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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

DE VOLTA AOS OVNIs

HÁ MAIS COISAS ENTRE O CÉU E A TERRA DO QUE SUPÕE NOSSA VÃ FILOSOFIA.

Semanas atrás, um piloto da Gol avistou um objeto voador não identificado em velocidade supersônica e precisou fazer uma manobra evasiva para evitar a colisão. O incidente ocorreu no voo 9109, entre Brasília e Fortaleza, em 24 de janeiro, às 12h10, quando a aeronave estava a 10,6 mil metros de altitude. Outro piloto, da Avianca, e um terceiro, que voava entre Alagoas e Piauí, também relataram avistamentos semelhantes, descrevendo o OVNI como grande, branco e capaz de realizar movimentos em zigue-zague a altíssima velocidade.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Um dos motivos entre os vários que puseram o PSDB na rota do infortúnio foi a ausência de posicionamento nítido desde que deixou o Planalto. Em outras palavras, os tucanos são tão indecisos que mijam no corredor quando a casa tem mais de um banheiro, e vinham se equilibrando na corda bamba bem antes da eleição de 2002, quando Serra perdeu a Presidência para Lula

A partir de então, o tucanato fez "corpo mole", acreditando que seria beneficiário em 2018 do recall da quase vitória de Aécio Neves em 2014, mas de novo perdeu e jamais se recuperou. O erro dialoga com a falta se senso de oportunidade, mas há equilibristas que se equivocam por excesso de oportunismo — como é o caso de Bolsonaro: fosse mais atento à dinâmica da política como ela é, o ex-presidente levaria em conta os ditames da história para perceber que a deposição dos pés em duas canoas dificilmente dá camisa a alguém. 

Quem faz política precisa ter nitidez de posição. O muro é um lugar confortável, mas eleitoralmente ineficaz. Saber como e quando pular do barco é uma arte na qual o centrão é catedrático. 

Na disputa à Prefeitura de São Paulo, o apoio errático do capetão ao prefeito Ricardo Nunes com sinais de apreço dirigidos a Pablo Marçal para disfarçar a evidência de que o voto dessa direita não tem dono denota insegurança nas escolhas. Sobe naquela corda cujos movimentos tortuosos podem levar a derrubadas estrepitosas. 

Os "nítidos" nem sempre ganham, mas acumulam forças na derrota. Lula, PT e todas as suas idas e vindas são o exemplo mais notável. Conseguiram ganhar cinco eleições presidenciais em oposição a avanços sociais e econômicos como o Plano Real, a privatização das telecomunicações e outros tantos. Como? Tendo a chamada firmeza ideológica.

Goste-se ou não do resultado, sendo o conteúdo muitas vezes para lá de questionável, fato é que o eleitorado não é dado a meios-termos. Notadamente em tempos de torcidas radicalizadas, o líder que vacila candidata-se a perder seu lugar na fila.

O Brasil possui uma longa história de avistamentos de OVNIs. Casos icônicos incluem o de Varginha, a Operação Prato, o Caso Trindade e a Noite Oficial dos Discos Voadores, quando caças da FAB perseguiram objetos misteriosos que surgiram nos radares. Esses relatos, vindos de pilotos civis e militares, controladores de voo e outros profissionais, chamam atenção devido à trajetória e velocidade dos objetos, incompatíveis com aeronaves convencionais.

Em 2004, o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro divulgou um documento sobre a Noite dos Discos Voadores de 1986, quando 21 objetos foram avistados em São Paulo, Rio, Minas e Goiás. Na ocasião, um bimotor com o coronel Ozires Silva, cofundador da Embraer, detectou três OVNIs sobre São José dos Campos (SP). Um caça da FAB chegou a registrar um objeto a 22 quilômetros de distância, mas o OVNI acelerou para incríveis Mach 15 (18.375 km/h), velocidade inimaginável para aeronaves conhecidas.

Um piloto que voava sobre o litoral catarinense na madrugada de 7 de fevereiro de 2023 disse ter visto no céu de Navegantes "uma bola pequena a grande a uma velocidade dez vezes maior que a de um avião comercial", e relatou que já havia reportado outras ocorrências semelhantes no mesmo lugar. Outro piloto reportou o avistamento de um objeto estático, que aumentava e diminuía nas cores branca e alaranjada, quando se preparava para pousar no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e que avistara o objeto em três oportunidades naquela mesma semana. 


Outros cinco objetos com luzes brancas intermitentes foram avistados sobre o município de Ilha Comprida, em São Paulo. Segundo os relatos, os OVNIs faziam movimentos circulares a uma velocidade oito vezes superior à do som (o que descarta a possibilidade de ser um balão meteorológico, satélite, lixo espacial ou qualquer outro fenômeno conhecido).


A ex-comissária da VASP Ana Prudente relatou um incidente em que seu avião foi seguido por um OVNI durante um voo de São Paulo para Belém. A cabine foi inundada por uma luz branca intensa e o rádio da aeronave ficou inoperante até o fim do avistamento. No dia seguinte, ela e os outros tripulantes apresentaram queimaduras misteriosas, mas os exames não detectaram radioatividade.

A Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre OVNIs (que cobre 64 anos, de 1952 a 2016, com relatos de pilotos e controladores de voo que avistaram objetos voadores não identificados) foi encaminhado ao Arquivo Nacional, e que esses documentos são o segundo acervo mais acessado, atrás apenas dos da ditadura militar.

O governo dos EUA reconhece a existência dos OVNIs como uma questão de segurança nacional. Apesar disso, muitos relatos continuam sem explicação, enquanto outros foram atribuídos a balões, drones ou fenômenos climáticos. Um relatório de 2021 reacendeu o debate após a divulgação de vídeos mostrando OVNIs desaparecendo no mar. Pilotos militares que antes evitavam relatar incidentes devido ao estigma, agora o fazem com mais liberdade.

O ex-piloto da Marinha Ryan Graves fundou a organização Americans for Safe Aerospace para encorajar pilotos a relatar incidentes com OVNIs. Em depoimento ao Congresso, ele e o major aposentado David Fravor relataram avistamentos durante suas carreiras militares. O ex-oficial de inteligência da Força Aérea David Grusch acusou o governo de encobrir suas investigações sobre OVNIs e afirmou que a tecnologia envolvida ultrapassa qualquer criação humana.

Cada um pode acreditar ou deixar de acreditar no que bem entender, mas nunca é demais lembrar o que o Nobel de Literatura José Saramago em seu Ensaio sobre a cegueira: "a cegueira é um assunto particular entre as pessoas e os olhos com que nasceram; não há nada que se possa fazer a respeito." Trata-se de uma alusão a um tipo de cegueira mental, na qual o autor joga com a diferença entre as palavras ver e olhar. O olhar aparece como o ato de enxergar e o ver, como a capacidade de observar, de analisar uma situação. 

Ao fim e ao cabo, a incapacidade de enxergar além do superficial pode ser encarada como uma alienação do homem em relação a si mesmo.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

ACREDITE QUEM QUISER

ÀS VEZES OS SERES HUMANOS CRIAM MONSTROS DESUMANOS. 

Segundo relatório divulgado em julho deste ano, o governo dos EUA examina 510 informes de avistamentos de OVNIs (mais que o triplo do número registrado no ano anterior). O documento acrescenta que voltaram a ser examinados 119 casos arquivados nos últimos 17 anos, e que a maioria dos novos relatos provém de pilotos da Marinha e da Força Aérea norte-americana. 

 

Cerca de 200 relatos envolvem balões, drones ou a chamada "desordem aérea" (que inclui pássaros, fenômenos meteorológicos e sacolas plásticas no ar), mas outros não têm explicação, e é neles que o Pentágono, as agências de Inteligência e a NASA concentram suas análises — não por temor de que se trate de naves extraterrestres, mas de tecnologia espiã desconhecida.

 

O relatório foi elaborado depois de anos de pressões do Congresso para que as cúpulas militar e de Inteligência levassem a sério os OVNIs (sigla para "objetos voadores não identificados"). Em 2020, o Departamento de Defesa dos EUA publicou um vídeo (gravado por pilotos da Marinha) que exibe objetos movendo-se a velocidades incríveis, girando e desaparecendo misteriosamente.

 

Os avistamentos não ocorrem apenas em locais remotos e predominantemente rurais. Experiências ufológicas, incluindo as que envolvem abduções (quando as pessoas são levadas para experimentos no interior dos discos voadores), já foram relatadas por famosos nacionais e internacionais. A cantora, compositora e atriz norte-americana Miley Cyrus, por exemplo, disse em entrevista à Interview Magazine que foi perseguida por "um grande limpa-neve voador" enquanto dirigia por uma estrada da Califórnia, e que fez contato visual com "algo que ela não conseguia entender".


Observação: Segundo a Ufologia, experiências como essa são consideradas "contatos de segundo grau" (mais detalhes nesta postagem).

 

A atriz e apresentadora Demi Lovato relatou que foi abduzida por extraterrestres. Na série Unidentified com Demi Lovato, ela é apresentada a experiências de pessoas supostamente abduzidas que, mediante sessões de regressão hipnótica, descrevem programas de hibridização de fetos entre humanos e alienígenas, por exemplo. Mesmo com os relatos citados na série, Demi afirma que os "médicos da luz" são pacíficos e têm a missão de salvar o planeta Terra.

 

O comediante e boxeador Whinderson Nunes relatou no Twitter o avistamento de um objeto que "não parecia um drone, nem helicóptero, nem avião, tinha uma trajetória estranha ". A modelo brasileira Isabeli Fontana, que se considera sensitiva e fez vigílias ufológicas no passado, em Limeira, relatou uma experiência inusitada durante a gravidez de seu primogênito. Fábio Jr., em entrevista para a IstoÉ, contou que avistou duas naves pairando sobre seu carro. 

 

Embora o formato de disco seja o mais comum, existem OVNIs no formato de charuto, triangulares e até piramidais. Os objetos capazes de se mover em lagos e oceanos, como os relatados por militares da Marinha de diversos países, são chamados de OSNIs — sigla para "Objetos Submarinos Não Identificados").

 

O Brasil coleciona dezenas de avistamentos massivos de OVNIs. Entre os casos mais famosos estão os de Varginha, da Ilha de Colares  palco da Operação Prato —, o Caso Trindade e a chamada Noite Oficial dos Ovnis, quando caças brasileiros foram acionados para perseguir objetos voadores que apareciam e desapareciam misteriosamente dos radares.


Continua...

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

AINDA SOBRE A ÁREA 45 E O CASO ROSWELL

A PRIMEIRA COISA QUE DUAS PESSOAS FAZEM QUANDO COMEÇAM UMA VIDA EM COMUM É CAMINHAR EM SENTIDOS OPOSTOS. 

Em meio à Guerra Fria, o receio de que a URSS desenvolvesse armas nucleares levou os EUA a investir em tecnologias avançadas e construir a base militar de Roswell, no Novo México. Testes de aeronaves como o U-2 fizeram com que os avistamentos de OVNIs se multiplicaram no deserto de Nevada — vale lembrar que nem todo objeto voador não identificado é necessariamente alienígena.  
 
Em meados de 1947, rancheiros avistaram luzes esquisitas nos céus do Novo México. Após uma noite de tempestade, Willian Brazel comunicou ao xerife de Chaves County que havia encontrado destroços de uma nave alienígena no seu rancho. O policial notificou o major Jesse A. Marcel, do Escritório de Inteligência do 509º Grupo de Bombardeiro, e os destroços foram prontamente recuperados pelos militares e inspecionados na Base Aérea de Roswell.
 
A notícia de que um disco voador havia sido encontrado foi largamente divulgada pela imprensa, mas desmentida pela Base Aérea Naval de Fort Worth, no Texas, onde os supostos destroços e corpos dos alienígenas foram periciados. Segundo os militares, o objeto era um balão meteorológico, e os quatro ETs pequeninos, cinzentos, com cabeças e olhos enormes, apenas bonecos de prova lançados de altitudes elevadas para avaliar os estragos causados pela queda. 
 
Décadas se passaram até o físico Stanton T. Friedman encontrar um certo major Jesse Marcel, o tenente Walter Haut admitir que não só viu o OVNI como os cadáveres dos tripulantes, e o agente da CIA Chase Brandon revelar que arquivos confidenciais o convenceram de que a nave era extraterrestre e os corpos encontrados em Roswell eram alienígenas. 
 
Haut e Marcel já faleceram, mas outras "testemunhas" alegaram ter visto a nave — como o agente funerário Glenn Dennis, que teria levado os corpos dos ETs a pedido do Exército — ou sido abduzidas. Os céticos dizem que Marcel era um mentiroso, que Haut estava caduco, e que as outras testemunhas só deram o ar da graça muitos anos depois. 
 
Ainda assim, o "Incidente de Roswell" continua dividindo opiniões, quando mais não seja porque a versão oficial soa tão patética quanto a inocência de Lula e o respeito de Bolsonaro pelo Estado Democrático de Direito. Houve, sim, uma conspiração, ainda que não exatamente a que ufólogos querem ver. Mas isso é assunto para uma próxima postagem.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (DÉCIMA PRIMEIRA PARTE)

A VERDADE CONTINUA LÁ FORA.

 

Embora não seja mencionada na Bíblia, a expressão "livre arbítrio" costuma ser entendida como o "poder de escolha concedido por Deus". 

O Brasil é um país laico e a Constituição de 1988 não só garante plena liberdade religiosa como assegura que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim, mesmo quem não acredita em Deus pode fazer o que lhe der na telha — desde que não faça o que lei proíbe. 

Por essas e outras, sinta-se à vontade para crer na inocência de Lula, na competência de Bolsonaro, no criacionismo, no terraplanismo, nas vacinas com chips e outras bobagens que tais. Mas não duvide da existência dos OVNIs, pois nem todo objeto voador não identificado é necessariamente extraterrestre.  

Avistamentos de OVNIs relatados por pilotos civis e militares, controladores de voo e outros profissionais capazes de diferenciar esses eventos de fenômenos atmosféricos comuns são colecionados pela FAB desde meados do século passado. Na maioria dos casos, o que mais chama a atenção são a trajetória e a velocidade  incompatíveis com as de aviões de carreira ou mesmo jatos da Aeronáutica. 

Em 2004, o Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro produziu um documento que resume as conclusões de relatório assinado em 1986 pelo brigadeiro-do-ar José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, então comandante interino do órgão, sobre a noite de 19 de maio de 1986 ficou conhecida como "noite dos discos voadores", quando 21 objetos não identificados — alguns com até 100m de diâmetro — foram avistados por civis e militares em São Paulo, Rio, Minas e Goiás. 

Cinco jatos da Aeronáutica foram acionados pelo Centro de Operações da Defesa Aérea para interceptar os supostos invasores. De acordo com os pilotos, os pontos multicoloridos conseguiram, entre outras manobras, pairar estáticos no céu, voar em zigue-zague, fazer curvas em ângulo reto, mudar de cor, trajetória e altitude e atingir velocidades de até 15 vezes superiores à velocidade do som. 
 
Pelo menos três aeronaves comerciais relataram avistamentos naquela noite. Um Bandeirante da TAM informou ao Centro de Controle de Área de Brasília que havia um "artefato" se aproximando dele, em aparente rota de colisão. Um avião da Transbrasil relatou o avistamento de um OVNI sobre a região de Araxá (MG), e um bimotor que levava a bordo o coronel Ozires Silva (cofundador da Embraer) detectou três OVNIs sobre 
São José dos Campos (SP). 
 
Observação: "A Noite Oficial dos OVNIs é um dos mais importantes casos da ufologia mundial. É o caso com o maior número de testemunhas em todo o planeta", explica o ufólogo Jackson Luiz Camargo, autor de A Noite Oficial dos UFOs no Brasil. 
 
Notificado sobre o que estava acontecendo, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima determinou providências. Três caças da FAB foram instruídos a interceptar os OVNIs. Mas, quando ele se aproximavam, os alvos desapareciam, inclusiva das telas dos radares, e reapareciam em outro lugar. 

Observação: "No Brasil, não se atira em UFO porque não representa ameaça, mas não sabemos como eles reagiriam se fossem atacados", afirma o ufólogo Marco Antônio Petit. "Ao contrário do que é divulgado oficialmente, os militares sabem muito bem com o que estão lidando".
 
A cerca de 800 quilômetros dali, em Goiás, o radar de outro caça acusou um objeto não identificado a 22 quilômetros de distância. O piloto do jato aumentou a velocidade para algo em torno de 1.600 km/h, mas o OVNI acelerou de maneira brusca a inacreditáveis Mach 15 (o equivalente a 18.375 km/h). "Se existe avião que possa desenvolver essa velocidade, eu desconheço", declarou o militar ao Globo Repórter em 1993. 
 
Ao longo da noite, outros dois caças Mirage foram acionados. O primeiro decolou às 23h17, e o segundo, às 23h46, ambos da Base Aérea de Anápolis (GO). Mas nenhum deles teve qualquer contato, visual ou através do radar de bordo, com nenhum objeto voador. Quatro dias depois, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Moreira Lima, convocou uma coletiva para comunicar à imprensa que cinco caças da FAB perseguiram 21 UFOs. 

"Não se trata de acreditar ou não [em seres extraterrestres ou em discos voadores]. Só podemos dar informações técnicas. As suposições são várias. Tecnicamente, diria aos senhores que não temos explicação", declarou o ministro. Ele prometeu divulgar um dossiê completo dali a 30 dias, mas isso só aconteceu décadas depois. "(...) Este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados", diz o documento.
 
Ninguém sabe ao certo o que aconteceu na noite de 19 de maio de 1986. Na dúvida, ninguém descarta a hipótese de vida inteligente em outros planetas. "Nós, seres humanos, somos muito presunçosos. Achamos que somos os donos do universo", declarou o próprio Ozires Silva em 2014. Por meio de nota, a Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre OVNIs já foi encaminhado ao Arquivo Nacional, e que não dispõe de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito deste tipo de fenômeno aéreo.
 
Hoje, esse acervo é o segundo mais acessado do Arquivo Nacional — só perde para os relatórios da ditadura militar. O material abrange um período de 64 anos e vai de 1952, quando dois repórteres da extinta revista O Cruzeiro avistaram um OVNI sobrevoando a Barra da Tijuca, no  Rio de Janeiro (RJ), até 2016, quando um piloto da FAB relatou um suposto avistamento. 
 
Como se vê, a verdade continua lá fora.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO



A CPI do Genocídio ouviu ontem o deputado estadual do Amazonas Fausto Vieira dos Santos Júnior, convocado a pedido do senador Marcos Rogério. Na última segunda-feira, a ministra Rosa Weber enviou à PGR a notícia-crime contra Jair Bolsonaro por prevaricação no caso da compra da vacina indiana Covaxin, que foi protocolada no STF pelo vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues, e pelos senadores Fabiano Contarato e Jorge Cajuru. Em "modo desespero", o Planalto se mobiliza para encerrar a CPI ou, no mínimo, forçar a observância do recesso parlamentar, que suspenderia os trabalhos da Comissão por duas semanas a partir do próximo dia 17. Esta semana começou mal para os bolsonaristas e pode ficar pior após o depoimento de Carlos Wizard, que está marcado para hoje.

Depois de driblar por 20 dias uma força-tarefa de 270 policiais — que mobilizou 4 helicópteros, dezenas de viaturas, cães farejadores, drones com visão térmica, rádios especiais com alcance de 30 km e antenas amplificadores de sinal e custou cerca de R$ 3 milhões aos cofres públicos — o psicopata homicida Lázaro Barbosa foi despachado sem escalas para o quinto dos infernos na manhã da última segunda-feira. A esta altura, esse animal deve estar confraternizando com o Capetão em pessoa (falo do legítimo Senhor das Trevas, não da versão tupiniquim à qual alguns leitores possivelmente associaram o epíteto).

O nome “Lázaro” é a forma abreviada de Eleazar, que em hebraico significa “aquele a quem Deus ajudou”. A Bíblia menciona dois Lázaros. Um deles, segundo o Evangelho de João (11:43-44), foi trazido de volta do mundo dos mortos pelo Filho do Pai; o outro, reza o Evangelho de Lucas (16:20), era um mendigo que tinha o corpo coberto de chagas, daí “lazarento” ser sinônimo de “leproso” e São Lázaro, o padroeiro dos hansenianos (e dos capricornianos, segundo esotéricos e assemelhados).

A Ressurreição de Lázaro é um dos mais notórios milagres atribuídos a Jesus. Outro é a travessia do Mar Vermelho. De acordo com o Êxodo 14:16-22, o vento soprou de leste durante uma noite inteira no Golfo de Aqaba (cuja largura máxima é de 24 km), abrindo as águas e permitindo a passagem de Moisés e sua trupe — pela manhã, o mar se fechou novamente e, para a sorte dos hebreus, bem em cima dos egípcios que os perseguiam.

Acreditar nas histórias da Bíblia é uma questão de fé. Do ponto de vista estritamente racional, a única afirmação possível é a de que milagres não existem. Como não existem discos voadores. Só que os EUA não sabem explicar pelo menos 143 aparições de OVNIs. Eu, particularmente, não acredito em bruxas, pero que las hay, las hay!

Lázaro (o ressuscitado, não o mendigo) era amigo de Jesus e morreu durante uma viagem do mestre. Quatro dias depois do sepultamento, o Messias (falo do Filho do Pai, não da versão tabajara que não miracula) mandou abrir a caverna e ordenou ao egum mal despachado que saísse. E ele saiu. A propósito, a médica Elza Dias Tosta, presidente da Academia Brasileira de Neurologia, pondera que alguns diagnósticos possíveis seriam a narcolepsia ou a catalepsia, que, dada a falta de recursos médicos da época, seriam facilmente confundidas com morte.

Voltando ao psicopata assassino — dono de uma capivara de dar inveja a muito político que se preza — Lázaro vinha cometendo crimes desde 2007 e conquistou seus 15 minutos de fama graças a sua extraordinária expertise na arte do escapismo, que deve ter deixado Fabrício Queiroz roxo de inveja. De acordo com os policiais, o criminoso vestia um casaco com um distintivo antigo PM do DF quando foi encontrado, e atirou diversas vezes.      

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado elogiou a polícia pelo trabalho: “Goiás não é Disneylândia de bandido”, postou ele no Twitter. Alguém deveria lembrá-lo de que o Distrito Federal está localizado justamente no Estado que ele governa. O presidente Bolsonaro também cumprimentou os policiais: “Parabéns aos heróis da PM-GO por darem fim ao terror praticado pelo marginal Lázaro, que humilhou e assassinou homens e mulheres a sangue frio. O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem. Suas vítimas, sim, não tiveram uma segunda chance. Bom dia a todos! Lázaro: CPF cancelado”, postou sua alteza no Twitter. Quando mais não seja, essas postagens são a prova provada de que mesmo um relógio quebrado dá a hora duas vezes por dia.

Lázaro foi condenado por homicídio (na Bahia) e era procurado no DF e em Goiás por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo. Chegou a ser preso em 2009, mas não retornou da “saidinha de Páscoa” em 2016. Foi recapturado dois anos depois, tornou a fugir dali a poucos meses e acabou matando a tiros e facadas três pessoas na zona rural de Ceilândia (no último dia 9) e sequestrando a mulher de uma das vítimas (cujo corpo foi encontrado à beira de um córrego três dias depois).

Ao longo as últimas três semanas, esse assassino sanguinário matou o caseiro de uma fazenda, invadiu pelo menos ouras onze propriedades, baleou dois policiais militares e um oficial da FAB, roubou e incendiou um carro, manteve refém um casal e uma adolescente de 16 anos, trocou de tiros com a polícia, e por aí segue a procissão. 

A ex-mulher e a sogra desse “anjinho” estão sendo investigadas por suspeitas de tê-lo acobertado. Um caseiro, suspeito de tê-lo ajudado a fugir, revelou que ele dormiu na fazenda em que a polícia foi impedida de entrar pelo proprietário. Patrão e empregado — que não tiveram as identidades reveladas — foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma (uma garrucha calibre 22 com 50 munições foram encontradas em poder de um deles) e facilitação de fuga de foragido.

Na mochila encontrada com Lázaro, havia armas, comida e mais de R$ 4 mil em espécie. Especula-se, inclusive, que fazendeiros da região o estariam acobertando e financiando outros jagunços para “tocar o terror” e derrubar o preço das propriedades (para então comprá-las a “preço de banana”). Aliás, suspeita idêntica recaiu sobre Nero por ocasião do incêndio de Roma, mas isso já é outra conversa. 

Importa dizer que já tem gente reclamando do “desfecho” da novela, alegando — pasmem! — que a polícia deveria ter capturado o criminoso vivo. Só faltou dizer que os agentes podiam ter lhe dado bombons enquanto se desviavam das balas de sua .380. 

A deputada Vivi Reis, do PSOL, causou polêmica nas redes sociais ao publicar uma postagem acusando os policiais de matar o maníaco sem “ouvir” o que ele tinha para dizerLázaro foi preso e morto. A perseguição do criminoso deixou um lastro de ódio, intolerância religiosa e abusos. A celebração de sua morte é retrato da espetacularização dessa caçada de 20 dias e R$ 19 milhões. Quando o capturam, ao invés de ouvi-lo, o executam. Vexame”, escreveu a parlamentar (não me perguntem onde ela apurou o valor que mencionou em sua postagem).

Importa dizer também que o Brasil que tirou Lázaro da cadeia foi o mesmo que libertou certo ex-presidente, ex-presidiário e agora “ex-corrupto”. Não se pretende comparar os crimes de um com os do outro, mas ambos denunciam as anomalias de um sistema judiciário doente. 

A parcialidade apontada pelo STF no processo do tríplex — que o ministro Gilmar Mendes estendeu às demais ações que tramitaram contra o petralha em Curitiba, pouco se importando com o fato de o caso do sítio ter sido julgado pela juíza Gabriela Hardt e o do Instituto Lula ainda estar em fase de instrução — lavou a ficha do criminoso, que responde atualmente a apenas 3 dos 17 processos ou inquéritos dos quais já foi alvo na Justiça.

Na última segunda-feira, o ministro Lewandowski  usou as mensagens roubadas pela Vaza-Jato para anular as provas que a Odebrecht forneceu contra Lula, usando como pretexto a ilegalidade do acordo de leniência celebrado entre a empreiteira e autoridades estrangeiras. Não há nada que demonstre essa ilegalidade, exceto as imposturas dos advogados do picareta dos picaretas, mas para o magistrado cujos ombros foram recobertos pela suprema toga graças ao réu, com quem comia frango à passarinho em São Bernardo do Campo, o "motivo" foi mais que suficiente.

Observação: Ricardo Lewandowski foi indicado por Lula para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria da ministro Carlos Velloso, em 2006, graças ao apadrinhamento de Walter Demarchi. Durante o julgamento do mensalão, o ministro que vestiu a toga sobre a fatiota de militante petista retribuiu a gentileza atuando mais como defensor dos mensaleiros do que como julgador. E repetiu a dose no impeachment de Dilma, quando era presidente do Supremo. Claramente mancomunado com o senador Renan Calheiros (que na época presidia o Senado), Lewandowski fatiou o objeto da votação em dois quesitos, evitando a cassação dos direitos políticos da mulher sapiens.

O acordo de leniência da Odebrecht foi anulado por uma decisão sob medida para servir aos interesses do ex-corrupto, mas fará com que as confissões dos empreiteiros que pagaram propina a Lula e as provas que forneceram aos procuradores acabem na lata do lixo.

Como o Lázaro do Evangelho de João, Lula morreu, mas ressuscitou.

O STF merece todo o nosso respeito como instituição, mas o mesmo se dá com seus membros, cujas decisões teratológicas envergonham os cidadãos de bem deste país. O entendimento gestado e parido com a finalidade única de beneficiar o sumo pontífice da seita do inferno (que não foi declarado inocente, mas teria de nascer de novo para tornar a ser julgado, dada a morosidade de Justiça e a famigerada prescrição) e os argumentos dos ministros que consideraram Sérgio Moro suspeito são igualmente vergonhosos. Lula foi julgado culpado por mais de dez magistrados em três instâncias do Judiciário. A anulação dessas decisões, baseada numa questão competência jurisdicional, dá aos criminosos a certeza de que o Brasil é o país da impunidade.

Se fossem usadas esses mesmos pesos e medidas, os togados nomeados durante os governos petistas seriam suspeitos para votar processos em que o Lula figurava como réu. Alguns deles tinham, inclusive, relacionamentos pessoais com o ex-presidente. O problema é que esses autodeclarados semideuses são “supremos” e não há quem possa jugar sua imparcialidade. Infelizmente. 

Veja, por exemplo, o caso do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, condenado a mais de 300 anos de prisão. Em sua delação, Cabral acusou o ministro Dias Toffoli de comercializar decisões através do escritório de advocacia de sua esposa e receber R$ 4 milhões. Mas o ministro não se deu por impedido de participar do julgamento. Ou seja: Toffoli julgou a si mesmo. 

Haveria dezenas de outros exemplos a citar, mas é melhor parar por aqui.