domingo, 21 de julho de 2024

O QUE É DE GOSTO REGALA A VIDA (PARTE III)

O TEMPO PERDIDO JAMAIS É RECUPERADO; SEMPRE QUE DIZEMOS QUE TEMOS TEMPO DE SOBRA DESCOBRIMOS QUE NOS FALTA TEMPO.

 

Ainda sobre as delícias da carne vermelha (assunto dos dois últimos domingos), veremos hoje como preparar Steak Tartare e quibes crus, fritos e de bandeja. A postagem do dia 7 explica como limpar a peça de filé-mignon, separá-la em cabeça, lateral, miolo e ponta e cortar em chateaubriands, torneadores, medalhões ou escalopes. Para as receitas de hoje, sugiro moer a cabeça e/ou a lateral e/ou a ponta da peça, lembrando patinho, alcatra ou outra carne magra de sua preferência pode substituir o filé (neste caso específico) sem comprometer o resultado. Dito isso, passemos ao que interessa.
 
O Steak Tartare — também conhecido como Filé Tártaro — é uma prato russo feito com carne crua que você pode servir como aperitivo, entrada ou prato principal. Os ingredientes (para uma pessoa) são os seguintes: 
 
— 150g de filé-mignon moído ou picada na ponta faca; 
— 1 colher (sobremesa) de cebola ralada; 
— 1 colher (café) de alcaparras (que você pode substituir por azeitonas verdes picadas); 
— 2 colheres (chá) de cheiro verde (salsinha e cebolinha) picado; 
— 1 colher (chá) de molho inglês; 
— 1 colher (sopa) de mostarda; 
— Suco de 1 limão (taiti ou siciliano);
—  1 gema de ovo; 
— Azeite de oliva extravirgem para regar e sal, pimenta do reino, pimenta caiena e molho tabasco para temperar.
 
Passe a carne duas vezes pelo moedor (ou corte em tirinhas, sempre contra o sentido das fibras, e pique com a ponta de uma faca bem afiada), junte a cebola ralada, a salsinha e a cebolinha picadas e misture gentilmente (usando as mãos ou uma colher de pau) enquanto rega com um fio de azeite e adiciona o sal, as pimentas e os demais temperos. Faça uma “bola” com a carne, coloque num prato, achate com a mão até formar um "hamburgão" e pressione o centro com o polegar, de modo a criar a concavidade que vai acomodar a gema do ovo (crua, segundo a receita original, mas você pode cozinhar o ovo e usar a clara para decorar). Leve à geladeira para resfriar e sirva com torradinhas ou batatas chips dispostas volta do prato.
 
ObservaçãoMinha releitura pessoal inclui alface picado, ervilhas em conserva, rodelas de tomate e de palmito. Depois de acomodar a carne na parte central do prato e colocar a gema cozida na concavidade, eu distribuo esses ingredientes em volta, acrescento a clara picada e rego tudo com um fio de azeite.
 
Passando agora aos quibes, você vai precisar de:
 
— 1kg de carne moída duas vezes;
— ½kg de trigo para quibe (fino e de boa qualidade);
— 3 cebolas grandes;
— 4 dentes de alho;
— 2 colheres (sopa) de tempero árabe (canela, noz-moscada, cominho e pimenta da Jamaica, moídas e misturadas em partes iguais);
— 1 xícara (chá) de salsinha fresca;
— 1 xícara (chá) de hortelã bem fresquinha (use só as folhas);
— Azeite extravirgem, sal e pimenta a gosto.
 
Lave o trigo até a água ficar limpa e deixe de molho por aproximadamente 15 minutos. Nesse entretempo, pique, processe ou bata no liquidificador o alho, as cebolas, a salsinha e a hortelã, junte a carne, regue com um fio de azeite, acrescente o tempero árabe, acerte o ponto do sal e torne a processar por mais 30 segundos. Escorra a água, passe o trigo por uma peneira ou um pano limpo, espremendo até remover toda a umidade.
 
A esta altura, existem duas possibilidades: se for fazer quibes crus ou de bandeja, junte a carne temperada e processada com o trigo lavado e escorrido, molhe as mãos em água gelada, misture até obter uma pasta homogênea, cubra com um pano e deixe no refrigerador por aproximadamente ½ hora. Se for fazer quibes fritos, divida a carne em duas porções iguais, junte o trigo escorrido a uma delas e proceda conforme o tópico anterior. 
 
Enquanto a massa descansa na geladeira, derreta uma colher (sopa) de manteiga — com um fio de azeite para não queimar —, doure duas cebolas grandes raladas e cozinhe a metade remanescente da carne temperada e processada. Acerte o ponto do sal, acrescente duas colheres de suco de limão, tempere com pimenta do reino a gosto, coloque na geladeira e deixe descansar por 30 minutos.
 
Retire a carne da geladeira, torne a molhar as mãos em água gelada e molde os quibes crus (vide figura à direita), decore-os com folhas de hortelã e sirva com pão sírio, cebola em pétalas ou em rodelas, limão em gomos ou em fatias e azeite extravirgem.
 
Para o quibe de bandeja, divida a massa em duas, espalhe uma metade numa travessa refratária untada, disponha uma camada de cebola picadinha refogada na manteiga, cubra com a outra metade, pincele com manteiga, risque desenhos em forma de losango e leve ao forno (pré-aquecido a 180°) por cerca de 40 minutos ou até a superfície ficar dourada. Corte então os losangos e sirva quente, com o acompanhamento de sua preferência.

 
Para quibes fritos, molhe as mãos em água gelada, faça bolinhas de massa com aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, fure cada uma delas com o dedo indicador, rode na palma da mão para que dar o formato de um pequeno ovo de páscoa, adicione o recheio que você preparou, feche as pontas, frite em óleo bem quente, transfira para uma travessa forrada com papel-toalha, enfeite com folhas de hortelã e sirva com gomos de limão para espremer e pimenta tabasco (também fica gostos com mostarda e ketchup).
 
Dica: Experimente substituir a carne moída do recheio dos quibes por requeijão cremoso ou Polenguinho sabor gorgonzola.
 
Bom apetite.

sábado, 20 de julho de 2024

CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO? (PARTE II)

AS MÍDIAS SOCIAIS DERAM DIREITO DE FALA A APEDEUTAS QUE ATÉ ENTÃO SÓ FALAVAM DE POLÍTICA NA MESA DO BAR, DEPOIS DE ENTORNAR MEIA DÚZIA DE BREJAS.

 
A fabricante de carrocerias Grassi começou a montar ônibus no Brasil em 1908 (e continuou montando até 1970) e a Ford, a montar o Modelo T (que foi carinhosamente apelidado de "Ford Bigode") em 1919. A General Motors implantou sua linha de montagem em 1925 e a Harvester começou a montar caminhões em 1926. Mas os automóveis feitos aqui só começaram a trafegar pelas ruas e estradas tupiniquins em 1945; até então, o Brasil mantinha uma frota envelhecida de carros, utilitários e caminhões americanos e europeus dos anos 30. Mas não há nada como o tempo para passar. 
 
De 1941 até o fim da Segunda Guerra Mundial, o número de fábricas de autopeças cresceu dez vezes no Brasil. Entre 1945 e 1952, o país gastou mais com veículos e produtos automotivos do que importando petróleo e derivados ou trigo. No início da década de 50, carros ingleses e alemães começaram a disputar espaço com os americanos. Em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek (aquele dos 50 anos em 5) instituiu o GEIA, mas aí veio o golpe de 64 e as barreiras 
quase impostas às importações pelos retrógrados governos militares. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A decisão da PGR de denunciar ao STF os detratores de Alexandre de Moraes e família ainda vai dar pano pra manga. Em fevereiro, a PF concluiu a investigação sem indiciar ninguém, mas o Maquiavel de Marília determinou a realização de diligências complementares. 
Depois que o delegado do caso, Hiroshi Sakaki, foi substituído pelo chefe dele, Thiago Severo, a severidade se abateu sobre o inquérito, elevando-o da trilha do arquivo para o ápice de um triplo indiciamento: Desconsiderando o parecer técnico da própria PGR, o procurador-geral Paulo Gonet decidiu denunciar os acusados. 
Há inquéritos que sobem e inquéritos que descem. No caso da agressão sofrida pelo ministro Alexandre, assistiu-se ao sobe e desce no âmbito de um mesmo inquérito. A gangorra deixou bamba a denúncia da PGR: embora nenhum dos denunciados disponha de foro privilegiado, caberá ao STF decidir se os envia ou não ao banco dos réus.
 
O câmbio manual reinou absoluto até 1969, quando a Ford lançou uma versão mais requintada do Galaxie com transmissão automática de 3 velocidades por comando hidráulico (que era sinônimo de respostas lentas e consumo elevado). Mais adiante, o Ford Del Rey (edição premium do Corcel II), o Chevrolet Opala (e suas versões Comodoro e Diplomata), o Monza, também da GM, e o Volkswagen Santana ganharam caixas automáticas de 3 e 4 velocidades (controlados por um processador, que as tornava mais rápidas e precisas que a do Landau). Mas todos venderam bem menos do que os modelos com câmbio manual.
 
Com o fim da reserva de mercado e a liberação das importações no governo Collor, nossas "carroças" ganharam injeção eletrônica de combustível, freios ABS, travas e vidros elétricos, ar-condicionado e outros mimos impensáveis no tempo dos jurássicos fuscas, brasílias, chevettes, corcéis e assemelhados. Os primeiros motores a álcool surgiram no final dos anos 1970, mas eram carburados, e o slogan "Carro a álcool, você ainda vai ter um" ganhou ares de praga de madrinha. O advento da injeção eletrônica possibilitou o desenvolvimento dos motores "flexíveis", capazes de funcionar com gasolina, álcool ou uma mistura desses dois combustíveis em qualquer proporção, já que a centralina faz os ajustes necessários automaticamente. Mas isso é outra conversa.
 
Ainda que tardiamente, os brasileiros foram seduzidos pelo conforto proporcionado pelo câmbio automático. Isso inclui aqueles que não abrem mão de uma tocada mais esportiva, já que a troca de marchas "sequencial" proporciona um desempenho semelhante (quando não superior) ao dos veículos com câmbio manual. O questão é que, a exemplo dos pães de forma, que custam mais caro na versão sem casca, a eliminação do pedal de embreagem aumenta o preço final dos veículos de 5% a 20% (conforme a marca e o modelo).
 
De olho nos consumidores que não hesitariam em dar adeus pedal da embreagem se a alternativa não custasse tão caro, a Fiat lançou o Palio Citymatic em 1999. Nesse modelo, a embreagem era acionada por um sensor na alavanca de câmbio que percebia quando o motorista tirava o pé do acelerador. Mas o fiasco de vendas foi tamanho que a GM só apresentou sua versão de câmbio automatizado em 2007, com a Meriva Easytronic — e logo foi seguida pela VW e pela Ford
 
Tanto o câmbio automático "puro" (com conversor de torque) quanto o automatizado (ou robotizado) desobrigam o motorista de acionar a embreagem e trocar manualmente as marchas, mas são tecnologias diferentes. Os automatizados são menos caros e mais fáceis de manter porque utilizam a mesma caixa de câmbio manual combinada com um "robô" que aciona a embreagem e troca das marchas. Veremos isso em detalhes ao longo dos próximos capítulos. 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

DE VOLTA À VELOCIDADE DA LUZ E AS VIAGENS NO TEMPO (PARTE IV)

NÃO COMPREENDO AS PESSOAS, A POLÍTICA, A CORRUPÇÃO E NEM MESMO O BRASIL, MAS ABOMINO A CEGUEIRA INTELECTUAL PRODUZIDA PELA ABJETA POLARIZAÇÃO.

Dizem que os tucanos (falo dos peessedebistas, não da ave usada pelo partido em seu logo) são tão indecisos que mijam no corredor quando o imóvel tem mais de um banheiro. Mas falta de consenso não é uma exclusividade do tucanato nem da política. Nas prateleiras da astronomia (não confundir com "astrologia"), o consenso é artigo permanentemente em falta. 
 
Por mais bem aceita que seja a Teoria do Big Bang, o modelo cosmológico atual e a idade do universo são contestados de tempos em tempos. Fala-se até que
 própria expansão do cosmos pode ser uma ilusão. Segundo o portal Live Science, sabe-se que o cosmos está em expansão devido ao aumento do desvio da luz para o vermelho à medida que as galáxias se afastam mais e mais do nosso sistema solar.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Estaria rico quem tivesse ganhado R$ 100 por cada besteira que Lula verbalizou desde o início do atual (e queira Deus derradeiro) mandato, mas fiquemos com a entrevista à Rádio Sociedade, na qual ele ensinou que a independência do Brasil foi um "grande conchavão" da elite que governava o país na época. Não vou entrar no mérito, mas não posso deixar de reconhecer que, de "conchavão, o presidente entende como ninguém. 
O Mensalão foi um "grande conchavão" entre a elite do PT e do Congresso Nacional, com pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor dos projetos do primeiro governo Lula. A impunidade dos mensaleiros foi outro “grande conchavão” que incluiu o indulto de Natal concedido por Dilma a sentenciados do quilates de José Dirceu e Valdemar Costa Neto, que saíram juntos da cadeia e hoje atuam em polos ideológicos supostamente opostos. 
O Petrolão foi mais um "grande conchavão" entre empresários companheiros e diretores indicados por Lula e seus aliados para setores da Petrobras, com os primeiros levando boladas bilionárias em contratos públicos em troca do pagamento de propina aos demais. A impunidade dos envolvidos no maior esquema de suborno da história do Brasil também foi um "grande conchavão" que uniu lulistas, tucanos e Centrão a bolsonaristas interessados em livrar o clã Bolsonaro das investigações de peculato em gabinetes passados. Os ministros das cortes supremas indicados nos governos de PT, PSDB e Bolsonaro somaram seus votos para aliviar a barra dos acusados de corrupção e lavagem de dinheiro no Petrolão e da prática de "rachadinha".
A retaliação contra juízes e procuradores da finada Lava-Jato foi mais um “grande conchavão” da mesma elite política, econômica, judicial e midiática, que resultou em piruetas na lei para cassar o mandato de deputado de Deltan Dallagnol, em processos contra Sergio Moro — até por piada de "prisão" de festa junina — e em afastamentos e procedimentos disciplinares contra a ex-juíza Gabriela Hardt e desembargadores do TRF-4 que ousaram referendar condenações no âmbito da força-tarefa anticorrupção.
O orçamento secreto, desvelado em 2020, foi igualmente um "grande conchavão" que institucionalizou os esquemas anteriores durante o governo Bolsonaro, para garantir a distribuição de verbas públicas conforme a conveniência da cúpula do Poder Legislativo, sendo mantido, de modo maquiado, no terceiro mandato de Lula, mesmo após o STF ter declarado sua inconstitucionalidade e o atual presidente ter chamado o mecanismo, durante sua campanha eleitoral, de “fonte do maior esquema de corrupção da história do país”.
A volta de empresários amigos de Lula à cena do crime em Brasília também foi um "grande conchavão" que resultou em medida provisória conveniente no setor elétrico e seleção para concluir a mais escandalosa refinaria de todos os tempos. Isto sem falar nas "coincidências" dos leilões de milho e arroz estatal, ou da megalicitação da Secom para a publicidade governista.
De conchavão em conchavão, o país vem perdendo a sua independência para uma casta privilegiada que tudo pode e se autoriza a fazer, inclusive em Portugal, como evidencia o Gilmarpalooza, em nome da mesma democracia diariamente solapada por ela. As elites colonizadoras das instituições se reúnem anualmente em Lisboa para ditar os rumos brasileiros, enquanto Lula, seu maior beneficiário, posa de defensor do povo.
Triste Brasil.
 
Tempos atrás, a
 constante cosmológica — também conhecida como lambda (Λ) — levou os cientistas a concluírem que a velocidade da expansão do cosmos vem aumentando. No entanto, ela foi descrita por Einstein há mais de 100 anos, e desde então vem sendo um desafio para os cosmólogos. Buscando explicar discrepâncias entre as previsões teóricas e as observações reais, a existência de novas partículas ou forças foram propostas. Mas o professor Lucas Lombriser, da Universidade de Genebra, sugere que o universo não está se expandindo, mas é plano e estático, como Einstein propôs inicialmente. A constante cosmológica ainda varia com o tempo, mas essa variação se deve à mudança da massa das partículas (hipótese dificilmente poderá ser verificada empiricamente no medio prazo.
 
Não se sabe quanto tempo a inflação levou para desaguar no Big Bang, mas sua natureza quântica sugere que a expansão do cosmos terminou em algumas regiões e continua acontecendo em outras, dando azo à teoria do multiverso. Se o Universo fosse finito e esférico, uma espaçonave que viajasse em linha reta por tempo suficiente voltaria ao ponto de partida. Como tudo indica que ele é infinitamente maior que sua porção observável, quanto mais longe os telescópios alcançam, mais "enxergamos" o passado, e menos evoluído o cosmos se nos apresenta. 

É possível que existam múltiplos universos semelhantes ao nosso e no mesmo espaço-tempo, ainda que com algumas diferenças fundamentais. Mas todos estariam abrigados em um universo real e tenderiam ao infinito em progressão exponencial. Essa teoria foi proposta nos anos 1950 pelo físico Hugh Everett. Segundo ele, quando se realiza um experimento quântico com diferentes resultados possíveis, cada resultado ocorre em cada multiverso paralelo. Outra teoria sustenta que o cosmos seria uma bolha que incha, e existiriam mais universos com a mesma aparência, todos imersos em um mar energizado e em eterna expansão. Essas bolhas se expandiriam em um vácuo infinito a tal velocidade que jamais poderiam se encontrar. 
 
Observação: Ainda que a inflação tenha gerado inúmeros universos dentro de um multiverso, a quantidade de realidades possíveis não são teorias em si, mas previsões de certas teorias que sugerem a existência de fenômenos impossíveis de ser observados. A relatividade geral prevê o interior de buracos negros — lugares que nunca poderemos acessar, mas que, apesar de não poderem ser estudados diretamente, fazem parte do pacote. E o mesmo se aplica aos 
universos paralelos em teorias como as da inflação infinita e da mecânica quântica.
 
Talvez existam inúmeras versões de cada um de nós vivendo em inúmeros universos semelhantes ou completamente diferentes. A cada decisão que tomamos, os outros "nós" podem fazer escolhas diferentes em seus universos paralelos (a soma dos universos paralelos quânticos é chamada de Espaço Hilbert ou Multiverso de Nível 3). 

No experimento do gato de Schröedinger, um gato é trancado numa caixa e um único átomo decide se ele vai morrer ou sobreviver. Segundo a interpretação de Copenhague, o felino está em um estado de sobreposição quântica — vivo e morto ao mesmo tempo —, e seu futuro será decidido no momento em que a caixa for aberta. Na interpretação de Everett, o universo se separa em dois; num deles, o gato está vivo, e no outro, ele está morto. Cada uma das múltiplas realidades fica permanentemente conectada aos estados do átomo, e só participa de um dos universos paralelos, que, uma vez separados, seguem seus próprios caminhos sem jamais interagir com os demais.
 
A existência dos universos paralelos parece menos absurda quando fazemos uma analogia o mundo dos computadores. Diferentemente dos bits da computação tradicional, que assumem apenas um valor por vez (0 ou 1), os bits quânticos (qubits) podem assumir os valores 0, 1 ou 0 e 1 ao mesmo tempo. Na esteira desse raciocínio, 
tudo que pode acontecer no Multiverso de Nível 3 realmente acontece. Em vez de colapsara, a partícula quântica ocupa todos os lugares, dando origem a múltiplas realidades diferentes no Espaço Hilbert

Em última análise, tudo o que observamos é esquisito e confuso. Mas Richard Feynman não disse que ninguém realmente compreende a mecânica quântica?

Continua...

quinta-feira, 18 de julho de 2024

CÂMBIO MANUAL, AUTOMÁTICO OU AUTOMATIZADO?

NENHUM VENTO É FAVORÁVEL QUANDO SE NAVEGA SEM DESTINO

Um século antes da "Era das Grandes Navegações" os chineses contornaram a África, deram meia volta nas proximidades da Tanzânia (percorrendo quase o dobro da distância entre Brasil e Portugal) e aportaram no litoral do Maranhão ou de Pernambuco. 


Navegação de São Brandão, escrita na Irlanda em 900 d.C., narra a saga um monge irlandês que explorou as águas do Atlântico em 556 d.C. e encontrou a fabulosa terra de Hy Brazil, "cheia de bosques e grandes rios recheados de peixes". Bem antes disso, lá pelo século I a.C., o romano Diodorus Siculus anotou num dos 40 tomos que compõem a Bibliotheca Historica que um certo capitão fenício singrou o "Oceano Ocidental" e chegou a uma "grande terra, fértil e de clima delicioso", mas a descoberta foi mantida em segredo para evitar que outros povos explorassem o lugar. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


O tiro que não matou Trump feriu de morte o plano de reeleição de Biden. Embora tenha desviado o foco da mídia da decrepitude chapada do candidato democrata à reeleição, o sniper sem pontaria potencializou o favoritismo do republicano e animou Bolsonaro, que almeja "ver seu ídolo na posse" — esquecendo de lembrar (ou lembrando de esquecer) que ele pode estar gozando férias compulsórias na Papuda em janeiro do ano que vem. 
O bolsonarismo enxerga um eventual retorno de Trump à Casa Branca como parte da estratégia para obter no Brasil a reabilitação política de seu "mito". O senador Ciro Nogueira vê na vitória de Trump um estímulo para o Congresso cancelar a inelegibilidade imposta pelo TSE ao ex-presidente e futuro presidiário e anular até eventuais futuras sentenças criminais do Supremo, inclusive no inquérito sobre tentativa de golpe de Estado.
Como disse o padre Antonio Vieira, "cada um sonha como vive". Uma tormenta judicial parece aproximar Bolsonaro de um pesadelo, mas o avanço de Trump rumo à Casa Branca inspirou a instalação de um acampamento bolsonarista no mundo da Lua.

 
Do ponto de vista da tecnologia, o mundo avançou mais nos últimos 150 anos do que da invenção da roda ao final do século XIX. A viagem que Cabral levou 40 dias para fazer em 1500 hoje é feita em 10 dias por mar e em pouco mais de 9 horas por ar (o Concorde, aposentado em 2003 por questões de segurança, fazia esse percurso em pouco mais de 4 horas; o Aerion AS3, que atinge 5.513 km/h, é capaz de fazê-lo em cerca de 3 horas). 


Mas algumas "novidades" não são "tão novas" quanto se costuma imaginar. A camisinha de látex, por exemplo, começou a ser fabricada em 1901, mas os chineses já usavam preservativos feitos com papel de seda e óleos lubrificantes no século X a.C.. O telefone celular, também por exemplo, começou a se popularizar nos anos 1990, mas a Bel Labs criou seu primeiro protótipo em 1947 e a Ericsson, em 1956. 


A transmissão automática foi patenteada em 1904, mas sua aplicação em automóveis só se tornou dali a 3 décadas, depois que dois engenheiros brasileiros aprimoraram o sistema e o venderam à General Motors. Como a gasolina custava US$ 0,27 o galão, o conforto compensava o aumento no consumo, e a novidade logo caiu no gosto os norte-americanos (as gerações mais novas sequer aprenderam a usar câmbio manual). 


No Brasil, porém, o custo de manutenção, a escassez de mão de obra especializada e o preço da gasolina fizeram com que os veículos automáticos fossem vistos com desconfiança até alguns anos atrás. Mas não há nada como o tempo para passar.


Continua...

quarta-feira, 17 de julho de 2024

A ANTESSALA DO CAOS

Na Assembleia Nacional Constituinte pós Revolução Francesa, jacobinos (que apoiavam mudanças radicais e reformas sociais) se sentavam à esquerda e girondinos (que defendiam a manutenção do status quo e uma abordagem mais conservadora), à direita. Assim surgiu conceito que logo foi adotado mundialmente para descrever diferentes visões políticas e ideológicas e continua sendo usado até hoje, a despeito de o contexto político-social ter mudado sobremaneira desde o final do século XVII.  

O crescimento do populismo e do autoritarismo em diversas partes do mundo deu azo ao surgimento de "líderes" (não confundir com "estadistas") "de esquerda", como Lula et caterva, e "de direita", como Bolsonaro et caterva. Da feita que essa dicotomia rasa tende a ignorar as nuances de cada espectro e as transformações que eles sofreram ao longo do tempo, algumas visões e perspectivas acabam não se encaixando em lugar nenhum. 
 
Os EUA eram vistos como paradigma pela maioria dos países mundo afora, mas foram contaminados pela abjeta polarização e vêm dando sinais claros de decadência. Suas instituições não barraram o troglodita que incitou uma invasão do Capitólio (qualquer semelhança com Bolsonaro e o 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes não é mera coincidência) e foi condenado criminalmenteBiden está claramente senil, e como nada é tão ruim que não possa piorar, o atentado malsucedido do último sábado (13) empurrou uma das mais cruciais campanhas eleitorais da história americana para beira do abismo. 
 
A menos de quatro meses da eleição, o primitivismo antidemocrático está tinindo nos cascos. O que seria apenas a formalização de uma candidatura ganhou ares de canonização depois que Trump foi convertido pelo fortuito em vítima do ódio político que cultua e estimula. A bala que não o matou feriu mortalmente a já claudicante campanha de Biden, que até o último sábado ralava para convencer financiadores e aliados de que não está gagá. Agora, além de não brigar com a própria língua, o macróbio terá de guerrear contra uma miragem exibida nas redes sociais com sangue no rosto, punho erguido, a bandeira americana como pano de fundo e a trilha sonora "Lutar, lutar, lutar". 
 
Trump não foi o primeiro chefe de Estado ou candidato à Casa Branca a sofrer atentados — foram 16 ao todo, entre os quais Lincoln, Garfield, McKinley e Kennedy morreram no exercício do mandato 
—, mas foi o único que teve a candidatura formalizada menos de 48 horas depois de escapar da morte, o que lhe dá uma aura de "escolhido de Deus" — ou do Diabo, que, pelo visto, não gosta de concorrência. A exemplo de Adélio Bispo — o "lobo solitário" que esfaqueou Bolsonaro em setembro de 2018 —, o sniper sem pontaria Thomas Matthew Crooks teria agido de moto próprio.
 
Observação: Adélio foi considerado inimputável e está custodiado na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), que, segundo ele, está impregnada de "energia satânica". Não se sabe quem bancou sua defesa — segundo os advogados, o dinheiro veio do próprio cliente e de doações de simpatizantes. O napoleão de hospício que não come merda nem rasga dinheiro disse que usou uma faca porque "uma arma de fogo era cara demais para um ex-pedreiro e ex-garçom desempregado", mas viajou para Juiz de Fora com quatro smartphones e um notebook e pagou adiantado (e em dinheiro) duas semanas de hospedagem numa pensão cuja dona e outro hóspede com quem ele teve contato morreram dias depois da facada. 
 
Se Crooks tivesse explodido a cabeça do candidato à presidência de um país onde a base fanática da extrema direita ainda acredita na lorota de que o falastrão derrotou Biden em 2020, mas foi impedido de tomar posse, seria a vitória do caos. Por esse ângulo, o inesperado não impôs o pior à maior democracia norte-americana 
— que, não obstante, está sujeita a graves sortilégios. A Suprema Corte (de maioria reacionária) decidiu que ex-presidentes têm imunidade absoluta na esfera criminal para atos que digam respeito ao exercício do cargo e só podem ser processados no caso de ações não relacionadas ao mandato. A exemplo de seu líder, a parte trumpista dos republicanos no Congresso (a maioria do partido) não reconhece os limites impostos pela democracia.

Observação: No Brasil o TSE e o STF serviram de barreira de contenção ao golpismo, mas nada há na legislação ou na jurisprudência americanas que impeça o presidente de se comportar como um ditador. Um dos limites poderia ser o Congresso, mas a chance de Trump se eleger com maioria nas duas Casas é real.
 
Dizer que Trump está eleito é contar com o ovo na cloaca da galinha, mas a decrepitude chapada de Biden é periclitante para aqueles que se importam com os valores da civilidade democrática. Caso o peruquento vença e conquiste maioria no Congresso, é possível que a ditadura da maioria se instale naquela que já foi 
a democracia mais poderosa do planeta. O jornal britânico The Guardian noticiou que, segundo uma pesquisa realizada em junho, 10% dos norte-americanos apoiam violência contra Trump e 7% apoiam violência a favor dele — ou seja, 44 milhões de pessoas acham natural que alguém mate ou morra por causa de uma eleição. 

A selvageria tomou conta de ambos os espectros da política. A notória decadência do debate público privilegia a eleição de inimigos, o sentimento constante de ameaça e as imagens beligerantes. A imensa maioria não vai passar da ideia à prática, mas basta um para a tragédia. Parafraseando a jornalista filipina Maria Ressa, ganhadora do Nobel da Paz, enquanto nada mudar, a coisa vai piorar antes de melhorar.

terça-feira, 16 de julho de 2024

AINDA SOBRE O TERRAPLANISMO E 0 MODELO COSMOLÓGICO

SE O PROBLEMA TIVER SOLUÇÃO, NÃO SE PREOCUPE, POIS ELA VIRÁ. SE O PROBLEMA NÃO TIVER SOLUÇÃO, DE NADA VAI ADIANTAR VOCÊ SE PREOCUPAR.

 

O fato de existirem sectários do terraplanismo em pleno século XXI se deve a uma combinação de fatores psicológicos, sociais e culturais que eu resumiria como estupidez em estado puro


Não faltam motivos para desconfiar das instituições governamentais, mas refutar evidências científicas e abraçar teorias conspiratórias, como a de que as grandes potências escondem a verdade sobre o verdadeiro formato Terra, é coisa de napoleão de hospício. Por outro lado, essas aleivosias oferecem explicações simplificadas para questões complexas, e isso as torna atraentes para quem tem apenas dois neurônios em curto-circuito. 


Observação: Se essa récua de alienados fosse minimamente instruída (e não fartamente estrumada), poder-se-ia dizer que a aleivosia resulta de uma interpretação equivocada da Navalha de Occam — segundo a qual a melhor solução é a que apresenta a menor quantidade de premissas possíveis, mas isso é outra conversa.


Com a popularização da Internet e das redes sociais, a mídia deixou de dominar as massas e passou a ser controlada por elas. As massas são despreparadas, ignorantes, rudes e perniciosas, mas quem dá voz a burros perde o direito de reclamar dos zurros. 


A "prova de fogo" para a validação de uma teoria é a observação experimental. Medições feitas a partir de telescópios espaciais ultra sofisticados reafirmaram o Big Bang como a teoria mais bem aceita quando se trata da origem e evolução do Universo, mas isso não a torna "definitiva".


Ao promulgar a Constituição de 1988, Ulysses Guimarães afirmou que ela não era perfeita (e que ela própria o reconhecia ao admitir reforma). Mutatis mutandis, o mesmo vale para o Modelo Cosmológico Padrão, e a recente descoberta de galáxias mais distantes (e ainda mais antigas) justifica por si só uma revisão.

 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


O atentado que Trump sofreu no último sábado reposicionou as peças no tabuleiro da disputa presidencial americana. A pré-candidatura do peruquento, que havia acusado o golpe da condenação criminal em maio, ganhou novo fôlego graças ao sniper incompetente. Resta a quem prefere o democrata caduco ao republicano maluco torcer para que a pontaria do próximo atirador seja melhor. 
Em banânia, o episódio reacendeu a teoria conspiratória segundo a qual a facada desfechada pelo inimputável de fancaria no bucho de Bolsonaro foi uma armação que serviu de pretexto para o "mito" fugir dos debates televisivos, onde seria trucidado pela oratória de Ciro Gomes. 
O deputado André Janones, um dos aliados mais ferrenhos de Lula, postou nas redes sociais: "Agora sabemos o que o miliciano foi fazer nos EUA assim que deixou a presidência. É a 'Fakeada' fazendo escola". 

 

Galáxias são coleções de centenas de bilhões de estrelas ligadas gravitacionalmente entre si. Como tudo mais, elas estão sujeitas à ação do tempo e sofrem de uma espécie de problema de idade — que os cientistas vêm estudado para compreender melhor a evolução espaço-tempo cósmico. 


De acordo com o modelo padrão, a matéria teria começado a ser formar na época do universo primordial (cerca de 400 mil anos depois do Big Bang), quando elétrons e prótons se atraíram e formaram os primeiros átomos de hidrogênio. 


Até então, tudo que existia eram partículas livres dividindo o espaço-tempo com partículas fundamentais da radiação eletromagnética, e a fusão nuclear desses elementos deu origem a todos os demais elementos químicos conhecidos.

 

As primeiras estrelas se formaram a partir de nuvens de gás primordiais. Quando seu combustível (hidrogênio e hélio) esgotou, elas colapsaram em supernovas — que podem produzir um brilho milhões de vezes maior que o da estrela antes da explosão, bem como gerar uma força gravitacional suficiente para formar galáxias. 


O modelo padrão permite cotejar a distância dos corpos celestes com sua idade relativa ao Big Bang pela cor de sua luz — o desvio para o vermelho leva em conta a expansão do Universo e, consequentemente, o afastamento entre as galáxias, e as distâncias medidas pela observação não podem ser alteradas.


A idade surge do modelo teórico de um universo em expansão previsto pela Teoria da Relatividade Geral, mas o Webb encontrou galáxias com desvios (para o vermelho) maiores que o previsto e, portanto, com idades superiores às pressupostas pela teoria do Big Bang


Observação: Hubble já havia encontrado indícios de galáxias mais antigas, mas as observações que ele permitia eram bem mais limitadas. As novas imagens mostram galáxias bem formadas que aparecem cedo demais na evolução cósmica, sugerindo que o Big Bang precisa ser atualizado à luz dessas novas observações.

 

A pergunta que se coloca é: teria havido um período de rápida formação de galáxias primordiais seguido por outro em que novas galáxias levaram mais tempo para se formar? 


A resposta pode estar em teorias alternativas, como a que pressupõe a existência de épocas intermediárias na evolução do cosmos. Como anotou o físico Marcelo Gleiser em O Caldeirão Azul, nenhuma teoria criada pelo homem é perfeita; a realidade é sempre um pouco mais complexa.

 

Que o digam os terraplanistas.  

segunda-feira, 15 de julho de 2024

MAIS UMA ALTERNATIVA AO MS-WORD

QUEM TEM DOIS TEM UM; QUEM TEM UM NÃO TEM NENHUM.

 

No final dos anos 1980, quando o Windows ainda era uma interface gráfica que rodava no MS-DOS, a Microsoft reuniu num "pacote" o Word (processador de textos), o Excel (gerenciador de planilhas) e o Power Point (ferramenta para criação e exibição de apresentações), dando origem ao MS Office, que mais adiante agregou o Access (gerenciamento de banco de dados), o Outlook (misto de agenda e cliente de correio eletrônico), o OneNote (para anotações, coleta de informações e colaboração multiusuário) e o Publisher (para publicações online). O sucesso foi retumbante: a versão 1.0, lançada em novembro de 1990, fez da gigante de Redmond a primeira empresa a alcançar a marca de US$ bilhão em vendas/ano.

 

Como os demais produtos da Microsoft, o Office sempre foi caro, mas o advento de programas similares gratuitos levou a empresa a comercializar sua suíte em várias versões, com preços variando conforme os elementos incorporados, criar licenças extensivas a múltiplos computadores e oferecer descontos especiais para determinados segmentos de usuários (como estudantes e professores, por exemplo).

 

Para quem não quer pôr a mão no bolso, o LIBRE OFFICE reúne aplicativos semelhantes ao Word, Excel, PowerPoint e outros que permitem desenhar, gerenciar bancos de dados, etc., e o OPEN OFFICE oferece compatibilidade praticamente total com os documentos criados pelos aplicativos da Microsoft e tem um visual bastante familiar. Igualmente popular pelo suporte aos formatos de arquivo do Word, o Google Docs é a alternativa ideal para usuários com pouco espaço disponível na máquina e que procuram uma solução versátil e disponível para várias plataformas. Aproveitando o ecossistema Google, ele se vincula aos arquivos do Google Drive e disponibiliza seus documentos e projetos para todos os dispositivos conectados à conta. 

 

Dias atrás, a Proton, famosa pelo serviço de email criptografado, anunciou o lançamento de um editor de textos que, segundo ela, é uma alternativa gratuita e mais segura que o Docs e o Word da Microsoft Word. Integrado ao ProtonDrive, que já oferece calendário, gerenciador de senhas e armazenamento de arquivos, entre outros serviços, a solução tem visual, recursos parecidos com os editores rivais e suporte à edição colaborativa em tempo real. 

 

Por enquanto, o serviço pode ser acessado somente na Web, por meio de qualquer navegador, mas uma versão para dispositivos móveis de chegar em breve. Assim como o ProtonMail e os demais serviços da marca, ele dispõe de criptografia de ponta a ponta, que protege até mesmo os movimentos do cursor e as teclas digitadas, evitando que os conteúdos criados sejam coletados pelas big techs para treinamento de modelos de inteligência artificial generativa.

 

Para acessar o serviço, é preciso abrir conta no ProtonDrive. Feito isso, basta fazer login na plataforma, clicar em Novo > Novo Documento para abrir o editor de textos. Você pode optar tanto pelo plano gratuito quanto pelas opções por assinatura.