Mostrando postagens classificadas por data para a consulta escândalo do mensalão. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta escândalo do mensalão. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

domingo, 15 de junho de 2025

7 DICAS PARA UM CHURRASCO DE MESTRE

MEIAS-VERDADES COSTUMAM SER MENTIRAS INTEIRAS.

Muito do que será visto a seguir já foi objeto de outras postagens dominicais, mas o que abunda não excede e a audiência do Blog é rotativa. Dito isso, vamos ao que interessa: 

 

1) A picanha é rainha das churrascarias e a princesa dos churrasqueiros de fundo de quintal (ou de terraços-gourmet), mas a maminha, a fraldinha, o miolo de alcatra e o contrafilé são cortes macios, suculentos, saborosos, e costuma custar um pouco menos.

 

2) Picanha e sal grosso são indissociáveis, mas o tamanho dos grãos dificulta a absorção e distribuição, deixando algumas partes da carne salgadas demais e outras sem sal nenhum. Flor de sal e sal rosa do Himalaia são ideais para finalizar carnes já assadas, ao passo que o sal de parrilla — mais fino que o sal grosso e mais grosso que o sal refinado — penetra melhor na carne e derrete em contato com o calor do braseiro.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Primeiro foi a "crise do Pix". Depois o "escândalo do INSS". Em seguida, a "crise do IOF". Desse jeito, não há populismo que reverta os índices de rejeição a Lula, que não aprendeu nada em seus dois primeiros mandatos, nem com o mensalão, nem com os 580 dias de prisão.

A crise gerada pelo aumento atabalhoado do IOF é apenas mais um capítulo da novela do desgaste de Lula, que começou lá atrás, com a falta de diálogo da base com o então ministro Alexandre Padilha, passou pela falta de alinhamento do próprio Lula com seus principais aliados e chegou ao ápice agora com as crises do Pix e do IOF. Até mesmo os partidos de esquerda, como o PSB, ensaiam um desembarque.

Dizem que em 1912, durante o naufrágio do Titanic, os músicos responsáveis pelo entretenimento tocaram por mais de duas horas enquanto os passageiros lutavam para sobreviver. O atual governo já colidiu com o iceberg; o Centrão não só percebeu como já admite que apenas um milagre poderia salvar o petista. 

Ao mais fiéis, resta escolher entre afundar com o navio ou embarcar num bote salva-vidas antes que a orquestra pare de tocar.

 

3) Salgar a carne na hora de servir ajuda a manter a suculência e evita que ela resseque. Mas você pode salgar a picanha um pouco antes de acender o braseiro, ou mesmo besuntá-la com manteiga temperada (misture ½ tablete de manteiga em ponto de pomada com 4 dentes de alho picados, um fio de azeite, sal e tomilho desidratado) e pincele sobre a picanha antes de levá-la à churrasqueira.

 

4) Cortes como maminha, fraldinha e contrafilé podem ser colocados para marinar — isso significa deixar a carne descansando numa mistura de azeite, vinagre e outros temperos, como alho, cebola, sal, páprica e ervas finas por pelo menos duas horas. O chimichurri também é uma boa opção para deixar o churrasco com um sabor diferente.

 

5) Churrasco de carne bovina se come malpassado ou ao ponto. Carne "bem-passada" favorece a formação de compostos carcinogênicos, cuja metabolização pelo fígado gera radicais livres em quantidade superior à que nosso organismo é capaz de neutralizar. De mais a mais, quem gosta de sola é sapateiro.

 

6) Acenda a churrasqueira de 45 minutos a 1 hora antes de colocar a carne para assar, pois assim a selagem será rápida e os sucos internos serão preservados. 


7) Mantenha o lado da gordura virado para cima, pois assim ela derrete, penetra nas fibras e deixar a carne ainda mais macia e suculenta. 


8) Quando a peça estiver selada por todos os lados, afaste-a do braseiro e deixe assar lentamente, para que ela fique dourada por fora e suculenta por dentro. Também é importante deixar a carne descansar por cerca de  5 minutos antes de cortar, pois isso faz com que os sucos se redistribuam, deixando o churrasco mais suculento.

 

9) Churrasco não é só picanha (ou outro corte bovino). Linguiça (tanto comum quanto temperada, recheada com alho, pimenta biquinho e erva-doce), salada de folhas, maionese de batata (com ervilhas, bacon crocante, cebolinha, mostarda amarela e um toque de limão), pão de alho (pães franceses amanhecidos, alho, maionese e cheiro-verde picado, envolvidos em papel alumínio e levados à churrasqueira até que fiquem dourados e crocantes por fora e macios por dentro), farofa de pão com bacon e molho à campanha são complementos indispensáveis.

 

Observação: Pães franceses fresquinhos besuntados com manteiga e recheados com linguiça e queijo coalho grelhado forram o estômago, evitando o pileque da caipirinha, e reduzem a demanda pela carne propriamente dita. Dependendo do número de comensais, a economia pode ser bastante significativa.

 

Agora é só acender o braseiro, assar a carne e encher a pança.

 

Bom apetite.  

quinta-feira, 12 de junho de 2025

20 ANOS DE MENSALÃO E O BOTECO DAS ELEIÇÕES

UM PAÍS SEM JUSTIÇA SE TRANSFORMA FACILMENTE NUM COVIL DE LADRÕES.

Há 20 anos, uma entrevista revelava ao Brasil a existência de um esquema de compra de apoio político envolvendo integrantes do Congresso Nacional, do governo federal e da cúpula de diversos partidos políticos. Era o início do "Escândalo do Mensalão", que abalou o primeiro mandato de Lula, conquistado após três derrotas consecutivas (1989 para Fernando Collor e 1994 e 1998 para Fernando Henrique). 

 

O termo "mensalão", citado pela primeira vez numa entrevista de Roberto Jefferson — então deputado e presidente do antigo PTB — à jornalista Renata Lo Prete — então editora do Painel no jornal Folha de S.Paulo — aludia às "mesadas" que os parlamentares recebiam em troca apoio a projetos de interesse do Executivo. No relato, o parlamentar acusou o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, de ser o responsável pelos repasses para compra do apoio dos congressistas. Mas a sombra de uma crise de grandes proporções, associada a desvio de dinheiro público dentro da máquina federal, já pairava sobre o governo petista.

 

Em maio de 2005, a revista Veja — cujas reportagens bombásticas já haviam desencadeado o fim da carreira militar de Bolsonaro (1987) e a implosão do governo Collor (1992) — revelou a existência de um vídeo em que um diretor dos Correios chamado Rogério Marinho negociava propina em nome de Jefferson, dando origem à "CPMI dos Correios", que se tornou palco das principais revelações e investigações, em tempo real, do esquema do mensalão. 

 

Na época, o PT enfrentava dificuldades de consolidar uma base governista na Câmara dos Deputados. Jefferson acusou  José Dirceu de envolvimento no esquema, e o então ministro-chefe da Casa Civil pediu demissão e retomou seu mandato de deputado. Em julho, Veja revelou que Marcos Valério, Delúbio Soares e José Genoino deram aval a um empréstimo milionário em nome do PT, levando o Delúbio e o secretário-geral do partido, Silvio Pereira, a deixarem seus cargos. Dias depois, José Adalberto Vieira da Silva, secretário do PT do Ceará e assessor do irmão de José Genoino, foi preso ao tentar embarcar em um voo com R$ 200 mil na mala e US$ 100 mil escondidos na cueca. Genoino deixou a presidência do PT no dia seguinte, e o partido mergulhou de vez em uma espécie de inferno astral e crise reputacional.

 

Aos poucos, outras siglas da base do governo (como PP e PL) que haviam formado a chapa presidencial vitoriosa em 2002 tiveram deputados e dirigentes envolvidos no escândalo, entre os quais Valdemar Costa Neto, que renunciou ao mandato para não ser cassado, foi condenado no "Processo do Mensalão" e posteriormente perdoado por se enquadrar nas regras de um decreto editado pela presidente Dilma no final de 2015. A despeito da capivara invejável, esse sujeito preside o partido que tem Jair Bolsonaro como presidente de honra e Michelle Bolsonaro no comando do PL Mulher.

 

Ao se defender a cassação, Jefferson disse em seu discurso: "Este é o governo mais corrupto que vi em meus 23 anos como deputado. O Zé Dirceu tratou a Câmara como um prostíbulo (...) E a turma que forneceu o dinheiro vai ficar de fora? Tem ministro que recebeu mensalão (...) Foi de lá do Planalto que partiu a corrupção". Acusou Lula de ser "preguiçoso", "malandro" e "omisso". "Tirei a roupa do rei. Mostrei ao Brasil o que é o governo Lula. Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus", discursou. No dia 1º de dezembro de 2005, o mandato de Dirceu também foi cassado.

 

Em seu primeiro pronunciamento sobre Mensalão, Lula se disse "indignado com a crise política" e pediu desculpas à nação. Meses depois, em entrevista ao Fantástico, afirmou que não tinha conhecimento do esquema e classificou as denúncias de "facada nas costas". Em março de 2006, a partir das conclusões da CPMI dos Correios, o então PGR apresentou denúncia ao STF contra 40 pessoas — entre as quais Dirceu, acusado de ser o "chefe da organização criminosa" — por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, evasão ilegal de divisas, corrupção ativa e passiva, peculato, falsidade ideológica e gestão fraudulenta. Em agosto do ano seguinte, o Supremo aceitou a denúncia e, após 53 sessões, condenou 24 dos acusados, com destaque para Marcos Valério — o "operador" do mensalão —, que foi condenado a 40 anos, dois meses e dez dias de prisão, além de uma multa milionária.

 

Vinicius de Moraes ensinou que não há nada como o tempo para passar; Ivan Lessa, que o brasileiro esquece a cada 15 anos o que aconteceu nos últimos 15 anos; e um velho ditado, que quando um porco entra num palácio, ele não se torna rei, mas o palácio se torna um chiqueiro. Em 2018, o antipetismo levou Bolsonaro do obscuro baixo-clero da Câmara ao gabinete mais cobiçado do Palácio do Planalto; em 2022, o antibolsonarismo levou Lula de volta ao mesmo gabinete por uma vantagem de 1,8% dos votos válidos. 

 

Como se vê, mesmo que o cardápio inclua pão amanhecido e biscoito esfarelado, o eleitor brasileiro prefere escolher entre um prato de merda e um suco de bosta. 

quinta-feira, 5 de junho de 2025

O PAÍS DA CORRUPÇÃO — O POST SCRIPTUM DA DESILUSÃO

EXISTEM MAIS GALINHAS COM DENTES DO QUE PESSOAS DE BEM NA POLÍTICA.

Em 1889, um golpe de Estado (o primeiro de muitos) extinguiu a monarquia constitucional parlamentarista do Império e instituiu o presidencialismo republicano. A partir de então, o Brasil teve sete Constituições. 

As Cartas de 1946, 1967 e de 1988 admitiam a reeleição para o cargo de presidente, mas o retorno só era possível após o mandato de outro presidente. Durante o discurso de promulgação da Carta de 1988, o então presidente da Câmara salientou que ela não era perfeita, como ela própria o confessava ao admitir a possibilidade de reforma. De fato: nas três décadas seguintes, seis emendas constitucionais de revisão e 135 ordinárias transformaram a "Constituição Cidadã" numa verdadeira colcha de retalhos.

Embora a tradição constitucional brasileira buscasse evitar a perpetuação no poder, o então presidente Fernando Henrique, picado pela mosca azul, moveu mundo$ e fundo$ em prol da aprovação da PEC da Reeleição. A proposta reduziu o mandato presidencial de cinco para quatro anos e passou a permitir um segundo período consecutivo (um terceiro só pode ser disputado após um intervalo de quatro anos). Como quem parte, reparte e não fica com a melhor parte é burro ou não tem arte, o tucano de plumas vistosas se reelegeu em 1998, derrotando Lula já no primeiro turno.

De todos os presidentes eleitos pelo voto popular desde a redemocratização, FHC talvez tenha sido o “menos pior”, ainda que o escândalo da compra de votos das “marafonas da Câmara” tenha manchado seu currículo e escancarado o uso da máquina pública para fins de autopreservação política. Para o bem ou para o mal, ele inaugurou a lista dos presidentes reeleitos, da qual somente Bolsonaro ficou de fora (lembrando que Itamar e Temer foram vices promovidos a titulares). 

Collor foi o primeiro presidente eleito diretamente desde 1960 — e também o primeiro a sofrer impeachment. Dilma foi a segunda penabundada, mas acabou recompensada por Lula com a presidência do Banco do BRICS (com salário anual de meio milhão de dólares) e anistiada politicamente pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Além do perdão, madame recebeu uma indenização de R$ 100 mil e um pedido de desculpas feito em nome do Estado brasileiro pela presidente da comissão. Só falta agora seu criador e mentor ser canonizado em vida.

No último dia 21, a CCJ do Senado aprovou o fim da reeleição para os cargos de prefeito, governador e presidente da República. Se for chancelada pelo plenário e chancelada pela Câmara, a proposta representará uma mudança significativa não apenas na percepção dos parlamentares, mas também da população, que não vê com bons olhos a perspectiva de Lula, à frente de um governo tão populista quanto impopular, disputar um quarto mandato.

Em 1997, a popularidade de FHC contribuiu para que as críticas à PEC da Reeleição se restringissem a parte da imprensa e meia dúzia de analistas políticos. Todavia, sem novos coelhos para tirar da velha cartola, não conseguiu emplacar seu sucessor. Lula derrotou Serra em 2002 e, a despeito do escândalo do mensalão, venceu Alckmin em 2006 e escalou Dilma para manter aquecida a poltrona que ele queria reconquistar em 2014. Mas a cria pegou gosto pelo poder e, cumprindo a promessa de fazer o diabo para se reeleger, derrotou Aécio em 2010 (por uma margem apertada de 3% dos votos válidos). 

Sem o escudo da Presidência, Lula acumulou duas dúzias de processos criminais, foi condenado em julho de 2017, preso em abril de 2018, solto em novembro de 2019, reabilitado politicamente por togas camaradas e brindado com um inédito terceiro mandato em 2022. No entanto, mesmo torrando bilhões em medidas populistas e nitidamente eleitoreiras, sua aprovação despencou — e deve cair ainda mais devido ao esquema de fraudes no INSS.

Entre outros motivos para rejeitar a reeleição estão o uso da máquina pública em período de campanha e a necessidade de renovação nos quadros políticos. Mas o maior culpado pelo processo que está tramitando no Congresso é o próprio Lula, que terá 81 anos em 2026 (se ainda estiver caminhando entre os vivos, naturalmente) e, mesmo assim, insiste em forçar mais uma candidatura.

Negar o óbvio, vestir os fatos com a roupagem brilhante das versões e dar piruetas para defender o indefensável se tornaram práticas comuns na política tupiniquim. Cito como exemplo o contorcionismo de Bolsonaro (por desespero), de seus advogados (por dinheiro), de seus correligionários (por conveniência) e de seus apoiadores (por terem menos miolo que um pão francês).

Outro exemplo é a tentativa do governo de empurrar com a barriga a instalação de uma CPI para investigar as fraudes no INSS. A ideia é que o avanço das investigações e uma fórmula mágica para devolver o dinheiro às vítimas tornem a CPI desnecessária. Mas a demora resultará apenas na mudança do nome da encrenca, que passará a se chamar CPI da Sucessão

Para completar, em menos de 24 horas. numa bola dividida desnecessária, Haddad desmentiu seu número dois ao negar que tivesse discutido a elevação do IOF com o presidente do Banco Central. Apenas seis horas depois do anúncio, a meia-volta foi enfiada às pressas numa postagem no Xwitter. Na manhã seguinte, o ministro voltou ao centro do picadeiro para explicar que o recuo se deveu a uma “necessidade técnica”.

Por sorte dessa choldra, os eleitores repetem a cada dois anos, por cegueira mental, o que Pandora fez uma única vez, por curiosidade. Não fosse assim, estariam todos na fila do auxílio-desemprego.

segunda-feira, 19 de maio de 2025

O PAÍS DA CORRUPÇÃO — 6ª PARTE

RELEMBRAR O PASSADO É VIVER DUAS VEZES

 

Lula disputou a presidência três vezes até finalmente se eleger. Em 1989, perdeu para Collor no segundo turno, e em 1994 e 1998, para FHC, que foi o único mandatário eleito e reeleito no primeiro turno desde a redemocratização.

 

Em 2006, a despeito do escândalo do mensalão, o petista renovou seu mandato. Em 2010, jactando-se de ser capaz de "eleger até um poste", escalou Dilma Rousseff para manter aquecida a poltrona que pretendia voltar a disputar em 2014. 


Até então, mesmo tendo sido ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil nos (des)governos de seu criador, o "poste" de Lula não passava de uma ilustre desconhecida. Como bem sintetizou Augusto Nunes, crítico ferrenho das (indi)gestões petistas: 

 

"Sem saber atirar, Dilma virou modelo de guerrilheira; sem ter sido vereadora, virou secretária municipal; sem passar pela Assembleia Legislativa, virou secretária de Estado, sem estagiar no Congresso, virou ministra; sem ter inaugurado nada de relevante, fez posse de gerente de país; sem saber juntar sujeito e predicado, virou estrela de palanque; sem jamais ter tido um único voto na vida até 2010, virou presidente do Brasil e renovou o mandato quatro anos depois, mediante o maior estelionato eleitoral da história" (lembrando que Bolsonaro veio depois).

 

Com a "mulher sapiens" na presidência de seu Conselho de Administração, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade de uma refinaria que companhia belga ASTRA OIL havia comprado um ano antes por US$ 40,5 milhões. Mais adiante, uma decisão judicial obrigou a estatal a adquirir a outra metade da sucata, aumentando o prejuízo para US$ 1,18 bilhão. 


Dilma disse que o negócio só foi aprovado porque "cláusulas fundamentais" lhe eram desconhecidas, e culpou Nestor Cerveró, que não só não foi punido como foi promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora. Em delação premiada, ele revelou que a campanha de Lula à reeleição havia sido financiada com propina paga pelo contrato dos navios-sonda Petrobras 10.000 Vitória 10.000, que custaram cerca US$ 1,2 bilhão (valor equivalente ao da compra da igualmente inútil refinaria de Pasadena).

 

Dilma fez o diabo para se reeleger — e conseguiu, mas foi impichada em 2016. A promoção de Temer (um caso curioso de vampiro que tem medo de assombração) pareceu uma lufada de vento numa catacumba, mas sua "ponte para o futuro" se revelou uma patética pinguela, e seu ministério de notáveis, uma notável confraria de corruptos. 


Em maio de 2017, o vazamento de uma conversa de alcova com o dono da Friboi quase derrubou o governo, mas Temer foi demovido da ideia de renunciar por sua tropa de choque, que o escudou das "flechadas de Janot". Refém das marafonas da Câmara, o nosferatu concluiu seu mandato-tampão como "pato manco" e transferiu a faixa a Bolsonaro, o mau militar e parlamentar medíocre que sempre teve aversão à democracia e tendência ao golpismo. E deu no que deu.   

 

Resumo da ópera: 

 

Collor foi impichado em 1992 e Dilma, em 2016. O "caçador de marajás" de fancaria renunciou horas antes do julgamento, mas ficou inelegível por 8 anos. Dilma foi condenada e deposta, mas uma vergonhosa tramoia urdida por Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski (então presidentes do Senado e do Supremo) evitou que ela fosse inabilitada politicamente. Em 2018, a "mulher sapiens" disputou uma vaga no Senado por Minas gerais, mas terminou em quarto lugar.


Lula foi preso em abril de 2018, solto em novembro de 2019, descondenado e reabilitado politicamente por togas camaradas, visando evitar mais quatro anos sob o pior mandatário desde Tomé de Souza. A despeito de vir amargando os piores índices de popularidade de sua trajetória politica, o macróbio petista se recusa a largar o osso. Dilma, que mal consegue juntar sujeito e predicado numa frase que faça sentido, foi agraciada com presidência do Brics (salário de R$ 2,13 milhões por ano).


Durante a campanha de 2018, Bolsonaro prometeu pegar em lanças contra a corrupção petista. Eleito, facilitou a vida de corruptos — começando pelo filho, que lavava dinheiro em loja de chocolate. Em 2022, tentou vender aos comandantes das FFAA um golpe de Estado travestido de medida constitucional. Deu com os burros n'água e devolveu o Brasil ao PT. Inelegível até 2030 e na bica de ser condenado por tentativa de golpe, insiste que disputará novamente a Presidência em 2026. 


Como desgraça pouca é bobagem, a polarização política segue firme e forte. Mesmo que o Sun Tzu de Atibaia e o refugo da escória da humanidade despertem de seus devaneios, é provável que o esclarecidíssimo eleitorado tupiniquim despache para o segundo turno um par de sacripantas indicados por seus bandidos de estimação. 


Como um país assim pode dar certo?      

quinta-feira, 8 de maio de 2025

PARA O BEM OU PARA O MAL...

... NÃO HÁ NADA COMO O TEMPO PARA PASSAR.

Até onde se sabe, tudo que existe no Universo (incluindo o próprio Universo) tem começo, meio e fim. Em última análise, a morte é a única certeza que temos na vida. E começamos a morrer no exato instante em que nascemos.


Lula nasceu no agreste pernambucano, conheceu o pai aos cinco anos, veio para São Paulo num caminhão pau de arara com a mãe e uma penca de irmãos, foi engraxate, vendeu laranjas, amendoim, trabalhou numa tinturaria, diplomou-se torneiro mecânico pelo Senai, foi dirigente sindical, fundou o PT e, após três tentativas inexitosas, elegeu-se presidente da República por dois mandatos. Depois que deixou o Planalto, colecionou duas dúzias de processos criminais, foi condenado duas vezes por corrupção e lavagem de dinheiro, “descondenado” por uma decisão teratológica do STF e, graças ao antibolsonarismo, tornou a ser eleito presidente desta banânia. Agora, aos 79 anos, a despeito de ter prometido pendurar as chuteiras no final do atual mandato e de estar amargando os maiores índices de rejeição de sua trajetória política, o macróbio quer porque quer disputar a reeleição no ano que vem, mesmo .


Carioca de nascimento, Fernando Collor construiu sua carreira política em Alagoas, derrotou Lula na eleição solteira de 1989 e se tornou o primeiro presidente eleito pelo voto popular da “Nova República”. Seu envolvimento no famigerado “Esquema PC” resultou no processo de impeachment que o levou a renunciar horas antes do julgamento. Mas o Senado o condenou mesmo assim, e ele ficou inelegível por oito anos. Mais adiante, já como senador por Alagoas, rapinou os cofres da BR Distribuidora e foi sentenciado a oito anos e dez meses de reclusão. Por ter 75 anos, sofrer de Parkinson, apneia grave e transtorno bipolar, ganhou o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar depois de passar menos de uma semana numa "hospedaria especial" em Maceió.


Bolsonaro nasceu no município paulista de Campinas, ingressou na AMAN, formou-se em Educação Física e tornou-se mestre em saltos pela Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro. Em 1986, ganhou projeção nacional ao publicar na revista Veja o artigo “O salário está baixo”, que lhe rendeu 15 dias de prisão administrativa. No ano seguinte, a mesma revista noticiou que ele e o também capitão Fábio Passos da Silva pretendiam “explodir bombas em várias unidades da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras (...) e em vários quartéis”. Uma sindicância autorizada pelo então ministro do Exército concluiu que os insurretos deveriam ser expulsos, mas o STM acolheu a tese da defesa e a expulsão não aconteceu. 


Bolsonaro passou para a reserva, elegeu-se vereador e, na sequência, foi deputado federal por sete mandatos e perambulou por oito partidos antes de se amancebar com o ex-presidiário do mensalão Valdemar Costa Neto. Ao longo de 27 anos como deputado do baixo clero, aprovou míseros dois projetos e recebeu míseros quatro votos quando disputou a presidência da Câmara. Em 2018, foi guindado ao Planalto graças a uma extraordinária conjunção de fatores (que eu detalhei em outras oportunidades). Mas seu projeto de governo nunca foi além de blindar a si e a seus rebentos, evitar o impeachment e se reeleger em 2022. Quando não conseguiu, partiu para o "plano B" golpista que havia urdido com seus cúmplices... e deu com os burros n'água porque não conseguiu o apoio incondicional das FFAA


Hoje, aos 70 anos, inelegível até 2030, réu por tentativa de golpe e alvo de outras investigações, o "mito" dos anencéfalos insiste em dizer que voltará a disputar a Presidência em 2026. Mas tudo indica que ele será julgado e condenado muito antes disso, ainda que confiar na Justiça tupiniquim seja como acreditar em horóscopo.


Resumo da ópera


Lula foi “descondenado” sob o pretexto de uma estranha incompetência territorial da 13ª Vara de Curitiba (tese que o próprio ministro Fachin havia rejeitado anteriormente em pelo menos dez oportunidades), e a prescrição impediu que os processos fossem reiniciados na JF de Brasília. 


Collor foi impichado, condenado em 2023, preso no final do mês passado e mandado para casa (uma mansão de R$ 9 milhões na orla de Maceió) por motivo de saúde, embora tenha dito na audiência de custódia, com um sorriso irônico nos lábios, que não tomava nenhum medicamento de uso contínuo. 


Maluf respondeu a mais de 50 processos e foi condenado diversas vezes. Depois de empurrar a prisão com a barriga por mais de 20 anos, foi trancafiado na Papuda em dezembro de 2017, mandado para casa poucos meses depois (por “razões humanitárias”) e cumpriu prisão domiciliar até maio de 2023, quando então sua pena foi extinta com base no indulto natalino concedido por Bolsonaro. Aos 93 anos, deve estar morrendo de rir dos idiotas que ainda acreditam na Justiça desta banânia.


Quanto a Bolsonaro, fazer qualquer prognóstico à luz do que foi dito até aqui seria arriscado. A aversão do diabo à concorrência explica por que, para algumas pessoas, velhice não significa estar com um pé na cova. A exemplo de Maluf e do ex-presidente José Sarney, também nonagenário (e que já se retirou da vida pública), o "trio assombro" sairá de cena, cada um a seu modo, ainda que não a seu gosto.


Lula escapou de um câncer na laringe e se recuperou de uma hemorragia intracraniana (decorrente de um prosaico tombo no banheiro, enquanto supostamente aparava as unhas dos pés). A saúde de Collor supostamente inspira cuidados que o sistema prisional tupiniquim não tem condições de prover. Bolsonaro foi vítima de um atentado a faca em 2018 e desde então passou por sete cirurgias (nenhuma delas no SUS). Visando a uma eventual prisão domiciliar, o malacafento tem dito que a próxima operação pode ser fatal, mas também diz que disputará o Planalto no ano que vem.


A carreira política de Collor acabou, não importa quantos anos ele permaneça encastelado em sua mansão. Bolsonaro somará mais alguns anos (ou décadas) de inelegibilidade quando — e se — for condenado pelo STF. Quanto a Lula, talvez o inesperado faça uma surpresa. Até o momento, tudo indica que o macróbio não tenciona largar o osso, mas nada indica que eventual reeleição sejam favas contadas. No feriado do Dia do Trabalhador de 2024, discursando para os gatos pingados que apareceram para prestigiá-lo, a autoproclamada alma viva mais honesta do Brasil disse que a atual gestão está sendo ainda melhor que as anteriores. As pesquisas de opinião discordam, mas o ególatra acha que suas mazelas, da volta da corrupção à escalada da inflação, não passam de um "problema de comunicação". 


Como Steve Jobs — versão revista e atualizada do Flautista de Hamelin —, Lula tenta criar um campo de distorção da realidade para iludir o eleitorado. Mas ele está velho, e seu pífaro, desafinado. Temendo um novo fiasco de público e de crítica neste 1º de maio (sobretudo em meio ao escândalo do INSS), escusou-se de participar ao vivo e em cores das festividades sindicais em São Bernardo do Campo (município da Grande São Paulo que é considerado “berço do PT”).


Crer na "justiça divina" talvez mitigasse o sentimento de revolta que acomete os cidadãos que pagam impostos escorchantes e veem seu dinheiro descer pelo ralo da corrupção. Todavia, à luz de como a humanidade vem se comportando ultimamente, a impressão que se tem é a de que o Criador (supondo que exista um Criador) jogou a toalha e deixar o barco correr.


A única certeza que nos resta — além da morte e dos impostos — é a de que, para o bem ou para o mal, não há nada como o tempo para passar.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

PROTEJA SUA PRIVACIDADE

PREVENIR ACIDENTES É DEVER DE TODOS

 

A Internet é imprescindível em nosso dia a dia, mas, como toda ferramenta, o risco de "acidentes" está na maneira como ela é usada. O DNS (sigla para Domain Name System), por exemplo, permite acessar as web[ages digitando os respectivos URLs em vez dos endereços IP.


Todavia, além de não serem seguros, os parâmetros fornecidos pelos provedores de acesso (ISP) abrem espaço para um bombardeio de anúncios e põem em risco a privacidade dos internautas. Mas a boa notícia é que existem diversos provedores de DNS que bloqueiam anúncios, rastreadores e sites maliciosos e são gratuitos fáceis de usar, tanto em PCs quanto em smartphones Android, entre os quais eu destaco AdGuard DNS.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Em seus delírios de grandeza, Lula achou que recebeu um terceiro mandato não das urnas, mas do próprio Criador, que o incumbiu de desempenhar o papel de divindade num país cada vez mais profano. Agora, mesmo com a popularidade derretendo como uma bola de neve no inferno, ele ainda lidera as pesquisas, seja num embate improvável com o golpista inelegível, numa disputa com Ronaldo Caiado (que já anunciou que concorrerá ao Planalto em 2026), num embate com Tarcísio de Freitas (candidatíssimo, mas ainda enrustido), ou em cenários rocambolescos com oponentes surreis, como Pablo Marçal, Michelle Bolsonaro, Gusttavo Lima, Felipe Neto ou outra aberração saída do laboratório da pós-política tupiniquim.
Ao nomear correligionários e aliados para cargos de direção, Lula deu azo ao ressurgimento de escândalos como o Mensalão e o Petrolão e anulou conquistas alcançadas durante o governo Temer. Ainda em janeiro de 2023, soube-se que a ministra Daniela Carneiro havia se enrolado numa esquisita relação eleitoral com milícias da Baixada Fluminense, e o ministro Juscelino Filho com o uso do dinheiro de emendas parlamentares para beneficiar fazenda da família no Maranhão. Ela deixou o comando da pasta do Turismo, mas ele continuou no cargo apesar de novos enroscos — como recebimento de diárias, uso de avião da FAB em agenda pessoal, emprego de funcionário fantasma e autorização para "despacho" informal do sogro no gabinete ministerial. O ministro devolveu diárias, mas não dirimiu dúvidas sobre outras acusações.
Lula poderia ter vetado a indicação de Juscelino, teve nova chance quando o ministro cavou uma agenda em São Paulo como pretexto para voar em jato da FAB para um leilão de equinos e perdeu mais uma oportunidade quando a PF indiciou o auxiliar por desviar verbas do antigo orçamento secreto. Embora tenha dito que afastaria o ministro quando e se viesse a denúncia, permitiu que o denunciado saísse a pedido. Um acinte.
A sobrevida de um ministro que nem deveria ter sido nomeado revelou que seu chefe não aprendeu que, com tantos erros novos por cometer, não é preciso repetir erros antigos. Contemporizar com malfeitorias uma vez é negligência, duas é reincidência, três é inconveniência e quatro é indecência. Nos dois primeiros mandatos, o petista suou a camisa para produzir escândalos como o mensalão e o petrolão. Na terceira gestão, incorporou escândalos que já chegaram prontos. Lula disse que todos têm direito à presunção de inocência, mas deveria ter notado que beira de cofre público não é melhor lugar para um ministro provar uma inocência autopresumida. Agora, ele assiste à explosão de um escândalo da era Bolsonaro dentro de seu governo — que há meses o noticiário deixou claro que era um escândalo policial esperando para acontecer.


No Windows, abra o menu Iniciar, digite Configurações de Rede na barra de pesquisa e clique em Alterar as configurações do adaptador. Em seguida, dê um clique direito na conexão de rede que você está utilizando, depois selecione Propriedades > “Protocolo de Internet Versão 4 (TCP/IPv4), clique em Propriedades > Usar os seguintes endereços de servidor DNS, digite os endereços do AdGuard DNS (94.140.14.14 e 94.140.15.15) e clique em OK para salvar as alterações.

 

No Android, acesse as configurações do smartphone, toque em Rede e internet ou em Conexões (o nome pode variar dependendo do fabricante), toque e mantenha pressionada a rede Wi-Fi à qual você está conectado, toque em Modificar rede (ou Gerenciar configurações de rede. procure por Configurações de IP ou algo similar, toque em DHCP, selecione Estático, role a tela até encontrar os campos DNS 1 e DNS 2, digite os endereços do AdGuard DNS e toque em Salvar para confirmar as alterações.