Para concluir esta abordagem sobre nosso “caro” presidiário-estrela
— cuja hospedagem na PF nos custa R$ 10 mil por dia —, preparei um breve
apanhado sobre seus demais processos, cujas penas máximas, se aplicadas, acresceriam
110 anos aos 25 a que ele já foi condenado (pelas penas mínimas, o acréscimo
seria de 31 anos, o que já teria potencial para tirar o sono de qualquer um).
Claro que ninguém fica preso por um século no Brasil, e tampouco se espera que um septuagenário tenha um século de vida pela frente. Mas o fato é que neste arremedo de Banânia — que ora atende por “Pátria amada, Brasil”, após ter ostentado orgulhosamente os epítetos “Um país de todos” no governo de Lula, “Pátria educadora” no de Dilma e “Ordem e progresso” no de Temer — é público e notório que o crime compensa, que a polícia prende e a Justiça solta, e que não raro o criminoso deixa a delegacia pela porta da frente antes mesmo de a vítima conseguir registrar a ocorrência. E a coisa é ainda pior nos andares de cima do Judiciário.
Claro que ninguém fica preso por um século no Brasil, e tampouco se espera que um septuagenário tenha um século de vida pela frente. Mas o fato é que neste arremedo de Banânia — que ora atende por “Pátria amada, Brasil”, após ter ostentado orgulhosamente os epítetos “Um país de todos” no governo de Lula, “Pátria educadora” no de Dilma e “Ordem e progresso” no de Temer — é público e notório que o crime compensa, que a polícia prende e a Justiça solta, e que não raro o criminoso deixa a delegacia pela porta da frente antes mesmo de a vítima conseguir registrar a ocorrência. E a coisa é ainda pior nos andares de cima do Judiciário.
“Há no Supremo gabinete distribuindo senha para soltar corrupto, sem
qualquer forma de direito e numa espécie de ação entre amigos”, afirmou
o ministro Luís Roberto Barroso, sem
dar nomes aos bois, mas numa referência clara a Gilmar Mendes, a quem ele já havia classificado publicamente como “uma
pessoa horrível, uma mistura do mal com o atraso e pitadas de
psicopatia“ e acusara de “desmoralizar o Tribunal”.
Falando nisso, o ministro-deus subiu nas tamancas quando Veja
revelou que a Receita Federal abriu
um procedimento para identificar supostos "focos de corrupção, lavagem de
dinheiro, ocultação de patrimônio ou tráfico de influência", tanto dele quanto
de sua mulher, Guiomar Mendes. Além
de entrar com uma petição na PGR e na
própria Receita, o laxante de toga exigiu do presidente do STF “providências urgentes” para apurar
a iniciativa dos auditores fiscais (volto a esse assunto oportunamente).
Deixemos de lado a encarnação de Deus na Terra e voltemos à
autodeclarada “alma viva mais honesta da galáxia”, que coleciona processos com potencial para prolongar
sua estada na cadeia por um bom tempo. A não ser, naturalmente, que alguma
maracutaia o tire de lá pela porta dos fundos, o que não é nada difícil, como comprova a estapafúrdia
liminar que o
ministro Marco Aurélio publicou minutos
depois do início do recesso do Judiciário, em dezembro, com o nítido propósito
de favorecer Lula, mas que, por
tabela, abria as portas da cadeia para quase 170 mil presos que estão cumprindo
penas sem que a condenação tenha transitado em julgado.
Como vimos no post anterior, Lula foi condenado em duas ações criminais. Na do tríplex do Guarujá, que resultou em sua prisão depois que a decisão
da primeira instância foi confirmada pelo TRF-4
e a pena aumentada de 9 anos e meio para 12 anos e um mês, a defesa apelou ao STJ, alegando que as decisões do
Regional contrariaram diversos dispositivos de leis federais, como a
impossibilidade de o processo ser julgado por um juiz que perdeu a isenção. O
relator do REsp, ministro Felix Fischer, rejeitou
monocraticamente o apelo, alegando que acolhê-lo exigiria o reexame das
provas, e que é vetado pela Súmula 7 do STF. Aguarda-se agora a decisão
da 5ª Turma do STJ, mas tudo indica que as chances de êxito do petralha são
remotas.
No processo sobre o
sítio em Atibaia, a juíza substituta Gabriela
Hardt condenou Lula a 12 anos e
1 mês de prisão. Horas antes, a defesa havia pedido ao STF que ação deixasse a 13ª Vara Federal
do Paraná e fosse enviada a Brasília. Cristiano
Zanin e companhia argumentam que, ao
determinar que os termos de delação premiada de executivos da Odebrecht fossem enviados a Brasília, a
2ª Turma do Supremo "reafirmou a
incompetência" do Juízo de Curitiba para julgar ações relacionadas àquelas
informações, e pedem que todas as decisões tomadas pela substituta de Moro sejam anuladas. O pedido foi
apresentado dentro de uma reclamação discutida desde maio de 2018 no STF, que está sob a relatoria da
ministra Cármen Lúcia. Em outubro, a
PGR se manifestou contrariamente à
pretensão da defesa, afirmando que os advogados de Lula tentam burlar o processo de Justiça.
Lula se tornou
réu pela terceira nas asas da Operação
Janus. Segundo a denúncia — aceita pelo juiz Vallisney Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília —, ele
teria usado sua influência no BNDES
e em outros órgãos para favorecer a Odebrecht
em contratos e obras de engenharia em Angola.
Em troca, a empreiteira teria pago propina de cerca de R$ 30 milhões.
A quarta vez foi em dezembro de 2016, no âmbito da Zelotes, por suspeitas de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia — segundo a qual o molusco teria interferido na compra de 36 caças suecos pelo governo brasileiro, além de ter atuado para prorrogar medida provisória que concedia incentivos fiscais a montadoras de veículos — também foi aceita pelo juiz federal Vallisney.
A quarta vez foi em dezembro de 2016, no âmbito da Zelotes, por suspeitas de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia — segundo a qual o molusco teria interferido na compra de 36 caças suecos pelo governo brasileiro, além de ter atuado para prorrogar medida provisória que concedia incentivos fiscais a montadoras de veículos — também foi aceita pelo juiz federal Vallisney.
Em setembro de 2017, o juiz Vallisney aceitou mais denúncia do MPF contra Lula, esta por crime de corrupção resultante da participação do ex-presidente
na "venda" da medida provisória 471,
de 2009, que prorrogou os incentivos fiscais a montadoras instaladas nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nove meses antes, Lula havia se tornado réu pela quinta
vez (a terceira na âmbito da Lava-Jato), depois que Moro aceitou a denúncia do MPF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em
contratos firmados entre a Petrobras
e a Odebrecht. Segundo os procuradores, sua insolência teria recebido propina
da empreiteira por intermédio do ex-ministro Antonio Palocci — que também réu na ação. Parte do dinheiro (R$ 12,4 milhões) teria sido usada na compra de
um terreno no qual seria erguida a nova sede do Instituto Lula, e o restante, na compra da cobertura vizinha à de Lula em São Bernardo do Campo (SP). Os autos estão conclusos para sentença, mas o julgamento não deve ficar a cargo da juíza substituta Gabriela Hardt, e sim de Luiz Antônio Bonat — o juiz federal com maior tempo de carreira em toda a jurisdição do TRF-4 —, que assumirá a 13ª Vara Federal em Curitiba e ficará responsável por todos os inquéritos da Lava-Jato no Paraná.
Em 2017, o ministro
Fachin enviou à Justiça Federal de Brasília — e o juiz Vallisney aceitou — a denúncia em que Rodrigo
Janot acusa Lula e Dilma por formação de quadrilha no
esquema que teria coletado propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016 (e que ficou conhecido como "quadrilhão do PT"). No mês seguinte, Lula virou réu mais uma vez, desta feita acusado de receber R$ 1 milhão,
disfarçado como doação para o Instituto
Lula, em troca de favorecer o grupo
ARG em negociações com o presidente da Guiné Equatorial. O processo tramita na 2ª Vara
Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de
dinheiro.
Lula também é investigado por
ter sido nomeado por Dilma ministro-chefe da Casa Civil, em março 2016, com o propósito de obter prerrogativa de foro e evitar sua prisão (um mês antes ele fora conduzido coercitivamente para depor à PF na Sala
da Presidência do Pavilhão das Autoridades do Aeroporto de Congonhas, na
capital paulista). Para fechar a lista, em abril do ano passado Lula foi denunciado pela PGR (juntamente com Antônio Palocci, Gleisi Hoffmann e o maridão Paulo Bernardo) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Com uma capivara dessas, só acredita que esse pulha é a alma viva mais honesta do Brasil quem, a exemplo dos camarões e dos sectários da seita do inferno, têm os intestinos na cabeça. E viva o PT.
Com uma capivara dessas, só acredita que esse pulha é a alma viva mais honesta do Brasil quem, a exemplo dos camarões e dos sectários da seita do inferno, têm os intestinos na cabeça. E viva o PT.