O conversor de torque combina melhor com quem busca desempenho e suavidade nas trocas de marchas, e o CVT, que não orna bem com motores de torque elevado, é mais indicado para quem prefere veículos de menor cilindrada e não se incomoda com a "letargia" nas arrancadas. Mas ambos permitem trocas de marchas sequencial, o que é indispensável para quem não abre mão de uma "tocada" mais esportiva.
Num contraponto ao bolsonarismo acanhado do candidato à reeleição — que se diz "ricardista", não bolsonarista —, a ex-prefeita Marta Suplicy falou do seu retorno às fileiras petistas com um orgulho insuspeitado: "Presidente Lula, você me trouxe de volta ao PT e criou as bases para a coligação poder existir". A petista de ocasião esqueceu de lembrar — ou lembrou de esquecer — que carrega na biografia uma passagem pelo secretariado do atual prefeito no verão passado.
A automação não faz grande diferença em viagens longas, já que as trocas de marcha são mais espaçadas, porém é uma bênção no trânsito congestionado das grandes metrópoles. A maneira de dirigir é a mesma com qualquer das duas opções: para ligar o motor é preciso pressionar o pedal do freio e dar a partida, e para sair com o veículo deve-se colocar a alavanca seletora na posição D (Drive). A partir daí é só acelerar, frear e controlar a direção. Nas manobras, a função "creeping" move o carro em velocidade reduzida (sem que seja preciso pressionar o acelerador) tanto com a alavanca e D quanto em R (Ré).
Marinheiros de primeira viagem costumam levar algum tempo para se adaptar — é comum o pé esquerdo buscar um pedal inexistente, sobretudo quando o motorista para no semáforo —, mas o ser humano tende a se acostumar mais fácil e rapidamente com mudanças para melhor (sem trocadilho), lembrando que quem quiser pode recorrer a uma autoescola.
Outra dica importante (que as auto-escolas não ensinam) é manter a alavanca em D quando se para no semáforo ou em um congestionamento. No câmbio manual, colocar o câmbio em ponto morto nessas situações é importante, já que manter o carro engrenado e o pedal da embreagem pressionado reduz a vida útil da transmissão. Nos automáticos, porém, o correto é manter a alavanca em D e o pedal do freio pressionado (para impedir a ação do creeping). Assim o sistema hidráulico permanece pressurizado e os componentes da transmissão são lubrificados (o que não acontece quando se coloca a alavanca em N e se aplica o freio de mão).
Observação: Jamais pressione o acelerador para elevar o giro do motor antes de colocar a alavanca em D. Há quem faça isso para sair "cantando pneus", mas o resultado mais provável é um tranco monumental. Se o motor for potente o bastante, basta acelerar fundo na arrancada para fazer as rodas motrizes patinarem.
Dosar o acelerador e a embreagem para "segurar" um carro com câmbio manual num aclive reduz a vida útil do disco de fricção e do rolamento de encosto, e o mesmo se aplica aos automatizados (que usam caixas de câmbio e embreagens convencionais combinadas com um"robô"). Nos automáticos puros, o conversor de torque faz o papel da embreagem, mas segurar o carro usando o acelerador pode resultar em superaquecimento do fluído hidráulico da transmissão.
Outros maus hábitos herdados do câmbio manual são a "banguela" e fazer o motor "pegar no tranco". Colocar o câmbio em ponto morto em descidas de serra para economizar combustível (prática muito disseminada entre caminhoneiros dos tempos de antanho) fazia algum sentido quando os motores eram carburados, mas anula o freio motor e reduz a eficácia do freio hidráulico convencional. Nos veículos com injeção eletrônica, o risco de acidentes é mesmo e a economia é zero, já que o motor entre em cut-off (ou seja, não há injeção de combustível). Sem falar que colocar a transmissão em "N" pode danificar os rolamentos e engrenagens do câmbio por falta de lubrificação.
Continua...