NINGUÉM SE
CONFORMA DE JÁ TER SIDO.
Conforme navegamos pela imensidão da Web, é comum irmos
parar no site do YouTube, por
exemplo, embora nossa intenção original fosse cotar preços de pendrives.
Usuários mais “focados” até resistem a essa tentação e conseguem
deixar tais distrações para outra hora, mas se até lá o histórico de
navegação já tiver sido apagado ― coisa que, por questões de segurança, a
gente deve fazer ao final de cada sessão de navegação ―, aí a porca torce o
rabo.
Por conta disso, os navegadores permitem armazenar os URLs
numa pasta (bookmarks ou favoritos, conforme a denominação utilizada pelo
programa), e a partir dele retornar mais facilmente às páginas que despertaram
nosso interesse, mas que por algum motivo não pudemos explorar naquela
oportunidade. No entanto, alguns “favoritos” que salvamos podem deixar de funcionar,
mudar de endereço ou simplesmente ser removidos da Web, e se mantê-los na nossa
lista não faz sentido, testar os favoritos, um a um, para descobrir quais
entradas não funcionam ― ou mesmo remover redundâncias desnecessárias ― é um
procedimento trabalhoso e enfadonho.
A boa notícia é que o freeware
AM-DeadLink facilita sobremaneira esse processo. Basta clicar
neste
link, baixar os arquivos de instalação, selecionar o idioma desejado (
Português BR, no caso dos internautas tupiniquins),
rodar a ferramenta, definir o navegador desejado (no canto superior esquerdo da
janela), comandar a busca (pelo botão verde), aguardar o sinal sonoro e
vasculhar a lista dos favoritos, que exibe o status de cada um deles e outras
informações importantes (caminho, pasta, tipo de erro, etc.).
As entradas problemáticas são grafadas em vermelho
(convém clicar em Bookmarks > Colocar Bookmarks com erro no topo da lista para facilitar a análise) e acessar os
sites em questão a partir da pasta Favoritos
(ou Bookmarks) do seu navegador.
Observação:
Às vezes, um site
deixa de responder devido a problemas momentâneos com o servidor que o hospeda;
portanto, não apague a entrada sem antes tentar acessar a página novamente em
outra oportunidade. Alternativamente, acesse http://www.downforeveryoneorjustme.com/,
digite o URL da página que você não está conseguindo acessar na caixa de
diálogo, tecle Enter (ou clique em “or just me”, tanto faz) e confira o
resultado.
Para localizar
entradas duplicadas, torne a clicar
no menu
Bookmarks e selecione “
Mostrar Bookmarks duplicados”;
para mais informações, consulte a ajuda do programa.
PADILHA E A JARARACA
Citado por delatores da Lava-Jato, o ministro da Casa Civil
Eliseu Padilha retorna à Brasília após
ser submetido a uma cirurgia de próstata no último dia 27, embora afirme que
volta para trabalhar, fontes ligadas ao Planalto sinalizam que seu destino é
incerto. Diz-se à boca-pequena que
Temer
vai cobrar explicações sobre as denúncias, e que
Padilha ― um dos maiores articuladores do governo ― pode acabar se
retirando de cena, talvez indefinidamente.
Para Jucá ― outro articulador importante e igualmente delatado na Lava-Jato ―,
Padilha é uma peça importante do governo, e “enquanto tiver a confiança de
Michel, a decisão de mantê-lo caberá a
Michel”. Caju disse também “estar
tranquilo” em relação à lista de
Janot.
Acredite quem quiser.
A posição de
Temer é delicada. A
volta do ministro recoloca o Planalto no palco da Lava-Jato, mas seu afastamento
deixaria o presidente sem seu principal articulador ― ou, como dizem alguns, o “cérebro”
do governo. O fato é que
Padilha era
o negociador da reforma da Previdência junto ao Congresso, e alguns caciques
peemedebistas dizem até que
Yunes o
atacou para “blindar”
Temer nas
denúncias da Lava-Jato.
Na última sexta-feira, a situação se complicou: o delator
José Carvalho Filho, ex-funcionário da
Odebrecht, afirmou em depoimento no TSE que negociou diretamente com
Padilha repasses de R$ 4 milhões para o
PMDB, e que o ministro foi procurado depois de reclamações do ex-deputado
Eduardo Cunha de que não recebera seu
dinheiro. Segundo o depoente,
Padilha
deu senhas para os repasses, e a última parcela foi de R$ 500 mil.
Pelo visto, honestidade, em Brasília, é algo tão raro quanto nota de US$ 100
em bolso de pensionista da Previdência. Não é à toa que
Lula, o comandante-chefe da
ORCRIM
segundo o Ministério Público, nem chega a corar quando se autodeclara “a alma
viva mais honesta do Brasil”.
Falando
no capo di tutti i capi, de tanto
repetir a falácia que criou para ilaquear a boa-fé dos otários, é possível que
até ele acredite em seu retorno à presidência da Banânia. Aliás, diante dessa
perspectiva surreal, melhor seria devolvermos o Brasil aos silvícolas com um
pedido de desculpas pelo estrago e torcermos para que espanhóis ou ingleses redescubram a terra onde “em se plantando, tudo dá” ― nada contra os portugueses, mas só é
permitido errar uma vez; da segunda em diante não é erro, é burrice...
Os
petistas vêm farejando uma possível prisão de Lula em maio ― mês em que o petralha deverá depor ao juiz Moro. Segundo O Globo, a militância vermelha pensa em organizar uma caravana para
cercar o prédio do tribunal. O
Antagonista diz que será difícil reunir muita gente, pois até lá o indigitado
estará completamente desmoralizado pelos depoimentos de Emilio e Marcelo Odebrecht,
Pedro Novis e Léo Pinheiro.
Lula deve depor nesta terça-feira, em Brasília ― além dos dois processos na 13ª Vara
Federal de Curitiba, o petralha é réu em mais três ações penais, e outras
certamente virão com os
cerca de 80
pedidos de abertura de inquérito que
Janot encaminhou ao ministro
Fachin, respaldado nas delações dos
77
da Odebrecht. Mesmo assim, ele se reuniu com líderes do
PCdoB, na semana passada, para
confirmar que será candidato à presidência. “Para vocês posso dizer: eu serei
candidato à Presidência da República”, publicou
O Estadão.
Segundo
O Antagonista, os
comunas, que não são bobos nem nada, sabem que essa candidatura é mera
cantilena para dormitar bovinos. O site afirma que o
PCdoB “já faz previsões para se descolar do
PT, lançando o governador do Maranhão,
Flávio Dino, à sucessão do presidente
Michel Temer”.
Neste editorial, o
Estadão explicou o desespero do
petralha. Destaco um trecho: “
É
compreensível que [Lula] queira
antecipar o processo eleitoral de 2018, manifestando desde já sua disposição de
concorrer uma vez mais à Presidência da República. Com tal gesto, ele evidencia
o duplo desespero que o move: o medo de ser condenado e preso e o temor de ver
extinto o seu partido político, afogado no mar de lama que ele mesmo criou”.
O fato é que
Lula quer oficializar
sua candidatura antes de ser confrontado pelo juiz
Moro. Mas muita água vai rolar antes disso. Nesta semana ― em que a
Lava-Jato completa 3 anos ―,
Emilio
Odebrecht e
Pedro Novis, em
depoimento no processo contra
Palocci,
devem explicar que o
Italiano
administrava a conta corrente da propina do
PT e que seu chefe era
Lula.
Em 10 de abril,
Marcelo Odebrecht
será interrogado no mesmo processo, e deve dizer que, além de administrar a propina
destinada ao
PT,
Palocci administrava também o
mata-bicho destinado à Jararaca, depositado na conta corrente “
Amigo”. No dia 20 [de abril],
Léo Pinheiro, da
OAS, deve repetir o que já disse à PGR, ou seja, que o triplex foi
descontado da conta da propina do
PT
e que
Lula sabia de tudo. Mais
alguns dias e teremos acesso aos depoimentos de
Alexandrino Alencar e outros delatores da
Odebrecht, que vão detalhar os pagamentos para a reforma do sítio
do
Lula, para a compra do terreno do
Instituto Lula, para a compra
da cobertura do Lula, para as
palestras do Lula, para o
marqueteiro do Lula em países da
América Latina e da África, para
o filho
do Lula, e por aí segue essa execrável procissão.
O petralha tem muito com que se preocupar nas próximas sete semanas. O
ambicioso projeto de voltar ao Planalto deveria ser a menor dessas
preocupações, até porque não faz sentido um
penta-réu (em via de se tornar
hexa)
candidatar-se à presidência da República. Mas estamos no Brasil, que
Charles de Gaulle já dizia não ser um
país sério. Voltarei a esse assunto numa próxima oportunidade.
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