UM BATE-PAPO INFORMAL SOBRE INFORMÁTICA, POLÍTICA E OUTROS ASSUNTOS.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Mais dicas do Word
segunda-feira, 18 de maio de 2009
De volta à gripe suína
Passando ao que interessa, volto ao assunto por conta de um e-mail que recebi dias atrás, cujo teor eu transcrevo abaixo, “ipsis litteris” (inclusive com os deslizes ortográfico-gramaticais presentes no original). Leiam, ponderem, tirem suas próprias conclusões e deixem seus comentários.
GRIPE SUÍNA --- SERÁ UMA FARSA? (Texto escrito por um brasileiro, morador da Cidade do México):
Pessoal, antes de qualquer coisa, gostaria de deixar bem claro que moro na Cidade do México [sou sãopaulino] e estou vivendo toda essa tensão sobre a suposta gripe suína. Hoje recebi um e-mail que está circulando na internet de que a gripe suína [influenza] é uma farsa. Ou seja, esta historia da gripe suína foi inventada pelos governantes dos países para desviarem atenção do povo dos problemas reais. Por isso, decidi traduzir este texto do Espanhol ao Português para que vocês leiam e tirem suas próprias conclusões. O texto oferece muitas razões para se duvidar desta gripe.
No dia 2 de abril, deste ano, durante a reunião do grupo do G7, integrado por USA, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Itália e Japão, se concluíram o seguinte: 1) a economia mundial necessitava uma mudança; 2) o FMI destinaria 500,000 milhões de dólares para ajudar às economias emergentes (países pobres dispostos a colaborar). Pois bem, os dados estavam no ar; 3) Logo veio a reunião privada do presidente Obama e Felipe Calderón [presidente do México] no dia 16 e 17 de abril. Coincidentemente, na sexta-feira, dia 23 de abril, o presidente do México, Felipe Calderón, convocou uma reunião de emergência com seu gabinete, e pela noite o secretário de saúde, José Ángel Córdoba Villalobos, anunciava em cadeia nacional a aparição do vírus da influenza, e as medidas imediatas, como, por exemplo, a suspensão das aulas em todos os níveis na Cidade do México e no estado do México..
No dia 24 de abril, o G7 declarava que a economia mundial deveria estar em marcha este ano, e que se lançariam todas as ações necessárias. Finalmente, segunda-feira, dia 27 de abril, a empresa farmacêutica Sanofi Aventis anuncia que injetaria 100 milhões de euros em uma nova planta de vacinas e doaria 236,000 doses ao México como apoio ao controle da influenza.
De todo o anterior, tiramos as seguintes conclusões:
1) Há 2 anos a indústria farmacêutica [Sanofi Aventis] a nível mundial tinha problemas financeiros pela baixa venta de remédios;
2) Se não se cria guerras, se cria [ou se inventa] doenças [a economia mundial deveria se por em marcha];
3) O México seria um perfeito trampolim para lançar a doença da influenza. Daqui [do México, é óbvio] sairiam turistas a diferentes partes do mundo. E curiosamente, os países que dizem ter doentes infectados pelo vírus da influenza, estiveram no México. E os países que estão reforçando a segurança sanitária são os países que integram o G7. Que curioso, não? O que acontecerá na semana que vem? Muito provável será a suspensão das atividades em todas as empresas da Cidade do México e em algumas outras cidades da República mexicana. Já as aulas estão suspendidas até o dia 06 de maio, onde o governo fará uma análise da farsa e verá [convenientemente] que siga sem aulas;
4) Pare para pensar qual é o assunto mais falado e comentado neste últimos dias: a influenza ou a crise financeira? Isto, de antemão, é um alívio para o Banco Mundial e para as bolsas do mundo.
Em outras palavras, essa história do vírus da influenza é uma farsa que os governos do mundo inventaram para desviar a atenção do povo dos problemas reais pelos quais a sociedade verdadeiramente está passando. Vocês se lembram das histórias passadas, como, por exemplo, do chupacabras, do fim do mundo e dos óvnis? Pois é, amigos, tudo isso foi invenção dos governos para distrair a atenção de suas populações e encobrir certas coisas para que a sociedade não se interasse. Vemos as notícias nas TVs e vemos como as vendas das farmácias cresceram [remédios e máscaras se vende como nunca]. Imagina como devem estar rindo as pessoas [governantes] que inventaram isso ao verem as pessoas pelas ruas da Cidade do México, amedrontadas com suas máscaras. Alguém pode objetar que a Cidade do México estaria perdendo muito com estas paralisações. Não. Pois, para isso existe o fundo que destinou o FMI. Agora imagine os lucros da farmacêutica a nível mundial. Isso é algo para se pensar.
O presidente do México sempre está anunciando que tantas pessoas já morreram em decorrência da gripe suína, porém [o autor deste texto que é mexicano, se pergunta] onde estão os mortos e onde estão concentrados os doentes? Estes dados os governo mexicano não menciona.
1) Se realmente é tão contagiosa essa gripe, como e onde estão as famílias dos mortos? [ninguém sabe];
2) Se a influenza suína é uma mutação do vírus original dos porcos, então o início da infecção deveria ter começado no campo não na cidade;
3) Por que não mostram alguma entrevista com algum doente contagiado? [realmente nunca mostraram. Vi que entrevistam a familiares, dizendo que seu familiar está doente e que já está estável graças aos medicamentos; porém, se o familiar esteve em contato direto com o vírus, então, por que não fica doente ou em quarentena?];
4) Por que até agora não disseram o nome do anti-vírus que está curando as pessoas doentes? Alguém conhece algum doente real? [se pergunta outra vez o autor deste texto].
Uma ótima semana a todos.
terça-feira, 3 de julho de 2007
Vírus do "mundo real"
Vírus (tanto os eletrônicos quanto os biológicos) precisam de hospedeiros para ser reproduzir, mas os agentes causadores da gripe e do resfriado podem sobreviver por mais de 48 horas no ambiente, especialmente se o ar estiver frio e seco (daí as epidemias serem mais comuns no final do outono e durante todo o inverno).
Ambas essas doenças se propagam pelo ar pelo contato físico com pessoas infectadas (que tossem, espirram e espalham secreções de várias maneiras), mas, ainda que os sintomas sejam bastante semelhantes (a febre alta é que, à primeira vista, diferencia a gripe de um resfriado comum), existem diversas diferenças entre uma coisa e outra.
O resfriado é uma infecção viral do revestimento do nariz, dos seios da face, da garganta e das vias respiratórias. Ele geralmente causa fadiga, desconforto nasal (espirros, congestão, secreção aquosa), na garganta (tosse) e, eventualmente, elevação da temperatura (febre de até 38 graus). Esses sintomas costumam desaparecer naturalmente depois de algum tempo (entre 3 e 7 dias), embora a tosse possa persistir por mais uma semana.
Já a gripe causa inicialmente uma sensação de frio (arrepios) acompanhada de febre alta (38 ou 39 graus). Há quem sinta dores de cabeça, dores no corpo (ou nas pernas e nas costas), irritação na garganta, queimação no peito, tosse e coriza (crianças podem apresentar, adicionalmente, náuseas, vômitos, diarréia e inchaço nas glândulas dos pescoço). A maioria desses sintomas desaparece ao cabo de uma semana, embora a tosse costume durar uns 10 dias ou mais.
Note, porém, que algumas complicações podem agravar o quadro gripal - como a bronquite hemorrágica, a pneumonia viral e as inflamações no cérebro (encefalite), no miocárdio (miocardite) e nos músculos (miosite).
Vale lembrar que o vírus da gripe é mutante (sua composição é constantemente alterada). Por isso, os anticorpos criados pelo seu organismo nem sempre estão preparados para combater as novas versões.
A vacina é tida pelos especialistas como a melhor medida preventiva, porque é capaz de neutralizar diversos subtipos do vírus da gripe - ainda que não seja eficaz contra o resfriado - e de reduzir em até 90% a probabilidade de infecção. Na pior das hipótese, ela costuma diminuir a gravidade da doença.
Quanto aos medicamentos, a verdade é que eles atuam apenas sobre os sintomas; tanto a gripe quanto o resfriado seguem seu curso normal e "desparecem" depois de alguns dias, mesmo se o paciente não tomar remédio algum.
Existe uma grande variedade de comprimidos, xaropes, cápsulas, pílulas, infusões e beberagens (que até dispensam prescrição médica), mas a maioria serve apenas para engordar a receita dos laboratórios farmacêuticos: poucos anti-histamínicos, descongestionantes, analgésicos e expectorantes são tão eficientes quanto uma simples inalação de vapor quente (com o uso de um nebulizador).
Se você realmente for comprar remédios contra gripe, prefira fórmulas baseadas no paracetamol (para combater a dor e a febre). O ácido acetilsalicílico (AAS) proporciona apenas uma melhora discreta dos sintomas e pode até aumentar a difusão dos vírus.
No caso de dor de garganta, um analgésico comum deve funcionar (como também pastilhas contendo benzocaína e gargarejos com água e sal). E embora seja comum imaginarmos que a ingestão de vitamina C seja capaz de evitar gripes e resfriados, isso é apenas um mito - em doses muito elevadas, ela pode até propiciar a formação de cálculos renais.
Para finalizar, resta dizer que não há qualquer relação comprovada entre o fato de alguém andar descalço, apanhar vento ou beber gelado e pegar gripes e resfriados. Isso também é puro folclore. Para evitar a contaminação, o recomendável é manter-se afastado de pessoas infectadas, evitar mudanças brucas de temperatura (como se isso fosse possível com o clima de São Paulo) e não se agasalhar demais - para não contribuir para a elevação da temperatura corporal. Descansar, ingerir bastante líquido e observar uma dieta alimentar saudável são providências igualmente eficazes (ainda que não infalíveis).
Boa sorte a todos e até amanhã.
domingo, 5 de abril de 2020
COVID-19 — EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA DA GRIPE ESPANHOLA?
segunda-feira, 2 de março de 2020
SOBRE O CORONAVÍRUS
O "xis" da questão é que coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos que, pulando entre espécies animais (os hospedeiros), chegar eventualmente aos seres humanos. Aliás, suspeita-se que o surto tenha sido desencadeado pela ingestão (por seres humanos) de serpentes ou morcegos, mas, pelo menos por enquanto, isso não passa de especulação.
Infectologistas recomendaram ainda que a população não entre em pânico e que, em caso de doenças respiratórias, só busque atendimento médico se sintomas como febre, tosse e coriza persistirem. Dizem também que cerca de 80% dos casos têm formas leves e podem ser tratados sem necessidade de internação. A grande maioria das pessoas se recupera e tem quadros leves, que podem ser tratados em casa com o afastamento social para reduzir a possibilidade de contato com pessoas do trabalho e em situações sociais. O restante corresponde a ocorrências graves, das quais 6% se referem aos casos muito graves, que exigem internação em UTIs.
Pessoas que viajaram para os países que estão na lista de vigilância do Ministério da Saúde, mesmo que não apresentem sintomas, poderiam tentar reduzir eventos sociais após retornar ao Brasil. A lista engloba Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Itália, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes. Os dois pacientes brasileiros que tiveram o resultado positivo para a doença têm histórico de viagem pela Itália.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Gripe suína (de novo).
A propósito, o William – que nos honrou recentemente com sua visita e comentário – oferece em seu Blog alguns números bastante interessantes, bem como diversas considerações que, no mínimo, dão no que pensar (para conferir, visite http://williamdubal.blogspot.com/).
Seja como for, independentemente de essa pandemia estar recebendo (ou não) mais atenção da mídia do que deveria – e de haver (ou não) interesses fortuitos em todo esse “carnaval” –, é impossível negar que o quadro seja no mínimo preocupante, até porque os sintomas causados pelo vírus H1N1 são bastante parecidos com os da gripe comum.
Face ao exposto, achei que valeria a pena aproveitar o post de hoje para dividir com vocês as informações apresentadas na tabelinha abaixo.
sábado, 7 de março de 2020
CORONAVÍRUS, INFODEMIA, BOLSONARO, PAULO GUEDES E OUTROS ASSUNTOS
Voltando à gripe suína, não me lembro de a cotação do dólar ter chegado a R$ 4 no ano passado, devido a essa pandemia. Nem de o Ibovespa ter despencado quase 10 pontos em menos de uma semana. A conclusão que se impõe é que a COVID-19 é na verdade uma dupla epidemia: além da infecção causada pelo vírus, há também a infodemia, isto é, o pânico exagerado alimentado pela mídia e, não raro, por fake news.
Na visão de vários especialistas renomados (não existe unanimidade sobre o assunto; aliás, perguntas idênticas chegam a receber respostas totalmente diferentes, dependendo para qual infectologista elas são dirigidas), o vírus SARS-CoV-2 deveria preocupar tanto quanto o que causa a influenza (ou gripe), mas o que se vê é pânico generalizado em relação ao primeiro e descaso quanto ao segundo, o que é muito grave.
Fato é que a rápida disseminação da COVID-19 vem derrubando as Bolsas no mundo inteiro. Por volta do meio-dia de ontem, o Ibovespa registrava forte queda (de quase 5%, aos 98.157 pontos) e o real se desvalorizava em relação ao dólar com igual velocidade, a despeito dos bilhões injetados pelo Banco Central para conter a alta da moeda norte-americana. Menos mal se essa desgraceira servisse para dar uma baixa na bandidagem — sobretudo nos capi do PCC, Comando Vermelho e Família do Norte; "anjinhos" que matam impiedosamente para roubar um par de tênis de grife ou um smartphone, por exemplo; centenas de parlamentares que conspurcam o Congresso e meia dúzia de ministros supremos que desonram a toga que vestem, sem esquecer, é claro, de dois ou três ex-presidentes que só darão sossego quando estiveram pastando capim pela raiz na chácara do vigário.
Falando em políticos e política, uma pergunta que não quer calar: se a economia vai muito bem, obrigado — como afirmam Bolsonaro (que não entende néris de pitibiriba do assunto) e Paulo Guedes (que manja muito, mas aprendeu com o chefe a falar o que pensa sem antes pesar as repercussões do que vai dizer) — e a desvalorização do real em relação ao dólar "ajuda os exportadores" (na verdade, ela está atrapalhando), por que, então, o Banco Central continua injetando bilhões dólares no mercado? Será que, se a moeda americana passar a valer 5, 6, 7, 10 reais o Brasil vai entrar para a lista dos dez maiores exportadores do mundo? Ou será que o Posto Ipiranga palaciano quer evitar que "domésticas" viajem até Orlando para ver o Pateta quando seu sósia em versão tropical pode ser visto aqui mesmo, mais exatamente na sede do Governo Federal?
Na quinta-feira, quando dólar fechou a R$ 4,65, disse o ministro: “É um câmbio que flutua. Se fizer muita besteira pode ir para esse nível. Se fizer muita coisa certa, ele pode descer”, que também atribuiu a alta ao coronavírus, à desaceleração econômica e, claro, à imprensa e ao que chamou de “choque entre o Congresso e o presidente da República”. Mas é preciso mais que isso para explicar tamanha deterioração, pois o real, comparado às 40 moedas mais importantes para o comércio global, foi a que mais se desvalorizou (15,9%).
Dizer que o dólar a R$ 5 favorece as exportações é uma meia-verdade, mas, ainda que assim não fosse, vale lembrar a máxima do mercado financeiro segundo a qual ministro não comenta dólar. Só que Guedes insiste em falar sobre o assunto espinhoso, vive repetindo que o país mudou seu modelo econômico, e agora criou uma nova metáfora: “O modelo é 4×4, tração nas quatro rodas. Juro caiu de 15% para 4%. Câmbio que era 1,80 reais subiu para R$ 4”. Mas se nem o Banco Central consegue segurar a cotação da moeda, mesmo "queimando" boa parte do seu estoque de dólares, que dirá o Posto Ipiranga, com sua inoportuna coscuvilhice?
Fato é que o Ibovespa fechou a semana em queda, seguindo o novo dia de pânico nas bolsas internacionais. Na Ásia, os mercados despencaram com o aumento do número de casos do coronavírus na Coreia do Sul e o medo de uma crise econômica mundial. As bolsas europeias também recuaram, com o avanço da doença na Alemanha e na França, enquanto nos Estados Unidos, que chegaram a 233 casos na manhã desta sexta-feira, empresas como Facebook e Microsoft recomendaram aos empregados trabalhar em home office.
Somada às baixas que vêm se sucedendo desde a quarta-feira de cinzas, a desta sexta fez o índice B3 perder o patamar dos 100 mil pontos, ou, pior, voltar à casa dos 97 mil pontos (uma queda de mais de 20 mil pontos em menos de seis semanas, considerando que o benchmark histórico de 119.527,63 pontos foi cravado em 23 de janeiro último). Se servir consolo, o dólar comercial recuou 0,36%, cotado a R$ 4,6336 na compra e R$ 4,6344 na venda, após mais uma leilão de swaps do BC, com 40 mil contratos. Por outro lado, o dólar futuro para abril subiu 0,35%, para R$ 4,632.
Em 2020, enquanto o real já caiu 15,5% em relação à moeda americana, a perda foi de 4,98% na moeda do México (peso mexicano), 9,40% da África do Sul (rand), e 12,75% da Turquia (lira turca). Isso se deve em grande parte aos sucessivos cortes da Selic (clique aqui para entender o porquê), já que o COPOM vêm reduzindo a taxa básica de juros mês após mês, em vez de se preocupar em enxugar o spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram, na ponta, do tomador de empréstimos, usuário do cheque especial etc.), que, se não me engano, é o mais alto do mundo depois do da ilha de Madagascar.
Observação: O que Guedes disse foi: “não se assustem se alguém pedir o AI-5”, no caso de haver baderna na rua, em vez de oposição na política” .
Para não encompridar ainda mais esta postagem (e não azedar ainda mais o sábado dos leitores), deixo o resto para amanhã.
sexta-feira, 6 de março de 2020
CORONAVÍRUS, MERCADO EM PÂNICO E OUTRAS DESGRAÇAS
Assim, vi-me obrigado a dedicar mais algumas linhas à COVID-19 (nome oficial da doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2), que levou a Bovespa a despencar novamente: o índice B3 chegou a registrar queda de 6% e fechou aos 102.796 pontos (uma baixa ainda bastante significativa, de 4,13%), a despeito dos estímulos promovidos pelos bancos centrais das maiores economias do mundo.
Praticamente nenhuma ação do índice registrou ganhos, mas as das empresas ligadas ao setor de turismo registram forte queda: Gol teve baixa de quase 19%, Azul caiu 14% e CVC, 10%. A Associação Internacional de Transportes Aéreos estima perdas entre US$ 63 bilhões e US$ 113 bilhões.
Em março, o Brasil, onde o vírus do sarampo era tido e havido como erradicado, perdeu o certificado de país livre da circulação da doença. Detalhe: Além de matar, o Measles Morbillivirus (nome oficial do vírus que causa o sarampo) também enfraquece o sistema imunológico contra outras doenças.
terça-feira, 24 de março de 2020
O DEUS PAI DA PETELÂNDIA E O SUMO PONTÍFICE DA IGREJA CATÓLICA
Venho focando o avanço da Covid-19 por dever de ofício; se já não aguento mais ouvir falar no assunto, que dirá escrever sobre ele. Mas sempre existe a esperança de uma luz no fim do túnel (que não seja o farol da locomotiva que vem em sentido contrário). Aliás, vale mencionar que o noticiário enfatiza o avanço do vírus e o aumento das infecções, internações e óbitos, mas raramente fala que a maioria das pessoas que forem infectadas tende a não apresentar sintoma algum ou, quando apresenta, eles são semelhantes aos de uma gripe comum. Daí a antecipação da vacinação contra a influenza facilitar a triagem dos pacientes que apresentam os sintomas, que, se estão imunizados contra a gripe, podem realmente ter contraído o coronavírus.
Também pouco se fala dos que se recuperaram. Nesta segunda-feira, 23, o monitoramento em tempo real conduzido pela Universidade Johns Hopkins contabilizou 100.443 casos de pacientes diagnosticados com a Covid-19 que conseguiram já tiveram alta e seguem a vida normalmente, sendo a província chinesa onde o vírus surgiu o local que reúne o maior número de curados, 59.882. A região é seguida do Irã, com 8.376, e da Itália, com 7.024. Por outro lado, o número de casos confirmados já passa de 350 mil, e o total de mortes, de 15.000. A Itália é atualmente o país mais afetado, com 5.476 mortes (número superior ao registrado no país asiático, epicentro do SARS-CoV-2, que tem mais de 1,4 bilhão de habitantes).
Oxalá surja em breve uma vacina ou outra medida capaz de mudar dramaticamente esse cenário. No Brasil, a expectativa é que a curva de contaminação se acentue nas próximas semanas, suba feito rojão até o final de julho e então se estabilize, para depois começar a declinar, aumentando progressivamente a velocidade da queda. Alguns especialistas afirmam que São Paulo pode ter 10% da população infectada, o que é extremamente preocupante, mas não significa que todos os casos serão necessariamente graves nem, muito menos, fatais. A questão é que ainda estamos em março, e só Deus sabe a economia e as pessoas têm estrutura para se manter, ainda que claudicantes, por um período muito longo de inatividade.
Nesse entretempo, as contas continuam vencendo. É preciso pagar aluguel, escola dos filhos, água, luz, gás, impostos, taxa condominial, e por aí afora. E como o fará sem poder abrir o bar, a sapataria, a lanchonete, o salão de beleza, a barbearia, enfim, o estabelecimento que põe comida da mesa dos microempresários, dos autônomos e dos que trabalham sem carteira assinada? E mesmo quem tem emprego formal, como conviver com a expectativa de a empresa quebrar ou começar a demitir preventivamente, caso o tempo de fechamento se estender demais? Aí, meus caros, deixa-se de leda o poético discurso de "união" entra em vigor a Lei de Murici.
Morrer é única certeza que temos nesta vida. Já morrer devido ao coronavírus é uma possibilidade, embora sua taxa de letalidade seja inferior às do sarampo, varíola, difteria poliomielite, caxumba, AIDS e dengue, e equivalente às da gripe comum e da zica. O maior problema é a rapidez assustadora com que o vírus se dissemina, a facilidade com que passa de uma pessoa para outra e o número de países que atingiu em apensa 3 meses. Todavia sobreviver à Covid-19 e morrer de fome devido à debacle da economia seria a gargalhada do Diabo! Mas vamos mudar de assunto, que esse já deu no saco.
Dias atrás, quando comentei o namoro entre os petistas Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, comentei também que Lula esteve em Paris para ser homenageado com o título de “cidadão honorário” daquela cidade. En passant, o criminoso mais famoso do Brasil deu uma esticadinha até a Itália (onde o número de vítimas fatais do Covid-19 já é maior que na China), onde foi visitar o Papa, para, segundo o petista publicou em suas redes sociais, "conversar sobre um mundo mais justo e fraterno".
Sua Santidade pode receber quem bem entender, mas receber Lula foi um tapa na cara dos católicos honestos, além de uma humilhação para nosso sistema Judiciário, que já condenou o criminoso em três instâncias jurisdicionais (vale lembrar que Lula só está solto devido ao compadrio de 6 membros do STF, o que é igualmente revoltante para os cidadãos de bem).
Em que pese a suposta proximidade com o Criador assegurada ao cardeal arcebispo argentino Jorge Mario Bergoglio ao ser escolhido para ocupar a Cathedra Petri, o Papa Francisco, a exemplo dos demais líderes religiosos, não conseguiu evitar que o coronavírus fulminasse milhares e milhares de fiéis. Só na Itália, onde fica o Vaticano, mais de 5.000 pessoas morreram de Covid-19 desde o início do ano, o que recomenda ao povo brasileiro — a maior população católica do planeta — além de ter fé e rezar, é pôr as barbichas de molho.
Ajuda-te que eu te ajudarei, já disse alguém — e não foi Jesus Cristo, como se costuma pensar. A Bíblia não registra essa frase nem muito menos a atribui ao Salvador. O que mais aproxima disso está em Salmos 37: (4) “Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração” e (5) “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará”. Já no Evangelho Kardequiano a semelhança é bem maior: “Ajuda-te a ti mesmo, que o Céu de ajudará”. Em qualquer caso, a lição é lapidar: se você ficar esperando que as coisas simplesmente caiam do céu, o melhor que vai conseguir é chuva e cocô de passarinho.
O Papa foi mero coadjuvante nesse encontro; o protagonismo ficou com o corrupto que se fez santo por autodeclaração. Frustrou-se Sua Santidade se em algum momento da conversa teve o ímpeto misericordioso de expiar os pecados do interlocutor e lhe conceder o divino perdão, pois perdoar pressupõe arrependimento, e não existe absolvição que não seja precedida de remorso.
Lula jamais demonstrou qualquer peso na consciência por seus delitos ou se propôs a repará-los. Mesmo respondendo a uma dezena processos — todos amparados por vasto acervo probatório — e já condenado em dois deles, insiste em uma inocência imaginária que desafia até a mais alienada das mentes militantes.
sábado, 23 de maio de 2020
SOBRE PANDEMIAS, INCOMPETÊNCIA, CRETINICE E BAIXARIA
Determino o levantamento da nota de sigilo imposta em despacho por mim proferido no dia 08/05/2020 (Petição nº 29.960/2020), liberando integralmente, em consequência, tanto o conteúdo do vídeo da reunião ministerial de 22/04/2020, no Palácio do Planalto, quanto o teor da degravação referente a mencionado encontro de Ministros de Estado e de outras autoridades”.
A quem interessar possa, basta clicar aqui para ler a transcrição.
Mas tem mais: O pedido de apreensão dos celulares de Jair Bolsonaro e do filho Zero Dois, feito em notícias-crimes enviadas pelo PDT, PSB e PV ao STF e apensadas ao inquérito que apura suposta tentativa de intervenção do presidente na PF, foi recebido pelo decano e encaminhado ao PGR para manifestação. O desmemoriado ministro-chefe do GSI, em nota, classificou o pedido de "afronta à intimidade do chefe do Executivo" e afirmou que "poderá haver consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", por ser uma evidente "tentativa de comprometer a harmonia entre o poderes".
Vale ressaltar que o decano seguiu fielmente o que determina o CPP Brasileiro, e que a reação do general foi exagerada, para não dizer absurda. Em vez de rosnar contra o STF, o estrelado deveria estrilar com sua assessoria Aliás, há algumas semanas atrás ele deu piti porque o decano usou a expressão "debaixo de vara" ao convocar os ministros militares para testemunharem no imbróglio Moro x Bolsonaro, que não tem conotação pejorativa: as divisões do poder judiciário são denominadas "varas", e a expressão "conduzido debaixo de vara" significa "mediante condução coercitiva", ou seja, “forçado pela autoridade judicial”. Enfim, a julgar pelo "nível" da reunião ministerial, não era mesmo de se esperar coisa melhor dos assessores do presidente. E nem do próprio, cujas falas foram de uma grosseria a toda prova.
Passemos ao texto que eu havia programado para hoje:
Uma velha marchinha de carnaval — do Sílvio Spantus, se não me falha a memória — dizia que “o homem nasce, o homem cresce, depois fica bobo e casa”. Faz sentido, mas o ponto a que quero chegar é outro: todos os seres vivos — pelo menos os deste planeta — seguem a mesma monótona rotina: nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. E o ser humano não foge à regra (alguns preferem não se reproduzir, mas isso é outra conversa).
Sob Pazuello, o Ministério da Saúde divulgou na última quarta-feira o protocolo que libera no SUS o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina também para casos leves de Covid-19. Até então, o uso do medicamente era autorizado somente para casos graves. Não é à toa que Bolsonaro pretende manter o militar à frente da pasta "por um bom tempo".
Pelo menos 2897 militares, dos três ramos das Forças Armadas, integravam o governo em março passado. E o número cresceu depois que Pazuello carregou nada menos que nove colegas de farda para o ministério da Saúde. E a mesma militarização campeia nos segundo e terceiro escalões dos demais ministérios, especialmente nos oito que são chefiados por militares.
terça-feira, 27 de outubro de 2020
COMO SERÁ O AMANHÃ?
Fazer profecias é fácil. Difícil é acertar as previsões.
Talvez seja por isso que videntes, numerólogos, cartomantes e adivinhos de botequim usam e abusam de ambiguidades e indeterminações em seus infalíveis vaticínios de final de ano.
“Um artista famoso vai morrer no ano que vem”, dizem os oráculos em forma de gente. E têm grandes chances de acertar, seja porque todo ano morre
um artista famoso, seja porque termos como “artista” e “famoso” dão margem a
múltiplas interpretações.
Valendo-se da mesma estratégia, horoscopistas de festim
embrulham no vistoso papel dos mapas astrais mensagens como “cuide melhor da
saúde”, “evite investimentos arriscados”, “aguarde novidades no campo
sentimental”, e por aí vai. Aliás, orientava-se pela mesma bússola o saudoso Narciso
Vernizzi — o “Homem do Tempo da
Jovem Pan” —, que tornava quase infalíveis seus boletins meteorológicos estimando
em 50% as possibilidades de “chover em pontos isolados”.
Não há como falar em profecias (e em ambiguidades e indeterminações) sem trazer à baila Michael de Nostradama (1503-1566), mais conhecido como Nostradamus.
Dono de uma pena vocacionada a vaticínios macabros e apocalípticos, o médico,
boticário e astrólogo francês notabilizou-se pela suposta capacidade de prever o futuro. No entanto, contrariando
a interpretação tendenciosa que os arautos do apocalipse fizeram de seus
escritos, o mundo não acabou na virada do milênio nem em 21/12/2012.
Do ponto de vista da tecnologia, evoluímos mais nos últimos 150 anos do que da pré-história ao final do século XIX, mas não o suficiente para que previsões como as abordadas no Livro da Juventude de 1968 se realizassem.
Por outro lado, o polimata italiano Leonardo da Vinci idealizou o helicóptero 600 anos antes da construção da primeira aeronave de asa móvel, e o escritor francês Júlio Verne descreveu em 1865, no romance “Da Terra à Lua”, a proeza que a Apollo 11 realizaria 104 anos (errando por apenas 20 milhas o local exato do lançamento do Saturno V). Verne também concebeu o Nautilus no livro 20.000 Léguas Submarinas, publicado quase um século antes da construção do primeiro submarino nuclear.
Ao contrário do quem sendo veiculado nas redes sociais, Nostradamus não previu a pandemia da Covid-19 em suas Centúrias (10 conjuntos de versos compilados num livro com cerca de 100 páginas).
O boato surgiu após uma publicação feita pelo cartunista argentino Cristian Dzwonik, o Nik, criador do satírico gato Gaturro, que acabou sendo alvo de diversas críticas pela brincadeira. A mensagem falsa original, postada em espanhol na página do cartunista nas redes sociais, foi rotulada como FAKE NEWS pelo Facebook depois de ser checada por agências internacionais.
São igualmente falsas as informações de que o Sars-Cov-2 pode ser neutralizado pela
ingestão de água quente (ou qualquer outra bebida quente), de grandes doses de
vitamina C (ou qualquer outra vitamina) ou de alho. Lança-perfume e cocaína tampouco
neutralizam o vírus, a exemplo da vacina da gripe — embora esta última auxilie
no diagnóstico, visto que os sintomas da Covid-19
são semelhantes aos da gripe.
Por essas e outras, acredite em metade do que você vê e em nada do que você ouve.
sábado, 11 de junho de 2016
PINGA, AGUARDENTE E CAIPIRINHA
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No que concerne à caipirinha, muitos acham que não tem segredo: basta esmagar limão com açúcar, acrescentar gelo e cachaça, mexer e pronto. Mas tudo tem sua ciência, e esse drinque não é exceção.
Comecemos pela origem, que remonta ao ano de 1918, época em que a gripe espanhola campeava solta. Dizem os estudiosos e curiosos de plantão que alguém resolveu unir o útil ao agradável ao criar uma receita de xarope, que levava limão, alho, mel e um pouco de cachaça ― antigamente, era comum usar álcool para acelerar o efeito dos medicamentos. Daí para “outro alguém” eliminar o alho e substituir o mel por açúcar (para reduzir a acidez do limão) foi um pulo.
Hoje em dia, muita gente substitui o tradicional limão por outras frutas, como abacaxi, caju, kiwi, maracujá, morango, e por aí afora, além de, em vez da tradicional cachaça, usar destilados “mais nobres”, como gim, rum, saquê, tequila, uísque, vodca, e assim por diante.
Outro detalhe que merece menção: pinga, cachaça e aguardente são termos largamente utilizados como sinônimos, embora aguardente seja o nome que se dá a qualquer bebida obtida a partir da fermentação de vegetais doces, e cachaça, à aguardente de cana-de-açúcar. Já o termo pinga é usado vulgarmente como sinônimo de cachaça, e sua origem remonta ao tempo dos engenhos (século XVI). Naquela época, os escravos eram encarregados da destilação da aguardente, e como o vapor condensava no teto pingava sobre eles... Enfim, interessa mesmo dizer é que toda cachaça é aguardente, mas nem toda aguardente é cachaça.
No que diz respeito à receita perfeita de caipirinha, bem, fazendo uma analogia com o futebol (outra preferência nacional), a coisa é como a escalação da seleção ― ou seja, cada um tem a sua. Importante mesmo é seguir algumas regrinhas básicas, dentre as quais:
― Embora o limão galego e o siciliano apresentem excelentes resultados, a receita tradicional leva mesmo o tahiti. Mas é importante escolher os de casca lisa e fina (que geralmente são mais sumarentos) e evitar os “muito moles”, que provavelmente estão “passados”.
― Descascar ou não o limão é uma questão de preferência pessoal, até porque o amargor não provém da casca, mas da columela (o “miolo branco da fruta). Então, o importante é cortar o limão ao meio, mas não de forma transversal, como fazemos quando cortar laranjas para espremer, e sim longitudinal (ao comprido). Depois, deve-se cortar as metades pela metade, de modo a facilitar a remoção da parte branca. Se preferir, corte o limão em rodelas e remova o miolo de cada uma delas, que também fica bom.
― Segundo os especialistas, é importante macerar a fruta no próprio copo (evite, pois, usar coqueteleiras). Coloque as quatro bandas da fruta com a polpa virada para cima (para não macerar demais a casca, que aí, sim, pode resultar num indesejável gosto amargo), cobri-las com açúcar e então socá-las com o pilão (mas soque apenas o suficiente para liberar o sumo, pois socar demais irá fatalmente resultar em amargor, mesmo que você tenha tomado as precauções anteriores). Ah, procure usar copos baixos e de boca larga, como os do tipo “Ilhabela”.
― Se você está de dieta, o melhor a fazer é não tomara caipirinha, pois substituir o açúcar por adoçante, embora não haja problema algum nisso, não fará grande diferença, já que as calorias provêm mesmo é do álcool (como sabemos, bebidas destiladas são extremamente calóricas; uma dose de cachaça chega facilmente a 150kcal).
― Gelo é essencial ― caipirinha morna, ninguém merece! Mas convém usar água mineral ou filtrada e colocar o gelo no copo depois de macerar o limão com o açúcar (em cubos, mas você pode adicionar um pouco de gelo picado, se quiser, já que ele derrete mais rapidamente e “enfraquece” um pouco a bebida), e só então acrescentar a cachaça ou o destilado de sua preferência.
― Se for para servir várias pessoas (como num churrasco com amigos, por exemplo), o preparo individual se torna por demais trabalhoso. Nesse caso, você pode adiantar o expediente preparando a bebida numa coqueteleira, transferindo-a para uma jarra e completando com gelo. Mas o resultado nunca fica igual.
― Já a escolha da cachaça também vai da preferência de cada um. O importante é usar um produto de boa qualidade ― ou seja, fugir daquelas cachaças “mata-pinguço”, que cheiram como o álcool que você usa para abastecer o carro. E ao contrário do que muita gente pensa, pode-se perfeitamente usar aquela pinguinha de alambique, dita “artesanal”. O problema é o “custo benefício”, já que uma aguardente dessas pode custar tanto quanto ― ou até mais que ― um bom uísque.
Receitas mais “rebuscadas” podem agradar muita gente, mas convém ter em mente que algumas combinações são mais bem-sucedidas do que outras. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas, e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). E tome cuidado para não abusar de ervas muito aromáticas, como manjericão e alecrim, que podem deixar o sabor do drinque “intenso” demais.
Vale lembrar que destilados como cachaça, vodca e saquê, por exemplo, têm características distintas, e combinam melhor com determinadas frutas. A pinga vai muito bem com limão, lima-da-pérsia e jabuticaba, por exemplo. O saquê deve ser reservado para frutas mais delicadas e menos ácidas, como kiwi, uva verde e morango, também por exemplo. Já a vodca é versátil e combina com quase tudo, com a possível exceção de frutas mais cremosas, como mamão ou banana ― mas quem é que vai fazer caipirinha de mamão ou banana?
Para concluir, confira as receitas abaixo:
- Macere a polpa de 1/2 maracujá azedo com dois talos de capim-limão e açúcar. Complete com gelo e rum branco e decore com folhas de capim-limão.
- Macere de 8 a 12 jabuticabas com casca e caroço (mas deixe algumas inteiras). Complete com gelo e cachaça e mergulhe um picolé de limão no copo.
- Congele 6 bagos de uva Itália (verde) e oito de uva niágara (roxa). Macere 4 colheres (sopa) de graviola fresca (com as sementes) com uma de açúcar. Junte as uvas congeladas e complete com gelo e cachaça.
- Macere uma carambola fatiada e alguns pedaços de abacaxi com açúcar. Acrescente 1 cravo da índia inteiro e folhas de manjericão (sem amassar). Complete com gelo e vodca.