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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

AINDA SOBRE A MORTE DE EDUARDO CAMPOS

O HOLOCAUSTO FOI UM PERÍODO OBSCENO NA HISTÓRIA DA NOSSA NAÇÃO (Lula).

Se, ao clicar  sobre algum arquivo PDF que você encontra na Web e que pretende copiar, os comandos COPIAR/COLAR estiverem desabilitados, experimente selecionar o texto e teclar CTRL+C. Caso isso não funcione, você pode transcrever a coisa manualmente, mas não custa nada, antes, recorrer ao serviço oferecido pelo site http://www.free-ocr.com/, que funciona como como um scanner virtual com função de reconhecimento de caracteres. Com ele, para extrair o texto desejado – inclusive de imagens em apresentações em PowerPoint –, basta fazer o upload do arquivo e copiar o conteúdo a partir da transcrição exibida na janelinha respectiva.

******************************************************************************

Impressiona ver como o nosso povo é capaz de espalhar toda sorte de versões de fatos, digamos, chocantes, mas não consegue diferenciar um estadista de um populista, haja vista (a rima ocorreu por mero caso) as maracutaias que transformaram esta nação em um esgoto a céu aberto a partir momento em que os Petralhas assumiram o poder. Vejam a seguir mais uma “intriga da conspiração”:
Deus teria falado com Eduardo Campos durante culto da Assembléia de Deus de Pernambuco e a morte dele, prevista e repassada por uma mulher que estava na igreja (para saber mais, clique aquiaqui e aqui).
Corre agora a boca pequena que Juscelino da Luz teria previsto a morte do candidato durante uma cerimônia religiosa na qual uma das protagonistas vaticinou: “Grande será o cortejo para ti, homem de honra. A tua vida está em minhas mãos, e na esteira do tempo, determinarei os teus dias” (tudo isso teria sido gravado num vídeo que deverá incorporar uma edição especial sobre a vida do ex-governador).
A informação, que surgiu em um site chamado O Fuxico Gospel, provém da mesma fonte segundo a qual Luciana Gimenez estaria possuída pelo Diabo.

Teorias mais abalizadas, por assim dizer, afirmam  que o acidente ocorreu por falha do piloto, que teria mudado bruscamente em função de uma ilusão gerada pelo mau tempo (para mais informações, clique aqui). Por outro lado - e tudo sempre tem outro lado -, muita gente continua achando que essa história está mal contada, inclusive o próprio PSB. Basta garimpar a Web e saber separar leviandades daquilo que realmente dá o que pensar.

Veja mais:

Moradores do bairro Boqueirão, em Santos, relatam que a aeronave onde estava o presidenciável Eduardo Campos pegou fogo poucos instantes antes da queda e tentou desviar de prédios.


Marina Silva desistiu de embarcar na última hora, preferindo viajar num avião de carreira, juntamente com seus assessores.

Coincidentemente, na véspera de sua morte, o candidato concedeu entrevista ao jornal nacional:



Comentários serão bem vindos.


Antes de encerrar, aprecie as curiosidades a seguir:

Os 10 países onde MENOS se trabalha por ano (base 2011) para pagar impostos:

1. Maldivas: 0 hora
2. Emirados Árabes Unidos: 12 horas
3. Bahrein: 36 horas
4. Qatar: 36 horas
5. Bahamas: 58 horas
6. Luxemburgo: 59 horas
7. Omã: 62 horas
8. Suíça: 63 horas
9. Irlanda: 76 horas
10.Seicheles: 76 horas

Os 10 países onde MAIS se trabalha em um ano para pagar impostos:

1. Brasil: 2.600 horas (é mais que o dobro do 2º colocado!)
2. Bolívia: 1.080 horas
3. Vietnã: 941 horas
4. Nigéria: 938 horas
5. Venezuela: 864 horas
6. Bielorrússia: 798 horas
7. Chade: 732 horas
8. Mauritânia: 696 horas
9. Senegal: 666 horas
10.Ucrânia: 657 horas

Fonte: Banco Mundial (Doing Business 2011)

"O Brasil tem a maior carga tributária do mundo para pagar a MAIOR CORRUPÇÃO DO MUNDO". Acompanhe:

Percentual de Tributos sobre o Preço Final!

PRODUTO % Tributos/preço final


Passagens aéreas
8,65%
Transporte Aéreo de Cargas
8,65%
Transporte Rod. Interestadual Passageiros
16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas
21,65%
Transp. Urbano Passag. - Metropolitano
22,98%
Vassoura
26,25%
CONTA DE ÁGUA
29,83%
Mesa de Madeira
30,57%
Cadeira de Madeira
30,57%
Armário de Madeira
30,57%
Cama de Madeira
30,57%
Sofá de Madeira/plástico
34,50%
Bicicleta
34,50%
Tapete
34,50%

MEDICAMENTOS
36%

Motocicleta de até 125 cc
44,40%

CONTA DE LUZ
45,81%
CONTA DE TELEFONE
47,87%

Motocicleta acima de 125 cc
49,78%
Gasolina
57,03%
Cigarro
81,68%

PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS

Carne bovina
18,63%
Frango
17,91%
Peixe
18,02%
Sal
29,48%
Trigo
34,47%
Arroz
18,00%
Óleo de soja
37,18%
Farinha
34,47%
Feijão
18,00%
Açúcar
40,40%
Leite
33,63%
Café
36,52%
Macarrão
35,20%
Margarina
37,18%
Margarina
37,18%
Molho de tomate
36,66%
Ervilha
35,86%
Milho Verde
37,37%
Biscoito
38,50%
Chocolate
32,00%
Achocolatado
37,84%
Ovos
21,79%
Frutas
22,98%
Álcool
43,28%
Detergente
40,50%
Saponáceo
40,50%
Sabão em barra
40,50%
Sabão em pó
42,27%
Desinfetante
37,84%
Água sanitária
37,84%
Esponja de aço
44,35%

PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE

Sabonete
42%
Xampu
52,35%
Condicionador
47,01%
Desodorante
47,25%
Aparelho de barbear
41,98%
Papel Higiênico
40,50%
Pasta de Dente
42,00%

MATERIAL ESCOLAR

Caneta
48,69%
Lápis
36,19%
Borracha
44,39%
Estojo
41,53%
Pastas plásticas
41,17%
Agenda
44,39%
Papel sulfite
38,97%
Livros
13,18%
Papel
38,97%
Agenda
44,39%
Mochilas
40,82%
Régua
45,85%
Pincel
36,90%
Tinta plástica
37,42%

BEBIDAS

Refresco em pó
38,32%
Suco
37,84%
Água
45,11%
Cerveja
56,00%
Cachaça
83,07%
Refrigerante
47,00%

CD
47,25%
DVD
51,59%

Brinquedos
41,98%

LOUÇAS

Pratos
44,76%
Copos
45,60%
Garrafa térmica
43,16%
Talheres
42,70%
Panelas
44,47%

PRODUTOS DE CAMA, MESA E BANHO

Toalhas - (mesa e banho)
36,33%
Lençol
37,51%
Travesseiro
36,00%
Cobertor
37,42%
Automóvel
43,63%

ELETRODOMÉSTICOS

Sapatos
37,37%
Roupas
37,84%
Aparelho de som
38,00%
Computador
38,00%
Fogão
39,50%
Telefone Celular
41,00%
Ventilador
43,16%
Liquidificador
43,64%
Batedeira
43,64%
Ferro de Passar
44,35%
Refrigerador
47,06%


Microondas
56,99%

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Fertilizantes
27,07%
Tijolo
34,23%
Telha
34,47%
Móveis (estantes, cama, armários)
37,56%
Vaso sanitário
44,11%
Tinta
45,77%
Casa popular
49,02%
Mensalidade Escolar
37,68% (ISS DE 5%)



ALÉM DISSO, VOCÊ PAGA DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA, ALÉM DE PLANO DE SAÚDE, ESCOLA PARA OS FILHOS, IPVA, IPTU, INSS, FGTS ETC. E O AVIÃO QUE CAI LEVA O EDUARDO CAMPOS... CADÊ A DILMA E O LULA NUMA HORA DESSAS?

E.T.: Sobrando um tempinho, vale a pena assistir a estes clipes:




Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

INTRIGAS DA CONSPIRAÇÃO - MORTE DE EDUARDO CAMPOS - TROJAN HORSE

MULHER INVISÍVEL TRAI O MARIDO DURANTE 10 ANOS E ELE DIZ QUE NUNCA VIU NADA!

Intrigas conspiratórias sobejam no Brasil. Um bom exemplo é a que busca ligar a presidente Dilma ao acidente que matou seu então adversário Eduardo Campos (PSB).
Segundo a empresa de segurança digital ESET, que publicou um alerta sobre o golpe, a falsa notícia brinda os incautos com um Cavalo de Troia que abre as portas do sistema infectado aos crackers de plantão.
A maracutaia reproduz fielmente o logo do site G1 (das Organizações Globo), exibe a manchete “Dilma Rousseff é indiciada em acidente aéreo” e o subtítulo “Caixa Preta de avião revela envolvimento do PT em morte de Eduardo Campos”.
Uma vez que consegue captar o interesse dos internautas, o e-mail tenta induzir as vítimas a clicar no link ASSISTA AQUI A REPORTAGEM COMPLETA, que faz baixar automaticamente o malware Trojan Downloader, destinado a roubar senhas bancárias e números de cartões de crédito do usuário.
A ESET recomenda que, para não cair nesse golpe, os usuários precisam evitar clicar em links de e-mails suspeitos ou desconhecidos e ter uma solução de segurança atualizada, instalada no computador ou dispositivos móveis com acesso à Internet. Afinal, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Mudando de pau para cassete, assistam aos vídeos a seguir e, se puderem, tenham um ótimo dia.


segunda-feira, 1 de abril de 2019

TEMER, LULA E A DESALENTADORA JUSTIÇA BRASILEIRA


O físico italiano Carlo Rovelli resumiu a Teoria de Relatividade com a seguinte frase: ”o tempo passa mais rápido na montanha e mais devagar no vale”. Mas não foram as peculiaridades do tempo-espaço que ajudaram Michel Temer a atrasar o relógio da Justiça e evitar ser preso em 2016, antes de ascender à Presidência.

Segundo esta reportagem, o MPF tinha conhecimento de uma série de malfeitos do estrige emedebista quando o impeachment da gerentona de araque estava em curso. Mas naquela época o hoje presidiário Eduardo Cunha presidia a Câmara, o mega investigado Renan Calheiros comandava o Senado e Ricardo Lewandowski era o presidente do Supremo. Deu para entender ou quer que eu desenhe?
O mundo dá voltas, ainda que não na velocidade da luz. Temer, alvo de pelo menos 10 inquéritos (e contando...) e denunciado três vezes no exercício da Presidência (duas por Rodrigo Janot e uma por Raquel Dodge), deixou o cargo e a proteção legal que este lhe garantia às vésperas de o Legislativo, o Judiciário e o MPF deram início a uma monumental queda de braço, e acabou sendo preso por determinação do juiz federal Marcelo Bretas — e solto cinco dias depois por decisão liminar de um veterano especialista em libertar ladrões do erário (que ficou sete anos afastado da magistratura por acusações de praticar estelionato, mas está lá de volta, em cumprimento ao que diz nossa “Constituição Cidadã”).

Numa única semana, o ex-presidente se tornou réu no caso da mala de Rocha Loures  e foi denunciado mais duas vezes por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato. Se nossa Justiça honrasse a espada que empunha e nossos julgadores, a toga que vestem (alguns sobre a fada de militante), ele estaria jogando palitinho com Eduardo Cunha há muito tempo. Mas vivemos num país onde quatro deputados que estão presos na Penitenciária de Bangu e mais um que está em prisão domiciliar tomam posse normalmente; um país onde se passam meses, anos, décadas sem que se descubra quem encomendou o atentado contra Jair Bolsonaro, quem mandou executar Marielle Franco ou como morreram Teori Zavascki, Eduardo Campos, Celso Daniel, Toninho do PT, PC Farias, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas; um país onde se vai dormir com Lula na cadeia e corre-se o risco de acordar na manhã seguinte com o pulha em prisão domiciliar.
Às vésperas de o STF discutir (mais uma vez) o cumprimento da pena após a condenação em segunda instância — tema especialmente caro ao ministro Marco Aurélio, que a ex-presidente Carmen Lúcia evitou revisitar, mas que Dias Toffoli pautou para o próximo 10 —, o comandante da ORCRIM pode ser favorecido pelo STJ, sobretudo no que se refere à pena aplicado por lavagem de dinheiro. Num país sério, a “plausibilidade” de reforma da sentença seria uma falácia, mas nesta banânia ela vem servindo de argumento para a ala dita garantista do STF reverter os ganhos produzidos pela Lava-Jato nos últimos 5 anos. 

Dentre outros itens, pacote anticrime e anticorrupção do ministro Sérgio Moro incluiu a criação de uma lei que vincule o início do cumprimento da pena à sentença condenatória prolatada por um juízo colegiado. O problema é que, para além da habitual morosidade do Congresso (a quem compete aprovar o projeto), Moro bate de frente com os interesses dos parlamentares corruptos. E como se isso já não bastasse, daqui a 10 dias o Supremo volta a discutir a prisão em segunda instância, de modo que só nos resta rezar para que a ministra Rosa Weber não mude de lado e o placar se mantenha em 6 a 5.

De 1941 até 1973, condenados cumpriam a pena tão logo a sentença fosse proferida pela primeira instância (o réu podia recorrer, naturalmente, mas deveria aguardar preso o resultado do apelo). Isso mudou quando o Congresso, pressionado pela ditadura militar (aquela que muita gente diz não ter existido), aprovou a Lei Fleury, que concedia a réus primários e com bons antecedentes o direito de, mediante fiança, responder ao processo em liberdade até a decisão da segunda instância. Em 1988, por obra e graça da nossa “Constituição Cidadã”, ficou decidido que só se veria o sol nascer quadrado depois do julgamento do último recurso cabível. Em tese, isso é muito bonito; na prática, a morosidade do Judiciário, combinada com o instituto da prescrição (perda do direito de ação por não ter sido exercido dentro do prazo previsto em lei), favorece os criminosos ricos, poderosos, bem posicionados no mundo político e assistidos por advogados estrelados, que só começam a cumprir a pena “no dia de São Nunca”.

Mais adiante, cristalizou-se no STJ o entendimento de que a prisão após condenação em segunda instância não ofende a presunção de inocência, e que, para apelar, o apenado deve iniciar o cumprimento provisório da pena (súmula 09). O que faz sentido, sobretudo porque o reexame de matéria fática (provas) só é possível até a segunda instância; o que se discute no STJ é uma possível interpretação da legislação de maneira divergente dos demais tribunais ou ofensa à legislação federal e a tratados internacionais, e no STF, eventuais ofensas ao texto constitucional.

Isso valeu até 2009, quando o STF mudou (novamente) as regras do jogo, determinando que condenados na segunda instância permanecessem em liberdade até o trânsito em julgado da sentença. Vale lembrar que o processo do mensalão foi instaurado no final de 2007 e começou a ser julgado em 2012 (a fase de julgamento dos recursos só terminou em 2014), e quem liderou a mudança foi o então ministro Eros Grau, nomeado pelo ex-presidente Lula (deu pra entender ou eu preciso desenhar?). Questionado sobre o assunto no ano passado, Grau disse o seguinte: “Agora, neste exato momento, eu até fico pensando se não seria bom prender já na primeira instância esses bandidos que andam por aí”).

Mais adiante, o STF retomou o entendimento de que o artigo 283 do Código de Processo Penal não impede o início da execução da pena após condenação em segunda instância. Todavia, depois que a Lava-Jato passou a expor as entranhas pútridas da política e dos políticos tupiniquins — e sobretudo quando a possibilidade de Lula ser preso se tornou real —, a ala “garantista” da Corte passou a defender a prisão somente após o trânsito em julgado da condenação.

Continua na próxima postagem.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO... PARTE 4

 

No Brasil, a corrupção escandaliza duas vezes: quando os escândalos são descobertos e quando as provas são enterradas vivas. O cancelamento de provas recolhidas nos subterrâneos da Odebrecht e confessadas por seus executivos resultou na anulação de sentenças e no trancamento em série de processos judiciais. Mas o que fazer com a corrupção confessada? 

Levantamento feito pela Folha revela que existem no STF ao menos 60 pedidos de extensão da anulação das sentenças impostas a Lula a outros condenados. Antes de pendurar a toga, em abril, o ministro Lewandowski lotou o arquivo morto da corte, e Toffoli, herdeiro dos processos da Lava-Jato, completa o serviço. O rol de beneficiários, vasto e suprapartidário, inclui de Geraldo Alckmin a Beto Richa; de Paulo Preto a Paulo Skaf; de Lúcio Vieira Lima — irmão de Geddel — a Paulo Bernardo.
 
Em tese, os processos são anulados no pressuposto de que os encrencados serão submetidos a novos inquéritos e julgamentos. Na prática, os processos caem no sumidouro da prescrição, como se deu com Lula. O esfarelamento de sentenças e inquéritos escora-se no argumento de que a Lava-Jato subverteu o princípio do devido processo legal, mas ficam boiando na atmosfera do Supremo algumas perguntas incômodas: O que fazer com as malas de dinheiro? Como lidar com as contas bloqueadas na Suíça? E quanto ao roubo confessado e devolvido? A corrupção será devolvida aos corruptores? Os togados produziram um fenômeno inusitado: a corrupção sem corruptos.


Ainda durante a ditadura, o ex-presidente Juscelino Kubitschek e seu motorista tiveram morte instantânea quando o automóvel em que viajavam colidiu com uma carreta (detalhes no nesta postagem). As perícias e o relatório da Comissão Nacional da Verdade afastaram a hipótese de assassinato, mas a Comissão de Direitos Humanos da OAB e outras entidades que apuram crimes cometidos durante a ditadura alegaram que a CNV ignorou mais de 100 evidências e indícios (para gáudio dos teóricos da conspiração). 


As as mortes de João "Jango" Goulart, Tancredo Neves e Ulysses Guimarães (em 1976, 1985 e 1992, respectivamente) também continuam alimentando teorias conspiratórias. O vice de Jânio foi deposto pelo golpe de 1964 e morreu de atraque cardíaco na Argentina, em 1976. Logo surgiram suspeitas de que os remédios que ele tomava para o coração foram adulterados (numa operação conjunta da CIA e dos governos brasileiro e argentino), mas o inquérito acabou sendo arquivado por falta de provas.


Observação: Uma Comissão Externa da Câmara levantou suspeitas de que o político teria sido vítima da Operação Condor. Além disso, o Jornal Nacional levou ao ar uma matéria sobre a Operação Mosquito, que tinha por objetivo derrubar o avião para Jango de assumir a Presidência. Em março de 2013, seu corpo foi exumado, mas o laudo da autópsia realizada no cemitério de São Borja (RS) foi "inconclusivo".  

 

Eleito pelo voto indireto em 1995, Tancredo baixou ao hospital horas antes da cerimônia de posse e morreu (38 dias e 7 cirurgias depois) de "infecção generalizada". A causa mortis foi alterada tempos depois para "síndrome da resposta inflamatória sistêmica", mas há até hoje quem acredita que o político mineiro foi morto por militares contrários à entrega do poder. Esses rumores ganharam força depois que o general Newton Cruz disse em entrevista ao Roda Viva que o candidato derrotado Paulo Maluf o havia procurado três meses antes da votação para propor um golpe


Observação: Outras teorias sugerem que Tancredo teria sido baleado enquanto assistia a uma missa na Catedral de Brasília (faltou luz durante a cerimônia, e alguns presentes disseram ter ouvido um tiro) ou envenenado por militares apoiados pela CIA (por uma estranha coincidência, seu mordomo morreu dias depois, vítima de complicações gastrointestinais.

 

Eleito 11 vezes consecutivas deputado federal, Ulysses Guimarães enfrentou os militares no auge da ditadura, liderou a campanha pelas Diretas, presidiu os trabalhos eu resultaram na Constituição Cidadã e teve papel preponderante no impeachment de Fernando Collor. Em outubro de 1992, o helicóptero em que ele viajava de Angra dos Reis (RJ) para a capital paulista caiu no mar logo após a decolagem. Todos os ocupantes morreram, mas somente o corpo do Sr. Diretas não foi encontrado. Há quem acredite que, a exemplo de PC Farias, ele foi assassinado a mando de Collor, mas isso nunca foi comprovado. 

 

Eduardo Campos morreu no dia 13 de agosto de 2014, quando o avião em que ele viajava caiu num bairro residencial do município de Santos, no litoral paulista. Na ocasião, o ex-governador de Pernambuco era o terceiro colocado entre os postulantes à presidência nas eleições daquele ano, o que ensejou suspeitas de que  teria sofrido um atentado. 


De acordo como o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, queda se deveu a diversos fatores, entre os quais falha humana, condições inapropriadas para a operação no aeródromo e desorientação visual. As investigações foram concluídas, mas o caso permanece com algumas pontas soltasAntonio Campos, irmão do político, divulgou nas redes sociais a seguinte nota: 


"Num país em que líderes e autoridades morrem de forma misteriosa em acidentes aéreos e ainda impactado pela morte do ministro Teori, resolvi revelar esse fato novo e reafirmar que esse caso precisa ser aprofundado. Não descansarei enquanto não forem esclarecidos os fatos, independentemente de eventuais riscos que possam correr". 


Observação: Marina Silva, candidata a vice na chapa de Campos, disputou o pleito como titular e ficou em 3º lugar, com 22 milhões de votos (no segundo turno, Dilma derrotou Aécio por uma diferença de 8,3 milhões de votos e conquistou seu segundo mandato). 


Continua...

terça-feira, 15 de agosto de 2023

TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO — PARTE 10


As virtudes de Teori Zavascki foram cantadas em verso e prosa por seus pares na Corte, políticos do alto escalão do governo, amigos e familiares. Mesmo fora desse círculo houve quem reagisse como se o finado fosse um amigo próximo — sinal do engajamento da população com questões relevantes da política; até não muito tempo atrás podia-se contar nos dedos quantos brasileiros eram capazes de citar de memória a composição do STF e o nome do Ministro da Justiça ou do Procurador Geral de República. Mas o simples fato de alguém morrer não faz desse alguém um santo nem anula seus eventuais malfeitos. 

Certa vez, um padre recém-ordenado foi designado para pastorar almas num vilarejo cujo nome me foge à memória. No dia seguinte à sua chegada, o velho e impopular prefeito esticou as canelas. Durante o serviço fúnebre, o sacerdote  convidou os presentes a exortar as virtudes do falecido. Como a resposta foi um silêncio constrangedor, ele insistiu:
 
— Então, irmãos? Ninguém se habilita?
 
Ninguém se habilitou.
 
— Como é, dona Maria — insistiu o batina, dirigindo-se diretamente à viúva.
 
Depois de alguma hesitação, a velha sentenciou:
 
— O pai dele era ainda pior.
 

Elogios merecidos à parte, causou estranhamento ninguém ter mencionado que Zavascki morreu a caminho da ilha do empresário Carlos Alberto Filgueiras — dono 
da Rede de Hotéis Emiliano e do malsinado Beechcraft C90GT em que eles viajavam. O simples fato de estar a bordo colocou o magistrado na mesma e incômoda posição de um Sérgio Cabral que voava nas asas de Cavendish, ou de um Lula aninhado nos ares com a OdebrechtTampouco foi lembrado que o ministro esteve presente no casamento do filho do advogado Eduardo Ferrão, em 2015, que reuniu boa parte da elite empresarial enrolada na Lava-Jato. Ou que foi dele o voto de desempate que absolveu Dirceu, Genoíno e Delúbio do crime de formação de quadrilha.
 
Observação: Vale destacar que o avião sinistrado era relativamente novo e estava em perfeitas condições de operação, que o piloto tinha experiência em pousos no campo de Paraty, inclusive sob condições meteorológicas adversas (chuva, ventos fortes, etc.), e que uma testemunha relatou que "o avião foi baixando cada vez mais e soltou um bolo de fumaça branca antes de bater a asa direita na água e capotar". 

Somando-se a isso o fato de que Zavascki estava na bica de homologar a "Delação do Fim do Mundo" — na qual 77 ex-executivos da Odebrecht denunciaram e detalharam "práticas pouco republicanas" de mais de 100 políticos de diversos partidos (alguns do mais alto escalão do governo federal, além de Lula e Dilma) — sobram indícios de que a queda do avião foi mais que uma simples fatalidade.
 
Observação: Talvez tudo tenha sido uma lamentável coincidência, mas o que são coincidências senão Deus agindo nos bastidores? (No caso em tela, por motivos óbvios, seria mais provável que o Diabo tivesse culpa no cartório). 

Fato é que a morte de Zavascki entrou para a lista de episódios em que autoridades brasileiras morreram em circunstâncias duvidosas — como o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1961), o deputado Ulysses Guimarães (1992), o prefeito de Santo André Celso Daniel (2002) e o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência Eduardo Campos (2014), entre tantos outros. 
 
Semanas antes do afastamento de Dilma, Zavascki foi hostilizado por manifestantes antipetistas por contestar uma decisão do então juiz Sergio Moro — na ocasião, o ministro decidiu que a investigação de escutas telefônicas que envolviam Dilma e Lula deveria ser enviada ao Supremo
Mais ou menos na mesma época, Francisco Zavascki, filho do togado, escreveu no Facebook

"É obvio que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava-Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é, que criminosos do pior tipo (conforme o MPF afirma) simplesmente resolveram se submeter à lei! Acredito que a lei e as instituições vão vencer. Porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, vocês já sabem onde procurar…! Fica o recado!".
 
O perfil reservado de Zavascki foi tema de conversa entre o então senador Romero Jucá e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Na gravação, feita
 em março e divulgada em maio de 2016, os interlocutores sugeriam que somente uma mudança no governo federal — um "pacto nacional com o Supremo, com tudo" — poderia "estancar a sangria" produzida pela Lava-Jato. 

Machado disse que o ideal era buscar alguém que tem ligação com o Teori, "mas parece que não tem ninguém". E Jucá responde: "Não tem. É um cara fechado, foi ela [Dilma] que botou [no STF]".
 
Continua...

sexta-feira, 14 de julho de 2023

TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO



Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, o fato de Mauro Cid comparecer fardado à CPMI dos Atos Golpistas não afrontou a Comissão. Mas gastar oito dos 15 minutos da manifestação inaugural jactando-se de sua formação militar e vinculando ao Exército os atos que praticou como esbirro de Bolsonaro foi um acinte, a exemplo de sua recusa a responder qualquer pergunta, inclusive sobre a própria idade (!?). Ao instruírem-no a se apresentar de farda, seus superiores transformam um drama criminal num processo de desmoralização das FFAA; ao transformarem a inquirição num show de horrores intercalado por exibições de despreparo, os parlamentares produziram material para a convocação de uma outra CPI para investigar a inutilidade de certas CPIs


Ao informar que ficaria em silêncio para não se autoincriminar, o não-depoente reconheceu estar encrencado em oito inquéritos (por participação nas manifestações golpistas de 8 de janeiro, nos atos antidemocráticos de 2019, no caso das joias sauditas e na fraude nos cartões de vacinação, e por cumplicidade com as milícias digitais bolsonaristas na propagação de fake news, pagamento em dinheiro vivo de despesas da ex-primeira-dama e vazamento de inquérito sigiloso). Nenhuma dessas atividades está inserida no rol que o Exército chamou de "temas referentes à função" para a qual ele fora designado. 


Se estivesse em trajes civis, Cid teria desonrado apenas a si próprio; fardado, empurrou as Forças Armadas para dentro de inquéritos que enferrujam a reputação de um oficial cuja carreira estava fadada a atingir o generalato e cujo silêncio transformou o nada numa palavra que ultrapassa tudo. CPMI, por sua vez, deixou claro que seu funcionamento dificilmente resultará em algo útil. Planejada pela oposição e controlada pelo governo, a comissão transformou-se numa versão coletiva da velha prática de jogar dinheiro público pela janela. Se pudesse, o contribuinte acionaria o Procon. Como a inutilidade legislativa não se encaixa no ramo do Direito do Consumidor, resta torcer para que os parlamentares desenvolvam por conta própria o senso do ridículo.


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A morte de políticos em circunstâncias trágicas é terreno fértil para teorias da conspiração. A viagem sem volta de Adriano da Nóbrega, Gustavo Bebianno, PC Farias, Luís Eduardo Magalhães, Eduardo CamposUlysses Guimarães, Celso Daniel, Toninho do PT e Juscelino Kubitschek (entre outros) para a terra dos pés juntos levantou suspeitas pelas mais diversas razões (um sabia demais, outro pretendia denunciar esquemas de corrupção, outro foi vítima de vingança, e por aí segue a procissão). 

 

A versão segundo a qual PC Farias foi morto pela namorada, que se suicidou em seguida, não convence nem a Velhinha de Taubaté, embora tenha bastado para o STF a determinar o arquivamento do inquérito que investigava o deputado Augusto Farias (mais detalhes nas postagens finais da sequência Collor lá...). Claro que teorias conspiratórias não envolvem somente políticos, e que algumas são tão bizarras que chegam a ser risíveis. Para muitos lunáticos, a alunissagem da Apollo 11 foi encenada num deserto dos EUA, seres evoluídos habitam as profundezas da Terra, Keanu Reeves é imortal, a longevidade da rainha Elizabeth II devia-se à ingestão regular de carne humana, Bolsonaro foi um grande presidente e Lula é a alma viva mais honesta do Brasil.

 

Durante sua campanha, Juscelino Kubitschek prometeu 50 anos de progresso em 5 anos de governo. Eleito presidente, construiu Brasília, abriu a economia para o capital internacional e criou um sem-número de empregos (diretos e indiretos). Como nada é perfeito, rios de dinheiro canalizados para erguer do nada uma cidade no meio do nada inflou barbaramente a dívida externa. Além disso, as novas oportunidades de emprego ensejaram um êxodo rural desordenado, e a migração de trabalhadores do campo para as cidades prejudicou a produção agrícola e fomentou o aumento da pobreza, da miséria e da criminalidade. Em meados dos anos 1970, JK soube pela imprensa que ele teria morrido quando ia de sua fazenda em Luziânia (GO) para Brasília. Ele disse a seu secretário: "Estão querendo me matar, mas ainda não conseguiram". Mas não há nada como o tempo para passar: duas semanas depois, ele morreu quando o Chevrolet Opala em que viajava colidiu com uma carreta.

 

Teorias conspiratórias sustentam que o motorista do ex-presidente levou um tiro na cabeça — tese corroborada pelo condutor da carreta, que disse tê-lo visto "debruçado entre o volante e a porta do automóvel". Mas as marcas dos pneus no asfalto indicam que houve uma tentativa de recuperar o controle do veículo antes da colisão — o que não poderia ter feito por alguém que estivesse morto ou inconsciente. Já o motorista do ônibus que contribuiu para o acidente ao "esbarrar" no carro relatou que dois homens lhe ofereceram dinheiro para assumir a culpa. Um passageiro afirmou que o motorista perdeu o controle di carro porque bateu na mureta, mas a perícia encontrou vestígios da tinta do Opala na lateral do ônibus e vice-versa (os passageiros não perceberam a "leve colisão" por estarem num veículo de 12 toneladas). 

 

Segundo outra teoria, um explosivo foi colocado no carro durante uma parada no hotel-fazenda do brigadeiro Newton Junqueira Villa-Forte — que era ligado ao SNI, e uma terceira sustenta que os freios do Opala foram sabotados. Mas a perícia não encontrou resíduos de explosivo na carcaça do carro nem problemas com o sistema de freios. O perito criminal Alberto Carlos de Minas disse que viu um buraco de bala no crânio do motorista de JK, mas os policiais o impediram de fotografar. 

 

Sem acreditar que a morte de Juscelino foi acidental, Serafim Jardim, seu secretário e autor do livro Juscelino Kubitschek — Onde está a verdade? pediu a exumação do corpo do motorista em 1996. De acordo com o médico-legista Márcio Alberto Cardoso, que acompanhou a exumação, não havia perfurações ou fratura no crânio, apenas o fragmento de um prego daqueles usados para fixar a estrutura de pano nos caixões".

 

A versão de que JK foi vítima de conspiração voltou a ser derrubada em 2001. Convidados para auxiliar nos trabalhos da comissão criada para elucidar os fatos, os peritos criminais Ventura Raphael Martello Filho e João Bosco de Oliveira concluíram que tudo não passou de um acidente. "Com 40 anos de experiência, não consegui descobrir, por meio de laudos, fotos, recursos técnicos e análise do local, que houve ali outra coisa a não ser um acidente de trânsito. O parecer técnico foi feito. Há uma série de impropriedades e argumentos infantis", disse Martello.

 

Mais de trezentas mil pessoas assistiram ao funeral de JK em Brasília, E entoaram a música que se tornou símbolo do ex-presidente: Peixe Vivo. Mas o
 caso continua imerso em brumas, ainda que o fato de o político mineiro ser malvisto pela cúpula do Exército não significa que sua morte tenha resultado de uma conspiração dos militares. 

Continua...