terça-feira, 22 de julho de 2025

COMPARTILHAMENTO DE LOCALIZAÇÃO NO INSTAGRAM

SEGURO MORREU DE VELHO.

O Instagram tornou possível o compartilhamento da localização exata e em tempo real com seguidores, o que pode ser útil para encontrar amigos em eventos, por exemplo, mas compromete a privacidade. 


Segundo a Meta, o recurso só funciona se a pessoa ativar sua localização ao se logar na conta, mas diz um ditado que seguro morreu de velho. 


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Quando o placar do julgamento das Com o gol contra que Fux marcou pouco antes do apito final, o placar do julgamento das medidas cautelares impostas a Bolsonaro por Xandão mudou para 4 x 1. O magistrado de viés punitivista, defensor a Lava-Jato e da prisão em segunda instância, atribuiu a tardança do seu voto a uma "gripe". Como diz o ditado: "de cabeça de juiz e bunda de criança..."

Por outro lado, Xandão deu prazo de 24 para a defesa de Bolsonaro se manifestar acerca de um descumprimento que pode resultar na prisão preventiva de seu cliente.

Em visita à Câmara Federal, Bolsonaro deu um breve declaração à imprensa, exibiu a tornozeleira e disse que "somente a lei de Deus vale para ele". O episódio foi amplamente divulgado nas redes sociais por perfis de apoiadores, congressistas e jornais, e Xandão leu nas entrelinhas a intenção inequívoca do capetão de ter o momento exibido nas plataformas digitais.

Detalhe: os únicos ministros que não tiveram seus vistos revogados pelo secretário de estado dos EUA foram os bolsonaristas André Mendonça e Nunes Marques... e Luiz Fux.

Para proteger sua privacidade:

— Abra o Instagram e vá para o seu perfil.


— Toque no ícone de três linhas horizontais (menu) no canto superior direito da tela.


—Selecione Segurança (ou Configurações, dependendo da versão do seu aplicativo) e procure por Segurança dentro das configurações.


— Procure por Localização ou Compartilhamento de Localização dentro das opções de segurança ou configurações.


— Desative o Compartilhamento de localização ou o recurso específico do Mapa, se disponível.

 

Caso não encontre a opção específica para desativar o recurso de Mapa, verifique se a atualização foi aplicada corretamente e se a ferramenta está disponível para sua conta. Se estiver, basta ajustar as configurações de localização do seu dispositivo para restringir o acesso do Instagram à sua localização.

 

Vale lembrar que, ao desativar o compartilhamento de localização, você pode afetar a funcionalidade de outros recursos que dependem disso. Se tiver mais dúvidas ou precisar de ajuda adicional, entre em contato com o suporte do Instagram para obter ajuda específica.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

TRISTE BRASIL!

HÁ TRÊS ESPÉCIES DE CÉREBROS: UNS ENTENDEM POR SI PRÓPRIOS; OUTROS DISCERNEM O QUE OS PRIMEIROS ENTENDEM; E OS DEMAIS NÃO ENTENDEM NEM POR SI PRÓPRIOS NEM PELOS OUTROS; OS PRIMEIROS SÃO EXCELENTÍSSIMOS; OS SEGUNDOS, EXCELENTES; E OS TERCEIROS, TOTALMENTE INÚTEIS.

Em 1993, o general Ernesto Geisel qualificou Bolsonaro como “anormal e mau militar”. Em momentos distintos da ditadura, Pelé e o general Figueiredo alertaram para o perigo de misturar brasileiros com urnas em eleições presidenciais. Geisel era um sábio; Pelé e Figueiredo, profetas que não sabiam.

Em 2021, o empresário Paulo Marinho — que transformou a própria casa em estúdio de programa eleitoral para a campanha bolsonarista de 2018 — disse que o então presidente sabia que seria preso pelos crimes que havia cometido (e ainda cometeria até o fim do mandato) e planejava “virar a mesa”. Meses depois, farejando a derrota nas urnas, Bolsonaro rosnou que só haveria eleições se houvesse voto impresso.

Ao longo de sua passagem pelo Planalto, o refugo da escória da humanidade incitou — ou participou pessoalmente de — manifestações pró-ditadura, promoveu "motociatas", cavalgou pela Esplanada dos Ministérios (mimetizando o ex-chefe do SNI, Newton Cruz) e articulou um desfile de tanques defronte ao Congresso para pressionar os parlamentares a aprovar a PEC do voto impresso.

Sempre que se via ameaçado, o capetão fingia recuar. Mas pau que nasce torto morre torto, e ele logo reencarnava o “anormal e mau militar” que, numa democracia séria, seria inexoravelmente apeado do cargo. Como o Brasil é uma republiqueta de bananas, o antiprocurador-geral, o imperador da Câmara e o próprio STF fingiram não ver o que o pior mandatário desde Tomé de Souza estava fazendo.

Antes de se tornar réu, Bolsonaro admitiu em entrevista ao UOL que, se sua prisão fosse decretada, ele se refugiaria em alguma embaixada (como fez em fevereiro do ano passado, quando passou dois dias na embaixada da Hungria após ter o passaporte apreendido). Mauro Cid montou em slides um plano de fuga para o chefe e produziu fake news sobre hackers terem encontrado vulnerabilidades nas urnas. A célebre “minuta do golpe” foi apresentada aos comandantes, e o plano Punhal Verde e Amarelo foi impresso no Palácio do Planalto pelo então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes.

Os militares golpistas não têm do que se queixar, pois o golpe veio. Não na forma da ditadura que eles desejavam, mas como um conto do vigário no qual acabaram caindo. Tudo o que parecia ser deixou de ser quando Bolsonaro, já indiciado, negou ter discutido o golpe e classificou o plano de assassinar Lula, Alckmin e Moraes como “papo de quem tem minhoca na cabeça”. E como o Brasil é o país da piada pronta, estamos sob ataque do POTUS — também conhecido como “calopsita do penacho alaranjado.”

O abantesma do Planalto assombrou a democracia por quatro anos com o bordão do “meu Exército”. Se ele e seus acólitos fardados não concordavam em tudo, ao menos não discordavam no golpismo. A tentativa de instrumentalizar as FFAA falhou no atacado; no varejo, seu ex-comandante-em-chefe arrastou para o rol de indiciados 25 fardados (67,5% do total de candidatos à tranca).

A caminho do patíbulo supremo, o verdugo do Planalto se apega ao cinismo como um náufrago se agarra a um jacaré, pensando ser um tronco, enquanto seu rebento número três se torna uma prova ambulante de que dinheiro não tem pátria. O medo da prisão o impede de voltar, mas ele não cogita renunciar ao mandato. A partir de amanhã, voltará a receber salário mensal de R$ 46,3 mil. Se nada for feito, será remunerado pela pátria para traí-la em tempo integral.

Pela lógica, o filho do pai deveria ser cassado por atentar contra o artigo do regimento da Câmara que impõe aos deputados o dever de “promover a defesa do interesse público e da soberania nacional”. Mas a Câmara é uma Casa ilógica. Excluída a hipótese da cassação, aliados do conspirador empinam duas propostas para impedir a perda do mandato por excesso de faltas: numa, o deputado Evair Mello sugere que o traidor passe a exercer o mandato à distância, votando remotamente; noutra, Sóstenes Cavalcante propõe esticar a licença por mais 120 dias.

Adaptado aos tempos de tornozeleira, o slogan do bolsonarismo ficou assim: “Anistia acima de tudo, Trump acima de todos.” A velha tríade que o integralismo nacional importou do fascismo europeu — Deus, pátria e família — ganhou novos sentidos. Deus é um imperador laranja chocado com a “caça às bruxas”. A pátria deslocou-se para o Norte. E a família Bolsonaro, a única que importa, virou célula-mártir de uma conspiração antipatriótica desde que Eduardo escolheu os Estados Unidos como terra mortal.

Mantidos o mandato e o salário do deputado, o contribuinte brasileiro entra nesse enredo no papel de idiota involuntário.

domingo, 20 de julho de 2025

BIFE COM FRITAS DE DAR ÁGUA NA BOCA

QUEM SEGURA UM TIGRE PELO RABO NÃO PODE LARGAR.

Dizemos que fulano "não sabe nem fritar um ovo" quando nos referirmos a alguém sem intimidade com a cozinha. Mas tanto fritar quanto cozinhar ovos requer expertise. 

Em ambos os casos, os ovos devem estar em temperatura ambiente. Para cozinhar, coloque-os num panela com água fria, aumente o fogo, baixe quando a água começar a borbulhar e desligue após 10 minutos (cozinhar por tempo excessivo deixa a clara borrachuda e a gema esverdeada, com sabor desagradável).

Para fritar, aqueça bem a gordura em fogo médio, quebre um ovo por vez diretamente na frigideira, tempere com sal, diminua o fogo e deixe fritar até a clara ficar "rendada" e a gema atingir o ponto desejado. Se quiser preparar ovos estrelados sem gordura, frite-os por um ou dois minutos em fogo baixo, numa frigideira antiaderente tampada.

Batatas fritas vão bem com hambúrguer, carne assada, bifes grelhados, à milanesa, de panela, e até com omelete. Para que fiquem sequinhas e crocantes como as das lanchonetes, o ideal é usar uma fritadeira elétrica industrial, embora seja possível obter bons resultados fritando-as em duas etapas numa panela ou frigideira de borda alta.

Lave, descasque, corte e seque bem as batatas. Aqueça o óleo a 120 °C–140 °C, coloque um punhado de batatas por vez (para que o óleo não esfrie nem as batatas grudem umas nas outras), retire-as antes que dourem, escorra-as numa peneira de metal e repita o processo até terminar todas. Ao final, aumente a temperatura do óleo para 180 °C, mergulhe as batatas “pré-fritas”, deixe-as atingir a cor desejada, escorra novamente, salgue e sirva.

Dicas: Para incrementar, polvilhe uma colher (sopa) de amido de milho sobre as batatas cruas e misture até que todas fiquem levemente cobertas. Isso cria uma camada de proteção que evita o encharcamento. O resultado será ainda melhor se você as deixar de molho numa vasilha com água e duas colheres (sopa) de vinagre por 10 minutos, secar com um pano de prato e então polvilhar o amido.

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Na última sexta-feira, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e em seu escritório do PL, em Brasília, e encontrou cerca de US$ 10 mil e R$ 8 mil em dinheiro vivo, além de um pendrive escondido no banheiro. Bolsonaro — ora usando tornozeleira eletrônica e proibido de acessar redes sociais, de se comunicar o filho conspirador e de se aproximar de embaixadas, entre outras medidas cautelares — afirmou nunca ter visto o dispositivo antes que lhe fosse exibido por um agente da PF, e, portanto, desconhece o conteúdo. Entrementes, Trump insiste no lero-lero de "perseguição" e "caça às bruxas", como que preparando o ambiente para a eventual concessão de um asilo político a Bolsonaro, cuja prisão preventiva não foi descartada, apenas adiada.

A hipótese de encarceramento foi debatida nos bastidores da PGR e do STF e descartada por opção, não por falta de material ou por ausência de fundamentação técnica. O aspirante a golpista será preso se descumprir qualquer uma das medidas cautelares, ou se o conteúdo do celular e do pendrive apreendidos em sua casa fornecerem mais elementos que embasem a medida. 

Em despacho avalizado pelos demais integrantes da primeira turma (Luiz Fux tem até as 23h59 de segunda-feira para votar), Moraes endossou argumento da PGR de que há risco concreto de fuga e encampou entendimento da PF de que, financiado por Bibo Pai, Bobi Filho atuou junto à Casa Branca para produzir instabilidade política e econômica no Brasil. Também prevaleceu o entendimento de que o tarifaço de Trump é um sequestro econômico cujo resgate teria que ser pago pelo STF, com o arquivamento do processo contra Bolsonaro. Moraes considerou inadmissível a tentativa de obter a "impunidade penal" do réu "por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas de políticos brasileiros com Estado estrangeiro".

A novela promete novos e emocionantes capítulos. Acompanhemos, pois.

Vejamos agora como fritar bifes como manda o figurino, lembrando que o resultado depende do corte: filé, contrafilé e miolo de alcatra rendem bifes mais suculentos, mas os famosos “churrasquinhos de gato” são feitos com carne de segunda e ficam macios, cheirosos e saborosos. Em outras palavras, há quem transforme medalhões de filé em sola de sapato, e quem prepare espetinhos de acém de dar água na boca.

Cortar a carne contra as fibras e fazer cortes nas membranas laterais evita que os bifes se contraiam e fiquem com formato de "orelha" — o que prejudica o contato com a chapa ou frigideira. Igualmente importante é tirar os bifes da geladeira com antecedência, fritar um por vez, usando uma boca grande do fogão e mantendo o fogo alto. 

Deixe o bife dourar dos dois lados sem mexer muito — do contrário, em vez de formar uma crosta e manter a suculência, a carne vai liberar água e perder a maciez. Conforme já mencionado em outras postagens, o ideal é servi-los entre malpassado e ao ponto.

Os pontos da carne são: selada (2 minutos de cada lado); malpassada (3 minutos de cada lado); ao ponto (4 minutos de cada lado); ponto para mais (5 minutos); e bem passada (de 6 a 7 minutos). Esses tempos podem variar conforme o "poder de fogo" do seu fogão.

Adicionalmente:

— Deixe os bifes descansando por pelo menos 1 minuto após a fritura, para que os sucos se redistribuam e a carne fique mais suculenta.

— Use uma pinça ou pegador de salada para virar os bifes (nada de garfo, que fura a carne e deixa os sucos escaparem).

— Frigideiras de ferro são as mais indicadas porque concentram melhor o calor, mas as antiaderentes também funcionam bem — especialmente para quem está começando.

— A superfície deve estar bem quente antes de receber o óleo, que deve apenas untar o fundo.

— Só coloque o bife na gordura quando ela estiver bem quente e vire-o somente quando o lado em contato atingir o ponto desejado.

— Para medalhões ou bifes altos com crosta externa e interior vermelhinho, sele na frigideira e leve ao forno pré-aquecido por alguns minutos (o tempo varia conforme a espessura e o ponto desejado).

— Coloque os bifes prontos numa travessa de porcelana ou cerâmica, que mantém o calor melhor que as de metal.

Bom apetite.

sábado, 19 de julho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 37ª PARTE — CAPÍTULO ESPECIAL: LOOPS TEMPORAIS

A VIDA É FEITA DE CICLOS. QUEM NÃO APRENDE A FINALIZÁ-LOS FICA PRESO NUM LOOP INFINITO.

Dias atrás, a caminho do dentista, eu conversava com minha cara-metade sobre como o paradoxo dos gêmeos facilita a compreensão da dilatação temporal. Quando desembarcamos do Uber, agradeci a viagem ao motorista, que, para minha surpresa, agradeceu a aula de física e disse que gostaria de entender melhor a questão dos loops temporais. 

Como não era possível resumir a ópera parado em fila dupla diante do consultório, prometi enviar por mensagem o endereço do meu blog. No entanto, quando tentei localizar o post específico, constatei que havia abordado a assunto em mais de uma oportunidade, mas jamais me aprofundado — na mais detalhada, havia feito somente uma remissão ao filme Feitiço do Tempo.

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Ao pedir ao STF a condenação de Bolsonaro a 43 anos de cana, o procurador-geral sinalizou que o xadrez virá com ou sem tarifaço. A certeza de que está prestes a virar presidiário, a briga autofágica entre Tarcísio de Freitas e Eduardo Bolsonaro, o impacto direto do tarifaço de Trump sobre empresários e trabalhadores brasileiros e as medidas cautelares — uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acessar redes sociais e de conversar com zero três, entre outras — deixaram o "mito" desnorteado. Ao perceber que se enfiou num redemoinho, ele fez o que sempre faz: criou (mais) uma realidade paralela, onde Tarcísio e Eduardo fizeram as pazes e a família não tem nada a ver com a chantagem americana. Mas a tentativa de escapar de fininho esbarra nos fatos. 
Logo após o tarifaço, Dudu Bananinha imprimiu suas digitais no cabo da arma  comemorando o “intenso diálogo” com o governo dos EUA e afirmando que a carta de Trump a Lula, condicionando a suspensão da medida à anistia do pai, “confirma o sucesso daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade”. Desde então, o clã vem usando o tiro como moeda de troca.
Declarando-se “apaixonado” por Trump, Bolsonaro posou de negociador: “Me deem o passaporte de volta, que eu converso com ele.” A oferta soou mais como tentativa de fuga de um quase-presidiário do que como solução. Alcolumbre e Motta, percebendo o risco de afundar nessa canoa furada, reposicionam-se e se reaproximam do governo — o que, além de destravar a pauta de Lula no Congresso, bloqueia qualquer tentativa de anistiar o patriarca. 
No fim das contas, Trump virou cabo eleitoral de Lula — e está arrastando Bolsonaro e Tarcísio para o buraco.

A história se passa em Punxsutawney, no estado da Pensilvânia (EUA), durante as comemorações do tradicional Dia da Marmota. O protagonista é um repórter meteorológico mal-humorado que cobre a festa pela quarta vez consecutiva, se vê obrigado a pernoitar na cidadezinha devido a uma nevasca e acaba revivendo o dia da festa, a cada manhã, como se o tempo tivesse deixado de passar. Uma boa síntese, sem dúvida, mas limitada ao básico dos básicos. 

Loops temporais são conceitos físicos nos quais o tempo é fechado sobre si mesmo. Em termos técnicos, podemos associá-los à ideia de curvas temporais fechadas (CTCs), previstas como soluções matematicamente válidas da relatividade geral, mas altamente especulativas do ponto de vista físico. Nessas soluções, o espaço-tempo se curva de tal maneira que um viajante poderia, teoricamente, retornar ao próprio passado e reviver eventos. Suas causas podem ser sobrenaturais, científicas ou psicológicas, e somente quem está "consciente" se lembra dos eventos anteriores — o tempo "se reinicia" após cada ciclo, fazendo com que tudo volte ao ponto inicial — e pode usar o conhecimento acumulado para tentar mudar o resultado a cada repetição.

Do ponto de vista narrativo, os loops são usados para explorar a repetição e a transformação: ao vivenciar várias vezes a mesma sequência de eventos, o personagem adquire conhecimento e habilidade suficientes para alterar o curso das coisas — ou, pelo menos, para modificar sua própria compreensão da realidade. É como se a consciência fosse o único elemento fora da curva, ou, mais poeticamente, como se a consciência fosse a única coisa que não se dobra ao tempo.

 

Na ficção científica, o conceito também se articula com questões epistemológicas, éticas e metafísicas: se o tempo se repete infinitamente, qual o valor das escolhas? As ações ainda importam? A previsibilidade dos eventos compromete a liberdade? Longas como No Limite do Amanhã ou episódios como Cause and Effect (de Star Trek: The Next Generation), tensionam essas questões ao limite, mostrando personagens presos em loops que só conseguem romper mediante um aprendizado ou sacrifício extremo.

 

As CTCs são soluções válidas nas equações de Einstein — como no famoso "cilindro relativístico de Tipler" ou nos buracos de minhoca de Kip Thorne —, mas a existência dos loops violaria o princípio da causalidade, exigiria condições de energia negativa (não observadas empiricamente) e levantaria paradoxos temporais. Ainda assim, o físico Igor Novikov propôs a chamada "autoconsistência" como possível resolução: em um universo com CTCs, apenas eventos que não causam paradoxos podem ocorrer, como se o próprio espaço-tempo se autoajustasse.

 

Talvez o fascínio pelos loops não se limite à física ou à ficção: há quem veja neles metáforas existenciais profundas, desde os ciclos de repetição cotidianos até ideias filosóficas — como o "eterno retorno", de Nietzsche. Quiçá essa combinação entre rigor, imaginação e angústia existencial explique por que esse fenômeno continua a nos enredar, seja nas telas, nas páginas da teoria física ou em nossas próprias vidas.

 

No fim das contas, talvez o verdadeiro loop não seja o do tempo físico, mas o das nossas escolhas — repetições obstinadas, disfarçadas de progresso, que invariavelmente conduzem à autossabotagem. Segundo o Gênesis, Deus criou o mundo e tudo que nele existe em seis dias, viu que "tudo era bom" e descansou no sétimo. Mas mal sabia Ele que sua cria se dedicaria, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia, a arquitetar o colapso e tornar o caos não uma exceção, mas a regra.

 

Espero que isso satisfaça a curiosidade do motorista cujo comentário me deu o tema desta postagem) e interesse aos leitores que têm acompanhado esta longa sequência sobre viagens no tempo.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

MAIS MITOS SOBRE CELULARES, BATERIAS E RECARGAS

A LEALDADE É CONSEQUÊNCIA DA LIDERANÇA, E A LIDERANÇA, CONSEQUÊNCIA DA COMPETÊNCIA.

São vários e diversos os mitos antigos que continuam circulando por aí como se fossem a última palavra em tecnologia, embora sua validade tenha vencido há anos — ou décadas. No post anterior, mencionei algumas dicas que faziam sentido na era das baterias de níquel-cádmio dos dumbphones, mas hoje são inócuas — quando não prejudiciais — diante das baterias de íons ou polímeros de lítio presentes na maioria dos smartphones modernos.

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O acordo de colaboração homologado por Alexandre de Moraes em 2023 previa que Mauro Cid obteria o "perdão judicial" ou uma pena mixuruca de dois anos de prisão, em regime inicialmente aberto. Entretanto, à medida que as apurações avançavam, a PF se deu conta de que o ex-ajudante de ordens dava informações a conta-gotas, e só gotejava quando era espremido pela descoberta de suas omissões e contradições.

Nas alegações finais, Gonet tratou Cid como um delator contraditório, omisso e seletivo. Trocou o "perdão judicial" por uma eventual premiação fixada em "patamar mínimo" — diminuição de apenas um terço da pena. Na ponta do lápis, os cinco crimes atribuídos ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente golpista podem resultar numa pena máxima de 43 anos de prisão. Aplicando-se o prêmio no  patamar sugerido por Gonet, o castigo cairia para algo como 29 anos. Se isso se confirmar, além de ir em cana, o tenente-coronel seria expulso do Exército.

Durante uma sessão da primeira turma do STF, o ministro Luz Fux resumiu a ópera: "Nove delações representam nenhuma delação". Cármen Lúcia e Cristiano Zanin também acenaram com a perspectiva de rebaixar a premiação de Cid — que, podendo elevar a própria estatura, preferiu encolher o próprio prêmio.

Quanto maior a amperagem da bateria — expressa em miliampere-hora (mAh) —, maior tende a ser sua autonomia. No entanto, o consumo energético do aparelho varia conforme as exigências do hardware, as configurações do sistema, a quantidade de aplicativos instalados e o modo como eles são utilizados. Se duas pessoas têm celulares idênticos, mas uma é heavy user e a outra só usa o aparelho para chamadas de voz, a bateria desta pode durar dois ou três dias, enquanto a daquela pode precisar de recarga duas vezes por dia.

 

Outro mito comum é a alegada segurança provida pela navegação anônima (in private). Embora esse modo evite o registro local do histórico, cookies e dados de formulários, os sites acessados, o navegador (e suas extensões), o provedor de internet, o administrador da rede (se houver) e sistemas de publicidade e rastreamento ainda conseguem identificar o usuário. Anonimato de verdade, como manda o figurino, só mesmo com o uso de ferramentas como o uso do Tor Browser ou de VPNs, que criptografam os dados e ocultam o IP dos sites acessados.

 

Assim como a frequência de operação não é o único fator que define o desempenho de um processador — um PC com CPU modesta e bastante RAM pode ser mais ágil que outro com processador de ponta e pouca memória —, a quantidade de megapixels não é sinônimo de qualidade fotográfica, pois ela depende também do tamanho do sensor, da abertura da lente, do processamento de imagem e até das condições de iluminação no momento do clique.

 

Com sua base de usuários gigantesca, o Windows virou alvo preferencial de vírus, crackers e cibercriminosos em geral. Despeitados, linuxistas e macmaníacos apelidaram o sistema da Microsoft de “ruíndows”, “peneira” e “colcha de retalhos”, e chegaram a chamar a versão NT de "nice try" (boa tentativa). Mas acreditar que os sistemas da Apple são muralhas intransponíveis é o mesmo que acreditar que Lula é a alma viva mais honesta do Brasil e Bolsonaro, um ex-presidente de mostruário que vem sendo perseguido injustamente por "Xandão" e seus pares togados.

 

Observação: Nos sistemas da Apple, os apps são executados em sandboxes — ambientes isolados que limitam a interação entre apps, dificultando ações maliciosas. Mas essa proteção também impede que antivírus tradicionais funcionem como deveriam, já que não conseguem monitorar o comportamento dos outros apps. A Apple não recomenda soluções de terceiros, mas é prudente usar ferramentas com funções antiphishing e antirrastreamento.

 

Ver todas as barrinhas de sinal cheias dá a impressão de que a internet vai voar baixo, mas esse ícone indica apenas a força do sinal da operadora. A qualidade da conexão móvel (3G/4G/5G) depende de vários fatores, tais como o congestionamento da rede, a distância da torre próxima, eventuais interferências e até o plano contratado com a operadora.

 

Na teoria, fechar aplicativos em segundo plano economiza bateria e melhora o desempenho do celular. Na prática, o efeito pode ser o oposto. Tanto o iOS como o Android são projetados para gerenciar os apps de forma inteligente. Se você forçar o encerramento constante, o sistema terá de reabrir tudo do zero — o que consome ainda mais energia. A não ser que um app esteja travado ou consumindo recursos demais, o melhor é deixar o gerenciamento por conta do sistema.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

O PRESIDENCIALISMO DE COOPTAÇÃO

POLÍTICOS SÃO COMO AMANTES ARGENTINAS; QUANTO MAIS CEDEMOS A ELES, MAIS ELES TOMAM DE NÓS. 


Durante o Gilmarpalooza, Flávio Dino fez uma longa explanação sobre a crise institucional e culpou o presidencialismo de coalizão, mas citou diretamente apenas um presidente. Ao tratar da questão do IOF, afirmou que, apesar de rasa e simplória, a controvérsia foi elevada a um tema constitucional de altíssima indagação devido a fatores que escapam à alçada do STF. Perguntado sobre as emendas parlamentares, atribuiu os problemas à desestruturação do presidencialismo de coalizão. Confrontado com o fato de o STF ter considerado constitucionais as emendas impositivas, reconheceu tratar-se de uma dificuldade adicional para a corte. 


Dino mencionou diretamente o governo Collor e indiretamente o de Bolsonaro, mas evitou tecer críticas a Lula, que é apontado pelo cientista político Carlos Pereira como responsável direto pela crise atual. Já o sociólogo Celso Rocha de Barros, em artigo na Folha, seguiu a cartilha lulista, culpando diretamente o Congresso. Mas o buraco é bem mais embaixo.

 

A distorção institucional começou em 1997, quando o então presidente Fernando Henrique alterou as regras do jogo para permitir a própria reeleição. Em 2010, seguindo a cartilha de Vladmir Putin, Lula articulou a eleição de um "poste" para manter aquecida a poltrona que ele pretendia voltar a ocupar quatro anos depois. Mas o "poste" não entendeu (ou não topou) encenar o espetáculo escrito pelo criador, acabou expurgada. E assim teve início o descolamento entre Executivo e Legislativo que culminou no orçamento secreto sob Bolsonaro. 

 

O mesmo Supremo que ora se propõe a mediar a crise entre Executivo e Judiciário anulou as condenações de Lula na Lava-Jato — como fez em outras grandes investigações que ousaram envolver políticos relevantes — e o trouxe de volta por linhas tortas ao Palácio do Planalto, onde ele tenta limpar a própria biografia a qualquer custo — já que a conta será paga pelos contribuintes brasileiros — e disputar um quarto mandato.

 

Com raras e honrosas exceções, os semideuses supremos mantêm laços estreitos com os presidentes que os indicaram, participam de jantares com parlamentares, comentam publicamente processos que eles próprios julgarão, interferem em questões legislativas e têm passados que contaminam seus votos. Dino foi indicado por Lula como ministro com a cabeça política, e Barroso, presidente de turno da corte, caiu na armadilha de declarar publicamente que nós derrotamos o bolsonarismo.

 

Isso nos leva a questionar a capacidade do STF para mediar disputas políticas que seus membros ajudaram a criar fazendo o que eles agora apresentam como solução: interferir no jogo político. O fim da reeleição vem sendo vendido como panaceia para todos os males do nosso sistema político, mas Aristóteles já dizia que um bom governo depende da virtude do governante.

 

Dilma governou sem existir politicamente até ser expelida pelo sistema; Bolsonaro foi a alternativa para os eleitores que não queriam o país governado por um presidiário que nunca esteve à altura do cargo e, como desgraça pouca é bobagem, hoje governa com os olhos no retrovisor, uma agenda personalíssima e um discurso falacioso, como evidenciam seu posicionamento sobre as guerras na Ucrânia, em Gaza e no Irã, e o velho e batido ramerrão dos ricos contra pobres.

 

O mandato-tampão de Michel Temer começou como um sopro de ar fresco numa catacumba e tinha tudo para avançar nas reformas estruturais, mas seu prometido ministério de notáveis se revelou uma notável confraria de corruptos — sem falar na conversa de alcova com Joesley Batista. Ainda assim, ficou claro que, mesmo falho e capenga, o sistema político brasileiro pode funcionar, desde que não seja sabotado por dentro — como disse Churchill, a democracia é a pior forma de governo, excetuando-se todas as demais já experimentadas.

 

O presidencialismo exige um chefe do governo à altura do cargo — ou, no mínimo, com respaldo popular e capacidade de governar. O Brasil só teve isso por breves momentos e por acaso. Discutir a implementação do parlamentarismo —  ou de um semipresidencialismo, como se tem cogitado — pode ser útil, mas tudo dependerá de como os que comandam o sistema se comportarão.


Com Rodolfo Borges e revista Crusoé 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

MAIS SUTILEZAS DO GMAIL

A VERDADE DEVE SER DITA APENAS A QUEM ESTÁ DISPOSTO A OUVI-LA.

Se você usa o Gmail com frequência, marcar todos os e-mails como lidos permite gerenciar melhor o que é prioridade e remover notificações incômodas de mensagens antigas. 

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Antes tarde do que nunca: nesta segunda-feira, em alegações finais de 517 páginas, Paulo Gonet pediu que Bolsonaro e outros sete réus sejam declarados culpados por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado — as penas máximas e agravantes podem somar 43 anos de prisão. 

A defesa de Mauro Cid tem 15 dias para se manifestar. Depois, o mesmo prazo será aberto para os demais réus. Encerrados esses prazos, a corte irá marcar a data do julgamento. O ministro André Mendonça deve negar o pedido dos advogados de Felipe Martins para interromper as investigações da tentativa de golpe — o pedido deveria ter sido feito à Primeira Turma, onde corre o processo, além do que, segundo a jurisprudência, um ministro não pode anular monocraticamente uma decisão de outro — no caso, o relator Alexandre de Moraes.

Desde que o ex-ajudante de ordens do capetão começou a colaborar com a PF, uma pergunta tornou-se complemento inevitável de todos os desdobramentos da investigação: Quando será o indiciamento? Quando os comandantes do Exército e da Aeronáutica revelaram em depoimentos que se negaram a avalizar o golpe, a interrogação foi atualizada: Quando Bolsonaro será denunciado? Quando o STF colocou o alto comando do golpe no banco dos réus, surgiu nova indagação: Quando será condenado? Depois das alegações finais da PGR, a grande dúvida nacional passou a ser a seguinte: Será que Bolsonaro vai fugir?

Quando se começou a duvidar de Bolsonaro, é porque já não havia a menor dúvida. Em novembro de 2020, quando a Covid já havia matado mais de 160 mil brasileiros, Bolsonaro disse: "Todos nós vamos morrer um dia. [...] Tem que deixar de ser um país de maricas". Hoje, sabendo-se indefensável, o dito-cujo roça as grades pedindo ao Congresso que o anistie de um golpe que diz não ter tramado. Espera-se que receba o título de presidiário como homem. Um pedido de prisão domiciliar não faria jus a sua fama de "imbrochável", mas seria menos constrangedor do que uma fuga para a Embaixada dos Estados Unidos.z 


No computador:
 
1) Abra o Gmail em seu navegador e, na tela inicial, marque a caixinha no canto superior esquerdo (oriente-se pela ilustração desta postagem); 


2) Clique em Selecionar todas as [número] conversas em Principal;


3) Clique na opção Marcar como lida (ícone de carta aberta) no menu superior.

 
A versão do Gmail para smartphone não permite selecionar todos os emails da caixa de entrada, já que existe uma limitação de até 50 conteúdos. Assim:
 
1) Na tela inicial do app, toque e segure em uma mensagem não lida;


2) Marque a caixa Selecionar tudo;


3) Toque em Marcar como lida (ícone de carta aberta) no canto superior direito.

terça-feira, 15 de julho de 2025

SMARTPHONE — DESEMPENHO E AUTONOMIA DA BATERIA

PODERÍAMOS SER MELHORES SE NÃO QUISÉSSEMOS SER TÃO BONS.

O computador não faz o que o usuário quer, mas o que usuário manda, e seu componente mais problemático costuma ser "aquela pecinha que fica entre a cadeira e o monitor". Smartphones são mais fáceis de usar que desktops e notebooks, mas isso não significa que sejam 100% idiot-proof nem que a maioria dos problemas que os acomete não seja causada pelos próprios usuários.

 

Observação: Por utilizarem memórias voláteis, dispositivos computacionais precisam de um refresh para prevenir (ou resolver) problemas de lentidão ou travamento. Ainda que possa permanecer ligado por mais tempo que sues " irmãos maiores", o smartphone não foge à regra. No entanto, recarregar a bateria com o aparelho desligado não só economiza tempo como desobriga o usuário de reiniciar o aparelho a cada dois ou três dias para esgotar totalmente as reservas de energia e esvaziar a RAM.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A briga entre os Poderes se tornou uma luta insana, mas o que mais impressiona é a incapacidade das partes de avançar rumo a um consenso estratégico, com foco não nas eleições do ano que vem, e sim no interesses maiores do país. 
Para piorar, caiu no colo do STF a função de conciliar e criar consenso, embora a corte não tenha sido criada para funcionar como "poder moderador". Como diz o ditado, em casa onde falta o pão, todos brigam e ninguém tem razão. 
No caso do Brasil, a falta é de foco nos interesses nacionais, e se deve, em grande medida, à falta de lideranças — não só, mas principalmente na política.
Não é surpresa que um presidente impopular — que, desde a posse, se dedicou a arrecadar para atender à expansão dos gastos que se recusa a cortar — vista a fantasia de justiça tributária. No entanto, além de não resolver nossos problemas, a briga pelo poder sem foco leva à perda de oportunidades abertas pela bagunça geopolítica no âmbito internacional.

O que era um símbolo de status nos anos 1990 tornou-se um artigo de primeira necessidade, e a dependência do celular é tamanha, atualmente, que o termo nomofobia foi cunhado para definir a ansiedade patológica que acomete algumas pessoas quando elas são privadas de usar seus dispositivos (segundo a Forbes, aproximadamente 21% da população mundial adulta sofre de nomofobia grave e cerca de 71% têm nomofobia moderada). 
 
Mesmo quem não padece desse transtorno precisa de autonomia, daí a capacidade da bateria ter se tornado um parâmetro tão importante quanto o poder de processamento, a quantidade de RAM e o tamanho do armazenamento interno. Os dumbphones de antigamente consumiam pouca energia porque suas funções eram básicas, mas os smartphones rodam aplicativos pesados, mantêm conexões ativas o tempo todo e têm telas grandes e brilhantes, de modo que convém escolher um modelo com bateria de pelo menos 5.000 mAh.
 
Observação: O intervalo entre as recargas não depende apenas da capacidade da bateria, mas também de como o aparelho é usado. Mesmo com uma bateria de 6.000 mAh um usuário acostumado a jogar, assistir a vídeos, navegar em redes sociais e usar o GPS terá de fazer um pit stop entre as recargas completas.
 
As baterias são projetadas para suportar de 300 a 500 ciclos completos de carga (usar 50% da bateria em um dia, carregá-la até 100%, usar outros 50% no dia seguinte e tornar a carregá-la também conta como um ciclo completo), o que representa uma vida útil de 3 a 5 anos. Por outro lado, a maioria de nós troca o aparelho bem antes disso, de modo que essa vida útil costuma ser mais que suficiente.
 
Smartphones de entrada de linha com 4 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno devem ser evitados. Se não puder investir num modelo com 8 GB e 256GB (ou 12 GB e 512 GB), compre um aparelho de pelo menos 64 GB e amplie esse espaço com um cartão de modelo, capacidade e classe de velocidade compatíveis, lembrando que iPhones e a maioria dos celulares Android "premium" não aceitam cartão.
 
É importante utilizar carregadores e cabos originais (ou homologados pelo fabricante do celular), não expor o smartphone a altas temperaturas e condições ambientais adversas e recarregar a bateria antes que o aparelho desligue automaticamente (o ideal é manter a bateria com 40% ~ 80% de carga). A maioria dos modelos atuais suporta o carregamento rápido, e com o carregador adequado — que geralmente é vendido separadamente — 15 minutos na tomada bastam para meia carga e cerca de 1 hora para carga total.
 
Smartphones da marca Honor com baterias de silício-carbono oferecem até 3 dias de autonomia e mantém a capacidade máxima de carga mesmo depois três anos de uso. O Honor Magic 7 Lite vem com uma bateria de 6.600 mAh que, com 2% de carga, permite até 1 hora de conversa por voz, ou 20 minutos de streaming de vídeo, ou 30 minutos de navegação em redes sociais.
 
Se seu telefone não passa um dia inteiro longe da tomada, considere a aquisição de um carregador “automotivo”, mas evite produtos genéricos, como os que são vendidos por ambulantes e marreteiros. Por serem de baixa qualidade, eles podem danificar a bateria, o telefone e até mesmo o circuito elétrico do veículo, sobretudo se forem ligados ao mesmo tempo que o ar-condicionado, o desembaçador do vigia traseiro ou outro acessório que possa causar um pico de tensão.
 
Vale também reduzir o brilho da tela e o tempo de "timeout" e ativar os modos escuro e de economia de energia, desativar o disparo automático do flash, a sincronização automática de fotos e vídeos, as conexões sem fio, o serviço de GPS e os alertas sonoros/vibratórios. Em trânsito, desative o Wi-Fi e ative os dados móveis, e só ligue o Bluetooth quando for realmente necessário. 
 
Evite armazenar muitos arquivos multimídia e instalar apps desnecessários — mesmo os programas úteis devem ser impedidos de permanecer rodando em segundo plano sem necessidade. Execute o CCleaner (ou equivalente) duas ou três vezes por mês e use o Z-Device Test ou o Phone Doctor para identificar e reparar problemas sem precisar restaurar as configurações de fábrica.
 
Jamais tente remendar uma tela trincada ou rachada. Para prevenir acidentes, proteja o display com uma película de cerâmica, hidrogel ou vidro temperado e o celular com um capinha TPU, de silicone ou acrílica — elas custam mais que as vendidas nos camelódromos, mas bem menos que a troca do display ou um aparelho novo.