No ano passado, vazamentos de senhas afetaram milhões de
internautas, e o pior é que muitos deles continuam relapsos, ignorando
aplicativos antivírus, antispyware e de firewall e pouco se importando com as
regrinhas básicas de segurança digital cuja adoção eu venho recomendando em
muitas das quase 3.000 postagens que publiquei aqui no Blog ao longo dos
últimos dez anos e lá vai fumaça.
Se você imagina que roubos de senhas e dados confidenciais
acontecem apenas com quem visita sites suspeitos, está mais que na hora de
rever seus conceitos: só no ano passado, milhões de usuários de serviços de
webmail populares e de armazenamento de arquivos “na nuvem” foram alvo da
bandidagem cibernética.
Acha pouco? Então vamos lá: em maio do ano passado veio a
público que um grupo de hackers do mal estava vendendo no mercado negro 117 milhões de senhas de contas de usuários
do popular Linkedln (na época, a
empresa não havia criptografado as senhas, o que contribuiu para o vazamento
das informações). Meses mais tarde, foi a vez do Dropbox, onde o vazamento afetou 60 milhões de usuários.
Volto a lembrar também que desde 1996 a
Steganos oferece softwares para a segurança digital, que protegem
os dados ― dentro e fora da internet ― com as melhores tecnologias de
criptografia, e estão disponíveis em português, espanhol, alemão, inglês e
francês. Para mais informações sobre a empresa e seus produtos, acesse
www.segurisoft.com.br.
A MORTE, A DEMAGOGIA E LULA LÁ... (Continuação da postagem
anterior)
O senador Ronaldo
Caiado (DEM-GO) descreveu de forma lapidar o comportamento do deus pai da
Petelândia no velório da mulher: “Lula não tem limites em sua capacidade de ser indecoroso. Conseguiu ir além
mais uma vez desse limite ao profanar a própria viuvez e ousar atribuí-la a
terceiros. Se alguém pode ser responsabilizado pelo infortúnio de dona Marisa, é quem a envolveu nesse mar de delitos e que não soube (ou
não quis) poupar a própria família. Ao tentar politizar – e terceirizar – um
drama que ele e somente ele produziu, expõe-se ao vexame público. Fez com a
família o que fez com a pátria, semeando desordem e infelicidade. E agora quer
acusar a justiça, na tentativa de inverter os papéis. O réu é ele, não a
justiça. Se não consegue respeitar o Brasil, deveria ao menos respeitar sua família”.
Na avaliação do economista e colunista Rodrigo Constantino, para ser apenas desprezível, Lula teria de melhorar muito. Sua moral
é não ter moral alguma, usar qualquer coisa para se beneficiar pessoalmente,
mesmo que pisando nos outros, ferrando com a vida de milhões, destruindo um
país inteiro. Claro que um sujeito desses não encontraria nem mesmo na saúde da
esposa um limite ético para o silêncio, para a reflexão, para a reclusão
civilizada que separa o humano da política. A vida de Lula é o palanque, e o vitimismo é sua marca registrada. Quando
“dona” Marisa teve um AVC e foi
internada, algumas pessoas partiram para um ato deplorável: celebrar, festejar,
torcer pelo pior. Tudo muito tosco. A vida de um ser humano deveria estar acima
disso. Se ela é culpada, se é cúmplice do marido, o chefe de uma quadrilha,
então que ela pague por isso (...) Mas vibrar com seu AVC é inadmissível, como
é inaceitável fazer uso político do caso pelo outro lado.
Foi isso que o PT fez. Paulo
Okamotto, presidente do Instituto
Lula, logo culpou a Lava Jato pelo ocorrido, por “perseguir” Lula e colocar sua família toda sob
pressão. Era mera questão de tempo o próprio Lula subir no palanque ― mesmo que esse palanque fosse o esquife da
companheira ― e bancar a vítima. Constantino
deixa no ar a pergunta: Que tipo de
pessoa faz uso político de uma grave condição de saúde da própria mulher? Que
tipo indecente de gente tenta obter dividendos políticos com uma tragédia
pessoal? Em vez de se dedicar à esposa de forma reclusa, num momento de
privacidade que toda família tem direito, Lula
escolhe a via da demagogia, do populismo, jogando para a plateia com o discurso
de vítima, que culpa os guardiões das leis pelo AVC de Marisa. E conclui: Há um lugar
no inferno reservado aos que celebram a morte de Marisa Silva. E há um lugar
ainda mais profundo, bem no colo do Capeta, guardado para os que politizam sua
morte. Mas não é porque petistas são baixos que seremos também. Uma coisa não
justifica a outra. Sejamos decentes, por favor!
Outro
texto imperdível, de Gabriel
Tebaldi, corre assim: “‘Nunca entre
num lugar de onde tão poucos conseguiram sair’, alertou Adam Smith. ‘A consciência tranquila ri-se das mentiras da fama’,
cravou o romano Ovídio. ‘Corrupção é
o bom negócio para o qual não me chamaram’, ensinou o Barão de Itararé. Na contramão de todos, está alguém que abriu mão
de si mesmo pelo poder. Lula
construiu uma história de vida capaz de arrastar emoções e o levar à
presidência. Agora, de modo desprezível, destrói-se por completo. Não é preciso
resgatar o tríplex, o sítio ou os R$ 30 milhões em “palestras” para atestar sua
derrocada; basta reparar na figura pitoresca em que ele se transformou. O
operário milionário sempre esbanjou o apoio popular e tomou para si o mérito de
salvar o país da miséria. Contudo, cedeu aos afetos das maiores empreiteiras,
não viu mal em lotear a máquina pública e nem se constrangeu de liderar uma verdadeira
organização criminosa. Sem hesitar, brincou com os sonhos do povo, fez de seu
filho, ex-faxineiro de zoológico, um megaempresário, aceitou financiamentos
regados a corrupção e mentiu, mentiu e mentiu. O resultado, enfim, chegou: ao
abrir mão de si mesmo, Lula perdeu o
povo. Pelas ruas, ele é motivo de indignação e fonte de piadas. Virou chacota,
vergonha, deboche. Restou-lhe a militância do pão com mortadela e daqueles que
veem a política com os olhos da fé messiânica. Seu escárnio da lei confirma sua
queda. Lula ainda enxerga o Brasil
como um rebanho de gado e não percebe que está só, cercado por advogados que
postergam seu coma moral. Enquanto ofende o judiciário e todos aqueles que não
beijam seus pés, trancafia-se na bolha de quem ainda acredita que meia dúzia de
gritos e cuspes podem apagar os fatos. O chefe entrou num mundo sem saída,
trocou sua consciência pelo poder e corrompeu-se até dissolver sua essência. Lula morreu faz tempo. Restou apenas
uma carcaça podre que busca a vida eterna no inferno de si mesmo”.
Sobre como a perda da companheira de 43 anos impactará o
molusco septuagenário e abjeto, o jornalista Ricardo Boechat pondera que ao peso do momento somam-se dissabores
capazes não apenas de sepultar sonhos que Lula
persegue desde a juventude metalúrgica, mas de leva-lo à prisão e de destruir
sua biografia. A provação ainda inclui temores ― mais que justificáveis ―
quanto ao destino dos filhos, ligadíssimos à mãe, dois dos quais também
ameaçados por investigações com horizonte possível de prisão e perdas patrimoniais.
Amigos do ex-presidente se perguntam como e se ele
resistirá, ou, mais precisamente, se terá ânimo para concorrer ao Planalto em
2018 ― isso se a Justiça permitir, claro, porque, nunca é demais lembrar, o
petralha já é penta-réu. Ainda não foi condenado, é verdade, mas isso pode
mudar em breve, pois o juiz Sergio Moro
costuma levar 6 meses, em média, para sentenciar réus da Lava-Jato. Isso sem
mencionar que outras ações criminais podem resultar das delações dos 77 da Odebrecht ― notadamente as de Emílio e do filho Marcelo ― e de prováveis novos acordos de colaboração, como o do
casal de publicitários João Santana
e Mônica Moura (recentemente
condenados a 8 anos e 4 meses de prisão).
O conteúdo da delação de Marcelo Odebrecht ainda não foi divulgado. Espera-se que Rodrigo Janot peça ao ministro Fachin a suspensão do sigilo, mas isso
pode levar algum tempo, pois as investigações estão apenas começando e o
procurador-geral precisa saber quais são os pontos que precisam de sigilo
(voltarei a esse assunto numa próxima postagem). No entanto, já se sabe que o
príncipe das empreiteiras afirmou taxativamente que Lula recebeu propina em dinheiro vivo. O pai, Emílio, seria ainda mais próximo de Lula, mas detalhes sobre sua delação ainda não são conhecidos.
Observação:
Embora uma coisa nada tenha a ver com a
outra, Janot pediu a abertura de um
inquérito para investigar a prática de obstrução às investigações da Lava-Jato
pelo ex-presidente Sarney, pelos
senadores Renan e Jucá
e pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. O pedido será analisado
pelo ministro Fachin e tem como base a delação de Machado, que gravou seis horas de ligações telefônicas com os
peemedebistas. Nos diálogos, Sarney,
Renan e Jucá fizeram comentários que demonstravam suas intenções de brecar
as apurações da Lava-Jato e de encontrar alternativas para influenciar o então
relator Teori Zavascki a “estancar essa sangria”.
Outro que pode complicar a vida do molusco é Ricardo Pessoa, dono da UTC, que afirma ter dado R$ 2,4 milhões
para a campanha de Lula à reeleição
em 2006. E Eike Batista, que teve
relações promíscuas com o BNDES durante o governo do sapo barbudo. E Duda Mendonça, que recebeu nas Bahamas
R$ 10 milhões referentes à campanha de Lula
em 2002. Como se vê, o braseiro está cada vez mais quente e a batata do
ex-presidente petralha não demora a assar.
Resumo da ópera: se Lula
não vergar sob a carga que o destino lhe está impondo e jogar a toalha, se
resolver tentar dar a volta por cima e retomar a pregação contra as elites e a
favor dos pobres ― mantendo viva as esperanças da militância e arquitetando a
vingança eleitoral contra os adversários de sempre e, com gosto especial,
contra os muitos que o traíram e abandonaram, após incontáveis ceias do poder ―,
ele ao menos terá um elemento emocional a mais para explorar, qual seja o fim de
um casamento de 43 anos em que dividiu com a companheira pobreza, militância,
perseguição política, derrotas, ascensão, glória e (o atual) ocaso. E sugerir
que a “perseguição desumana” da Lava-Jato à mulher se encaixa como luva nesse
figurino. Alguém duvida?