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segunda-feira, 10 de junho de 2024

DICAS PARA MANTER O DESEMPENHO DO CELULAR NOS TRINQUES (CONTINUAÇÃO)

A CIRURGIA FOI UM SUCESSO, SÓ QUE O PACIENTE MORREU...

Operar um PC nos anos 1980 requeria noções de programação e capacidade de memorização de centenas de comandos baseados em texto e parâmetros. Como os computadores de então não dispunham de interface gráfica, o "prompt" — geralmente representado pela letra correspondente à partição do sistema seguida de dois pontos, de uma barra invertida e do sinal de "maior que" (C\:>, por exemplo) — era o ponto de entrada para a digitação de comandos, que tinham de ser inseridos cuidadosamente; um espaço a mais ou a menos, um caractere faltando ou sobrando ou qualquer erro de digitação resultava na exibição de mensagens de erro.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Depois que a Câmara aprovou "na miúda" a PEC que privatiza a orla nacional (resta saber o que o Senado fará a respeito), um novo debate inaugurado nos subterrâneos do Legislativo merece ser acompanhado de perto, pois estão sobre a mesa excentricidades como a criação de um novo tipo de seguro de saúde que, além de inseguro, é altamente insalubre. 
A pretexto de baratear tornar seus planos "mais palatáveis", as operadoras reivindicam a criação de uma modalidade que cobriria consultas e exames, mas não internações hospitalares. Na prática, o usuário receberia o diagnóstico, mas só seria tratado se furasse a fila do SUS. 
Já existe na praça uma modalidade lipoaspirada de plano, mas ela inclui hemodiálise, fisioterapia, quimioterapia e 24 horas de hospital em casos de urgência e emergência — procedimentos que as operadoras desejam expurgar. A ideia é antiga e já foi refutada anteriormente, mas ressurgiu após o cancelamento unilateral de 35 mil planos individuais.
O imperador da Câmara trocou uma trégua na suspensão dos contratos pela inclusão de uma proposta inovadora na pauta do Legislativo, mas falta definir inovação. Para os 51 milhões usuários, uma boa novidade seria a conversão da ANS numa repartição capaz de abrir a planilha de custos das operadoras, punir violações contratuais e trazer os reajustes dos planos para dentro da curva da inflação oficial.
 
Microsoft criou o Window em 1985, inicialmente como uma interface gráfica baseada no MS-DOS. O Win95 já era um sistema operacional semi-autônomo, mas o cordão umbilical só foi cortado com o lançamento do XP, em 2001, que foi baseado no kernel do Windows NT (versão do sistema voltada ao mercado corporativo). Mesmo assim, os usuários domésticos que não fizessem um curso intensivo de informática enfrentavam sérias dificuldades para operar seus microcomputadores. 

Observação: Para dar uma ideia do tamanho da encrenca, o manual que acompanhava o Windows 3.1 tinha centenas de páginas com informações (nem sempre muito claras) que a gente precisava consultar regularmente, até porque não havia outras opções de pesquisa. Isso mudaria mais adiante com o lançamento das saudosas revistas INFO/Exame, PC WORLD, PC Magazine e PC&Cia (sem falar nas coleções Curso Dinâmico de Hardware e Guia Fácil Informática, da lavra deste humilde blogueiro).
 
Ao transformou em microcomputador ultraportátil o que até então era um telefone móvel de longo alcance, Steve Jobs obrigou a concorrência a seguir as pegadas do Apple iPhone. Hoje, a maioria dos smartphones dispõe de processamento, memória e armazenamento suficiente suficiente para suprir a maioria das necessidades da maioria dos usuários medianos, mas
 tarefas como edição de vídeo, design gráfico, jogos de alta performance e desenvolvimento de software ainda requerem telas de grandes dimensões, teclado físico, mouse e uma configuração de hardware (processador, memória RAM, armazenamento etc.) com mais "poder de fogo".
 
Reiniciar (ou desligar e tornar a ligar)
 dispositivos eletroeletrônicos que estão lentos ou travando é quase uma “regra universal” da tecnologia, pois descarrega a energia dos transístores, capacitores, indutores etc. e esvazia as memórias voláteis. No caso específico dos PCs e smartphones, esse procedimento encerra os aplicativos e o sistema operacional, eliminando, por tabela, as causas da lentidão ou do travamento

É importante manter o sistema e os programas atualizados, dispor de uma ferramenta antimalware, baixar aplicativos exclusivamente de fontes confiáveis (como a Google Play Store e as lojas oficiais dos fabricantes dos aparelhos) e conceder somente as permissões necessárias (um gravador de voz, p. ex., não tem motivo para acessar sua agenda ou sua lista de contatos). 

A configuração de hardware "ideal" depende do perfil e do bolso do usuário, mas comprar um smartphone com menos de 6GB de RAM e de 128GB de armazenamento é economia porca (clique aqui para saber mais sobre "obsolescência programada"). Considerando que modelos "premium" custam mais de R$ 10 mil, assegure-se de que o aparelho que você tem em vista traga a versão mais recente do sistema operacional

O Google atualiza o Android a cada 12 meses (em média), mas os smartphones não recebem atualizações indefinidamente. Por outro lado, um dispositivo que não recebe mais upgrades de versão pode continuar se beneficiando das atualizações de segurança liberadas para a versão do sistema em que ele "estacionou". Como não existe uma padronização, o jeito é verificar a data de lançamento do aparelho. 

Observação: A Samsung oferece até 4 anos de atualização do Android e até 5 anos de patches de segurança para os modelos mais recentes, mas os anteriores a 2021 têm direito a penas 3 anos de atualizações do sistema e 4 anos de patches de segurança. A Motorola oferece 2 atualizações de Android para a maioria dos aparelhos, e de 2 a 4 anos de atualizações de segurança. A Xiaomi oferece 3 atualizações do Android para modelos mais recentes (séries Mi e Redmi Note) e 2 anos para os demais, além de 4 anos de pacotes de segurança para todos os modelos. Consulte o site do respectivo fabricante para obter informações mais precisas
 
Continua...

sábado, 2 de março de 2024

O FIM DO SUPORTE AO WIN10 E O CHROME OS FLEX

SÓ O IMPOSSÍVEL ACONTECE. O POSSÍVEL APENAS SE REPETE.

 

Quatro dias depois de Bolsonaro ter manifestado o desejo de "passar uma borracha no passado", a PF esclarece que a história ainda nem foi escrita. Autorizados por Alexandre de Moraes, os agentes prenderam três suspeitos de financiar ações que resultaram no 8 de janeiro.
Ao exercitar o negacionismo historiográfico na Avenida Paulista, o ex-presidente disse: "Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas e empresariais para o seu lado, isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil". Quem ouviu ficou com a impressão de que a trama que resultou no ataque às sedes dos Poderes foi uma tentativa de golpe por geração espontânea. O caos golpista incluiu bloqueio de refinaria, derrubada de torres de transmissão de energia, baderna no dia da diplomação do eleito, um ato terrorista abortado nas proximidades do aeroporto de Brasília e uma mobilização de dois meses na frente dos quartéis. No QG de Brasília, a mordomia oferecida aos bolsonaristas golpistas (se me perdoam a redundância) incluía de churrascadas a massagens. Nada disso se faz sem dinheiro. 
A PF entregou as provas que fundamentam as condenações dos autores do quebra-quebra, e cerca Bolsonaro e alguns dos políticos e militares que apoiaram a intentona golpista. A inclusão do elo dos financiadores nessa corrente é crucial para eliminar a ficção do golpismo espontâneo, mas o mapeamento do dinheiro avança mais lentamente do que seria de desejar.

A evolução tecnológica substitui produtos de ponta por outros ainda mais avançados em intervalos de tempo cada vez mais curtos. Hardware mais poderoso leva ao desenvolvimento de sistemas e programas mais exigentes, que demandam ainda mais recursos do aparelho. 

Esse "círculo virtuoso" induz os usuários a aposentar desktops, notebooks, tablets e smartphones com poucos anos de uso e em boas condições de funcionamento. A boa notícia é que isso estimula o consumo; a má é que a grana anda curta, de modo que pouca gente pode se dar ao luxo de acompanhar essa ciranda. 

O Windows 11 não roda bem (ou simplesmente não roda) em máquinas antigas e/ou de configuração espartana, sobretudo se equipadas com jurássicos drives de disco rígidoPara piorar, próxima atualização deve exigir uma instrução não suportada por chips AMD lançados antes de 2006 e Intel anteriores a 2008. Essa incompatibilidade fará com que ainda mais usuários permaneçam com o Windows 10 (ou voltem para ele, dependendo do caso). E como nada é tão ruim que não possa piorar, a Microsoft vai encerrar o suporte ao Win10 em outubro do ano que vem. 

Sem o Windows 10, cerca de 240 milhões de PCs irão para o lixo se seus usuários não aceitarem usar um software desatualizado (e, consequentemente, ainda mais inseguro) ou adotar uma distribuição Linux ou o ChromeOS Flex — sistema operacional de código aberto baseado no kernel do Linux, desenvolvido pelo Google para o Chromecast, mas que se tornou uma opção interessante para quem usa o computador basicamente para navegar na Web e rodar aplicativos baseados na nuvem. 

Nas pegadas do anúncio da Microsoft, a gigante de Mountain View divulgou uma lista com 11 razões para as empresas adotarem o ChromeOS Flexque é mais leve do que o Windows e o macOS (em outras palavras, sopa no mel para usar em máquinas antigas e de configuração chinfrim). Tanto o ChromeOS "original" quanto o Flex são baseados na nuvem e têm como recursos principais as ferramentas do GoogleGmail, YouTube, Docs, Meet e, claro, o navegador Chrome
 
Segundo o Google, o ChromeOS Flex é atualizado constantemente, demanda até 19% energia que outros sistemas operacionais, dispõe de mecanismos de proteção como criptografia e sandbox e é fácil de usar por qualquer pessoa familiarizada com o Google Chrome

Embora ChromeOS Flex seja gratuito e rode em máquinas de configuração modesta, sua instalação está longe de ser um primor de simplicidade. Para mais detalhes, clique aqui.  

sábado, 4 de novembro de 2023

SENHAS E SENSORES DE IMPRESSÃO DIGITAL

QUANDO TODAS AS OPINIÕES SÃO SUBJETIVAS, NENHUMA RESOLUÇÃO ABSOLUTA PODE SER ALCANÇADA.

O tema da segurança pública ressurgiu como uma unha encravada nos pés de barro do Estado brasileiro. Ao expor debilidades crônicas de governos estaduais de direita, como o do Rio de Janeiro, e de esquerda, como o da Bahia, torna-se um desafio suprapartidário Em âmbito federal, ameaça a popularidade de Lula.

O descaso e a inépcia bloqueiam há duas décadas o uso do remédio disponível na prateleira, que nasceu de sugestões de especialistas em 2003, mas foi engavetado e assim permaneceu até 2012, quando o Planalto enviou ao Congresso um projeto de lei — que permaneceu no freezer por seis anos. 
Em 2018, quando o então presidente Temer decretou intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro, a proposta foi aprovada em ritmo emergencial na Câmara e no Senado, mas, para gáudio do crime organizado, a nova lei virou letra morta. Com um pé no Ministério da Justiça e outro no STF, Flávio Dino acena com a hipótese de retirar a lei do papel.

Segurança pública no Brasil não é problema de organograma. Nem de armamentismo selvagem, dar tiros a esmo ou enviar novos "pacotes" ao Congresso Nacional. Concebido como política de Estado, O Susp segue a filosofia do SUS ao prever a integração das ações e o compartilhamento de dados de todos os órgãos de segurança do país em âmbito federal, estadual e municipal. O plano seria elaborado pelo Ministério da Segurança Pública e atravessaria diferentes mandatos, com prazo de implementação de 10 anos. 

Em 2020, dois anos após a publicação da lei, estados e municípios deveriam ter levado à vitrine planos locais, sob pena de deixar de receber verbas federais. Àquela altura, o inquilino do Planalto era Bolsonaro, cuja política de segurança trocou medidas estruturais pela liberalização indiscriminada de armas e deixou perneta o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas, que deveria funcionar como o Datasus, que reúne todos os dados da saúde pública no Brasil.

Na área da segurança, o controle das armas virou ficção. Dino reverteu a flexibilização armamentista, mas responde às mazelas conjunturais com a adoção de medidas emergenciais que se revelaram historicamente ineficazes. Lula faz por pressão o que se absteve de realizar há 20 anos, quando refugou as sugestões de especialistas. Mas suas novas providências no setor de segurança de Lula parecerão pouco sem a efetivação do compromisso de Dino de colocar o Susp em pé — o que incluiria a criação de conselhos estaduais e municipais de segurança, a fixação de metas aferíveis anualmente e a instituição de uma conferência nacional para avaliar, a cada cinco anos, a eficácia da estratégia unificada de combate à criminalidade.


***


A informática e a Internet contribuíram sobremaneira para a popularização das senhas, mas o Antigo Testamento (em Juízes 12: 1-15) registra que a palavra "xibolete" (do hebraico שבולת, que significa "espiga") funcionava como "senha linguística" para identificar um grupo de indivíduos.
 
Em 1961, o MIT desenvolveu o Compatible Time-Sharing System para evitar que alguns estudantes monopolizassem os computadores, mas os nerds logo descobriram como burlar a exigência da senha e se livrar da incomodativa limitação de tempo. 

No âmbito das transações financeiras em solo tupiniquim, a autenticação por senha foi implementada em 1983 nos caixas eletrônicos — a primeira máquina foi instalada pelo Itaú no município paulista de Campinas. Já o cartão de crédito surgiu no começo do século passado, inicialmente como alternativa para clientes de redes de hotéis e petroleiras comprarem a crédito nos próprios estabelecimentos. A primeira versão para uso no comércio em geral foi o Diners Club Card, que chegou ao Brasil em meados dos anos 1950.

Nos anos 1980, fraudadores lesavam as operadoras de cartões valendo-se dos dados que recuperavam a partir do papel-carbono dos formulários usados nas maquininhas manuais. Quando as empresas contra-atacaram com as tarjas magnéticas, eles responderam com os "chupa-cabras", ensejando a adoção do microchip a substituição da assinatura pela senha digital. E o resto é história recente.
 
A "força" da senha deve ser compatível com a importância daquilo que ela se destina a proteger. Uma senha de 4 algarismos é suficiente para o logon no Windows, mas fraca demais para ser usada em serviços de webmail, redes sociais e que tais. Netbanking, então, nem pensar. 

Uma combinação de 9 das 26 letras do alfabeto levaria mais de uma década para ser "quebrada" por um ataque leve — com 10 mil guesses por segundo —, mas resistiria poucas horas a um ataque moderado — com 1 bilhão de guesses por segundo. Já uma senha de 20 dígitos demoraria 63 quatriliões de anos para ser quebrada por um ataque leve e 628 bilhões de anos no caso de um ataque moderado. E a segurança aumenta ainda mais quando letras maiúsculas e minúsculas são combinadas com algarismos e caracteres especiais (-, %, &, $, #, @ etc.).
 
Devido ao preço "salgado" dos microcomputadores no alvorecer da "Era PC", a mesma máquina costumava ser compartilhada por todos os membros da família 
— o que era economicamente interessante, mas desastroso do ponto de vista da privacidade. Diane disso, a Microsoft tornou o Windows "multiusuário" e implementou uma política de contas e senhas de acesso. Isso não resolvia o problema do compartilhamento, mas limitava o acesso de cada usuário a suas próprias pastas e arquivos. Mas logo se descobriu que bastava pressionar a tecla Esc para "pular" a tela de logon (essa falha foi sanada no Win XP, que foi desenvolvido a partir do kernel do WinNT).
 
O lançamento do iPhone, em 2007, foi um divisor de águas entre os dumbphones de então e os smartphones de a partir de então. Seis anos depois, a Apple tornou a inovar com a integração do Touch ID (sensor de impressão digital) ao botão "Home" do iPhone 5, permitindo o uso da impressão digital para desbloquear o aparelho.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

GOOGLE E ANDROID — UM POUCO DE HISTÓRIA

ESQUECER É UMA NECESSIDADE. A VIDA É UMA LOUSA, EM QUE O DESTINO, PARA ESCREVER UM NOVO CASO, PRECISA DE APAGAR O CASO ESCRITO.

 

Em outubro de 2003, Andy Rubin, Rich Miner, Nick Sears e Chris White fundaram a Android Inc. O propósito original era desenvolver um sistema inovador para câmeras digitais, mas o que acabou sendo criado foi um SO mobile baseado no kernel do Linux, mas com uma interface simples e funcional. 

Dois anos depois, a empresa foi comprada pelo Google, que se tornou concorrente da Microsoft (desenvolvedora do Windows Mobile) e da Apple (fabricante do iPhone e criadora do iOS). Batizado de Sooner, seu primeiro protótipo de celular lembrava o BlackBerry, mas o furor causado pelo LG Prada e pelo iPhone levou à substituição do teclado físico por uma versão touch. 
 
O primeiro Android comercial foi lançado oficialmente em 22 de outubro de 2008. Hoje, o robozinho verde é o sistema mais utilizado no mundo — não só em smartphones, mas também em netbooks, smartbooks, câmeras digitais, tocadores de mp3, telefones fixos, smart tv’s, smart watches, consoles de videogames, e por aí vai. 

Já o mecanismo de buscas mais popular do planeta foi desenvolvido por Larry Page e Sergey Brin, em meados dos anos 1990, e batizado de BackRub! Posteriormente, o nome foi mudado para Google — um trocadilho com o termo "gugol", que representa o número 1 seguido de 100 zeros. 
 
A empresa Google Inc. foi fundada em 4 de setembro de 1998. Mais adiante, o lançamento de ferramentas como GMail, Google Earth, Google Talk, Google Reader, Google Analytics, Google Maps, Google Docs e a aquisição do Youtube, transformaram o pequeno quarto de dois estudantes universitários na maior empresa de internet do planeta.

terça-feira, 5 de julho de 2022

A IRRITANTE DEMORA NA INICIALIZAÇÃO DO PC (CONTINUAÇÃO)

QUEM NASCE BURRO NÃO MORRE CAVALO.


A título de curiosidade, transcrevo abaixo um resumo elementar da inicialização do computador, lembrando cada máquina será tão rápida quanto o for seu componente mais lento — ou o componente mais lento envolvido num determinado processo (para entender melhor essa questão clique aqui).

 

Quando pressionamos o botão “power” (liga/desliga), o BIOS acessa a memória CMOS (o tal circuito integrado que grava informações referentes ao hardware), reconhece os componentes (memórias, placas gráfica e de som, etc.), faz o autoteste (para saber se tudo foi inicializado da maneira correta) e, se tudo estiver nos conformes, procura os arquivos de inicialização do sistema operacional a partir da memória de massa (HDD ou SSD) ou de um dispositivo externo (pendrive, DVD, etc.), de acordo a ordem pré-configurada no CMOS Setup. Em seguida, o BIOS lê o setor zero (ou trilha zero) do HDD, onde fica armazenado o Master Boot Record (um arquivo de apenas 512 bytes), responsável pela inicialização do sistema operacional. 


Observação: Note que pendrives, DVDs, CDs e os jurássicos disquetes de boot emulam esse setor zero; no caso do Windows, o MBR verifica qual partição do disco rígido está ativa (configurada como Master) e inicializa o “setor um” dessa unidade lógica, cuja “missão” se resume a carregar o “setor dois”.

 

A etapa seguinte consiste na leitura de um arquivo de configuração de boot (Boot Loader ou, no caso específico do WindowsNTLDR), a partir do qual o kernel (núcleo) do sistema é iniciado. Da mesma forma que o BIOS funciona como um elo de ligação entre hardware e sistema, o kernel serve para estabelecer a comunicação entre hardware e software, e nessa fase é ele quem assume o controle do computador. kernel carrega os arquivos principais e as informações básicas do sistema, incluindo o Registro do Windows (ou Registry, como queiram), e relaciona os componentes de hardware aos respectivos drivers e o software às DLLs, mas limitando-se às operações essenciais para a inicialização do sistema, de modo a não sobrecarregar a memória primária e forçar o uso da memória virtual. Depois que a tela de logon é exibida e o usuário insere suas credenciais, os aplicativos configurados para pegar iniciar junto com o sistema são carregados. 

 

Antes de encerrar esta breve exposição, torno a frisar que que o tempo de inicialização depende diretamente do hardware (notadamente da RAM, do processador e do HDD), mas também pode variar por conta do inchaço do nosso perfil de usuário, da quantidade de drivers e processos que são iniciados com o sistema e do número de programas instalados (cada novo aplicativo que instalamos cria novas entradas no Registro e nem sempre as elimina quando são desinstalados). 


Embora ofereça ferramentas para limpeza, desfragmentação dos dados e correção de erros no disco, o Windows não incluiu um utilitário para limpeza do Registro, e a Microsoft não recomenda o uso de soluções de terceiros. Eu sempre usei o CCleaner e o Advanced System Care e obtive bons resultados, mas até aí morreu o Neves.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Windows x macOS x Linux (Final)

SER LOUCO É A ÚNICA MANEIRA DE SER SÃO EM UM MUNDO INSANO.


O que foi dito ao longo desta sequência permite-nos concluir que Windows, macOS e Linux se equivalem em muitos aspectos, ainda que cada um tenha vantagens e desvantagens em relação aos demais. 

Por ser o mais popular dos três, o sistema da Microsoft é o mais visado pelos cibercriminosos. O macOS é menos inseguro, mas não tão seguro quanto o Linux. Em última análise, todo software está sujeito a bugs e brechas de segurança, e o elo mais frágil dessa corrente costuma ser o próprio usuário.

Dos três concorrentes, o Pinguim (*) é o mais rápido, o mais seguro, o único totalmente gratuito e que o usuário pode modificar e personalizar a seu gosto. As distros são leves, sendo possível instalá-las em um pendrive, mas cada qual disponibiliza recursos que as demais não oferecem, de modo que dispôr de duas ou mais versões pode ser uma boa ideia. 

Por outro lado, a curva de aprendizado dessa plataforma tende a afugentar leigos e iniciantes. Além disso, é raro encontrar um PC de grife com uma distro pré-instalada. A Dell inclui essa opção na lista de personalizações que oferece em seu website, mas os computadores da marca são comercializados somente em lojas próprias. Não faltam ao Linux ferramentas de produção de mídia e codificação, mas, na comparação com os concorrentes, seu ecossistema de apps é pobre. Quanto a games, nem seria preciso dizer que o Windows é imbatível. E ainda que “Linuxista que se preza não usa antivírus”, essas ferramentas existem e não faltam motivos que justifiquem sua utilização.

Diferentemente do sistema da Microsoft, que vem pré-instalado na maioria dos PCs de grife, o macOS só roda em aparelhos da Apple. A marca sempre se destacou pela excelência de seus produtos  e sempre cobrou mais caro por isso. Embora disponha de excelentes ferramentas para designers e editores de mídia, o sistema Maçã é menos pródigo em aplicativos do que o Windows, e as opções disponibilizadas pela App Store custam os olhos da cara.

Se dinheiro não for problema e segurança for uma de suas preocupações, fique com a Apple — mas lembre-se de instalar uma suíte de segurança, pois o volume de ameaças direcionadas a essa plataforma mais que dobrou, em 2020. O Pinguim é o mais seguro das três plataformas, porém usá-lo requer uma expertise que a maioria de nós não possui.

(*) O “Tux” — um pinguim gorducho e de ar satisfeito — foi criado por Larry Ewing, mas a ideia de usar essa ave como mascote oficial do sistema operativo Gnu/Linux é atribuída a Linus Torvalds, que criou o kernel do Linux.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Windows x macOS X Linux (Parte V)

SE FERRADURA TROUXESSE SORTE, BURRO NÃO PUXARIA CARROÇA.

O Windows e o macOS são sistemas parecidos, contam com funcionalidades equivalentes e com um respeitável ecossistema de apps — o que não é o caso do Linux. Mas toda mudança implica uma adaptação, e o sistema operacional não é exceção. O que varia é o tempo que cada usuário leva para “reaprender” a trabalhar com o computador.   

No Windows há uma barra de menus em cada janela; no macOS, os menus do aplicativo que está em execução são exibidos na barra superior. Eu demorei a me acostumar com isso — e com a posição dos botões de fechar (vermelho), minimizar (amarelo) e ampliar (verde), que não ficam no canto superior direito da janela, mas sim no esquerdo. 


Diferentemente do que acontece no Windows, o terceiro botãozinho da esquerda para a direita (que no macOS é verde) não “maximiza” a janela. O que ele faz é exibi-la da forma mais eficiente possível (levando em conta o conteúdo), mas cada programa interpreta esse botão a sua maneira, e o resultado é imprevisível: a janela pode ficar do mesmo tamanho, aumentar somente a altura e até diminuir. 

 

Também causa estranheza o comportamento do sistema quando clicamos no “x” que fecha a janela. No Windows, essa ação encerra o aplicativo; no macOS, ela simplesmente facha a janela — ou seja, o programa continua carregado na RAM até clicarmos com o botão direito sobre seu ícone na Dock e selecionarmos a opção Encerrar (ou pressionarmos o atalho Command + Q). 

 

Observação: No Windows, a Barra de tarefas fica alinhada à borda inferior da tela; no macOS, uma “Dock” com aplicativos e pastas importantes — incluindo o ícone da Lixeira (que a Apple chama de “Lixo”) desempenha esse papel. Na área de trabalho (que a Apple chama de “mesa”), os ícones se posicionam automaticamente do lado direito da tela. 

 

Nos teclados padronizados para Windows, a tecla com o logo do sistema da Microsoft faz o papel da tecla “Command”, que faz as vezes da tecla Control em atalhos como Ctrl + C e Ctrl + V (que passam a ser Command + C e Command + V). Para atualizar uma página, usamos o atalho Command + R em vez da tecla o F5 (coisa que eu demorei a descobrir). Para desligar o computador, clicamos no ícone da maçã, na barra superior da tela, e selecionamos a opção Desligar.

 

O Finder equivale ao Explorador de Arquivos, mas eles não se comportem exatamente da mesma maneira. Por alguma razão, a tecla Enter serve para renomear o arquivo selecionado; para abri-lo é preciso teclar Command + O (no iTunes, curiosamente, a tecla Enter “abre” a música ou vídeo). Ao pressionarmos a barra de espaço, o macOS exibe uma pré-visualização do arquivo selecionado. 

 

As ferramentas fornecidas pela Apple são mais “intuitivas” do que as da Microsoft. O Time Machine, por exemplo, é um utilitário de backup como o que integra o Windows, só que muito mais amigável. Basta conectar um drive externo e dar um clique para o Time Machine fazer backups automaticamente; para recuperar um arquivo, é só abrir o aplicativo, “voltar no tempo” e restaurar o dito-cujo (ou retornar o sistema inteiro para uma determinada data, como se faz com a Restauração do Sistema da Microsoft). 

 

As interfaces bem desenhadas dos apps para o macOS passam a impressão de um cuidado maior com o visual. A gente logo se acostuma e deixa de reparar, mas basta retornar ao Windows para as diferenças saltarem aos olhos (embora sejam menos perceptíveis no Win11, cujo visual é mais caprichado que o das versões anteriores). 

 

Ainda que não faltem programas gratuitos na App Store, o Windows dá de lavada quando se trata de games. E o mesmo vale para programas freeware: diversos apps gratuitos que eu uso no sistema da Microsoft não estão disponíveis para o da Apple, e os que tem versão comercial custam muito mais caro. Por outro lado, o macOS traz menos bloatware, e os programas nativos que o acompanham facilitam tarefas como edição vídeos e de áudios, transferência de fotos para o computador, e por aí vai. 

 

O macOS é mais fácil de instalar e oferece atualizações mais rápidas e menos problemáticas. Sempre que lança uma nova versão do sistema, a Apple a disponibiliza gratuitamente para qualquer Mac que a suporte. É fato que Microsoft transformou o Windows em serviço em 2015 e passou a atualizá-lo semestralmente sem ônus para o usuário, mas aí decidiu lançar o Win11 e impor uma série de restrições ao upgrade. 

 

A segurança é outro aspecto digno de nota (voltaremos a esse assunto mais adiante). Embora não seja invulnerável, o macOS (e o iOS) é menos inseguro que o Windows (e o Android), sobretudo porque tem menos usuários (ou vítimas em potencial, do ponto de vista dos cibercriminosos), mas também porque seu kernel (núcleo) é baseado em BSD e conta com um esquema de permissões mais sofisticado (mais detalhes nesta postagem).

 

Observação: Se você migrar e precisar rodar programas exclusivos para Windows, mas não quiser abrir mão do hardware da Apple, saiba que é possível instalar o sistema da Microsoft no Mac, embora não seja possível executar o macOS em um computador que não seja da marca da maçã.

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Windows x macOS x Linux (PARTE II)  

QUEM PENSA MAL PECA, MAS NÃO RARO ADIVINHA.

No alvorecer da computação pessoal as máquinas não tinham disco rígido, sistema operacional nem interface gráfica. Operá-las exigia conhecimentos de programação e a memorização de um sem-número de comandos de prompt


O Windows foi lançado em 1985 como uma interface gráfica baseada no MS-DOS e  batizado inicialmente de Interface Manager. Quase dez anos antes, a Apple projetou um computador operável a partir de informações dispostas numa tela onde o usuário podia se organizar de maneira gráfica. Mas isso não significa que Steve Jobs inventou a GUI (Graphical User Interface). Ela foi criada pela Xerox Park, que também criou o mouse, a Ethernet, o P2P e a cópia reprográfica, mas não fruiu de boa parte do que criou, pois não tinha interesse em fabricar computadores de pequeno porte.

 

Depois de uma visita de Mr. Jobs à Xerox, a Apple criou um computador com interface baseada em ícones  que representavam graficamente um documento ou uma aplicação  e uma barra de menu desdobrável (pull-down) exibindo todos os menus logo nas primeiras linhas da tela. O mouse, que originalmente tinha três botões, passou a ter apenas um no Lisa, e o fato de a interface exigir pelo menos duas ações para cada ícone — uma para selecionar e outra para executar o programa ou arquivo — originou o conceito do duplo clique.

 

No final dos anos 1980, vários desenvolvedores criaram interfaces gráficas para estações Unix — sistema que daria origem ao Linux —, mas a lei da selva vale tanto no mundo real como na digital, e apenas a Apple e a Microsoft sobreviveram. 


Em1984, um ano antes de Bill Gates lançar o Windows, Jobs criou o System, que mais adiante atenderia por Mac OS e, posteriormente, por macOS. Sua interface foi desde sempre mais simples e intuitiva que a do Windows e as das distros Linux — aliás, a Microsoft “se inspirou” no macOS para introduzir no Win11 a barra de tarefas centralizada (que a Apple chama de Dock), os cantos arredondados das janelas, a continuidade, a seção de Widgets e a capacidade de executar apps de smartphones, entre outras inovações.

 

Ao contrário do Windows, que pode ser utilizado em computadores de diferentes fabricantes, o sistema da Apple roda somente em equipamentos da marca, e sua compatibilidade com periféricos é limitada. Talvez por isso, a despeito da excelência de seus produtos, a "Maçã" sempre vendeu menos computadores que os concorrentes (o preço exorbitante também “ajuda a atrapalhar”).

 

O Linux foi criado em 1991 pelo programador finlandês Linus Torvalds. Trata-se de um sistema totalmente gratuito e adaptável, cujo código fonte possui licença GPL. Isso significa que qualquer pessoa pode baixá-lo e customizar como desejar. Por serem largamente utilizadas por geeks, nerds e afins, suas distros são consideradas pouco amigáveis, e a fama procede em parte: a compatibilidade com dispositivos de hardware periféricos e boa parte das aplicações mais populares entre usuários do Windows é limitada.

 

O Linux em si é apenas o kernel (núcleo) do sistema. Sua função é controlar as interações do hardware com o software. Os usuários precisam de outros programas, como editor de texto, navegador, games, redes sociais etc. É aí que entram as "distros", que englobam o kernel, os aplicativos e os utilitários. Existem centenas delas, cada qual com suas peculiaridades, o que as torna menos ou mais indicadas para este ou aquele usuário. A escolha passa por preferências pessoais, já que depende diretamente daquilo que a pessoa pretende fazer no computador. 


Embora mantenha as características herdadas do Debian GNU/Linux, preferido por nove de cada dez hackers, desenvolvedores e administradores de sistemas experientes, o Ubuntu é mais amigável aos usuários finais do que a distro que o originou. E por ser muito bem adaptado a desktops e ter interface amigável e semelhante à do Windows, tornou-se popular entre os egressos do sistema da Microsoft


Assim como o Debian, o Ubuntu também deu origem a outras distros, como é o caso do Kubuntu, que traz o KDE como ambiente gráfico padrão, e o Edubuntu, voltado para o uso educacional.


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