domingo, 26 de outubro de 2025

FORNO DE MICRO-ONDAS DESCASCADO? VEJA COMO RESOLVER.


CADA VEZ QUE FICO DOENTE ME TORNO MAIS SÁBIO; QUANDO MORRER, SEREI UM GÊNIO. 

 

O forno de micro-ondas foi inventado acidentalmente em 1945 pelo engenheiro Percy Spencer, quando ele reparou que uma barra de chocolate que levava no bolso havia derretido quando ele trabalhava com radares. 


O primeiro modelo comercial surgiu dois anos depois e revolucionou nossas cozinhas, embora muita gente utilize esses forninhos apenas para descongelar alimentos, aquecer refeições e, claro, estourar pipoca. Mas eles fazem muito mais que isso. Confira:

 

Sanduíches não perderão a textura por causa da umidade se você os reaquecer envolvidos em papel-toalha. Limões darão mais suco sem você cortá-los ao meio e aquecê-los por 10 a 20 segundos. Dentes de alho soltarão a casca mais facilmente se forem aquecidos por 15 segundos. Mel cristalizado reassumirá a consistência original depois de aquecidos por 2 minutos em potência média. Pães amanhecidos ficarão crocantes se você os envolver em um pano de prato umedecido e aquecê-los por cerca de 10 segundos.

 

Para evitar que batatas, tomates e similares “explodam” devido ao vapor retido dentro deles, perfure a casca com um garfo ou faca antes de aquecê-los. Batatas fritas que não foram comidas ainda quentes recuperarão a crocância se você as envolver em papel-toalha e aquecer em intervalos curtos de 20 a 30 segundos. Para deixar o bacon bem seco e crocante, corte-o em fatias, disponha-as sobre folhas de papel toalha, aqueça inicialmente por 3 minutos, verifique o ponto e, se necessário, continue aquecendo em intervalos de 30 segundos, até que elas fiquem bem crocantes.


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A transferência do ministro Luiz Fux — que ficou isolado após votar pela absolvição de Jair Bolsonaro e outros réus — para a 2ª Turma pode redesenhar a correlação de forças nos dois colegiados do Supremo. Embora seu perfil seja distinto do terrivelmente evangélico André Mendonça, indicado por Bolsonaro, ambos divergem de seus pares em casos relacionados ao 8 de Janeiro. 

Fux é o relator do recurso de Bolsonaro contra a decisão do TSE que o tornou inelegível por abuso de poder político e uso indevido do Palácio da Alvorada, e com sua ida para a 2ª Turma, há incerteza sobre o destino do caso. À luz da “prevenção”, o ministro que muda de colegiado continua relator, embora o caso continue sendo analisado onde começou. Assim, o substituto de Fux na 1ª Turma não votaria. Mas essa questão foi vista de forma diferente e discutida em 2004 pelo plenário do STF: quando o então ministro Joaquim Barbosa mudou para a 2ª Turma e levou consigo todos os processos sob sua relatoria, os réus da Operação Anaconda alegaram que deveriam ser julgados pela 1ª Turma. 

A questão foi levada ao plenário, e a maioria decidiu que a prevenção da Turma é uma regra “excepcional” e não absoluta. O então presidente da Corte, ministro Nelson Jobim, destacou que, naquele caso específico, cabia a Barbosa julgar os HCs, mesmo após a mudança de Turma.

Situação semelhante ocorre com os casos da Lava-Jato relatados por Fachin, que passaram para Barroso quando o colega assumiu a presidência, e, portanto, continuam no colegiado. A tendência é que Fux fique como relator, mas é possível que sejam redistribuídos, como já ocorreu com outros processos em outras ocasiões.

Dependendo de como se alinhar com os demais ministros, Fux, que tem perfil garantista, pode influenciar o placar da 2ª Turma. Mendonça, por exemplo, já votou pela validade de atos da Lava-Jato contra Palocci e é o relator da repactuação dos acordos de leniência com empreiteiras, demonstrando afinidade com pautas da operação.

 

Essas são algumas das muitas utilidades dos fornos de micro-ondas, mas o mote desta abordagem é o descascamento da pintura interna e o aparecimento de ferrugem nos locais descascados. Isso me levou a aposentar um aparelho em perfeitas condições de funcionamento e desembolsar R$ 700 na compra de um novo, já que a ferrugem não só contamina os alimentos como aumenta o risco de faíscas e, em casos extremos, de vazamento da radiação (micro-ondas). Como isso já havia acontecido anteriormente com um modelo de outra marca, fiz uma rápida pesquisa na WEB e descobri que se trata de um problema recorrente, mas que pode ser evitado com a adoção de alguns cuidados. Confira:

 

Para evitar que a umidade resultante do aquecimento de alimentos com alto teor de água — como sopas, vegetais, etc. — crie um ambiente propício para a corrosão, basta deixar a porta entreaberta por alguns minutos. Caso haja formação de gotículas, limpe o gabinete com um pano seco ou toalha de papel — evite esponjas abrasivas, palha de aço e produtos de limpeza agressivos. Limpe também respingos de molhos e alimentos líquidos, que podem criar "pontos quentes" e danificar a pintura. 

 

Para prolongar a vida útil do forninho, cubra os alimentos sólidos com tampas plásticas próprias para micro-ondas e os líquidos com papel-toalha. Tomates, molhos ácidos e frutas cítricas, que podem reagir com o revestimento interno e acelerar o descascamento, devem ser aquecidos em recipientes apropriados — de vidro, cerâmica ou plástico próprios para micro-ondas. Eventuais respingos devem ser limpos imediatamente.

 

Evite recipientes de metal, alumínio ou com detalhes metálicos (aquelas bordas douradas em louças, por exemplo); além de causar faíscas, eles podem danificar o revestimento, e assegure-se de que a porta fecha corretamente — uma vedação inadequada pode causar vazamentos de radiação, vapor e umidade. A borracha ao redor da porta (gaxeta) evita o vazamento de ondas. Limpe-a regularmente com um pano úmido para garantir que a porta feche perfeitamente, mantendo a eficiência e a segurança.

 

Faça uma faxina completa semanalmente usando apenas água e detergente neutro. Se precisar de algo mais forte, use uma solução de água com vinagre ou bicarbonato de sódio. Colocar uma tigela com água e rodelas de limão ou vinagre e aquecer por dois ou três minutos também ajuda a soltar a sujeira.

 

Inspecione o interior do gabinete regularmente. Quando a ferrugem aparece, não tem mais volta. Se o descascamento ou ponto ferrugem for pequeno, você pode fazer o reparo com tinta própria para micro-ondas — tintas comuns não suportam altas temperaturas e podem liberar vapores tóxicos na comida. Mas se área descascada for grande e a ferrugem estiver avançada, a única solução é o recoating (revestimento). Caso o orçamento supere 50% do preço do aparelho, compre um novo e descarte o antigo corretamente. 

 

Seguindo essas dicas simples, você garante que seu forno de micro-ondas funcione de maneira eficiente por muito mais tempo.

sábado, 25 de outubro de 2025

DO TELEFONE DE D. PEDRO AO CELULAR (5ª PARTE)

O HORROR VISÍVEL TEM MENOS PODER SOBRE A ALMA DO QUE O HORROR IMAGINADO.

Palavras  como"bom" e "ruim" e comparativos como "melhor" e "pior" traduzem conceitos subjetivos. O melhor produto — seja um carro, um eletrodoméstico ou um par de tênis — é aquele que atende às necessidades do usuário por um preço que ele pode pagar. 


No caso específico dos smartphones, os chineses têm design inovador, resistência elevada, carregamento ultrarrápido, ficha técnica robusta e preços acessíveis. Por outro lado, sua política de atualização de software deixa a desejar, o suporte técnico costuma ser restrito e a compra no mercado cinza limita a garantia e dificulta a assistência técnica.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Ao arquivar o pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro, o Conselho de Ética da Câmara comprovou o que já se sabia: ética na política é algo tão irreal quanto o Coelho da Páscoa, a Fada do Dente e o Bicho-Papão.

Visando defender a impunidade do pai golpista, o filho expatriado violou até mesmo a ética dos canhões, mas o tiro não acertou o alvo: seu progenitor foi condenado e está na bica de ser transferido da prisão domiciliar — que vem cumprindo desde agosto — para o Complexo Penitenciário da Papuda.

No final dos anos 40, o decoro precisava de calças: por se deixar fotografar de cuecas, o deputado Barreto Pinto foi cassado. Hoje para salvar um traidor da pátria, a facção legislativa do bolsonarismo e o Centrão exibem o pior tipo de nudez: a nudez que ninguém quer ver.

A Câmara precisa urgentemente de um Conselho de Falta de Ética.

 

Os produtos da Apple se destacam pela qualidade, mas têm hardware e software proprietários e custam os olhos da cara — não só, mas também em razão da carga tributária praticada no Brasil. Samsung e Motorola detêm, respectivamente, 36%, 19% do mercado brasileiro de smartphones e oferecem aparelhos de entrada por menos de R$ 1 mil e intermediários por R$ 2 mil a R$ 3 mil. 

 

As famílias Moto G e Edge contam com várias opções a preços mais "palatáveis" — lembrando que "caro" e "barato" também são conceitos subjetivos. O Edge 50 Pro 5G 12, com GB de RAM + 12 GB RAM Boost e 256 GB de armazenamento, oferece desempenho superior, a melhor câmera entre as da Motorola e proteção contra água e poeira IP68 por cerca de R$ 2 mil (preço cotado em julho). Mas minha sugestão é o G75, lançado em outubro do ano passado.


Esse modelo vem como chip Snapdragon 6 Gen 3, 256 GB de armazenamento (expansível via microSD até 1 TB) e 8 GB de RAM (mais 8 GB com o RAM Boost Inteligente, que utiliza parte do armazenamento interno como memória virtual) e suporte a duas linhas, desde que uma seja via eSIM.  Sua tela Full HD+ de 6,8" e 120 Hz proporciona uma experiência visual fluida, o Bluetooth 5.4 e o NFC dão conta do recado, o WiFi 6E é rápido e o 5G não decepciona (desde que a rede móvel da operadora cumpra sua parte). Não há conector P2 para fones de ouvido com fio, mas é possível conectá-los à porta USB-C usando um adaptador (vendido separadamente). 

 

Turbinada pela IA da Motorola, a bateria de 5.000 mA/h promete até 50 horas em stand-by ou 25 horas de uso moderado, e o carregador TurboPower de 33W, que acompanha o aparelho, reduz o tempo de recarga a 1 hora e 16 minutos —15 minutos na tomada fornecem aproximadamente um terço da carga; 30 minutos, cerca de 60%. 

 

Observação: Eu estava em dúvida entre o Moto G75 e um Samsung Galaxy de configuração e preço equivalentes, mas optei pelo aparelho da fabricante americana devido à certificação MIL-STD-810H — que garante o funcionamento em altitudes de até 4.570 m, sob temperaturas de -20°C a 55°C e 95% de umidade relativa do ar, resistência a vibrações intensas e quedas de até 1,5 m —, à proteção IP68 — que dá suporte a até 30 min de imersão e em água doce a até 1,5 m de profundidade e bloqueia a entrada de partículas com mais de 1 mm —, bem como pela garantia de atualizações até o Android 19 e seis anos de patches de segurança. 

 
O Gorilla Glass 5 que recobre o display é resistente, mas uma película de vidro temperado 3D/5D ajuda a proteger a tela contra arranhões e trincas (as de hidrogel e poliuretano protegem apenas dos riscos). Gabinetes nas cores azul e cinza vêm com acabamento em "couro vegano", mas o preto fosco é de plástico liso feito quiabo — daí ser essencial usar uma capinha de silicone para evitar que o telefone escorregue da mão.  

Como nos demais modelos da Motorola, a interface permite ampla personalização de cores, fontes e ícones. As notificações e atalhos aliam o estilo clássico a um design moderno, semelhante ao HyperOS da Xiaomi, com ícones minimalistas sem legendas. A Barra Lateral, acessível a partir de qualquer borda da tela, dá acesso rápido aos aplicativos mais usados. 


O sistema suporta até cinco aplicativos em janelas flutuantes redimensionáveis e oferece funcionalidades como o acionamento da lanterna por agitação e a abertura da câmera com a rotação do aparelho. É possível encerrar aplicativos com um duplo toque na parte traseira (embora a capinha de silicone atrapalhe um bocado), e o Smart Connect facilita o pareamento com tablets e PCs, além de permitir o espelhamento de tela em monitores ou TVs compatíveis com a tecnologia Miracast

 

Fica a sugestão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

MENTIRAS QUE SOAM VERDADEIRAS

É MELHOR UM FIM HORROROSO DO QUE UM HORROR SEM FIM.  

A maioria de nós já ouviu dizer que avestruzes enterram a cabeça na areia quando estão assustados, que preguiças são preguiçosas, que porcos são sujos, que golfinhos estão sempre sorrindo, que elefantes nunca esquecem, que Lula foi absolvido e que Bolsonaro foi condenado injustamente. Só que nada disso é verdade. 


No que tange aos avestruzes, as fêmeas colocam a cabeça no buraco que usam como ninho para virar os ovos várias vezes durante o dia — se realmente enterrassem a cabeça para não ver o perigo, como diz a lenda, as pobres aves morreriam asfixiadas. 


As preguiças se movem devagar porque seu metabolismo as obriga a economizar energia, e como não andam sobre as solas dos pés, mas se arrastam com suas longas garras, sua locomoção nas árvores e no solo é lenta e desajeitada. Por outro lado, elas se movem velozmente na água e dormem cerca de 10 horas por dia — bem menos que os gatos e outros animais domésticos.


Os porcos são animais naturalmente asseados. Eles defecam longe de onde comem, dormem e acasalam, mas, como não conseguem suar, refrescam-se chafurdando na lama — o que lhes dá a aparência de sujos. Por outro lado, é impossível manter-se limpo quando se vive confinado num chiqueiro pequeno, superlotado e imundo.


Os golfinhos são brincalhões e parecem sorrir porque o formato de suas mandíbulas cria essa ilusão. Mas são incapazes de mudar de expressão, e podem ser surpreendentemente desagradáveis e traiçoeiros, chegando a atacar outros mamíferos marinhos e até pessoas quando se sentem ameaçados.


Os elefantes possuem o maior cérebro entre os mamíferos terrestres. Seu lobo temporal — extremamente desenvolvido — permite memorizar cheiros, vozes, lugares, hierarquias, vínculos familiares e comandos de voz. Eles são capazes de reconhecer outros elefantes — e até humanos — após décadas de separação, bem como de manter relações complexas dentro da manada, que a matriarca conduz por rotas migratórias antigas, guiada por lembranças de locais com água e comida.


Assim como afirmar que “os elefantes não esquecem” é uma simplificação poética embasada na ciência, dizer que os eleitores brasileiros fazem, a cada dois anos, por ignorância, o que Pandora fez uma única vez por curiosidade, é uma simplificação poética embasada na mitologia grega.


Celebrizada pelo jornalista Ivan Lessa, a máxima segundo a qual os brasileiros esquecem, a cada 15 anos, o que aconteceu nos últimos 15, ilustra a quintessência da falta de memória — ou de preparo — do nosso eleitorado. Aliás, em momentos distintos da ditadura, Pelé e o ex-presidente João Figueiredo alertaram para o risco de misturar brasileiros e urnas em eleições presidenciais. Ambos foram muito criticados, mas como contestá-los, se lutamos tanto pelo direito de votar para presidente e elegemos gente como Lula, Dilma e Bolsonaro?


Em 135 anos de história republicana, 35 brasileiros foram alçados à Presidência pelo voto popular, eleição indireta, linha sucessória ou golpe de Estado. Em agosto de 1961, a renúncia de Jânio Quadros ladrilhou o caminho para o golpe de 1964, que depôs João “Jango” Goulart do Palácio do Planalto e deu início a duas décadas de ditadura militar.


Em 1989, depois de 29 anos sem votar para presidente e podendo escolher entre Ulysses Guimarães, Mário Covas e Leonel Brizola — de um cardápio com mais de 20 postulantes — a plebe ignara preferiu despachar Collor e Lula para o segundo turno. O caçador de marajás de mentirinha derrotou o desempregado que deu certo por 683.920 a 215.177 votos válidos, provando que memória histórica e senso crítico não são pré-requisitos para exercer o direito de voto.


Collor foi empossado em março de 1990 e penabundado em dezembro de 1992. Em 1994, graças ao bem-sucedido Plano Real, Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda de Itamar Franco, elegeu-se presidente no primeiro turno. Picado pela “mosca azul”, comprou a PEC da Reeleição.


Como quem parte, reparte e não fica com a melhor parte é burro ou não tem arte, o tucano de plumas vistosas renovou seu mandato no ano seguinte — novamente no primeiro turno. Mas não há nada como o tempo para passar. Em 2002, sem novos coelhos para tirar da velha cartola, não conseguiu eleger seu sucessor: Lula derrotou José Serra por 61,27% a 38,73% dos votos válidos.


Em 2006, apesar do escândalo do mensalão, o petista venceu Geraldo Alckmin por 60,83% a 39,17% dos votos válidos. Em 2010, visando manter aquecida a poltrona que tencionava disputar dali a quatro anos, fez eleger um “poste” — Dilma Rousseff —, que pegou gosto pelo poder, fez o diabo para se reeleger, entrou em curto-circuito e foi desligada em 2016, pondo fim a 13 anos e fumaça de lulopetismo corrupto.


Com o impeachment da mulher sapiens, Michel Temer passou de vice a titular do cargo. Num primeiro momento, a troca de comando pareceu alvissareira. Depois de mais de uma década ouvindo garranchos verbais de um semianalfabeto e frases desconexas de uma destrambelhada que não sabia juntar sujeito e predicado, ter um presidente que sabia falar — até usando mesóclises — foi como uma lufada de ar fresco numa catacumba. Mas há males que vêm para o bem e bens que vêm para pior.


O prometido “ministério de notáveis” revelou-se uma notável agremiação de corruptos, e a “ponte para o futuro”, uma patética pinguela. Depois que sua conversa de alcova com Joesley Batista veio a lume, Temer pensou em renunciar, mas foi demovido por sua tropa de choque.


Escudado das flechadas de Janot pelas marafonas da Câmara, o nosferatu que tem medo de fantasma concluiu seu mandato-tampão como pato manco e transferiu a faixa para um mix de mau militar e parlamentar medíocre travestido de outsider antissistema, que se tornou o pior mandatário tupiniquim desde Tomé de Souza.


Para provar que era amigo do mercado e obter o apoio dos empresários, o estadista que sempre acreditou em Estado grande e intervencionista e lutou por privilégios para corporações que se locupletam do Estado há décadas, foi buscar Paulo Guedes..


Para provar que era inimigo da corrupção e obter o apoio da classe média, o deputado adepto das práticas da baixa política, amigo de milicianos, que em sete mandatos aprovou apenas dois projetos e passou por oito partidos diferentes, todos de aluguel, foi buscar Sérgio Moro. 


Para obter o apoio das Forças Armadas, o oficial de baixa patente, despreparado, agressivo e falastrão, condenado por insubordinação e indisciplina e enxotado da corporação, foi buscar legitimidade numa penca de generais saudosos da ditadura.


Bolsonaro obrigou Moro a reverter uma nomeação, tomou-lhe o Coaf, forçou-o a substituir um superintendente da PF e esnobou seu projeto contra a corrupção. O ex-juiz fingiu que não viu, tentou negociar e, por fim, desembarcou do governo para tentar salvar o pouco prestígio que lhe restava.


Bolsonaro desautorizou Guedes, interferiu em seu ministério, sabotou seus projetos e, com o Centrão, enterrou de vez a agenda econômica. A maneira como gerenciou a pandemia de Covid foi catastrófica. Os crimes comuns e de responsabilidade cometidos pelo aspirante a genocida só ficaram impunes graças à leniência de Rodrigo Maia e Arthur Lira, que presidiram a Câmara durante sua gestão, e à cumplicidade de Augusto Aras, seu antiprocurador-geral.


Bolsonaro jamais escondeu a admiração pela ditadura militar e a vocação para o autoritarismo. Em 2019, poucos meses após a posse, reconheceu que não nasceu para ser presidente, mas para ser militar, embora tenha passado menos anos no Exército do que na política e, ao longo de 27 anos no baixo clero da Câmara, tenha apresentado 172 projetos, relatado 73 e aprovado apenas dois.


Na eleição de 2014, ao ver o poste de Lula derrotar o neto corrupto de Tancredo, Bolsonaro resolveu disputar a Presidência “com a cara da direita”. Ignorado pelo PP, que apoiou a campanha de Dilma, lançou seu ultimato: “Ou o partido sai da latrina ou afunda de vez”. Graças à Lava-Jato, a sigla afundou de vez. Graças à sua pregação antipetista, Bolsonaro renovou seu mandato como deputado mais votado do Rio de Janeiro, saltando de 120,6 mil votos em 2010 para 464,5 mil em 2014.


Derrotado em 2022 graças à sua nefasta gestão, Bolsonaro pôs em marcha a tentativa de golpe que lhe rendeu a condenação a 27 anos e 3 meses de prisão, além do pagamento de multa e indenização. O acórdão publicado na terça-feira (22) abriu o prazo de cinco dias para a interposição de embargos de declaração e de 15 dias para embargos infringentes.


Os embargos de declaração servem apenas para pedir esclarecimentos sobre o texto do acórdão — nada de rediscutir o mérito. Já os embargos infringentes permitiriam um novo julgamento no plenário, mas o Supremo já decidiu em outros casos que eles só são admissíveis quando há pelo menos dois votos favoráveis à absolvição — condição que, adivinhe, não se aplica à condenação do ex-presidente. Ele cumpre prisão domiciliar desde agosto e pode ser enviado ao Complexo Penitenciário da Papuda antes do final do ano.


Há males que o tempo cura, males que vêm para pior e males que pioram com o passar dos anos. Lula 3.0 é uma reedição piorada das versões 1 e 2 e, como nada é tão ruim que não possa piorar, o macróbio quer, porque quer, disputar a reeleição em 2026 — para nossa alegria (risos nervosos).


Vale lembrar que o ministro Fachin tomou a decisão teratológica de anular as condenações de Lula em caráter eminentemente processual. Como o mérito não foi analisado, o ex-presidiário não foi absolvido. Em outras palavras, o ministro agiu como um delegado que manda soltar um criminoso porque ele foi preso em flagrante pela Guarda Civil Metropolitana, e não pela Polícia Militar. Mesmo assim, o macróbio eneadáctilo alega que foi inocentado — e sua claque amestrada acredita.


As consequências da inconsequência do eleitorado tupiniquim são lamentadas todos os dias, inclusive por quem abriu a Caixa de Pandora achando que estava escolhendo o menor de dois males — o que só se justificaria se não houvesse outra opção. Tanto em 2018 quanto em 2022 havia alternativas; só não viu quem não quis ou não conseguiu, porque sofre do pior tipo de cegueira, que é a mental.

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Reza uma velha (e filosófica) anedota que quando Deus estava distribuindo benesses e catástrofes naturais pelo mundo recém-criado, um anjo apontou para o que seria futuramente o Brasil e perguntou: Senhor, por que brindas essa porção de terra com clima ameno, praias e florestas deslumbrantes, grandes rios e belos lagos, mas não desertos, geleiras, vulcões, furacões ou terremotos? E o Criador respondeu: Espera para ver o povinho filho da puta que vou colocar lá.


Resumo da ópera:


Bolsonaro foi eleito em 2018 graças ao antipetismo, mas a emenda ficou pior que o soneto. Sua nefasta passagem pelo Planalto resultou na “descondenação” de Lula e culminou com seu terceiro mandato, que vem se revelando pior do que os anteriores. E a possibilidade de ele se reeleger é assustadoramente real, mesmo porque, ironicamente, seu maior cabo eleitoral é Bolsonaro — e seus filhos despirocados, claro.


Se Sérgio Moro não tivesse trocado a magistratura pelo ministério da Justiça no desgoverno do capetão, é possível que a Lava-Jato ainda estivesse ativa e operante, e Lula ainda estivesse cumprindo pena em Curitiba, na Papuda ou no diabo que o carregue. Tanto ele quanto Bolsonaro são cânceres que evoluíram para metástases e, portanto, se tornaram inoperáveis. Mais cedo ou mais tarde, a Ceifadora livrará o Brasil desse mal. Até lá, a abjeta polarização seguirá a todo vapor — a menos que uma “terceira via” surja e se consolide ao longo do ano que vem.


Políticos incompetentes e/ou corruptos que ocupam cargos eletivos não brotam nos gabinetes por geração espontânea; se estão lá, é porque foram eleitos por ignorantes polarizados, que brigam entre si enquanto a alcateia de chacais se banqueteia e ri da cara deles — e dos nossos, de brinde.


Einstein teria dito que o Universo e a estupidez humana são infinitos, mas salientou que, no tocante ao Universo, ele ainda não tinha 100% de certeza. Alguns aspectos de suas famosas teorias não sobreviveram à passagem do tempo, mas sua percepção da infinitude da estupidez humana deveria ser bordada com fios de ouro nas asas de uma borboleta e pendurada no hall de entrada do Congresso.


Não há provas de que boas ações produzam bons resultados. A lei do retorno é mera cantilena para dormitar bovinos, mas insistir no mesmo erro esperando produzir um acerto é a melhor definição de imbecilidade que conheço, e más escolhas inevitavelmente geram péssimas consequências — como temos visto a cada eleição presidencial desde 2002.


Triste Brasil.


quinta-feira, 23 de outubro de 2025

DO TELEFONE DE D. PEDRO AO CELULAR (FINAL)

O PAPAGAIO COME O MILHO E O PERIQUITO LEVA A FAMA. 

A lógica segundo a qual "quanto mais funções o celular oferecer, melhor ele será" é uma meia-verdade: alguns recursos avançados impressionam na ficha técnica, mas oferecem pouca ou nenhuma utilidade prática no dia a dia.

Telas com taxa de atualização de 144 Hz ou superior, sensor de profundidade, resolução QuadHD, zoom digital de 100x, câmeras macro de 2 MP e gravação em 8K são bons exemplos de chamarizes publicitários com benefícios reais bastante limitados para a maioria dos usuários.

Observação: a diferença entre as resoluções QuadHD e Full HD é praticamente imperceptível a olho nu, especialmente em telas de 6 a 7 polegadas, que dominam o mercado. Além disso, o QuadHD consome mais bateria e exige mais do chip gráfico, já que operar nessa resolução demanda processamento visual extra. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Desde que Donald Trump retornou à Casa Branca, as ruas roncaram três vezes. A maior mobilização ocorreu no último sábado, quando milhões de pessoas levaram sua insatisfação ao meio-fio, nos 50 estados americanos, com o slogan No kings (sem reis).

Na contramão da declaração de independência e da ratificação da constituição americana, Trump implantou em poucos meses uma monarquia particular, onde reina uma insensatez que desafia o mundo e os Estados Unidos. O desafio do mundo é sobreviver à irracionalidade, o da sociedade americana é detê-la.

O primeiro reinado de Trump foi um ensaio. Bem equipado, Trump 2º sentiu-se liberado para exorbitar. A campanha eleitoral foi um prenúncio do que estava por vir. Quando um tiro triscou sua orelha num comício, ele soou messiânico: "Deus poupou minha vida por um motivo. Esse motivo foi salvar nosso país." Meses depois, no discurso da vitória, esboçou o caráter monárquico de sua nova administração: "Os Estados Unidos nos deram um mandato poderoso e sem precedentes. Vou governar com um lema simples: promessas feitas, promessas mantidas."

O que Trump disse, com outras palavras, foi mais ou menos o seguinte: "não conquistei o poder autocrático pela força; foi com a permissão do eleitorado que voltei à Casa Branca a despeito de ter sido condenado por dezenas de crimes e acusado de dezenas de outros cujos julgamentos foram paralisados pela vontade popular."

Cumprindo rigorosamente o que havia prometido, a calopsita alaranjada proporciona aos EUA um estilo autoritário de governo jamais visto nos quase 250 anos de história do país. Faz isso escorada na vontade da maioria do eleitorado americano, que exerceu com a máxima plenitude o direito de construir o seu próprio caminho para o inferno.

Embora pujantes, os protestos não devem deter o monarca laranja — em declaração à Fox News, sua emissora de estimação, sua alteza ironizou: "estão se referindo a mim como um rei. Eu não sou um rei". 

O lero-lero trumpista trata os atos como erupções de “ódio à América”, mas o asfalto revela-se o melhor antídoto contra a monarquia de Trump, e o fato de a efervescência sinalizar que a democracia ainda pulsa nos Estados Unidos já é um bom começo. Ou recomeço.

Mesmo para quem usa o celular como câmera fotográfica, o zoom digital de 100x (ou superior) encarece o aparelho sem entregar fotos melhores. Ao contrário do zoom óptico — que aproxima a imagem por meio da lente —, o recurso apenas "estica" os pixels, resultando em perda de qualidade, ruído e baixa definição. 

O mesmo vale para telas de 144 Hz: embora a taxa de atualização influencie na fluidez da imagem — quanto maior o número, mais suave tende a ser a reprodução de vídeos, jogos e animações —, os ganhos se tornam praticamente imperceptíveis a partir de 120 Hz.

O sensor de profundidade, usado para criar o efeito de fundo desfocado no modo retrato, tem perdido relevância: muitos celulares atuais conseguem reproduzir esse efeito (muitas vezes com qualidade superior) apenas com software e Inteligência Artificial. Assim, na hora de escolher um novo aparelho, priorize uma boa câmera principal em vez de lentes auxiliares que funcionam apenas como sensor de profundidade.

Já as câmeras macro servem para fotografar objetos muito próximos, o que pode ser útil para entusiastas de fotografia. No entanto, se a lente tiver resolução de apenas 2 MP, as fotos serão de baixa qualidade, com muito ruído e pouca nitidez. Muitos modelos já oferecem a função macro na própria câmera principal, com o auxílio da IA; caso a presença de uma lente dedicada seja importante para você, verifique se ela tem, no mínimo, 5 MP, o necessário para garantir fotos aproximadas com boa qualidade.

Por fim, a gravação de vídeos em 8K oferece maior definição, mas também consome mais bateria e espaço de armazenamento. Além disso, ainda são poucos os televisores e monitores compatíveis com essa resolução. O 4K, formato mais utilizado atualmente, atende bem à maioria das necessidades. A diferença de nitidez entre vídeos gravados em 4K e 8K costuma ser pequena — ao contrário da diferença de preço, que pode ser bem significativa.

Como dinheiro não dá em árvores, priorize características que realmente fazem diferença no uso diário, como processador, memória RAM, armazenamento interno e capacidade da bateria.

Boas compras.