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sexta-feira, 13 de outubro de 2023

ACREDITE QUEM QUISER (PARTE 3)

É MELHOR SER PARTE DA SOLUÇÃO DO QUE PARTE DO PROBLEMA.


Aprovado por 12 votos a 5 na Comissão de Previdência da Câmara, o projeto que proíbe o casamento homoafetivo formaliza o divórcio da bancada hetero-arcaica com os valores civilizatórios. Ao tratar a homossexualidade como doença, a proposta evidência que incurável é a enfermidade mental que acorrenta uma parcela dos parlamentares à Idade Média. Mas permanece de pé a decisão do Supremo, que, na falta de uma legislação sobre a matéria, ofereceu proteção constitucional a quem era discriminado, o que nada tem a ver casamentos na igreja. Os inimigos da lógica alegam que o Judiciário substituiu o Legislativo, mas esse minúsculo biombo da usurpação de poderes não consegue esconder o preconceito gigantesco dos parlamentares que tentam atrasar o relógio da história.

"A democracia é a pior forma de governo, à exceção de todas as demais" teria dito Winston Churchill, que também é a lembrado pela anedota em que Nancy Astor — primeira mulher a fazer parte da Câmara dos Comuns da Inglaterra —, disse-lhe que, se fosse sua esposa, envenenaria seu café, e ele respondeu: "se eu fosse seu marido, teria o maior prazer em tomar esse café". O que pouca gente sabe é que o estadista britânico escreveu o ensaio Estamos sozinhos no Universo? — jamais publicado —, que versa sobre a vastidão do espaço, a existência de milhões de estrelas e seus planetas e as condições necessárias à vida.
 
Em outubro de 2015, a sonda Cassini, lançada em 1997, mudou de rumo e se dirigiu ao polo sul de Encelado (lua de Saturno que tem cerca de 500 quilômetros de diâmetro). Ainda que tenha atravessado as nuvens do satélite a 19.000 km/h, a sonda detectou partículas de água e outros compostos que emanam dos gêiseres a 400 m/s. Segundo a NASA, isso sugere que o satélite pode abrigar algumas formas de vida simples, semelhantes às encontrada nas profundezas dos oceanos terrestres. 
 
Observação: Nos meus tempos de escola que, ensinava-se que Saturno era o segundo maior planeta do nosso sistema solar (atrás apenas de  Júpiter), o segundo em número de satélites (9 contra 12 do gigante gasosos) e o único a ter anéis. Sabe-se agora que Júpiter, Urano e Netuno também têm anéis e que Saturno tem 142 luas (mais do que Júpiter, que tem "apenas" 92 luas).
 
No início dos anos 1960, Frank Drake desenvolveu uma equação que é usada até hoje para calcular o número de civilizações com CETI (sigla para Comunicação Extraterrestre Inteligente) na Via Láctea e estimou a existência de uma dezena delas. Mais adiante, um estudo publicado em 2020 no The Astrophysical Journal mais que triplicou essa estimativa. Mas é possível que haja milhares dessas civilizações
, já que a maioria das estrelas tem planetas orbitando a seu redor. Apesar de ser difícil detectar exoplanetas, cerca de 3 mil deles já foram identificados, e o número de "ecomundos" (planetas aptos a abrigar vida) atinge a casa das centenas de milhões. Todavia, devido ao tempo e à distância, é possível que jamais saibamos se tais civilizações existem mesmo (ou se já existiram). É aí que entra o Paradoxo de Fermi.
 
Em meados do século passado, o físico italiano Enrico Fermi questionou o porquê de nossos vizinhos galácticos ainda não terem entrado em contato conosco nem deixado sinais perceptíveis de sua presença no cosmos. 
Uma das possíveis explicações é a Hipótese da Terra Singular, segundo a qual as condições necessárias ao desenvolvimento da vida inteligente limita esse processo a pouquíssimos planetas — se não apenas à Terra. Vale destacar que essa hipótese pressupõe que vida inteligente só pode se desenvolver mediante um processo análogo ao que se deu no nosso planeta, e não razão para que a coisa seja necessariamente assim.

Continua...

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

SUTILEZAS DO UNIVERSO

A ÚNICA PERGUNTA IDIOTA É A QUE A GENTE NÃO FAZ.

Neste exato momento há um número imenso de partículas invisíveis atravessando você, os objetos a seu redor e o próprio planeta Terra. Chamadas "neutrinos", essas "partículas-fantasmas" se deslocam a uma velocidade próxima à da luz, mas raramente interagem com a matéria, razão pela qual sua
 detecção é baseada na probabilidade: dentre os incontáveis neutrinos que atravessam a matéria, uma quantidade ínfima se choca com os átomos, e o resultado desse choque pode ser registrado pelos equipamentos detectores. 
 
Foi com esse método que o neutrino teve sua existência provada em 1956 — antes disso, ele havia sido teorizado nos anos 1930 pelo físico austríaco Wolfgang Pauli e, logo após e com mais precisão, pelo italiano Enrico Fermi, que o batizou (traduzido do italiano, "neutrino" significa "pequeno nêutron", mas suas semelhanças com o nêutron não vão longe). 
 
Diferente dos prótons e nêutrons que fazem parte do núcleo atômico, o neutrino é uma partícula elementar. Isso significa que não se conhece nenhuma estrutura menor em sua composição (apesar de se parecer com o nêutron por não ter carga elétrica, ele é milhões de vezes menor e mais leve). Para cada elétron que existe no universo, estima-se que existam 10 bilhões de neutrinos (como eles não têm estrutura interna, os físicos os veem como partículas de dimensão zero, que não ocupam espaço).
 
Embora seja comum imaginarmos os elétrons como partículas pontuais de dimensão zero, eles são cercados por uma nuvem de outras partículas virtuais que piscam constantemente para dentro e para fora da existência. Se tivessem um polo ligeiramente positivo e um polo ligeiramente negativo, eles seriam levemente assimétricos e poderiam se comportar de maneira diferente de seus duplos de antimatéria — os pósitrons —, o que explicaria alguns mistérios que envolvem matéria e antimatéria. Mas os físicos mediram repetidamente sua forma e descobriram que eles são perfeitamente redondos.
 
Neutrinos, elétrons, múons e taus compõem uma categoria de partículas fundamentais chamadas léptons. Os múons são criados quando raios cósmicos de alta energia atingem o topo da atmosfera do nosso planeta. O taus são ainda mais raros e difíceis de produzir, pois são cerca de 3400 vezes mais pesados que os elétrons. Os Quarks — que compõem prótons e nêutrons — são outro tipo de partícula fundamental que, juntamente com os léptons, compõem o material que consideramos matéria.
 
Observação: Até o início do século passado, acreditava-se que os átomos eram os menores objetos possíveis, mas os cientistas descobriram que o núcleo atômico é formado por prótons e nêutrons. Mais adiante, os aceleradores de partículas revelaram a existência de partículas subatômicas exóticas, como os pions e os kaons. Em 1964, foi proposto um modelo que poderia explicar o funcionamento interno de prótons, nêutrons e o resto do zoológico de partículas.
 
As quatro forças fundamentais da natureza são o eletromagnetismo, a gravidade e as forças nucleares forte e fraca. Cada uma delas tem uma partícula fundamental associada. Os 
fótons carregam a força eletromagnética; os glúons carregam a força nuclear forte e residem com os quarks dentro de prótons e nêutrons. A força fraca, que medeia certas reações nucleares, é transportada por duas partículas fundamentais — os bósons W e Z. Os neutrinos, que apenas sentem a força fraca e a gravidade, interagem com esses bósons, e assim os físicos foram capazes de fornecer evidências de sua existência.
 
gravidade não está incorporada ao Modelo Padrão, mas ela deve ter uma partícula fundamental associada — que seria chamada de gráviton. Se os grávitons existem, é possível criá-los no Grande Colisor de Hádrons, mas eles desapareceriam rapidamente em dimensões extras, deixando para trás uma zona vazia onde teriam estado (até agora, o LHC não conseguiu observar evidências de grávitons ou dimensões extras).
 
Finalmente, há o bóson de Higgs — o "rei" das partículas elementares —, que é responsável por dar massa a todas as outras partículas. Quando ele foi finalmente descoberto, os físicos comemoraram, mas os resultados também os deixaram numa sinuca de bico: o Higgs parece exatamente como foi previsto, mas esperava-se mais, pois falta ao Modelo Padrão uma descrição da gravidade, e os pesquisadores imaginaram que o Higgs ensejaria outras teorias que substituíssem esse modelo. Quem sabe num futuro próximo...
 
Acreditou-se por décadas que, 
assim como os fótons, os neutrinos não possuíam massa, mas isso mudou por volta dos anos 2000. A descoberta da oscilação dos neutrinos — fenômeno que só pode ocorrer em partículas que têm massa — rendeu aos pesquisadores o Nobel de Física de 2015. Há três tipos de neutrinos na natureza, e o que se percebia era que os neutrinos elétron, produzidos massivamente no Sol, eram detectados em número abaixo do esperado nos experimentos. Por um tempo, o "desaparecimento" dos neutrinos foi um mistério, mas agora se sabe que eles oscilam, mudando de neutrinos múon para neutrinos tau. 
 
A massa exata de cada tipo de neutrino ainda é desconhecida, mas os físicos acreditam que ela seja composta pela sobreposição de três massas diferentes. O fenômeno, regido pela mecânica quântica, pode ser de difícil compreensão por quem não está familiarizado com a física de partículas, o que exige criatividade dos cientistas na hora de explicar seu trabalho à sociedade. 

Arthur Loureiro, pesquisador brasileiro da University College London e autor de um estudo recente que identificou o limite superior da massa do tipo mais leve de neutrino, compara os "sabores" dos neutrinos ao sorvete napolitano, onde cada massa da partícula é como uma porção de sorvete que contém uma certa combinação dos três sabores. 

Na última palestra que ofereceu ao público brasileiro, o professor Francesco Vissani apresentou três metáforas para falar sobre os neutrinos: vampiros, fantasmas e mutantes, esta última por conta da instabilidade da partícula e a oscilação que a leva de um "sabor" ao outro. Já o "fantasma", difícil de se detectado, atravessa paredes e o próprio Sol sem interagir com nada, enquanto o "vampiro", que não aparece no espelho, não possui uma imagem simétrica — daí existirem "neutrinos canhotos" e não existirem "neutrinos destros". Já com o antineutrino, que é a antipartícula correspondente ao neutrino no mundo da antimatéria, existem apenas os "destros".
 
O fato de neutrinos e antineutrinos terem cada qual apenas um tipo de spin sugere que eles também se comportam de maneira diferente em suas oscilações e, consequentemente, no modo pelo qual interagem com os componentes do universo. Outra hipótese é a de que o neutrino seja o chamado férmion de Majorana (partícula teorizada nos anos 1930 e que seria antipartícula de si mesma).
 
Ainda longe de serem comprovadas, essas possibilidades empolgam os físicos do mundo todo porque ajudam a entender o fato de termos tanta matéria no universo, mas tão pouca antimatéria.  Segundo a cosmologia, após o Big Bang deveria haver quantidades iguais das duas coisas, e elas deveriam ter se aniquilado mutuamente. Mas, por alguma razão, a matéria predominou, e o neutrino pode ser uma peça-chave para solucionar esse mistério.
 
Com Samuel Ribeiro dos Santos Neto.

quinta-feira, 30 de março de 2023

A VERDADE CONTINUA LÁ FORA

A CURIOSIDADE TEM UMA RAZÃO DE EXISTIR, 

"Onde está todo mundo?", perguntou o físico italiano Enrico Fermi. Se a Via Láctea é formada por bilhões de estrelas, e a maioria delas constitui "sistemas solares", como não haver vida inteligente e tecnológica capaz de viajar pelo cosmos em busca de outros mundos? Por que ainda não detectamos sinais que somente tecnologias "avançadas" conseguiriam produzir? 
 
Quando o FAST detectou sinais de rádio que não provinham de fontes naturais e os ufólogos os atribuíram a civilizações alienígenas, a ala "cética" da comunidade científica sustentou que os receptores criogênicos supersensíveis dos supertelescópios podem captar sinais de telefones celulares, televisão, radar e satélites, e lembrou que há cada vez mais satélites orbitando a Terra...
 
A existência (ou não) de extraterrestres é uma pergunta que continua sem resposta. Dos 144 avistamentos de OVNIs que o Pentágono registrou nas últimas duas décadas, 143 continuam inexplicados. O assunto voltou à baila em 2021, quando o governo dos EUA confirmou a autenticidade de imagens de UFOs divulgadas pelo Portal Mystery Wire. 
 
Anos antes, o ex-diretor do AATIP Luis Elizondo entregou ao The New York Times vídeos gravados por caças da Marinha em 2004, 2014 e 2015. Num deles, que ficou conhecido como Incidente Nimitz, um objeto oval sem asas nem propulsores visíveis executava manobras aparentemente impossíveis do ponto de vista aerodinâmico. Pressionadas pelas revelações, a Marinha e a Força Aérea dos EUA passaram a exigir que seus pilotos relatassem incidentes envolvendo objetos voadores não identificados. O Pentágono tentou desacreditar Elizondo, mas os militares confirmaram a autenticidade dos vídeos.
 
A FAA registrou 23 avistamentos de OVNIs entre 2016 e 2020, mas nenhum deles demonstrou habilidades mirabolantes como as vistas nos vídeos da Marinha. Alguns tinham características incomuns, como luzes coloridas piscando e capacidade de voar a mais de 8 mil metros de altura (algo impossível para os drones comuns), mas nenhum deles exibiu manobras "fora do normal".
 
Continua...

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (DÉCIMA NONA PARTE)

A INTUIÇÃO É UM AVISO PARA VOCÊ ABRIR OS OLHOS E APURAR OS OUVIDOS.


Segundo Erich von Däniken e outros teóricos dos antigos astronautas, ETs visitam a Terra há milhares de anos e foram responsáveis pela evolução da vida em nosso planeta, e que as divindades das diversas religiões — aí incluídos os anjos e os demônios — são seres alienígenas que foram "divinizados" por conta de suas tecnologias avançadas. 
 
Em contraposição ao “Paradoxo de Fermi” (já abordado nesta sequência) a “Hipótese do Jardim Zoológico” defende que civilizações extraterrestres já encontraram o planeta azul, mas se limitam a observá-lo remotamente, sem interagir. Já o Movimento Raeliano esposa a tese de que a vida na Terra foi criada por ETs (chamados de Elohim) e que os humanos tomaram por anjos ou deuses. 
 
A Bíblia está repleta de menções a anjos e demônios — há relatos, inclusive, de um grupo de 200 anjos rebeldes que se acasalaram com mulheres humanas e tiveram filhos com elas. O Alcorão faz alusão a Iblis — que corresponde ao Diabo dos cristãos —, que teria sido expulso para a Terra, onde semeou a cizânia entre os seres humanos. 
 
Os avistamentos de OVNIs — que começaram a despertar a atenção dos cientistas nos anos 1940 — deram azo à teoria conspiratória dos "Homens de Preto". Descritos geralmente como seres de baixa estatura, pele escura e roupas pretas, eles intimidam as testemunhas dos avistamentos para mantê-las quietas sobre o que viram. Relatos dão conta de que os MIBs utilizam gírias anacrônicas e dão gargalhadas desconcertantes, além de ter pouca familiaridade com itens de uso comum, como canetas, utensílios de cozinha e determinados alimentos. Há quem os considere uma "edição revista e atualizada" dos demônios dos contos de fadas.
 
Igualmente intrigante é o "Cabelo de Anjo" — também chamado de "algodão silencioso" ou "fibralvina" —, que resultaria do ar ionizado do campo eletromagnético que circunda naves alienígenas. Relatos dão conta de que ela se parece com uma "gelatina" que “cai” de OVNIs e se desintegra pouco tempo depois. Em 1959, essa substância foi coletada e analisada por técnicos das forças armadas e cientistas da Universidade de Lisboa. Segundo o relatório, ela era tão avançada que poderia ser um organismo unicelular, um produto vegetal, não animal. 
 
Observação: Menções a uma substância gelatinosa — chamada estrela de geleia — remontam ao século XIV da nossa era, mas ela estava relacionada não com OVNIs, mas com chuvas de meteoros (que, coincidentemente, também vêm do espaço sideral).
 
A farta literatura sobre eventos misteriosos relacionados com extraterrestres inclui os Greys, e os associa particularmente ao fenômeno da abdução. Eles são descritos como seres de pequeno porte, com a pele cinzenta e lisa, cabeça e olhos grandes, mas sem nariz, orelhas nem órgãos sexuais. Relatos de encontros com Greys dão conta de que os alienígenas olham nos olhos das pessoas abduzidas para induzir estados alucinógenos e/ou provocar emoções diferentes. 
 
De acordo com o biólogo reprodutivo inglês Jack Cohen, a imagem típica de um Grey é muito semelhante, fisiologicamente, à de um ser humano para ser crível como uma espécie alienígena, levando à teoria de que esses seres influenciaram a evolução da vida na Terra num passado distante, ou que são uma antiga raça de humanos que teria sido forçada a abandonar o planeta, mas que ainda o visita.
 
Continua...

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (QUARTA PARTE)

NEM TODOS OS BARCOS QUE SAEM VELEJANDO NA ESCURIDÃO ENCONTRAM O SOL

Podemos acreditar no que quisermos, mas daí a negar os fatos vai uma longa distância. Há quem seja adepto do terraplanismo, a despeito das inúmeras evidências de que a Terra é redonda (ou "geoide", como se ensinava nos meus tempos de estudante). 

Para Alberto Caballero, estudante de doutorado em resolução de conflitos na Universidade de Vigo, na Espanha, extraterrestres não só existem como estão na Via Láctea e são malignos — detalhes no artigo “Estimativa da prevalência de civilizações extraterrestres malignas”.  Já o cientista italiano Enrico Fermi, laureado com o Nobel de Física em 1938, teorizou que a contradição entre o imenso escopo e a idade do universo não respalda a existência de vida extraterrestre (mais detalhes nos capítulos anteriores).

Para gáudio de uns e tristeza de outros, a Nasa e outras agências espaciais vêm buscando por manifestações de "vida inteligente" fora daqui (e não apenas por “micróbios marcianos”). Por outro lado, ainda não foram encontradas provas irrefutáveis da existência de alienígenas, como se pode inferir do relatório que o Departamento de Defesa dos EUA divulgou no ano passado. 

Mesmo assim, Bill Nelson (político norte-americano e mandachuva da agência aeroespacial americana) acredita em vida extraterrestre e afirma que os UFOs podem, sim, ser aeronaves mais avançadas que as nossas, sobretudo porque a velocidade dos objetos estudados excede a capacidade de qualquer tecnologia de qualquer país do mundo.
 
Avistamentos de objetos voadores não identificados — não necessariamente extraterrestres, é bom que se diga — são bastante comuns e se dividem em cinco categorias: desordem aerotransportada, como pássaros ou balões meteorológicos, fenômenos atmosféricos naturais, programas de desenvolvimento do governo ou da indústria dos Estados Unidos, sistemas adversários estrangeiros e uma mais interessante e geral, chamada “outros”. 
O problema é que a maioria dos casos não apresenta dados suficientes para esse enquadramento — trata-se apenas de relatos de pilotos de aeronaves comerciais e militares, o que gera mais perguntas do que respostas.
 
Depois que uma foto do planeta Marte revelou a existência de uma espécie de porta em uma formação rochosa, passou-se a especular que seria um "portal alienígena" ou um túnel que leva ao centro do planeta vermelho. Para os céticos, trata-se apenas um buraco criado por algum tipo de tensão entre as rochas, como um simples terremoto — até porque o maior abalo sísmico registrado naquele planeta ocorreu dias antes da tal "foto misteriosa" ser tirada. 
  
James Green e outros renomados pesquisadores afirmaram num artigo científico que “nossa geração pode ser a que descobrirá evidências de vida fora da Terra”. Eles dizem que a detecção de alienígenas será um processo prolongado e evolutivo, dependente de investigações, e que,
 quanto mais cedo isso for compreendido por todos, tanto melhor. 

Enfim, "a verdade está lá fora", e é ela que os pesquisadores da agência espacial norte-americana e do SETI estão procurando.

Continua...

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

A VERDADE ESTÁ LÁ FORA (CONTINUAÇÃO)

SERIA O CÚMULO DA PRESUNÇÃO ACHARMOS QUE SOMOS OS ÚNICOS SERES VIVENTES NO UNIVERSO.

Quando as luzes da cidade e a poluição não atrapalham, conseguimos visualizar a olho nu cerca de 5 mil estrelas pertencentes a quatro galáxias — Via Láctea, Andrômeda e as duas Nuvens de Magalhães. Mas estima-se que o Universo seja formado por 100 bilhões de galáxias, as menores com alguns milhões de estrelas e as maiores com centenas de bilhões. Nem todos esses dez sextilhões de "sóis" são orbitados, mas presume-se que haja tantos planetas quanto estrelas em nossa galáxia. 
 
Depois que o primeiro exoplaneta foi descoberto, há cerca de 30 anos, milhares deles foram sendo observados orbitando não apenas “sóis” semelhantes ao nosso, mas também anãs vermelhas e estrelas de nêutrons ultradensas. No começo deste ano, a Nasa anunciou que
 TESS identificou mais de cinco mil candidatos a exoplanetas  que agora já passam de oito mil, dos quais cerca de 5 mil foram confirmados. 
 
Há desde mundos pequenos e rochosos, como a Terra, a gigantes gasosos maiores que Júpiter. Há também os assim chamados “Júpiteres quentes”, “superterras” — planetas rochosos maiores que a Terra — e "mininetunos" — versões menores que o "nosso" Netuno. Existem ainda astros que orbitam duas estrelas ao mesmo tempo e até corpos planetários que giram em torno de restos colapsados de estrelas mortas. Tudo somado e subtraído, há centenas de bilhões de "mundos novos" somente na Via Láctea, sobre os quais quase nada sabemos. 
 
Observação: Um exoplaneta gasoso descoberto em 2015 a 880 anos-luz da Terra se encaixa na categoria denominada “Júpiter quente” — uma classe de corpos celestes com semelhanças físicas com Júpiter, mas que orbitam muito mais próximos de suas estrelas (daí, sua natureza “quente”). Sua atmosfera noturna parece ter uma série de características estranhas e notáveis, incluindo nuvens de metal e chuva feita do que poderia ser pedras preciosas liquefeitas.
 
Na verdade, quase nada se sabe dos demais planetas que compõem nosso sistema solar, mas sabe-se que, ao contrário de Júpiter e Saturno, os gasosos Urano e Netuno se destacam pelas “chuvas de diamantes” (que foram observadas a partir de informações envidas pela sonda Voyager 2). 

Como a água líquida é essencial para a existência de vida (pelo menos da forma como a conhecemos), os astrônomos recorrem a técnicas de aprendizado de máquina para “seguir a água” e encontrar exoplanetas potencialmente habitáveis. O TESS continua a descobrir novos exoplanetas, mas os telescópios de próxima geração poderão capturar a luz das atmosferas dos exoplanetas e, a partir da análise dos gases presentes, identificar potenciais condições de habitabilidade.
 
Observação: Com lançamento previsto para 2027, o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman fará novas descobertas de exoplanetas usando uma variedade de métodos. A Missão ARIEL, da Agência Espacial Europeia, cujo lançamento está previsto para 2029, observará atmosferas de exoplanetas se concentrando em suas nuvens e neblinas.

Em meados do século passado, durante um conversa descontraída com alguns colegas, o físico italiano Enrico Fermi levantou a seguinte questão: "Onde está todo mundo?" Considerando que existe um número astronômico (sem trocadilho) de estrelas somente na Via Láctea, e que muitas delas constituem "sistemas solares", não se pode descartar a possibilidade de alguns desses exoplanetas reunirem condições que propiciem o surgimento de vida e de essa vida evoluir para formas inteligentes e tecnológicas. 

 

Se formos um pouco mais além e consideramos que algumas hipotéticas civilizações sejam mais desenvolvidas que a nossa, como negar a possiblidade de extraterrestres viajarem pelo cosmos em busca de outros mundos? O surgimento de vida (da forma como a conhecemos) é um processo complexo, que precisa superar inúmeras barreiras, sobretudo quanto tomamos a Terra como exemplo de "planeta habitável típico". 


Por outro lado, se outras civilizações alcançaram um estágio de desenvolvimento semelhante ao nosso, por que não conseguimos detectar sinais de rádio ou de outro tipo de tecnologia alienígena avançada, como os que somos capazes de produzir? 


Continua...