EU CAVO, TU
CAVAS, ELE CAVA, NÓS CAVAMOS, VÓS CAVAIS, ELES CAVAM. NÃO É BONITO E NEM RIMA,
MAS É PROFUNDO…
Vistas e
examinadas (e, espero eu, seguidas) as informações publicadas nas primeiras
seis postagens desta sequência, cumpre agora concluir a novela, mas não sem
antes relembrar (pois suponho ter dito isso em algum dos capítulos anteriores)
que as suítes de manutenção de terceiros
costumam proporcionar melhores resultados do que as limitadas ferramentas do Windows (que, basicamente, se resumem a
eliminar arquivos desnecessários, corrigir erros na estrutura lógica do HD e
desfragmentar os dados).
De passagem, sugeri alguns utilitários para remoção de
aplicativos ― que costumam funcionar melhor que o desinstalador nativo dos
programinhas ou do próprio Windows ― e soluções para limpeza e
desfragmentação do Registro ― etapa
importante da manutenção preventivo-corretiva, mas para qual a Microsoft não disponibiliza uma
ferramenta.
Embora eu já
tenha publicado diversas avaliações de suítes de manutenção, tanto pagas quanto gratuitas, não
me custa relembrar algumas opções interessantes:
CCleaner ― disponibilizado pela Piriform
em versão paga ou gratuita (confira meu review nesta
postagem).
IOBit Advanced System Care (para
conferir minhas remissões a essa suíte, digite o nome dela no campo de buscas
do Blog e
pressione Enter) ― Da mesma forma que o CCleaner, o ASC é distribuído tanto como shareware
quanto como freeware. Para usuários domésticos comuns, a versão gratuita
é mais que suficiente, embora a paga ofereça mais recursos (note que é possível
testar a opção gratuita e fazer o upgrade a qualquer tempo; para mais detalhes
e download, clique aqui).
Glary Utilities ― Verdadeiro canivete suíço,
a suíte integra um conjunto de ferramentas invejável, mesmo na modalidade
gratuita (que não deixa a desejar, embora a paga tenha alguns recursos a mais).
Tratei desse programa numa sequência de duas postagens, começando por esta
aqui.
Era isso,
pessoal. Até mais ler.
É mais fácil acreditar na fada do dente
do que nos pronunciamentos que Michel
Temer fez à nação depois de uma amostra do conteúdo da delação de Joesley Batista e outros 6 executivos
da JBS/J&F vir a público, na quarta-feira passada.
Em sua primeira fala, cerca de 20
horas depois do cataclismo, Temer
classificou a investigação pedida por Janot
e autorizada por Fachin de “território
onde surgirão todas as explicações” e exigiu “investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo
brasileiro”, além de
negar as acusações e rechaçar a possibilidade de renúncia ― que, na sua
avaliação, seria o mesmo que confessar a culpa. Dois dias mais tarde, em novo
pronunciamento, o presidente disse que a “gravação
clandestina foi
manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”
e que “incluída no
inquérito sem a devida e adequada averiguação, [o
áudio] levou muitas
pessoas ao engano induzido e trouxe grave crise ao Brasil”. No
domingo, em entrevista à FOLHA, ele voltou
a afirmar que não vai renunciar (se quiserem, me derrubem), enquanto
seus advogados trabalhavam febrilmente para suspender o inquérito ― aquele onde surgiriam todas as explicações, lembram-se? Na segunda-feira, no
entanto, com base no laudo do pelo perito Ricardo Molina, a banca de advogados
capitaneada por Antonio Claudio Mariz de
Oliveira mudou a estratégia e desistiu do pedido de suspensão.
Ouvindo a longa explanação de Molina ― que atuou mais como advogado
de defesa do que como perito ―, fica-se sabendo que: 1) a gravação é imprestável ― dada a existência de
mais de 70 “pontos de obscuridade”; 2) o
MPF é inocente e incompetente. Todavia, dois peritos ouvidos pelo Jornal Nacional chegaram à conclusão de que toda a gravação
está intacta.
A ministra Cármen Lúcia determinou que o julgamento do pedido de suspensão do
inquérito aberto, que a princípio ocorreria nesta quarta-feira (24), só seja realizado após a conclusão da
perícia. Isso significa esperar que sejam periciados também o(s)
gravador(es) utilizado(s) por Joesley
― não sei dizer por que foram usados dois aparelhos; segundo Molina, trata-se de artefatos
fabricados a partir de um chipset chinês e vendidos no Mercado Livre por menos de R$ 30. Enquanto isso, pedidos de
abertura de processo de impeachment contra Michel
Temer se empilham na secretaria da Câmara dos Deputados. Eram 14 na tarde
da última segunda-feira, nove dos quais foram protocolados após a furo de
reportagem de Lauro Jardim.
Espera-se que um novo pedido, da OAB,
seja protocolado ainda nesta semana.
Um presidente só começa a falar em “renúncia” quando está no limiar do poder e o
país, no limite máximo na escala das crises. Temer é o primeiro presidente do Brasil investigado por
corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. Até a última
quarta-feira, a Lava-Jato tinha diversas menções a ele em episódios suspeitos,
mas não abriu investigação porque todas se referem a atos cometidos na época
em que sua excelência ainda era vice. E a Constituição determina que um presidente da República só pode ser processado pelo que fez no exercício do cargo. Mas agora
a história mudou.
Se o arquivo de áudio foi ou não
manipulado, cabe aos peritos atestar ― e parece que dificilmente chegarão a um
consenso a esse respeito. Molina, na
coletiva que concedeu na noite da segunda-feira, fez questão de enfatizar que
determinados “ruídos” e outros “efeitos” podiam ter sido adicionados à
gravação, e que trechos da conversa poderiam ter sido editados. Sempre no
condicional. Aliás, chegou mesmo a dizer que introduzir ruídos como os que
havia detectado era “a coisa mais fácil do mundo”, e que só não demonstraria isso ali, ao vivo e em cores, porque não tinha o equipamento necessário.
Observação: Vale lembrar que voar também é a coisa mais
fácil do mundo. Os pássaros que o digam. Eu até voaria para comprovar minha
assertiva; só não o faço porque me faltam as asas.
Enfim, muito se discute a validade
do tal arquivo de áudio, mas o fato é que o próprio Temer não contestou trechos da conversa que o comprometem,
limitando-se apenas a dar desculpas esfarrapadas ― conforme, aliás, eu já
comentei nos posts anteriores. Se ele vai renunciar, aí já é outra história.
Mas sua queda é líquida e certa. Se através da cassação da chapa ou de outra
maneira, aí também é outra história. O fato é que ele perdeu o apoio do
Congresso, e como nunca teve suporte da população, a conclusão é óbvia. Então,
o faz sentido especular a partir de agora é o que acontecerá depois que ele
deixar o trono. Mas isso já é assunto para a próxima postagem.
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