Mostrando postagens classificadas por data para a consulta halloween. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta halloween. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

O HALLOWEEN E O SEGUNDO CAPÍTULO SOBRE NOTEBOOKS

DEUS É UMA CONSTRUÇÃO LUCRATIVA E AUTOSSUSTENTÁVEL DAS IGREJAS DO MUNDO.

A origem do Halloween é incerta. Acredita-se que tudo começou com o Samhain dos antigos celtas, que festejavam a passagem do ano em 31 de outubro. Posteriormente, visando atenuar o cheiro pagão da festa, o papa Gregório III mudou o Dia de Todos os Santos de 13 de maio para 1º de novembro, e o papa Gregório IV estendeu a observância do All Saints Day (1º de novembro) e do All Souls Day (2 de novembro) a todos os católicos, fortalecendo as celebrações católicas em oposição às práticas pagãs.

Por influência dos ingleses, todo 31 de outubro os americanos decoram suas casas e ruas com temas "assustadores", e crianças fantasiadas de bruxas, múmias, fantasmas e caveiras ameaçam pregar peças em quem lhes negar guloseimas. No Brasil, a data se popularizou a partir de filmes e, mais recentemente, da Internet — para o gáudio dos comerciantes que vendem doces, fantasias e decorações. Vale destacar que o Dia do Saci foi instituído como forma de valorizar nosso folclore e a figura do Saci-Pererê, mas a iniciativa foi tão bem-sucedida quanto a campanha de Bolsonaro à reeleição (detalhes nesta postagem).

*******

Quando o Windows 11 transformou meu Dell Inspiron Intel Core i7/1TB/8GB numa carroça, resolvi aposentá-lo e usar um desktop com CPU Intel quad-core i7-4790 3.6GHz, 32 GB de RAM DDR3 e SSD de 2 TB — um verdadeiro portento, mas que não atendia aos requisitos do novo sistema da Microsoft. Quando a máquina apresentou um problema cuja solução seria a troca da placa-mãe, eu a substituí por um Mac Pro e dei uma banana para o Windows.

Notebooks são ideais para quem precisa de mobilidade, mas também funcionam muito bem como computadores de mesa — basta conectá-los a um monitor e a um combo de teclado e mouse (cabeado ou wireless). Por outro lado, custam mais caro que desktops de configuração equivalente e, como a maioria dos recursos de hardware é integrada à placa-mãe, as possibilidades de upgrade se limitam à memória RAM e ao SSD — e, em alguns casos, ao processador.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Lula vive um dilema do tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde — personagens do romance Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, do escocês Robert Louis Stevenson, que também é autor de A Ilha do Tesouro.  

Na campanha de 2022, o então candidato sinalizou que não permitiria que o monstro ocupasse o corpo do médico para reivindicar outra reeleição. "Eleito, serei presidente de um mandato só", prometeu. Agora, alardeia até na Indonésia o desejo prematuro de obter um quarto mandato.

Lula não sabe como separar o médico do monstro. Até Janja deve ter dificuldades para saber quando está falando com o presidente ou com o candidato. Seu ministro do marketing, deveria mandar confeccionar dois broches, um com a letra 'P' e outro com a letra 'C'. No discurso de Jacarta, Lula usaria o broche de presidente, evitando passar pelo ridículo de dizer ao presidente indonésio coisas como "eu vou disputar um quarto mandato no Brasil", ou que chegou aos 80 anos "com a mesma energia" de quando tinha 30.

Noutros tempos, vigorava a ideia de que cargo eletivo era um calvário para o qual se era convocado pelos correligionários. Depois que FHC comprou a PEC da reeleição, admitir a volúpia pelo poder passou a ser sinal de franqueza. Mas Lula exagera no desprezo à etiqueta.

Ulysses Guimarães ensinava que "o Itamaraty só dá ou tira voto no Burundi" (uma minúscula república africana). No exercício da diplomacia presidencial, o Sun Tzu de Atibaia exagera ao levar sua candidatura para passear na Ásia. Políticos que não ambicionam o poder erram o alvo, mas aqueles que só ambicionam o poder viram alvo.


A obsolescência programada é um artifício usado pela indústria para estimular a troca de aparelhos por modelos de última geração, supostamente superiores, mesmo que os "velhos" estejam em boas condições de conservação e funcionamento. No entanto, de tempos em termos a evolução tecnológica nos obriga a substituir nossos dispositivos computacionais celulares e computadores por modelos novos, compatíveis com as exigências dos sistemas e programas atuais.


No caso dos PCs, máquinas com mais de cinco anos de uso não rodam o Windows 11, e o suporte ao Windows 10 foi encerrado no último dia 14. No caso dos smartphones, modelos de entrada com dois ou três anos de uso deixam de receber atualizações do sistema e patches de segurança, e mesmo quem não se preocupa com segurança acaba numa sinuca de bico: o WhatsApp deixou de rodar recentemente nas versões anteriores ao Android Lollipop (5.0) e em iPhones que "estacionaram" no iOS 12.5.7Nessa hora, é importante escolhermos um aparelho que atenda nossas necessidades, caiba em nosso orçamento e não se torne ultrapassado antes de terminarmos de pagá-lo.

Recentemente, a Samsung e a Motorola passaram a oferecer sete atualizações do Android para seus modelos premium e cinco para algumas versões intermediárias. Já os notebooks trazem o Windows 11 pré-instalado — alguns modelos mais baratos trazem apenas uma distro Linux ou sequer incluem sistema operacional, mas isso é outra conversa. Interessa dizer que um PC com mais anos de estrada dificilmente será compatível com o Windows 11, e continuar com a versão anterior significa deixar de receber correções de erros e atualizações de segurança.

Num mundo ideal, a maioria de nós compraria um computador novo a cada três ou quatro anos e trocaria de celular na metade desse tempo. O problema é que vivemos num país de terceiro mundo, com salários de quinto e a maior carga tributária do planeta, mas isso não muda o fato de que, mais ora, menos ora, a troca será inevitável. Se for o seu caso, a boa notícia é que o site da Amazon oferece diversos modelos com processadores de última geração, armazenamento em SSD, excelente custo-benefício e descontos expressivos.

O Dell Inspiron I15 é sopa no mel para quem não pode gastar muito. O processador Intel Core i3 de 12ª geração, combinado com 8GB de RAM e SSD de 512GB, garante um desempenho ágil no uso diário, com inicialização rápida e resposta imediata na multitarefa, e a tela de 15,6 polegadas Full HD com taxa de atualização de 120Hz oferece conforto visual, cores vivas e fluidez nas imagens. O preço baixou de R$3.199 para R$2.879, e pode ser parcelado em até dez vezes sem acréscimos.

Se você precisa de um notebook mais potente, mas acessível, o Lenovo IdeaPad Slim 3 15IRH10 integra processador Intel Core i5 de 13ª geração, 8GB de RAM DDR5, SSD de 512GB e e tela WUXGA de 15,3 polegadas. A bateria promete autonomia de 10 horas, e o carregamento rápido garante 2 horas de uso com apenas 15 minutos na tomada. O preço atual é de R$3.120, que também pode ser dividido em 10 parcelas mensais sucessivas.

O ASUS Vivobook 15 X1504VA-NJ1745W é um exemplo de equilíbrio entre desempenho e estilo. Equipado com CPU Intel Core i5 de 13ª geração, 16GB de RAM DDR, SSD de 512GB e tela Full HD de 15,6 polegadas, ele garante inicializações quase instantâneas, alto desempenho em tarefas de produtividade, navegação e até jogos leves, além de imagens nítidas. O modelo está em oferta na Amazon por R$2.969 (antes R$3.599), com parcelamento em até doze vezes.

Para quem deseja potência real, seja para jogos, edição de vídeos ou softwares pesados, o Lenovo LOQ-E traz o Intel Core i5-12450HX com NVIDIA GeForce RTX 3050, 8 GB de RAM, SSD de 512 GB e tela Full HD de 15,6 polegadas com taxa de atualização de 144Hz, além de teclado retroiluminado ABNT2 com bloco numérico, ideal para longas sessões de uso. Ele está disponível por R$4.299, com parcelamento em até dez vezes.

Continua...

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

O TEMPO PERGUNTOU AO TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM… (QUINTA PARTE)

WHAT'S DONE CANNOT BE UNDONE 


Como vimos nos capítulos anteriores, a ciência ainda não sabe ao certo se o tempo existe ou é apenas uma convenção que foi criada pelo homem para colocar alguma lógica no caos. Supondo que exista, que tipo de coisa é? Uma estrutura, uma substância ou uma metáfora? É ele que passa para nós ou somos nós que passamos por ele? 


Para tentar responder a essas perguntas, lembro inicialmente que o conceito de flecha do tempo — proposto pelo astrônomo britânico Arthur Eddington — se baseia no aumento irreversível da entropia para sustentar a unidirecionalidade do tempo.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Uma pane num data center instalado no estado americano da Virgínia desligou da tomada milhões de usuários da unidade de serviços em nuvem da Amazon na semana passada. O problema afetou aplicativos ao redor do mundo, tumultuou a rotina de mais de 500 empresas, inclusive no Brasil, e reforçou a percepção de que, como qualquer engrenagem medieval, sistemas sofisticados de dados também podem dar defeito — a diferença está no tamanho da encrenca.

O apagão fez lembrar o penúltimo tumulto na internet, no ano passado, quando o mau funcionamento da companhia CrowdStrike paralisou sistemas tecnológicos em hospitais, bancos e aeroportos ao redor do planeta.

A pergunta é: "onde é que isso vai acabar?" A resposta é: não acaba. Quanto maior o desenvolvimento tecnológico, maiores as perspectivas de desastre.


A entropia é a única lei da física com forte direcionalidade temporal que perde essa característica quando se fecha o foco em coisas muito pequenas. Em outras palavras, a "flecha" que avança do passado para o futuro surge somente quando nos afastamos do mundo microscópico em direção ao macroscópico.

 

Se compararmos o tempo a um trem que segue pelos trilhos em velocidade constante, hoje é o amanhã de ontem e o ontem de amanhã, o presente é o ponto transitório entre o passado e o futuro, e a sucessão dos eventos segue uma ordem linear, com o Réveillon antes do Carnaval e o Halloween antes do Natal, por exemplo. 


Ocorre que essa direção unívoca do tempo não se encaixa na física quântica, onde sistemas podem existir em múltiplos estados ao mesmo tempo até a medição, sem que haja uma definição clara e única de presente, passado ou futuro. A metáfora do Gato de Schrödinger ilustra essa ideia: o gato permanece vivo e morto simultaneamente até abrirmos a caixa e fazermos a observação. Então, se o sistema não segue a flecha temporal clássica nos seus estados definidos antes da observação, o presente pode estar em múltiplos pontos no tempo ou não estar restrito a um ponto temporal específico. 


Quanto a nós, nada indica a priori como ficamos. O que realmente importa é a relação entre os acontecimentos, de modo que podemos estar em qualquer ponto, vendo o mundo e seus acontecimentos passarem como um trem, ou imersos em um rio onde o tempo escoa do futuro para o passado enquanto ficamos presos ao “agora”, sem poder voltar a ontem e avançando para amanhã um dia de cada vez. No entanto, embora compartilhem da mesma topologia de tempo linear, unidirecional e sem lacunas, essas duas metáforas são contraditórias.


No caso do “trem”, a flecha do tempo impõe datações objetivas — o sábado vem antes do domingo, janeiro antes de fevereiro, etc. — e nos informa objetivamente sobre como os acontecimentos se situam uns em relação aos outros — antes, depois, e até mesmo simultaneamente. No caso do “rio”, as datações são relativas ao falante, com ontem, hoje, amanhã, presente, passado e futuro, e a flecha do tempo se limita a apontar a posição subjetiva que os eventos ocupam em relação a nós — ou seja, se eles existem enquanto falamos, anteriormente a nós e posteriormente ao nosso presente. 


No “trem”, o tempo parece seguir do passado para o presente e deste para o futuro; no “rio”, o futuro parece vir até nós, torna-se presente e se afasta como passado. Isso nos leva a duas perguntas: 1) Será que tempo é como a flecha que vemos passar ou como o rio em que estamos? 2) Será que o futuro é o que vem ao nosso encontro ou o que deixamos para trás? 


De certo modo, a resposta para a segunda pergunta está na primeira, onde há relações temporais (anterior, posterior, simultâneo), mas não há presente. Na segunda, embora haja propriedades temporais absolutas (presente, passado e futuro), estamos fora da flecha do tempo e dentro do rio do tempo


No trem, a flecha do tempo aponta a mudança das coisas, a sucessão dos acontecimentos; no rio, o mesmo presente tem sempre um conteúdo distinto, como se houvesse um ponto fixo em relação ao qual a flecha iria em sentido inverso, com os acontecimentos se tornando passado à medida que o tempo passa. Vemos o desenrolar do tempo a partir da posição fixa que ocupamos no presente — que é sempre o mesmo enquanto presente; mas sempre outro em seu conteúdo.

 

Isso nos leva às seguintes perguntas: O presente, o passado e o futuro existem objetivamente ou apenas subjetivamente? A ideia de que o passado é necessário e diversos futuros são sempre possíveis seria uma ilusão? Se o tempo não é o que pensamos, o que mais em nossa experiência pode ser apenas uma mentira bem contada?


É o que veremos no próximo capítulo.

domingo, 12 de outubro de 2025

PIPOCA COM CALDA DE CARAMELO

SE VIVER É SONHAR, ACORDAR É MORRER.

Outubro, conhecido como mês das crianças, termina com o Halloween — cuja origem é incerta. Acredita-se que essa tradição tenha começado com o Samhain dos antigos celtas, que celebravam a passagem do ano em 31 de outubro. 

Os Estados Unidos incorporaram a festa ao seu calendário por influência dos ingleses, e assim, na noite de 31 de outubro, casas e ruas são decoradas com temas “assustadores”, enquanto crianças fantasiadas de bruxas, múmias e fantasmas ameaçam pregar peças em quem lhes negar guloseimas.

O costume de pedir doces remonta à antiga tradição celta de oferecer comida para apaziguar os maus espíritos, e a vela dentro da abóbora tem origem no folclore irlandês. Quanto ao indefectível Jack-o'-lantern, reza a lenda que Jack era um beberrão que enganou o diabo e conseguiu escapar do inferno, mas não foi aceito no céu e passou a vagar pelas noites carregando uma lanterna improvisada — não feita com uma abóbora, mas com um nabo iluminado por uma brasa de carvão.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Em mandatos anteriores, Lula selecionava ministros para o Supremo levando em conta sobretudo os serviços que os indicados lhe poderiam prestar. Hoje, ele privilegia os serviços já prestados. Mantido esse padrão, o AGU Jorge Messias — o ˝Béssias˝ — é favorito na corrida pela vaga que se abriu com a aposentadoria precoce do ministro Barroso. 

Béssias adiciona ao notório saber jurídico exigido pela Constituição os critérios do companheirismo e da lealdade prévia. Comandava a Subchefia de Assuntos Jurídicos do Planalto em 2016, quando Moro levantou o sigilo do célebre grampo em que Dilma avisou a Lula que "Béssias" estava a caminho, levando o ato de sua nomeação para a Casa Civil. Revogado por Gilmar Mendes, o termo de posse perdeu o efeito. Dilma foi deposta meses depois, e Lula foi para a cadeia em abril de 2018. Numa entrevista de 2019, o ex-presidente Temer declarou que a gerentona de araque teria concluído o mandato se Lula fosse chefe da Casa Civil.

Em 2023, quando sinalizou que indicaria seu advogado na Lava-Jato, o xamã petista disse que "todo mundo compreenderia": "É meu amigo, meu companheiro." Ao vestir a toga em Flávio Dino, declarou: "Sempre sonhei que deveríamos ter na Suprema Corte um ministro com a cabeça política".

Há sobre a mesa nomes alternativos, como os do senador Rodrigo Pacheco e do ministro do TCU Bruno Dantas, mas são ˝azarões˝ — fala-se em Fernandinho Beira-Mar e Marcola, mas isso não passa de intriga da oposição.

As escolhas companheiras excitam o bolsonarismo. Mas a oposição cobra virtude sentada nos próprios vícios. Bolsonaro dispensou os pudores ao referir-se a Nunes Marques como "10% de mim dentro do Supremo". Com André Mendonça, elevou a gorjeta para 18%, mas errou na conta: "Agora, tem dois ministros que representam 20% daquilo que gostaríamos que fosse decidido e votado".

No fundo, esquerda e direita querem as mesmas coisas: uma maioria de magistrados leais, uma Procuradoria que denuncie crimes alheios e um Supremo que prenda os outros, soltando os seus. No entanto, depois que a toga repousa sobre o ombro do escolhido, a lealdade tende a virar uma abstração.

Voltando às gostosuras, a pipoca caramelizada agrada a crianças de todas as idades — sobretudo às que já têm, ou ainda têm, dentes para mastigar. Vestígios do milho Zea mays everta encontrados em cavernas no México sugerem que a pipoca já fazia sucesso milhares de anos antes de se tornar a estrela das sessões de cinema. Hoje, o consumo dessa guloseima e de refrigerantes responde por mais de 80% da receita das salas de exibição.

Em 1981, a gigante americana General Mills registrou a primeira patente de pipocas de micro-ondas. Considerando que um balde de pipoca e um refrigerante grande chegam a custar cerca de R$ 50 nos cinemas, enquanto um pacote de 100 gramas de pipoca com cobertura de manteiga para micro-ondas sai por volta de R$ 5, e um pacotinho de 400 gramas de milho premium custa cerca de R$ 7 — mas rende muito mais — assistir a filmes por streaming comendo pipoca sai bem mais barato que ir ao cinema.

Voltando à pipoca caramelizada, trata-se de uma versão em que uma calda de açúcar espessa e brilhante confere um sabor doce e crocante irresistível. Você vai precisar de:

  • 3 colheres (sopa) de milho para pipoca

  • 3 colheres (sopa) de açúcar

  • 2 colheres (sopa) de água

  • 2 colheres (sopa) de óleo (ou azeite, ou manteiga)

Aqueça o óleo numa panela em fogo baixo, acrescente o milho, tampe e sacuda de tempos em tempos. Quando o intervalo entre os estouros for superior a 3 segundos, desligue o fogo, transfira as pipocas para uma travessa e reserve.

Na panela vazia, derreta o açúcar, mexendo para que não grude. Quando a calda estiver dourada, retire a panela do fogo, junte a pipoca e mexa delicadamente com uma espátula até que todas estejam envolvidas pela calda. Sirva em seguida.

Bom proveito!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

LENDAS E MAIS LENDAS...

O VERDADEIRO DELEITE ESTÁ EM DESCOBRIR, E SEMPRE EXISTE ALGO INCRÍVEL ESPERANDO PARA SER DESCOBERTO.

Quando a noite cai e as sombras se alongam, histórias de lugares distantes, tempos esquecidos e seres que desafiam a lógica e a razão começam a ganhar vida. 

Desde priscas eras, mitos e lendas urbanas misturam o real e o imaginário, perpetuando mistérios que transcendem fronteiras e idiomas. Trazidos para o Brasil pelos colonizadores, Lobisomens, Vampiros e outros ícones do sobrenatural se juntaram ao Saci-Pererê, ao Curupira, à Mãe D'água e a outros membros ilustres do panteão folclórico tupiniquim, que também incorporou o Jack-o'-lantern da festa de Halloween, que chegou até nós de carona com as escolas de inglês.
 
A fama de conquistador rendeu ao político amazonense Bernardo Cabral o apelido de Boto TucuxiDurante o governo Collor, quando ministro da Justiça e da Agricultura, Cabral teve um tórrido affair com a então ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, que se tornou a quinta esposa de Chico Anysio em 1992, assegurando ao marido a alcunha de "humorista que se casou com a piada".

Reza o folclore amazônico que, nas noites de lua cheia do mês de julho, um boto-cor-de-rosa assume a forma de um homem bonito, vestindo terno, sapatos brancos e chapéu (que esconde suas narinas de boto), para seduzir caboclas ribeirinhas. Até pouco tempo atrás, filhos de mães solteiras eram chamados, naquela região, de "filhos do boto". 
 
Observação: Lendas envolvendo cetáceos com atos carnais e fetiches ictiofálicos remontam à Grécia Antiga, onde o golfinho simbolizava a luxúria, e à Roma Antiga, onde era associado ao culto da deusa do amor, talvez porque seus movimentos na água se assemelhassem aos do ato sexual. No entanto, a lenda do boto tucuxi só se estabeleceu no Brasil em meados do século XIX. 

a Lenda de Sleepy Hallow mistura elementos do folclore europeu com a atmosfera sombria da Nova Inglaterra, e é tida como a precursora das histórias de terror estadunidenses. Ela é ambientada na cidade fictícia de Sleepy Hallow, onde um sujeito se declara à filha de um rico fazendeiro, é rejeitado pela moça e desaparece misteriosamente quando volta para casa, deixando o cavalo, a sela, o chapéu e uma misteriosa abóbora despedaçada. A interpretação mais comum é de que ele foi morto pelo "cavaleiro sem cabeça", que vagava pelo vilarejo nas noites de Halloween em busca da cabeça perdida. 

Observação: Na série de televisão "Sleepy Hallow", o protagonista sobrevive ao encontro com o fantasma e passa a lutar contra forças sobrenaturais, mas essa versão não segue fielmente os eventos da história original. 
 
Mais ou menos na mesma linha e inspirada em Robert Raymond Robinson — que teve o rosto desfigurado aos 8 anos de idade e fazia caminhadas noturnas para não chocar as pessoas com sua aparência assustadora —, a Lenda do Homem Verde alude a um homem alto, de pele esverdeada e rosto desfigurado, que era visto de madrugada, vagando pelas estradas da região. Acredita-se que o termo "homem verde" se deva ao fato de as luzes dos carros se refletirem no uniforme militar de flanela que o homem costumava usar, ou pelo tom esverdeado de sua pele, decorrente da falta de sol.   
 
No México, a Lenda da Llorona narra a saga de uma mulher que, traída pelo amor de sua vida, afogou seus filhos, se suicidou e foi amaldiçoada a vagar eternamente pelos cursos d'água, chorando e buscando crianças para substituir os filhos mortos. Dizem que ouvi-la chorar é prenúncio de morte ou infortúnio. Na Venezuela, La Llorona é chamada de "La Sayona", e no Brasil, de "Mulher da Meia-Noite". 
 
A lenda do Cão Negro de Bungay — que remonta a 1577 e trata de um enorme cão negro que invadiu a Igreja de Saint Mary e matou várias pessoas teria inspirado Sir Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes e membro fundador da Sociedade para Pesquisas Psíquicas de Hampshire, a escrever o conto "O Cão dos Baskervilles". O conto foi publicado originalmente em capítulos na revista Strand Magazine, entre agosto de 1901 e abril de 1902, e envolve a morte de Sir Charles Baskerville, atribuída a um cão infernal que assombrava a família nos pântanos sombrios de Dartmoor, na Inglaterra.
 
Na Alemanha, a lenda do Flautista de Hamelin conta que um músico misterioso se ofereceu para livrar a cidade homônima de uma infestação de ratos. Usando sua flauta mágica, ele conduziu os roedores até o rio Weser, onde eles morreram afogados. Quando o conselho municipal se recusou a pagar o valor combinado pelo serviço, o músico usou a flauta para atrair as crianças da cidade até um local incerto e não sabido, e só as devolveu depois de receber o valor combinado. Diz-se que a partir de então nenhum habitante de Hamelin descumpriu uma promessa.

Observação: Bom seria se nossos políticos também se inspirassem nessa lenda, mas para isso os eleitores precisariam deixar claro para essa caterva que descumprir promessas pode ter consequências.
 
Segundo a lenda japonesa de Kuchisake-onna (ou "mulher da boca cortada"), uma mulher mutilada pelo marido ciumento percorre as ruas à noite, com o rosto escondido por uma máscara cirúrgica, e pergunta aos transeuntes se a acham bonita. Quem diz que não é morto a golpes de tesoura; quem responde que sim é apresentado a seu rosto sem máscara, e, se demonstra repulsa, tem a boca cortada para ficar parecido com ela. Essa história foi adaptada para o cinema e contada em mangás (histórias em quadrinhos). 
 
Na África do Sul, o Tokoloshe (equivalente Zulu aos sprites ingleses, yokai japoneses e duendes da mitologia nórdica) 
é descrito como um humanoide pequeno, mas muito poderoso, que é invocado por pessoas para fazer mal a seus desafetos. A crença nessa entidade é tamanha que os sul-africanos colocavam a cama sobre tijolos para não serem molestados durante o sono. 
 
Na Austrália, as Luzes Min-Min são associadas a espíritos ancestrais que vigiam a terra e seu povo. Elas são muito brilhantes e seguem os viajantes por longas distâncias. Segundo os aborígenes, quem tenta persegui-las nunca volta para contar a história. Várias hipóteses foram apresentadas ao longo dos anos, de fenômenos geofísicos como piezeletricidade a insetos com características bioluminescente, mas nenhuma foi comprovada, e as luzes continuam sendo um dos maiores mistérios da Austrália.
 
Parafraseando Joseph Campbell, "mitos são sonhos públicos, e sonhos, mitos privados". Em um mundo onde a realidade frequentemente supera a ficção, as lendas e o folclore refletem nossos desejos e medos. E uma história pode ser mais verdadeira do que a verdade, não por nos contar sobre como as coisas são, mas porque nos contam o que elas significam. 

terça-feira, 31 de outubro de 2023

HALLOWEEN



Enquanto convalescia no Alvorada, Lula se expressava pelas redes sociais; ao retomar o expediente, voltou a falar abertamente. Ao desmentir Haddad sobre o déficit público, derrubou o Ibovespa e ensejou mais uma alta do dólar, e ao classificar de "insanidade de Netanyahu" a contraofensiva dos judeus, deixou clara a necessidade de ser lembrado de que "em boca fechada não entra mosca". 
Bolsonaro, por sua vez, voltou a criticar o resultado das urnas: "Quis Deus me dar segunda vida e quatro anos de presidente da República. Houve um desastre no ano passado. Ninguém entende o que aconteceu, mas vamos considerar página virada. Vamos continuar lutando pelo nosso Brasil. Temos um legado.
A declaração é pecaminosa por invocar o nome do Senhor em vão, ofensiva porque todos sabem que o "desastre" aconteceu durante sua execrável gestão, equivocada por supor que ninguém compreende o que realmente sucedeu, e alucinada porque 2022 deixou de ser "página virada" no instante em que esse filho do Tinhoso passou a conspirar contra a vontade popular. O livro ainda está sendo escrito, mas, na realidade paralela em que vive o "mito", a história continua sendo a mesma lenda, só que muito mais mentirosa.
Tanto um quanto o outro não passam de populistas toscos, mas agem como feiticeiros que, com seu "abracadabra", dividem os brasileiros em dois grupos de fanáticos revolucionários. 

***

Não se sabe ao certo qual a origem do Hallowe'en — abreviação de All Hallows' Eve pela junção das palavras hallow (santo) e eve (véspera) —, mas acredita-se que tudo começou com o "Samhain" dos antigos celtas, que festejavam a passagem do ano em 31 de outubro. Visando atenuar o cheiro pagão que emanava da festa, o papa Gregório III mudou de 13 de maio para 1º de novembro a comemoração do "Dia de Todos os Santos", e Gregório IV estendeu sua participação a todos os católicos, visando enfraquecer o All Saints Day e o All Souls Day, que eram comemorados na ilhas britânicas nos dias 1 e 2 de novembro. 

 

Por influência dos ingleses, os EUA incorporaram o Hallowe'en ao calendário. Todo 31 de outubro, casas e ruas são decoradas com temas "assustadores", e crianças fantasiadas de bruxas, múmias, vampiros, fantasmas e caveiras ameaçam pregar peças em quem lhes negar guloseimas.

 

O pedido de doces remonta à antiga tradição celta de oferecer comida para apaziguar os maus espíritos, e a vela dentro da abóbora, ao folclore irlandês. Quanto ao indefectível "Jack-o'-lantern, reza a lenda que Jack era um beberrão que enganou o diabo e conseguiu escapar do inferno, mas foi aceito no céu, de modo que passou a vagar pelas noites, carregando uma lanterna improvisada não com uma abóbora, mas com um nabo iluminado por uma brasa de carvão.

 

Hallowe'en é o segundo feriado mais comercial entre os americanos, que gastam milhões de dólares em doces, festas e fantasias, inclusive para animais de estimação. No Brasil, a data se popularizou a partir de filmes e, mais recentemente, da Internet. As festas temáticas se tornaram comuns em escolas de idiomas e eventos culturais — para a alegria do comerciantes, que engordam o caixa vendendo doces, fantasias e decorações. 


Vale destacar que o Dia do Saci foi instituído no Brasil como forma de valorizar nosso folclore e a figura do Saci-Pererê, mas a iniciativa foi tão bem-sucedida quanto a campanha de Bolsonaro à reeleição. 


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (VIGÉSIMA SEXTA PARTE)

NÃO EXISTE SANTO SEM PASSADO NEM PECADOR SEM FUTURO. 

Na véspera do Halloween de 1938, Orson Welles transmitiu pela CBS uma peça de ficção (baseada no romance Guerra dos Mundos) que narrava uma invasão da Terra por marcianos. Milhares de americanos que não acompanharam a transmissão desde o início entraram em pânico.

 

"Marcianos" sempre foram os queridinhos dos escritores e roteiristas de ficção, até porque achava-se que Marte era nosso vizinho mais próximo. No entanto, sabe-se atualmente que Mercúrio esteve mais perto da Terra nos últimos 50 anos, e que Plutão não é o nono planeta de nosso sistema solar, mas, sim, o maior integrante do cinturão de Kuiper 

 

O primeiro avistamento de discos voadores foi registrado "oficialmente" em junho de 1947. Desde então, milhares de incidentes semelhantes ocorreram mundo afora. Já não se fala mais em "marcianos", porém sondas da Nasa revelaram indícios de vida no planeta vermelho. 

 

Em janeiro passado, a Curiosity identificou uma mistura de isótopos de carbono em rochas na cratera Gale e picos aleatórios e sazonais de metano — um gás produzido na Terra por atividade biológica. Mais recentemente, a Perseverance encontrou, nas cratera Jezero, camadas roxas semelhantes ao "verniz do deserto", que é produzido Terra por micróbios.

 

Não se pode afirmar taxativamente que Marte já foi habitado, até porque os indícios de atividade biológica podem ser explicados por aspectos geológicos ou químicos que os cientistas desconhecem. Mas isso talvez mude depois que os fragmentos trazidos de lá forem analisados por instrumentos altamente sofisticados. Quem sabe então tenhamos respostas a uma das perguntas mais antigas da humanidade. 

 

Continua...