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sábado, 27 de julho de 2024
PRAGAS E MAIS PRAGAS
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sexta-feira, 26 de julho de 2024
CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO? (PARTE IV)
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
A despeito de Nicolás Maduro responder a uma acusação de narcoterrorismo e seu governo estar sob investigação no Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade, Lula o recepcionou em palácio com pompa e circunstância, disse que ditadura na Venezuela era mera "narrativa", comparou a resistência ao jogo de cartas marcadas naquele país aos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e deixou claro que via com bons olhos a recondução ao poder do farsante que há duas décadas e meia manipula regras, aparelha instituições, viola direitos humanos, corrompe as Forças Armadas, asfixia a imprensa e inabilita adversários.
Lula louvou por antecipação a "lisura" e o "clima de confiança e entendimento" do pleito marcado para amanhã, e o déspota retribuiu ameaçando um "banho de sangue" e uma guerra civil se ele não for reeleito. Em entrevista a agências internacionais, o petista disse que "ficou assustado" com a declaração do tirante, que ironizou:" "Quem se assustou que tome um chá de camomila".
A transmissão automatizada surgiu em meados do século passado, mas foi somente nos anos 1990 que o avanço dos sistemas eletrônicos e a miniaturização dos componentes permitiram sua aplicação em veículos pesados e, mais adiante, em carros de passeio. Ela utiliza basicamente a mesma caixa de mudanças usada na versão manual, onde um conjunto de eixos, engrenagens de tamanhos diferentes, garfos e luvas de engate produzem as diversas relações (ou marchas, geralmente 5 para frente e 1 para trás), e um sistema de embreagem convencional, só que controlado por um robô que analisa a rotação do motor, aciona a embreagem e seleciona a marcha mais adequada a cada situação específica.
Como o próprio nome sugere, a transmissão automatizada de dupla embreagem utiliza duas embreagens, uma para as marchas pares e a ré, outra para as marchas ímpares. Quando uma marcha é selecionada, a embreagem correspondente é desacoplada e a outra, engatada simultaneamente, proporcionando trocas mais rápidas e acelerações e respostas mais precisas. Essa tecnologia foi desenvolvido pela BorgWarner nos anos 80, lançada comercialmente pela Volkswagen em 2003 — com o nome de Direct Shift Gearbox (DSG) — e largamente utilizada no automobilismo de alto desempenho por equipes de Rallye e GT, já que as trocas são mais rápidas e precisas.
Para não encompridar ainda mais este post, trataremos da transmissão continuamente variável (CVT) na próximo capítulo.
quinta-feira, 25 de julho de 2024
DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE VI)
CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA
"Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso?", pergunta José Luiz Datena. A comparação não é boa. O presidente americano não desistiu de disputar a reeleição, foi empurrado para fora da raia, ao passo que o apresentador da Band é campeão de defecções.
Datena vendeu um terreno na Lua a Tábata Amaral ao admitir que poderia ser vice da candidata do PSB. Revendeu a mesma propriedade ao tucanato, adicionando uma vista para os anéis de Saturno. Seria cabeça de chapa, não vice. Depois de se consolidar como uma espécie de conto do vigário no qual todos caem, o jornalista soa como se receasse ser passado para trás: "Desde o começo, falei: se me sacanearam, eu desisto mesmo!"
"Não confio em palavra de político", disse Datena na semana passada. Na prática, ele usa os políticos, fazendo gato e sapato de todos eles. Nesse jogo de malandro e otário, convém lembrar de um ensinamento de Tancredo Neves: "Esperteza quando é muita engole o dono". O risco que Datena corre é o de reservar para o eleitorado no seu enredo o papel de coadjuvante de uma palhaçada.
Num experimento realizado no CERN em 2011, os neutrinos (partículas subatômicas com quase nenhuma massa) teriam superado a velocidade da luz em 60 bilionésimos de segundo, mas verificou-se mais adiante que esse resultado se deveu um erro de medição causado por um cabo de fibra óptica mal conectado. Em 2022, os pesquisadores conseguiram acelerar fótons (partículas elementares que compõem a luz) a velocidades superluminais, mas vale lembrar que os fótons não têm massa.
Observação: Segundo as equações de Einstein, a única coisa capaz de mover uma partícula com massa é uma força que viaje à mesma velocidade. Da feita que a partícula ganha massa conforme sua velocidade aumenta, a massa será infinita à velocidade da luz, e somente uma força igualmente infinita poderia acelerá-la ainda mais.
Ultrapassar a velocidade da luz não é a única forma de fazer o tempo retroceder, pois o espaço-tempo pode ser distorcido pela gravidade do horizonte de eventos de um buraco negro. Admite-se a existência buracos de minhoca no interior dos buracos negros, e que eles funcionam como "atalhos cósmicos", interligando dois pontos no espaço-tempo (para entender melhor, dobre uma folha de papel de 30 cm ao meio e veja que, com a folha dobrada, as margens podem ser interligadas por simples grampo).
O nome "buraco de minhoca" (wormhole em inglês) advém de uma analogia com o bicho da maçã, que encurta o caminho entre os dois lados da fruta atravessando seu miolo. Da mesma maneira, uma espaçonave que adentrasse um desses "túneis cósmicos" poderia percorrer milhões de anos-luz em poucos segundos e chegar a galáxias diferentes, neste ou em outro universo, no presente ou em outro ponto da linha do tempo. Mas os buracos negros já foram avistados e fotografados, enquanto os buracos de minhoca são hipotéticos e não atravessáveis, já se surgem e desfazem numa fração de segundo.
Observação: Curvar o espaço-tempo a ponto de criar um buraco de minhoca exige uma quantidade imensa de energia escura (cujas propriedades ainda não são conhecidas pelos cientistas). Além disso, a distorção que eles criam no espaço-tempo poderia aumentar 100 vezes a duração de uma viagem a Marte (que sonda Mars Insight fez em cerca de 6 meses).
Na maior velocidade alcançada por uma sonda espacial até agora (635.266 km/h) seria possível ir à Lua em menos de meia hora e chegar ao Sol em cerca de 10 dias, mas uma viagem até buraco negro Gaia BH1 (que fica a 1.560 anos-luz da Terra) demoraria 2.670 anos, o que torna impossível comprovar experimentalmente que o tempo "congela" devido à singularidade que fica oculta em seu horizonte de eventos.
Estudos matemáticos dão conta de que um hipotético viajante do tempo que entrasse numa curva rumo ao passado poderia seguir caminhos diferentes sem alterar o resultado de suas ações, já que qualquer tentativa de mudar o que já aconteceu criaria uma LTA (linha de tempo alternativa) paralela à LTO (linha de tempo original) a partir do ponto de mudança. Uma vez que a própria chegada ao passado seria por si só uma mudança, nosso hipotético viajante se materializaria numa hipotética LTA, e nada que ele fizesse alteraria o curso da história em sua linha do tempo original.
A existência de uma LTA para cada decisão tomada tornaria a viagem ao passado factível, pois eliminaria paradoxos temporais como o do Avô. Mas isso é apenas mais uma teoria não comprovada experimentalmente, e sem múltiplos universos e linhas do tempo alternativas, o efeito borboleta poderia gerar um loop infinito de causas e efeitos, semelhante ao que acontece quando uma pedra jogada num lago cria ondas que se propagam até a margem.
Hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, e a vida é feita de escolhas. Quando dobramos à direita em vez de à esquerda numa encruzilhada do hoje, desencadeamos uma sucessão de consequências que se espalham no amanhã como as ondas produzidas pela pedra na água do lago. Além disso, as viagens no tempo só fazem sentido se assumimos que o tempo existe e o comparamos a uma estrada pela qual podemos avançar numa velocidade constante, acelerar, desacelerar e até mesmo parar.
Como já disse alguém, a única certeza que temos é a de que não temos certeza de nada, mas é justamente essa (in)certeza que nos instiga a continuar investigando o mundo que nos cerca.
quarta-feira, 24 de julho de 2024
CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO? (PARTE III)
Semana passada, fantasiado de perseguido político, o ex-presidente repetiu a cantilena golpista que produziu o 8 de janeiro e compôs o pano de fundo contra o qual o TSE decretou sua inelegibilidade. Disse que Lula subiu a rampa pela terceira vez graças a uma fraude — "um dias nós recuperaremos a liberdade de expressão e vocês tomarão conhecimento do que aconteceu no final de 2022" —, recorreu a uma analogia futebolística — "já vimos um time de futebol ser campeão sem torcida, mas um presidente da República eleito sem povo é a primeira vez na história".
Sobre ter fugido para a Flórida na antevéspera do final do mandato, o "mito" se justificou: "Não passa faixa para ladrão". Num instante em que a banda bolsonarista do Congresso articula uma anistia capaz reabilitá-lo politicamente, insinuou que sua carta voltará ao baralho na próxima sucessão: "Quando se fala em 2026, nós temos que passar por 2024."
Graças à pusilanimidade da PGR (a pretexto de "não tumultuar as eleições municipais), o "mito" dos apatetados posa de cabo eleitoral de luxo. Até aqui, ele vem se saindo bem. Como o sujeito que despenca de prédio de 50 andares e repete para si mesmo ao longo de toda a queda: "até aqui, tudo bem."
Para produzir um ciclo de força são necessários quatro cursos sucessivos dos pistões (admissão, compressão, explosão e descarga), mas só o terceiro é considerado ativo (os demais não produzem energia). Nos tempos de antanho, a mistura era dosada pelo carburador através de "gicleurs" (gargulantes), resultando numa taxa estequiométrica invariável. Com o advento da injeção eletrônica de combustível, sensores estrategicamente posicionados realizam medições em tempo real e enviam os dados ao módulo (centralina), que ajusta a mistura e o ponto de ignição conforme as necessidades, otimizando a queima da mistura e produzindo mais torque e potência com menor consumo de combustível.
Observação: Foi graças à injeção eletrônica que os motores "flex", que funcionam tanto com gasolina quanto com etanol (ou com a mistura de ambos em qualquer proporção) puderam ser desenvolvidos, mas isso é outra conversa.
Nos veículos automáticos, o conversor de torque desempenha o papel da embreagem e um conjunto de planetárias, combinado com um sofisticado mecanismo de apoio, produz as relações de transmissão que são repassadas às rodas motrizes. Os modelos automatizados (ou robotizada) utilizam a mesma caixa de câmbio usada nos veículos com transmissão manual, mas o controle da embreagem e a troca de marchas ficam a cargo de um "robô".
Nas caixas manuais, um conjunto de eixos, engrenagens, garfos e luvas de engates produz as diversas relações (marchas) que selecionamos através da alavanca de mudanças. O diferencial, que também integra um rebuscado conjunto de engrenagens (coroa, pinhão, planetárias e satélites), desmultiplica a rotação proveniente do câmbio e a direciona às rodas motrizes, permitindo que elas girem em velocidades diferentes durante as curvas — quando as rodas "internas" percorrem trajetórias menores do que as "externas". Nos veículos com motor e tração dianteiros, esse componente da transmissão fica acoplado à caixa de câmbio; nos modelos com motor dianteiro e tração traseira, ele é instalado entre as rodas motrizes e recebe o movimento rotacional transmitido pelo câmbio através de um eixo longitudinal conhecido como cardan.
Conforme foi dito nos capítulos anteriores, veículos equipados com câmbio automático/automatizado custam mais que os modelos com caixa manual, mas não precisar acionar a embreagem e mudar as marchas no trânsito caótico das grandes metrópoles "não tem preço". Também como já foi mencionado, o pedal de embreagem foi suprimido, mas a alavanca de mudanças continua presente no console central ou na coluna da direção (em alguns modelos top de linha, um seletor ou um conjunto de botões faz o papel da alavanca, mas isso já é outra conversa).
Continua...
terça-feira, 23 de julho de 2024
DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE V)
De acordo com a dilatação do tempo e a dilatação gravitacional do tempo, o tempo é relativo. Sua velocidade é inversamente proporcional à velocidade do observador e à força da gravidade. Isso é imperceptível no dia a dia, mas os relógios dos satélites que orbitam a Terra a 20 mil quilômetros de altitude e 28,2 mil quilômetros por hora atrasam 4.45 µs/dia devido à velocidade e adiantam 33,64 µs/dia por causa da (menor) gravidade. Já um bate e volta a Alpha Centauri a 99% da velocidade da luz seria praticamente instantâneo para os viajantes, mas levaria de 8,5 anos pelo calendário terrestre (mais detalhes neste artigo). Em outras palavras, a nave e seus ocupantes avançaria quase uma década no tempo.
A possibilidade de qualquer coisa com matéria superar a velocidade da luz (299.792.458 m/s ou 1,08 bilhão km/h) contraria as equações de Einstein, mas Gerald Feinberg descreveu os táquions como partículas com massa (ínfima) que "nascem superluminais" e ganham energia à medida que perdem velocidade. Essas partículas ainda não foram observadas ao vivo e em cores porque nossa tecnologia não é capaz capaz de detectar algo que se mova tão rápido. Se sua existência for comprovada (o que pode ser apenas uma questão de tempo), o princípio da causalidade (segundo a qual causa precede a consequência) seria violado, já que eles se moveriam para trás na linha do tempo, criando paradoxos tão complexos quanto o do Avô.
Para verificar se as leis da física realmente conspiram contra viagens ao passado, Stephen Hawking deu uma festa na Universidade de Cambridge e enviou convites com data, hora e coordenadas exatas do local. O fato de ninguém ter aparecido pode ter a ver com a Teoria do Multiverso, segundo a qual existem universos paralelos semelhantes ao nosso, mas com diferenças fundamentais e que tendem ao infinito em progressão exponencial. Talvez existam versões de cada um de nós em universos semelhantes (ou completamente diferentes), e que fazem escolhas diferentes a cada decisão que tomamos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert).
No famoso experimento Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele morre ou sobrevive. Segundo a interpretação de Copenhague, o bichano está num estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro é decidido no momento em que a caixa é aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; o gato está vivo num deles e morto no outro, ou seja, cada realidade fica permanentemente conectada aos estados do átomo e só participa de um dos universos paralelos que, uma vez separados, continuam seu próprio caminho sem jamais interagir com os demais.
A teoria do multiverso parece menos absurda quando consideramos que os bits da computação tradicional assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), mas os qubits (bits quânticos) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. No Multiverso de Nível 3, tudo que pode acontecer de fato acontece. Ao invés de colapsar, as partículas quânticas ocupam todos os lugares ao mesmo tempo, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert.
Continua...
segunda-feira, 22 de julho de 2024
BUG DO MILÊNIO EM EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA
Na última sexta-feira (19), um "apagão cibernético" levou ao cancelamento de milhares de voos, causou problemas de comunicação em várias partes do mundo e paralisou sistemas bancários e serviços de emergência. Os impactos foram mais sentidos nos EUA, na Austrália e em alguns países europeus, mas aplicativos do Bradesco, Pan, Neon e Next e fintechs amanheceram com problemas também no Brasil. Nas redes sociais, memes com os dizeres"o bug do milênio chegou 24 anos atrasado" e que "deveria ser rebatizado de Bug Rubens Barrichello" começaram a pipocar já no início da manhã.
Pivôs do imbróglio, Microsoft e CrowdStrike se apressaram a identificar e corrigir o "problema subjacente", mas reconheceram que intermitências pontuais poderiam persistir por horas ou dias a fio, já que a natureza do problema exigia a reinicialização manual dos sistemas afetados. Em entrevista à imprensa, o CEO da CrowdStrike — empresa de segurança cibernética reconhecida mundialmente por seu sistema de detecção e resposta a ameaças — reconheceu que um bug numa atualização do Falcon Sensor foi o responsável pelas falhas do Azure da Microsoft e pediu desculpas pelo transtorno (nem o Linux nem MacOS apresentaram instabilidades).
Mais de 29 mil clientes CrowdStrike utilizam o Falcon, incluindo empresas dos setores de varejo, saúde, serviços financeiros. A ferramenta inspeciona tudo que acontece nas máquinas para prevenir e neutralizar ataques, mas a falha na atualização de sexta-feira foi fatal para o Windows — que, ironicamente, é useiro e vezeiro em brindar os usuários com atualizações problemáticas.