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domingo, 18 de março de 2018

TEMER E SUA EQUIPE DE NOTÁVEIS (CONTINUAÇÃO)



Desde maio de 2016, quando assumiu interinamente a presidência, poucos foram os momentos em que Michel Temer se viu distante de desgastes políticos envolvendo a Esplanada dos Ministérios. A partir dos primeiros anúncios sobre seu alto escalão ― uma equipe de notáveis, segundo o presidente ―, uma relação de controvérsias marcou sua gestão no campo ministerial. Aliás, logo de início ele anunciou que reduziria de 32 para 23 no número de pastas, mas voltou atrás diversas vezes, e hoje temos 29 ministérios, três a menos do que quando Dilma foi afastada.

Da tal equipe de notáveis ― que na verdade era uma notável agremiação de investigados, denunciados e réus na Lava-Jato ― o senador Romero Jucá foi o primeiro a cair, depois de comandar por apenas 11 dias o ministério do Planejamento. Jucá é também o primeiro político com foro privilegiado a se tornar réu no STF a partir das delações da Odebrecht, conforme eu comentei na postagem anterior e voltarei a comentar numa próxima publicação).

Criticado por ter montado um staff sem diversidade racial e de gênero, Temer ― que dizia não se preocupar em ser popular, mas sim em recolocar o país nos trilhos ― indicou mulheres para postos importantes, como Maria Silvia Bastos para chefiar o BNDES (ela se demitiu em maio de 2017) e Flávia Piovesan para a secretaria de Direitos Humanos (ela foi exonerada no fim de 2017). Aliás, a secretaria de Direitos Humanos (para que diabos precisamos disso?), depois de ganhar status de ministério, tornou-se palco da tragicomédia protagonizada pela desembargadora aposentada Luislinda Valois (que se demitiu no mês passado ― e não deixou saudades).

Quando Temer assumiu a presidência, a Lava-Jato (que completou 4 anos na última sexta-feira) soprava sua segunda velinha, e já havia inquéritos envolvendo “notáveis” como Romero Jucá, Henrique Eduardo Alves e Fábio Medina Osório. Em janeiro do ano seguinte, a homologação das delações da Odebrecht deu origem a mais uma centena de inquéritos e envolveu pelo menos 8 ministros, aí incluídos amigos próximos do presidente, como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Mas a promessa de demitir ministros que fossem denunciados formalmente (detalhes no post anterior) foi solenemente ignorada depois que sua conversa de alcova com o açougueiro bilionário Joesley Batista veio a público. A partir de então, Temer mandou às favas os escrúpulos e acionou sua tropa de choque para comprar os votos necessários ao sepultamento das denúncias Janot. Conseguiu, mas a um preço absurdo, além de queimar seu capital político e se tornar um pato-manco, refém das marafonas do Congresso.

Entre este mês e o próximo, o presidente terá de substituir ao menos 10 ministros, para que eles possam disputar as próximas eleições. A julgar pelo imbróglio que se seguiu à nomeação da filha de Roberto Jefferson para a pasta do Trabalho, será um caminho espinhoso a trilhar.

Um levantamento feito pelo G1 revela que quase metade dos 54 senadores cujos mandatos terminam neste ano perderão o foro privilegiado se não se reelegerem. Dentre os emedebistas, cito o onipresente Romero Jucá ― ora réu no STF e alvo de pelo menos mais uma dúzia de inquéritos na Justiça ―, o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira, seu antecessor, Renan Calheiros (que também é réu no STF), os ex-presidentes da Casa Garibaldi Alves Filho, Jader Barbalho e Edison Lobão (todos investigados na Lava-Jato), além de Valdir Raupp, que já é réu no Supremo, e Eduardo Braga.

Nas fileiras do PT, destaco Gleisi Hoffmann (presidente do partido e ré no STF) e seus esbirros Lindbergh Farias, Humberto Costa e Jorge Viana. No mesmo barco estão os presidentes do DEM, Agripino Maia, e do PP, Ciro Nogueira (além do líder do PP no Senado, Benedito de Lira, e do senador Ivo Cassol, já condenado pelo Supremo numa ação sem ligação com a Lava-Jato). Lídice da Mata e Vanessa Grazziotin, líderes do PSB e do PC do B, respectivamente, também estão no último ano do mandato e são alvo da Lava-Jato. 

Entre os tucanos, são investigados na Lava-Jato e correm o risco de perder o foro privilegiado o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima, o ex-presidente do partido, Aécio Neves, o atual ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (que foi candidato a vice-presidente da República em 2014, na chapa encabeçada por Aécio) e os senadores Ricardo Ferraço e Dalirio BeberTutti buona gente. Cabe a nós, eleitores, botar um ponto final nessa putaria franciscana.

E falando em "buona gente" e em suruba, volto a Romero Jucá na próxima postagem. Até lá.

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sábado, 21 de outubro de 2017

E VIVA O ELEITOR BRASILEIRO


Os políticos não surgem do nada, são eleitos pelo voto popular. O problema é que a cada minuto nasce um idiota no Brasil, e todos eles vêm com título de eleitor.

É nossa ― e de mais ninguém ― a culpa de 1/3 do Congresso Nacional ser composto de investigados, denunciados e réus na Lava-Jato. E eu não me surpreenderia nem um pouco se, no ano que vem, quando teremos a chance de remover o entulho, de substituir todos os deputados federais e 2/3 dos senadores, trastes como Renan Calheiros, Romero Jucá, Fernando Collor, Paulo Maluf e distinta companhia aparecerem na lista dos mais votados.

Observação: Renan é réu por peculato e investigado em 17 inquéritos; 13 deles oriundos da Lava-Jato. Jucá responde a 13 inquéritos; 8 oriundos da Lava-Jato. Collor, que tem uma capivara de fazer inveja ao bandido da luz vermelha, é réu por corrupção, mas tem foro privilegiado, e só deus sabe quando o processo será julgado. Maluf, que há anos é procurado pela Interpol e já foi condenado pelo STF a 7 anos e lá vai fumaça, continua solto ― e ajudando a fazer as leis deste país ― graças a uma miríade de embargos protelatórios.

Sobre a vergonhosa votação que restabeleceu o mandato de Aécio Neves, o mineiro dos 2 milhões de reais, escreveu o colunista Helio Gurovitz

“Entrou em curso, a pleno vapor, a operação ‘estanca-sangria’ ― a imortal expressão cunhada pelo senador Romero Jucá no áudio em que foi flagrado conspirando contra a Lava-Jato. Jucá fez questão ontem de abandonar um tratamento para diverticulite em São Paulo, subir à tribuna do Senado e fazer um ataque virulento ao ex-procurador-geral Rodrigo Janot. ‘A organização criminosa do Janot está caindo por terra’, disse. ‘Ele teve que engolir a sangria, teve que engolir as opiniões, as agressões, os absurdos’. A população brasileira terá, enquanto isso, de engolir os discursos de Jucá, os palavrões de Aécio e a cavalgada desenfreada contra a Lava-Jato nos gabinetes de Brasília. Nem mesmo as eleições do ano que vem servirão de refresco. Dos 81 senadores, 54 poderão concorrer à reeleição. Desses 54, 29 votaram a favor de Aécio. Os outros 15 que o livraram têm mandato garantido até 2023”.

Preciso dizer mais alguma coisa?

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quarta-feira, 25 de maio de 2016

MAIS SOBRE A NOVELA JUCÁ E O CALEIDOSCÓPICO CENÁRIO POLÍTICO TUPINIQUIM



MAIS SOBRE A NOVELA JUCÁ E O CALEIDOSCÓPICO CENÁRIO POLÍTICO TUPINIQUIM

Volto a dizer que está ficando cada vez mais complicado escrever sobre política, tantos são os fatos novos que se sucedem sem cessar. Na última segunda-feira, por exemplo, no instante em que eu publiquei um texto sobre o “caso Jucá” ― que, aliás, não foi exatamente uma surpresa, pois qualquer um que analisasse a trajetória política do dito-cujo veria que nomeá-lo ministro era armar uma bomba relógio sem ter como definir o momento da explosão (mais detalhes nesta postagem) ―, a postagem já era “matéria vencida” em vista da notícia sobre o “licenciamento” do ministro do Planejamento (que na verdade acabou sendo exonerado, conforme foi publicado no Diário Oficial da União de ontem, ainda que "a pedido", como é de praxe quando o governo quer evitar maiores desgastes a políticos que têm de deixar o Executivo).

Observação: Vale comentar rapidamente o que disse o ex-senador Delcídio do Amaral, cuja cassação foi acelerada por uma manobra de Jucá, referindo-se aos recentes grampos que tornaram públicas supostas tentativas de impedir o funcionamento da Justiça: "Depois da gravação do Mercadante, Lula, Dilma e essa agora do Jucá, com todo respeito, a minha conversa é uma Disney, uma grande brincadeira" (clique aqui para ler a íntegra da matéria publicada no Estadão). Merdandante foi flagrado pelo próprio assessor de Delcídio, quando oferecia vantagens para comprar o silêncio do senador; Dilma e Lula foram grampeados num diálogo rápido que sugeria que a nomeação do ex-presidente à Casa Civil era uma manobra para evitar a prisão de Lula pelo Juiz Moro; e Jucá, em conversas com Sérgio Machado, quando defendia a troca do governo e a criação de um “pacto para estancar a Lava-Jato”. Delcídio, vale lembrar, foi pego tramando um plano de fuga para o ex-diretor da área internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró.

Para complicar ainda mais esse já conturbado cenário, um dia depois do grampo que apeou Jucá, a PF deflagrou a 30ª etapa de investigações contra o petrolão, mirando, dentre outros alvos, os já condenados José Dirceu e Renato Duque por suposto envolvimento em contratos fraudulentos que somam mais de R$5 bilhões!
Com a saída de Jucá, restam ainda cinco ministros investigados pelo STF. Como Jucá, todos haviam sido questionados sobre possíveis pendências judiciais, e também como Jucá, todos afirmaram que não havia nada com que Temer devesse se preocupar (o presidente interino alertou cada um deles ― e reforçou na primeira reunião ministerial ― que não toleraria desvio moral de qualquer natureza, e que, se houvesse problemas, o titular da pasta seria afastado).

Mas a coisa não para por aí. Segundo matéria publicada na Folha desta quarta-feira, a merda espalhada pelas gravações feitas (supostamente) por Sérgio Machado ― e que derrubaram Jucá ― atingiu em cheio o peemedebista alagoano Renan Calheiros, presidente do Senado, apoiador confesso de Dilma, esbirro do PT e alvo do juiz Sérgio Moro. Em conversa mantida com o ex-presidente da Transpetro, Renan afirmou apoiar uma mudança na lei que regulamenta as delações premiadas ― procedimento responsável por grande parte do sucesso da Operação Lava-Jato ― e sugeriu que poderia "negociar" com membros do STF "a transição" de Dilma.

Em um dos diálogos com Renan, Machado sugeriu "um pacto", que seria "passar uma borracha no Brasil". Renan responde: "antes de passar a borracha, precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação". A mudança defendida pelo presidente do Senado poderia beneficiar Machado, que procurou Jucá, o próprio Renan e o ex-presidente Sarney, pois temia ser preso e virar réu colaborador. "Ele está querendo me seduzir, porra. [...] Mandando recado", disse Machado a Renan, referindo-se a Rodrigo Janot.

Para Renan, todos os políticos “estão com medo da Lava-Jato”. Segundo ele, Aécio [Neves] teria lhe pedido que “visse esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa”, e que uma delação da empreiteira Odebrecht “vai mostrar as contas”, em provável referência à campanha eleitoral de Dilma. Machado respondeu que “não escapa ninguém de nenhum partido; do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum”. Para ler os trechos mais relevantes da transcrição da gravação, siga o link http://zip.net/bqtlst.

Ah, eu já ia me esquecendo: Quem substitui Jucá no ministério do Planejamento é Dyogo Henrique Oliveira ― um dos alvos da Operação Zelotes, citado por lobistas como um dos contatos dentro do governo para as negociações de MPsOliveira, é claro, nega ter cometido irregularidades (quem me contou foi a Velhinha de Taubaté ― personagem criada por Luiz Fernando Veríssimo durante o governo do General Figueiredo, famosa por sua incrível ingenuidade e capacidade de acreditar piamente em tudo que lhe era dito pelos militares durante os assim chamados “anos de chumbo”). 

terça-feira, 24 de maio de 2016

SOBRE O ENVOLVIMENTO DA BRUXA MÁ NOS CASOS PASADENA E GEMINI



SOBRE O ENVOLVIMENTO DA BRUXA MÁ NOS CASOS PASADENA E GEMINI
Brasília está "fervendo" devido ao “episódio Jucá” ― aliás, eu publiquei uma postagem sobre o passado nebuloso desse senador pernambucano (tinha de ser conterrâneo do sapo barbudo, né?) antes mesmo do afastamento da anta, quando o dito-cujo assessorava o (então futuro) presidente interino na composição do novo ministério. Mas nem só de Jucá vive o cenário político verde-amarelo, e ainda que eu deva voltar a esse assunto oportunamente, achei por bem manter o cronograma das postagens, pois esta dá continuidade ao que foi expendido na anterior. Dito isso, vamos ao que interessa.

DILMA não precisa de conselhos, muito menos dos meus, até porque é mestra em errar sozinha. Mas se eu pudesse lhe enviar um recado daqui do abismo da minha insignificância, diria a ela que pusesse as barbichas de molho, pois sua deposição definitiva implicará, dentre outras coisas, na perda do foro privilegiado, e assim, à semelhança do que já acontece com seu abominável predecessor e mentor, ela não só ficará ao alcance da Lava-Jato e do juiz Sergio Moro, mas também estará sujeita a processos (tanto aqui quanto nos EUA) por participação nos episódios espúrios da refinaria de PASADENA e da GÊNESIS.

Como o leitor deve estar lembrado, a Petrobras pagou US$360 milhões por metade de uma refinaria que um ano antes havia sido comprada pela empresa belga ASTRA OIL por US$40,5 milhões. Para piorar, uma decisão judicial condenou a estatal tupiniquim a comprar a outra metade da sucata, o que resultou num prejuízo de US$ 1,18 bilhão. Ressalte-se que, na ocasião, Lula era presidente da República, e Dilma, presidente do Conselho de Administração da Petrobras ― de 2003 a 2010, quando era ministra de Minas e Energia (2003-2005) e ministra-chefe da Casa Civil (2005-2010).

Como de costume, a dupla de petralhas negou conhecimento da maracutaia. Dilma, aliás, atribuiu o monumental prejuízo a “riscos subestimados e decisões equivocadas”, afirmou que o negócio só foi aprovado porque “cláusulas fundamentais lhe eram desconhecidas”, e botou a culpa em Nestor Cerveró, que, curiosamente, não foi punido, mas promovido a diretor financeiro da BR Distribuidora. Mais adiante, o “Lindinho” ― como Cerveró era chamado por seus comparsas devido à blefaroptose ― declarou aos investigadores da Lava-Jato que a campanha de Lula à reeleição teria sido financiada com propina paga pelo contrato dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, que custaram US$1,2 bilhão (valor equivalente ao da compra da igualmente inútil refinaria de Pasadena).

Observação: Ainda que realmente tivessem sido ludibriados, ― o que se admite apenas para efeito de argumentação ―, Lula e Dilma estariam reconhecendo sua total inadequação aos cargos que ocupavam. Por outro lado, acreditar nessa falácia, como parece ser o caso da abilolada militância petista, demonstra uma indescritível ingenuidade ou, para usar um termo mais adequado a esse grupelho, uma burrice a toda prova.

Alguns defendem que a responsabilidade pela desastrosa compra de uma refinaria sucateada deveria ser dividida entre todos os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras, mas até mesmo esses reconhecem que a principal responsável foi Dilma, que comandava com mão-de-ferro o setor energético e não só sabia de tudo como também avalizava todas as ordens vindas do alto comando da Petrobras (leia-se José Sérgio Gabrieli) e do Palácio do Planalto (leia-se Luiz Inácio Lula da Silva).

Já a questão da GEMINI― nebulosa parceria entre a Petrobras e a White Martins para produzir e comercializar gás natural liquefeito (GNL) ― é ainda mais delicada, mas, por questão de espaço, vou deixar para abordá-la na próxima postagem (ou numa próxima postagem, melhor dizendo).

Em tempo: Acompanhar o verdadeiro caleidoscópio que que se transformou o cenário político nacional está ficando mais difícil a cada dia. Ontem mesmo pela manhã eu criei um texto sobre Jucá, mas outros compromissos me impediram de publicá-lo longo em seguida. No final da tarde, todavia, depois da repercussão das gravações envolvendo o indigitado, a postagem perdeu todo o sentido ― e eu perdi todo o trabalho que tive com sua elaboração. Coisas do Brasil.