — até porque seria preciso deixar claro quem era o mocinho e quem era o bandido no enredo.

Manifestações de rua e panelaços perderam força com a queda da nefelibata da mandioca, mas ressuscitaram para assombrar o Capitão-Grinch. Esqueça as motociatas. São manifestações engrossadas com promessas de isentar motos, scooters e congêneres do pagamento de pedágio. Digno de nota é a recorrência dos protestos contra o governo, que, inclusive, vêm se avolumando. Se esse cenário é um prenúncio de impeachment, só o tempo dirá. Mas o clamor popular foi determinante na deposição de Collor e Dilma.

Domingo passado, um dia depois das penúltimas manifestações pró-impeachment e dois após ter sido indiciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Renan Calheiros acusou Jair Bolsonaro de ter desdenhado da pandemia, criado um governo paralelo, sabotado os imunizantes, alastrado o vírus e entregado vidas a charlatães e lobistas de cloroquina (como o próprio presidente e sua ilustre filharada).

Segundo a PF, o senador teria ocultado e dissimulado a origem de R$ 1 milhão, em 2012, pago pelo Grupo Odebrecht em troca de apoio político para a aprovação de projeto de lei em benefício da empreiteira. Em nota, o acusado afirmou que a PF não tem competência para indiciá-lo, que a investigação está aberta desde março de 2017 e que estranha o fato de o inquérito ter andado no momento em que a CPImostra todas as digitais do governo na vacina da corrupção”.

Cá entre nós e a torcida do Flamengo, esse pedido de indiciamento é um movimento de retaliação da PF (que agiu a mando do chefe do Executivo) à atuação do relator da CPI do Genocídio. Não morro de amores por Renan e tampouco tenho procuração para defende-lo, mas é impossível negar que, nesse caso específico, assiste razão ao senador. Mas isso não faz dele o obelisco da probidade. Basta lembrar que ele e o então presidente o STF (petista no úrtimo) costuraram um acordão para fatiar o processo de impeachment de Dilma, evitando que ela fosse inabilitada politicamente (em desconformidade com a Lei do Impeachment, segundo a qual o réu perde o mandato e  fica inelegível por 8 anos).

Em dezembro de 2016, o Cangaceiro das Alagoas se tornou réu por peculato e foi afastado da presidência do Senado, já que réus não podem ocupar cargos que os coloquem na linha sucessória presidencial (não me perguntem como Arthur Lira é presidente da Câmara). Por alguma razão, a decisão de afastar Renan paralisou os trabalhos na Casa. Era como se nada ali funcionasse sem a presença da quintessência da velha política de cabresto nordestina. Para piorar, apoiado pela mesa diretora, senador se recusou a acatar a decisão, como se sua deposição fosse uma opção, não uma determinação emanada da cúpula do Judiciário.

Em fevereiro de 2019, Renan disputou a presidência do Senado pela quinta vez, mas foi derrotado por Davi Alcolumbre. Teve de tudo nessa eleição. De 48 horas de chicanas legislativas ao “furto” da pasta de direção da Mesa pela senadora Kátia Abreu; de reuniões que vararam a madrugada a uma decisão questionável do STF (proferida às 03h45 em favor do voto secreto, contrariando uma decisão do plenário). Ao cabo da primeira votação, foram computados 82 votos (o que é no mínimo estranho, considerando que o plenário da Casa e composto por 81 senadores). Aos olhos dos otimistas de sempre, a derrota acachapante de Renan sepultaria a velha política clientelista, fisiologista e oportunista, mas tudo continuou como dantes no Quartel de Abrantes.

Na política não há amigos nem inimigos. O desafeto de hoje pode ser o aliado de amanhã, e vice-versa. No mundo real, o fato de você e eu termos um inimigo em comum não nos torna amigos, mas seria burrice não unirmos forças em prol da nossa causa. Pouco importa a cor do gato, desde que ele cace o rato. Na relatoria da CPI, o senador alagoano superou minhas expectativas. Mutatis mutandis, o mesmo vale para o senador Omar Aziz, presidente da Comissão, que governou o Amazonas de 2010 a 2014 e foi alvo da Operação Vértex. Segundo sua assessoria, não foi produzida prova alguma nem apresentado indício de ligação do senador com qualquer atividade delituosa”. O advogado de Aziz confirmou à CNN que seu cliente está com o passaporte retido e alguns bens bloqueados, mas afirmou que o juiz que decretou essas medidas era incompetente para julgar o caso.

Aliados do governo põem em dúvida a imparcialidade de Aziz como condutor da CPI. Faz parte do jogo, como se costuma dizer. O diabo é que brasileiros estão morrendo feito moscas enquanto maus parlamentares usam a Comissão como palanque, depoentes mentem ou recorrem a chicanas para permanecer calados, a tropa de choque do Planalto tenta relativizar a culpa do chefe pelas 520 milhões de mortes e o senador Rodrigo Pacheco, eleito presidente da Casa com o apoio do Planalto, empurra com a barriga a decisão sobre a prorrogação dos trabalhos da CPI.   

O Brasil já teve 38 presidentes em 121 anos de história republicana, mas nenhum deles — nem mesmo Dilma, a inefável — foi chamado de genocida ou “eleito” pior líder mundial no enfrentamento à Covid. Como governante, Bolsonaro não passa de um inquilino do Palácio do Planalto que jamais desceu do palanque e usa a máquina pública em prol de um projeto de poder eminentemente pessoal. Dos poucos ministros que valiam dois mirréis de mel coado, a maioria já desembarcou — uns por iniciativa própria, outros penabundados pelo chefe, por ciúme ou para acomodar apaniguados do Centrão. E dá-lhe “gabinete do ódio”.

“Envenenado” pelos filhos — seguidores atávicos do ex-astrólogo Olavo de Carvalho —, Bolsonaro demitiu (ou fez com que se demitissem) ministros do quilate de Gustavo Bebianno, Floriano Peixoto, Santos CruzHenrique Mandetta, Sergio Moro e Nelson Teich, rompeu com apoiadores de primeira hora (entre os quais Joice HasselmannAlexandre Frota e Janaína Paschoal) e, numa clara disputa por poder dinheiro do fundo partidário, desligou-se da oitava legenda que percorreu em seus 30 anos na política. 

Expelido da secretaria-geral da Presidência em fevereiro de 2019, Bebianno — o amigo de fé, irmão, camarada e articulador da campanha passou de aliado a desafeto após ter sido demitido por Zero Dois, chamou de psicopata o presidente que ajudou a eleger e disse à Jovem Pan que “a democracia estava em risco devido à postura de Bolsonaro”. Bebianno tencionava disputar a prefeitura do Rio de Janeiro em 2020, mas foi fulminado por um infarto agudo em março de 2019, quando estava escrevendo o livro “Uma Eleição Improvável”, que desnuda os bastidores da campanha do capitão. De certo modo Bebianno representava para Bolsonaro o que PC Farias representou para Collor Antonio Palocci para Lula

Ignorar as fronteiras que separa o país do governante é uma característica típica de líderes autoritários e demagogos que se escondem atrás de apelos nacionalistas em busca de proteção. Bolsonaro não só deformou o aparato estatal como vem usando a máquina pública para atingir desafetos e alimentar picuinhas. Para proteger-se e blindar sua enrolada prole, não se furta a vilipendiar instituições de Estado, afrontar os demais Poderes e vituperar impropérios contra a imprensa diuturnamente. Para ele, a Constituição é como papel higiênico: só tem utilidade nas horas de necessidade. Sua “falta de absolutamente” se evidenciou ainda mais com a pandemia. Uma gestão adequada, dizem os especialistas, poderia ter evitado centenas de milhares de óbitos. Mas “e daí?” “Não sou coveiro”, tripudia o presidente.

Nada com um dia após o outro. Bolsonaro entrará para a história como o presidente que reuniu todos os defeitos de seus antecessores sem deles tomar emprestada uma única virtude, além de ter sido o grande responsável pela maior produção de cadáveres de todos os tempos. Que o Diabo se apiede de sua alma.

domingo, 11 de abril de 2021

TUDO COMO DANTES NO QUARTEL DE ABRANTES

 

Impossível enxergar a olho nu vestígios de sanidade na forma como Jair Bolsonaro lida com a pandemia. Ele briga com os fatos mais ou menos como o sujeito que salta do décimo andar e, ao passar pelo oitavo, proclama aliviado: “Até aqui, tudo bem.”

No dia em que o Brasil registrou pela primeira vez mais de 4 mil mortes por covid em 24 horas, o capitão criticou novamente medidas de isolamento social adotadas por estados e municípios para evitar ou atenuar o colapso das UTIs. Presidente que prega o retorno a uma hipotética “normalidade” sem fornecer vacinas na quantidade necessária para atingir a imunidade coletiva condena sua Presidência à anormalidade.

Bolsonaro acha que se imunizou politicamente ao entregar a coordenação política do governo para o centrão. Engano. A tribo de Arthur Lira e Valdemar Costa Neto revela-se capaz de tudo, exceto de cometer suicídio político. A lealdade dos aliados tende a diminuir na proporção direta do aumento do número de cadáveres. A Fiocruz, fundação vinculada ao Ministério da Saúde, alertou que a pandemia deve permanecer em “níveis críticos” durante o mês de abril, “prolongando a crise sanitária e o colapso nos serviços e sistemas de saúde nos Estados e capitais brasileiras”. De acordo com o Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, elaborado pela Fiocruz, houve um aumento na taxa de letalidade da covid. Subiu de 3,3% para 4,2%.

O Brasil pós-redemocratização elegeu cinco presidentes pelo voto direto: Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro. O primeiro e a penúltima foram enviados para casa antes de concluir o mandato. Uma taxa de mortalidade de 40% — praticamente dez vezes maior do que o índice de letalidade do vírus. Há nas gavetas do deputado Arthur Lira, o réu que preside a Câmara, sete dezenas de pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Por muito menos, o então presidente da Câmara Eduardo Cunha, mentor de Lira, colocou para andar o pedido de deposição de Dilma.

Falando com um grupo de devotos na porta do Alvorada, Bolsonaro recusou-se a comentar os 4.211 corpos do dia. Preferiu espinafrar a estratégia do isolamento social. “Tem uma pesquisa aí que diz que quem tem uma vida saudável é 8 vezes menos propenso a ter problema com a covid” afirmou ele, sem citar a fonte da pesquisa, em vídeo divulgado por canal bolsonarista no YouTube. “Mas quando você prende o cara em casa, o que ele faz em casa? Duvido que ele não aumentou um pouquinho de peso. Duvido. Até eu cresci um pouquinho a barriga”, completou, arrancando gargalhadas dos apoiadores. “Me chamavam de torturador, racista, homofóbico. Agora é o quê? Aquele que mata muita gente? Genocida! Imagina se o Haddad estivesse no meu lugar?! (...) Do que eu não sou culpado aqui no Brasil? (risos)”, afirmou o presidente. “O pessoal [em outros países] quer destruir o vírus. O pessoal, aqui, quer destruir o presidente. Se vai morrer mais gente, não interessa [pra eles], não”, concluiu.

Diante da escalada no número de casos de coronavírus, no Brasil, todos os estados e o Distrito Federal passam por algum tipo de restrição. O isolamento social é consolidado internacionalmente como uma das principais ferramentas de combate à Covid. Em março, o sucessor de Pazuello no comando da Saúde defendeu uma orientação para a população usar máscaras e adotar o isolamento ao assumir a pasta. A postura foi elogiada por parlamentares, inclusive integrantes da oposição, por não seguir o presidente.

Observação: Queiroga é cardiologista, não general. Mas, a exemplo do antecessor, o doutor também se submete às generalidades que compõem as superstições de Bolsonaro sobre o “tratamento precoce” do coronavírus. Nesta quarta-feira, foi batizado com Cloroquina numa pajelança anticientífica realizada na cidade catarinense de Chapecó. Ao aceitar o convite do chefe para integrar a comitiva presidencial num tour cloroquínico, o subordinado comportou-se como um médico que viaja num avião sabendo que toda a sua bagagem de conhecimentos científicos viaja em outra aeronave. A iniciativa pode ser um tributo que o doutor decidiu pagar à falta de lógica, para evitar que o presidente o expurgue do governo, como fez com o ortopedista Henrique Mandetta e o oncologista Nelson Teich. A dúvida que paira no ar é a seguinte: o que é pior, um general sem formação médica que bate continência para as prescrições de um capitão ou um médico que se rende ao receituário de um presidente sem comprovação científica?

Numa pandemia, depois da insanidade costuma vir a cobrança. Como Bolsonaro não dispõe de um plano mirabolante de retorno à normalidade sem restrições, tende a se tornar um aliado tóxico. Aos pouquinhos os aliados do Planalto começam a fazer exercícios de futurologia. Muitos já avaliam que, se concluir o mandato, o capitão fará campanha em 2022 não nas redes sociais, mas ao lado de uma pilha de cadáveres. Não será fácil recrutar companhia.

Com Josias de Souza

quinta-feira, 8 de abril de 2021

VAI UM FILMINHO AÍ?

A VIDA É INGRATA NO MACIO DE SI, MAS TRANSTRAZ A ESPERANÇA MESMO DO MEIO DO FEL DO DESESPERO.

A maior pandemia viral da história do nosso país — quiçá do mundo — impôs a adoção do home office e de medidas como o “isolamento social” para retardar a propagação da Covid e evitar o colapso no sistema de saúde. 

Se as decisões foram acertadas, se surtiram os efeitos esperados, se devem ser mantidas ou suspensas em benefício da recuperação, bem, essas são perguntas cujas respostas podem variar de acordo com o nível intelectual e, por que não dizer, as convicções político-ideológicas das pessoas a quem a gente as dirigir.

Polarizações à parte, é incontestável que o uso de computadores (de mesa, portáteis e ultraportáteis) cresceu exponencialmente no último ano, tanto por conta do trabalho remoto quanto pela redução do contato pessoal com colegas, amigos e parentes (falo de pessoas responsáveis, não dos cretinos que promovem e frequentam festinhas clandestinas), como comprova o expressivo aumento da base de usuários de plataformas como o Zoom.

A videoconferência surgiu nos anos 1970, mas demorou décadas para se popularizar, já que a troca de vídeos em tempo real exigia inicialmente um aparato sofisticado, com duas ou três câmeras, microfones, um ou dois monitores, aparelhos de vídeo cassete, lousas eletrônicas, e um computador conectado à Internet. Mas, já dizia o poeta, “não há nada como o tempo para passar”.

Observação: Para que não se lembra, a conexão em banda larga só começou pipocar no Brasil após a virada do século; até então a modalidade padrão de acesso era a lenta e instável rede “dial up”, na qual placas de modem analógico incorporadas aos PCs discavam (literalmente) para um provedor de Internet. Além de instável, a conexão discada era extremamente lenta (a velocidade máxima teórica alcançada por um modem analógico é de 56,6 kbps) e cara, pois a operadora cobrava um pulso quando a ligação era completada e pulsos adicionais a cada 6 segundos, da mesma forma que nas ligações convencionais — a não ser durante as madrugadas e em feriados e finais de semana, quando eram cobrados apenas dois pulsos, independentemente do tempo de duração da chamada.

Ao longo dos últimos anos, graças, sobretudo, à melhoria da conexão e às novas tecnologias que surgiram, como smartphones ultra velozes e tablets, as famosas chamadas de vídeo se tornaram comuns até mesmo em aplicativos como WhatsApp, Skype, Facebook e Instagram, entre tantos outros. 

Em 2020, a videoconferência tornou-se indispensável na rotina das pessoas. O Google Meet, por exemplo, teve uso ampliado em 25 vezes durante a pandemia; a Microsoft registrou, em apenas um mês, aumento de 70% no número de usuários do Skype, e o Zoom, que se popularizou bastante, surpreendeu ao bater incríveis 169% de crescimento no período.

Além do home office, do happy hour virtual e das confraternizações remotas (por videoconferência) entre amigos e parentes, os sites que oferecem filmes e seriados para download também registram uma expansão substantiva em sua base de usuários. Mas é preciso ter em mente que navegar na Web, que até não muito tempo atrás um “bucólico passeio no parque”, tornou-se uma prática tão perigosa quanto um safári nas savanas africanas, dado o aumento exponencial de pragas digitais e golpes virtuais. E foi-se o tempo em que o vírus era apenas incomodativo (na pior das hipóteses, bastava reinstalar o sistema operacional para que tudo voltasse a ser como antes no Quartel de Abrantes).

Procurar o nome de um filme no Google (ou em outro mecanismo de buscas qualquer) e clicar no primeiro link que aparece é uma prática tão comum quanto perigosa. Não raro, o internauta é redirecionado a sites potencialmente inseguros, que condicionam a liberação do conteúdo ao preenchimento de um cadastro com nome, CPF, telefone, endereço eletrônico etc. Alguns exibem uma mensagem de erro, outros fornecem o conteúdo, mas vendem os dados a empresas especializadas no envio de spam, e há os que chegam até a lançar valores a débito na telefônica informada no cadastro — sem autorização e à total revelia do usuário — a título de cobrança pelo “serviço fornecido”.

A tecnologia P2P (de Peer-to-Peer, ou ponto a ponto) tornou-se popular na década passada por permitir o compartilhamento de arquivos entre os usuários sem a necessidade de um servidor central. Ela foi projetada para compartilhar arquivos grandes de forma ágil, mas vem sendo usada desde sempre (quem não se lembra do célebre KaZaA) de maneira maliciosa, dado o anonimato que permite. 

O problema do serviço é que o usuário não tem como saber se o arquivo é ou não real, se está realmente baixando um filme ou infectando seu sistema com uma carga viral. E confiar nos comentários que outros espectadores deixaram na plataforma que exibe o filme não é a solução, já que muitos deles podem ser falsos.

Alguns sites que oferecem filmes e séries para download exigem a instalação prévia de “plug-ins” que podem conter vírus, spywares e outros programinhas maliciosos que se destinam a espionar o internauta, exibir janelas pop-up de propaganda, roubar senhas, dados bancários e números de cartões de credito, entre outras coisas.

Observação: No final do ano passado, pesquisadores da Avast deram conta de que 28 extensões disponíveis para os navegadores Google Chrome e do Microsoft Edge instalavam um malware capaz de roubar dados pessoais dos internautas. Somando o número de downloads de todos os plugins maliciosos, a empresa de segurança tcheca calculava que três milhões de pessoas foram afetadas, mundo afora, por essas maracutaias.

Muitos usuários que baixam filmes a partir de sites legítimos acabam buscando a legenda condizente em outros endereços desconhecidos, que vinculam o fornecimento do conteúdo ao preenchimento de um cadastro (e utilizam os dados informados para finalidades escusas), ou então induzem a vítima a baixar arquivos perigosos, como executáveis que, em vez da legenda desejada, brindam o incauto com programinhas maliciosos. Como diz um velho ditado, “o barato sai caro”. Serviços de streaming on-line — como Netflix, Amazon, Disney etc. — são pagos, mas bem mais seguros, além de oferecer o conteúdo dublado ou com legenda.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

SOBRE SISTEMA E APLICATIVOS (CONTINUAÇÃO)

PROMETE EM DÚVIDA, QUE AO DAR NINGUÉM TE AJUDA.

Conforme eu antecipei no post anterior, os aplicativos são responsáveis pela maioria das tarefas que o computador (de mesa, portátil ou ultraportátil) executa para nós. Embora o Windows integre um editor de textos elementar (Notepad, ou Bloco de Notas) e outro um pouco mais versátil (WordPad), muita gente não abre mão do MS Word (processador de textos que integra o Windows 365, como passou a ser chamado o pacote de apps de escritório e produtividade Office 365 — sucessor da tradicional suíte de aplicativos MS Office). 

Para proteger o computador contra malware e invasões, há quem prefira uma “Internet Security” — como as da Kaspersky, McAfee, Symantec, Avira, etc. —, a despeito de o Windows dispor de antimalware e firewall nativos. E para manter o sistema nos triques, usuários intermediários e avançados se valem de suítes de manutenção como o Advanced System Care, da IObit, ou o CCleaner, da Piriform, ainda que o próprio Windows conte com utilitários nativos para limpeza do disco, correção de erros e desfragmentação dos dados. E esses são apenas alguns entre dúzias de exemplos que eu poderia citar.

Ainda que os discos rígidos atuais sejam verdadeiros latifúndios, não há razão para ocuparmos cada megabyte de espaço com programas que usamos uma vez para nunca mais. Até porque qualquer software adicionado ao computador ocupa espaço e consome recursos (ciclos da CPU, espaço na memória RAM, etc.), e quanto mais aplicativos pendurarmos no sistema, mais lento o computador ficará e maiores serão os riscos de infeções digitais.

Até não muito tempo atrás, para instalar qualquer aplicativo era preciso adquirir a respectiva a mídia de instalação. Hoje em dia, basta acessar o site do desenvolvedor do programa — ou um repositório de softwares, como o Baixaki —, baixar o instalador, rodar o executável, aceitar os termos do EULA (detalhes nesta postagem) e pronto. A Web está coalhada de “freewares” (para saber mais sobre as diversas modalidades de distribuição e licenciamento de software, acesse esta postagem), e a “gratuidade” estimula a instalação de toda sorte de inutilitários. Por outro lado, além do impacto na performance do sistema, sempre existe o risco de esses programinhas virem acompanhados de vírus e outros códigos maliciosos. 

Observação: Apps maliciosos ou adulterados pela bandidagem digital são responsáveis pela maioria dos incidentes de segurança em smartphones (para saber mais, acesse esta postagem e as seguintes), sobretudo porque poucos usuários atentam para as permissões solicitadas no momento da instalação. Você já se perguntou, por exemplo, por que diabos uma lanterna ou um gravador de voz que você instala no seu celular pede permissão para acessar sua agenda de contatos ou seus grupos no WhatsApp?

Pode-se argumentar que tudo é reversível no âmbito do software e que basta desinstalar os aplicativos inúteis ou problemáticos para recuperar o espaço que eles ocupavam e tudo voltar a ser como antes no Quartel de Abrantes. Mas não é assim que a banda toca. Elementos indesejáveis (pastas, arquivos de log e entradas inválidas no Registro do Windows, entre outros) costumam sobreviver à desinstalação do programa que os criou. Barras de ferramentas adicionadas ao navegador e alterações da homepage e do mecanismo de buscas são bons exemplos de modificações que nem sempre são revertidas com a pura e simples remoção do programa que as implementou. E o mesmo vale para vírus e outros códigos mal-intencionados (spywares, trojans, bots e outros que tais).

No smartphone, reverter o aparelho às configurações de fábrica costuma resolver todos esses problemas, mas tudo volta a ser como era quando o aparelho foi ligado pela primeira vez — ou seja, todas as configurações, personalizações e aplicativos terão de ser refeitos/reinstalados. No PC, mesmo que a Microsoft tenha facilitado bastante a reinstalação do Windows, esse processo é apenas a parte visível do iceberg. Depois de reinstalar o sistema ainda  preciso atualizá-lo, personalizá-lo e reinstalar todos os aplicativos que não vieram com o computador. Isso sem mencionar que arquivos pessoais (documentos de texto, fotos, músicas, vídeos, etc.) podem se perder caso o usuário não cultive o hábito de manter backups atualizados desse conteúdo.

Por hoje chega. O resto fica para uma próxima vez.