segunda-feira, 26 de agosto de 2024

DE VOLTA AO MICROSOFT EDGE

O SEGREDO É AMAR O PRÓXIMO, ATÉ PORQUE O ANTERIOR NÃO MERECIA.


ArpaNet foi criada pelo Defense Advanced Research Projects Agency, no início dos anos 1960, visando descentralizar o armazenamento de informações vitais para o governo dos EUA. Ela passou a se chamar Internet em 1982, quando o conjunto de protocolos TCP/IP foi adotado como padrão, mas continuou sendo usada quase que exclusivamente por entidades governamentais e universidades até 1989, quando então a National Science Foundation liberou o acesso para fins comerciais. 
 
Os primeiros navegadores para Unix surgiram em 1991, mas o Netscape Navigator foi o pioneiro na exibição de textos e imagens em websites 
— e o responsável pelo uso de "navegar" como sinônimo de "folhear" (as páginas da Web). Em 1995, a Microsoft desenvolveu o Internet Explorer a partir do código do Spyglass Mosaic e, ao disponibilizá-lo gratuitamente para os usuários do Win95 Plus!, pavimentou o caminho para o que ficou conhecido como Primeira Guerra dos Browsers.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Acusado pela Folha de usar o TSE "fora do rito" para investigar bolsonaristas, Alexandre de Moraes afirmou que, enquanto presidente da corte eleitoral e ministro do STF, "seria esquizofrênico se auto oficiar", que todas as solicitações foram documentadas e que os alvos dos relatórios já eram investigados.
O "material explosivo" que embasou a reportagem são áudios e mensagens trocadas entre o juiz instrutor Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, e o perito criminal Eduardo Tagliaferro, que à época chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE — Morares suspeita que o vazamento partiu de seu Tagliaferro, como vingança por sua demissão da AEED.
O Supremo em peso saiu em defesa de Moraes e o CNJ rejeitou um pedido de investigação apresentado pelo partido Novo contra os dois juízes auxiliares que produziram relatórios para embasar decisões do magistrado. Já os bolsonaristas pedem o impeachment do "algoz" de seu mito e a anulação dos processos contra extremistas investigados no inquérito das fake news.
Diferentemente do que ocorre na Justiça comum e na seara criminal, a Justiça eleitoral pode agir de ofício. As ações de de Moraes que a Folha põe em xeque estão escorado na Lei 9.504, que confere ao TSE o poder de polícia para fazer requisições que embasem investigações. Quando os fatos trazidos a lume pelo jornal aconteceram, Moraes acumulava as funções de presidente do TSE e relator do inquérito das fake news no STF, e tinha poder de polícia para requisitar informações e encaminhar indícios de ilícitos à seara criminal — no caso, o próprio STF. Dito isso, o magistrado apenas se valeu de suas prerrogativas legais, nada havendo de anormal ou reprovável em sua conduta.
Einstein ensinou que a única verdade absoluta no universo é a velocidade da luz, e que para isso é preciso que o espaço e o tempo sejam relativos. Não há como esperar equilíbrio e neutralidade num país tão polarizado, nem do povo, nem da mídia, nem dos membros dos poderes Legislativo e Judiciário. Para os críticos de Moraes, os fatos descritos pela Folha provam e comprovam que o ministro compartilhou de forma indevida informações entre os tribunais, porém a mim me parece que a reportagem trouxe à luz um problema muito maior, que são as distorções no desenho institucional das altas cortes. Mas isso é outra conversa e fica para um próxima vez.

O IE destronou Navigator em 1997 e reinou até meados de 2012, quando foi superado pelo Google Chrome — que continua sendo o queridinho dos internautas, com 65,4% de participação no mercado, contra 18,4% do Apple Safari (que não roda no Windows), 5,2% do Edge e 2,7% do Firefox. 

Esperando repetir em 2015 o sucesso obtido com o IE em 1995, a Microsoft integrou o Edge ao Windows 10, mas a falta compatibilidade (inclusive com as versões mais antigas do próprio Windows), a carências de extensões (o número reduzido de usuários não animava os desenvolvedores parceiros a criá-las), a demora nas atualizações (vinculadas ao Windows Update) e as indesejáveis semelhanças com o vetusto IE levaram os internautas a optar pelo Chrome

Observação: Como eu publiquei uma sequência sobre navegadores entre 6 de maio e 16 de junho de 2020 e a complementei nesta postagem, não vou encompridar (ainda) mais esta (não tão breve) introdução. Lembro apenas que, para homenagear o icônico IE, o engenheiro de software sul-coreano Jung Ki-Young criou a imagem de uma lápide com o logotipo navegador e o epitáfio "Ele era uma boa ferramenta para baixar outros navegadores". 

O fiasco do Edge forçou a Microsoft a criar uma nova versão baseada no Projeto Chromium, que tornou o software multiplataforma (compatível inclusive com o Android e o iOS) e ampliou enormemente seu leque de extensões. O Edge Chromium evoluiu sobremaneira nos últimos 4 anos, mas muitos de seus recursos passam despercebidos pelos usuários de primeira viagem, como veremos a seguir.

O Edge é capaz de transformar webpages em aplicativos. Para isso, basta acessar o site desejado, clicar nos três pontinhos no canto superior direito da janela do navegador, selecionar Apps, clicar em Instalar este site como um aplicativo", personalizar o nome no pop-up e concluir clicando em Instalar. O ícone é salvo na barra de tarefas e no menu Iniciar. Quando o usuário clica nesse ícone, a página se abre numa janela separada, como se fosse um programa independente, e as barras de endereço e de favoritos desaparecem, deixando mais espaço para o conteúdo. 
 
O browser conta também com uma ferramenta que monitora as senhas salvas e alerta o usuário caso alguma delas tenha sido exposta em vazamentos de dados online. Para habilitar esse recurso, faça o login com sua conta Microsoft, clique nos três pontinhos, depois em Configurações > Perfis > Senhas, novamente em Configurações e, na seção Senha, ative a opção Verificar se há senhas vazadas. A verificação é feita no momento da ativação, mas é possível fazer novas checagens a qualquer momento, bastando para isso selecionar a opção Verificação de segurança de senha.
 
As Coleções funcionam como um caderno digital. Além de salvar links, imagens e trechos de texto, é possível centralizar as abas abertas num só lugar, adicionar notas, reorganizar os cartões e exportar tudo para o Word ou para o Excel. Para usar o recurso, clique no ícone com dois quadrados e um sinal de + (no canto superior direito da janela do Edge) e adicione os itens desejados à coleção (que você pode acessar mais rapidamente pelo atalho Ctrl+Shift+Y, no Windows, ou Command+Shift+Y, no Mac).
 
Para tirar print da tela inteira, abra a página desejada, clique nos três pontinhos, selecione Captura de Tela e clique em Capturar a página inteira (use os atalhos Ctrl+Shift+S no Windows ou Command+Shift+S no Mac para acessar essa função mais rapidamente). Uma prévia da imagem será exibida numa nova janela, onde poderá ser editada. Ao final, basta clicar no ícone do disquete para o arquivo ser salvo no formato .JPG.
 
Kit de Ferramentas de Aprendizagem do Edge inclui a leitura em voz alta (você pode ajustar o ritmo das palavras e escolher entre diferentes vozes e sotaques) e o leitor imersivo (você pode mudar o tamanho da fonte, o espaçamento entre linhas e o tema da página, destacar linhas específicas e até traduzir páginas inteiras para diferentes idiomas). A função Localizar na página foi aprimorada com inteligência artificial para oferecer sinônimos e correspondências, facilitando a localização das informações mesmo quando você comente pequenos erros de digitação.
 
Para explorar essas e outras funcionalidades, clique no ícone do livro aberto, à direita da barra de pesquisa. Se você não o encontrar, clique nos três pontinhos e selecione Mais ferramentas > Kit de Ferramentas de Aprendizagem.

Boa navegação.

domingo, 25 de agosto de 2024

VINAGRETE OU MOLHO À CAMPANHA?

PODE ME CHAMAR DO QUE QUISER, MAS NÃO DEIXE DE ME CHAMAR PARA O CHURRASCO.


Afinal, o certo é "molho vinagrete" ou "molho à campanha"? Há quem diga que tanto faz, que o molho é igual, o nome é que muda conforme a região (na Bahia, por exemplo, ele atende por "molho lambão"). Mas os connoisseurs discordam. 

Molho vinagrete como manda o figurino é basicamente uma emulsão composta por 1 parte de ácido (vinagre e/ou limão) para 3 partes de óleo (azeite) e temperada com sal e mostarda de Dijon. Já o molho à campanha, que é conhecido em alguns países como "brazilian sauce", se assemelha mais ao pico-de-gallo mexicano e ao pebre chileno, já que leva tomate, cebola e pimentão picados e marinados em vinagre e azeite. 

Independentemente do nome, a mistureba não pode faltar na feijoada de sábado, no churrasco de domingo, no bife nosso de cada dia, no hambúrguer, no hot-dog, e até na salada de folhas. 

Observação: Para preparar o Pico de Gallo, pique 4 tomates médios sem semente, 1 cebola grande, 1 pimenta jalapeño ou serrano e ½ xícara de cheiro verde (salsa e coentro), tempere com sal e suco de limão e sirva com tacos, nachos, burritos ou como acompanhamento para qualquer prato mexicano.

Para preparar um vinagrete simples, corte em cubinhos 2 cebolas grandes, 2 tomates sem sementes, ½ pimentão verde, adicione ½ xícara (chá) de vinagre, 1 ½ xícara (chá) de azeite, sal e pimenta do reino moída na hora a gosto, misture tudo bem misturado, leva à geladeira e deixe descansar por pelo menos 30 minutos antes de servir.

Você pode incrementar a receita com cheiro verde, pimenta dedo de moça e alho bem picadinhos, uma colher de chá de mostarda e outra de ketchup. Para aumentar a acidez, misture suco de limão na emulsão de azeite e vinagre; caso o sabor intenso do pimentão não lhe agrade, substitua a fruta (pois é, biologicamente, pimentão é fruta) por tomate verde; se quiser deixar o molho ainda mais colorido, troque uma das cebolas brancas pela roxa. 

Para prevenir uma indesejável queimação no estômago, misture ½ xícara (chá) de vinagre com o mesmo tanto de água, adicione uma pitada generosa de açúcar e uma colher (sopa) de ketchup, afervente rapidamente, deixe amornar e despeje sobre os ingredientes picados. 

Observação: Se preferir um molho ainda mais suave, reduza a quantidade de vinagre e aumente proporcionalmente a de água. Substituir o vinagre por vinho branco também reduz a acidez, mas o açúcar e o ketchup dão conta do recado. Em último caso, recorra ao bom e velho sal de frutas.
 
O molho à campanha leva os mesmos ingredientes do "vinagrete tropicalizado", mas usa menos azeite (apenas 2 colheres de sopa), menos vinagre (apenas 4 colheres de sopa), menos salsinha picada (apenas 2 colheres de sopa) e inclui ¼ de xícara de água, 2 colheres (sopa) de mostarda amarela, 2 colheres (sopa) de ketchup e 2 colheres (sopa) de molho inglês (há quem acrescente 
azeitona, palmito e champignon picados). 

Prepará-lo é bem simples: junte o vinagre ao azeite, acrescente a água e o sal, leve ao fogo até ferver, deixe amornar, despeje sobre os ingredientes picados, misture bem misturado e deixe descansar na geladeira por pelo menos 30 minutos antes de servir.

Bom apetite. 

sábado, 24 de agosto de 2024

SEGURO MORREU DE VELHO (CONCLUSÃO)

OS SÁBIOS FALAM PORQUE TÊM ALGO A DIZER E OS TOLOS, PORQUE PRECISAM DIZER ALGO.

Stalkerware é o nome que se dá a softwares espiões que monitoram a localização dos dispositivos em tempo real e bisbilhotam as atividades das vítimas — de conversas telefônicas e mensagens a perfis de mídia social, fotos e histórico do navegador. Já o spouseware (spouse = cônjuge) é basicamente a mesma coisa, mas ganha esse nome quando é usado por casais para espionar/monitorar os(as) parceiros(as) sem o conhecimento deles. 

Segundo um pesquisa feita pela Kaspersky, 1 em cada 4 brasileiros já foi ou está sendo vítima de algum tipo de monitoramento abusivo por meio da tecnologia, e menos de 30% das vitimas já ouviram falar em stalkerware e spousewareMais da metade dos entrevistados stalkeados disseram que foram espionados pelo celular, 36% por equipamentos específicos, 24% por spywares instalados no computador, 14% pela webcam, 12% por dispositivos para casa inteligente e 13% não souberam explicar como a perseguição ocorreu. 

ObservaçãoCerca de 60% dos entrevistados disseram que compartilham com parceiros e/ou familiares a senha de desbloqueio do celular e dados de login em serviços como iCloud, OneDrive, Google Account e outros que não só armazenam fotos e dados pessoais como têm recursos de localização geográfica.

Vale destacar que o monitoramento não caracteriza assedio ou perseguição quando a pessoa monitorada tem conhecimento e concorda em abrir mão a privacidade em prol da segurança. Mas chama a atenção o fato de a maioria dos entrevistados estar ciente de que a geolocalização do aparelho é passível de rastreamento e não saber que o recurso pode ser usado por terceiros à sua revelia. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Numa República, todos são iguais aos olhos do Estado. Ou deveriam ser. O rateio do Orçamento federal brasileiro segue a lógica de Pasárgada, onde a amizade vale mais do que a cidadania: num instante em que Lula acusa o Congresso de "sequestrar" verbas do governo por meio de emendas opacas e impositivas, descobre-se que o Planalto também envia suas remessas Pix para meia dúzia de prefeituras as. Coisa de R$ 1,4 bilhão em um ano e meio.
Desde que Manuel Bandeira revelou o desejo de ir-se embora para a fictícia Pasárgada, onde ele era amigo do Rei, o apreço do soberano nunca foi tão ansiado. A amizade real virou um refrão nacional de cunho pecuniário. Para alguns, ser amigo do Rei significa dar o passo mágico com o qual os que estão fora passam para dentro do cofre do Tesouro — como ocorreu com os gestores petistas de Araraquara, Mauá, Diadema e Hortolândia, em São Paulo, e Cabo Frio e Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
As seis cidades privilegiadas abrigam apenas 0,86% da população brasileira e estão a léguas de distância dos piores índices de desenvolvimento do país. E enquanto municípios com indicadores sociais bem mais precários tropeçam na burocracia, os amigos do Rei têm acesso à garagem, sobem pelo elevador privativo e entram no gabinete presidencial sem bater, levados pela mão por Marcola (falo de Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe de Gabinete de Lula, não de Marcos Camacho, líder do PCC).
Ao beneficiar os amigos, Lula perde o nexo na guerra que trava com o Congresso para reaver parte dos R$ 50 bilhões distribuídos anualmente aos municípios mediante emendas parlamentares. Numa República em que a Presidência é a Pasárgada de alguns, dependendo do desfecho da controvérsia orçamentária mediada pelo Supremo Tribunal Federal, quem assegurar o apreço do Rei pode até dispensar os outros atrativos da terra sonhada do poeta — ginástica, bicicleta, burro brabo, pau-de-sebo, banho de mar, beira de rio e amor desejado na cama escolhida. 
Tudo isso ficaria irrisório diante do acesso privilegiado à maçaneta do gabinete do Rei e, sobretudo, à chave do cofre.

 

Em muitos casos, o próprio usuário instala o spyware ao clicar inadvertidamente num link malicioso ou baixar um app infectado, mas um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" também podem se aproveitar de um descuido do(a) parceiro(a) ou o(a) filho(a) para fazer o servicinho sujo. A maioria dos apps espiões disponíveis para download na Internet costuma se disfarçar de joguinhos, blocos de notas ou outros programinhas aparentemente inofensivos e oferecer menos recursos do que as versões comercializadas por empresas, cuja instalação requer acesso físico e desbloqueio do aparelho. 

Programinhas espiões rodam nos bastidores e são difíceis de identificar, mas o aquecimento anormal do aparelho, a diminuição da autonomia da bateria, o aumento do consumo de dados do plano de Internet e reconfigurações feitas à revelia do usuário são sinais de infecção. Na dúvida, evite usar dispositivo enquanto o inimigo não for encontrado e neutralizado. 

Se uma ferramenta antimalware não der conta do recado, tente localizar e eliminar o suspeito através da lista de apps instalados — mas não remova nada sem antes fazer uma busca no Google, sob pena de excluir apps legítimos ou componentes do sistema operacional). Se nem assim for possível resolver o problema, parta para o tratamento de choque, ou seja, reverta o dispositivo à configuração de fábrica. 
 
Por último, mas não menos importante: mantenha o sistema e os apps atualizados, habilite a autenticação de dois fatores em todas as contas, use a biometria para desbloquear a tela, só baixe aplicativos da Apple Store, Google App Store, da loja oficial do fabricante do celular e de outras fontes confiáveis, j
amais deixe seu telefone dando sopa e não tire os olhos dele se emprestá-lo a um desconhecido. 

Como diz o ditado, "em rio que tem piranha, jacaré nada de costas".

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

BURACOS DE MINHOCA ATRAVESSÁVEIS (CONTINUAÇÃO)

MELHOR UM FIM HORROROSO AINDA DO QUE UM HORROR SEM FIM.

No filme Superman, o protagonista volta ao passado voando no sentido oposto ao da rotação da Terra a uma velocidade superior à da luz. Em tese, isso poderia funcionar no mundo real, mas na prática a teoria é outra.

Nada com matéria pode se mover mais rápido que a luz no vácuo (299.792.458 m/s), lembrando que os fótons são partículas sem massa e sem peso. Mas ir além da velocidade da luz talvez não baste para voltarmos ao passado, já que, em nível macroscópico, a seta do tempo aponta sempre para o futuro. Mas isso não quer dizer que jamais poderemos assistir ao desembarque de Cabral e sua trupe em Pindorama, por exemplo.

Buracos de minhoca são distorções no espaço-tempo causadas por objetos supermassivos. Acredita-se que eles possam funcionar como atalhos cósmicos, encurtando a distância entre dois pontos, neste ou em outro universo, no presente ou em outro momento da linha do tempo.

Observação: Para entender isso melhor, imagine uma folha de papel com um X na margem superior um Y na inferior. Se a folha for dobrada ao meio, os pontos X e Y podem ser trespassados por um alfinete. Assim, um buraco de minhoca permitiria ir de um ponto a outro no espaço-tempo em questão de segundos, mesmo que, numa linha reta, a distância entre eles fosse de milhares de anos-luz.

Ao contrário dos buracos negros, que já foram avistados e fotografados, os buracos de minhoca ainda são uma projeção teórica. Mas Carl Sagan ensinou que "ausência de evidência não é necessariamente evidência de ausência", e vários cientistas — incluindo o descobridor do sistema heliocêntrico, o pai da desinfecção, o criador da imunoterapia e o proponente da deriva continental — foram alvo de chacota até o tempo provar que eles estavam certos. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA 

Escorado numa decisão do STF, o presidente Lula disse que o avanço do Congresso Nacional sobre o Orçamento da União é "uma loucura" — e com razão, já que as emendas parlamentares representarem quase 24% do bolo orçamentário. Igualmente fora de esquadro foi a demora do Lula presidente em constatar o que o Lula candidato externou ao apontar o absurdo da sistemática no manejo daqueles recursos. Na época, o palanque ambulante prometeu dar um jeito na desordem mediante tratativas com o Parlamento, mas em um ano e meio de governo fez vista grossa à continuidade da metodologia repaginada do orçamento secreto vetado pelo STF em 2022.

A desvantagem na correlação de forças entre Executivo e Legislativo explica a atitude do xamã petista, mas a justifica num político tido, havido e autoproclamado ás no exercício do convencimento e o mais experiente dos governantes desde Tomé de Souza.

A impressão que se tem é de que o presidente tem medo de um Parlamento diante do qual suas celebradas qualidades de articulador são insuficientes. E ele não é o único a pisar em ovos. Em recente entrevista, o presidente do TCU, Bruno Dantas, qualificou os abusos como um "descuido" do Congresso (o que não se justifica, pois ali há distração, o foco é total nos interesses de suas excelências).

O uso do Supremo como muro de arrimo ocorreu também no caso da desoneração das folhas de pagamento, quando o Planalto se escorou em liminar do ministro Cristiano Zanin para obter um trunfo na mesa de negociações com os congressistas. 

A corte também procura amenizar os efeitos de suas decisões, defendendo negociação em torno da exigência de nitidez no trato das emendas. É de se perguntar como poderia o conceito de transparência abrigar o sentido de meio-termo.

 
Um novo estudo sugere que uma compreensão mais aprimorada da gravidade pode comprovar a existência desses "túneis cósmicos", mas daí a usá-los para cortar caminho vai uma longa distância (sem trocadilho). Mesmo que a força gravitacional do horizonte de eventos do buraco negro que hospeda o buraco de minhoca não fechasse a passagem antes que qualquer objeto conseguisse transpô-la, a radiação Hawking certamente causaria sua destruição.
 
Num artigo baseado teoria da gravidade híbrida  que permite maior flexibilidade nas relações entre matéria/energia e espaço/tempo  o físico João Luís Rosa sustentou a possibilidade de criar um buraco de minhoca estável e atravessável usando 
algum tipo de matéria exótica. Segundo ele, a energia negativa da matéria escura poderia estabilizar o túnel pelo tempo suficiente para a travessia, mas o problema é que a existência de matéria exótica no universo ainda é mera suposição.

Ocorre que a matemática usada para teorizar os buraco de minhoca é baseada na Relatividade Geral, que não é compatível com a física quântica — o que não quer dizer que as equações de Einstein estejam erradas, mas que alguma coisa está faltando —, e a suposta existência de matéria exótica é limitada à escala quântica. 

Ainda assim, o cosmólogo lusitano acredita que os efeitos gravitacionais necessários para garantir a atravessabilidade do atalho cósmico aconteçam naturalmente com a modificação da gravidade, dispensando as propriedades gravitacionais repulsivas da matéria exótica. "Modifique a gravidade e você poderá viajar com segurança por um buraco de minhoca para o que quer que esteja do outro lado", ele afirmou em entrevista ao site UFO

Ainda segundo Rosa, a teoria da gravidade modificada será comprovada pelo estudo das estrelas próximas de Sagitário A* — buraco negro supermassivo com cerca de 35 milhões de quilômetros de diâmetro que foi descoberto em 1974 no centro da Via Láctea

Como disse Einstein, "o impossível só é impossível até que alguém duvide e prove o contrário".

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

LULA E O COELHINHO DA PÁSCOA


Não se sabe ao certo o que é o tempo ou se ele realmente existe. Mas o poeta disse que não há nada como o tempo para passar. Com o passar do tempo,
 a abjeta polarização dividiu a população brasileira ao meio  noves fora uma pequena parcela que não tem bandido de estimação, se envergonha da política fisiologista e tem nojo de políticos corruptos. Mas o que seria de esperar dessa escória que o Criador escalou para povoar o país do futuro que nunca chega, cuja descoberta foi uma fraude, a Independência, comprada, e a Proclamação da República, o primeiro de uma sequência de golpes de Estado que pensamos ter terminado com o tão sonhado fim da ditadura?
 
Em abril de 1984, uma maracutaia urdida pela alta cúpula militar sepultou a emenda Dante de Oliveira, mas a semente estava plantada e a campanha pelas Diretas Já culminou na eleição indireta de Tancredo Neves. Mas quis o destino
 (e depois dizem que Deus é brasileiro!) que o presidente eleito, tido e havido como "salvador da pátria", baixasse ao hospital horas antes da cerimônia de posse e à cova 5 semanas depois, levando consigo a esperança de milhões de brasileiros e deixando de herança um neto que envergonharia o país e um combo de oligarca maranhense, escritor, poeta e acadêmico a quem o último presidente-general se recusou a transferir a faixa presidencial (faixa a gente transfere para presidente, não para vice, e esse é um impostor).
 
Após 5 longos anos de desgoverno Sarney, nosso esclarecidíssimo eleitorado — que não votava para presidente desde a eleição de Jânio Quadros, em 1960 — reafirmou sua estranha predileção pelo "quanto pior, melhor". Embora a lista de postulantes ao Planalto incluísse Ulysses Guimarães, Mário Covas e outros próceres da nossa política (quando nosso política ainda tinha próceres), a récua de muares preferiu Collor e Lula no segundo turno e liquidou a fatura elegendo o pseudocaçador de marajás.
 
Concluído o impeachment do Rei-Sol, o baianeiro namorador Itamar Franco foi promovido a titular e o sucesso do Plano Real garantiu a vitória do 
grão-duque tucano Fernando Henrique, que se reelegeu em 1998, mas não conseguir fazer seu sucessor e deu presidência de bandeja para o desempregado que deu certo e seu espúrio partido.
 
Lula renovou seu mandato em 2006 e, para provar que era "capaz de eleger até poste", emplacou a mulher sapiens em 2010. A dita-cuja fez o diabo para se reeleger em 2014, mas foi penabundada em 2016, sendo sucedida pelo vampiro que tem medo de fantasmas, que claudicou até o final do mandato-tampão e passou a faixa para um combo de mau militar e parlamentar medíocre com vocação para tiranete. E deu no que deu.
 
Com as velas enfunadas por ventos supremos, o ex-presidiário mais famoso 
da história desta banânia zarpou da carceragem da PF e aportou no Planalto pela terceira vez .Vale destacar que a coalizão que se formou em torno do dito-cujo tinha por objetivo impedir a reeleição do "mito" dos anencéfalos e consertar os estragos feitos durante sua execrável gestão. Mas pau que nasce torto nunca se endireita, e o Sun Tzu de Atibaia logo enveredou pelo perigoso terreno das afinidades ideológicas aliadas ao excesso de pretensão sobre seu real tamanho na cena externa.
 
Entre os episódios burlescos protagonizados por D. Lula III  destaca-se a postura de admirador confesso do tiranete venezuelano Nicolás Maduro. Sua majestade disse inicialmente que ouviu do amigo a promessa de um pleito "limpo e democrático" e respeito à vontade do povo, consubstanciada pelo resultado das urnas. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (que é controlado pelo Partido Socialista da Venezuela), o autocrata abjeto foi reeleito com 51,21% dos votos, mas a líder da oposição Maria Corina Machado diz ter provas de que Edmundo González Urrutia venceu por uma ampla vantagem. 
 
Para os observadores internacionais e a maioria dos governos — com exceção de Cuba Rússia, China, Nicarágua, Irã e outros regimes igualmente autoritários —, os dados oficiais são fraudulentos; segundo a Associated PressMaduro perdeu por uma diferença de quase meio milhão de votos. Para surpresa de ninguém, o paradeiro das atas eleitorais que o autoproclamado vencedor prometeu exibir continua incerto e não sabido, até porque seu conteúdo comprovaria o autogolpe. 
 
Num primeiro momento, Lula compactuou com a postura abjeta de seu partido, que reconheceu prontamente a vitória do caudilho venezuelano, mas mudou de ideia depois que Centro Carter afirmou que as atas eleitorais coletadas pela oposição eram "consistentes", e que González venceu de maneira clara e "por uma margem intransponível". Todavia, ao
 insistir que democracia é um conceito relativo, que a Venezuela não é uma ditadura, mas vive um 'regime desagradável", o petista escancara sua incapacidade de encaixar as palavras "Maduro" e "podre" numa mesma frase e deixa claro que sua abjeta ideológica o impede de se render à realidade, o que é inadmissível para um líder regional. 

Ecoando o ex-chanceler Celso Amorim, seu aspone especial para assuntos internacionais, Lula propôs a realização de um inexequível segundo turno das eleições no país vizinho (proposta essa que foi prontamente rechaçada por Corina, Urrutia e seus apoiadores). Aplicando-se os mesmos conceitos à conjuntura tupiniquim, Bolsonaro seria ligeiramente antidemocrático, o golpe falhado seria aceitável e o petismo aceitaria graciosamente o VAR de uma segunda eleição. 

Lula recebeu Maduro numa cúpula de países sul-americanos e tratou-o com deferência especial. Como anfitrião, foi criticado por seus pares, mas deu de ombros e seguiu na toada de condescendências em série, culminando na situação atual em que o Brasil, de líder, passou a voz praticamente isolada ao se recusar a reconhecer com clareza a fraude eleitoral deflagrada no final do mês passado. Além de desrespeitar o eleitor que votou nele acorrentado ao fator democrático, o pseudo grande estadista desrespeita a si mesmo.
 
Maduro já exibiu sua boca de jacaré, seus dentes de jacaré, seu couro de jacaré e seu rabo de jacaré, mas Lula continua achando que ele é o coelhinho da Páscoa. Num instante em que metade dos brasileiros ainda respira aliviada por ter conseguido se livrar de um candidato a déspota, Lula deveria parar de disputar a liderança da oposição com o "o coisa", sob pena de consolidar a crise venezuelana num processo de erosão da sua própria popularidade.

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

SEGURO MORREU DE VELHO...

O AMOR CEGA; O CASAMENTO DEVOLVE A VISÃO.

Muita gente que se preocupa com a possibilidade de seus celulares serem monitorados e suas assistentes virtuais — Gemini, Siri, Alexa etc. — "escutarem" suas conversas entope suas redes socais com fotos da casa, do carro novo, do restaurante que frequentam ou dos filhos vestidos com o uniforme da escola.
 
A despeito de a amaça de "espionagem" ser real e de não faltarem programinhas-espiões, jabuti não sobe em árvore. So haverá um spyware no aparelho caso alguém o tenha instalado. 

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA 

Não faltam ensaios e livros de autores diversos sobre as causas do fracasso social e econômico tupiniquim. Entre os motivos mais recorrente da nossa doença fiscal crônica figuram a incompetência, o desperdício e, corrupção e a cultura do privilégio, enraizada em nossa sociedade e nas relações desta com o Estado desde a chegada dos portugueses.
Em O Flagelo da Economia de Privilégios: Brasil, 1947 – 2020, Fernando de Holanda Barbosa destrincha de forma acachapante a armadilha fiscal que construímos — e da qual não saímos — a partir dos privilégios. O autor organiza em décadas, ciclos e governos os últimos 70 anos do país, e demonstra como, exceto em dois ou três diminutos soluços de austeridade e equilíbrio fiscais, déficits correntes e recorrentes nas contas públicas impediram o crescimento sustentável do país a partir de ganhos de produtividade e poupança interna.
A maior das lições é a prova da forma mesquinha como as "elites" se organizam em torno de privilégios para si e para quem lhes é próximo ou interessante. E aí não há distinção entre público e privado, pois as relações se misturam. Os subsídios e as desonerações fiscais de setores escolhidos a dedo — sempre a pretexto do bem comum — são os exemplos mais claros e frequentes que nos saltam aos olhos.
No Brasil, governantes (municipais, estaduais e federal) e membros do Legislativo e do Judiciário decidiram que a eles vale e pode tudo, ainda que custe o eterno subdesenvolvimento ou, no melhor das hipóteses, o status "em desenvolvimento".
A Taxação Olímpica – termo cunhado pelo portal O Antagonista — é o mais recente caso dessa cultura inútil e ineficaz. Como tubarões que farejam uma gota de sangue A 300 metros de distância, os congressistas populistas e oportunistas farejaram uma oportunidade de "lacração" (e votos) sobre a premiação dos atletas brasileiros que participaram das Olimpíadas de 2024 em Paris, e, de forma simplória e açodada, propuseram a isenção de impostos sobre os ganhos dos "heróis nacionais".
Em um tempo de redes sociais como fontes de informação e de políticos tiktokers como pensadores e formuladores das políticas do país, a ideia ganhou corpo e o apoio da população, que foi levada a acreditar que toda isenção de impostos é boa e que todos que fazem algo de bom para o país — coisa que os nossos políticos não fazem — merecem benefícios — que nossos políticos têm —, independentemente de quem venha a pagar a conta.
Em nota, a Receita Federal explicou a impossibilidade do benefício/privilégio e chamou a atenção para o óbvio ululante: as medalhas não são tributadas, apenas as premiações em dinheiro (rendimentos), a exemplo do que ocorre com qualquer trabalhador que receba mais do que R$ 2.640,00 mensais. A despeito do orgulho que nos dão, nossos medalhistas são atletas profissionais e, em sua maioria, muito bem remunerados. Dito isso, não faz o menor sentido isentar de imposto um atleta que recebe um prêmio de dezenas ou centenas de milhares de reais, quando mais não seja porque a isenção que alguém recebe sempre é paga por um enfermeiro, um policial, um professor, um bombeiro, enfim...
No país dos privilégios, políticos não se importam com critérios quando e se as regalias lhes rendem popularidade e votos. Assim, farejando o cheiro da carniça (no caso, ganho eleitoral para os adversário), o rei da rapinagem, águia entre os urubus, pai dos pobres e mão dos ricos se apressou a editar uma MP para transferir mais renda dos pobres para os ricos. A regra prevê que valores recebidos por atletas em Jogos Olímpicos e Paralímpicos como premiação pela conquista das medalhas, pagos por Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), ficam isentos de tributação pelo Imposto de Renda, segundo informou o Palácio do Planalto no último dia 8, o dia.
Rebeca Andrade, Gabriel Medina, as meninas do futebol e do vôlei, enfim, todo esse pessoal, em maior ou menor escala e valor, recebe por ano o dinheiro que um simples trabalhador não ganha em séculos. À luz dos rendimentos acumulados, essa turma integra a seleta confraria dos 5% mais ricos do país, e não será isentando-os do imposto de renda que lhes renderemos as mais do que justas homenagens.
Texto de Ricardo Kertzman. 
 
Spywares são programados para executar o serviço sujo sem chamar a atenção, mas baixo desempenho, aquecimento anormal e redução da autonomia da bateria sem motivo aparente sinalizam sua presença. Em sendo o caso, a
 primeira coisa a fazer é abrir o menu Configurações e tentar identificar na lista de aplicativos algum elemento que não aparece na tela de início (lembrando que, em vez de exibir seu nome e logotipo verdadeiros, os programinhas espiões tentam se passar por joguinhos ou blocos de notas, por exemplo). 

Se você não encontrar nenhum item suspeito, confira o consumo de recursos do telefone. No Android, toque em Bateria > Uso da bateria > Ver detalhes; no iOS, toque em Ajustes > Bateria e role a tela até a seção de uso da bateria por aplicativo. Em ambos os casos será exibida uma lista com os apps e o consumo de bateria de cada um deles. Se algo lhe parecer suspeito, faça uma busca no Google para saber do que se trata.
 
Uma vez que os softwares de rastreamento e/ou monitoramento aumentam o tráfego de rede, vale checar
 se seu plano de Internet móvel está apresentando um consumo anormal. E fique esperto se seu aparelho passar a aquecer mais que o normal quando está no seu bolso ou você está executando tarefas leves (lembrando que é comum o telefone esquentar durante a recarga da bateria ou quando você joga ou vê vídeos, por exemplo),
 
Se você passar a receber mensagens de texto estranhas, com muitas letras e números ou que parecem ser um código, ou então conversas aleatórias de números desconhecidos, abra o olho, pois isso é sinal de que o intruso que controla app espião está tentando obter sua localização. Jamais toque num link que porventura apareça nessas mensagens, já que ele pode levar ao download de outros spywares.

Nunca se sabe quando e se um cônjuge ciumento ou uma mãe "zelosa" vai aproveitar uma distração do parceiro ou do filho para instalar um programinha espião no celular. Na dúvida, consulte o histórico do seu navegador. 

Ponha as barbichas de molho se a tela passar a ligar "do nada", se ficar mais difícil de desligar o celular, ou se ele vibrar sem que haja qualquer notificação. Ainda que esses sintomas possam advir de bugs no sistema ou em algum app legítimo, seguro morreu de velho. E como é prevenir é melhor que remediar, instale uma suíte antimalware e só baixe aplicativos da Google Play Store ou da loja oficial do fabricante do aparelho ou da Google Play Store, no caso do Android, ou da Apple Store, caso você use um iPhone, 
 
Programinhas maliciosos difíceis de ser encontrados tendem a ser igualmente difíceis de eliminar, mas a boa notícia é que sempre se pode restaurar as configurações de fábrica para tudo voltar a ser como dantes no quartel de Abrantes (pelo menos no âmbito do software).