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segunda-feira, 30 de março de 2020

A ERA DA (IN)SEGURANÇA — CONTINUAÇÃO


TODA GUERRA PRODUZ MORTOS E FERIDOS.

Em atenção a quem está chegando agora, vale repetir (pela enésima vez) que nenhum software é perfeito e que nenhum dispositivo computacional é 100% seguro. O que se pode (e se deve) fazer é minimizar os riscos, e para isso basta seguir algumas dicas batidas, mas funcionais, tais como manter sistema e programas sempre atualizados, não navegar por sites suspeitos (como de hackers), evitar abrir anexos de email de origem desconhecida, jamais clicar em links que chegam por email, programas mensageiros ou posts em redes sociais, e por aí vai (digite “segurança” na caixa de buscas do Blog para acessar centenas de postagens sobre esse tema).

No âmbito dos desktops e notebooks, o Windows abocanha, atualmente, 77,2% do mercado de sistemas operacionais, e OS X, da Apple, 17,7%. Nos smartphones, 73% dos usuários têm o sistema Android, do Google, e 25,9% usam o iOS. Via de regra, quanto maior a popularidade do produto, qualquer que seja ele, mais atrativo será para os amigos do alheio e os cibercriminosos. Mas isso não significa que os sistemas da Apple e as distribuições Linux sejam imunes a incidentes de segurança, apenas que chamam menos a atenção da bandidagem digital.

A popularização do acesso doméstico à World Wide Web foi uma das maiores responsáveis pelo aumento exponencial das pragas digitais e toda sorte de golpes virtuais aplicados por cibervigaristas. Até o início dos anos 1990, os poucos vírus de computador que existiam não causavam grandes preocupações, já que se disseminavam muito lentamente (a partir de cópias infectadas de joguinhos em disquetes, na maioria das vezes). No geral, bastava reinstalar o Windows para tudo voltar a ser como antes no Quartel de Abrantes (mais detalhes na sequência de postagens iniciada aqui).

A título de curiosidade, o Brain, criado por dois irmãos paquistaneses em 1986 para identificar cópias piratas que rodavam no Apple II, foi posteriormente compatibilizado com o DOS e incorporou instruções maliciosas, sendo considerado o primeiro vírus para PCs, embora alguns apontem The Creeper, criado por Bob Thomas em 1971, que exibia no monitor da máquina infectada a mensagem I’m The Creeper, catch me if you can (“eu sou assustador, pegue-me se for capaz”), e então pulava para outro sistema e repetia o mesmo procedimento. Mais adiante, The Reaper (“o ceifador”) foi desenvolvido com a finalidade precípua de eliminar The Creeper das máquinas infectadas, e por isso é considerado o precursor dos programas antivírus.

Nos anos 1980, a União Soviética foi um verdadeiro criadouro de vírus informáticos. Lá nasceram o Yankee Doodle  que aporrinhava os usuários de computador reproduzindo uma versão esganiçada da música de mesmo nome —, o Den Zuk  que trocava o nome do disco rígido para Y.C.I.E.R.P. , o Jerusalém — que ameaçava apagar os dados do HD (mas não apagava) — e várias outras pragas incomodativas, mas inofensivas, pelo menos até o surgimento do destrutivo Casino, em janeiro de 1991, que transferia a tabela de alocação de arquivos do HD para a memória RAM (apagando a original no disco) e forçava o usuário a participar de um jogo para salvar seus arquivos — uma vez desligado, o PC só voltava a funcionar depois que o sistema fosse reinstalado.

Mais ou menos na mesma época, o Cascade e o Madman aterrorizaram muitos usuários do DOS. O primeiro “implodia” o sistema, fazendo com que os caracteres desabassem até a borda inferior da tela, e inviabilizava o uso do computador; o segundo exibia uma imagem formada pelos olhos semicerrados de um homem de rosto vermelho, seguida dos dizeres: NADA PODE SALVÁ-LO, AMIGO. AGORA VOCÊ ESTÁ EM MEU MUNDO. Para piorar, qualquer tentativa de remover a praga resultava noutra nova mensagem, que dizia: EU ESTOU VENDO VOCÊ. Mas as consequências não iam muito além disso.

Continua...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

TEMPOS ESTRANHOS




TEMPOS ESTRANHOS SÃO ESSES EM QUE VIVEMOS, QUANDO VELHOS E JOVENS SÃO ENSINADOS NA ESCOLA DA FALSIDADE. E O ÚNICO HOMEM QUE SE ATREVE A DIZER A VERDADE É CHAMADO DE UMA SÓ VEZ UM LOUCO E INSENSATO.”

O epigrama acima, atribuído a Platão, tem servido de inspiração para o vice-decano do STF demonstrar sua insatisfação com tudo e todos, mostrando-se, inclusive, irritado com uma advogada que, durante sustentação oral, dirigiu-se aos supremos togados usando o "desrespeitoso" pronome "vocês" — que na verdade é a forma sincopada de "vossas mercês": "Presidente", disse o primo de Fernando Collor e luminar do saber jurídico, "novamente um advogado se dirige aos integrantes do tribunal como 'vocês'! Há de se observar a liturgia". Faltam apenas 18 meses para a aposentadoria compulsória de sua excelência, que talvez ainda aproveite o tempo que lhe resta para propor a adoção daquelas ridículas perucas brancas, de crina de cavalo, que os juízes do Reino Unido usavam aboliram há mais de 10 anos por achá-las antiquadas e inadequadas ao tempos atuais (estranhos ou não).

Atribui-se a Aristóteles a divisão do Estado em três poderes independentes, e a Montesquieu a tripartição e as devidas atribuições do modelo mais aceito atualmente. A ideia era não deixar em uma única mão as tarefas de legislar, administrar e julgar, já que a concentração de poder tende a gerar abusos, e um poder que se serve em vez de servir é um poder que não serve. No Brasil contemporâneo, no entanto, nem o quarto poder escapa, já que parte da imprensa foi aparelhada pelos petralhas esquerdopatas, que não veem — ou fingem não ver — que o comunismo e o socialismo não produziram bons resultados em nenhum país do mundo, como comprovam a desgraça que se abateu sobre a Pérola do Caribe sob o jugo da Dinastia Castro, a calamidade que tomou conta da Venezuela sob a égide do Maduro que não cai do galho, as diferenças gritantes entre a Coreia do Sul e a do Norte.

Em Hong Kong, a ilha-­problema onde os jovens tomaram as ruas e há meses exigem, em última instância, voz ativa sobre seu destino, a única eleição mais ou menos livre permitida à população resultou em fragorosa — e aparentemente inesperada — derrota de Pequim. No mesmo dia, um consórcio de jornais publicou um relatório devastador sobre os campos de detenção na província de Xinjiang, no noroeste do país, onde 1 milhão de chineses da minoria muçulmana uigur foram internados a pretexto de combater o extremismo religioso. E por aí segue a procissão de exemplos.

Talvez por isso o PT seja o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não pensam e do ex-presidente ladrão que se ufanava (quiçá ainda se orgulhe) de ter chegado onde chegou sem jamais ter lido um livro na vida.

Falando em ex-presidentes, dos que foram eleitos pelo voto popular desde a democratização — ou que assumiram o cargo devido a impedimento do titular da vez —, somente Fernando Henrique não foi processado. Collor e Dilma não só foram penabundados do cargo (por corrupção e incompetência, respectivamente) como são réus na Justiça Penal, e ainda continuam soltos graças à morosidade e a leniência do Judiciário. Lula e Temer colecionam processos e já foram presos, mas aguardam em liberdade a tramitação das ações/julgamento dos recursos. É surreal!

No caso de Lula, a coisa é ainda pior. Embora tenha sido condenado em dois processos — por três instâncias no caso do tríplex no Guarujá e por duas no do sítio em Atibaia —, o picareta foi agraciado por uma decisão sob medida da banda podre do STF, que, por 6 votos a 5, restabeleceu o império da impunidade ao proibir que criminosos condenados em segunda instância aguardassem presos o julgamento de seus recursos nas Cortes superiores. Assim, o troçulho de Garanhuns assomou do esgoto a céu aberto em que se transformou o cenário político nacional e brinca de palanque ambulante, com total complacência do TSE, que parece achar natural candidatos a candidatos ao Palácio do Planalto fazerem comícios três anos antes das próximas eleições. Com a bênção do Judiciário, o sacripanta vermelho está liberado para mostrar ao mundo que, no País do Carnaval, um corrupto juramentado pode ofender impunemente autoridades que não têm contas a acertar com a Justiça. Mas não vai escapar da lei da Ficha Limpa. Para o dono da alma viva mais honesta do Brasil, as chances de disputar uma eleição são menores que as de ser canonizado pelo Vaticano.

Tempos estranhos, diz o ministro Marco Aurélio. Bota estranho nisso!

O óbvio ululou na tarde de ontem, quando a montanha suprema pariu o rato da vez, incluindo a Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf, e a Receita Federal na tese sobre o compartilhamento de dados fiscais sigilosos, para fins penais, com o Ministério Público e a Polícia Federal, dispensando prévio aval judicial. O único voto dissonante foi o do ministro Marco Aurélio — coberto com a suprema toga pelo então presidente Fernando Collor, seu primo, que foi impichado do Planalto e teve os direitos políticos cassados, mas elegeu-se senador graças ao esclarecidíssimo povo das Alagoas, terra de Renan Calheiros, de Arthur Lira e de muitas gentes boas (ficou estranho, mas rimou).

O apaniguado de Collor sempre teve predileção especial por ser voto vencido e foi a encarnação do “espírito de porco” até a ex-presidanta Dilma nomear desembargadora sua filha Letícia, em mais uma demonstração de como o nepotismo se perpetua. A partir daí, o campeão das causas perdidas abraçou cruzadas que atendem aos interesses petistas e aos de nababos da advocacia de Brasília, que, de olho no filão milionário que os corruptos representam, defendem incondicionalmente a mudança da jurisprudência que autoriza a prisão de condenados em segunda instância.

Enfim, o Supremo precisou de seis sessões para concluir que órgãos de investigação servem para investigar, que a liminar absurda do presidente da Corte era absurda e que tudo fica como antes no Quartel de Abrantes. Daí a morosidade da Justiça tupiniquim, maior responsável pela sensação de impunidade (bom seria se fosse só sensação) que fomenta a corrupção endêmica da classe política neste arremedo de república, onde processos movidos contra acusados que têm cacife para contratar criminalistas estrelados levam décadas para ser concluídos — isso quando a prescrição não frustra a pretensão punitiva do Estado. Mas isso já é outra conversa.

Enquanto isso, Senado e Câmara Federal se mobilizam para agilizar o rito das Casas e aprovar o mais rapidamente possível a prisão após segunda instância, corrigindo o supremo erro crasso que restituiu aos condenados a possibilidade de aguardar soltos a decisão de seus recursos aos tribunais superiores, como foi durante míseros (mas nefastos) sete anos das últimas oito décadas. A Câmara instalou uma comissão que visa tratar do assunto por meio de uma emenda à Constituição; no Senado, Simone Tebet, presidente da CCJ, agendou para a próxima terça-feira a votação de um projeto de lei que modifica o Código de Processo Penal, cuja tramitação é mais simples e rápida de aprovar do que a emenda constitucional que tramita na Câmara. Entretanto, ainda que os senadores o aprovem, é preciso pressão da sociedade para que o projeto não seja engavetado quando chegar à Câmara.

Enquanto isso, na Assembleia Legislativa de São Paulo, cenas de baixaria, com direito a pugilato explicito, chocam (ou divertem, dependendo do ponto de vista) os paulistas e os demais brasileiros. Confira no vídeo:



Antes de encerrar, um texto do impagável J.R. Guzzo sobre as supremas barbaridades que conspurcam este arremedo de banânia:

O planeta Terra seria um lugar perfeitamente insuportável se todo o mundo, sem nenhuma exceção, dissesse sempre a verdade, o tempo todo, para todas as outras pessoas que conhecesse. Já imaginou? É melhor não imaginar. O fato é que esta vida precisa ter os seus momentos de hipocrisia, para funcionar com um mínimo de paz — mas também é fato que as autoridades da nossa vida pública não precisavam exagerar. É a velha história: gente que manda não perde praticamente nenhuma oportunidade de ficar cega para os seus próprios desastres, mas nunca é surda, nem por um minuto, para qualquer erro que possa ser cometido pelos outros.

O hipócrita, felizmente, é um bicho que só morde de verdade quando consegue esconder que está sendo hipócrita — quando a sua hipocrisia fica na cara de todo mundo, como vive acontecendo, o mal que faz não leva a lugar nenhum. É o caso, neste preciso momento, do ministro Dias Toffoli, que acaba de compartilhar com o resto da nação suas preocupações com a má imagem que os investidores estrangeiros fariam do Brasil depois de uma declaração do ministro Paulo Guedes sobre o AI-5. Teria o ministro sugerido a ressurreição do “Ato”, que está morto há 40 anos — quatro vezes mais, aliás, que o tempo durante o qual esteve vivo? Não. Ele disse o seguinte: “Não se assustem se alguém pedir o AI-5”, no caso de haver baderna na rua, em vez de oposição na política.

É livre, obviamente, o julgamento de cada um sobre o que disse Guedes. O que não tem cabimento é imaginar que Toffoli está sendo aquilo que ele finge que é — um cidadão aflito com o futuro do investimento externo no Brasil. Se há alguém nesse País que assusta o investidor, de qualquer nacionalidade, é ele mesmo, em pessoa — junto com os seus parceiros de STF que proibiram a prisão de criminosos condenados em segunda instância. Isso sim é construir a imagem de uma nação sem lei.

Para encerrar: nos tempos de antanho, quando não havia essa absurda patrulha do "politicamente correto" e podia-se contar piadas de papagaio sem o risco de ser processado pela ave, uma anedota dizia que, numa entrevista de emprego, o entrevistador perguntou ao candidato se ele era casado. "Sim", foi a resposta. "Com quem?", perguntou o entrevistador. "Com uma mulher", respondeu o candidato. E o entrevistador, já irritado: "O senhor conhece alguém que seja casado com um homem?". "Sim", respondeu o sujeito. "Quem?", insistiu o entrevistador. "A minha mulher", disse, candidamente, o candidato.

Havendo tempo e jeito, assista ao vídeo a seguir:

terça-feira, 7 de maio de 2019

AINDA SOBRE COMO RESOLVER PROBLEMAS ELEMENTARES DE COMPUTAÇÃO

NO BRASIL, SER BURRO É O PRIMEIRO DOS DIREITOS HUMANOS, E FALAR CONTRA A BURRICE É RACISMO.

Computadores são formados por dois subsistemas distintos (conquanto interdependentes), cada qual com capacidade de brindar o usuário com problemas de diversas naturezas. Felizmente, engasgos, lentidão e travamentos relacionados com o software costumam ser fáceis de resolver do que problemas de hardware. Em boa parte dos casos, basta desligar o computador, aguardar alguns minutos e então ligá-lo novamente. Com alguma sorte, tudo voltará a funcionar com antes no Quartel de Abrantes.

Observação: Conforme eu mencionei em outras oportunidades, a opção “reiniciar” refaz o reboot  tão rapidamente que a energia acumulada nos capacitores das placas de circuito pode não ser totalmente esgotadas, e com isso o conteúdo das memórias voláteis (como é o caso da RAM) não é completamente apagado.

Se o travamento for sério a ponto de impedir o uso do mouse e do teclado — ou, no caso de dispositivos com telas sensíveis, fazer com que os comandos não respondam aos toques — não será possível acessar as opções de desligamento por software, mas pressionar o botão Power (aquele que serve para ligar/desligar o aparelho) e mantê-lo premido por cerca de 5 segundos desliga o aparelho.  

Não é comum, mas pode acontecer de o travamento impedir o desligamento também por hardware. Nesse caso, o jeito é cortar o fornecimento de energia desligando o estabilizador/nobreak/filtro de linha da tomada nos desktops, e removendo a bateria nos notebooks, smartphones e tablets.

Já se, em vez de travar ou não desligar, seu notebook, smartphone ou tablet não iniciar, verifique se o problema não está no carregador que alimenta a bateria, ou mesmo na própria bateria. Se o aparelho for do tipo desktop ou all-in-one, veja primeiro se há corrente na tomada (teste-a usando um abajur ou ventilador, por exemplo), ou se o cabo de energia não está com defeito. Aliás, a fonte de alimentação desses modelos (que fica no interior do gabinete) conta com um varistor que se funde quando a tensão da rede atinge um valor pré-definido. Esse mesmo sistema é usado em estabilizadores, nobreaks e filtros de linha, só que nestes últimos é mais fácil substituir fusível ou LED queimado — mesmo assim, só tome essa providência depois de testar o dispositivo ligando a ele outro aparelho (se o abajur acender ou a hélice do ventilador girar, o problema não é o varistor).

Observação: Acessando esta postagem e as seguintes, você verá uma lista dos problemas mais comuns e dicas para tentar solucioná-los antes de levar o aparelho até uma assistência técnica.

Vale também recorrer ao Google (a partir de outro computador ou dispositivo capaz de conectar a internet, naturalmente) para fazer uma pesquisa a partir da marca, modelo, características e sintomas do aparelho malcomportado. Nos modelos de mesa (desktops), vale ainda checar, cabos e conexões dos componentes internos, bem como fazer uma faxina em regra no interior do gabinete (aquela caixa que muita gente chama impropriamente de CPU), pois umidade, poeira e outros detritos tendem a causar mau contato nas trilhas das placas de expansão, módulos de memória etc.

Remova tampa do gabinete e faça uma inspeção visual — procure por algo fora de lugar, slots vazios, cabos soltos, desconectados ou mal encaixados. Use um pincel de cerdas antiestáticas para remover a poeira e outras sujeiras que são sugados pelo sistema de arrefecimento re complete a limpeza com um mini aspirador de pó (prefira um modelo que tanto aspire quanto sopre; na falta da função de sopro, use um secador de cabelo na temperatura fria). 

Desparafuse as placas de expansão, remova-as dos slots, limpe as trilhas de contato com uma borracha branca (daquelas de apagar), elimine os resíduos com o pincel e torne a encaixar as peças cuidadosamente (algumas placas podem ter uma barra plástica fixadora que precisa ser desencaixada e levantada para que o componente seja removido). Manuseie os componentes sempre pelas bordas, evitando tocar nas trilhas de contato, pois descargas eletrostáticas e a gordura das mãos podem agravar o problema que você está tentando resolver.

Verifique os módulos de memória — na maioria das placas-mãe eles se desencaixam quando as alavancas localizadas nas extremidades dos slots são pressionadas; deixe essas alavancas abertas, limpe as trilhas de contato e torne a encaixar os módulos forçando-os para baixo (firme, mas gentilmente) até que as alavancas voltem à posição inicial.

Ao final, feche o gabinete, reconecte os periféricos e ligue o computador. Se o problema persistir, procure ajuda especializada.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

WINDOWS — AINDA SOBRE O “MILAGRE DA RESTAURAÇÃO”


ARMAS NÃO MATAM PESSOAS. PESSOAS MATAM PESSOAS.

Já vimos como habilitar a Restauração do Sistema, como criar novos pontos manualmente e como apagar os antigos. Agora, veremos como usar esse “túnel do tempo” para, por exemplo, desfazer atualizações malsucedidas do Windows, reverter desconfigurações acidentais, neutralizar os efeitos deletérios de aplicativos problemáticos ou malintencionados (freewares úteis não raro vêm acompanhados de programinhas inúteis ou perniciosos), e eliminar malwares que seu antivírus deixou passar e não foi capaz de remover a posteriori.  

Claro que tudo isso pode ser resolvido de outras maneiras, mas é mais fácil e rápido recorrer à Restauração do Sistema. Se for o caso, oriente-se pelo passo-a-passo do post anterior e, na janelinha das Propriedades do Sistema, clique na aba Proteção do Sistema, pressione o botão Restauração do sistema... e siga as instruções do assistente. E, claro, torça para que a reversão seja bem-sucedida, o que infelizmente não acontece em 100% dos casos.

Observação: Mesmo havendo chances de a ferramenta não cumprir seu papel, é fundamental mantê-la ativa e operante (vimos como fazer isso na postagem anterior). Precisar dela e encontrá-la desativada é o mesmo que ter um pneu furado e descobrir que o estepe está vazio.

Pode acontecer de você acessar a tela das Propriedades do Sistema, clicar na aba Proteção do Sistema e, por alguma razão, nenhuma unidade ser exibida no campo Configurações de Proteção, ou então os botões estarem acinzentados (situação em que não respondem aos comandos do usuário), ou, ainda, uma mensagem de erro com o código 0x81000203 ser exibida, seguida de um “animador” tente novamente. E agora, José? Bem, há dois caminhos a seguir. Vamos ao primeiro:

1) Feche todos os aplicativos e abra o menu Executar (pressione ao mesmo tempo as teclas <Windows> e <R> para convocá-lo);

2) Na caixa de diálogo respectiva, digite regedit e clique em OK;

3) Na janela do Editor do Registro, selecione a chave HKEY_LOCAL_MACHINE e crie um backup (para mais informações sobre backup do Registro, clique aqui);

4) Volte à janela do Editor, expanda a chave em questão e navegue até SYSTEM\CurrentControlSet\services\swprv;

5) No painel à direita, verifique se o valor Start é 3 (caso negativo, mude o que estiver lá para 3);

6) Expanda a entrada swprv, clique em Parameters e veja se o valor ServiceDll é %Systemroot%\System32\swprv.dll (caso negativo, altere-o de modo que passe a ser);

7) Feche o Editor do Registro e reinicie o computador. Quando o Windows terminar de carregar, tente criar um ponto de restauração. Com um pouco de sorte, tudo terá voltado a ser como antes no Quartel de Abrantes.

O segundo caminho nos leva ao System Restore Manager (saiba mais sobre ele nesta postagem). O problema é que esse programinha não é atualizado desde 2012 — isso equivale a dizer que não há garantias de que ele vá funcionar no Windows 10

Observação: Situações desesperadoras exigem medidas desesperadas. Se você já tentou de tudo e nada resolveu seu problema, terá de reinstalar o sistema e recomeçar tudo do zero. Então, o que tem a perder?

Se for mesmo preciso reinstalar o Windows 10, a boa notícia é que os aprimoramentos implementados pela Microsoft ao longo das sucessivas edições do sistema simplificaram bastante essa tarefa, embora ela seja trabalhosa e demorada  não tanto pela reinstalação em si, mas pelas posteriores reconfigurações e personalizações que você terá de fazer para deixar tudo como era antes (isso inclui reinstalar aplicativos, resgatar arquivos de backup salvos em mídias removíveis, e por aí segue a procissão). Enfim, não dá para fazer omelete sem quebrar ovos.

Para reinstalar o Windows 10, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e segurança > Restaurar o PC > Começar e escolha uma das opções disponíveis, conforme explicado a seguir:

Manter meus arquivos” irá reinstalar o sistema removendo os aplicativos, atualizações (inclusive de drivers de dispositivo) e desfazer as reconfigurações que você fez, embora preserve seus arquivos pessoais. Note que isso não o desobriga de criar cópias de segurança dos arquivos importantes e de difícil recuperação (mais informações nesta postagem). Note também que os apps que vieram pré-carregados de fábrica serão automaticamente reinstalados.

Remover tudo” irá apagar também os arquivos pessoais, ou seja, ao final do processo a máquina voltará ao estado em que estava quando você a ligou pela primeira vez. Recorra a essa opção se estiver tendo problemas com malwares de difícil remoção ou quando for vender ou doar o computador, pois ela reformata a unidade do sistema e apaga todos os arquivos. Mas lembre-se de apagar manualmente o conteúdo das demais unidades lógicas, caso você tenha particionado seu disco rígido.

Boa sorte.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

QUANDO O COMPUTADOR NÃO LIGA OU O WINDOWS NÃO CARREGA... (3ª Parte)

MELHOR DO QUE SER BEM RECEBIDO NA ENTRADA É SER BEM FALADO NA SAÍDA.

Já vimos como criar e usar uma unidade de recuperação para usar no caso de uma falha grave impedir o Windows de iniciar, mas se você não dispõe desse “salva vidas” e seu sistema empacar, há basicamente dois cenários possíveis: no primeiro, o sistema chega a exibir a tela de logon; no segundo, o boot empaca antes disso, dificultando, inclusive, o desligamento do computador.

A partir da tela de logon, você pode acessar as opções de desligamento (clicando no terceiro ícone, da esquerda para a direita, no canto inferior direito da tela) e escolher “desligar”. Sugiro evitar a opção “reiniciar”, que refaz o boot muito rapidamente, podendo não dar tempo para o total esvaziamento do conteúdo das memórias voláteis). Aguarde alguns minutos e ligue o computador novamente. Com alguma sorte, o Windows se recuperará automaticamente ou reabrirá no modo de segurança ou no ambiente de recuperação (WinRE).

Quando o sistema empaca antes de exibir a tela de logon, não há como desligar ou reiniciar o computador via software. Nessa situação, deve-se forçar o desligamento mantendo o botão liga/desliga (power) pressionado por 5 segundos. De novo: depois que a máquina desligar, espere um ou dois minutos, cruze os dedos e torne a ligar... Com alguma sorte, tudo voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.

Observação: Evite desligar o aparelho simplesmente interrompendo o fornecimento de energia elétrica, seja desplugando o cabo da tomada, seja desligando o estabilizador de tensão. Nos notebooks isso não adianta de nada, já que a bateria continua fornecendo energia; nos desktops pode até funcionar, mas sob pena de corromper dados ou causar danos físicos no disco rígido.

Quando não é capaz de inicializar normalmente, o Windows tenta fazê-lo no modo de segurança. Na impossibilidade, ele exibe as opções avançadas de inicialização. Se nada disso acontecer, ou  seja, a máquina realmente se fingir de morta, desligue-a e religue três vezes seguidas. Na terceira tentativa, a tela das opções avançadas de inicialização deverá ser exibida e você poderá avaliar o que fazer a partir daí.

Observação: O modo de segurança é uma modalidade de inicialização em que o Windows é carregado com um conjunto limitado de arquivos e drivers e resolução gráfica em VGA (não estranhe, portanto, a aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o sistema iniciar dessa maneira, você saberá ao menos que o problema não está nas configurações-padrão do sistema, e poderá desinstalar uma atualização do próprio sistema ou de driver, e até mesmo um programa qualquer que possa estar impedindo o Windows de carregar normalmente. Vale também executar a restauração do sistema, que, se funcionar, reverterá a máquina a um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava direitinho. Se der certo, você economizará tempo e trabalho.

Para convocar o modo de segurança, pressionamos simultaneamente as teclas Win+R, digitamos msconfig na caixa do menu Executar e clicamos em OK. Na aba Inicialização do Sistema, marcamos as caixas de seleção ao lado de Inicialização Segura e de Mínimo, confirmamos em OK e reiniciamos o computador. A questão é que não há como fazer isso quando sistema empaca durante o boot. E agora, José?  

Nas edições vetustas do Windows, acessávamos o modo de segurança pressionando repetidamente a tecla F8 no momento do boot, durante a contagem da memória, mas isso deixou de funcionar a partir do Windows 8 e/ou em máquinas com UEFI e SSD (nas quais o boot leva cerca de dois décimos de segundo). No Windows 10, se você conseguir ao menos acessar as opções de desligamento da tela de logon, mantenha a tecla Shift pressionada e clique em Reiniciar. Se tudo correr bem, as opções de inicialização avançadas serão exibidas, e você poderá convocar o modo de segurança clicando em Solução de Problemas > Configurações Avançadas > Configurações de Inicialização > Reiniciar e selecionando a modalidade desejada a partir das teclas F4 ou F5 — escolha esta última se precisar acessar a Internet enquanto estiver no modo de segurança.

ObservaçãoUEFI (de Unified Extensible Firmware Interface) é uma interface de firmware padrão para PCs que representa uma sensível evolução em relação ao limitado BIOS (para mais informações, clique aqui; para saber mais sobre drives SSD, reveja esta postagem).

Se o modo de segurança não resolver seu problema, há outras possibilidades a explorar, mas talvez seja melhor reinstalar o Windows logo de uma vez: ainda no ambiente de recuperação do sistema, na sessão Solução de Problemas (oriente-se pela figura 02), selecione a opção Restaurar este PC, informe se deseja ou não manter seus arquivos pessoais, siga as instruções do assistente e torça para dar certo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

COMPUTADOR LIVRE DE MALWARE E DE DESCONFIGURAÇÕES ACIDENTAIS? SAIBA COMO ISSO É POSSÍVEL


O PODER É A ESCOLA DO CRIME.

Em algum momento da história da informática, a bandidagem digital se deu conta de que o malware poderia ser um aliado valioso se, em vez de simplesmente danificar o sistema alvo e obrigar a vítima a reinstalá-lo, monitorasse os hábitos de navegação das vítimas, bisbilhotasse seus arquivos sigilosos e capturasse senhas, números de cartões de crédito etc.

Manter o Windows e os aplicativos atualizados, dispor de um arsenal de segurança responsável, criar senhas fortes, desconfiar sempre de anexos e links recebidos por email ou compartilhados via programas mensageiros e redes sociais, enfim, todas essas dicas que todos nós conhecemos bem — mas que muitos de nós desdenhamos solenemente — é meio caminho andado para prevenir aborrecimentos. Mas só meio caminho.

Acredite você ou não, ainda tem gente que escreve as senhas num post-it e cola no monitor; que instala antivírus e firewall que não "falam" o mesmo idioma do usuário (daí a clicar em qualquer botão que feche a caixa de diálogo para poder seguir adiante é um passo); que deixa o cunhado mala usar o computador com prerrogativas de administrador (mesmo sabendo que ele curte sites de pornografia) e o irmãozinho da namorada à vontade para instalar games piratas ou coisa pior, e aí se surpreende com o sistema infestado por pragas de todo tipo ou com o sumiço “misterioso” de um arquivo ou pasta importante. E por aí vai. 

Mesmo não sendo irresponsável a ponto de cometer asneiras como essas, ninguém está livre da ação nefasta de spywares, trojans, ransomwares e outros programinhas maliciosos — a não ser que não acesse a internet ou que deixe o computador desligado, naturalmente, mas isso está fora de questão. Existe uma maneira de manter a integridade do sistema, mesmo permitindo que o cunhado mala e o irmãozinho pentelho da namorada pintem e bordem; mesmo não tendo antivírus e um firewall; mesmo sendo relapso a ponto de apagar arquivos ou aplicativos que pareçam desnecessários sem sequer procurar saber a que pertence o arquivo ou para que serve o app. Mas note que não estamos falando da restauração do sistema — recurso valioso quando funciona, mas que não tem o condão de reverter desinstalações de aplicativos, exclusões de arquivos pessoais etc. —, mas da "virtualização do sistema".

Observação: Para quem não sabe ou não se lembra, as versões 9x do Windows contavam com o scanreg/restore para reverter ações mal sucedidas, mas a maioria dos usuários não se valia dessa solução porque não a conhecia ou porque não sabia executá-la via prompt de comando. Quando desenvolveu o Win ME, a Microsoft introduziu a restauração do sistema (presente também em todas as edições subsequentes do Windows), que é bem mais fácil de usar porque pode ser acessada através da interface gráfica do sistema. Essa ferramenta cria backups das configurações do Registro e de outros arquivos essenciais ao funcionamento do computador em intervalos regulares e sempre que alguma modificação abrangente é procedida (note que esses "pontos de restauração" também podem ser criados manualmente); caso o PC se torne instável ou seja incapaz de reiniciar, o usuário pode tentar reverter o sistema a um ponto anterior e, com um pouco de sorte, resolver o problema com relativa facilidade.

Na virtualização do sistema, um app dedicado cria uma "imagem" das definições e configurações do computador e as recarrega a cada inicialização, fazendo com que tudo volte a ser como antes no quartel de Abrantes, inobstante o que um software enxerido ou o próprio usuário tenha feito na sessão anterior. Veremos isso em detalhes na próxima postagem. Até lá.

domingo, 16 de setembro de 2018

TOFFOLI PRESIDENTE DO STF — E AGORA, JOSÉ?


Na última quinta-feira, José Antonio Dias Toffoli, aos 50 anos de idade, entrou para a história do STF como o ministro mais jovem a presidir a Corte (seu mandato irá até setembro de 2020, quando Luiz Fux assumirá o posto pelo próximo biênio). Para alguns, ele será um “conciliador”, enquanto outros o têm na conta de militante petista travestido de magistrado supremo. A quem assiste razão, só o tempo dirá. Mas o caminho que Toffoli trilhou até chegar onde chegou acende uma profusão de luzes vermelhas. A começar por sua nomeação para o Supremo, na vaga aberta com a morte do ministro do STF Menezes Direito, que causou surpresa, perplexidade e crítica, não só pela pouca idade do indicado, mas também por abrilhantarem seu “invejável currículo” duas reprovações em concursos para juiz de primeiro grau e uma total inexpressividade no meio jurídico. A rigor, suas credenciais eram ter sido advogado do PT, assessor da Casa Civil de José Dirceu e advogado-geral da União no governo do comandante máximo da ORCRIM (clique aqui e aqui para mais detalhes).

Observação: A indicação do “cumpanhêro” foi (mais) uma demonstração cabal da falta de noção de Lula sobre a dimensão do cargo de ministro. Sem currículo, sem conhecimento, sem luz própria, Toffoli limitava a prestar serviços prestados ao PT. Uma vez no Supremo, sem os laços com a rede protetora do partido ou com os referenciais do padrinho, ele buscou apoio em Gilmar Mendes — que é quem melhor encarna a figura do velho coronel político —, e uma vez consolidado no habitat, passou a emular os piores hábitos do novo padrinho ― a arrogância incontida, a grosseria, a falta de limites, o uso da autoridade da forma mais arbitrária possível.

Veja (surpreendentemente) elogiou o discurso de posse em que Toffoli falou em “convivência harmoniosa de diferentes opiniõesprecisamos nos conectar cada vez mais com o outro; afetividade; sensibilidade; empatia; voluntariado; gentileza e cordialidade com o próximo; amor; viralizar a ideia do mais profundo respeito ao outro, da pluralidade e da convivência harmoniosa de diferentes opiniões, identidades, formas de viver e conviver uns com os outros”. Particularmente, concordo com o historiador Marco Antônio Villa, para quem a cerimônia de posse foi patética (detalhes neste vídeo).

A “pacificação” do STF seria bem-vinda, já que a polarização político-partidária — fruto do nefasto “nós contra eles” fomentado por Lula e seus acólitos — dividiu os membros da Corte em “punitivistas” e “garantistas” e instaurou o dissenso entre eles. Prova disso são as votações plenárias terminarem frequentemente com o placar de 6 votos a 5 — não raro após debates acirrados entre Mendes e Barroso — e a avalanche de decisões monocráticas em total desacordo com o entendimento colegiado, sobretudo no que concerne ao cumprimento da pena após condenação em segunda instância. Só que a “Pax Toffoliana” não tem o espírito da democracia; pelo contrário: limita-se aos poderosos, que precisam antes da impunidade que da cidadania.  

Há quem defenda a rediscussão das famigeradas ADCs — que Cármen Lúcia evitou pautar enquanto ocupou a presidência do STF — como forma de minimizar a insegurança jurídica, mas o momento não poderia ser menos propício. Aliás, o próprio Toffoli demonstra ter consciência disso quando diz a interlocutores que “o caso Lula precisa decantar”. 

O tema é controverso e suscita discussões acaloradas entre defensores e detratores. A meu ver, o grande “xis” da questão é a nossa Justiça ter quatro instâncias e cada uma delas oferecer um amplo cardápio de apelos, recursos, embargos e chicanas protelatórias. Se a prisão em segunda instância voltar a ser debatida — como vem insistindo o ministro Marco Aurélio, relator das ADCs 43 e 44 —, Gilmar Mendes mudar seu voto e Rosa Weber não acompanhar o entendimento de Cármen Lúcia, Fachin, Barroso, Fux e Alexandre de Moraes, que são favoráveis à prisão em segunda instância, tudo voltará a ser como dantes no Quartel de Abrantes, quando a prescrição fulminava a expectativa de réus defendidos por criminalistas estrelados. 

A título de exemplo, os advogados de Luiz Estevão ingressaram com nada menos de 120 recursos até o ex-senador e empresário milionário ser finalmente encarcerado, e o eterno deputado Paulo Maluf só foi recolhido à Papuda depois de empurrar o processo com a barriga por intermináveis 17 anos (todavia, graças a uma decisão “humanitária” do ministro Dias Toffoli, o turco lalau foi beneficiado com a prisão domiciliar, onde passa muito bem, obrigado, em sua cinematográfica mansão no bairro dos Jardins (região nobre da capital paulista), a despeito dos alegados problemas seriíssimos de saúde.

Observação: De 1941 a 1973, a regra no Brasil era a prisão após a condenação em primeira instância. Sob a égide da ditadura militar, a Lei nº 5.941 ― que acabou ficando conhecida como como Lei Fleury, já que foi criada de encomenda para favorecer o delegado do DOPS e notório torturador Sérgio Paranhos Fleury ― alterou o Código de Processo Penal e garantiu a réus primários e com bons antecedentes o direito de responder ao processo em liberdade até o julgamento em segunda instância. A partir de 2009, talvez como consequência serôdia da nossa fantasiosa “Constituição Cidadã”, os condenados passaram a ser presos somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória (o que na prática significa no dia de São Nunca), até que, em 2016, o STF restabeleceu a norma da execução da pena após a condenação em segunda instância. Assim, a prisão após trânsito em julgado vigeu por míseros 7 anos, mas favoreceu uma miríade de condenados com condições de pagar honorários milionários a criminalistas estrelados e postergar sua prisão até o advento da prescrição. Portanto, ressuscitar essa norma de exceção beneficiaria não só o pulha de Garanhuns, mas um sem-número de empresários, executivos, altos funcionários e políticos que foram apanhados pela Lava-Jato ou estão a caminho de sê-lo.

Voltando a Toffoli, sua posse reforça um discurso de que uma eventual vitória do pau-mandado de Lula não só abriria as portas da cadeia (aliás, Ciro Gomes também já admitiu publicamente a possibilidade de conceder um indulto ao criminoso de Garanhuns) como permitiria que o pulha vermelho voltasse a dar as cartas no Planalto, o que seria no mínimo funesto para este pobre país. Vale lembrar que a segunda sentença de Moro num processo envolvendo Lula deverá ser proferida ainda este ano, mas, por motivos que me parecem óbvios, somente depois do segundo turno das eleições.

Ao definir pauta do STF para a segunda quinzena deste mês, Toffoli preferiu evitar temas polêmicos e tratar de questões de impacto social e ambiental. Na primeira sessão sob seu comando, marcada para a próxima quarta-feira (19), serão discutidos o uso de aeronaves para o lançamento de substâncias químicas no combate ao mosquito aedes aegypti e uma lei estadual do Amapá que trata de uma licença ambiental única para atividades e empreendimentos de agronegócio. 

Como dito linhas atrás, tudo indica que o novo “guardião da pauta” não deverá contemplar, pelo menos por enquanto, as polêmicas ações que discutem a possibilidade de execução provisória de pena após condenação em segunda instância, até porque isso desgastaria (ainda mais) a imagem do tribunal em pleno período eleitoral. O lado bom de sua promoção, digamos assim, é que, ao assumir a presidência, Toffoli deixou de fazer parte da 2ª Turma da Corte, onde formava com Gilmar Mendes (*) e Ricardo Lewandowski o “trio assombro togado” que tantas derrotas impôs ao relator da Lava-Jato, ministro Edson Fachin. Com o retorno da ministra Cármen Lúcia, a maioria se inverte e a Turma deixa de ser o “jardim do Éden” dos criminosos assistidos por advogados estralados. Ou pelo menos é o que esperamos.

(*) Na última sexta-feira, Gilmar Mendes mandou soltar o ex-governador do Paraná e candidato ao Senado pelo PSDB Beto Richa, bem como sua mulher, Fernanda Richa, e outros 13 suspeitos de integrar esquema de propina, direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça. Os advogados do tucano embasaram o pedido de habeas corpus no uso da prisão temporária em substituição à condução coercitiva. O purgante de toga entendeu que a ordem de prisão aparentava ser "manifestamente inconstitucional" e reconheceu "indicativos de que tal prisão tem fundo político, com reflexos sobre o próprio sistema democrático e a regularidade das eleições que se avizinham”. Dias antes, Mendes comentou a atuação de procuradores na operação que levou Richa à prisão e em ações apresentadas no mês passado à Justiça contra os presidenciáveis Fernando Haddad e Geraldo Alckmin. Na visão do conspícuo magistrado, teria havido “notório abuso de poder” porque ações como essas do Ministério Público, há semanas das eleições, interferem no processo eleitoral, o que “não é bom para a democracia”. Vamos ver quanto tempo ainda vai levar para o ministro-deus soltar Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentado contra Jair Bolsonaro — aliás, se o candidato do PSL tivesse sido atendido pelo SUS, talvez já estivéssemos noticiando sua missa de sétimo dia).

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terça-feira, 24 de julho de 2018

TOFFOLI NA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO E LULA NA CADEIA



Dias Toffoli, que deve assumir a presidência do STF a partir de setembro, tem sinalizado que não pretende pautar, pelo menos até o final deste ano, as ADCs que tratam da prisão após condenação em segunda instância. Embora defenda a revisão do entendimento atual, o ministro reconhece que a Corte já se debruçou sobre essa questão em abril, quando manteve, por 6 votos a 5, a possibilidade do início do cumprimento provisório da pena.

A revisão desse entendimento passou a ser uma questão de vida ou morte para o PT e seus acólitos após a prisão de Lula, e ganhou fôlego no domingo negro, depois do fiasco da maracutaia urdida pelos deputados petralhas e o desembargador-plantonista Rogério Favreto, que vestiu a toga sem despir a farda de militante petista — nunca é demais lembrar que Favreto não precisou prestar concurso público para se tornar desembargador; depois de quase 20 anos filiado ao PT e de ocupar cargos de confiança nos governos de Lula e Dilma, ele foi nomeado pela ex-presidanta, através do quinto constitucional.

Em abono à tese de que a atual composição do STF é a pior de todos os tempos, apenas Luiz Fux e Rosa Weber são juízes de carreira; Cármen Lúcia, Luis Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Edson Fachin vieram da Advocacia e Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Ministério Público. Detalhe: o ministro que está prestes a assumir a presidência do Tribunal ostenta em seu invejável currículo duas reprovações em concursos para juiz de primeiro grau em São Paulo, ambas na primeira fase (que testa conhecimentos gerais e noções básicas de Direito).

Em sua trajetória até nossa mais alta Corte, Toffoli foi advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de SBC, consultor jurídico da CUT e assessor jurídico do PT e de José Dirceu. Atuou como advogado nas campanhas de Lula em 1998, 2002 e 2006 e como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil da presidência da República. Em 2007, foi promovido ao cargo de Advogado Geral da União, que exerceu até 2009, quando, mais uma vez graças a Lula, preencheu a vaga aberta com a morte do ministro do STF Menezes Direito. Sua indicação foi (mais) uma demonstração cabal da falta de noção de Lula sobre a dimensão do cargo de ministro do Supremo. Sem currículo, sem conhecimento, sem luz própria, Toffoli limitava-se a prestar serviços ao PT. Uma vez promovido, vendo-se sem os laços com a rede protetora do partido ou com os referenciais do padrinho, ele buscou apoio em Gilmar Mendes, que é quem melhor encarna a figura do velho coronel político, e já consolidado no habitat, passou a emular os piores hábitos do novo padrinho ― a arrogância incontida, a grosseria, a falta de limites, o uso da autoridade da forma mais arbitrária possível. E a menos que o inesperado tenha voto na assembleia dos acontecimentos, teremos de aturá-lo por mais um quarto de século, já que a aposentadoria só é compulsória quando os ministros completam 75 anos.

Voltando à questão da prisão em segunda instância, Toffoli defendeu em abril uma solução “intermediária” entre esperar o trânsito em julgado e executar a pena logo após condenação em segundo grau, no que foi acompanhado por Gilmar Mendes, o santo de devoção dos encarcerados. Mendes votou a favor da execução antecipada da pena em 2016, mas mudou de opinião, e o placar só não virou durante o julgamento do habeas corpus de Lula porque Rosa Weber, que é favorável à prisão somente após decisão final (coisa que no Brasil só acontece no Dia de São Nunca), acompanhou a maioria, em respeito ao princípio da colegialidade.

A expectativa dos petistas, dos criminalistas estrelados e dos ministros que buscam mudar o entendimento é que Rosa mantenha o voto contrário à prisão em segunda instância quando o plenário julgar as ADCs, já que essa a decisão tem efeito vinculante (ou seja, vale para todos os casos análogos) — e provará um verdadeira tsunami de pedidos de soltura, já que nossa Justiça tem quatro instâncias e cada uma delas oferece amplo cardápio de apelos, recursos, embargos e chicanas protelatórias. Para se ter uma ideia, Cristiano Zanin e seus vassalos, responsáveis pela defesa de Lula, já ingressaram com 125 recursos contra a condenação no processo do tríplex.

Impedir o início do cumprimento da pena após decisão colegiada seria ferir de morte a Lava-Jato, cujo sucesso se deve em grande medida às delações premiadas, que dependem de conduções coercitivas, prisões preventivas e ameaça real de cumprimento da pena, sem o que os bandidos de colarinho branco dificilmente entregariam a rapadura. Demais disso, tudo voltaria a ser como antes no Quartel de Abrantes, quando a prescrição fulminava a expectativa de prisão dos apenados (especialmente dos que podem contratar criminalistas de primeira linha).

Entre 1941 e 1973, a regra era prisão após a condenação em primeira instância. Sob a ditadura militar, a Lei Fleury alterou o CPP para favorecer o delegado homônimo, a pretexto de garantir a réus primários e com bons antecedentes o direito de responder ao processo em liberdade até a decisão na segunda instância. A partir de 2009, como consequência tardia da nossa fantasiosa “Constituição Cidadã”, os condenados passaram a ser preso após o trânsito em julgado da sentença condenatória — isto é, depois de esgotados todos os recursos até a última instância do Judiciário, o que equivale a dizer “no dia de S. Nunca” — até que, em 2016, o STF restabeleceu a norma da execução da pena após a condenação em segunda instância.

Tudo somado e subtraído, em 70 dos últimos 77 anos os criminosos eram presos após a condenação em primeira ou segunda instâncias, como acontece na maioria das democracias do Planeta. A prisão após trânsito em julgado vigeu por míseros 7 anos, mas favoreceu uma miríade de criminosos e seus advogados estrelados, que, mediante honorários milionários, “empurram com a barriga” a prisão dos clientes até que o ocorra a prescrição. Assim, ressuscitar essa norma de exceção não só beneficiaria o criminoso de Garanhuns, como também um sem-número de empresários, executivos, altos funcionários e políticos que foram apanhados pela Lava-Jato ou estão a caminho de sê-lo.

Observação: Digam o que disserem os ministros “garantistas”, a presunção de inocência e a garantia da liberdade e proibição da prisão arbitrária são coisas distintas, como bem lembrou o procurador-geral da República em exercício, Luciano Mariz, em parecer enviado ao STF na semana passada. Segundo ele, o PCdoB, autor da ADC 54, está confundindo dois princípios constitucionais distintos.

O resto fica para amanhã. E que Deus ajude este pobre país.

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O WINDOWS 10 E O SUPERFETCH (CONCLUSÃO)


MEÇA O QUE É MENSURÁVEL E TORNE MENSURÁVEL O QUE NÃO O É.

Para quem não leu a postagem anterior, relembro que o Superfetch é uma versão revista e atualizada do Prefetch — lançado pela Microsoft para melhor a performance do Windows XP —, que o recurso foi mantido nas edições posteriores do sistema, que sua serventia é não é exatamente uma unanimidade entre os especialistas e que é possível desativá-lo facilmente (e reativá-lo com idêntica facilidade, se for o caso). 

Para verificar se o Superfetch está habilitado, pressione o atalho Win+R, digite services.msc na caixa do menu Executar e tecle Enter. Rode a tela que se abre em seguida (Serviços) até localizar o item Superfetch e confira o status exibido na coluna Tipo de inicialização (que, por padrão, é Automático). 

Para avaliar como seu sistema se comportará sem o Superfetch, dê um clique direito sobre a entrada respectiva, clique em Propriedades e, em Tipo de inicialização, selecione Desativado. Feito isso, clique em Aplicar, confirme em OK e reinicie o computador.

Superfetch não deveria comprometer o uso da memória, mesmo em máquinas com pouca RAM, pois ele pré-carrega os apps no espaço não utilizado — e sempre que um programa que não esteja pré-carregado precisa de mais memória, ela lhe é disponibilizada automaticamente. Por outro lado, como qualquer outro processo que roda em segundo plano, ele consome ciclos do processador e espaço na memória, e não elimina a necessidade do carregamento dos apps, mas apenas faz com que eles sejam carregados mais cedo — o que pode retardar a inicialização do Windows.

Como dito, a única maneira de você saber se vale a pena desativar o Superfetch no seu Windows é implementando essa configuração e usando máquina por alguns dias (não espere milagres e nem tampouco avalie o resultado a partir do comportamento do sistema logo após a primeira reinicialização). Se chegar à conclusão de que não houve qualquer melhora no desempenho, volte à tela dos Serviços e reconfigure o tipo de inicialização do Superfetch (como Automático). Ao final, reinicie o computador e tudo voltará a ser como dantes no Quartel de Abrantes.

Um computador “rápido” depende de uma configuração equilibrada, mas que ofereça fartura de RAM (em muitas situações, aumentar a memória é mais eficaz e barato do que fazer um upgrade de processador). O Windows 10 roda melhor com 8 GB de RAM, embora consiga se arrastar com 1 GB (quantidade mínima de memória, segundo a Microsoft). Se você "anda devagar porque já teve pressa", uma máquina com algo entre 2 e 4 GB não irá desapontá-lo, mas evite executar aplicativos muito exigentes, manter vários programas abertos ao mesmo tempo e abusar das abas do navegador de internet.

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quinta-feira, 14 de junho de 2018

DISCO DE RESGATE DO WINDOWS 10 ― CONTINUAÇÃO


O BRASIL NÃO TEM A MENOR CHANCE DE SER CONFUNDIDO COM UM PAÍS SÉRIO.

Como dito no capítulo anterior, meu Windows não carregou normalmente após eu reiniciar o computador para validar uma suposta atualização do sistema, não reiniciou automaticamente no modo de segurança e tampouco abriu a tela das opções de recuperação quando forcei o desligamento e tornei a ligar o PC por três vezes consecutivas.

Insistindo na tecla F2 durante o boot, consegui abrir a tela do CMOS Setup, o que desfez minhas suspeitas de problemas relacionados ao monitor ou placa de vídeo. Todavia, não consegui acessar o Modo de Segurança via tecla F8... enfim, resumindo: depois de muito malabarismo, o computador reiniciou normalmente. Então, depois de me assegurar de que tudo estava como dantes no Quartel de Abrantes, resolvi criar um disco de resgate.

Como a maioria dos notebooks e all in ones atuais deixou de incluir o drive de mídia óptica, “disco de resgate” é uma maneira de dizer, já que a unidade de recuperação é criada num pendrive. Esclarecido esse detalhe, passemos ao procedimento propriamente dito, que é bastante simples.

― Com o Windows ativo e operante, digitamos “criar unidade de recuperação” (sem aspas) na caixa de pesquisas da Barra de Tarefas (ou na caixa de diálogo da Cortana) e clicamos em Criar unidade de recuperação ― Painel de Controle.

― A janelinha que se abre em seguida permite escolher entre criar o disco de resgate, pura e simplesmente, ou incluir um backup do sistema ― opção que permite reinstalar o Windows a partir da unidade de recuperação que vamos criar. Nesse caso, porém, o processo é mais demorado e ocupa bem mais espaço. Mesmo assim, sugiro que você escolha essa opção (mais adiante, veremos como criar esse "disco de resgate" com o auxílio da ferramenta de criação de mídia da Microsoft, mas isso é assunto para o próximo capítulo). 

― Os próximos passos são espetar o pendrive numa portinha USB, indicá-lo ao assistente de criação, clicar em Avançar e, em seguida, em OK na mensagem dando conta de que o dispositivo será formatado (se houver arquivos importantes no pendrive, devemos providenciar um backup com antecedência, pois todo o conteúdo será apagado durante a formatação).

― Finalmente, clicamos no botão Criar e aguardamos a conclusão do processo. Quando for exibida a mensagem de que a unidade de recuperação está pronta, clicamos em Concluir.

Na próxima postagem, veremos como criar a unidade de recuperação com a ferramenta de criação de mídia da Microsoft. Até lá.

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segunda-feira, 11 de junho de 2018

QUANDO UMA SIMPLES REINICIALIZAÇÃO NÃO RESOLVE...


SE ALGUMA COISA PODE DAR ERRADO, DARÁ. E MAIS: DARÁ ERRADO DA PIOR MANEIRA, NO PIOR MOMENTO E DE MODO QUE CAUSE O MAIOR DANO POSSÍVEL.

Vimos que a reinicialização é necessária por uma série de motivos, e que pode corrigir diversos probleminhas pontuais no PC, no smartphone, no tablet e em qualquer outro dispositivo eletrônico controlado por um sistema operacional. Mas há casos em que o problema persiste e, para piorar, nem sempre é fácil determinar, a partir do sintoma, se ele tem a ver com o hardware ou o software (essa questão já foi objeto de diversas postagens; para mais detalhes, recorra ao campo “pesquisar este blog”).

O que eu passo a relatar a partir daqui se destina a auxiliar algum leitor que eventualmente se veja na mesma situação. Sem mais delongas, vamos adiante:

Dias atrás eu me deparei com dois probleminhas; o primeiro ao tentar transferir para o PC, via USB, uma foto salva na memória interna do meu MotoE4, e o segundo ao tentar usar a webcam do meu all-in-one.

Embora meu smartphone fosse reconhecido pelo Windows e listado como uma unidade lógica na tela do Explorador de Arquivos, seu conteúdo não era exibido (a informação era de que a pasta estaria vazia). Como nada mudou depois que eu reiniciei o telefone e o computador, calculei que o Update de Abril seria o vilão da história. Claro que não o desinstalei para conferir; o que fiz foi recorrer ao método da tentativa e erro.

Depois de checar as configurações do telefone (alguns modelos vêm configurados para somente recarregar a bateria quando plugados ao PC via interface USB, mas não era o caso do meu), de verificar se driver respectivo estava instalado e atualizado (o site da Motorola me garantiu que sim) e de fazer outras tentativas que não vou detalhar para não abusar da paciência do leitor, tive a ideia de plugar o cabo em outra portinha USB. Problema resolvido.

Já a webcam deu um pouco mais de trabalho. Fazia tempo que eu não usava esse dispositivo, mas tinha certeza de que ele funcionava. Quando me deparei com tela preta exibindo a mensagem de que a câmera não havia sido reconhecida (vide reprodução na imagem ilustra esta postagem), tentei atualizar o driver, tanto pelo Gerenciador de Dispositivos do Windows quanto com o DriverMax, mas nenhuma versão mais recente foi encontrada. Revisei as permissões dos aplicativos ― ainda que, segundo Microsoft, o sistema seja capaz de acessar a câmera mesmo que a gente negue autorização a todos os apps da lista ―, mas nenhuma das combinações que experimentei surtiu efeito. 

Voltei ao Gerenciador, desinstalei a webcam e reiniciei o computador, com a esperança de que o Windows a reinstalasse e ela voltasse a funcionar, mas também não deu certo. Fiz uma busca na Web e encontrei diversas dicas, inclusive em páginas da própria Microsoft. Descartei as que exigiam a edição manual do Registro do Windows e segui as menos invasivas, mas nenhuma delas surtiu o efeito desejado. Num determinado momento, ao tentar acessar a câmera, reparei que a mensagem de erro havia mudado: agora ela informava que seria preciso alterar as configurações de privacidade ― coisa que eu havia feito mais cedo, conforme mencionei linhas atrás.

Para resumir a história, voltei à tela das Configurações, cliquei em Privacidade &gt; Câmera e, no campo Permitir que os aplicativos acessem sua câmera, desliguei e religuei o botão respectivo. E voilà: minha webcam voltou a funcionar. 

Como eu havia concedido acesso a todos os aplicativos, desautorizei todos eles, mas, mesmo assim, a câmera continuou funcionando, dispensando-me da penosa tarefa de reabilitar um por vez, até que ela voltasse a operar. Mas não acabou.

Para o mal dos meus pecados, o som foi desabilitado durante um dos procedimentos (só não sei qual). Felizmente, bastou eu dar um clique direito sobre o ícone do alto falante, na área de notificações do sistema (ao lado do relógio), clicar em Solucionar problemas de som e rodar o assistente: ao cabo de alguns minutos, a mensagem de que o Windows havia solucionado o problema foi exibida, e, com efeito, tudo voltou a ser como antes no Quartel de Abrantes.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

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