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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

LENDAS E MAIS LENDAS...

O VERDADEIRO DELEITE ESTÁ EM DESCOBRIR, E SEMPRE EXISTE ALGO INCRÍVEL ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO.

Quando a noite cai e as sombras se alongam, histórias de lugares distantes, tempos esquecidos e seres que desafiam a lógica e a razão começam a ganhar vida. 

Desde priscas eras, mitos e lendas urbanas misturam o real e o imaginário, perpetuando mistérios que transcendem fronteiras e idiomas. Trazidos para o Brasil pelos colonizadores, Lobisomens, Vampiros e outros ícones do sobrenatural se juntaram ao Saci-Pererê, ao Curupira, à Mãe D'água e a outros membros ilustres do panteão folclórico tupiniquim, que também incorporou o Jack-o'-lantern da festa de Halloween, que chegou até nós de carona com as escolas de inglês.
 
A fama de conquistador rendeu ao político amazonense Bernardo Cabral o apelido de Boto TucuxiDurante o governo Collor, quando ministro da Justiça e da Agricultura, Cabral teve um tórrido affair com a então ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, que se tornou a quinta esposa de Chico Anysio em 1992, assegurando ao marido a alcunha de "humorista que se casou com a piada".

Reza o folclore amazônico que, nas noites de lua cheia do mês de julho, um boto-cor-de-rosa assume a forma de um homem bonito, vestindo terno, sapatos brancos e chapéu (que esconde suas narinas de boto), para seduzir caboclas ribeirinhas. Até pouco tempo atrás, filhos de mães solteiras eram chamados, naquela região, de "filhos do boto". 
 
Observação: Lendas envolvendo cetáceos com atos carnais e fetiches ictiofálicos remontam à Grécia Antiga, onde o golfinho simbolizava a luxúria, e à Roma Antiga, onde era associado ao culto da deusa do amor, talvez porque seus movimentos na água se assemelhassem aos do ato sexual. No entanto, a lenda do boto tucuxi só se estabeleceu no Brasil em meados do século XIX. 

a Lenda de Sleepy Hallow mistura elementos do folclore europeu com a atmosfera sombria da Nova Inglaterra, e é tida como a precursora das histórias de terror estadunidenses. Ela é ambientada na cidade fictícia de Sleepy Hallow, onde um sujeito se declara à filha de um rico fazendeiro, é rejeitado pela moça e desaparece misteriosamente quando volta para casa, deixando o cavalo, a sela, o chapéu e uma misteriosa abóbora despedaçada. A interpretação mais comum é de que ele foi morto pelo "cavaleiro sem cabeça", que vagava pelo vilarejo nas noites de Halloween em busca da cabeça perdida. 

Observação: Na série de televisão "Sleepy Hallow", o protagonista sobrevive ao encontro com o fantasma e passa a lutar contra forças sobrenaturais, mas essa versão não segue fielmente os eventos da história original. 
 
Mais ou menos na mesma linha e inspirada em Robert Raymond Robinson — que teve o rosto desfigurado aos 8 anos de idade e fazia caminhadas noturnas para não chocar as pessoas com sua aparência assustadora —, a Lenda do Homem Verde alude a um homem alto, de pele esverdeada e rosto desfigurado, que era visto de madrugada, vagando pelas estradas da região. Acredita-se que o termo "homem verde" se deva ao fato de as luzes dos carros se refletirem no uniforme militar de flanela que o homem costumava usar, ou pelo tom esverdeado de sua pele, decorrente da falta de sol.   
 
No México, a Lenda da Llorona narra a saga de uma mulher que, traída pelo amor de sua vida, afogou seus filhos, se suicidou e foi amaldiçoada a vagar eternamente pelos cursos d'água, chorando e buscando crianças para substituir os filhos mortos. Dizem que ouvi-la chorar é prenúncio de morte ou infortúnio. Na Venezuela, La Llorona é chamada de "La Sayona", e no Brasil, de "Mulher da Meia-Noite". 
 
A lenda do Cão Negro de Bungay — que remonta a 1577 e trata de um enorme cão negro que invadiu a Igreja de Saint Mary e matou várias pessoas teria inspirado Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes e membro fundador da Sociedade para Pesquisas Psíquicas de Hampshire, a escrever o conto "O Cão dos Baskervilles". O conto foi publicado originalmente em capítulos na revista Strand Magazine, entre agosto de 1901 e abril de 1902, e envolve a morte de Sir Charles Baskerville, atribuída a um cão infernal que assombrava a família nos pântanos sombrios de Dartmoor, na Inglaterra.
 
Na Alemanha, a lenda do Flautista de Hamelin conta que um músico misterioso se ofereceu para livrar a cidade homônima de uma infestação de ratos. Usando sua flauta mágica, ele conduziu os roedores até o rio Weser, onde eles morreram afogados. Quando o conselho municipal se recusou a pagar o valor combinado pelo serviço, o músico usou a flauta para atrair as crianças da cidade até um local incerto e não sabido, e só as devolveu depois de receber o valor combinado. Diz-se que a partir de então nenhum habitante de Hamelin descumpriu uma promessa.

Observação: Bom seria se nossos políticos também se inspirassem nessa lenda, mas para isso os eleitores precisariam deixar claro para essa caterva que descumprir promessas pode ter consequências.
 
Segundo a lenda japonesa de Kuchisake-onna (ou "mulher da boca cortada"), uma mulher mutilada pelo marido ciumento percorre as ruas à noite, com o rosto escondido por uma máscara cirúrgica, e pergunta aos transeuntes se a acham bonita. Quem diz que não é morto a golpes de tesoura; quem responde que sim é apresentado a seu rosto sem máscara, e, se demonstra repulsa, tem a boca cortada para ficar parecido com ela. Essa história foi adaptada para o cinema e contada em mangás (histórias em quadrinhos). 
 
Na África do Sul, o Tokoloshe (equivalente Zulu aos sprites ingleses, yokai japoneses e duendes da mitologia nórdica) 
é descrito como um humanoide pequeno, mas muito poderoso, que é invocado por pessoas para fazer mal a seus desafetos. A crença nessa entidade é tamanha que os sul-africanos colocavam a cama sobre tijolos para não serem molestados durante o sono. 
 
Na Austrália, as Luzes Min-Min são associadas a espíritos ancestrais que vigiam a terra e seu povo. Elas são muito brilhantes e seguem os viajantes por longas distâncias. Segundo os aborígenes, quem tenta persegui-las nunca volta para contar a história. Várias hipóteses foram apresentadas ao longo dos anos, de fenômenos geofísicos como piezeletricidade a insetos com características bioluminescente, mas nenhuma foi comprovada, e as luzes continuam sendo um dos maiores mistérios da Austrália.
 
Parafraseando Joseph Campbell, "mitos são sonhos públicos, e sonhos, mitos privados". Em um mundo onde a realidade frequentemente supera a ficção, as lendas e o folclore refletem nossos desejos e medos. E uma história pode ser mais verdadeira do que a verdade, não por nos contar sobre como as coisas são, mas porque nos contam o que elas significam. 

terça-feira, 31 de outubro de 2023

HALLOWEEN



Enquanto convalescia no Alvorada, Lula se expressava pelas redes sociais; ao retomar o expediente, voltou a falar abertamente. Ao desmentir Haddad sobre o déficit público, derrubou o Ibovespa e ensejou mais uma alta do dólar, e ao classificar de "insanidade de Netanyahu" a contraofensiva dos judeus, deixou clara a necessidade de ser lembrado de que "em boca fechada não entra mosca". 
Bolsonaro, por sua vez, voltou a criticar o resultado das urnas: "Quis Deus me dar segunda vida e quatro anos de presidente da República. Houve um desastre no ano passado. Ninguém entende o que aconteceu, mas vamos considerar página virada. Vamos continuar lutando pelo nosso Brasil. Temos um legado.
A declaração é pecaminosa por invocar o nome do Senhor em vão, ofensiva porque todos sabem que o "desastre" aconteceu durante sua execrável gestão, equivocada por supor que ninguém compreende o que realmente sucedeu, e alucinada porque 2022 deixou de ser "página virada" no instante em que esse filho do Tinhoso passou a conspirar contra a vontade popular. O livro ainda está sendo escrito, mas, na realidade paralela em que vive o "mito", a história continua sendo a mesma lenda, só que muito mais mentirosa.
Tanto um quanto o outro não passam de populistas toscos, mas agem como feiticeiros que, com seu "abracadabra", dividem os brasileiros em dois grupos de fanáticos revolucionários. 

***

Não se sabe ao certo qual a origem do Hallowe'en — abreviação de All Hallows' Eve pela junção das palavras hallow (santo) e eve (véspera) —, mas acredita-se que tudo começou com o "Samhain" dos antigos celtas, que festejavam a passagem do ano em 31 de outubro. Visando atenuar o cheiro pagão que emanava da festa, o papa Gregório III mudou de 13 de maio para 1º de novembro a comemoração do "Dia de Todos os Santos", e Gregório IV estendeu sua participação a todos os católicos, visando enfraquecer o All Saints Day e o All Souls Day, que eram comemorados na ilhas britânicas nos dias 1 e 2 de novembro. 

 

Por influência dos ingleses, os EUA incorporaram o Hallowe'en ao calendário. Todo 31 de outubro, casas e ruas são decoradas com temas "assustadores", e crianças fantasiadas de bruxas, múmias, vampiros, fantasmas e caveiras ameaçam pregar peças em quem lhes negar guloseimas.

 

O pedido de doces remonta à antiga tradição celta de oferecer comida para apaziguar os maus espíritos, e a vela dentro da abóbora, ao folclore irlandês. Quanto ao indefectível "Jack-o'-lantern, reza a lenda que Jack era um beberrão que enganou o diabo e conseguiu escapar do inferno, mas foi aceito no céu, de modo que passou a vagar pelas noites, carregando uma lanterna improvisada não com uma abóbora, mas com um nabo iluminado por uma brasa de carvão.

 

Hallowe'en é o segundo feriado mais comercial entre os americanos, que gastam milhões de dólares em doces, festas e fantasias, inclusive para animais de estimação. No Brasil, a data se popularizou a partir de filmes e, mais recentemente, da Internet. As festas temáticas se tornaram comuns em escolas de idiomas e eventos culturais — para a alegria do comerciantes, que engordam o caixa vendendo doces, fantasias e decorações. 


Vale destacar que o Dia do Saci foi instituído no Brasil como forma de valorizar nosso folclore e a figura do Saci-Pererê, mas a iniciativa foi tão bem-sucedida quanto a campanha de Bolsonaro à reeleição. 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (VIGÉSIMA SEXTA PARTE)

NÃO EXISTE SANTO SEM PASSADO NEM PECADOR SEM FUTURO. 

Na véspera do Halloween de 1938, Orson Welles transmitiu pela CBS uma peça de ficção (baseada no romance Guerra dos Mundos) que narrava uma invasão da Terra por marcianos. Milhares de americanos que não acompanharam a transmissão desde o início entraram em pânico.

 

"Marcianos" sempre foram os queridinhos dos escritores e roteiristas de ficção, até porque achava-se que Marte era nosso vizinho mais próximo. No entanto, sabe-se atualmente que Mercúrio esteve mais perto da Terra nos últimos 50 anos, e que Plutão não é o nono planeta de nosso sistema solar, mas, sim, o maior integrante do cinturão de Kuiper 

 

O primeiro avistamento de discos voadores foi registrado "oficialmente" em junho de 1947. Desde então, milhares de incidentes semelhantes ocorreram mundo afora. Já não se fala mais em "marcianos", porém sondas da Nasa revelaram indícios de vida no planeta vermelho. 

 

Em janeiro passado, a Curiosity identificou uma mistura de isótopos de carbono em rochas na cratera Gale e picos aleatórios e sazonais de metano — um gás produzido na Terra por atividade biológica. Mais recentemente, a Perseverance encontrou, nas cratera Jezero, camadas roxas semelhantes ao "verniz do deserto", que é produzido Terra por micróbios.

 

Não se pode afirmar taxativamente que Marte já foi habitado, até porque os indícios de atividade biológica podem ser explicados por aspectos geológicos ou químicos que os cientistas desconhecem. Mas isso talvez mude depois que os fragmentos trazidos de lá forem analisados por instrumentos altamente sofisticados. Quem sabe então tenhamos respostas a uma das perguntas mais antigas da humanidade. 

 

Continua...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

NATAL, COMPRAS VIRTUAIS E OUTROS QUE TAIS

A DESCONFIANÇA É A MÃE DA SEGURANÇA.

Quando eu comecei a me entender por gente, as crianças perdiam os dentes de leite bem antes de deixarem de acreditar em Papai Noel, e o “Espírito do Natal” dava ar da graça lá pelo final de novembro — a princípio timidamente, depois num crescendo, como o do apito de um trem que aproxima da estação. 

Naqueles tempos, os “votos de boas festas” pareciam mais sinceros. As pessoas desejavam um feliz Natal — e um feliz Ano Novo — a torto e a direito, inclusive a desconhecidos com quem simplesmente cruzavam na rua. E enfeitar a árvore, armar o presépio e pendurar a guirlanda na porta de casa fazia parte da festa.

De uns anos para cá, o "Espírito do Natal" resolveu frequentar exclusivamente hipermercados, shopping centers e assemelhados. No afã de fazer a clientela "entrar no clima", os lojistas removem a decoração do Halloween e, ato contínuo, penduram os ornamentos natalinos. Mas a coisa se tornou impessoal, sem graça, e com a pandemia, então, nem se fala. 

Ainda que as pessoas armem árvores de Natal e pendurem redes de lampadinhas pisca-pisca nas janelas e varandas, o clima é artificial e os votos carecem de calor humano. Em época de vacas magras, presente virou lembrancinha e lembrancinha virou cartão virtual (para economizar o selo postal).

Nem sempre dá para escapar de comprar um presentinho cá, outro acolá, seja porque algumas pessoas realmente merecem, seja porque... enfim, o fato é que é impossível evitar. Mas dá para evitar os tradicionais engarrafamentos, transporte público lotado, lojas apinhadas e aborrecimentos que tais recorrendo às compras online.

Em quase dois anos de convívio com a Covid, a maioria dos brasileiros comprou pelo menos um produto pela Internet. Até quem era avesso ao comércio virtual acabou se rendendo. Cerca de 13 milhões de pessoas fizeram compras online pela primeira vez em 2020 no Brasil (número equivalente à população do Estado da Bahia), e o pagamento com cartão de crédito é a opção preferida, tanto por consumidores quanto por lojistas — o boleto bancário e o Pix disputam o segundo lugar, e as demais opções não vêm ao caso para efeito desta abordagem.

Observação: Para saber mais sobre como surgiu o "dinheiro de plástico", esta postagem dá início a uma sequência que eu publiquei há alguns anos.

O Brasil fechou 2020 com 134 milhões de cartões de crédito (um aumento de 12% na comparação com o ano anterior). Por outro lado, a proporção das famílias que se encalacraram com o uso do dinheiro de plástico alcançou um recorde de 81,8% em junho deste ano — maior patamar desde o início da pesquisa, em 2010. Mas isso é outra conversa. 

Importa dizer que a segurança no pagamento com cartão será maior se você não usar a função débito e, em vez de informar os dados do cartão de crédito "físico", utilizar uma "versão virtual" do instrumento de crédito convencional.

Observação: O cartão de débito é vinculado à conta corrente e utilizá-lo é o mesmo que fazer um pagamento à vista com dinheiro, pois o valor da transação é debitado no ato. Se o saldo não for suficiente, mas o portador do cartão dispuser de um limite de crédito pré-aprovado (o famoso "cheque especial"), a compra será autorizada, mas serão cobrados juros escorchantes sobre o limite e o tempo utilizados. A maior inconveniência, por assim dizer, de pagar compras online "no débito" é que fica muito mais difícil cancelar uma transação fraudulenta ou reclamar se o produto não for entregue ou tiver um defeito qualquer. E o mesmo se aplica ao pagamento via Pix.

O cartão de crédito funciona como qualquer transação financeira. No caso, a empresa emissora e o portador do cartão fazem um acordo: a instituição concede ao cliente um limite de crédito para ser usado no pagamento de compras e serviços, e o cliente se compromete a quitar a fatura na data de vencimento. Quando a fatura mensal é paga, o limite contratual torna a ficar disponível — em havendo compras parceladas, a liberação do limite total se dá somente quando a última parcela for quitada.

Resista estoicamente à tentação de pagar a parcela mínima e rolar o restante da dívida, pois os juros e demais encargos são escorchantes. Só parcele o pagamento se o financiamento for feito pela loja (preço à vista em "x" vezes "sem juros", p. ex.), e fique atento para a "melhor data": compras efetuadas 10 dias antes do vencimento da fatura são lançadas no mês subsequente, de modo que você só desembolsará o dinheiro dali a 40 dias.

No que concerne à "anuidade", o valor e a forma de cobrança (de uma só vez ou em parcelas mensais) variam de uma instituição pra outra. Como a oferta de cartões sem anuidade é cada vez maior, você pode conseguir um bom desconto (ou mesmo a isenção da anuidade) negociando com a operadora. Via de regra, quanto o cliente usa o cartão, mais chances ele tem de reduzir o valor da anuidade, que, como dito, pode até chegar a zero.

Quando você paga com cartão numa loja física, a leitura dos dados é feita pela "maquininha" e a transação é autorizada depois que você digita sua senha no teclado do dispositivo. Nas compras pela Internet não existe maquinha. Você preenche um formulário online com seu nome, bandeira, número e vencimento do cartão e, ao final, informa o CVV (sigla em inglês para “Card Verification Value” ).

O CVV é um "código de segurança" — geralmente formado por três ou quatro algarismos — que vem impresso no verso do cartão. Nesse caso, para se passar por você, o fraudador não precisa da mídia (o cartão propriamente dito) nem de sua senha, ou por outro, qualquer pessoa que tiver acesso aos dados exigidos pelo formulário poderá fazer compras e pagá-las com o cartão. Em tese, esse código não fica armazenado nos servidores das lojas em texto puro, mas isso não significa que ele não possa ser descoberto. Daí ser mais seguro usar um cartão virtual (ou um cartão pré-pago, caso você não disponha de um cartão de crédito convencional que gere uma versão virtual).

O cartão virtual é atrelado ao cartão "físico", mas seu número é diferente do número da versão de plástico e muda toda vez que ele é gerado. Via de regra, o limite de crédito, as cobranças e a fatura são as mesmas do cartão ao qual ele é vinculado, mas a validade é limitada — ou seja, ele "expira" minutos ou horas depois de ser gerado e só pode ser usado uma única vez (para evitar clonagem e outros tipos de golpes).

Diferentemente dos cartões pré-pagos, que servem tanto para pagamento em lojas físicas quanto em sites, os cartões virtuais só funcionam em compras online. Alguns podem ser usados tanto em sites nacionais como internacionais e permitem parcelar o pagamento das compras normalmente. Os principais bancos comerciais disponibilizam seus próprios cartões virtuais, e utilizá-los costuma ser muito simples. Na maioria dos casos, o próprio cliente gera os dados (através do app do banco ou do serviço de netbanking).

As regras de utilização também podem variar de um banco para outro — se as informações disponibilizadas no site não forem suficientes, esclareça as dúvidas com seu gerente. O Itaú, por exemplo, emite um cartão de crédito virtual para cada transação online, e sua validade é de 48 horas. Findo esse prazo, o serial deixa de funcionar, inibindo a ação de fraudadores e assemelhados. 

Em suma, você pode gerar um cartão virtual sempre que precisar e cancelá-lo se desistir de usar, sem pagar nada por isso. Também não há limite quanto ao número de vezes que o recurso pode ser utilizado.

Boas compras e boas festas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

EMOTICONS E CIA. (FINAL)

 O MAIOR PRAZER DE UM HOMEM INTELIGENTE É BANCAR O IDIOTA DIANTE DO IDIOTA QUE QUER BANCAR O INTELIGENTE.

Como dito, emojis e emoticons agregam emoções à sensaborice do texto puro. Pensando nisso, Daniel Brill — redator de uma agência de publicidade nos Estados Unidos — criou um Tumblr de humor para analisar o emocional das pessoas a partir das figurinhas que elas escolhem. Interessado(a)? Então envie um screenshot (captura de tela) dos emoticons que você usou recentemente e veja o resultado.

Para visitar o perfil no Tumblr, basta acessar emojinalysis.tumblr.com. Para pedir uma análise, é necessário mandar um tuíte com o screenshot da tela de emojis “Usados Recentemente” para twitter.com/brillospad ou para o email emojianalysis@gmail.com. A foto deve ser acompanhada com o nome e a idade da pessoa.

Eu tenho uns cinco mil pacientes, da China ao Brasil, de Paris à Turquia”, brinca Brill, que, ao receber os screenshots, traduz tudo em um significado e ainda "prescreve" um emoji novo que "é a sua cara". Mas note que ele é publicitário, não psicólogo. Nos textos — nada introspectivos e muito descontraídos — não faltam comentários bem humorados, diagnosticando "bipolaridade" ao se deparar com pizza + lágrimas e parabenizar o fato de alguém conseguir usar, junto, Papai Noel e Abóbora de Halloween em meados de junho. 

Para ler a matéria original, clique aqui.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

ELEIÇÕES AMERICANAS E PAPAI NOEL

No início dos anos 1960, quando comecei a me entender por gente, as crianças acreditavam em Papai Noel até perder os dentes-de-leite. O “Espírito do Natal” dava o ar da graça no início de dezembro — a princípio timidamente, depois num crescendo, até baixar firme e forte — e só cantava pra subir no Dia de Reis. Enfeitar a árvore de Natal, armar o presépio, pendurar a guirlanda na porta e trocar votos de boas festas (que então soavam sinceros) fazia parte da festa. Bons tempos, aqueles.

De uns anos para cá, o Natal vem "chegando" cada vez mais cedo — nos shoppings, enquanto tiram com uma mão as tradicionais abóboras, vassouras e chapéus de ponta do Halloween, os lojistas dependuram com a outra a tradicional decoração natalina, que, prematura, cria um clima artificial, forçado, tão sem-graça quanto sexo com hora marcada. 

Embora as pessoas continuem montando árvores de Natal na sala de casa e enfeitando as varandas e janelas com lampadinhas pisca-pisca, a impressão que se tem é de que as festas perderam o calor humano e os votos de feliz Natal se tornaram meramente protocolares. É como se o Natal continuasse existindo como um corpo sem alma, sem a essência do verdadeiro “Espírito Natalino”.

Nos anos 1920, quando a Coca-Cola passou a vincular sua beberagem às festas natalinas, o publicitário Archie Lee, responsável pela conta da empresa, queria um Noel saudável, tanto realista como simbólico. Assim, encarregou o ilustrador Haddon Sundblom de desenvolver imagens “do próprio Noel”, e não de um homem vestido como Papai Noel (a figura que ilustra esta postagem reproduz a propaganda publicada em “The Saturday Evening Post” nos anos 1930). No entanto, apesar de muitas vezes termos ouvido dizer que o bom velhinho veste casaco vermelho por ser a cor da Coca-Cola, essa indumentária vem de muito antes de LeeSundblom

O Noel que Thomas Nast desenhou para revista Harper's Weekly nos anos 1860, em meio à guerra civil americana (1861-1865), lembrava um duende defendendo a União. Mas Nast continuou a desenhá-lo por mais 30 anos, ao longo dos quais, entre outros aprimoramentos, introduziu o barrigão, a barba branca e os inevitáveis casaco vermelho de gola e punhos brancos, cinto largo e botas pretas — que o bom velhinho preserva até hoje.

Entre 1931 e 1964, Sundblom pintou cenas encantadoras da casa de Papai Noel para a Coca-Cola, e Norman Rockwell o retratou como um velhote bonachão. As pessoas gostaram tanto dos anúncios — e prestavam tanta atenção neles — que The Coca-Cola Company recebeu uma enxurrada de cartas quando o cinto preto de Noel foi exibido de cabeça para baixo (provavelmente porque Sundblom fez a pintura olhando-se em um espelho). E quando a personagem apareceu sem a aliança de casamento, milhares de fãs escreveram para perguntar o que havia acontecido com a Senhora Noel.

O burro e o elefante “vestidos” com a bandeira americana (confira na ilustração do post de ontem, caso não o tenha lido) também foram popularizadas por Thomas Nast, embora o cartunista não tenha criado as imagens nem sido o responsável por associar os bichos aos partidos Democrata e Republicano, respectivamente. Os próprios democratas escolheram o burro como símbolo de resistência, arrojo e teimosia, e os republicanos, o elefante como exemplo de força e dignidade. 

Na mão oposta dessa via de mão dupla, os membros dos dois maiores e mais importantes partidos americanos se valem das características menos nobres do asno e do elefante para espezinhar os adversários — que retribuem na mesma moeda: republicanos atacam democratas atribuindo-lhes a falta de inteligência do burro, e estes retribuem associando aos adversários a soberba e a empáfia do grande paquiderme.  

Consta que o burro foi usado pela primeira vez como símbolo na campanha presidencial de 1928, quando o advogado democrata sulista Andrew Jackson, chamado de burro pelos adversários, ironizou os ataques e incorporou a figura asinina em seus cartazes. E venceu a eleição. 

O elefante teria surgido durante a guerra civil, como símbolo de bravura e experiência em combate. Diz-se que Abraham Lincoln, primeiro presidente republicano a ser eleito, foi pioneiro no uso da imagem do grande paquiderme.

O partido Republicano mantém até hoje o elefante como mascote, mas o burro deixou uma unanimidade entre os democratas. Ainda assim, a simbologia permanece, seja para ofender os adversários, seja para enaltecer os partidos. Em alguns estados, os nomes dos partidos sequer aparecem, mas os bichos têm presença garantida, inclusive na cédula de votação.