A MILITÂNCIA BOLSONARISTA É COMO A TORCIDA CUJO TIME GANHA COM UM PÊNALTI INEXISTENTE, MAS CONTINUA DEFENDENDO SUAS CORES.
No alvorecer da computação
pessoal as máquinas não tinham disco rígido nem sistema operacional. Tampouco
havia interface gráfica ou mouse. Operar os PCs de então exigia
conhecimentos de programação, expertise e boa memória para decorar
centenas de comandos de prompt e digitá-los
corretamente, pois qualquer letra, cifra, espaço ou caractere a mais ou faltando resultava em
mensagens de erro.
A GUI — sigla de Graphical User Interface, ou interface gráfica do usuário —,
desenvolvida pela Xerox nos longínquos anos 1970 e
popularizada pela Apple na década seguinte, pôs ordem no
caos ao permitir a interação com a máquina através de um dispositivo apontador
(mouse), combinado com elementos
gráficos e outros indicadores visuais (janelas, menus, ícones, caixas de
seleção etc.).
O Windows, que nasceu
em 1985 como uma interface gráfica que
rodava no MS-DOS, só se popularizou a partir da edição 3.0, lançada em 1990, que podia ser
usada por qualquer pessoa, mesmo que não tivesse conhecimentos de programação.
Observação: A
interface gráfica se baseia numa combinação de tecnologias e dispositivos para
fornecer a plataforma a partir da qual o usuário interage com o sistema. Nos
PCs, a combinação mais conhecida é o WIMP,
baseada em janelas, ícones, menus e ponteiros, onde o mouse é utilizado para
movimentar o cursor pela tela e efetuar os comandos através de seleções e
“cliques”.
Como nos ensinou o oncologista Nelson Teich na coletiva que concedeu à imprensa por ocasião de sua
demissão do ministério da Saúde, “a vida
é feita de escolhas”. E a Xerox,
pioneira no desenvolvimento de interfaces
gráficas, não explorou devidamente a inovação que desenvolveu porque não escolheu não fabricar computadores de
pequeno porte. Assim, a companhia cujo nome se tornou sinônimo de cópia reprográfica no Brasil vale,
hoje, uma fração do que valia nas décadas de 80/90, embora tenha desenvolvido e
fabricado computadores e impressoras a laser, criado a Ethernet, o peer-to-peer,
o desktop, o mouse e por aí afora.
Steve Jobs, pioneiro no uso da interface
gráfica em seus microcomputadores, só desenvolveu sua versão depois de "fazer uma visita" à Xerox,
no Vale do Silício. E ele não
foi o único a “copiar” uma tecnologia da empresa com o intuito de lucrar, mas isso é outra história e fica
para uma outra vez. Aliás, quando Microsoft lançou
o Windows, a Apple já
estava anos-luz à sua frente.
Observação: Jobs não conheceu Teich e, portanto, não aprendeu a lição que o ministro ministrou em seu discurso de adeus. Por apostar na arquitetura fechada e no software proprietário, a Apple, a despeito da excelência de seus
produtos (e dos preços estratosféricos, sobretudo no Brasil), sempre vendeu menos
computadores do que a concorrência. Seu sistema macOS alcança 17,7% dos computadores pessoais (no âmbito mundial),
enquanto a quota-parte que toca ao Windows
é de 77,6%. Aliás, o mesmo quadro se delineia com os ultraportáteis: enquanto
sistema móvel Android (do Google) alcança
74,14% dos usuários de smartphones, o iOS
mal passa dos 25%.
Como vimos anteriormente, até a versão 95 do Windows o MS-DOS era o sistema operacional
propriamente dito, e uma de seus maiores inconvenientes era ser monotarefa.
Ainda que a interface se
valesse de alguns artifícios para burlar essa limitação do sistema, era impossível, por
exemplo, mandar um documento de texto para a impressora e usar a calculadora
enquanto a impressão não terminasse.
Mas não há bem que sempre dure nem mal que nunca termine, e o DOS foi perdendo o protagonismo
com o passar do tempo. Depois de seis versões e outras tantas atualizações, o sistema deixou
de ser oferecido na modalidade stand alone, embora continuasse atuando
nos bastidores do Windows 9.x/ME, até que, com o lançamento do Windows XP, baseado na plataforma e no kernel do Win NT, esse cordão umbilical fosse finalmente cortado.
Embora seja bem mais fácil, rápido e cômodo operar o computador
através da interface gráfica, usando o mouse para selecionar e clicar ícones,
botões, menus e caixas de diálogo, as versões mais recentes do Windows, a atual inclusive, ainda contam
com um interpretador
de linha de comando, até porque determinadas tarefas requerem acesso
diferenciado aos recursos do computador (como é o caso de diagnósticos de rede,
manutenções avançadas do sistema e por aí vai) e não podem ser executadas
através da interface gráfica. Aliás, a partir do Windows 8/8.1 a Microsoft
passou a oferecer dois interpretadores de linha de comando: o prompt
de comando tradicional e o Windows Power Shell.
Para acessar o DOS nas edições 9.x do Windows, bastava pressionar o
botão Desligar e
selecionar a opção Reiniciar o
computador em modo MS-DOS (ou equivalente). A partir da edição XP, o que passou a ser exibido em vez
do DOS propriamente dito foi
um prompt de comando capaz de emular
as funcionalidades do velho sistema. Um dos caminhos para acessá-lo é clicar em Iniciar > Todos os Programas >
Acessórios > Prompt de Comando ou simplesmente teclar WIN+R e digitar cmd na caixa de diálogo do menu Executar.
Note que nem todos os comandos usados com o jurássico command.com (interpretador padrão do Windows 3.x/9x e ME) funcionam com o cmd.exe (seu
equivalente no XP/Vista/7) ou com o "novo" PowerShell (substituto
do prompt tradicional no Windows 8.1 e 10). E
recíproca é verdadeira.
Continua...