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sábado, 2 de agosto de 2025

WINDOWS 10 — FIM DO SUPORTE — A NOVELA CONTINUA

POLÍTICA É A ARTE DE ENGOLIR SAPOS, PEDIR VOTOS AOS POBRES, RECURSOS FINANCEIROS AOS RICOS, E DEPOIS MENTIR PARA AMBOS.

Em junho de 2021, a Microsoft anunciou o lançamento do Windows 11 e informou que o suporte ao Windows 10 seria encerrado em 14 de outubro de 2025. 


A expectativa era de que todos os computadores compatíveis estivessem rodando o Windows 11 em meados de 2022, mas faltou "combinar com os russos": a menos de três meses do prazo final, a versão anterior continua abocanhando 68% do mercado mundial de PCs — contra 27% da atual e 4,5% das versões 8.1, 7, Vista e XP somadas.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A morte, em 2009, do advogado russo Sergei Magnitsky nos porões do regime de Vladimir Putin deu início a uma campanha mundial que resultou, três anos depois, na criação da lei que leva seu nome. Concebida como um mecanismo internacional para isolar financeiramente ditadores, violadores graves dos direitos humanos e corruptos em larga escala, a Magnitsky Act foi sancionada pelo então presidente Barack Obama — e transformada em arma política por Donald Trump, que a usou contra o ministro Alexandre de Moraes em retaliação ao processo contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Os discursos de desagravo em resposta à ofensiva deram à sessão de reabertura do Supremo, após o recesso de julho, um ar de reprise do day after da Festa da Selma. A diferença é que, desta vez, o mecânico Fábio Alexandre de Oliveira — que se sentou na cadeira de Xandão e gritou “é o povo que manda nessa porra” — disse à PF, depois do quebra-quebra, que era tudo “brincadeira”. Mas a Magnitsky é coisa séria.

A família Bolsonaro, em aliança com Trump, tenta novamente virar a página da história para trás — num novo surto da psicose do que ainda pode acontecer. Os fatos que levaram ao 8 de janeiro deram ao Brasil a oportunidade de um novo começo. O dilúvio de irracionalidades poderia ser interpretado como uma intervenção divina para punir o país por seus erros e forçá-lo a se repensar. O diabo é que alguns brasileiros não querem se reinventar. No caso do clã Bolsonaro, não se esperava por exames de consciência ou atos de contrição, mas ao menos se imaginava que o instinto de sobrevivência os levaria à autocontenção.

bolsotrumpismo — cruzamento do arcaísmo de Bolsonaro com o instinto imperial de Trump — restaurou momentaneamente a atmosfera de anormalidade, transformando o 8 de janeiro num dia interminável, um prólogo eterno. Para evitar novos dilúvios, o Supremo se equipa para condenar, já em setembro, o ex-presidente golpista e os cúmplices mais próximos do núcleo crucial.

É imperativo virar rapidamente essa página — só que para a frente.

 

O Windows "nasceu" em 1985 como uma interface gráfica que rodava sobre o MS-DOS e se tornou o sistema operacional para PCs mais popular do planeta — não sem amargar fiascos monumentais (Windows ME, Vista e 8/8.1) em contraste com sucessos retumbantes (Windows 95, 98/SE, XP, 7 e 10). Nenhuma versão, no entanto, teve o ciclo de vida encerrado antes que sua sucessora se consolidasse no mercado.

 

O Windows 7 levou apenas um ano para superar o Vista. Já o Windows 10, lançado como serviço em 2015, foi incumbido da missão de alcançar 1 bilhão de instalações em três anos, mas demorou cinco, e nada indica que será superado pelo Windows 11 no curto prazo, a despeito do fim da sua vida útil obrigar mais de 200 milhões de usuários a decidir se continuam usando um PC que não recebe novas atualizações de segurança, contratam um plano de suporte adicional ou trocam de sistema operacional.

 

Embora seja possível forçar a instalação do Windows 11 em máquinas que não atendem às exigências impostas pela Microsoft, nada garante que o upgrade será bem-sucedido — e que o computador não se tornará uma "carroça", o que invariavelmente ocorre com aparelhos que utilizam jurássicos drives de disco rígido.

 

Diante da perspectiva (nada alvissareira) de centenas de milhões de PCs se tornarem toneladas de lixo eletrônico, a empresa criou programas de suporte estendido e ofereceu como alternativa adotar uma versão do Win10 Enterprise — como a LTSC 2021, baseada na versão 21H2 e com suporte até janeiro de 2027 —, mas ambas as opções custam dinheiro e apenas empurram o problema com a barriga. 

 

Observação: Vale frisar que essa celeuma poderia ter sido evitada se a empresa desvinculasse o upgrade da exigência do TPM 2.0 — processador de criptografia destinado a robustecer a segurança durante a inicialização do sistema —, mas ela insiste que ele é necessário para manter o Windows 11 seguro.

 

No início deste ano, a Microsoft removeu um método oficial que permitia a instalação do Windows 11 em PCs sem TPM 2.0. Dias atrás, uma notificação via Windows Update passou a oferecer o upgrade para PCs sem TPM 2.0. A gigante do software disse que não fez mudanças nos pré-requisitos e que a exigência do TPM 2.0 continua valendo. Assim, mesmo que a atualização seja oferecida, a instalação pode falhar.

 

várias maneiras extraoficiais de fazer a migração, mas convém ter em mente que elas podem deixar seu computador instável. Como seguro morreu de velho, quem não quer comprar um PC novo nem mudar de sistema operacional pode contratar um plano de suporte estendido (ESU, na sigla em inglês), que custa US$ 30 por ano (renovável por mais um ano). De acordo com a Microsoft, essa liberação está acontecendo de modo progressivo, e os usuários receberão notificações via Windows Update ou na área de configurações do Windows 10.

 

Resumo da ópera: o que era para ser um fim de suporte virou novela — e, como toda boa novela, ainda deve render alguns capítulos extras antes do "último episódio". Enquanto isso, só me resta desejar boa sorte a quem ainda não resolveu se casa ou se compra uma escada.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

WINDOWS 10 — ACABOU-SE O QUE ERA DOCE?

NÃO HÁ MAL QUE SEMPRE DURE NEM BEM QUE NUNCA TERMINE.

Quando lançou o Windows 10 como parte da ideia "Windows as a Service", a Microsoft deu a entender que seu mais novo rebento seria a versão "definitiva" do sistema. Mas não há nada como o tempo para passar.


Além de lançar o Windows 11 com exigências de hardware que frustraram milhões de usuários, a empresa estabeleceu o dia 14 de outubro de 2025 como "date de validade" do Windows 10. Isso significa que qualquer vulnerabilidade descoberta no kernel do sistema após essa data não será corrigida, o que tornará o computador potencialmente vulnerável a ataques e exploits. Com o tempo, aplicativos e drivers também deixarão de oferecer suporte à plataforma.


Em outras palavras, 44% dos "Windows PCs" ativos no mundo podem virar 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico daqui a menos de um mês (clique aqui para saber como salvar o seu), e contratar um ano adicional de patches de segurança por US$ 30 ou 1.000 pontos Microsoft Rewards— sem novos recursos, correções de bugs nem suporte técnico — apenas empurra a decisão inevitável para o ano que vem.  


Observação: Se você continuar usando o Windows 10 e não fizer nada para garantir que seu PC permaneça protegido após 14 de outubro, ficará vulnerável a potenciais falhas de segurança descobertas no sistema, já que o Windows Update não baixará nem instalará atualizações de segurança a menos que você se inscreva manualmente no programa ESU.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A pressa da banda pró-anistia do Congresso sugere que, se a facção parlamentar que trama perdoar Bolsonaro fosse submetida a um exame neurológico, o resultado seria Alzheimer coletivo. A doença produz demência, desorientação espacial, perda de memória e, nos casos mais graves, o derretimento das funções cognitivas e mentais acompanhado de perturbações de humor, delírios e alucinações.

A demência se manifesta na dificuldade de responder a perguntas simples, como o prazo de vencimento de uma culpa histórica. Para quem confunde amnésia com consciência limpa, a melhor hora para o perdão é uma semana atrás, e o segundo melhor momento, agora, poucos dias depois do anúncio das penas.

A degeneração neurológica faz do cenário do quebra-quebra um palco para a negação da barbárie. Movidos por delírios e tomados por alucinações, os partidários da anistia fomentam a crendice de que o Congresso mereceu que golpistas o invadissem, depredassem suas instalações e urinassem sobre suas poltronas e bancadas.

Datafolha revela que a maioria dos brasileiros (54%) não tolera a ideia de passar uma borracha sobre os crimes que renderam a Bolsonaro 27 anos de tranca, e uma maioria ainda mais expressiva (61%) é contra anistiar a turba do 8 de janeiro.

Alzheimer não tem cura, mas a parcela da sociedade que conserva a sanidade felizmente não perdeu a capacidade de meditar sobre a estupidez humana, que infelizmente nunca prescreve.

 

Windows nasceu em 1985 como uma simples interface gráfica, foi promovido a sistema operacional (quase autônomo) dez anos depois, alternou entre sucessos (Win98/SE, XP, 7 e 10) e fiascos retumbantes (ME, Vista, 8/8.1), mas nenhuma versão teve o ciclo de vida encerrado antes da sucessora se consolidar no mercado. Além disso, o Seven levou um ano para superar a o Vista, e o Ten — lançado em 2015 com a missão de atingir 1 bilhão de instalações em três anos —, cinco anos para cumprir essa ambiciosa missão, mas nada indica que ele será superado no curto prazo, mesmo com o fim de sua vida útil. 

A tensão entre a Microsoft e os usuários cresce à medida que o "Dia D" se aproxima. Consumidores acusam a empresa de praticar obsolescência programada — lembrando que os requisitos do Windows 11 obrigam a substituição de componentes de computadores mais antigos. Bastaria desvincular o upgrade do suporte ao TPM 2.0 para que os usuários atualizassem suas máquinas, mas Redmond insiste que o TPM 2.0 é necessário para manter o Windows 11 seguro. Miríades de usuários recorreram a ferramentas como Rufus ou Flyby11 para burlar essa restrição, mas muitos que o fizeram perceberam que embarcara numa canoa furada e fizeram o downgrade para o Windows 10, que é muito superior. 

Microsoft explica em sua página de suporte que diversos fatores — como incompatibilidade de drivers, hardware antigo, aplicativos não suportados e recursos do próprio sistema operacional — impedem o upgrade, avisa que a verificação de elegibilidade com o app PC Health Check pode demorar até 24 horas, que disponibilizou uma nova página de suporte orientações específicas para cada tipo de erro e — agora a cereja do bolo — recomenda a aquisição de um Copilot+ PC (categoria com no mínimo 40 TOPS em desempenho de IA via NPU), já que a versão 24H2 do Windows 11 e os recursos mais recentes do sistema dependem fortemente da inteligência artificial. 

Sites como o Restart Project ajudam usuários a instalar sistemas operacionais gratuitos e de código aberto, e os organizadores do Dia Internacional do Reparo — marcado para 18 de outubro com vistas a conscientizar as pessoas de que, mesmo sem o Windows 11, seus computadores não são lixo — esperam que a data ganhe mais destaque neste ano do que em 2024, quando "apenas" 40 países participaram do evento.


A conferir.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

ATUALIZAÇÕES DO WINDOWS 10, UMA PITADA DE HISTÓRIA E OUTRA DE CULTURA INÚTIL — 3ª PARTE

A MILITÂNCIA BOLSONARISTA É COMO A TORCIDA CUJO TIME GANHA COM UM PÊNALTI INEXISTENTE, MAS CONTINUA DEFENDENDO SUAS CORES.

No alvorecer da computação pessoal as máquinas não tinham disco rígido nem sistema operacional. Tampouco havia interface gráfica ou mouse. Operar os PCs de então exigia conhecimentos de programação, expertise e boa memória para decorar centenas de comandos de prompt e digitá-los corretamente, pois qualquer letra, cifra, espaço ou caractere a mais ou faltando resultava em mensagens de erro.

A GUI — sigla de Graphical User Interface, ou interface gráfica do usuário —, desenvolvida pela Xerox nos longínquos anos 1970 e popularizada pela Apple na década seguinte, pôs ordem no caos ao permitir a interação com a máquina através de um dispositivo apontador (mouse), combinado com elementos gráficos e outros indicadores visuais (janelas, menus, ícones, caixas de seleção etc.). 

Windows, que nasceu em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, só se popularizou a partir da edição 3.0, lançada em 1990, que podia ser usada por qualquer pessoa, mesmo que não tivesse conhecimentos de programação.

ObservaçãoA interface gráfica se baseia numa combinação de tecnologias e dispositivos para fornecer a plataforma a partir da qual o usuário interage com o sistema. Nos PCs, a combinação mais conhecida é o WIMP, baseada em janelas, ícones, menus e ponteiros, onde o mouse é utilizado para movimentar o cursor pela tela e efetuar os comandos através de seleções e “cliques”.

Como nos ensinou o oncologista Nelson Teich na coletiva que concedeu à imprensa por ocasião de sua demissão do ministério da Saúde, “a vida é feita de escolhas”. E a Xerox, pioneira no desenvolvimento de interfaces gráficas, não explorou devidamente a inovação que desenvolveu porque não escolheu não fabricar computadores de pequeno porte. Assim, a companhia cujo nome se tornou sinônimo de cópia reprográfica no Brasil vale, hoje, uma fração do que valia nas décadas de 80/90, embora tenha desenvolvido e fabricado computadores e impressoras a laser, criado a Ethernet, o peer-to-peer, o desktop, o mouse e por aí afora.

Steve Jobs
, pioneiro no uso da interface gráfica em seus microcomputadores, só desenvolveu sua versão depois de "fazer uma visita" à Xerox, no Vale do Silício. E ele não foi o único a “copiar” uma tecnologia da empresa com o intuito de lucrar, mas isso é outra história e fica para uma outra vez. Aliás, quando Microsoft lançou o Windows, a Apple já estava anos-luz à sua frente.

Observação: Jobs não conheceu Teich e, portanto, não aprendeu a lição que o ministro ministrou em seu discurso de adeus. Por apostar na arquitetura fechada e no software proprietário, a Apple, a despeito da excelência de seus produtos (e dos preços estratosféricos, sobretudo no Brasil), sempre vendeu menos computadores do que a concorrência. Seu sistema macOS alcança 17,7% dos computadores pessoais (no âmbito mundial), enquanto a quota-parte que toca ao Windows é de 77,6%. Aliás, o mesmo quadro se delineia com os ultraportáteis: enquanto sistema móvel Android (do Google) alcança 74,14% dos usuários de smartphones, o iOS mal passa dos 25%.

Como vimos anteriormente, até a versão 95 do WindowsMS-DOS era o sistema operacional propriamente dito, e uma de seus maiores inconvenientes era ser monotarefa. Ainda que a interface se valesse de alguns artifícios para burlar essa limitação do sistema, era impossível, por exemplo, mandar um documento de texto para a impressora e usar a calculadora enquanto a impressão não terminasse. 

Mas não há bem que sempre dure nem mal que nunca termine, e o DOS foi perdendo o protagonismo com o passar do tempo. Depois de seis versões e outras tantas atualizações, o sistema deixou de ser oferecido na modalidade stand alone, embora continuasse atuando nos bastidores do Windows 9.x/ME, até que, com o lançamento do Windows XP, baseado na plataforma e no kernel do Win NT, esse cordão umbilical fosse finalmente cortado.

Embora seja bem mais fácil, rápido e cômodo operar o computador através da interface gráfica, usando o mouse para selecionar e clicar ícones, botões, menus e caixas de diálogo, as versões mais recentes do Windows, a atual inclusive, ainda contam com um interpretador de linha de comando, até porque determinadas tarefas requerem acesso diferenciado aos recursos do computador (como é o caso de diagnósticos de rede, manutenções avançadas do sistema e por aí vai) e não podem ser executadas através da interface gráfica. Aliás, a partir do Windows 8/8.1 a Microsoft passou a oferecer dois interpretadores de linha de comando: o prompt de comando tradicional e o Windows Power Shell.

Para acessar o DOS nas edições 9.x do Windows, bastava pressionar o botão Desligar e selecionar a opção Reiniciar o computador em modo MS-DOS (ou equivalente). A partir da edição XP, o que passou a ser exibido em vez do DOS propriamente dito foi um prompt de comando capaz de emular as funcionalidades do velho sistema. Um dos caminhos para acessá-lo é clicar em Iniciar > Todos os Programas > Acessórios > Prompt de Comando ou simplesmente teclar WIN+R e digitar cmd na caixa de diálogo do menu Executar

Note que nem todos os comandos usados com o jurássico command.com (interpretador padrão do Windows 3.x/9x ME) funcionam com o cmd.exe (seu equivalente no XP/Vista/7) ou com o "novo" PowerShell (substituto do prompt tradicional no Windows 8.1 e 10). E recíproca é verdadeira.

Continua...

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

WINDOWS SANDBOX

ALGUMAS PESSOAS ESTÃO ERRADAS MESMO QUANDO FICAM CALADAS.

Bill Gates e Paul Allen fundaram a Microsoft em 1975 para desenvolver e comercializar interpretadores BASIC para o recém-lançado Altair 8800. Poucos anos depois, uma conjunção de fatores levou a empresa a adquirir os direitos do CP/M, adaptar o código ao hardware da IBM e licenciá-lo com o nome de MS-DOS. 

O Windows “nasceu” em 1985, inicialmente como uma interface gráfica que rodava sobre o DOS. A versão 3.0 foi a primeira a conquistar sucesso comercial, e a 95, a primeira a se apresentar como sistema operacional autônomo — ou quase, já que o DOS continuaria atuando nos bastidores até 2001, quando o XP finalmente cortou o cordão umbilical. O Win 98/SE, considerado a melhor das versões 9.x, foi sucedido pelo aziago ME — que tentou ser uma ponte entre as linhas domésticas e corporativas, mas acabou herdando problemas de ambas. As versões XP e 7 foram sucessos de público e de crítica, ao passo que Vista e 8/8.1 amargaram fiascos retumbantes.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Um aspecto da junção do PP com o União Brasil, que resultou na federação denominada União Progressista, é o cinismo oposicionista. Serão 109 deputados e 14 senadores em via de serem 15, tornando-se a maior bancada do Congresso. Parlamentares em amplíssima maioria identificados com o Centrão. Na Câmara, ultrapassam o PL que, assim, perde o privilégio daquela condição. Além disso, juntos, PP e União terão em caixa R$ 1,151 bilhão dos fundos eleitoral e partidário, considerados os últimos repasses de dinheiro público. 

Perde muito mais o bolsonarismo que o petismo — este já tem como dada sua função meramente utilitária de meio de acesso ao aparelho estatal, mas aquele ainda guarda alguma cerimônia no trato do ex-presidente como guia genial da direita. 

Ainda é cedo para afirmar com certeza, mas já é possível aventar a hipótese de que se fortaleça nesse campo o descolamento da liderança e orientação de Bolsonaro nas articulações para a disputa presidencial de 2026. A manutenção da palavra do ex-presidente como determinante para decisões da direita já é considerada um estorvo em voz baixa. Reclamos que tendem a ganhar decibéis com a provável condenação e os atritos promovidos pela prole do capetão. 

O oposicionismo de resultados, expresso na presença de indicados dos novos federados na máquina pública, não deixa de ser um reforço à União Progressista. O comando de quatro ministérios, controle de diretorias da Caixa Econômica Federal e de boas cadeiras na Codevasf são ativos assaz interessantes para a formação de robustas bancadas na eleição parlamentar. Para isso, suas excelências precisam mais da condescendência pragmática do governante que de obediência às ordens do oponente.


A Microsoft projetou seu sistema para operar computadores domésticos isolados ou em pequenas redes corporativas. Quando a popularização da internet expôs milhões de máquinas a ameaças online, ela implantou diversos recursos de segurança no XP, mas manteve serviços desnecessários rodando por padrão — até mesmo com privilégios administrativos. Além disso, o controle de contas e senhas era precário e nove em cada dez usuários ignoravam as atualizações de segurança.

 

Ciente de que os downloads demoravam horas nas jurássicas conexões discadas da época, a empresa criou o Patch Tuesday — pacote de correções de segurança liberado via Windows Update na segunda terça-feira de cada mês. A estratégia funcionou, mas rendeu apelidos jocosos: a versão NT (New Technology) era chamada de “nice try” (boa tentativa), e as demais ficaram conhecidas como “peneira” (pela permeabilidade a invasões) e “colcha de retalhos” (uma alusão aos remendos constantes que mantinham o sistema funcionando). De todo modo, cada patch representava não apenas o reconhecimento de uma falha, mas também o compromisso crescente da Microsoft com a segurança dos usuários.

 

Observação: Todo software está sujeito a bugs. Até a década passada, considerava-se “normal” a ocorrência de um erro a cada 10 mil linhas de código. O Windows 7 tinha cerca de 40 milhões de linhas, o Office 2013, 50 milhões, e o Mac OS X Tiger, quase 90 milhões. Basta fazer as contas para ter uma ideia do tamanho da encrenca.

 

Assim como a indústria automotiva aprimora seus protótipos até que fiquem bons o bastante para chegar ao consumidor, os desenvolvedores de software criam versões Alfa, Beta (fechada e aberta), Release Candidate e Gold. Na fase inicial (Alfa) são delineados objetivos, recursos e funções do programa — muitos dos quais não chegam sequer aos inscritos no programa Windows Insider, mas podem ser compartilhados com parceiros para testes de compatibilidade.

 

O ideal seria eliminar todos os problemas ainda no desenvolvimento, já que corrigi-los depois gera custos adicionais e compromete a imagem do fabricante. Mas, diferentemente das montadoras, que precisam convocar recalls, aos criadores de software basta lançar patches em seus sites — seja na forma de update (atualização), seja como upgrade (nova versão do produto).

 

Na fase Closed Beta, um grupo restrito de usuários testa o código e fornece feedback para eliminar boa parte dos bugs. Já a Open Beta amplia o público envolvido. A Release Candidate ainda não espelha o produto final, mas já apresenta a maioria dos recursos e da interface da versão Gold (ou comercial). Após o lançamento, cabe ao desenvolvedor fornecer patches e updates para corrigir falhas, mas a responsabilidade pela instalação é dos usuários. 

 

Com a popularização da banda larga e das redes Wi-Fi, o processo de atualização ficou mais ágil. A partir do XP, um recurso batizado de Atualizações Automáticas passou a buscar, baixar e instalar correções críticas automaticamente. Ainda assim, a quantidade de computadores rodando versões vulneráveis levou a Microsoft a rever sua política com o lançamento do Windows 10 como serviço (em julho de 2015).

 

A trajetória do Windows foi marcada por progressos notáveis: o Vista introduziu o Controle de Conta de Usuário (UAC), o Seven aprimorou a segurança geral, e versões posteriores integraram o Windows Defender e, mais recentemente, o sandboxing de aplicações (tema que será abordado na sequência). Mas a popularidade e a necessidade de manter compatibilidade com décadas de softwares tornam o sistema da empresa de Redmond menos seguro que o da Apple e as distribuições Linux.

 

Para piorar, problemas em upgrades (e até em atualizações menores) continuam levando usuários ao desespero. A atualização do segundo semestre de 2018 para o Windows 10, por exemplo, foi tão desastrosa que a Microsoft precisou suspendê-la por quase dois meses, tanto na página oficial quanto no próprio Windows Update.

 

Continua na próxima postagem.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

É HORA DE APOSENTAR O WINDOWS 10?

A VERDADE É UMA MENTIRA EM QUE AS PESSOAS ACREDITAM.

Não bastassem os entreveros envolvendo Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas, as investidas do tiranete venezuelano contra a Guiana e de Pequim contra Taiwan, a tensão entre as Coreias, o bolsonarismo boçal versus o lulopetismo lalau e a guerra de egos entre Musk e Xandão, vem o Irã e ataca Israel com centenas de drones. 
Em meio ao furdunço, Netanyahu defende um contra-ataque, a comunidade internacional tenta evitar uma escalada do conflito e Khamenei — que trata o ataque como uma resposta ao bombardeio à embaixada iraniana na Síria, no último dia 1º — dá o assunto por encerrado, mas ameaça uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar.
Os EUA avisaram que não apoiarão uma retaliação, e a ONU e o G7 vêm tentando botar água na fervura, mas o excesso de irracionalidade desestimula o otimismo. Uma insânia gera a outra, a loucura seguinte atropela a anterior, os desatinos se multiplicam em outros.
Os dois lados fazem pose de vitoriosos. A teocracia iraniana esclarece que não é um tigre de cera, enquanto Israel força potências que retiravam o pé de sua canoa a darem meia-volta. Tenta-se agora evitar um contra-ataque que Israel diz ser incontornável. Diante de tanta insânia, o Oriente Médio deixa de ser uma região sujeita a escaladas bélicas e passa a ser um pedaço do mapa condenado ao descenso eterno das opções pacíficas. 
Nas últimas 72 horas, sumiram do noticiário até a destruição de Gaza, com suas mais de 30 mil covas palestinas e os mais de 100 reféns que Israel não consegue resgatar.
Não há humanismo que resista à insanidade.

Windows nasceu em 1985  dez anos depois de Bill Gates e Paul Allen fundarem a Microsoft — e levou uma década para ser promovido de interface gráfica a sistema operacional autônomo. Mesmo assim, o MS-DOS continuou atuando nos bastidores até 2001, quando o XP cortou o cordão umbilical. 

O Windows Vista foi lançado me 2007 (com um aparato publicitário digno do nascimento de um rei), mas foi um fiasco monumental de crítica e de público  a exemplo do Millennium antes dele e dos Win8/8.1 depois dele. Em contrapartida, as edições XP e Seven continuam populares até hoje, a despeito de seus ciclos de vida terem terminado em 2014 e 2024, respectivamente. 
 
Win10 foi
 primeira encarnação do sistema na modalidade serviço. Ele foi lançado em julho de 2015 e incumbido de conquistar 1 bilhão de usuários em 3 anos. Para estimular a adesão, a Microsoft liberou o upgrade para todos os usuários que rodavam cópias licenciadas do Seven SP2 e dos 8/8.1 em máquinas com hardware compatível. Mesmo assim, a ambiciosa missão só foi cumprida em janeiro de 2020, cerca de 20 meses antes do lançamento oficial do Win11 (em outubro de 2021).

O suporte ao Win10 termina em outubro do ano que vem. Como os requisitos mínimos para a instalação da versão atual são bastante restritivos, cerca de 250 milhões de usuários terão de decidir se continuam usando um PC que não recebe atualizações de segurança, se contratam um plano de suporte adicional (US$ 61 por ano pelo período de 3 anos) ou se migram para outra plataforma (como o Linux ou o ChromeOS Flex). 
 
Adequar um computador antigo a novas exigências nem sempre é viável tecnicamente e pode não compensar economicamente, sobretudo quando se trata de
 notebooks, que são pouco amigáveis a upgrades de hardware. Você pode simplesmente ignorar os alertas de incompatibilidade e seguir com a instalação do Win11 — quando feito via Windows Update a atualização dispensa formatação —, mas eu recomendo uma instalação limpa, e lembro que em ambos os casos você estará por sua conta e risco.

Migrar para o Linux é uma opção interessante. As distros são gratuitas, rodam em máquinas de configuração modesta, compatíveis com apps populares como Firefox, ChromeSpotify etc. e bem mais fáceis de usar do que antigamente. E se você não não se der bem com o LibreOffice ou o OpenOffice para editar documentos, planilhas e apresentações, poderá recorrer ao Google Docs ou â versão web do Microsoft 365.
 
Caso decida trocar seu computador velho de guerra, por que não fazê-lo em grande estilo? O macOS é compatível com boa parte dos programas do Windows — incluindo o Word, PowerPoint, Excel, Photoshop e afins — e orna perfeitamente com o iPhone, o iPad e o IWatch. Quem muda para a Apple raramente se arrepende, mas convém ter em mente que tanto o hardware quanto o software são proprietários, e os produtos da Maçã não não são propriamente baratos. 

Observação: Usar o StartAllBack para mudar o formato do Menu Iniciar do Win11 de modo que ele assuma vários aspectos e funções das versões 7 e 10 pode bloquear as atualizações via Windows Update. A mensagem exibida sugere buscar uma atualização do app para resolver o problema, mas essa atualização não existe. Para contornar esse problema, desinstale o StartAllBack, rode o Windows Update e, ao final da atualizaçao, reinstale o app com outro nome.

terça-feira, 7 de junho de 2022

DO ÁBACO AO SMARTPHONE (TERCEIRA PARTE)

QUEM FALA MUITO DÁ BOM DIA A CAVALO.

Falta de memória é um problema que se resolve através de um upgrade de memória, que é tido e havido como o mais fácil de implementar e que mais benefícios proporciona  desde que o gargalo seja causado realmente por insuficiência de memória. 


Por outro lado, para além do preço (que anda pela hora da morte), há que observar as limitações impostas pela placa-mãe e pelo próprio sistema operacional. Mesmo que haja slots vagos para acomodar mais módulos, ultrapassar a quantidade suportada pela placa é jogar dinheiro fora.

 

Quanto ao sistema, começo por relembrar que o Windows “nasceu” em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, que, por sua vez, era um sistema monousuário e monotarefa de 16 bits. Depois de ser promovido a sistema operacional autônomo (com o Win95) e até 2005, o Windows era oferecido exclusivamente na versão de 32 bits. Quando a AMD anunciou o lançamento do Athlon 64 — primeiro processador de 64 bits compatível com Windows —, a Microsoft criou o WinXP 64-bit Edition. A partir de então e até o Win10, lançado em 2015, o sistema foi servido nos sabores x86 (de 32bits) e x64 (de 64 bits). Aliás, a Apple foi pioneira no uso da arquitetura 64-bit em smartphones, mas isso é outra conversa.


Computadores utilizam o código binário para processar informações, até porque é mais fácil (para eles) trabalhar com dois símbolos do que com dez, já que 0 (zero) e 1 (um) bastam para representar um circuito aberto ou fechado. O bit (de binary digit) corresponde à menor unidade de informação que o processador é capaz de manipular. No âmbito da programação, o “valor” do bit zero corresponde a false (falso), e o do bit um, a true (verdadeiro). 

 

Ao contrário dos processadores x64, chips x86 rodam somente sistemas e aplicativos de 32 bits — a arquitetura recebeu essa denominação porque, antes de lançar o Pentium, a Intel identificava os chips por números terminados em “86” (8086, 80186, 80286, 80386 e 80486). As principais diferenças entre as duas arquiteturas x86 e x64 são o “comprimento da palavra” (sequência de bits de tamanho fixo que o chip é capaz de processar) e o “tamanho dos registradores” (memória temporária usada no processamento das instruções). 

 

Observação: Chips de 16 bits (que não são mais fabricados) operam com 65.539 números diferentes (216). Como todos esses endereços apontam para a RAM, processadores dessa arquitetura só endereçavam 64 megabytes de memória. Chips de 32 bits operam com 4.294.967.295 números diferentes (232), e os de 64 bits, com 18.446.744.073.309.551.616 (264), o que lhes permite endereçar muito mais memória

 

A quantidade de RAM suportada pelo computador depende tanto do processador quanto do sistema operacional. A título de ilustração, o Win10 Home x86 endereça 4GB de RAM, enquanto a edição x64 endereça 128GB. Assim, instalar mais de 4GB de memória no aparelho que roda um sistema de 32-bit é gastar boa vela com mau defunto. 

 

Observação: Para saber se seu Windows é de 32 bits ou de 64 bits, clique em Iniciar > Configurações > Sistema > Sobre e, em Especificações do Windows, veja o que consta em Tipo de Sistema (para obter informações adicionais sobre o processador e a configuração de hardware, experimente o freeware CpuZ).

 

Sistemas x86 rodam melhor com processadores de arquitetura parelha, embora sejam compatíveis com chips de 64-bit. Já as edições x64 do Windows (e aplicativos baseados nessa arquitetura) exigem processadores de 64 bits. Em meados de 2020, a Microsoft anunciou que passaria a fornecer somente a edição 64-bit do Win10, e o Win11, que foi lançado em outubro do ano passado, só é disponibilizado em edição x64.

 

Em termos de arquitetura de computadores, a expressão “64 bits” é usada para descrever endereços de memória ou qualquer outro tipo de dado cujo tamanho seja 64 bits, bem como arquiteturas de CPU e ALU baseadas em registradores, barramentos de dados e endereços de 64 bits — o que não significa necessariamente que o chip não suporte barramentos de tamanhos maiores ou menores.  

 

Continua...