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quarta-feira, 15 de outubro de 2025

DO TELEFONE DE D. PEDRO AO CELULAR (CONTINUAÇÃO)

TUDO É ENGRAÇADO QUANDO ACONTECE COM OS OUTROS.


Conforme mencionado anteriormente, a privatização das telecomunicações pôs fim ao mercado negro de telefones fixos e democratizou o uso dos celulares. Atualmente, o Brasil possui 263,4 milhões de linhas móveis ativas — média de 1,22 aparelho por habitante, segundo dados da ANATEL de 2024 —, sendo que quatro marcas dominam o mercado: Samsung (36%), Motorola (19%), Apple (17%) e Xiaomi (16%).

 

Meu primeiro celular foi um Motorola D160, comprado em 1999. Nos anos seguintes, usei outros modelos da marca — os mais marcantes foram o Razr V3 e o Krzr K1 —, além de aparelhos da Ericsson, da Nokia e da Sony. Quando os dumbphones se tornaram smartphones, alternei entre modelos da Motorola e da Samsung — os mais marcantes foram o Razr V3 e o Krzr K1. Quando meu Galaxy M23 "estacionou" no Android 14, comprei um Moto G75, que vem me prestando bons serviços desde então.


CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

A máxima de Otto Von Bismarck, segundo a qual “os cidadãos não dormiriam tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis", continua valendo em nossa republiqueta de bananas: depois que o Centrão enterrou a medida provisória sobre aumento de impostos, Lula determinou que os afilhados de deputados infiéis sejam postos  o olho da rua
Valendo-se de uma metáfora doméstica, a ministra Gleisi Hoffmann exaltou o óbvio: "o governo não vai mais tolerar quem vive em sua casa, come da sua comida, mas não é leal".
Quem sabe ler nas entrelinhas inferiu que o fisiologismo eliminou do relacionamento entre Executivo e Legislativo o faz de conta do diálogo institucional: o Planalto vai exonerar afilhados de infiéis para nomear apaniguados de quem lhe for leal.
Ao dizer o indizível, Gleisi expôs sua convicção de que a única linguagem que o Congresso entende é a da chantagem. Na prática, a explicitação do que antes era apenas sussurrado passa a impressão de que a degradação dos costumes políticos evoluiu. 
A infestação de reféns na máquina pública é a mais eloquente demonstração do desprezo de um poder pelo outro e dos políticos por si mesmos. Seria melhor se o povo não soubesse como são feitas as salsichas e as nomeações para cargos públicos.
 

Devido ao uso constante, a autonomia tornou-se um parâmetro importante na escolha do smartphone. Mas mesmo baterias de 5.000 mAh não livram os heavy users de um "pit stop" entre duas recargas completas — nem os usuários comuns de recarregarem a bateria diariamente ou, na melhor das hipóteses, a cada dois dias. O desafio dos fabricantes não é propriamente aumentar a capacidade de carga (se fosse, não haveria carros elétricos com mais de 500 km de autonomia com uma única carga), mas fazê-lo sem aumentar o tamanho do componente nem encarecer demais o processo de fabricação.

 

Enquanto buscam soluções comercialmente viáveis, os fabricantes recorrem a paliativos para reduzir o tempo de recarga e prolongar a autonomia das baterias mediante otimizações de software. Entre as possibilidades mais promissoras para dispositivos móveis, atualmente, destaca-se a substituição das baterias à base de íons/polímeros de lítio por modelos que utilizam silício-carbono.

 

Paralelamente, pesquisas em outros segmentos apresentam avanços notáveis: os chineses criaram uma minibateria nuclear que promete durar mais de 7.000 anos, e os dinamarqueses desenvolveram uma superbateria 'movida a sal', com eficiência de 90%, capaz de abastecer 100 mil casas por até 10 horas. Mas ainda não se sabe quando — nem se — essas soluções chegarão ao usuário final.

 

A Honor já oferece smartphones com baterias de silício-carbono que prometem até três dias de autonomia e mantêm a capacidade máxima de carga mesmo após três anos de uso. A Realme vem desenvolvendo modelos com baterias de maior capacidade, chegando a 10.000 mAh em alguns dispositivos específicos — um avanço significativo em relação às baterias convencionais de 5.000 mAh da concorrência. A Apple, por sua vez, deve lançar o iPhone 17 Air ainda este ano, prometendo aumento na densidade energética em relação às baterias de polímeros de lítio.

 

Combinada com o constante avanço da tecnologia, a obsolescência programada induz o usuário a substituir um aparelho ainda em boas condições de uso por um modelo novo, supostamente superior. No caso específico dos smartphones, o Google atualiza o Android anualmente, em média, mas os fabricantes seguem suas próprias políticas. Assim, comprar um celular mais barato em vez de um modelo intermediário pode se tornar uma armadilha, já que o aparelho pode deixar de receber atualizações de sistema e patches de segurança antes mesmo que a pessoa quite a última parcela do financiamento. Isso ajuda a explicar por que apenas 7% dos smartphones Android em uso no mundo rodam a versão mais recente do sistema (15).

 

Recentemente, a Samsung ampliou o ciclo de atualizações da linha Galaxy para até sete versões em alguns modelos — e foi seguida pela Motorola. O Google fez o mesmo com o Pixel 8 e o Pixel 8 Pro (que não são vendidos oficialmente no Brasil, mas podem ser comprados de importadores independentes). Já a Xiaomi argumenta que a maioria dos consumidores troca de aparelho a cada três anos e, portanto, não faz sentido em ampliar o tempo de suporte.

 

Considerando que as novas versões do Android focam mais a estabilidade e eficiência do que a introdução de novos recursos, e que a inteligência artificial pode ser implementada sem alterar a versão do sistema, um smartphone com Android 14 ou 13 — desde que em dia com os patches de segurança — atende às necessidades da maioria dos usuários. No entanto, quem estiver se programando para comprar um aparelho novo deve dar preferência (desde que o bolso permita) a um modelo que venha a receber mais atualizações. 

 

Continua...

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

DE VOLTA À (IN)SEGURANÇA DIGITAL (FINAL)

INFORMAÇÃO É PODER, E O PODER CORROMPE.

O modelo de negócios dominante é baseado na coleta e monetização de dados pessoais. Quanto mais digitais nos tornamos, mas rastros deixamos: gostos, hábitos, rotas, padrões de sono, saúde, consumo, relacionamentos e tudo mais que possa interessar aos bisbilhoteiros de plantão.

Os smartphones são espiões perfeitos: eles sabem onde estamos, com quem falamos, o que pesquisamos, compramos ou desejamos, já que a maioria dos aplicativos solicita permissões que vão muito além do necessário — e a maioria de nós concede acesso irrestrito a microfone, câmera, localização e contatos.

Observação: Um app de lanterna, por exemplo, não precise saber onde moramos. Só que nós permitimos que ele saiba — e que alguém lucre com isso.

CONTINUA DEPOIS DA POLÍTICA

Diz um ditado que quem já foi rei nunca perde a majestade, e outro, que quem nasceu para teco-teco nunca será um bimotor. O governador Tarcísio de Freitas se enquadra perfeitamente no segundo aforismo.
Num instante em que cresce o número de mortes e internações pelo consumo de drinks intoxicados com metanol, o discípulo de Bolsonaro achou que seria uma boa ideia fazer graça: "no dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar", disse ele. Num contexto em que há pessoas morrendo, só uma coisa é mais dura do que a suavidade da indiferença: a insensibilidade do descaso.
Comparado consigo mesmo, Tarcísio tratou os envenenados de metanol com o mesmo descaso que dedicou às vítimas de sua PM quando a ONG Conectas recorreu ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas contra as "operações letais e a escalada da violência policial na Baixada Santista". Comparado a Bolsonaro, a criatura soou tão inadequada quanto o criador nos piores momentos da pandemia: "Pelo meu histórico de atleta, não precisaria me preocupar..."; "E daí? Todos vão morrer um dia..."; "Não sou coveiro...".
Fica evidente que o governador que serve maus drinks à sociedade deveria extrair um ensinamento da conjuntura: se beber coca-cola, não se dirija ao microfone.

A enxurrada de anúncios que recebemos é uma "consequência natural" de nossas incursões pela Web e das pesquisas que fazemos com o Google Search ou qualquer outro mecanismo de busca. No entanto, anúncios que remetem a produtos sobre os quais conversarmos por voz leva água ao moinho da teoria conspiratória segunda a qual smartphones e assistentes virtuais realmente espionam seus usuários.

Os fabricantes garantem que seus espiões, digo, que seus produtos aguardam o comando de ativação para começar a gravar e processar o áudio, que as gravações são armazenadas localmente ou em servidores seguros, e que os dados coletados não são usados para fins de marketing. Como seguro morreu de velho, desative o microfone dos gadgets quando eles não estiverem sendo usados, instale um bloqueador de anúncios no celular, revise suas configurações de privacidade e limite as permissões de acesso dos aplicativos.

A maioria dos spywares (softwares espiões) disponíveis para download na Internet costuma se disfarçar de joguinhos, blocos de notas ou outros programinhas aparentemente inofensivos, mas cumpre seu papel, embora ofereça menos recursos que as versões comercializadas por empresas, cuja instalação requer acesso físico e desbloqueio do aparelho.

A IA de que dispomos não se compara à do HAL 9000 ou do Skynet, mas já existem veículos que controlam a direção, os freios e o acelerador com o auxílio de sensores cada vez mais sofisticados e precisos (radar, câmeras, lidar). Telas para o carona e os passageiros que viajam no banco traseiro são o presente; no futuro, requintes como realidade aumentada e integração de inteligências artificiais ainda mais avançadas permitirão ao software adequar as faixas musicais ao gosto do motorista da vez, por exemplo, além de tornar ainda mais precisas as atualizações OTA.

 

Luzes-espia que indicam problemas no sistema perderão a razão de existir quando a IA antecipar qualquer mau funcionamento através de check-ups preditivos. Nos carros elétricos, o navegador por satélite incluirá paradas de carregamento e recalculará a rota se detectar mudanças no trânsito, nas condições climáticas ou no estilo de direção. A IoT (internet das coisas) será a base das cidades inteligentes, onde semáforos, edifícios e veículos V2V (Vehicle To Vehicle) conversarão entre si, reduzindo consideravelmente os congestionamentos.

 

Embora (ainda) não faça sentido temer uma "revolta das máquinas", softwares cada vez mais complexos podem tanto resolver como criar problemas — vale lembrar o velho adágio segundo o qual "os computadores vieram para resolver todos os problemas que não existiam quando não havia computadores". 


Manter nossos dados sensíveis fora do alcance de bisbilhoteiros e cibercriminosos é crucial: afora a possibilidade de informações caírem nas mãos de pessoas mal-intencionadas, os riscos de o veículo ser roubado ou controlado remotamente porque alguém que consiga acesso ao sistema para gerenciar a direção, o acelerador e os freios são no mínimo preocupantes. Infelizmente, é mais fácil falar do que fazer.

 

As montadoras coletam dados para "aprimorar seus produtos e serviços", mas também os utilizam para incrementar seus ganhos. Companhias de seguros compram informações sobre nossos hábitos de dirigir para prever com maior precisão a probabilidade de acidentes e ajustar o custo das apólices, e empresas de marketing as utilizam para direcionar a publicidade com base em nossa renda, estado civil e status social. Em 2020, 62% dos veículos vinham de fábrica com essa função controversa — e o número deve aumentar para 91% até o final de 2025. I


Isso sem falar em outros cenários de monetização desagradáveis, como ativar ou desativar funções adicionais do carro por meio de assinaturas — como a BMW tentou fazer com assentos aquecidos — e bloquear um veículo financiado em caso de inadimplência. Para piorar, os fabricantes nem sempre protegem adequadamente os dados que armazenam. A Toyota admitiu um vazamento de dados coletados de milhões de modelos habilitados para a nuvem, e a Audi, de informações de mais de 3 milhões de clientes. Em 2014, a empresa de cibersegurança russa Kaspersky concluiu que a possibilidade de criminosos controlarem remotamente um veículo não é uma simples fantasia futurista. 

 

Segundo um velho axioma do marketing, quando você não paga por um produto, é porque você é o produto. Se 80% da receita do Google e a maioria de webservices e apps freeware se monetiza através de anúncios publicitários, nossa privacidade é conversa mole para boi dormir. Ademais, os cibervigaristas se valem de anúncios chamativos para conduzir suas vítimas a sites fraudulentos ou recheados de malware. 

 

Muitas pessoas que se preocupam com a possibilidade de seus celulares serem monitorados e suas assistentes virtuais "escutarem" suas conversas — o que até faz sentido, considerando que os próprios fabricantes reconhecem que colhem informações para alimentar seu aparato de marketing — entopem suas redes socais com fotos de casa, do carro novo, do restaurantes que frequenta, dos filhos vestidos com o uniforme da escola, e assim por diante. 


O microfone precisa permanecer em stand-by para detectar a palavra de ativação, já que as assistentes virtuais são projetadas para responder a comandos de voz. Mas gravar as conversas o tempo todo, como alguns suspeitam que seus celulares fazem, aumentaria exponencialmente o consumo de dados móveis e aumentaria drasticamente o consumo de bateria. 


Ainda que a amaça de "espionagem" seja real, jabuti não sobe em árvore. Se há um spyware no seu aparelho, é porque você ou alguém o instalou. Na maioria dos casos, o próprio usuário instala o software enxerido a partir de um link malicioso ou de um app infectado, mas cônjuges ciumentos ou pais "zelosos" também podem se aproveitar de um descuido para fazer o servicinho sujo. 


Revelações como as de Edward Snowden, em 2013, mostraram ao mundo que governos — e não apenas os autoritários — mantêm sistemas de espionagem maciça. A NSA, por exemplo, monitorava milhões de comunicações, dentro e fora dos EUA, inclusive de chefes de Estado, sob o pretexto da "segurança nacional". Na China, o sistema de “crédito social” monitora comportamentos e impõe sanções ou benefícios conforme a conduta dos cidadãos. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) representou um avanço, mas ainda há lacunas sérias na fiscalização, no combate a abusos e na conscientização dos usuários.

 

O risco vai além do uso indevido de informações: dados pessoais, quando cruzados com bases públicas ou vendidas no submundo digital, podem facilitar extorsões, fraudes, golpes de engenharia social e roubos de identidade. E a própria arquitetura da internet torna difícil garantir o anonimato. Cookies, metadados, geolocalização, número do IP, tempo de permanência em páginas — tudo isso ajuda a rastrear mesmo quem navega em modo anônimo. Ferramentas como VPNs, navegadores alternativos e bloqueadores de rastreadores ajudam, mas não fazem milagres.

 

A pergunta que se coloca é: até que ponto vale sacrificar a privacidade em nome da conveniência, da segurança ou da promessa de uma internet "mais inteligente"? No mundo digital, segurança absoluta é conto da Carochinha, mas adotar algumas medidas — como limitar permissões de apps, usar autenticação em dois fatores, manter softwares atualizados, adotar senhas fortes e únicas, desconfiar de links suspeitos e pensar duas vezes antes de compartilhar qualquer informação pessoal, sobretudo em redes sociais — pode reduzir os riscos.


Zelar pela privacidade não é ser paranoico, é ser previdente e cauteloso. Parafraseando Edward Snowden: "Dizer que não se importa com o direito à privacidade porque não tem nada a esconder é o mesmo que dizer que não se importa com a liberdade de expressão porque não tem nada a dizer."

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A MICROSOFT PELA JANELA DO WINDOWS

VOCÊ NUNCA CHEGARÁ A SEU DESTINO SE PARAR PARA ATIRAR PEDRAS EM CADA CÃO QUE LATE.

Tudo que sobe tem que descer, mas a Microsoft parece fugir à regra, com um valor de mercado na caso dos US$ 4 trilhões e uma valorização de 20% no primeiro semestre deste ano — enquanto Amazon e Tesla recuaram 1,2% e 16,2% respectivamente.

Em 1975, logo após o primeiro microcomputador comercial da história estampar a capa da Popular Electronics, Paul Allen escreveu um interpretador BASIC que Bill Gates ofereceu à desenvolvedora da geringonça, que o distribuiu como Altair BASIC. Meses depois, os dois amigos fundaram a Microsoft — cuja trajetória muitos confundem com a do Windows, embora não seja bem assim.


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Um mês depois da exibição de um bandeirão americano de 36 metros num ato na Avenida Paulista, em pleno Dia da Pátria, descobre-se em meio à crise terminal que "significado" perdeu o significado.

Difícil enxergar lógica na caminhada brasiliense convocada por Silas Malafaia a pretexto de que o bolsonarismo não pode "deixar a esquerda com a última palavra" em matéria de meio-fio, e nula a hipótese de os aliados de Bolsonaro extraírem do asfalto brasiliense, no meio da tarde de um dia útil, um ronco mais alto do que aquele que soou nas manifestações contra o combo blindagem-anistia. De resto, a hipótese de o Congresso conceder ao ex-presidente golpista uma anistia ampla está situada abaixo da estaca zero.

Portanto, além da crise semântica, a extrema-direita bolsonarista vive uma crise existencial: é como se o chefe da organização criminosa do golpe e seus devotos só enxergassem uma maneira de sair do buraco em que se meteram: cavando um buraco ainda maior.

 

Quando lançou o IBM-PC para competir com o Apple II, em 1980, a IBM não tinha um sistema operacional para controlar o aparelho. Pensando que a Microsoft fosse dona do CP/M, a empresa procurou Bill Gates, que desfez o engano e mediou uma reunião com, Gary Kildall, desenvolvedor do software. Mas Kildall saiu para voar em seu avião e deixou as negociações a cargo da esposa, que teria pedido um aumento nos royalties com o qual os executivos não concordaram. Assim, a Big Blue voltou a Gates, que dessa vez não se fez de rogado.

 

Em vez de desenvolver o sistema do zero, a Microsoft comprou por US$ 50 mil a licença do QDOS, desenvolvido por Tim Paterson, adaptou o software ao IBM-PC e ofereceu-o à IBM como MS-DOS. O pulo do gato foi não incluir no contrato o acesso ao código-fonte nem uma cláusula de exclusividade, ladrilhando o caminho que a levou a líder do mercado de PCs compatíveis e colocou Gates e Allen na lista dos bilionários da Forbes.

 

O Windows "nasceu" em 1985 como uma interface gráfica que rodava no MS-DOS e foi chamado inicialmente de Interface Manager — como a palavra "windows" significa "janelas", foi trabalhoso e demorado registrá-la como nome de um produto —, mas só se tronou um sistema operacional semiautônomo em 1995, já que o DOS continuou operando nos bastidores até 2001, quando a versão XP cortou o cordão umbilical.


O Windows 98/SE reinou sobranceiro até ser destronado pelo XP. A exemplo do Windows ME — lançado em setembro de 2000 para aproveitar o apelo mercadológico da virada do milênio — o Vista (2007), o 8 (2012) e o 8.1 (2013) foram fiascos de crítica e de público. O Seven (2009) repetiu o sucesso do XP. O Windows 10 — lançado em 2015 como "serviço" — foi incumbido de atingir 1 bilhão de instalações e em três anos. No entanto, a despeito do upgrade gratuito para usuários de cópias legítimas do Windows 7 SP1 e 8.1, só cumpriu a meta em 2020. 

 

Quando lançou o Windows 10 como parte da ideia "Windows as a Service" — segundo a qual o software evoluiria com atualizações contínuas, sem precisar de novos nomes ou versões numeradas — a Microsoft deu a entender que ele seria a "versão definitiva" do sistema. Mas não há nada como o tempo para passar: além de lançar o Windows 11 em 2021— com exigências de hardware que frustraram milhões de usuários —, a empresa avisou que o suporte ao Windows 10 seria descontinuado em outubro de 2025 (clique aqui para saber como continuar usando essa versão com segurança). 

 

Observação: O Windows 12 está no forno, mas a próxima atualização relevante será o Windows 11 25H2, previsto para setembro ou outubro, que será distribuído via "enablement package" — pacote de ativação de cerca de 1 MB que instala em poucos minutos.     

 

Apesar de Bill Gates ser a face mais conhecida da Microsoft, muitos dos erros estratégicos da empresa ocorreram sob Steve Ballmer, que assumiu a presidência em 2000 e foi sucedido por Satya Nadella em 2014. Ballmer comandou a criação do Xbox e aquisições importantes (Skype, LinkedIn, GitHub e Activision Blizzard), mas também foi responsável pelo fiasco do Windows Vista e por subestimar os smartphones — erro que custou à Microsoft a chance de competir com o Apple iPhone (detalhes nesta postagem).

 

Nadella, por sua vez, apostou na nuvem (Azure) e na mudança para o modelo SaaS, que substituiu as tradicionais licenças permanentes por uma base de usuários de software como serviço. Mas a parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, à qual a Microsoft já destinou mais de US$ 13 bilhões até 2024, foi um marco para ambas as empresas.

 

Hoje, 50 anos após sua fundação, a Microsoft continua liderando o mercado de sistemas operacionais (com participação estimada em 69%), mas enfrenta o desafio de monetizar a IA, altos gastos com infraestrutura, e forte concorrência da Google e da Amazon nos serviços de nuvem. Ainda assim, 2025 lhe tem sido generoso: no primeiro trimestre, a receita bateu US$ 70 bilhões — alta de 16% em relação a 2024 —, com lucro líquido de US$ 24,7 bilhões. 

 

Resumo da ópera: Enquanto a Apple enfrenta riscos regulatórios e uma cadeia de produção vulnerável (concentrada na China), a Gigante de Redmond demonstra notável resiliência, trajetória sólida e expectativas alvissareiras para os próximos 50 anos. 


Quem viver verá.

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A BLACK FRIDAY ESTÁ CHEGANDO

QUEM PAGA MAL PAGA DUAS VEZES.

A Black Friday surgiu nos Estados Unidos nos anos 60 e chegou ao Brasil em 2010. Tanto lá quanto cá, ela acontece na sexta-feira seguinte ao Thanksgiving — feriado que os norte-americanos comemoram na quarta quinta-feira de novembro. 

O nome foi cunhado por policiais da Filadélfia, que precisavam lidar com o trânsito caótico e os tumultos nas lojas após o Dia de Ação de Graças e antes do jogo Army-Navy. Mais tarde, o termo foi adotado pelo comércio para aludir ao dia em que as vendas saíam do vermelho, graças a descontos que podiam chegar a 80%.

No Brasil, comerciantes adeptos da Lei de Gerson costumam inflar os preços antes de aplicar os “descontos”. Daí o evento ter sido rebatizado de Black Fraude, e o bordão recorrente ser “tudo pela metade do dobro do preço”. Ainda assim, quem se der ao trabalho de pesquisar pode economizar um bom dinheiro — seja nas compras online, seja nas lojas físicas. Então, se você planeja trocar seu celular por um modelo estalando de novo, aproveite a Black Friday deste ano, que acontece no final deste mês.

Como rascunhei este post em meados de julho — e minha bola de cristal anda tão inoperante quanto o governo federal —, não sei como ficou a pendenga do "tarifaço" imposto por Donald Trump como forma de pressionar o STF a arquivar o processo que Bolsonaro e outros sete réus respondem por tentativa de golpe de Estado. A esta altura do campeonato, tudo indica que o julgamento deve acontecer no início de setembro — e que a pena imposta ao ex-presidente pode chegar a 40 anos de prisão, em regime inicial fechado.

Observação: Não custa lembrar que o atual presidente foi réu em 24 ações criminais, condenado a mais de 20 anos de prisão (soma das penas nos processos do tríplex e do sítio), libertado após míseros 580 dias de “férias compulsórias” na carceragem da PF em Curitiba e, por fim, “descondenado” pelo STF sob o pretexto de que a vara comandada pelo então juiz federal Sergio Moro não era territorialmente competente para processar e julgar o petista.

Até o presente momento, smartphones de entrada partem de R$ 1 mil. Modelos voltados a gamers custam entre R$ 10 mil e R$ 30 mil, ao passo que dispositivos medianos — capazes de atender às necessidades da maioria dos "usuários comuns" — têm preços entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, conforme a marca, o modelo e a configuração de hardware. As marcas líderes de mercado no Brasil são Samsung, Motorola e Apple, nessa ordem. Os produtos da marca da maçã se destacam pela excelência, por terem hardware e sistema operacional proprietários — e por custarem os olhos da cara. Lembrando: smartphones Android de topo de linha também não são exatamente baratos.

A sequência publicada semanas atrás (DO TELEFONE DE D. PEDRO AO CELULAR COM BATERIA DE LONGA DURAÇÃO) aponta o que é importante considerar na escolha do aparelho e sugere alguns modelos com boa relação custo-benefício — tanto da coreana Samsung e da americana Motorola quanto das chinesas Xiaomi, Realme, Huawei e Honor, entre outras. Volto agora ao assunto porque a Motorola lançou recentemente o Moto G100 Pro, que oferece tela AMOLED de 6,66" (com resolução de 2.712 x 1.220 pixels) e taxa de atualização de 120 Hz, bateria à base de silício-carbono de 6.720 mAh com carregamento rápido (30 W), câmera traseira de 50 MP com sensor Sony, processador MediaTek Dimensity 7300 e opções de 8 GB ou 12 GB de RAM, com até 512 GB de armazenamento interno.

O lançamento foi limitado ao mercado chinês, e o preço parte de R$ 1.058 (em conversão direta e sem impostos). No Brasil, esse modelo é vendido como Moto G86, e a versão com 8 GB de RAM + 16 GB de RAM Boost, 256 GB de armazenamento e bateria de 5.200 mAh tem preço sugerido de R$ 2,9 mil no site da Motorola. Ainda não se sabe se a versão lançada na China será disponibilizada em outros mercados ou mantida como exclusividade regional.

Para quem prefere uma configuração de ponta e tem cacife para bancá-la, o Samsung Galaxy S25 Ultra é uma excelente opção. Trata-se de um smartphone Android com tela de 6,9" e resolução de 3.120 x 1.440 pixels, mas o destaque fica por conta da memória interna de 1 TB (sem possibilidade de expansão via cartão microSD). A câmera de 200 megapixels permite tirar fotos fantásticas com resolução de 16.330 x 12.247 pixels e gravar vídeos em 8K (7.680 x 4.320 pixels). A bateria de 5.000 mAh (de polímero de lítio) proporciona boa autonomia, e o processador Orion V2 Phoenix L (2 x 4,47 GHz), combinado com 12 GB de RAM, oferece excelente desempenho. O preço? R$ 11.990 no site do Mercado Livre.

Boas compras.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

CELULAR NOVO? VEJA O QUE FAZER COM O VELHO

AS PESSOAS DIZEM QUERER HONESTIDADE NA POLÍTICA, MAS NÃO SABEM VOTAR NEM SER HONESTAS UMAS COM AS OUTRAS. COMO A POLÍTICA É O REFLEXO DO SEU POVO, CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.

Como vimos em outras oportunidades, a obsolescência programada vem reduzindo significativamente a vida útil dos assim chamados “bens duráveis”. No caso específico dos celulares, aparelhos bem conservados e em perfeitas condições de uso deixam de receber atualizações do sistema operacional.

Manter em uso um aparelho que deixou de receber atualizações do sistema e patches de segurança expõe o usuário a cibercriminosos e pode impedir o funcionamento de aplicativos “indispensáveis” no dia a dia — como ocorreu em maio com o popular WhatsApp, que deixou de funcionar em celulares Android com versões anteriores à Lollipop (5.0) e em iPhones que estacionaram no iOS 12.5.7.

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O salve-se quem puder geral a que se dedica o Congresso confirma duas máximas: 1) nada é tão ruim que não possa piorar; 2) a legislatura seguinte será sempre pior que a anterior. São afirmações pessimistas, mas lamentavelmente realistas em determinadas situações, com aquela em que nosso Parlamento vem se (e nos) colocando.
Na eleição de 2018 houve queda acentuada na qualidade dos parlamentares, com a invasão de lacradores de internet. Foi ruim, mas ficou bem pior a partir de 2022, quando os bons desistiram da função ou foram ofuscados pela ascensão da mediocridade.
O fenômeno da substituição do cardinalato pelo baixo-clero no comando dos trabalhos já vinha ocorrendo desde 2003, quando o então minoritário PT construiu maioria no poder com base no fisiologismo mensaleiro.
De lá para cá, por motivos diversos, a deterioração foi se aprofundando até o ponto em que chegamos: um Congresso disposto a tudo comandado de um lado por um deputado cuja autoridade sofre processo de erosão e, de outro, por um senador interessado em cargos e emendas — ambos eleitos num amplo acordo da esquerda à direita que os faz reféns de compromissos antagônicos entre si e de causas internas.
A lista é extensa: PEC da Blindagem, anistia como moeda de troca, aumento de vagas na Câmara, deputado ausente na liderança da minoria, reforço aos fichas-sujas, desvios no uso de emendas, motim em plenário e o que mais esteja por vir.
No Estado de Direito, instituições não existem para serem negadas, desmoralizadas, enfraquecidas como fazem congressistas empenhados em demolir aquela que, em tese, deveria zelar pela nobre tarefa de representar a vontade da nação.

A possibilidade de recuperar parte do dinheiro investido em um celular novo vendendo o antigo existe — como diz o ditado, “há sempre um chinelo velho para um pé cansado” —, e o mercado de smartphones usados segue aquecido, especialmente para aparelhos bem conservados e de marcas reconhecidas. No entanto, mesmo que o comprador pretenda desmanchar o dispositivo para reaproveitar o display e outros componentes, você deve adotar algumas providências para garantir uma transação segura.

Faça um backup completo de fotos, contatos, aplicativos e outros arquivos importantes — isso pode ser útil caso a transferência dos dados para o aparelho novo não se complete automaticamente — e remova as contas vinculadas, como Google, Apple ID ou Samsung Account, para evitar bloqueios futuros. Feito isso, restaure as configurações de fábrica (evitando que seus dados pessoais sejam acessados pelo novo dono), limpe o aparelho fisicamente (para uma melhor apresentação na hora da venda) e defina um valor realista, levando em conta o modelo, o tempo de uso, o estado de conservação e a presença de acessórios originais (carregador, fone de ouvido, etc.).

Além dos cuidados com o aparelho e com a negociação, é importante escolher canais confiáveis para anunciar o smartphone. Plataformas reconhecidas oferecem recursos de proteção ao vendedor e ao comprador, como intermediação de pagamento e avaliação de usuários. Sempre que possível, prefira encontros em locais públicos e evite compartilhar dados pessoais sensíveis.

Uma opção mais segura — embora menos lucrativa — é dar o aparelho antigo como entrada na compra do novo. Isso pode ser feito nas lojas das principais operadoras (Claro, Vivo, TIM, etc.) e em estabelecimentos que comercializam dispositivos usados, mas convém ter em mente que o valor ofertado varia conforme a marca, o modelo e o estado geral do seu aparelho.

Se a oferta não lhe agradar, considere a possibilidade de manter o celular antigo como “backup” ou usá-lo especificamente para transações bancárias e aplicativos financeiros, evitando, assim, a exposição de informações sensíveis em caso de roubo ou perda do aparelho novo.

Boa sorte.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

MAIS MITOS SOBRE CELULARES, BATERIAS E RECARGAS

A LEALDADE É CONSEQUÊNCIA DA LIDERANÇA, E A LIDERANÇA, CONSEQUÊNCIA DA COMPETÊNCIA.

São vários e diversos os mitos antigos que continuam circulando por aí como se fossem a última palavra em tecnologia, embora sua validade tenha vencido há anos — ou décadas. No post anterior, mencionei algumas dicas que faziam sentido na era das baterias de níquel-cádmio dos dumbphones, mas hoje são inócuas — quando não prejudiciais — diante das baterias de íons ou polímeros de lítio presentes na maioria dos smartphones modernos.

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O acordo de colaboração homologado por Alexandre de Moraes em 2023 previa que Mauro Cid obteria o "perdão judicial" ou uma pena mixuruca de dois anos de prisão, em regime inicialmente aberto. Entretanto, à medida que as apurações avançavam, a PF se deu conta de que o ex-ajudante de ordens dava informações a conta-gotas, e só gotejava quando era espremido pela descoberta de suas omissões e contradições.

Nas alegações finais, Gonet tratou Cid como um delator contraditório, omisso e seletivo. Trocou o "perdão judicial" por uma eventual premiação fixada em "patamar mínimo" — diminuição de apenas um terço da pena. Na ponta do lápis, os cinco crimes atribuídos ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente golpista podem resultar numa pena máxima de 43 anos de prisão. Aplicando-se o prêmio no  patamar sugerido por Gonet, o castigo cairia para algo como 29 anos. Se isso se confirmar, além de ir em cana, o tenente-coronel seria expulso do Exército.

Durante uma sessão da primeira turma do STF, o ministro Luz Fux resumiu a ópera: "Nove delações representam nenhuma delação". Cármen Lúcia e Cristiano Zanin também acenaram com a perspectiva de rebaixar a premiação de Cid — que, podendo elevar a própria estatura, preferiu encolher o próprio prêmio.

Quanto maior a amperagem da bateria — expressa em miliampere-hora (mAh) —, maior tende a ser sua autonomia. No entanto, o consumo energético do aparelho varia conforme as exigências do hardware, as configurações do sistema, a quantidade de aplicativos instalados e o modo como eles são utilizados. Se duas pessoas têm celulares idênticos, mas uma é heavy user e a outra só usa o aparelho para chamadas de voz, a bateria desta pode durar dois ou três dias, enquanto a daquela pode precisar de recarga duas vezes por dia.

 

Outro mito comum é a alegada segurança provida pela navegação anônima (in private). Embora esse modo evite o registro local do histórico, cookies e dados de formulários, os sites acessados, o navegador (e suas extensões), o provedor de internet, o administrador da rede (se houver) e sistemas de publicidade e rastreamento ainda conseguem identificar o usuário. Anonimato de verdade, como manda o figurino, só mesmo com o uso de ferramentas como o uso do Tor Browser ou de VPNs, que criptografam os dados e ocultam o IP dos sites acessados.

 

Assim como a frequência de operação não é o único fator que define o desempenho de um processador — um PC com CPU modesta e bastante RAM pode ser mais ágil que outro com processador de ponta e pouca memória —, a quantidade de megapixels não é sinônimo de qualidade fotográfica, pois ela depende também do tamanho do sensor, da abertura da lente, do processamento de imagem e até das condições de iluminação no momento do clique.

 

Com sua base de usuários gigantesca, o Windows virou alvo preferencial de vírus, crackers e cibercriminosos em geral. Despeitados, linuxistas e macmaníacos apelidaram o sistema da Microsoft de “ruíndows”, “peneira” e “colcha de retalhos”, e chegaram a chamar a versão NT de "nice try" (boa tentativa). Mas acreditar que os sistemas da Apple são muralhas intransponíveis é o mesmo que acreditar que Lula é a alma viva mais honesta do Brasil e Bolsonaro, um ex-presidente de mostruário que vem sendo perseguido injustamente por "Xandão" e seus pares togados.

 

Observação: Nos sistemas da Apple, os apps são executados em sandboxes — ambientes isolados que limitam a interação entre apps, dificultando ações maliciosas. Mas essa proteção também impede que antivírus tradicionais funcionem como deveriam, já que não conseguem monitorar o comportamento dos outros apps. A Apple não recomenda soluções de terceiros, mas é prudente usar ferramentas com funções antiphishing e antirrastreamento.

 

Ver todas as barrinhas de sinal cheias dá a impressão de que a internet vai voar baixo, mas esse ícone indica apenas a força do sinal da operadora. A qualidade da conexão móvel (3G/4G/5G) depende de vários fatores, tais como o congestionamento da rede, a distância da torre próxima, eventuais interferências e até o plano contratado com a operadora.

 

Na teoria, fechar aplicativos em segundo plano economiza bateria e melhora o desempenho do celular. Na prática, o efeito pode ser o oposto. Tanto o iOS como o Android são projetados para gerenciar os apps de forma inteligente. Se você forçar o encerramento constante, o sistema terá de reabrir tudo do zero — o que consome ainda mais energia. A não ser que um app esteja travado ou consumindo recursos demais, o melhor é deixar o gerenciamento por conta do sistema.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

WINDOWS 10 — UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

OS POLÍTICOS SÃO A MENTIRA LEGITIMADA PELA VOTO POPULAR.

Quatro meses depois de anunciar o lançamento do Windows 11 e informar que o Windows 10 deixaria de receber suporte em 14 de outubro de 2025, a Microsoft começou a distribuir o upgrade para a versão pronta e acabada do novo sistema para usuários que rodassem o Ten em máquinas "elegíveis" ou que se dispusessem a comprar um computador novo, que viria com o Win11 pré-instalado ou poderia ser atualizado via Windows Update pelo próprio usuário.

Naquela ocasião, a empresa estimava que todos os aparelhos compatíveis estariam rodando o Win11 em meados de 2022, mas faltou combinar com os russos: o Win10 velho de guerra continua firme e forte, com 68% da preferência dos usuários, enquanto seu sucessor contabiliza 27%, e as versões 8.1, 7, Vista e XP somam 4,5%.

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Em 2015, a PGR denunciou Fernando Collor por surrupiar R$ 20 bilhões da BR Distribuidora. Em 2023, o STF o condenou a 8 anos e 10 meses de prisão, mas seus advogados conseguiram procrastinar o cumprimento da pena até a semana passada. 

Nesse entretempo, Gilmar Mendes (atual decano da Corte e verdadeira herança maldita de FHC) votou pela absolvição e, vencido, tentou reduzir a pena à metade. Exausto das manobras protelatórias da defesa, Alexandre de Moraes, relator da encrenca, determinou a prisão imediata do Rei Sol, que, a pedido, foi envidado para uma “hospedaria especial” em Maceió. 

Moraes submeteu seu despacho ao plenário, Gilmar esboçou um pedido de destaque, mas recuou. O placar chegou a 6 a 0 pela prisão, mas o "terrivelmente evangélico" André Mendonça divergiu e foi seguido por Gilmar, Fux e o ministro-tubaína Nunes Marques. Zanin, como costuma fazer em processos da Lava-Jato, se absteve de votar. A defesa apresentou um pedido de prisão domiciliar, que ora se encontra pendente de manifestação da PGR.

Collor foi o primeiro presidente eleito pelo voto direto após a ditadura — e o primeiro a ser penabundado do cargo por impeachment. Sua trajetória errática e politicamente camaleônica incluiu alianças com Bolsonaro e com o PT. Em 2014, pediu votos para Dilma e até usou um trecho elogioso de Gleisi Hoffmann em sua propaganda. Em 2022, perdeu a disputa pelo governo de Alagoas com pífios 14% dos votos. Após sua prisão, o PRD o expulsou, seus aliados silenciaram e os líderes da legenda o descreveram como "distante da cúpula e irrelevante nas decisões". 

Sua prisão tardia e cercada de privilégios, representa o ocaso de um personagem que simbolizou tanto o colapso precoce da Nova República quanto a persistência das velhas práticas políticas. Já se ele vai realmente cumprir a pena, bem, eu não tenho bola de cristal, mas tampouco tenho memória de galinha. Para quem nao se lembra, em 2018 o TRF-4 aumentou de 8 para 12 anos a pena de Lula no processo do triplex e determinou sua prisão. Em 2019, numa votação apertada (6 votos a 5), o STF mudou seu entendimento sobre a "prisão em segunda instância", e Lula deixou sua cela VIP em Curitiba no dia seguinte, depois de 1 anos e 5 meses gozando da hospitalidade da PF em Curitiba. 

Em 2017, depois de procrastinar sua prisão por 4 décadas, Paulo Maluf — ex-prefeito da capital paulista (1969-1971; 1993-1996), ex-governador de São Paulo (1979-1982), candidato à Presidência em 1995 e 1989, ex-secretário dos Transportes, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, ex-vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, quatro vezes deputado federal, líder de cinco partidos políticos e réu em 70 processos — foi finalmente encarcerado na Papuda. Três meses depois, graças ao bom coração do eminente ministro Dias Toffoli — que foi presenteado por Lula com a suprema toga, mesmo tendo levado bomba duas vezes seguidas em concursos para juiz—, foi enviado para casa por "razões humanitárias" e permaneceu em prisão domiciliar até maio de 2023, quando teve a pena extinta com base no indulto natalino concedido por Bolsonaro.

Na visão de Toffoli, o turco ladrão, então com 87 anos, estava à beira do desencarne; hoje, aos 93, se ele realmente está morrendo, é de rir de quem acredita na justiça desta banânia. 


Em julho de 2015, quando deu à luz o Win10, a Microsoft previu que seu novo rebento ultrapassaria a marca de 1 bilhão de instalações em três anos. Apesar do upgrade gratuito, essa meta só foi alcançada em janeiro de 2020, quando faltavam menos de 2 anos para o lançamento oficial do Win11, que é mais exigente, em termos de hardware, e bem menos simpático que seu antecessor aos olhos dos usuários. 

Faltando menos de seis meses para o Win10 deixar de receber suporte e atualizações de segurança da Microsoft, manter o sistema em uso após o prazo final aumentará significativamente o risco de ser vítima de pragas digitais, cibercriminosos e assemelhados. 

No ambiente corporativo, máquinas desatualizadas podem facilitar ataques de ransomware, sequestro de dados, sabotagens e outros incidentes graves. E a solução vai além da simples compra de novas licenças ou realização de upgrades: é preciso avaliar a compatibilidade de hardware, a maturidade dos aplicativos que rodarão no novo sistema, as políticas de segurança e criptografia (como a exigência do TPM 2.0, por exemplo) e, principalmente, o treinamento e adaptação das equipes que usarão diariamente essas máquinas.

Sensível ao fato de que cerca de 240 milhões de computadores podem se tornar lixo eletrônico devido à incompatibilidade com o Win11, a Microsoft criou programas de suporte estendido. Mas eles custam dinheiro e são meros paliativos, já que não eliminam a necessidade da mudança sem a qual o aumento da insegurança pode minar a competitividade das empresas.

No âmbito doméstico, a solução é mais simples: quem tem um PC compatível e não migrou pode fazer o upgrade, e quem tem máquinas incompatíveis pode "forçar" a instalação do novo sistema ou migrar para o Linux, por exemplo — distribuições como o Ubuntu oferecem uma interface semelhante à do Windows, tornando o "reaprendizado" uma questão de dias ou semanas. O macOS é imbatível, mas só roda no hardware fabricado pela própria Apple, o que encarece a mudança (embora ela valha cada centavo).

Uma alternativa que a própria Microsoft oferece, ainda que discretamente, consiste em adotar uma versão do Win10 Enterprise, como a LTSC 2021, que é baseada na versão 21H2 do Windows 10 e deve receber suporte até janeiro de 2027. A IoT Enterprise LTSC 2021, também baseada na versão 21H2, se parece e funciona como o clássico sistema para desktop, embora existam diferenças pontuais em relação às edições Home ou Professional — nas versões LTSC, o usuário permanece com a versão básica (21H2, build 19044), recebendo apenas patches de segurança e estabilidade. No entanto, como não haverá novas versões importantes após a 22H2, isso não chega a ser um grande inconveniente.

Chaves de produto do Windows 10 Home ou Professional não funcionam para ativar uma edição Enterprise LTSCA adoção deve ser feita mediante um contrato de licença por volume (VLAs) para menos 5 estações de trabalho, mas é possível negociar licenças individuais com alguns revendedores. Embora existam fontes não oficiais e ferramentas de ativação circulando na Internet, seu uso viola os termos de licenciamento da Microsoft.

Migrar para uma versão Enterprise LTSC significa abrir mão da Microsoft Store, da Cortana, do OneDrive e de aplicativos pré-instalados como Weather, Mail ou Contacts. Mas o Windows Defender, o navegador Edge e acessórios clássicos, como o Bloco de Notas e o WordPad, continuam presentes. O processo de instalação é semelhante ao convencional. O sistema tenta se conectar a uma conta corporativa, mas também oferece a opção de criar uma conta local tradicional. 

A versão IoT usa o inglês americano como idioma padrão, enquanto a Enterprise LTSC oferece mais opções linguísticas. Mas ambas são soluções legítimas para quem deseja manter o Windows 10 em seu hardware atual por até sete anos após 14 de outubro.