segunda-feira, 14 de maio de 2018

MAIS SOBRE PRIVACIDADE E SEGURANÇA DIGITAL: CHUTANDO O BALDE (FINAL)


QUEM FALA DEMAIS DÁ BOM-DIA A CAVALO.

Em tempos bicudos como os atuais, criar endereços de email e se cadastrar em fóruns e redes sociais utilizando seu nome e sobrenome é dar sopa para o azar. O que está feito está feito, naturalmente, mas tenha isso em mente se e quando você criar outro endereço eletrônico ou um nome de usuário numa rede social, blog, fórum de discussão etc. Além disso, a exemplo do que é recomendável fazer com as senhas, escolha sempre nomes de usuário diferentes para propósitos diferentes (webmail, netbanking, redes sociais, etc.).

Se você seguiu as dicas das postagens anteriores e depois achou que a solução foi radical demais, que não dá para ficar sem WhatsApp, Face, Twitter, G+ e o escambau, bem, volte ao mundo virtual, mas tome ao menos o cuidado de criar um endereço de email que não dê pistas do seu verdadeiro nome e sobrenome e, sempre que possível, forneça apenas as informações essenciais. Também se possível, preencha como nome, endereço, telefone, etc. com dados que não possam ser associados a você (se necessário, esta ferramenta o ajudará a criar um alter ego).

Use sempre emails descartáveis para se corresponder com pessoas que você só conhece pela internet, preservando seu email pessoal/comercial para situações em que ele seja realmente necessário. E lembre-se de que VPNs como a Anonymizer são uma mão na roda para resguardar sua privacidade enquanto você navega na Web.

Ser prejuízo do que já discutimos sobre navegação privada (ou anônima) nesta sequência, sugiro experimentar o TOR Browser  (versão personalizada do navegador Mozilla Firefox). Depois de fazer o download, abra o executável e clique sobre START TOR BROWSER para acessar o VIDALIA CONTROL PANEL, que irá conectá-lo à Rede TOR. Estabelecida a conexão, o navegador apontará por padrão para http://check.torproject.org, e você poderá navegar anonimamente, com seu endereço IP mascarado para os websites visitados.

Observação: O TOR Browser inclui vários complementos que ajudam a proteger sua privacidade, dentre os quais o TOR BUTTON, que força o uso do protocolo https para os sites mais populares, o VIEW THE NETWORK, que exibe um mapa com os relays ativos e os nós que estão roteando seu tráfego, o USE A NEW IDENTITY, que serve para quando algum website bloqueia seu IP atual com base na sua localização geográfica, e por aí vai (para mais informações, clique aqui).  

Se você achar o TOR muito complicado, experimente o programinha disponível no site www.surfanonymous-free.com ou o serviço online Anonymouse. Com este último, você não só navega incógnito, como também envia emails anônimos não rastreáveis, mas tenha em mente que o serviço não permite a inclusão de anexos.

Era isso, pessoal. Espero ter ajudado.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

domingo, 13 de maio de 2018

FORO PRIVILEGIADO - CRIME POLÍTICO EM REGIME DEMOCRÁTICO? SÓ NO BRASIL




Segue versão condensada de mais um texto brilhante de J.R. Guzzo. O original foi publicado na coluna do jornalista, na última página de Veja desta semana.

Nunca aconteceu em nenhuma democracia do mundo, em nenhuma época, um caso de político que tenha sido preso por fazer política. Ou seja, nenhum político precisa de “foro privilegiado” ou “imunidade parlamentar” para se proteger de qualquer tipo de perseguição quando está no exercício legítimo dos seus direitos e funções ― venha a perseguição do Executivo, do Judiciário ou de onde vier. Ao mesmo tempo, segundo a lógica mais simples, vai ser processado como todos os demais cidadão se roubar o cofre do governo ou der um tiro na cabeça do vizinho.

Não existe “crime político” em nenhum regime democrático deste planeta. Se for acusado de um ato criminoso, que arrume um advogado e vá se defender, seja ele deputado, governador ou astronauta. Se não fez nada proibido nas leis penais, não precisa de imunidade nenhuma.

Qualquer zé-mané entende isso em dez minutos. Só não entendem os políticos, magistrados e intelectuais que raciocinam em bloco e aparecem na mídia ensinando como funciona o mundo. Na verdade, eles não querem entender. O que querem, isso sim, é impedir que homens públicos corram o risco de ir para a cadeia ― e não apenas por corrupção, como é normal esperar de um indivíduo que entra na vida política brasileira, mas por qualquer crime já praticado por qualquer ser humano desde que Caim matou Abel.

Se você está achando que há alguma coisa errada com essa comédia degenerada, espere pelo segundo ato. O “foro privilegiado” não se limita aos políticos: neste preciso momento, protege 55 mil sujeitos que têm uma licença virtual de cometer crimes, pois torna praticamente impunes os criminosos que contam com esse privilégio, como diz o próprio nome da tramoia. É por isso, exatamente, que o Brasil não tem a menor chance de ser confundido com um país sério.

Entram nesse cardume prodigioso, além do presidente da República e do vice, todos os ministros de Estado, os comandantes das três armas e os governadores, deputados federais, senadores, prefeitos, e mais a ministrada dos “tribunais superiores” (até o do “trabalho”). Também estão a salvo os conselheiros dos tribunais de contas, os procuradores federais e estaduais, os desembargadores e juízes estaduais ― enfim, é um milagre que não tenham enfiado aí os juízes de futebol e os bandeirinhas.

A última tentativa de acabar com essa aberração, ao que parece, partiu do STF, mas não foi. No mundo das coisas práticas, mais uma vez, houve muita falação, muita “data venia” e muita cara séria fazendo discurso sobre o “Estado de direito” ―, mas ação mesmo, que é bom, nada. Como sempre, ficaram ciscando durante horas a fio numa língua que poderia ser o servo-croata (pior, se fosse em servo-croata, um cidadão da Sérvia ou da Croácia, pelo menos, entenderia alguma coisa), e no fim acabaram não indo para diante, nem para trás, nem para os lados.

Qual é o problema com essa gente? Existem no mundo coisas permitidas e coisas proibidas. As coisas proibidas não podem ser feitas ― nenhum cidadão pode cometer estupro, dirigir embriagado ou assaltar um banco. Não há exceções. E lugar algum está escrito que há dois tipos de estupro, por exemplo ― o cometido por um indivíduo comum e o cometido por um dos 55 mil portadores de “foro privilegiado”. Mas aqui as coisas são feitas para a conversa não acabar nunca.

Os leigos podem não entender isso ― mas é preciso preservar os “agentes do Estado” de “acusações injustas”. Se não for assim, o Brasil vai acabar virando uma baderna.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sábado, 12 de maio de 2018

LULA LÁ ― EM CANA



A carta de Lula para Gleisi Hoffmann é fruto de desespero. Confira o que ele escreveu (ou alguém escreveu por ele):

Querida Gleisi,
Estou acompanhando na imprensa o debate da minha candidatura, ou Plano B ou apoiar outro candidato. Sei quanto você está sendo atacada. Por isso resolvi dar uma declaração sobre o assunto.
Quem quer que eu não seja candidato eu sei, inclusive, as razões políticas, pois são concorrentes. Outros acham que fui condenado em 2.ª instância, então sou culpado e estou no limbo da Lei da Ficha Suja.
Os meus acusadores sabem que sou inocente. Procuradores, juiz, TRF-4, eu sou inocente. Os meus advogados sabem que eu sou inocente. A maioria do povo sabe que eu sou inocente.
Se eu aceitar a ideia de não ser candidato, estarei assumindo que cometi um crime. Não cometi nenhum crime.
Por isso sou candidato até que a verdade apareça e que a mídia, juízes e procuradores mostrem o crime que cometi ou parem de mentir.
O povo merece respeito. O povo tem que ter seus direitos e uma vida digna. Por isso queremos uma sociedade sem privilégios para ninguém, mas com direitos para todos.

Aliás, uma reclamação recorrente do sevandija vermelho, segundo matéria publicada na revista Veja da semana passada, é que “A Gleisi prometeu parar o Brasil, mas não cumpriu. Ela foi incompetente” (claro que ele não diz em público, apenas confidencia a interlocutores mais chegados). 

O demiurgo de Garanhuns ― que, vale lembrar, não é um preso político, mas sim um político preso ― tenta se manter no centro do debate eleitoral, embora o PT já tenha se convencido de que ele não vai sair tão cedo da cadeia. Deu na Folha de S. Paulo:

A mais recente derrota de Lula no Supremo marca o início de um “inverno rigoroso”, nas palavras de um dirigente do PT. O ex-presidente completou 32 dias na prisão com caminhos jurídicos cada vez mais escassos, mobilização enfraquecida e uma pressão crescente pela ativação de um plano B para a eleição. Seus principais aliados mantinham alguma esperança de que ele fosse solto três ou quatro semanas depois de ser levado para a cadeia. Acreditavam que a prisão cumpriria um papel simbólico nesse período e ele poderia voltar às ruas fortalecido. Esse tempo passou e o voto de Gilmar Mendes, que formou maioria no Supremo contra um pedido de liberdade do petista, na última quarta-feira (9), fechou a porta. Sua defesa ainda mira o STJ, mas estima que o julgamento de recursos na corte levará meses.
O PT agora enfrenta uma encruzilhada com o discurso de manutenção da candidatura de Lula à Presidência. Se o partido sustenta que o processo contra seu líder tem o objetivo de tirá-lo da eleição, fica cada vez mais frágil a crença de que ele poderá participar da disputa. O receio de alguns integrantes da cúpula da legenda é que o tempo esfrie o poder de transferência de votos de Lula para o candidato escolhido para substituí-lo. Eles buscam preservar esse potencial ao se esforçar para mantê-lo em evidência, interditando qualquer debate sobre o lançamento de nomes alternativos.
Nessa linha, as cobranças internas pela abertura de negociações com Ciro Gomes ficam sufocadas. As pontes entre os dois lados continuam rompidas, e a direção petista só admite apoiar o ex-ministro no segundo turno —caso ele chegue lá e o PT esteja eliminado.
Desde que Lula foi preso, em 7 de abril, a tímida militância que foi às ruas em sua defesa minguou. Aliados também reclamam que as emissoras de TV reduziram a cobertura do caso, “congelando” a exposição do ex-presidente. Foi difícil preservar a temperatura nesse primeiro mês, e ainda faltam 150 dias para a eleição.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

sexta-feira, 11 de maio de 2018

RECURSO DE LULA É NEGADO POR UNANIMIDADE PELA 2ª TURMA DO STF



Fazer previsões, tudo mundo faz. Acertar é que são elas.

Eu, particularmente, não levo a sério aqueles videntes que, entra ano, sai ano, preveem a morte de “um artista famoso”, mas sem dar nomes aos bois. E o mesmo vale para horoscopistas que recomendam aos nascidos sob o signo tal “cuidar melhor da saúde”, “evitar investimentos arriscados” ou “aguardar novidades no campo sentimental”. 

Mesmo com todo o avanço tecnológico ocorrido no século XX, a maioria das previsões “sérias” ― como as publicadas no Livro da Juventude de 1968 ― deram com os burros n’água. Bill Gates, gênio da tecnologia e um dos homens mais ricos do mundo, errou redondamente ao afirmar, nos anos 80, que 640 kilobytes seriam memória mais que suficiente para um PC (hoje em dia, qualquer modelo de entrada de linha traz pelo menos 2 gigabytes de RAM).

Visão, mesmo, tinha Leonardo da Vinci, que no século XV idealizou o helicóptero (engenhoca que se tornaria realidade 500 anos depois). Ou Júlio Verne, que no livro “Da Terra à Lua”, escrito em 1865, antecipou a missão Apollo 11 ― errando por míseras 20 milhas o local do lançamento ―, e em 20.000 Léguas Submarinas, escrito 4 anos depois, idealizou o Nautilus, antecipando com espantosa exatidão os submarinos nucleares que começariam a ser construídos dali a 100 anos.

Se você está se perguntando a que vem isso, a explicação é a seguinte: no dia 27 do mês passado, o jornalista José Carlos Marques (diretor editorial da Ed. Três) publicou em IstoÉ a previsão (furada, ao que tudo indica) de que Lula seria solto dali a 10 dias (para conferir, clique aqui).

Eu também receava que o trio assombro togado aprontasse mais uma das suas, mas o horizonte se desanuviou quando o ministro Dias Toffoli seguiu o voto do relator (Edson Fachin), e mais ainda depois que Gilmar Mendes negou o pedido da defesa (“em homenagem à colegialidade”) e Lewandowski seguiu a manada. 

Até agora (são 17h30 de quinta-feira), o ministro Celso de Mello não se pronunciou, e o prazo pare ele proferir seu voto expira às 23h59. Mesmo não querendo fazer previsões, acho que o decano não deverá mijar fora do penico, mas cabeça de juiz e barriga de criança...

Ainda que a maioria tenha sido estabelecida com voto de Gilmar Mendes, seria bom que o recurso fosse negado por unanimidade, ou que Mello não inventasse de pedir vista ou destaque, pois aí o julgamento deixaria o âmbito virtual e a questão teria de ser discutida presencialmente. Haja coração!

Atualização: Celso de Mello, que juntou seu voto ao dos colegas na noite de ontem, também seguiu o relator (em respeito ao princípio da colegialidade) e negou o recurso da defesa de Lula. Com isso, a decisão da 2.ª turma foi unânime. Nesse entretempo, o ministro Edson Fachin negou seguimento a um novo recurso contra a prisão do sevandija de Garanhuns ― na verdade um recurso “requentado”, pois se insurge contra o primeiro habeas corpus preventivo de Lula, que foi negado em março, por unanimidade, pela 5.ª Turma do STJ (embora tenha enviado pelo ministro Humberto Martins, do STJ, no último dia 19, somente ontem que o recurso foi protocolado no STF). Outro HC com teor similar foi negado pelo Supremo (por 6 votos a 5) no início do mês passado. Resta saber até quando os advogados do petralha continuarão abusando da nossa paciência. 

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

MAIS SOBRE PRIVACIDADE E SEGURANÇA DIGITAL: CHUTANDO O BALDE (3ª PARTE)


TRÊS COISAS NA VIDA QUE NUNCA VOLTAM ATRÁS SÃO A FLECHA LANÇADA, A PALAVRA PRONUNCIADA E A OPORTUNIDADE PERDIDA.

Concluídas as etapas anteriores, faça uma varredura na Web em busca de eventuais sobras. No Google (ou outro serviço de busca de sua preferência), comande uma pesquisa a partir do seu nome, telefone, endereço de email ou nicknames que você tenha utilizado para preencher cadastros. Se aparecer muita coisa e você achar necessário remover tudo, prepare-se para ter trabalho, pois terá de entrar em contato com os responsáveis pelos sites e solicitar a exclusão do conteúdo ― ou pelo menos do seu nome.

Serviços como GoogleGoogle Images e Bing disponibilizam formulários para os usuários solicitarem remoções de páginas, mas, a não ser em casos de ofensas, violência ou violação de conteúdo de propriedade intelectual, não há garantia de que o pedido será atendido.

Observação: Este passo a passo do DeleteMe ajuda a remover informações em mais de 25 diferentes sites. Outra opção interessante é o Reddit. Se dinheiro não for problema, o DeleteMe pode ser a solução: por apenas US$ 99, ele cuida de todos os trâmites para que seus dados pessoais sumam por completo.

O resto fica para a próxima postagem. Até lá.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quinta-feira, 10 de maio de 2018

SOBRE A PRISÃO DE LULA E AS ELEIÇÕES SEM JOAQUIM BARBOSA



A maioria dos ministros da 2ª Turma STF já votou contra conceder liberdade ao criminoso de Garanhuns, que está preso desde o mês passado. O julgamento em plenário virtual começou no último dia 4, e o prazo para os ministros apresentarem seus votos termina às 23h59 desta quinta-feira. Até a última atualização, já haviam votado contra conceder liberdade a Lula os ministros Luiz Edson Fachin (relator), Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Ainda falta o voto de Celso de Mello, mas a maioria foi estabelecida com voto o de Gilmar. Volto a este assunto oportunamente.

Fala-se que as eleições presidenciais deste ano serão parecidas com a de 1989, quando o caçador de marajás de festim venceu o sindicalista lalau. Na época não se sabia que o caçador de marajás era de festim, nem que o sindicalista era lalau, mas isso é outra conversa. Importa dizer é que o contexto atual é bem diferente do de então, e a parecença não vai além da quantidade absurda de disputantes ao cargo mais importante desta Banânia.

O Brasil nunca precisou tanto de uma campanha eleitoral de verdade, com debate de propostas, posições políticas, questões envolvendo economia, privilégios de poucos e mazelas de muitos. E em 1989 havia debates, e os políticos não estavam na mira da maior operação anticorrupção jamais vista no Brasil. Não que os políticos de então não fossem corruptos, mas isso também é outra conversa. O fato é que nas próximas eleições os candidatos subirão mais uma vez nos palanques (sobretudo virtuais) para prometer o que sabem que não vão poder cumprir.
  
A ausência de uma campanha política de verdade, com debates de ideias e propostas, está fora da agenda de todos os partidos. Entre os pré-candidatos, Alckmin, Ciro e Marina (nem vou mencionar Collor, que isso seria escarnecer do leitor), já concorreram outras vezes, e nenhum foi capaz de apresentar programa de governo para um país afundado em crise. Marina, a eterna sonhática, chama Bolsonaro de hiena. Bolsonaro comemora a prisão de Lula. Ciro fala mal do PT e Álvaro Dias bate em Alckmin, que simplesmente desaparece, a pretexto de estar em campanha.

Joaquim Barbosa, quando ministro do STF, ganhou notoriedade durante o julgamento da ação penal 470 (vulgo julgamento do Mensalão), sobretudo por seus embates com Ricardo Lewandowski ― que atuou mais como advogado de defesa dos petistas do que como magistrado da nossa mais alta Corte. Mas adiante, devido a problemas de saúde, o ministro antecipou sua aposentadoria e descartou a possibilidade de ingressar na política, pelo menos naquele momento. Meses atrás, porém, despontou como candidato a candidato e ganhou rapidamente o apoio popular, notadamente do segmento da sociedade que não aguenta mais tanta corrupção.

Antes mesmo de formalizar sua filiação partidária e afirmar com todas as letras que pretendia concorrer, Barbosa tinha invejáveis 10% das intenções de voto, superando com folga Geraldo Alckmin ― não à-toa conhecido como picolé de chuchu ―, Ciro Gomes, Álvaro Dias e mais um ou dois postulantes que teriam chances reais de passar para o segundo turno.

Com Lula na cadeia e fora do páreo ― embora o PT insista em manter sua candidatura até o mais amargo fim, contando com a possibilidade de substitui-lo de última hora por um poste vermelho qualquer (Fernando Haddad e Jaques Wagner são os mais contados) e torná-lo competitivo com os votos daqueles que continuam iludidos pelo discurso mambembe do demiurgo de Garanhuns (ou criminoso de Garanhuns, como queira), competitivos, mesmo, são Jair Bolsonaro e Marina Silva ― e, vá lá, Ciro Gomes, o cearense nascido em Pindamonhangaba (SP). Fidelix, Eymael, Amoedo, Manoela D’Ávila e uma dúzia de outros aventureiros não têm a menor chance. E era justamente aí que Barbosa assomava como opção para quem têm opção senão votar em branco ou anular o voto, pois era visto como um candidato de centro esquerda, mas capaz de tirar votos de candidatos da direita.

Era, porque na última terça feira o candidato “Viúva Porcina” (aquela que foi sem jamais ter sido) anunciou sua decisão de não concorrer devido a “razões pessoais”, conforme mensagem publicada em sua conta no Twitter. Ele havia se filiado ao PSB em 6 de abril, às vésperas do prazo limite para disputar eleições, e desde então vinha fazendo mistério sobre suas reais pretensões. 

O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, disse ter recebido um telefonema de Barbosa no início da manhã de terça-feira, 8, comunicando a decisão. Especula-se que, dentre os principais motivos que o levaram a desistir, está a desaprovação da família e o problema gravíssimo de coluna que o levou a se aposentar prematuramente do STF.

Além do temperamento forte, Joaquim Barbosa passava a impressão de que queria ser “aclamado” pelo partido que o acolheu. Só que acabou enfrentando resistência a seu nome, o que também deve ter pesado em sua decisão. Mesmo assim, é de se lamentar sua sua decisão: embora não seja possível prever como ele governaria se eleito fosse, sua vida pregressa ilibada e intransigência com a corrupção levam a supor que perdemos uma boa chance de eleger alguém comprometido com os interesses da nação, alguém que poderia usar o poder para servir, e não para se servir dele.

Muita gente está comemorando a decisão de Barbosa ― dizendo, inclusive, que ele jogou a toalha porque teria algo a esconder. Uma acusação leviana, mas que não chega a causar estranheza vindo de adversários que respiraram mais aliviados com a saída de um concorrente de peso, sobre cuja reputação jamais pairou qualquer suspeita de práticas pouco republicanas. 

Para o PSB, que durante anos orbitou em torno do PT, mas com quem rompeu em 2013, quando lançou a candidatura do então governador de Pernambuco Eduardo Campos ―, ficou mais difícil alçar voo próprio na esfera nacional. Com a desistência de Barbosa, ganha força no partido a possibilidade de apoio a Ciro Gomes.

Barbosa era a principal incógnita nessa equação e o único nome de fora da política na sucessão presidencial, e por essas e outras sua desistência altera o cenário. Para que lado a balança vai pender, ainda é cedo para dizer.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

MAIS SOBRE PRIVACIDADE E SEGURANÇA DIGITAL: CHUTANDO O BALDE (2ª PARTE)


SEJA SENSATO COM UM TOLO E ELE O CHAMARÁ DE IMBECIL.

O Google Plus também não facilita o cancelamento da conta, talvez porque, ao excluí-la, o usuário perde seu email no Gmail, compromissos no Agenda, lembretes no Calendar e por aí vai. Se você não se importa em abrir mão disso tudo, acesse a página do Google Account e clique em “Fechar a conta e excluir todos os serviços e informações associados”.

Observação: Isso excluirá todos os seus dados e informações de todos os serviços do Google. Caso queira excluir somente seu perfil do Google+, clique aqui para fazer o downgrade. Na página que será exibida, clique em “Apagar conteúdo do Google+” e seu perfil na rede social será excluído, mas os demais serviços continuarão ativos e operantes.

Feito isso, nenhum mecanismo de busca conseguirá localizá-lo a partir do seu nome verdadeiro, e seus dados desaparecerão com o tempo. Para completar a faxina, caso não se lembre em quais sites, fóruns e assemelhados você se cadastrou, recorra ao Account Killer, que lista centenas de sites e respectivos links para exclusão de contas ― tudo que você terá de fazer é clicar nesses links.

Continuamos na próxima postagem.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

quarta-feira, 9 de maio de 2018

A MORTE DO SOL, AS MORDOMIAS DE LULA, O VOTO DE TOFFOLI E A CORRUPÇÃO GENERALIZADA



A “morte” do Sol não é uma questão de se, mas de quando. Nossa estrela, que tem cerca de 4,5 bilhões de anos, deve morrer daqui a uns 10 bilhões de anos, mas se tornar uma gigante vermelha na metade desse tempo, quando então passará a devorar tudo o que encontrar pela frente. A boa notícia é que 5 bilhões de anos é tempo mais que suficiente para pôr no xadrez essa malta de corruptos que há décadas vêm rapinando o Tesouro Nacional

Lula já está em cana há um mês, ainda que numa cela improvisada e cercado de regalias ― “em consideração à dignidade do cargo” que exerceu, mas, parece que ninguém se lembra, desrespeitou ao usar o poder não para servir, mas para se servir (a si, a seus familiares, apaniguados e apaniguados dos apaniguados).

Diferentemente dos outros 22 presos da carceragem da PF em Curitiba, o analfabesta vermelho dispõe de 15 metros quadrados inteirinhos só para si, além de duas horas diárias de banho de sol em horário a sua escolha, TV de plasma e chuveiro elétrico. Sua porta não fica trancada, seus visitantes não são submetidos a revista íntima e ele nem precisa limpar a cela ― um servente se encarrega disso, durante seu banho de sol. Dias atrás, o sentenciado pediu uma esteira ergométrica e um frigobar “com uma cervejinha” (parece que vai conseguir a esteira e, de quebra, um aparelho de som, embora bom mesmo seria uma cadeira elétrica).

A despeito de boas notícias estarem em falta no mercado, aqui vai mais uma: Dias Toffoli seguiu o voto do relator, Edson Fachin, contra o recurso para tirar Lula da cadeia. Mais um voto nesse sentido (faltam os de Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski) e a defesa do criminoso de Garanhuns terá que inventar uma nova chicana. 

Observação: O julgamento é virtual, e o prazo para os ministros votarem expira às 23h59 de amanhã. Caso haja algum pedido de vista ou destaque de algum ministro, o processo sai do ambiente virtual.

Quanto à corrupção, bem, parafraseando Fernando Grostein Andrade, ela chegou a tal ponto que se travestiu de combate à corrupção. Basta lembrar a conversa entre Jucá e Sérgio Machado, em 2016, na qual o senador disse ao ex-presidente da Transpetro que era preciso “um acordão nacional para estancar a sangria, com Supremo, com tudo”, a pretexto, como sempre, de manter a governabilidade.

O problema da caça às bruxas da corrupção é que ela esconde muitas vezes a mais perversa das mentiras. Existe uma banda podre na elite brasileira que é predatória e quer se manter na órbita do poder a qualquer custo, através de créditos, contratos, leis especiais, etc. Para tanto, não só mente, mas mata o futuro desviando dinheiro, tentando obstruir a Justiça e manipular a imprensa mediante contratos publicitários públicos. 

Isso no leva à seguinte pergunta: mesmo diante de tanto esforço por parte da sociedade, aí incluídos juízes e procuradores, para estabelecer uma “nova Justiça” no Brasil, será que estamos de fato combatendo a corrupção ou apenas delimitando-a, para que continue a prosperar de forma mais sofisticada?

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

MAIS SOBRE PRIVACIDADE E SEGURANÇA DIGITAL: CHUTANDO O BALDE


A DIFERENÇA ENTRE DILMA DISCURSANDO E UM BOI RUMINANDO É O OLHAR INTELIGENTE DO BOI.

Diversos motivos podem levar alguém a desistir da vida online ― furtos de identidade, fraudes digitais com cartões de crédito, perda de oportunidades de emprego porque algum amigo-da-onça publicou episódios vergonhosos ou desabonadores associados ao internauta, e por aí vai. Enfim, se você quer mesmo chutar o pau da barraca, o chamado “suicídio digital” é o caminho a seguir para eliminar seus rastros nas principais redes sociais e mecanismos de busca. Interessado? Então confira este artigo publicado no Lifehacker ou, caso não tenha intimidade com o idioma do Tio Sam e não se aprecie tradutores online, siga o roteiro abaixo (baseado num artigo publicado originalmente no portal de tecnologia Canaltech):

Comece excluindo definitivamente suas contas no Facebook, Google Plus, Instagram, LinkedIn, Twitter, e por aí afora.  

Observação: A gente já viu isso, mas não custa repetir, porque o Facebook não é lá muito intuitivo quando o usuário deseja excluir seu perfil da Rede. Em sendo o seu caso, faça logon na sua página, acesse este link, clique em “Excluir minha conta” e pronto. Você terá até 14 dias para se arrepender; se voltar a se logar dentro desse prazo, sua conta será automaticamente reativada. Mas tenha em mente que, mesmo após os 14 dias de ociosidade, fotos em que você aparece, publicadas por terceiros, não serão apagadas. Para tanto, você terá de solicitar a remoção de cada uma delas, alegando não ter concedido autorização para sua publicação, ou então pedir a quem as publicou que faça a devida remoção.

O Twitter já é mais amigável. Basta acessar a página de configurações de conta e, na parte inferior da janela, clicar em “Desativar a minha conta”. Feito isso, ela será excluída permanentemente no prazo de algumas semanas.

Excluir seu perfil profissional do LinkedIn também é fácil: faça o logon na rede, clique na aba “Conta” e em “Encerrar sua conta”.

Amanhã a gente continua.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

terça-feira, 8 de maio de 2018

SOBRE A AMEAÇA DA INTERVENÇÃO MILITAR



Se as forças armadas assumissem o governo, fechassem o Congresso, o STF, e mandassem essa corja toda para o xadrez, quantos brasileiros ficariam a favor dos militares? É difícil dizer. Mas o número de pessoas que vê a intervenção militar como a única solução para limpar a estrabaria em que se transformou o poder público tupiniquim cresce a olhos vistos a cada dia que passa.

Sempre tive comigo que a pior democracia ainda é melhor que a melhor das ditaduras, e que os militares não são imunes à corrupção nem à picada da mosca azul. Aliás, a história ensina que eles vêm para ficar pouco tempo, mas se entronizam no poder, prendem, arrebentam e não resolvem merda nenhuma. De uns tempos a esta parte, no entanto, venho repensando esses conceitos.

Com a possível exceção da extrema direita, ninguém gosta de falar abertamente em intervenção militar, regime militar, ditadura militar. É preciso ficar contra, é claro, mas ficar contra agora pode ser um problemão depois, se um dia a casa cair. Por isso, como ressalta o jornalista J.R. Guzzo em mais um artigo magistral, publicado na edição impressa de Veja desta semana, quem tem algum interesse em política já não se sente desconfortável em tocar no assunto, sobretudo se não tiver mais paciência com o lixo que as mais altas autoridades produzem sem parar e despejam todos os dias à sua porta.

Avança a passos de gigante o número de cidadãos que veem com bons olhos a possibilidade de os militares promoverem uma faxina em regra no que é hoje a vida pública neste país. O assunto é espinhoso, e discuti-los abertamente é como falar em corda em casa de enforcado. Mas não é assobiando que se espanta a assombração, nem fazendo cara de preocupado em programas de TV ou escrevendo artigos para pedir aos militares, por favor, que respeitem a Constituição, as instituições e os monstros que ambas pariram e hoje estão soltos por aí.

Embora não haja dados oficiais ― até porque os institutos de pesquisa não fazem a pergunta, talvez por medo de ouvir a resposta ―, imagina-se que uma parte significativa da população receberia com uma salva de palmas as imagens de tanques rolando nas ruas e políticos, ministros supremos e empreiteiros de obras atropelando-se uns aos outros para fugir pela porta dos fundos. E diminui a cada dia o número de pessoas realmente dispostas a brigar pela manutenção dessa democracia que está aí. Afinal, você sairia às ruas para defender, por exemplo, o mandato dos senadores Renan Calheiros, Aécio Neves, Romero Jucá e outros que tais?

Por mais que se faça de conta que as instituições estão funcionando, a classe política perdeu o respeito dos cidadãos deste país. Afinal, se quem deveria manter o regime democrático funcionando se desmoraliza a cada dia e despreza solenemente as regras da democracia, como, então, achar que está tudo bem? Só nossas “autoridades constituídas” dizem que está: como a Constituição proíbe o fechamento do Congresso, do Supremo, etc., imaginam que podem pintar e bordar, que os militares, informados de que existe uma “cláusula pétrea” mandando o Brasil ser uma democracia, continuarão assistindo impassíveis à anarquia promovida por magistrados supremos, ministros de Estado, líderes parlamentares e outros que têm a obrigação de sustentar o cumprimento das leis, mas vivem em colapso moral e não conseguem manter em pé nem mesmo um guarda-sol de praia.

Falam que não se pode confundir a democracia com as pessoas que ocupam cargos de governo ― de outra forma, um regime democrático só existiria numa sociedade de homens justos e racionais ― e que os que estão mandando mal podem ser substituídas através de eleições, processos judiciais e demais mecanismos previstos em lei, e blá, blá, blá... Mas é exatamente isso que vem sendo feito no Brasil, sem sucesso, desde 1985. Nossa democracia faliu. Tenta-se fazê-la funcionar há mais de 30 anos, mas ela não funciona. Talvez seja possível seguir adiante por mais algum tempo, com um remendo aqui e outro ali, mas é indubitável que, neste momento, há menos gente disposta a escorar o que está ruindo do que a chutar o pau da barraca.

O Brasil é um país sui generis. Em qualquer lugar do mundo, golpes são promovidos por quem tem o apoio das forças armadas e quer mandar às favas a Constituição. Aqui, os militares dizem ― com deu a entender semanas atrás o General Villas Boas ― que exigem o cumprimento da Constituição e das leis penais para continuar nos quartéis. Quem está querendo abolir a Constituição e as leis penais são Lula, o PT e seus satélites, que não conseguem sobreviver com as regras atuais ― eles e a cáfila de políticos de todos os partidos que estão com a Justiça seus calcanhares, as empreiteiras de obras públicas, os fornecedores do governo e tantos outros que vivem de rapinar o Tesouro Nacional.

O último esforço (último no sentido de mais recente, não de derradeiro, infelizmente) em favor dessa corja abjeta partiu do trio assombro togadoGilmar, Toffoli e Lewandowski ―, com vistas a tirar Lula da prisão, suprimir provas e anular sua condenação. É o sonho do criminoso de Garanhuns, de seus advogados milionários de Brasília, do PT-PSOL-PCdoB etc. e de dez entre dez bandidos sob ameaça de punição: declarar a Lava-Jato ilegal, sumir com tudo que ela já fez e demitir o juiz Moro a bem do serviço público, juntamente com todos os magistrados que combatem a corrupção no Brasil. Claro que os ministros supremos não dizem isso com essas palavras, e sim estão aplicando o embargo dos embargos do agravo teratológico com efeito suspensório diante da combinação hermenêutica de mutatis mutandis interlocutórios com ora pro nobis infringentes. Nem perca tempo com o vodu jurídico que a mídia repassa com casca e tudo: é pura tapeação para ver se soltam Lula e ajudam a ladroagem a escapar do xadrez e continuar roubando em paz.

Lula e seu sistema de apoio não querem a democracia. Recusam-se a cumprir a lei e a aceitar decisões legítimas da Justiça. Sabem que não têm futuro num regime democrático, com poderes independentes, Lava-Jato, imprensa livre e o restante do pacote. Eles precisam estar no governo, não só para ter empregos, fazer negociatas e ganhar dinheiro da Odebrecht, mas porque estar no poder é a diferença entre estar dentro ou fora da cadeia. É por isso que o deputado petista Wadih Damous disse outro dia que “é preciso fechar o STF” ― depois de reconhecer que o ministro Gilmar Mendes é um aliado do partido.

O mundo político e a elite, caídos de quatro no chão, olham em silencio para tudo isso, aterrorizados por Lula e assustados com a voz da tropa. Quando quiserem reclamar, poderão se ver reclamando sozinhos. E tarde demais.

Com J.R. Guzzo.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

MAIS SOBRE PRIVACIDADE E SEGURANÇA DIGITAL: VPNs


TUDO PARECE OUSADO PARA QUEM A NADA SE ATREVE.

As VPNs são redes virtuais privadas que nos permitem navegar de maneira anônima e segura através uma conexão criptografada entre nosso computador e a internet. Elas já foram mais comuns no âmbito corporativo ― para conectar de forma segura ramais remotos ou ligar funcionários em roaming à rede do escritório, por exemplo ―, mas vêm se tornando populares também entre usuários domésticos que se preocupam com sua privacidade.

Quando usamos uma VPN, nosso tráfego passa a ser direcionado de maneira segura por meio de um servidor localizado em outro lugar do mundo, protegendo nosso computador de tentativas locais de rastreamento, de hacks, ou mesmo impedindo que os sites por onde navegamos registrem nosso IP (Internet Protocol, ou protocolo de internet). De quebra, essas redes permitem acessar conteúdo online indisponível localmente ― por exemplo, conectarmo-nos a um servidor baseado no Reino Unido para acessar conteúdo restrito da BBC, ou num servidor baseado nos EUA para assistir a filmas na Netflix que não estão disponíveis no Brasil.

Existem diversas opções de VPNs, tanto pagas quanto gratuitas. Estas últimas tendem a exibir anúncios, oferecer um leque mais limitado de servidores e acarretar redução nas velocidades de conexão ― o que não chega a incomodar (muito) um usuário doméstico eventual. Outro ponto negativo é que são maiores as chances de os endereços IP que elas utilizam serem bloqueados ou filtrados em diversos sites (até porque crackers, spammers e outros usuários mal-intencionados costumam se valer desses serviços para seus propósitos escusos). Já as opções comerciais funcionam mediante assinatura e não reduzem a velocidade dos downloads nem limitam o tráfego de dados, além de não armazenarem logs que possam servir para identificar os usuários.

Diversas suítes de segurança oferecem VPNs que funcionam como um meio-termo entre as soluções gratuitas e as comerciais (eu uso e recomendo a Avast SecureLine VPN). Quando o preço não está embutido na licença, o valor cobrado em separado costuma ser mais camarada, e como essas soluções já possuem configurações razoavelmente seguras, a gente não precisa ajustá-las por conta própria (o que nem sempre é fácil para quem não tem intimidade com redes e seus intrincados protocolos).

A quem interessar possa, seguem algumas sugestões:

― O Private Internet Access e o TorVPN suportam Windows, OS X, Linux, iOS e Android (o plano gratuito tem limite de 1GB por mês).

― O ProXPN suporta Windows, OS X e iOS.

― O Baixaki conta com dezenas de opções de VPN, boa parte delas gratuita para uso doméstico. É só clicar, conferir e escolher a que mais lhe agradar.

Se ao fim e ao cabo você quiser realmente chutar o balde, achando que pode viver desconectado em pleno século XXI, veja na próxima postagem como apagar todos os seus dados e desaparecer do mundo virtual.

Visite minhas comunidades na Rede .Link:

segunda-feira, 7 de maio de 2018

SOBRE JUCÁ, O CAJU



Encerrei a postagem de sábado prometendo algumas linhas sobre Romero Jucá, mas achei de falar sobre a aprovação da restrição do foro privilegiado e acabei deixando Caju (codinome do senador emedebista nas planilhas de propina do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht) para a postagem de hoje. Sem mais delongas, vamos a ela.

Romero Jucá Filho nasceu em Recife (PE), em 1954. Formou-se em Economia pela Universidade Católica de Pernambuco e iniciou a carreira política como diretor da Secretaria de Educação do estado. Foi presidente da FUNAI entre 1986 e 1988 e governador biônico do recém-criado estado de Roraima ― cargo que perdeu 18 meses depois, por não conseguir ser eleito pelo voto popular no pleito de 1990. Em 1994, ainda filiado ao PPR, conquistou uma cadeira no Senado; depois de filiar-se ao PMDB, passou a presidir o diretório estadual da sigla em Roraima. Foi líder do governo no Senado nas gestões de FHC, Lula e Dilmanta. Chegou a ser nomeado ministro da Previdência Social no governo Lula, mas deixou o cargo 4 meses depois da posse, por suspeitas de corrupção. Quando a nefelibata da mandioca foi afastada e seu vice passou a titular, Jucá assumiu o ministério do Planejamento, mas, mais uma vez, foi obrigado a deixar o cargo ― que ocupou por míseros 11 dias ―, desta feita devido a acusações de obstrução à Lava-Jato.

Alvo de 13 inquéritos ― sete dos quais no âmbito da Lava-Jato, dois na Operação Zelotes, um de Belo Monte e um da Transpetro ―, Romero Jucá foi o primeiro senador a se tornar réu no STF em ação decorrente das delações de executivos da Odebrecht. Mas continua orbitando o poder central ― aliás, desde a redemocratização que ele participa de todos os governos e se mostra útil a cada um deles. Mas seu afastamento de Dilma ― que ocorreu antes da eleição de 2014 ― o aproximou da oposição, com quem sempre teve boas relações.

No último pleito, Jucá apoiou Aécio, e em 2015, durante a crise que resultou no impeachment, foi um dos principais articuladores do “Plano Temer”. Depois que o PMDB (hoje MDB) assumiu o poder, sua influência cresceu significativamente: não houve neste governo medida no Congresso que não contasse com sua atuação, da aprovação da PEC dos gastos à lei da terceirização, da reforma da Previdência às tentativas (malogradas, felizmente) de blindar a classe política contra a ação saneadora da Lava-Jato.

Jucá encarna como ninguém a elite política ameaçada pela investigação que revelou uma corrupção sistêmica vigente no país há pelo menos três décadas, e a exemplo dos demais políticos investigados, denunciados e réus na Justiça penal, refuta as declarações dos delatores e jura inocência. Da sua ótica, o Brasil caminha para virar uma Itália ― referindo-se à extinção dos principais partidos do país após a Operação Mãos-Limpas, no início da década de 1990, que resultou na assunção de Silvio Berlusconi à Presidência.

Em Roraima, Caju seguiu o exemplo do senador maranhense José Sarney, com quem é unha e carne, no propósito de dominar completamente o estado: sua família é dona de emissoras de TV ― como as retransmissoras locais da Record e da Bandeirantes ―, além de estações de rádio, jornais e empresas de serviço, e sua segunda mulher, Teresa Surita, está no quinto mandato à frente da prefeitura de Boa Vista.

Jucá é o exemplo do político em quem uma pessoa consciente jamais deveria votar para representá-la, nem que fosse como síndico de condomínio. Para não impor ao leitor apenas a minha opinião, transcrevo o que escreveu Roberto Pompeu de Toledo sobre essa figura prosaica, em maio de 2016, quando Temer assumiu a presidência:

“No mesmo dia 17 de abril em que uma presidência apodrecida foi derrubada por uma Câmara dos Deputados podre, o sistema político brasileiro morreu. Não, a afirmação não se sustenta. Seria bom demais para ser verdade. Nas horas seguintes, foram divulgadas fotos do Palácio do Jaburu, onde o vice Michel Temer aguardava, como marido ansioso, o parto de seu triunfo e quem, numa dessas fotos, brilhava em primeiro plano, de pé, enquanto o vice e outros convidados figuravam ao fundo, sentados num sofá, assistindo à transmissão da TV? Romero Jucá!Jucá bem merece o ponto de exclamação; anos atrás, este colunista confessou seu fascínio pelo senador por Roraima, cujos perfil e biografia resumem o que pode haver de mais característico no político brasileiro. Escrevi então:

‘Procura-se alguém capaz de servir a (e servir-se de) diferentes regimes e governos? Dá Jucá na cabeça. Alguém que já saltou repetidas vezes de um partido para outro? Dá Jucá. Alguém com suficiente número de escândalos nas costas? Outra vez, Jucá não decepciona. Alguém que, representante de um estado pobre, de escassa oferta de oportunidades, consegue construir respeitável patrimônio pessoal? Jucá cai como uma luva. Um político que traz parentes para fazer-lhe parceria na carreira? Jucá! Proprietário de emissora de TV? Jucá! Um político que, derrotado aqui e denunciado ali, no round seguinte se reergue, pronto para novos cargos e funções? Jucá! Jucá!’ (VEJA, 6/6/2007).

De lá para cá, Romero Jucá só fez ser fiel a si mesmo. Depois de servir como líder no Senado aos governos FHC e Lula, serviu também ao de Dilma Rousseff. Tudo somado, ficou mais de dez anos na liderança do governo dos três últimos presidentes. Pulou do barco de Dilma na campanha de 2014, quando só a presidente não percebeu que era uma ótima oportunidade para perder, e apoiou Aécio Neves. No ano passado, como era previsível, teve seu nome incluído na famosa “lista do Janot”, em que o procurador-geral da República arrolou os políticos implicados no escândalo da Petrobras. Nas últimas semanas, assumiu a presidência do PMDB, no lugar de Temer, e comandou a cabala de votos em favor do vice e a consequente oferta de empregos no futuro governo. Com Jucá em posição de relevância, não há possibilidade de mudança no sistema político. Não se encontrará entre os políticos brasileiros um mais fiel seguidor da regra de que, quando as coisas mudam, é para ficar tudo igual.

A duradoura influência de Jucá na política brasileira embute um enigma. Ele não se distingue como orador e carece de magnetismo pessoal. Nunca se ouviu dele uma ideia inovadora ou um discurso coerente sobre os rumos nacionais. Representa um estado pequeno (500 000 habitantes) e, fora do mundinho da política, poucos ligarão o nome à pessoa. Uma hipótese é que seu sucesso repouse exatamente na soma de tais deficiências. Por não fazer sombra a nenhum dos pares, circula com desenvoltura entre eles. Por não representar nenhuma ideia, não há como ser desafiado no campo intelectual. Jeitoso, conhece o caminho para, em todas, ficar do lado vencedor.

Há outros sinais de que o sistema seguirá o mesmo. A condescendência com Eduardo Cunha é o mais eloquente. Na votação de domingo, sempre que um deputado acusava o presidente da Câmara, sua voz era abafada por um coro de desprezo. Seguiu-se, um dia depois, uma articulação aberta para salvá-lo das punições que o ameaçam. Foi constrangedor ver um réu por crime de corrupção e lavagem de dinheiro no comando da sessão de impeachment e é inimaginável vê-lo como o segundo na linha de sucessão presidencial. Cunha perde de Jucá, porém, em itens decisivos. Ele se expõe, enquanto o outro se poupa. É atrevido como um jogador de cassino, enquanto o outro soa respeitoso como um sacristão. Por mais protegido que continue, Cunha talvez já não tenha condição de figurar numa foto junto ao provável futuro presidente. Jucá, na última quarta-feira, acompanhou Temer em um almoço com o ex-ministro Delfim Netto, e o trio foi fotografado à saída.

Dilma, uma presidente que une a inépcia à arrogância, não tinha como continuar. Seu governo derreteu-se na mesma medida em que se derretia a economia e esgotavam-se seus recursos para deter o desastre. Quem esperava, no entanto, que, em acréscimo, viria uma mudança no modo de fazer política perdeu. Deu Jucá.


Visite minhas comunidades na Rede .Link:

BUG TRAVA WHATSAPP NO ANDROID


A INFORMAÇÃO MAIS NECESSÁRIA É SEMPRE A MENOS DISPONÍVEL.

Se você tem um smartphone com sistema Android e é usuário do WhatsApp, não clique no emoji do esquilinho (veja na imagem que ilustra este post). Se você clicar, o aplicativo pode congelar, é só voltará a funcionar depois que você o reiniciar (ou reiniciar o smartphone).

É importante frisar que não se trata de um malware (vírus ou código malicioso assemelhado), mas de uma falha no sistema que vem sendo explorada pelos desocupados de plantão. Uma trollagem semelhante a tantas outras que já vimos no passado, como os caracteres árabes que travavam o iOS e também atingiam usuários do Twitter

Desta vez, porém, os alvos são os usuários do Android, e o responsável é uma string (conjunto de caracteres ocultos, no caso), que, ao ser processada, resulta no travamento do WhatsApp.

A mensagem é uma “brincadeira” que já vinha sendo feito na Europa e Estados Unidos, agora “climatizada” com texto em português e a imagem do simpático esquilinho. Lá fora, ela aparecia de forma mais simples, com o texto desafiando o usuário a não tocar na mensagem ― ou no ícone de uma bola preta, o “botão” que causaria o travamento.

Assim como aconteceu no exterior, os mesmos usuários que enganaram os contatos com a imagem do esquilo já começam a encaminhar o código novamente com um botão preto, indicando que essa seria a solução para o problema de travamento no WhatsApp.

Seja como for, além do congelamento do aplicativo e da necessidade de reinicialização, o usuário não tem com que se preocupar. Como dito, o travamento é causado por um bug de software e, portanto, não afeta sua conta, seus dados, senhas de acesso ou informações pessoais. Mesmo assim, é recomendável apagar a mensagem via WhatsApp na Web, ou então excluir toda a conversa.

Visite minhas comunidades na Rede .Link: