Antes de retomar o fio da meada, chamo a atenção do leitor para
mais um “formador de opinião” que, por não ver seu candidato no poder,
bandeou-se para a ala do “quanto pior,
melhor” (confira na imagem acima). Como já disse alguém, "tudo bem se você não quiser jogar no time, mas também não precisa torcer contra!"
Chega a ser constrangedora a impertinência midiática contra um governo que acaba de tomar posse. A Jair
Bolsonaro atribui-se todo tipo de mazela, do pecado original ao assassinato
de Abel por Caim, passando, naturalmente, pelo crime ambiental ocorrido no município mineiro de Brumadinho. Seu discurso em Davos foi duramente criticado, não só
pela alegada “pobreza”, mas por ter durado
apenas 6 minutos.
Bolsonaro deu seu recado, e Paulo Guedes supriu as lacunas. Seria muita ingenuidade esperar que o Presidente desse uma aula de Economia. Aliás, dependesse de sua oratória, o capitão reformado do exército e deputado do baixo-clero por 7 mandatos consecutivos jamais teria sido eleito comandante em chefe desta Banânia. Mas a malta de descontentes prefere alguém tipo Fidel Castro, que se consagrou por seus discursos de até 7 horas (e entrou para o Guinness World Records ao falar por 4 horas na ONU). Ou do falastrão de Garanhuns, ora promovido a presidiário de Curitiba.
Bolsonaro deu seu recado, e Paulo Guedes supriu as lacunas. Seria muita ingenuidade esperar que o Presidente desse uma aula de Economia. Aliás, dependesse de sua oratória, o capitão reformado do exército e deputado do baixo-clero por 7 mandatos consecutivos jamais teria sido eleito comandante em chefe desta Banânia. Mas a malta de descontentes prefere alguém tipo Fidel Castro, que se consagrou por seus discursos de até 7 horas (e entrou para o Guinness World Records ao falar por 4 horas na ONU). Ou do falastrão de Garanhuns, ora promovido a presidiário de Curitiba.
Na visão míope e deturpada da valorosa esquerda tupiniquim (com todas as ironias de estilo), a delegação enviada por Israel para ajudar nas buscas em Brumadinho trouxe “uma
evolução da tecnologia existente na vara de Moisés, quando separou o Mar Vermelho”.
“Viva o poder da fé!”, ironizou
o jornalista Luis Nassif. O esquerdista
Carlos Latuff foi mais além em seu
rancor com a aliança entre os governos Bolsonaro
e Netanyahu, como se pode inferir da
charge ao lado. Seria interessante ver a reação desses "engraçadinhos" se outro cartunista os associasse ao Estado Islâmico ou ao Hezbollah, por exemplo.
Feitas essas observações, podemos seguir adiante.
No que concerne às perguntas que deixei em aberto no post
anterior, não tenho resposta para a primeira, mas acho que se aplica ao
caso o que cansei de dizer sobre o procedimento da defesa de Lula durante a instrução do processo do
tríplex no Guarujá, ou seja, que é difícil explicar o inexplicável e defender
o indefensável.
Diz um ditado que “contra fatos não há argumentos”, e com isso respondo a segunda e a quarta
perguntas. Mas vale acrescentar que a argumentação mirabolante da defesa estrelada do
ex-presidente petralha não impediu que ele fosse condenado a 12 anos e 1 mês de prisão e nem que fosse devidamente encarcerado, ainda que numa espécie de “sala de estado maior” da Superintendência da PF em Curitiba.
Quanto à terceira pergunta, Flávio Bolsonaro dizia que não era investigado e que
caberia a Queiroz se explicar ao MP-RJ, mas parece ter mudado de opinião. Semanas atrás, sua assessoria
de imprensa publicou uma nota Instagram
afirmando que, “ao ter acesso aos autos
do procedimento”, o senador eleito verificou que era “objeto de investigação, o que atrai competência ao STF”. É possível
que o relator da Reclamação, ministro Marco
Aurélio, mantenha as investigações no âmbito do MP-RJ, pois o Supremo
entende que só têm direito a foro especial naquela Corte deputados federais,
senadores e outros figurões cujos atos pouco republicanos ocorreram durante e em
decorrência do cargo. A conferir.
A quinta pergunta remete a 48 depósitos no valor de R$
2 mil cada um. Em entrevistas, Flávio
disse que o dinheiro era parte do sinal que recebeu pela venda de um
apartamento — aliás, sobre outra movimentação considerada suspeita pelo Coaf, no valor de R$ 1.016.839 e referente a um título bancário da Caixa Econômica, ele alegou tratar-se
do pagamento de um empréstimo tomado para a compra, na planta, do tal
apartamento. Disse ainda que usou o caixa de autoatendimento da Alerj para escapar de filas e evitar
que o dinheiro fosse contado na frente de várias pessoas. Uma sábia decisão; afinal, a segurança pública no Rio de Janeiro é aquela que sabemos. Acontece, porém, que
o Banco Central exige informações
quando o valor de um depósito em espécie ultrapassa R$ 50 mil, e no banco onde o senador eleito tem conta o
preenchimento do formulário é exigido em depósitos a partir de R$ 10 mil. As conclusões ficam por conta de cada um.
No tocante à sexta pergunta, há realmente divergências entre
as datas dos depósitos fracionados e a da escritura de venda do tal apartamento. O contrato
firmado com o ex-atleta Fábio Guerra
menciona que, além da permuta de dois imóveis, o comprador pagaria R$ 600 mil a Flávio. Os primeiros R$ 550
começaram a ser pagos em 24 de março de 2017 e os R$ 50 mil restantes, no ato da escritura, em 23 de agosto, mas não havia
qualquer menção a dinheiro vivo, e os depósitos de R$ 2 mil cada foram efetuados entre
junho e julho daquele ano.
Observação: Guerra
afirmou que não sabe porque os depósitos foram fracionados, pois entregou
valores superiores a R$ 20 mil. "O
imóvel foi R$ 2,4 milhões, o (apartamento) que era dele aqui (comprado por
Fábio). Eu dei o meu lá (na Urca). Está tudo na escritura por R$ 1,5 milhão.
Dei uma sala comercial de R$ 300 mil, R$ 50 mil em cheque e R$ 550 mil foi
feito em depósito e cerca de 100 mil em dinheiro que não foi feito de uma vez
só”, afirmou ele ao Jornal
Nacional. “Dei assim em dois ou três
meses. Não dei R$ 100 mil de uma vez só. Vendi um imóvel no passado para poder
pagar ele. Peguei parte em dinheiro (da venda) também e dei para ele”. Mas diz que não tem os
recibos dos pagamentos feitos em espécie.
Quanto à sétima pergunta, Flávio tem dito em entrevistas que ganha mais como empresário do
que como deputado — ele é dono de 50% da Bolsotini
Chocolates e Café, uma franquia da Kopenhagen, e sócio dos pais e dos
irmãos Eduardo e Carlos na Bolsonaro
Digital. O Coaf não registrou no
relatório um centavo sequer recebido dessa empresa, mas, nos seis meses analisados,
sua maior fonte de renda foram os salários de parlamentar — no total, ele
recebeu R$ 131,5 mil. Somados
aos R$ 120 mil recebidos da
franquia, chega-se a um total de R$ 251,5
mil. O relatório não informa se detectou ou não a origem dos R$ 90 mil que fechariam a conta, mas o fato é que cota-parte do senador eleito (R$ 20 mil mensais, em média) no faturamento da loja de chocolates
pode ser considerado um sucesso estrondoso: segundo fontes de mercado, o lucro médio de
franquias da Kopenhagen fica entre R$ 8,4 mil e R$ 10,5 mil. VEJA
procurou Alexandre Santini, sócio de
Flavio nesse empreendimento, para
saber se todo o lucro da empresa ficava com o político e por que a dupla
embolsava bem mais que a média, mas não obteve qualquer explicação.
Observação: Segundo o Coaf, Flavio Bolsonaro movimentou
R$ 632,2 mil (foram R$ 337,5 mil em créditos e R$ 294,7 em débitos)entre 1º de agosto
de 2017 e 31 de janeiro de 2018, valor considerado incompatível com sua renda.
Para não espichar ainda mais este texto, a resposta à última
pergunta e demais considerações terão de ficar para amanhã. Até lá.