segunda-feira, 28 de julho de 2025

SOBRE LUIZ FUX, O NÚCLEO GOLPISTA E "OTRAS COSITAS MÁS"

DEBATES ENTRE PESSOAS RAZOÁVEIS NÃO GERAM CONFLITOS, GERAM NOVAS IDEIAS. 

Depois que um golpe de Estado (o primeiro de muitos) substituiu a monarquia parlamentarista do Império pelo presidencialismo republicano, em 1889, mais de três dúzias de brasileiros ocuparam a Presidência. Fernando Henrique foi o mais próximo de um estadista que tivemos desde a "redemocratização" — lembrando que a renúncia de Jânio, em 1961, pavimentou o caminho para o golpe de 1964 e os subsequentes 21 anos de ditadura. Mas Lord Acton ensinou que o poder corrompe, e FHC, que ninguém resiste à picadura da mosca azul. 

 

Em 1997, o tucano de plumas vistosas comprou a PEC da reeleição e, rezando pelo catecismo de Geraldo Vandré — segundo o qual "quem sabe faz a hora, não espera acontecer" —, derrotou Lula já no primeiro turno do pleito de 1998. Mas faltaram-lhe novos coelhos para tirar da velha cartola e, quatro anos depois, o petista venceu José Serra, levando o PT ao poder. A partir de então, o Brasil passou a ser governado como uma usina de processamento de esgoto: a merda entra pela porta das urnas e muda de aparência, mas o que sai na posse do novo governante continua sendo merda — reciclada, mas ainda merda. 

 

Não que a coisa fosse melhor em outro momento da nossa história. A sementinha da corrupção foi plantada em Pindorama nos idos 1500, quando, em sua famosa carta, Pero Vaz de Caminha pediu ao rei D. Manuel que intercedesse por seu genro. Trezentos anos depois, o país passou de colônia a reino-unido, mas somente porque a família real portuguesa se desabalou para o Rio de Janeiro para fugir de Napoleão Bonaparte. Nossa independência — paga a peso de ouro — foi proclamada por D. Pedro I enquanto esvaziava os intestinos, e a Proclamação da República, despida do glamour que lhe atribuem os livros de História, não passou de um golpe de Estado político-militar (o primeiro de muitos, como dito anteriormente). 

 

Até o início do século XIX, nosso país não tinha uma corte constitucional. A "Casa da Suplicação do Brasil" foi criada em 1808, mas a função de corte suprema só se solidificaria 1829, com a criação do "Supremo Tribunal de Justiça" — que passou a se chamar "Supremo Tribunal Federal" com a proclamação da República. Hoje, além do papel de corte composicional, cabe ao Supremo processar agentes públicos com foro especial por prerrogativa de função e julgar recursos extraordinários contra decisões de outros tribunais. Mas aquela conversa de que juízes são isentos, apolíticos e apartidários não passa de cantilena para dormitar bovinos. Os magistrados não só tomaram gosto pela política — e quem conquista poder político não abre mão dele facilmente — como também sucumbiram à nefasta polarização, que dividiu o país em duas abjetas facções.

 

Mesmo estando inelegível e contando os dias que faltam para sua mais que provável condenação, Bolsonaro continua fazendo pose de candidato. Ao pressionar a banda podre da Câmara a aprovar uma insana proposta de anistia, o golpista confessa por vias tortas os crimes que jura não ter cometido. Como se não bastasse, seu filho Eduardo atua como articulador das sanções impostas pela Casa Branca ao país que, como deputado por São Paulo (que também elegeu Tiririca para quatro mandatos consecutivos), é pago para defender. 

 

Dias atrás, o filho do pai estendeu sua abjeta chantagem aos presidentes da Câmara e do Senado: se Motta não levar à pauta de votações da Câmara o projeto que anistia aos golpistas e Alcolumbre engavetar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes — renovado dias atrás pelo senador das rachadinhas, panetones e mansões milionárias Eduardo Bolsonaro —, poderão ter seus vistos de entrada nos EUA cassados, a exemplo do que aconteceu com oito dos onze ministros do STF.

 

O ex-ministro Sepúlveda Pertence definiu o Supremo como "um arquipélago de 11 ilhas", mas a politização ficou mais evidente em 2019, quando seis dos onze membros da Corte mudaram a jurisprudência sobre a prisão em segunda instancia, ensejando a "volta do criminoso à cena do crime” — como bem observou o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin quando ainda era tucano. 

 

Gilmar Mendes — a verdadeira "herança maldita" de FHC — defendia a Lava-Jato com unhas e dentes, mas virou a casaca depois que a Vaza-Jato denegriu a imagem do ex-juiz Sergio Moro, do ex-procurador Deltan Dallagnol e de outros integrantes do braço paranaense da força-tarefa, embora seu "crime hediondo" tenha sido combater corrupção sistêmica e pôr na cadeia bandidos travestidos de executivos das maiores empreiteiras do país e políticos ímprobos de altíssimo coturno. 

 

Dias Toffoli — que ganhou a suprema toga graças aos "bons serviços prestados" como advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, consultor jurídico da Central Única dos Trabalhadores (CUT), assessor jurídico do PT e do ex-ministro José Dirceu e subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil sob Lula, a despeito de ter sido reprovado em dois concursos para juiz de primeira instância em São Paulo —, vem fazendo das tripas coração para reconquistar as boas graças de Lula com decisões teratológicas que visam claramente favorecer os "amigos do rei". 

 

Indicado por Lula para o Supremo a pedido da então primeira-dama, Ricardo Lewandowski retribuiu a gentileza durante o julgamento do Mensalão, no qual atuou mais como defensor dos réus do que como julgador. No impeachment de Dilma, ele e o senador Renan Calheiros urdiram uma tramoia para evitar que a mulher sapiens tivesse seus direitos político suspensos.

 

E por aí segue a procissão.

 

Em seu artigo 1º, a Constituição Cidadã anota que "a República Federativa do Brasil [...] constitui-se em Estado Democrático de Direito" e tem como primeiro fundamento "a soberania". O parágrafo único desse mesmo artigo estabelece que "todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente". Já no primeiro inciso do artigo 3º, o Regimento Interno da Câmara explicita que é dever do deputado federal "promover a defesa do interesse público e da soberania nacional". Na prática, porém, a teoria costuma ser outra.

 

Morando nos EUA e exercendo em tempo integral a atividade de traidor da pátria, Eduardo Bolsonaro rasga a Carta Magna, sapateia sobre o regimento da Câmara e desonra os 741 mil votos que obteve do eleitorado paulista em 2022. Mas não é só: a falta de posicionamento dos dirigentes do Congresso sobre o pedido de cassação do traíra injeta na conjuntura brasiliense uma vergonha convulsiva: quando alguém precisa tomar uma decisão e não toma, está decidindo não fazer nada, e nada, no caso do deputado, é uma palavra que já ultrapassa tudo. Ou Congresso expurga o personagem dos seus quadros, tornando-o inelegível, ou se desmoraliza junto com ele.

 

A coação exercida sobre o STF por Trump em parceria com a Famiglia Bolsonaro já justificaria a prisão preventiva do chefe do clã, mas Moraes "morde e assopra", evitando confundir o necessário com o excessivo, sobretudo depois que seu colega Luiz Fux votou contra as medidas cautelares impostas ao capetão (dizem que o fez para não ter seus visto de entrada nos EUA cassado, como já aconteceu com oito de seus pares). Vale destacar que não foi a primeira vez que ele divergiu do relator e de seus colegas da Primeira Turma. Durante a análise da denúncia da PGR, o ministro levantou dúvidas sobre a delação de Mauro Cid e a competência da Turma para julgar Bolsonaro e seus cúmplices (que, segundo ele, seria da primeira instancia do Judiciário ou, na pior das hipóteses, dos 11 ministros da Corte). 

 

Diz um ditado que "só não muda de opinião quem já morreu", mas causa espécie que o ministro "punitivista" que apoiou o relator (Joaquim Barbosa) na condenação da maioria dos réus da ação penal 470 (vulgo "Processo do Mensalão") e se tornou um dos principais defensores da Lava-Jato tenha dado um "cavalo de pau" digno dos melhores filmes de ação, aliando-se à corrente "garantista", que prioriza a proteção dos direitos fundamentais dos réus. 

 

Embora concorde com as condenações pela trama golpista, Fux tem acatado alguns argumentos dos acusados, e comenta-se à boca pequena que ele continuará nessa linha, como forma de "garantir a moderação no STF". No julgamento da cabeleireira Débora dos Santos, que ficou conhecida por pichar com batom a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, Moraes propôs 14 anos de prisão, mas Fux sugeriu um ano e seis meses, arrancando elogios de Michelle Bolsonaro.

 

No fim de março, durante o julgamento da denúncia da PGR contra o grupo principal da trama golpista — encabeçado por Bolsonaro —, Fux foi o único a abraçar o argumento da defesa no sentido de que o foro indicado para conduzir as investigações seria primeira instância do Judiciário, e não no STF. Derrotado por seus pares, ele acabou votando pelo recebimento da denúncia, que foi aceita por unanimidade. No mesmo julgamento, afirmou ser contrário à ideia de punir a tentativa de golpe como se fosse um crime consumado. Defendeu a necessidade de diferenciar os atos preparatórios da execução do crime e levantou dúvidas sobre a legalidade da delação de Mauro Cid. As observações renderam elogios da defesa de Bolsonaro.

 

No depoimento de Cid ao STF, Fux fez perguntas que foram elogiadas por Eduardo Bolsonaro — em suas redes sociais, o filho do pai escreveu: "Urgente! Fux desmontou o castelo de areia com duas perguntas." Nos depoimentos de testemunhas do chamado núcleo crucial, foi o único —além do relator — a comparecer às sessões e fazer questionamentos nas oitivas. E a expectativa é que ele continue apresentando contrapontos às discussões, assumindo de maneira informal o papel de "ministro revisor", personificado por Lewandowski no julgamento do Mensalão, mas extinto em 2023 por uma alteração no Regimento Interno da Corte. 

 

As ideias que Fux defende atualmente contrastam com julgamentos penais do passado. Após sua brilhante atuação no Mensalão, o ministro defendeu a Lava-Jato mesmo depois que a Vaza-Jato expôs uma "suposta relação espúria" de Sergio Moro com os procuradores de Curitiba. Em abril de 2021, Fux se posicionou contra a anulação das condenações impostas a Lula pela 13ª Vara Federal de Curitiba. Em junho de 2022, quando presidia o STF, disse que a anulação foi resultado da análise de questões formais: "Ninguém pode esquecer que ocorreu no Brasil, no Mensalão, na Lava-Jato."

 

Fux intensificou sua relação com Bolsonaro a partir de setembro de 2020, quando assumiu a presidência do STF. No mês seguinte, recebeu o então mandatário para uma "visita de cortesia" que durou cerca de 45 minutos. Bolsonaro elogiou a decisão de Fux de manter preso um dos líderes do PCC, solto por determinação do (hoje aposentado) ministro Marco Aurélio. Sua atitude provocou irritação do colega — até porque não é praxe um ministro suspender a decisão de outro.

No dia seguinte ao encontro, Bolsonaro concedeu a Fux a Ordem de Rio Branco em seu mais alto nível, o grau de Grã-Cruz.

 

Coincidência ou não, os únicos ministros do STF que não tiveram seus vistos revogados pelo secretário de Estado dos EUA foram os bolsonaristas André Mendonça e Nunes Marques... e Luiz Fux — indicado para o tribunal por Dilma em 2011.

 

Aguardemos, pois, os próximos capítulos de mais esse emocionante folhetim tupiniquim.

domingo, 27 de julho de 2025

ROCAMBOLE DE CARNE

BONS ARTISTAS COPIAM, GRANDES ARTISTAS ROUBAM.

A exemplo do bolo de carne — ou "meatloaf", como é chamado nos EUA —, o rocambole de carne é uma receita prática, versátil, perfeita para o almoço em família ou um jantar especial. 


A diferença é que o bolo de carne é moldado em formato de pão e assado na própria forma, e o rocambole, enrolado como o doce homônimo antes de ser levado ao forno. Em ambos os casos, o recheio fica a critério do freguês — presunto, mortadela, queijo, bacon, ovos cozidos, etc. —, e uma fatia média tem de 300 a 350 kcal. 


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A sabedoria convencional ensina que ninguém deve cometer a mesma tolice várias vezes, mesmo porque há fartura de opções. Mas a facção bolsonarista, irritada com a instalação de uma tornozeleira na perna do "mito", acendeu suas fornalhas em pleno recesso parlamentar para reciclar um pacote manjado. A reutilização de asneiras gastas transformou o polo de apoio a Bolsonaro no Congresso numa usina de reciclagem de erros. 

Hugo Motta e Davi Alcolumbre oscilaram entre a impaciência e o mau humor. A Câmara fechou o palco das comissões e colocou no freezer projeto que permitira ao deputado autoexilado votar desde o Texas. O Senado colocou no rumo da gaveta o pedido de impeachment de Moraes feito pelo senador das rachadinhas, panetones e mansões. Os chefes das duas Casas sinalizaram que projetos pró-anistia e anti-Supremo não chegarão ao plenário.

Ao brincar de gato e rato com Bolsonaro, Xandão reafirmou que o réu descumpriu medida cautelar, mas tratou o descumprimento como "irregularidade isolada" e optou por não decretar a prisão preventiva do estrupício. Tecnicamente, a aliança do clã Bolsonaro com Trump já seria motivo suficiente, mas o ministro preferiu as cautelares, acertou na tornozeleira, na reclusão domiciliar noturna e no distanciamento das embaixadas, mas, quanto às redes sociais, produziu uma restrição difícil de ser implementada. Podendo dar o braço a torcer, preferiu repetir que "a Justiça é cega, mas não é tola".

A experiência ensina que um Bolsonaro moderado é personagem fictício, e Moraes como que o convido a testar seus limites ao renovar a ameaça da tranca num despacho redigido com luvas de pelica. Alguém deveria lembrar ao magistrado que gato de luvas não pega rato.


Você vai precisar de:
 
— 500 g de carne moída (sugiro patinho ou coxão mole);
 
— ½ xícara (chá) de farinha de rosca (para deixar a massa firme e moldável);
 
— 1 ovo (para ajudar a dar liga);
 
— 1 cebola pequena ralada (para agregar umidade e sabor);
 
— 2 dentes de alho picados;
 
— Sal e pimenta-do-reino a gosto;
 
— 150 g de presunto (ou mortadela);
 
— 150 g de queijo tipo muçarela (ou prato, fresco, provolone, meia cura, etc.);
 
— Ketchup (ou molho barbecue);
 
— Cheiro verde picadinho, a gosto (opcional)
 
1) Misture a carne, o cheiro verde, o ovo, a farinha, a cebola, o alho, o sal e a pimenta até obter uma massa homogênea. 


2) Abra a massa sobre uma folha de papel alumínio formando um retângulo uniforme e distribua o recheio sobre a carne, deixando uma borda livre nas extremidades.


Enrole como um rocambole, apertando bem para ficar firme, coloque numa assadeira untada, pincele o ketchup (ou o molho barbecue) sobre toda a superfície, cubra com papel alumínio, leve ao forno preaquecido a 200°C por 30 minutos, retire o papel alumínio e deixe assar por mais 15 minutos (ou até dourar).

 
Deixe o rocambole descansar por alguns minutos antes de fatiar e sirva com os acompanhamentos de sua preferência.
 
Dicas:
 
— Para dar um toque de crocância, polvilhe queijo ralado depois de retirar o papel alumínio. E adicionar fatias de bacon ao recheio deixará seu rocambole ainda mais suculento.


— Cenoura ralada e ovos cozidos agregam sabor ao recheio e deixam as fatias mais "coloridas".


— Caso queira usar a airfryer, molde o rocambole num tamanho menor e asse por 25 minutos a 180°C.
 
— Coloque a sobra (se houver) num pote hermético e guarde na geladeira por até 3 dias (ou no congelador por até 3 meses). 


— Quando for consumir, embrulhe em papel alumínio (para preservar a umidade) e reaqueça em forno brando (de 150ºC a 175ºC). 
 
Bom apetite.

sábado, 26 de julho de 2025

QUANDO O BARATO SAI CARO E O MALWARE VEM DE BRINDE

PESSOAS INFORMADAS TENDEM A SER CRÍTICAS, POUCO MANIPULÁVEIS, E A NÃO CRER EM LEMAS QUE ALGUNS FAZEM PASSAR POR IDEIAS.

Smartphones não custam barato, especialmente os modelos topo de linha num país de terceiro mundo com salários de quinto e a maior carga tributária do planeta. Mas é preciso não se deixar seduzir pelo mercado, pois o molho pode sair mais caro que a galinha.


De acordo com a empresa de cibersegurança russa Kaspersky, o Brasil está na mira de uma nova versão do trojan Triada, que vem pré-instalada em "celulares falsos" (aqueles vendidos no mercado informal por preços mais sedutores). O golpe é tão bem armado que a praga já vem embutida no próprio sistema operacional, e, uma vez ativado, infiltra-se em praticamente todos os processos do aparelho. 


Entre seus talentos nada desejáveis, essa praga é capaz de sequestrar contas nas redes sociais, roubar criptomoedas, interceptar SMS, induzir as vítimas a atender ligações fraudulentas, monitorar o uso do navegador para a injeção de links maliciosos, e por aí afora.


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Durante as campanhas para as presidências da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre contemporizaram com o bolsonarismo e venderam a ilusão de que poderiam colocar em votação até uma proposta qualquer sobre anistia. À medida em que o capetão foi afundando no buraco que ele próprio cavou, suas excelências, que carregaram o caixão por boa parte do caminho, ora sinalizam que não vão descer na cova junto com ele. 

As medidas cautelares impostas por Moraes transformaram o "mito" num personagem radioativo. Quando os bolsonaristas sinalizaram a intenção de formular por escrito um pedido para que o recesso fosse suspenso, Alcolumbre avisou que não aprovaria. A despeito da negativa de Alcolumbre e do nariz torcido de Motta, a facção bolsonarista no Congresso decidiu cumprir uma agenda inexistente: quando precisam trabalhar, não trabalham; quando entram em recesso, simulam uma atividade que não deveria existir.

A boa notícia é que as maluquices que o bolsonarismo está exigindo neste momento parece ter pouca chance de chegar à pauta de votações, tendo em vista o distanciamento tático que Motta e Alcolumbre tomam do bolsonarismo. A má notícia é que não é uma decisão do Motta que impedirá essa caterva de manifestar sua contrariedade.

 

Para não ir buscar lã e ser tosquiado, deve-se comprar smartphones e assemelhados apenas pelos canais oficiais ou revendedoras autorizadas, como lojas de departamento confiáveis, que trazem o selo da Anatel na embalagem. Convém também verificar se o IMEI — código numérico único que identifica cada smartphone — é legítimo. Para isso, acesse a página da Anatel e siga as instruções.

 

Se não houver problemas com o IMEI,  mas você desconfiar de que alguma coisa está errada — e não quiser ou puder devolver o dispositivo —, restaure as configurações de fábrica, reinstale o Android a partir de uma versão fornecida pelo Google e mantenha uma ferramenta de segurança ativa no dispositivo.

 

Como diz o ditado: em rio que tem piranha jacaré nada de costas.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

DE VOLTA ÀS VIAGENS NO TEMPO — 38ª PARTE

PENSE, ACREDITE, SONHE E OUSE.

É possível chegar à Lua em menos de três dias e a Marte em cerca de seis meses meses, mas uma missão tripulada ao planeta vermelho pode durar mais de um ano, dependendo da logística da viagem e do tempo de permanência em solo marciano.

Considerando que Suni Williams e Butch Wilmore ficaram nove meses na ISS e Frank Rubio orbitou a Terra durante 371 dias, passar algumas semanas em Marte não é uma coisa de outro mundo (embora o seja literalmente). Além disso, a NASA vem desenvolvendo novas tecnologias para tornar as missões mais seguras, e a Rússia está testando um motor elétrico de plasma, capaz de reduzir o tempo de viagem a menos de 60 dias.

Em escalas cósmicas, Marte está logo ali na esquina, mas os exoplanetas ficam do outro lado da cidade. Para enviar seres humanos a Proxima Centauri b, que dista 39,735 trilhões de quilômetros da Terra, seria preciso desenvolver um sistema de hibernação ou alguma tecnologia capaz de manter os astronautas vivos e saudáveis pelo tempo necessário— 4,2 anos à velocidade da luz (1,08 bilhão de km/h) e 6.500 anos com a velocidade da Parker Solar Probe (692 mil km/h).

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Há décadas vivemos numa caquistocracia. Depois de FHC, esta banânia passou a ser governada como uma usina de processamento de esgoto, onde a merda entra pela porta das urnas, muda de aparência, troca de nome e sai como merda com a posse do novo governante. Em 2018, elegeu-se o refugo da escória da humanidade para impedir que o bonifrate do então presidiário mais famoso da história deste país ocupasse o gabinete mais cobiçado do Palácio do Planalto. Como a emenda ficou pior que o soneto, o presidiário foi libertado, descondenado e reabilitado politicamente por togas camaradas para nos livrar do escroto golpista. E deu no que está dando. 

Às vésperas de completar 80 anos, caquético, mais gasto que sapato de vendedor pracista e amargando os piores índices de aprovação popular de toda sua trajetória política, o macróbio vem torrando bilhões do suado dinheiro dos contribuintes em busca de um quarto mandato (que Deus nos livre e guarde dessa desgraça). Enquanto conta os dias que o separam da mais que provável condenação por tentativa de golpe, Bolsonaro posa de vítima e insiste que será candidato em 2026. Diante do risco de ser preso preventivamente, optou pela cautela e desistiu de participar de uma coletiva da oposição na Câmara dos Deputados. 

O filho Eduardo se homiziou na cueca de Trump para conspirar contra o próprio país. Se nada for feito, 03 será remunerado pela pátria para traí-la em tempo integral. Pela lógica, deveria ter sido cassado por atentar contra o artigo do regimento da Câmara que impõe aos deputados o dever de "promover a defesa do interesse público e da soberania nacional". Mas a Câmara é uma Casa ilógica. 

Adaptado para os tempos de tornozeleira, o slogan do bolsonarismo ficou assim: "Anistia acima de tudo, Trump acima de todos". A velha tríade que o integralismo nacional importou do fascismo europeu — Deus, pátria e família — ganhou novos sentidos. Deus é um imperador laranja chocado com a "caça às bruxas"; a pátria se deslocou para o Norte, e a família Bolsonaro, a única que importa, virou célula-mártir de uma conspiração antipatriótica desde que Dudu Bananinha escolheu os Estados Unidos como terra natal.


Quanto à viagens relativísticas — que permitiriam tanto avançar para o futuro quanto voltar ao passado — Einstein demonstrou que o tempo passa mais devagar conforme a velocidade do observador aumenta (dilatação temporal), "congela" quando o observador atinge velocidade da luz e regride numa velocidade superluminal. O tempo negativo é uma realidade matemática e experimental no mundo quântico, mas continua sendo visto como "desfritar um ovo". E inverter a seta do tempo é essencial para saborear um filé de brontossauro com Fred Flintstone na pré-histórica Bedrock.

Para fruir dos efeitos da dilatação temporal, é preciso viajar a velocidades próximas à da luz, o que é inviável com a tecnologia atual. A boa notícia é que há outras opções no cardápio cósmico, como o Cilindro de Tipler — cuja rotação extrema geraria um frame dragging no tecido espaço-temporal, permitindo viajar não apenas pelo espaço, mas também pelo tempo. A má notícia é que sua densidade teria de ser infinita, e seu comprimento, comparável ao do próprio universo. Mas isso é uma questão de implementação, como disse a coruja ao coelho da fábula.

As misteriosas cordas cósmicas — que, apesar do nome, nada têm a ver com a famosa Teoria das Cordas — também são uma luz no fim do túnel. Se duas dessas cordas passassem perto uma da outra a uma velocidade próxima à da luz, a deformação que elas produziriam no espaço-tempo permitiria voltar ao passado "pegando um atalho no Waze do Universo". O problema é que ninguém jamais viu uma dessas cordas — nem em fotos de satélite, nem em buracos negros fotogênicos.

A opção mais popular entre os roteiristas de ficção científica são os buracos de minhoca — atalhos cósmicos que supostamente levariam uma espaçonave de um ponto a outro do espaço-tempo em segundos, mesmo que a distância linear fosse de milhares ou milhões de anos-luz. O problema é que mantê-los abertos exigiria uma quantidade imensa de "matéria exótica", com energia negativa tão densa que faria uma estrela de nêutrons parecer uma nuvem de algodão. A física não descarta a existência dessa matéria, mas ainda não sabe onde encontrá-la.

As coisas ficam ainda mais esquisitas quando saltamos do campo macroscópico para o mundo quântico.  Algumas interpretações da mecânica quântica — como a proposta por David Deutsch — sugerem que o tempo pode ser apenas mais uma coordenada entre muitas, e que viajar através dele seria como pular de uma realidade paralela para outra (em vez de voltar ao próprio passado, o viajante entraria num passado alternativo, onde sua presença não causaria paradoxos nem anomalias temporais).

Para quem acredita que o Universo é uma simulação — hipótese levada a sério por alguns filósofos e cientistas —, a viagem no tempo seria apenas uma questão de reverter os dados, como se fazia com as fitas VHS. Não se voltaria ao passado real, mas a uma versão armazenada ou replicada digitalmente, como um backup universal da realidade. 

Observação: Essa hipótese combina melhor com Matrix do que com Einstein, mas não custa sonhar — pelo menos enquanto Haddad não taxar taxar os sonhos. Ademais, se estamos mesmo em uma simulação, os bugs da viagem no tempo devem estar na próxima atualização do sistema.

Embora não haja evidências experimentais de que alguma dessas alternativas funcione, a física teórica continua fornecendo material para os autores mais ousados viajarem rumo ao passado, ao futuro ou a qualquer ponto entre os dois. 

Enquanto a ciência busca provas, a ficção já está lá: jantando com Einstein, jogando xadrez com Hawking e tomando chá com Schrödinger e seu gato — vivo ou morto, dependendo da linha temporal.

Continua...

quinta-feira, 24 de julho de 2025

SOBRE STEPHEN HAWKING

NA PRAIA, À NOITE, PREFIRA CONTAR ESTRELAS A GRÃOS DE AREIA.

Albert Einstein foi o maior físico de todos os tempos, e Stephen Hawking, o maior astrofísico do século XX. 


Em 1963, aos 21 anos, Hawking foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica. Os médicos previram uma sobrevida de apenas dois anos, mas ele morreu em 2018, dez dias após submeter ao Journal of High-Energy PhysicsTeoria dos Universos Paralelos, segundo a qual o Big Bang não teria sido um evento único, mas a origem de incontáveis universos, onde as leis da física poderiam ser completamente diferentes. 


Sua carreira foi marcada por contribuições que revolucionaram a física teórica e a astronomia. Uma das descobertas mais notáveis foi a de que os buracos negros não são eternos: ao emitirem uma forma de radiação — posteriormente batizada de Radiação de Hawking —, eles perdem massa e acabam desaparecendo após milhões ou bilhões de anos. Quanto às informações sobre o que cai nos buracos negros, Hawking teorizou que as perturbações quânticas poderiam preservá-las, oferecendo uma possível solução para o célebre paradoxo da informação — que ainda é objeto de debate na comunidade científica.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


Fica mais difícil a cada dia escrever sobre política nesta banânia. O cenário muda — quase sempre para pior — como imagens de caleidoscópio, e manter-se atualizado é como trocar pneu com o carro andando. Enfim, tomemos uma para rebater o empache, e bola pra frente.

Revitalizado pelo crime de lesa-pátria cometido por Bobi Filho em prol da anistia de Bibo Pai, Lula percorre tênue linha que separa "ir bem" de "ir longe demais". Acerta ao dizer que Trump "não foi eleito para ser imperador do mundo", mas escorrega ao afirmar que a calopsita alaranjada "poderia ser presa" se a invasão ao Capitólio tivesse ocorrido no Brasil (todos sabemos como a Justiça brasileira funciona), e joga para a plateia ao vociferar que o governo não aceita "ordem de gringo" e que vai taxar "as big techs americanas". O diabo é que falta quase um ano e meio para a eleição. Se nada for feito, o tarifaço de 50% entrará em vigor em pouco mais de uma semana. Nada em Trump cheira bem, mas quem confronta um gambá corre o risco de sair fedendo mesmo se ganhar a briga.

Mudando do desgostante para o vomitativo, Bolsonaro demora a entender que sua única saída é a porta (de entrada) de uma cela de cadeia, e age como se preferisse ir em cana antes da (cada vez mais) provável condenação definitiva. 

Na segunda-feira, o ex-aspirante a golpista foi à Câmara para mobilizar sua facção e fornecer às redes sociais de terceiros imagens de sua tornozeleira e o blábláblá da "humilhação". Xandão enxergou na coreografia uma violação à ordem de abstinência digital, e deu 24 horas para a defesa se manifestar. Os advogados ponderaram que o cliente não tinha conhecimento da proibição de conceder entrevistas e asseguraram que ele seguirá sem se manifestar. 

Bolsonaro tencionava levar sua pose de vítima para passear em duas comissões da Câmara, mas Hugo Motta levou o pé à porta, e o capetão deu meia-volta.  

A caminho da cadeia, Bolsonaro roda um filme repetido. Por um lado, cobra de sua facção na Câmara mobilização para aprovar sua anistia e o impeachment de seu algoz. Por outro, convoca o pedaço troglodita do agronegócio a entoar o hino nacional por ele e financiar o ronco de caminhões nas ruas. Alguém deveria alertá-lo de que roleta-russa também é suicídio, mesmo que na modalidade recreativa de um desafio constante à própria sorte.

Mas e daí? Eu não sou coveiro...


A obra de Hawking teve como ponto de partida a Relatividade Geral, da qual decorre uma solução específica para a estrutura do cosmos, que ficou conhecida como modelo de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker. Com os teoremas da singularidade Hawking-Penrose e com os estudos sobre a entropia Bekenstein-Hawking, o astrofísico demonstrou que o universo teve um começo associado a uma singularidade que deu origem ao Big Bang.


A princípio, acreditava-se que essa singularidade explicaria a origem do universo, mas a ideia perdeu força ao esbarrar nas limitações impostas pela mecânica quântica. Essa conclusão foi alcançada ao se "voltar no tempo" através das equações relativísticas e das condições do universo primordial. Mas há um ponto a partir do qual o espaço e o tempo desaparecem, tornando impossível retroceder ainda mais. Segundo Hawking, especular sobre o que havia antes do Big Bang é como perguntar o que existe ao norte do Polo Norte.


Durante séculos, achava-se que que o universo era eterno, infinito no tempo e no espaço. Hawking mostrou que houve um começo e que pode haver um fim — não apenas um fim cósmico, mas vários, representados por cada buraco negro, que funciona como um sumidouro onde espaço e tempo deixam de existir. Mais adiante, ele propôs uma ideia ainda mais radical: se o tempo fosse imaginário no início — um conceito matemático inspirado nos números complexos —, o universo seria finito em extensão, mas sem fronteiras, como a superfície de uma esfera. Nesse cenário, não haveria uma singularidade inicial e a origem do cosmos estaria inteiramente determinada pelas leis da física.


Em 1962, Hawking ingressou na Universidade de Cambridge como estudante de PhD. Já em 1979, tornou-se Professor Lucasiano de Matemática (cargo que foi ocupado por alguns dos maiores físicos da Inglaterra, como Isaac Newton). Em 2009, tornou-se Diretor de Pesquisa no Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica (cargo que ocupou até sua morte), e foi membro do Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge, fundado por ele em 2007.


Preferindo mirar o infinito do cosmos a olhar para as limitações do próprio corpo, Hawking se notabilizou por tornar conceitos científicos complexos acessíveis ao publico leigo em astrofísica. Em 1995, em um desafio promovido pelo Tomorrow’s World, fez previsões para os 30 anos seguintes — como os avanços na exploração espacial, a mineração de asteroides, o aumento do lixo orbital, as transformações digitais e o crescimento da robótica, a disseminação de assistentes virtuais e dispositivos inteligentes — hoje presentes nos smartphones, eletrodomésticos e assistentes de voz baseados em inteligência artificial.


A despeito de sua genialidade, ele era humano e, portanto, falível. Em 1975, apostou com o físico Kip Thorne que o objeto Cygnus X-1 não era um buraco negro. Mais adiante, apostou que a informação é perdida nos buracos negros, e que ninguém jamais descobriria o Bóson de Higgs. Perdeu todas elas.


Hawking dedicou anos de sua vida à busca por uma "teoria de tudo" — que combinasse a mecânica quântica com a física clássica para explicar as leis fundamentais do universo. Para muitos, ele foi a mente mais brilhante de todos os tempos, mas nunca revelou seu QI — questionado sobre isso por um repórter do New York Times, respondeu: "Pessoas que se gabam de seu QI são fracassadas." Pouco antes de morrer, destacou questões como o aquecimento global e o aumento populacional como fatores que dariam origem a uma crise ambiental severa, e previu que, sem a devida atenção, esses problemas poderiam transformar o planeta em um lugar inóspito para a vida humana, possivelmente até ao final do século XXVI.

 
Embora tenha ficado quase totalmente paralisado pela doença, Hawking foi uma das personagens mais influentes da ciência no século XX. Até que o universo — ou a humanidade — desapareça, suas descobertas continuarão gerando conhecimentos, inspirando gerações a olhar para as estrelas e a perguntar o que mais o tempo ainda esconde.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

COMO CRIAR UMA LISTA DE REMETENTES CONFIÁVEIS NO GMAIL

PELA LÓGICA, NÃO DÁ PARA AGRADAR A TODOS; POR MIM, NÃO FAÇO A MENOR QUESTÃO DE AGRADAR A QUEM QUER QUE SEJA.

Aplicativos de mensagens como o WhatsApp e o Telegram substituem o correio eletrônico em diversas situações, mas isso não significa que o email tenha sido aposentado. 
 
A exemplo de outras plataformas de email, o Gmail filtra automaticamente conteúdos irrelevantes e possivelmente infestados de malwares, mantendo 99,9% (segundo a empresa) do junk mail na caixa de spam. Como esse filtro não é perfeito, sempre existe a possibilidade de mensagens importantes serem bloqueadas. Para evitar que isso aconteça, o serviço do Google permite criar uma lista de remetentes confiáveis. 


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA


A primeira coisa a fazer quando se cai num buraco é parar de cavar. Incrivelmente, o filho do pai faz exatamente o contrário ao afirmar que não renunciará ao mandato, chamar Moraes de "medíocre" e um delegado da PF de "cachorrinho". Já o pai do filho precisa sincronizar seu relógio com o Centrão. Para ele, definir um Plano B antes da hora é inaceitável para o Centrão, inaceitável é a demora em lançar a candidatura de Tarcísio de Freitas.

Depois de se recusar a expor sua tornozeleira — "não vou mostrar porque é uma humilhação" —, Bolsonaro arrastou o adereço pelos corredores da Câmara sob um coro de "mito, mito, mito". Como era de esperar, a cena se espalhou em perfis de aliados e de meios de comunicação nas redes sociais. Como também era de esperar, Xandão intimou a defesa do capetão a justificar o descumprimento da medida cautelar, sob pena de prisão preventiva.

Aos 70 anos, inelegível, doente quando lhe convém, com uma condenação por tentativa de golpe de Estado esperando para acontecer, proibido de usar as redes sociais e com um dos filhos homiziado na cueca de Trump, o "mito" despencou de sua realidade paralela e caiu na merda do mundo real. Nem Trump conseguiu salvá-lo — ao contrário, só piorou a situação. Só lhe resta sair de cena melancolicamente e arrastar a tornozeleira e a pecha de traidor da pátria até o STF selar seu destino.

Quando deixamos de olhar para a árvore e passamos a olhar a floresta, perguntamo-nos como foi possível o Brasil sobreviver quatro anos sob um governo insano, comandado por uma organização criminosa de militares e civis, cujo modus operandi foi esmiuçado nas mais de 500 páginas do relatório final em que o PGR pediu a condenação do capetão-golpista e seus cúmplices?

Em momentos distintos da ditadura militar, o general Ernesto Geisel qualificou Bolsonaro como "anormal e mau militar", e Pelé e o general Figueiredo alertaram para o perigo de misturar brasileiros com urnas em eleições presidenciais. Mas nenhum dos três fazia ideia da extensão do desastre que estava por vir.

Em 2021, o empresário Paulo Marinho — que transformou a própria casa em estúdio para a campanha bolsonarista de 2018 — revelou que o então presidente sabia que seria preso pelos crimes cometidos — e pelos que ainda cometeria até o fim do mandato — e planejava “virar a mesa”. Meses depois, farejando a derrota nas urnas, o sacripanta rosnou que só haveria eleições se houvesse voto impresso.

Durante sua passagem pelo Planalto, Bolsonaro incitou e participou pessoalmente de manifestações pró-ditadura, promoveu “motociatas”, cavalgou pela Esplanada dos Ministérios e articulou um desfile de tanques em frente ao Congresso —visando constranger parlamentares durante a votação da PEC do voto impresso. Sempre que foi ameaçado, fingiu recuar. Mas pau que nasce torto morre torto, e ele logo reencarnava o "anormal e mau militar" que, numa democracia séria, seria inexoravelmente apeado do cargo. Nesta republiqueta de bananas, porém, o antiprocurador-geral, o imperador da Câmara e o próprio STF fingiram não ver o que o pior mandatário desde Tomé de Souza fazia.

Antes de se tornar réu, o Messias que não miracula admitiu que se refugiaria em alguma embaixada se sua prisão preventiva fosse decretada — como realmente se homiziou na Embaixada da Hungria, em fevereiro do ano passado, quando teve o passaporte apreendido.

Mauro Cid montou um plano de fuga em slides e produziu fake news sobre hackers terem encontrado vulnerabilidades nas urnas. A célebre “minuta do golpe” foi apresentada aos comandantes, e o plano Punhal Verde e Amarelo impresso no Palácio do Planalto pelo general Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Agora, correndo o risco de aguardar em prisão preventiva seu julgamento e a provável condenado a mais de 40 anos de prisão, o aspirante a golpista ainda tem a audácia de falar em anistia e indulto!

A lambança bolsotrumpista — urdida pelo filho do pai que quase foi nomeado embaixador nos EUA por ter morado no Maine e fritado hambúrgueres numa rede de fast food que só servia frango frito — deixou a direita e a extrema-direita sem rumo, levando junto os possíveis substitutos do pai do filho em 2026. Como não poderia deixar de ser, essa pantomima tirou das cordas o despresidente de turno, que voltou a liderar todos os cenários nas pesquisas para as próximas eleições.

Triste Brasil.

 
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Vale lembrar que o Gmail oferece outros recursos que podem melhorar a experiência de uso, como ativar o modo confidencial, marcar todos os e-mails como lidos e até agendar mails, como veremos oportunamente.