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quarta-feira, 6 de abril de 2022

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 6)

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA.

O Windows 10 continua sendo um excelente sistema operacional, em que pese o fato de todas as atualizações semestrais de versão terem causado aborrecimentos a uma parcela substantiva de usuários. O patch de outubro de 2018 foi suspenso dias depois do lançamento e retomado somente em meados de dezembro. Aliás, foi por conta disso que a Microsoft decidiu distribuir os patches de forma escalonada e devolver aos usuários do Win10 Home Edition o controle sobre a instalação das atualizações.


O Win11 é mais seguro do que as versões anteriores, até por exigir tecnologias de hardware que reforçam a proteção do sistema como um todo. Embora pareçam draconianos, os requisitos mínimos impostos pela Microsoft têm um impacto significativo na segurança — desde, é claro, que o usuário não clique em links nem abra anexos de email com “fotos reveladoras da artista fulana”, por exemplo. 

 

Há no horizonte uma atualização de conteúdo abrangente para o Win11. Segundo o Windows Latest, a nomenclatura 22H2 indica que ela será lançada no segundo semestre deste ano. Quem não quiser esperar até lá — e não se importar com o fato de os pioneiros serem reconhecidos pela flecha espetada no peito —, pode se inscrever no Windows Insider.


As próximas atualizações mensais de qualidade (Patch Tuesday) devem continuar a sanar problemas pontuais e a implementar novos recursos e funções no Win11. Cito como exemplo o patch de março: depois que ele foi aplicado, o consumo de memória do meu notebook diminuiu significativamente. 


Infelizmente, o maior dos problemas do meu portátil não é falta de memória, já que ele dispõe de 8GB de RAM, mas o drive de disco rígido eletromecânico, que é muito mais lento do que os modelos baseados em memória Flash (mais detalhes nos capítulos anteriores). 


Computadores com 4GB de RAM sofrem para rodar o Win11 (como já sofriam na versão anterior). Para além da memória alocada pelo sistema, todos os aplicativos disputam sua quota-parte de espaço, e a maioria pega carona na inicialização e permanece rodando em segundo plano durante toda a sessão, mesmo que isso não seja realmente necessário (essa questão já foi abordada em outras oportunidades; a quem interessar possa, basta pesquisar o Blog digitando os termos-chave adequados no campo de buscas).


É possível controlar o apetite pantagruélico do Win11 por memória acessando as Configurações, clicando em Personalização > Barra de Tarefas e desativando as funções Widgets e Bate-papo. Vale também desativar o “início rápido” do MS-Edge: com o navegador aberto, clique nos três pontinhos, depois em Configurações e, em Sistema e Desempenho, desligue a chavinha que controla o Início rápido. Isso não faz grande diferença para quem dispõe de 8GB ou mais de RAM, mas, como sabemos, esse não é o caso da maioria dos desktops e notebook de entrada de linha.


Continua… 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (PARTE 3)

O POVO DIZ QUERER HONESTIDADE NA POLÍTICA, MAS AS PESSOAS NÃO SABEM VOTAR NEM SER HONESTAS COM O PRÓXIMO. COMO A POLÍTICA É O REFLEXO DO SEU POVO, CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE.


O Windows 11 ficou mais bonito  e mais “palatável” para quem ingressou no universo digital através do smartphone. Mas efeitos de transparência e cantos arredondados nas janelas passam despercebidos para usuários menos atentos. Barra de Tarefas centralizada (como no iOS), com o widget do clima posicionado na extremidade esquerda (onde tradicionalmente ficava o botão Iniciar) desagradou a muita gente, quando mais não seja porque basta “esbarrar” o cursor sobre o ícone do tempo para 1/3 da área de trabalho ser obstruído pelo painel “notícias e interesses”. 

A tendência é deixamos de cometer esse "erro" depois que nos acostumamos com a nova localização do botão Iniciar, mas é possível contornar o problema a qualquer tempo acessando as Configurações da barra de tarefas e selecionando “Esquerda” em Alinhamento da barra de tarefas (não é necessário reiniciar o computador para efetivar esse ajuste). 

Outro detalhe que merece menção é o "sumiço" de diversas funções providas pela Barra de Tarefas que nos habituamos a usar nas versões anteriores do sistema. Arrastar ícones com o mouse para criar atalhos na área de lançamento rápido da barra, por exemplo, não é mais possível. Também não se pode mais arrastar a própria barra para alinhá-la à borda superior ou às laterais da tela, nem reduzir sua altura ou modificar o tamanho dos botões. 

Claro que usuários tarimbados podem fazer tudo isso e muito mais editando o Registro do Windows, mas é bom lembrar aos mais afoitos que qualquer alteração indevida ou mal sucedida nesse importante banco de dados dinâmico pode desestabilizar o sistema ou mesmo impedir a reinicialização do computador. 

Considerando que algumas das funções suprimidas serão restabelecidas ao longo das próximas atualizações, o risco inerente à manipulação do Registro não justifica o benefício. Por outro lado, reduzir o consumo de memória RAM é um procedimento simples e produz resultados que compensam o trabalho, sobretudo em sistemas que dispõe de menos de 8GB de memória, como é o caso da maioria dos computadores de "entrada de linha". Para isso, basta pressionar as teclas Win+I para acessar as Configurações, clicar em Personalização > Barra de Tarefas e desativar as funções Widgets e Bate-papo. Sugiro aproveitar o embalo para desativar o início rápido do MS Edge: com o navegador aberto, clique nos três pontinhos, depois em Configurações e, em Sistema e Desempenho, desligue a chavinha que controla o Início rápido.

Para além das atualizações de qualidade (Patch Tuesday) que a Microsoft libera todos os meses, (sempre na segunda terça-feira), espera-se para breve uma atualização de conteúdo com grandes mudanças e novos recursos. Segundo o Windows Latest, a nomenclatura 22H2 indica que o lançamento será no segundo semestre. Quem não quer esperar até lá — e não se importa com o fato de os pioneiros serem reconhecidos pela flecha espetada no peito — pode testar os novos recursos inscrevendo-se no Windows Insider.

Continua...

quinta-feira, 31 de março de 2022

WINDOWS 11 — VALE A PENA MIGRAR? (CONTINUAÇÃO)

MUDEI DE IDEIA; PALAVRA NÃO VOLTA ATRÁS.

Meu desktop baixou ao hospital após ter sido exposto ao Patch Tuesday de fevereiro e não responder ao tratamento caseiro. Ele continua na UTI, sem previsão de alta. Já meu notebook de backup se recuperou do mal súbito causado pela atualização para o Windows 11 (graças a uma injeção intravenosa de IOBit Advanced System Care; mais detalhes aqui e aqui) e voltou à velha forma com a implementação das atualizações / correções que a Microsoft lançou posteriormente.  


O problema é que a diferença de desempenho entre as duas máquinas é brutal. Ambas dispõem de processadores Intel Core i7, mas de gerações e características distintas. O desktop conta ainda com 32GB de RAM (são na verdade 64GB, mas a placa-mãe só reconhece a metade), um SSD de 1TB e um HDD de 3TB/7200 RPM, ao passo que o portátil dispõe de 8GB de RAM e de um HDD de 2TB/5400 RPM. E é aí que a porca torce o rabo.


As versões mais recentes do Windows rodam em máquinas com discos rígidos eletromecânicos, mas seu desempenho é muito superior com drives de memória sólida (Solid State Drive), sobretudo os modelos com NVMe, que não tardam a se tornar o novo padrão de mercado. Um SSD M2 NVMe chega a ser quase sete vezes mais rápido que um SSD Sata III, que já é cerca de 10 vezes mais ágil do que um HDD convencional.


Observação: Embora o SATA (Serial Advanced Technology Attachment) continue sendo largamente utilizado em drives SSD, ele não foi criado especificamente para armazenamento Flash.


Sigla para Non-Volatile Memory Express (Memória Expressa Não Volátil), o NVMe não é um padrão físico do drive, mas o software instalado no SSD, que otimiza o caminho que o computador percorre entre o comando e a leitura/escrita do arquivo. Grosso modo, seria como dirigir um carro numa estrada esburacada, nos cafundós do nordeste brasileiro, e rodar com esse mesmo carro numa Autoban alemã.


Um SSD NVMe pode ser também Sata, embora o recurso seja mais utilizado em SSDs M2 NVMe. Como qualquer software, ele recebe atualizações e melhorias, que são implementadas nos SSDs mais recentes. Daí ser mais correto dizer que um SSD M2 é superior a um SSD Sata porque conta com um padrão mais avançado e compatível com as edições mais recentes do NVMe (a tecnologia também é compatível com SSD de conector PCI Express).


A velocidade de leitura de um SSD SATA III é de cerca de 550 Mb/s, dependendo do modelo, ao passo que a de um SSD NVMe é de 3500 Mb/s. Seria covardia confrontar um troço desses com um jurássico HDD (eletromecânico), que é dezenas de vezes mais lento. Num hipotético comparativo, o PC com a tecnologia mais moderna inicializaria, carregaria o Windows e entregaria o comando ao usuário antes que o modelo mais antigo exibisse a tele de boas-vindas. 


Continua...

segunda-feira, 21 de março de 2022

WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

DO PRATO À BOCA PERDE-SE A SOPA.

Ainda que fossem mais frequentes nas versões vetustas do Windows, os “paus” ainda ocorrem no Win10 e em seu sucessor. O lado bom da história, por assim dizer, é que eles são capazes de corrigir um sem-número de problemas, bastando para isso uma simples reinicialização. Só que não dá para desligar o computador da maneira habitual quando o mouse e o teclado não respondem. 

Em tese, manter o botão liga/desliga pressionado por 5 segundos corta o fornecimento de energia e desliga o aparelho “na marra”. Supondo que a reinicialização não se complete e o Win10 empaque na tela de boas-vindas (logon), clicar com o botão direito do mouse no terceiro ícone (a partir da esquerda) que é exibido canto inferior direito da janela dá acesso às opções de desligamento. E se o teclado e mouse estiverem operantes, manter a tecla “Shift” pressionada e clicar na opção “Reiniciar” leva ao modo de segurança — ou, na pior das hipóteses, ao Ambiente de Recuperação do Windows (WinRE), que, também em tese, é convocado quando a máquina não reinicia após três tentativas seguidas. Na prática, porém, a teoria pode ser outra.

Observação: O modo de segurança é uma modalidade de inicialização em que o Windows é carregado com um conjunto limitado de arquivos e drivers e resolução gráfica em VGA (não estranhe, portanto, a aparência dos ícones e demais elementos exibidos na tela). Se o sistema iniciar dessa maneira, você saberá ao menos que o problema não está nas configurações-padrão do sistema, e poderá desinstalar uma atualização do próprio sistema ou de driver, e até mesmo um programa qualquer que possa estar impedindo o Windows de carregar normalmente. Vale também executar a restauração do sistema, que, se funcionar, reverterá a máquina a um ponto criado anteriormente, quando tudo funcionava direitinho. Se der certo, você economizará tempo e trabalho.

Dito isso, vamos ao que interessa: depois que instalei o Patch Tuesday de fevereiro, o Windows reiniciou normalmente. No dia seguinte, porém, ele me brindou com uma tela azul da morte (KERNEL SECURITY CHECK FAILURE), que se repetiu nas três reinicializações subsequentes, até que finalmente o processo empacou na tela de logon. Pressionei Shift, cliquei em Reiniciar e, no WRE, selecionei a opção que repara erros de inicialização, mas não consegui me livrar da bendita tela azul.

Sem alternativa, resolvi reinstalar o Win10 do zero e, para não ter surpresas, baixei uma cópia novinha em folha a partir do site da Microsoft usando meu notebook. Todavia, por alguma razão a instalação não se completou, nem depois que mudei o SSD, nem quando tentei o HDD que uso para armazenar meus arquivos pessoais.

Como dispõe a famosa Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar. O portátil, que estava inativo havia meses aproveitou o embalo para me oferecer o Win11. E a despeito de o momento não ser indicado para esse tipo de aventura (já que eu estava sem máquina de backup), achei de aceitar a gentil oferta da dona Microsoft. E aí...

Continua...

sexta-feira, 18 de março de 2022

WINDOWS 10 — DICAS (SÉTIMA PARTE)

ANTES, A MÍDIA CONTROLAVA AS MASSAS; HOJE, AS MASSAS CONTROLAM A MÍDIA.

Em 1995, quando a Microsoft promoveu o Windows de interface gráfica a sistema operacional, um megabyte de memória RAM custava 20 dólares. Atualmente, com esse mesmo dinheiro compra-se um módulo de 4GB SDRAM DDR-3 da Kingston

Em 1995, o Win95 exigia pelo menos 4MB de RAM (isso mesmo, quatro megabytes) para rodar. Em 2015, quando lançou o Win10 como serviço (SaaS), a Microsoft, modesta quando lhe convém, informou que o sistema requeria 1GB na versão de 32-bit e 2GB na de 64-bit. Para o Win11, lançado oficialmente em outubro do ano passado, a mãe da criança informa que a quantidade mínima de RAM é de 4GB.  

A questão é que todo aplicativo consome memória, inclusive aqueles que pegam carona na inicialização do sistema e ficam rodando em segundo plano. Um PC sem programas é quase inútil, e usá-lo sem acessar a Internet é como andar com uma poderosa motocicleta somente no quintal de casa. E os navegadores são vorazes consumidores de memória.

Para rodar com fôlego, o Win10 precisa de pelo menos 6GB de RAM. Meu desktop dispõe de 32GB DDR3, mas foi reprovado pelo PC Health Checker por causa do processador — um Intel quad-core i7-4790 3.6GHz. Já meu note Dell Inspiron 3583 (i7 4GHz de 8ª geração) foi aprovado, mas, a despeito de contar com 8GB de RAM DDR4, ele fica no chinelo quando comparado ao desktop (o gargalo está no disco rígido eletromecânico de 2TB; o desktop dispõe de um SSD de 1TB e um HDD de 3TB).

Conforme comentei em outras oportunidades, a Microsoft dará suporte ao Win10 até outubro de 2025. Até lá muita água vai rolar, já que ninguém escapa da obsolescência programada. Isso não muda o fato de o Win11 ser a bola da vez. Atualmente, quem compra um PC Windows novo recebe o aparelho com a nova versão do sistema pré-instalada ou, no mínimo, com uma configuração de hardware que permita a migração.

Fiz este preâmbulo porque, no dia 9 do mês passado, meu desktop resolveu exibir um festival de telas azuis (coincidência ou não, isso se deu um dia depois de eu aplicar o Patch Tuesday de fevereiro). Num dos reboots, consegui acessar o ambiente de recuperação (WinRE), mas não obtive sucesso com o Reparo de Inicialização e resolvi deixar para reinstalar o sistema mais adiante. 

O jeito foi tirar meu notebook do armário, mas eu não o usava havia meses e o Windows Update me avisou que o Win11 estava pronto para ser instalado. Pensei em postergar a atualização, mas resolvi seguir adiante. Eram, então, 14h. 

Somente às 23h30 que Windows concluiu os trâmites e pediu a indefectível reinicialização (afora as que ele fez por conta própria durante o processo). Dado o avançado da hora (essas coisas, a gente sabe quando começam, mas não quando terminam), deixei para reiniciar o PC pela manhã.

Para encurtar a conversa, pouco depois das 11h da manhã seguinte o Win11 deu as caras pela primeira vez. Gastei mais algumas horas com reconfigurações, personalizações e o escambau. Para “ajudar”, o sistema “não encontrou nenhuma saída de áudio”. E se já não bastasse a lentidão generalizada, navegar com o Edge Chromium virou um teste de paciência: eu digitava um URL e nada acontecia. Depois, aos poucos, as letras iam aparecendo. Quando a página abria, rolar a tela era um suplício... Em suma, meu note ficou uma merda.

Encontrei reclamações parecidas no fórum oficial do Win11. As sugestões iam desde remover e reinstalar o browser a restaurar o sistema, rodar o DISM, desabilitar o antivírus (meu note veio com uma licença do McAfee, que foi renovada quando eu reinstalei o sistema), e por aí afora. Nenhuma delas me convenceu. Para piorar, o martírio se repetia com o Google Chrome, que eu consegui baixar e instalar a duras penas (a essa altura, eu abria o Edge e ele fechava do nada).

Resumo da ópera: Conforme eu mencionei ao longo desta sequência, o Windows oferece diversos utilitários — entre os quais ferramentas para limpeza do disco, correção de erros e desfragmentação dos dados —, mas não disponibiliza um limpador do Registro e tampouco recomenda recorrer a ferramentas de terceiros (como o festejado Advanced System Care). 

Sou fã dessa suíte da manutenção desde sempre, mas não me cabe discutir com a mãe da criança. Interessa dizer que eu estava prestes a jogar a toalha quando decidi travar mais um “cabo de guerra” como o navegador e baixar ASC. Eu uso a versão PRO no desktop, mas não estava com paciência para procurar na nuvem uma cópia das chaves de ativação dos meus softwares pagos, de modo que baixei a encarnação mais recente da versão freeware (15.2.0.201. E foi tiro e queda.

O ASC oferece a opção IA (vide figura), que utilizei inicialmente. Tanto o exame quanto as correções levaram mais tempo do que seria “normal” (mesmo para o notebook, que não conta com os benefícios do SSD), mas o fato é que o sistema mudou da água para o vinho. A inicialização demore bem mais que a do desktop (que leva de 10 a 15 segundos), mas Win11 tornou-se perfeitamente utilizável.

Em que pesem as recomendações da Microsoft, eu recomendo o ASC a todos que se preocupam em manter o sistema nos trinques. Até porque os módulos que a IObit inclui nessa suíte vão muito além das ferramentas nativas do Windows. Além de realizar uma limpeza profunda no disco, ela otimiza o sistema e a conexão com a Internet, busca por drivers e aplicativos desatualizados, brechas de segurança, fraquezas no sistema e muito mais (sobretudo quando se clica no ícone da malinha de ferramentas). Algumas funções são restritas à versão paga, mas, de modo geral, a gratuita está de bom tamanho.

Fica aqui a sugestão.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

WINDOWS 10 — ATUALIZAÇÃO PROBLEMÁTICA

POUCAS PESSOAS TOLERAM A RIQUEZA. DOS OUTROS, QUERO EU DIZER.

O Win10 e seu sucessor são menos suscetíveis a congelamentos, telas azuis da morte do que seus predecessores, mas isso não significa que “dar pau” seja coisa do passado

A boa notícia é que essa encarnações do sistema são capazes de solucionar diversos problemas mediante uma simples reinicialização. No entanto, não dá para desligar o PC por software quando o mouse e o teclado deixam de responder. 

Caso os dispositivos de entrada fiquem inoperantes, o jeito manter o “botão de power” (liga/desliga) pressionado por cerca de 5 segundos para cortar o fornecimento de energia e desligar a máquina “na marra”. Caso o Win10 empaque na tela de boas-vindas, manter a tecla Shift pressionada, dar um clique direito sobre o ícone das opções de desligamento (no canto inferior direito) e clicar em “Reiniciar” induz o modo de segurança

No modo seguro, o Windows carrega somente arquivos de sistema e drivers de dispositivos indispensáveis ao funcionamento do computador, de modo a permitir que se investigue a causa do problema ou se recorra à restauração do sistema para voltar no tempo até um momento em que tudo funcionava direitinho.

Observação: Em alguns casos, o que aparece na tela quando se executa o procedimento retromencionado é o Ambiente de Reparo do Windows (Windows RE), que permite não só acessar o modo de segurança, mas também rodar ferramentas de reparo ou reinstalar o sistema (“do zero” ou mantendo arquivos pessoais).

Embora tenha reiniciado normalmente após a instalação do Patch Tuesday de fevereiro, meu PC me brindou na manhã seguinte com uma tela azul da morte. A mensagem de erro era KERNEL SECURITY CHECK FAILURE. Reiniciei, mas a anormalidade se repetiu.

Em tese, o Windows RE abre automaticamente sempre que a inicialização falha duas vezes seguidas, mas eu só consegui acessar o ambiente de recuperação após trocentas reinicializações com a tecla “Shift” pressionada. Mesmo assim, a opção “reparo de reinicialização” não recolocou o bonde nos trilhos.

Como todas as reinicializações que fiz a partir de então resultaram na malfadada mensagem de erro, resolvi reinstalar o Win10 do zero. Para evitar surpresas desagradáveis, baixei do site da Microsoft uma cópia novinha em folha dos arquivos de recuperação. Mesmo assim, a instalação não se completou — nem na partição do SSD que abrigava o Win10, nem em outro SSD, nem no HDD que continha meus arquivos pessoais (que acabaram indo para o espaço com a formatação da unidade).

Como a solução de problemas como esse demanda tempo, deixei para bater cabeça no final da semana — até lá, eu poderia usar meu notebook como máquina de trabalho. E como o portátil estava ocioso desde meados do ano passado, rodei o Windows Update para checar as atualizações e fui informado de que o Windows 11 estava disponível. 

Não era o melhor momento para fazer o upgrade, já que eu estava sem computador reserva. Mesmo assim, segui adiante. Mas a passos de tartaruga.

Continua...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

CORREÇÃO DE ERROS NO WINDOWS 10 — PARTE III

A CIÊNCIA TRAZ AO HOMEM A INCERTEZA DE UMA CERTEZA.

Vimos que instabilidades, travamentos, telas azuis da morte e inicializações aleatórias que torravam a paciência dos usuários do Windows 3.X/ME se tornaram menos frequentes depois que a Microsoft lançou o WinXP baseado no kernel do Windows NT, e que o Win10 21H2 está para seus antecessores assim como um Ford Mustang Shelby GT500 está para um modelo T do início do século XX. Mas o fato de as aporrinhações não serem tão recorrentes não significa que tenham deixado de existir.

Antes do Win10, eu recomendava migrar para uma nova versão do sistema somente depois que ela recebesse o primeiro Service Pack. No entanto, a política de atualizações implementada em 2015 pôs fim aos Service Packs, já que novas versões do Win10 passaram a ser lançadas a cada seis meses. A questão é que todas as atualizações semestrais e diversos Patch Tuesday implementados desde o primeiro aniversário do Ten deram um bocado dor de cabeça a um sem-número de usuários.

ObservaçãoSe a Microsoft fabricasse carros — disse Bill Gates em algum momento dos anos 1990 —, eles custariam 25 dólares e rodariam 1.000 milhas com um galão de gasolina. A General Motors saiu em defesa das montadoras e, numa resposta bem-humorada (mas nem por isso menos verdadeira), afirmou que o motor dos "MS-Cars" morreria frequentemente, obrigando o motorista a descer do carro, trancar as portas, destrancá-las e tornar a dar a partida para poder seguir viagem, numa evidente analogia com os constantes travamentos do Windows.

Para piorar, a versão Home do Win10 tolheu dos usuários o controle sobre as atualizações. Considerando que os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito, eu sugeria alterar o horário ativo do computador para contornar esse problema, mas uma caudalosa enxurrada de reclamações levou a Microsoft a repensar o assunto. 

Atualmente, as atualizações podem ser pausadas por até 35 dias — tempo mais que suficiente para que eventuais bugs seja identificados e corrigidos. Ainda assim, uma atualização de driver malsucedida ou a instalação de um aplicativo malcomportado pode comprometer a estabilidade do computador ou, em situações extremas, impedir o sistema de reiniciar. 

Se o Windows carrega, pode-se reiniciá-lo no modo de segurança para tentar recolocar o bonde nos trilhos. Essa modalidade de inicialização carrega apenas um conjunto limitado de arquivos e drivers indispensáveis ao funcionamento do computador. Assim, fica mais fácil descobrir se o problema tem a ver com o hardware e, caso negativo, reverter uma atualização do sistema ou de driver, ou mesmo desinstalar um programa que esteja comprometendo a estabilidade computador (volto a lembrar que vale também executar a restauração do sistema; se funcionar, ela evitará uma trabalhosa e demorada reinstalação do zero).

Já se o Windows não inicia, há, basicamente, duas possibilidades: 1) o sistema chega a exibir a tela de logon; 2), O boot empaca antes disso, dificultando, inclusive, o desligamento do computador. A partir da tela de logon é possível acessar as opções de desligamento (clicando no terceiro ícone, da esquerda para a direita, no canto inferior direito da tela) e escolher “desligar”.

Observação: Sugiro evitar a opção “reiniciar”, na qual o boot é refeito tão rapidamente que as memórias voláteis não são “esvaziadas”. O melhor a fazer, nesse caso, é deligar totalmente o computador, aguardar alguns minutos e então liga-lo novamente. Com alguma sorte, o Windows se recuperará automaticamente ou reabrirá no modo de segurança ou no ambiente de recuperação (WinRE).

Se o sistema empaca antes de exibir a tela de logon, não há como desligar ou reiniciar o computador via software. Nesse caso, a solução é manter o botão liga/desliga pressionado e até a máquina desligar, aguardar um ou dois minutos, cruzar os dedos e torne a ligar — com sorte, tudo voltará a ser como antes no Quartel de Abrantes.

ObservaçãoEvite desligar o computador interrompendo o fornecimento de energia elétrica, seja removendo o cabo de força da tomada, seja desligando o estabilizador de tensão. Ademais, isso não funciona nos notebooks, pois a bateria continuará fornecendo energia (a menos que você a remova do respectivo compartimento, mas isso já é outra conversa).

Se não for capaz iniciar normalmente, o Windows tenta fazê-lo no modo de segurança. Se não conseguir, ele exibe as opções avançadas de inicialização. Se nem isso acontecer, ou seja, se a máquina se fingir de morta, deve-se desligá-la e torne a ligar três vezes seguidas — na terceira tentativa, a tela das opções avançadas de inicialização é exibida, permitindo ao usuário decidir o que fazer a partir dali.

Continua...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

RANSOMWARE

A VIDA É UMA FESTA, SÓ QUE NENHUMA FESTA DURA ETERNAMENTE. PORTANTO, O JEITO É JOGAR OS DADOS E TORCER PELO MELHOR.

Kevin Mitnick, o papa dos hackers dos anos 1970/80, costumava dizer que “computador seguro é computador desligado, mas um hacker competente será capaz de induzir o usuário a ligar o dispositivo (para então invadi-lo)”.

ObservaçãoO livro a Arte de Enganar, que Mitnick publicou em 2001, após passar cinco anos numa prisão federal, traz diversas dicas e uma porção de curiosidades sobre a trajetória do menino que passou de mestre em engenharia social e phreaker (doutor em invasão de redes de telefonia) a consultor de segurança).

Parece exagero, mas não é. O ano de 2020 foi atípico, mas tudo leva a crer que o home office veio para ficar e que nossa dependência de dispositivos eletrônicos continuará a crescer. De acordo com o Kaspersky Security Bulletin 2020, pelo menos 10,18% dos computadores sofreram algum tipo de ameaça no ano passado, e cerca de 700 bilhões de ofensivas foram lançadas, com mais de 360 mil malwares distribuídos por dia.

Programas capazes de se autorreplicar remontam a meados do século passado, mas só ficaram conhecidas como “vírus” — devido a semelhanças com o correspondente biológico — três décadas depois, quando Fred Cohen respaldou sua tese de doutorado nessas pragas (para saber mais, acesse a sequência de postagens Antivírus - A História).

A popularização internet foi decisiva para o avanço do malware, sobretudo após o correio eletrônico se tornar capaz de transportar arquivos digitais de qualquer natureza — para gáudio dos programadores do mal, que até então se valiam de cópias adulteradas de disquetes com joguinhos eletrônicos para espalhar códigos maliciosos.

Atualmente, circulam pela Web milhões malwares (é difícil dizer o número exato, já que existem diversas metodologias para classificá-los), mas é bom lembrar que todo vírus de computador é uma malware, mas nem todo malware é um vírus de computador.

O “ransomware” (ransom = resgate) foi criado há quase duas décadas com a finalidade precípua de “sequestrar” dados e exigir pagamento de resgate para a respectiva liberação. Na maioria dos casos, essa praga infecta o sistema alvo a partir de um phishing scam com que traz um anexo ou link aparentemente inocente, mas que, ao ser aberto ou clicado, conforme o caso dispara um filecoder que criptografa determinados arquivos (ou todo o conteúdo gravado no HDD ou SSD) e informa à vítima como proceder para recuperar os dados.

De acordo com o portal de tecnologia Computerworld, o sinal mais óbvio de infeção por ransomware é a tela inicial não permitir o acesso às informações e exibir instruções sobre o pagamento do resgate para ter acesso aos dados sequestrados, embora haja outras situações menos intuitivas, como a exibição de mensagens de erro quando a vítima tenta abrir um arquivo ou pasta.

Arquivos criptografados por ransomware costumam ter extensões .crypted ou .cryptor, mas também há casos em que eles não possuem nenhuma extensão. Já as instruções para decodifica-los são vêm em arquivos de texto (.txt) ou .html, que geralmente são criados na área de trabalho e exibem mensagens como OPEN MEDECRYPT YOUR FILESYOUR FILES HAVE BEEN ENCRYPTED, ou algo do gênero.

Especialistas em segurança digital aconselham as vítimas a não abrirem o arquivo com as instruções, a não ser que estejam dispostas a pagar o resgate, lembrando que não há garantia de que os criminosos enviarão a chave criptográfica depois que receberem o pagamento. Assim, o melhor a fazer é desconectar o PC da Internet e tentar reverter o sistema a um ponto de restauração criado antes do sequestro. Se não funcionar, o jeito é reiniciar computador no modo de segurança e excluir o perfil de usuário problemático (caso haja mais de um perfil no PC) ou restar o Windows a partir de uma cópia de backup — isso se o usuário a tiver criado oportunamente.

O Windows sempre foi considerado um sistema inseguro, o que se deve em grande medida a sua enorme popularidade. A Microsoft investiu bilhões de dólares em segurança ao longo dos últimos 35 anos (detalhes nesta postagem), mas reparou que uma parcela significativa dos usuários não se dava ao trabalho de atualizar seus sistemas. Assim, a empresa implementou as “atualizações automáticas” e tornou compulsória a instalação de correções críticas e de segurança.

Por outro lado, não é incomum que atualizações/correções descarregadas pelo Windows Update  contenham bugs e inconsistências que podem trazer mais problemas do que soluções. Isso levou a Microsoft a devolver aos usuários do Windows 10 Home o controle sobre as atualizações, mas, traçando um paralelo com a Covid, a eficácia das vacinas fica prejudicada quando o público reluta em se imunizar.

Enquanto pneus à prova de furos não se tornarem padrão da indústria, as montadoras continuarão equipando os veículos com estepe, macaco e chaves de roda; enquanto os engenheiros de software não conseguirem criar códigos sem bugs e brechas de segurança, desenvolvedores responsáveis continuarão desenvolvendo e disponibilizando correções para falhas descobertas após o software ser lançado comercialmente (como faz a Microsoft no Patch Tuesday). Mas a responsabilidade de providenciar o conserto (tanto do automóvel quanto do computador) cabe ao usuário.

Como se costuma dizer, é melhor acender uma vela do que simplesmente amaldiçoar a escuridão, e o conhecimento, aliado à prevenção, é a nossa melhor arma (ou a única de que dispomos). Mas muita gente não sabe que o Windows 10 tem um recurso de proteção contra ransomware, que pode ser habilitado a partir da opção de ativar o “Acesso controlado a Pastas”, um recurso disponível no Microsoft Defender Exploit Guard (parte do Microsoft Defender Antivirus).

Quando ativado, esse recurso evita que o ransomware criptografe os dados e protege os arquivos de aplicativos maliciosos que tentam fazer alterações indesejadas. Considerando que esse tipo de ameaça cibernética está aumentando (e cada vez mais para usuários de PC com Windows), veremos mais detalhes sobre esse assunto na próxima postagem.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

WINDOWS 10 — OUTRAS DICAS QUE VALE A PENA VOCÊ CONHECER

ATÉ OS CHEFES TÊM CHEFES.

O Win10 oferece três modos de exibição da interface: claroescuropersonalizado. O que nos leva à décima primeira dica. 

Como na maioria das dicas anteriores, o acesso a esse ajuste é feito a partir da janela das ConfiguraçõesClique em Personalização > Cores e faça as modificações desejadas.

A próxima dica trata da Área de transferência em nuvem, que, na verdade, resulta em duas dicas. 

Através do atalho de teclado Win+V (sendo "Win" a tecla com o logo do sistema), você visualiza o histórico da área de transferência do Win10 (mais detalhes nesta postagem). Ativando a sincronização, você consegue copiar coisas no seu PC ou notebook e colá-las em outros dispositivos. Para ativar esses dois recursos, acesse Configurações > Sistema > Área de Transferência

Observação: A ferramenta de captura de tela do Win10 foi aprimorada em uma das atualizações de versão disponibilizada desde seu lançamento, em meados de 2015. A partir de então, ela passou a oferecer mais recursos de captura além do velhos e conhecidos PrtScr (que tira um instantâneo da tela) e Alt+PrtScr (que captura apenas o conteúdo exibido em primeiro plano). Para saber mais acesse esta postagem.

Se você pressionar ao mesmo tempos as teclas logo do WindowsPrtScr, o sistema salvará automaticamente a captura (na pasta Capturas de Tela e no formato .PNG). É mais simples salvar a tela assim do que pressionar PrtScr, abrir o Paint (ou outro editor de imagens qualquer), colar o print lá e salvar num dos formatos de arquivo disponíveis. E mais: pressionando Win+Shift+S você terá acesso a recursos mais sofisticados, como captura retangular, recorte livre, etc.

A próxima dica tem a ver com as atualizações do sistema via Windows Update. Esse assunto mereceria um capítulo à parte se a gente não o tivesse esmiuçado em outras oportunidades, mas não custa relembrar (mais uma vez) a importância de manter o software do computador up to date (tanto o sistema quanto seus componentes e os aplicativos "não-Microsoft", que não são contemplados pelo WU). Tenha em mente que computador seguro é computador desligado, mas isso não significa que seus dispositivos computacionais (isso inclui seu smartphone) não fique ainda mais inseguros se você simplesmente der de ombros para as atualizações de software.  

Observação: Eu me sinto um idiota gastando saliva com gente que se recusa a tomar vacina (não estou dizendo que seja o seu caso, caro leitor) mesmo depois que quase 700 mil pessoas morreram de Covid no Brasil, e que os casos mais graves afetam justamente quem não se vacinou... Eu até poderia dizer que cada um tem o direito de escolher de qual borda da Terra plana vai pular para o inferno, mas não acho justo alguém ser filho da puta e querer que os outros arquem com o ônus dessa filhadaputice.

Quando promoveu o Windows a serviço, a Microsoft implementou uma política de atualizações semestrais de conteúdo e manteve as atualizações mensais de qualidade (Patch Tuesday). O problema é que "os pioneiros são reconhecidos pela flecha espetada no peito": todas as atualizações semestrais (e um ou outro Patch Tuesday) deram muita dor de cabeça a muita gente, ainda que não à totalidade da base de usuários do Win10

Nos tempos de antanho, sempre que uma nova versão do Windows era lançada (e a gente precisava adquirir a mídia de instalação para atualizar o computador), eu recomendava fazer a evolução depois do primeiro Service Pack (“pacote” que reunia todas as atualizações criadas desde o lançamento de uma determinada versão ou do service pack anterior; a título de ilustração, o Windows XP foi alvo de 3 Service Packs ao longo de seus 12 anos de vida útil). 

Com o lançamento do Win10 como serviço, os SPs deixaram de existir e, para piorar, durante algum tempo os usuários da Home Edition não tinham como driblar as atualizações automáticas (até tinham, mas a maneira de fazer isso era um tanto complicada). Sensível ao problema dos bug em seus patches, a Microsoft voltou atrás e passou a permitir o adiamento das atualizações por um período de 7 a 35 dias — tempo mais que suficiente para a empresa corrigir as falhas e que tais. 

Observação: Para retardar a instalação dos KBs, clique em Configurações > Atualização e Segurança > Windows Update > Pausar atualizações e, em “opções avançadas”, faça os ajustes que desejar.

A próxima dica pode ser sua tábua de salvação quando e se você precisar reinstalar seu sistema e não tiver uma cópia de segurança à mão (PCs de grife costuma trazer os arquivos de instalação armazenados numa pequena partição criada no HDD justamente para esses casos, mas essas coisas nem sempre funcionam quando a gente mais precisa delas, daí ser recomendável dispor de um "disco de resgate"). 

A boa notícia é que você pode reinstalar o Win10 usando a "nuvem" da Microsoft. Mas tenha em mente que essa opção reinstala a versão do sistema que estava rodando no seu PC, mas não o desobriga de proceder às devidas atualizações, reconfigurações e personalizações para deixar tudo como era antes no Quartel de Abrantes — e nem de manter um backup atualizado de seus arquivos importantes.  

Tomadas essa providências, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança > Recuperação. Quando a janela de recuperação se abrir, você terá duas opções: baixar o Windows pela nuvem ou reinstalar de maneira local (a partir de um dispositivo ou disco). Siga as instruções na tela (ou obtenha mais informações nesta postagem) e boa sorte.

Continua...

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

SOBRE A APOSENTADORIA COMPULSÓRIA DO WINDOWS 10

A INCERTEZA QUE ESVOAÇA DESGRAÇA MAIS QUE A PRÓPRIA DESGRAÇA.

O Windows 11, lançado oficialmente na última terça-feira, terá seu modelo de manutenção ajustado — uma atualização de recurso anual, com 36 meses de suporte, substituirá o antigo Windows 10 como o repositório do novo. O Win10, por seu turno, que foi originalmente apresentado como uma ruptura revolucionária com o passado na forma de manutenção, pode encerrar sua carreira, em outubro de 2025, com "a cara" do Windows 7.

Quando anunciou a nova versão de seu festejado sistema, em junho, a Microsoft fez questão de dizer aos clientes que lançará uma atualização de recursos do Windows 1021H2 — em paralelo com a distribuição dos arquivos de upgrade para o Win11.

O Windows 10 21H2 não deve ser pródigo em novos recursos e funcionalidades. Aliás, a Microsoft não deu detalhes sobre como oferecerá suporte a essa versão ao longo dos próximos quatro anos. Ela limitará as atualizações às correções mensais de segurança? Algum novo recurso aparecerá em atualizações futuras após 21H2? "The answer, my friend, is blowing in the wind".

Mas o fato é que a empresa de Redmond terá que fazer algo, porque o suporte restante garantido aos clientes se estende além do suporte fornecido por quaisquer atualizações lançadas ou anunciadas. O Windows 10 21H2 Enterprise deverá ser aposentado em maio de 2024, ao passo que as edições 21H2 Home e 21H2 Pro terão suporte até maio de 2023 — o déficit de 18 meses (Enterprise) ou 30 meses (Home & Pro) terão que ser compensados de alguma forma, e a Microsoft pode fazer isso com alguns toques no teclado: se ela não quiser lançar atualizações de recursos após o 21H2, tudo que precisa fazer é mover os prazos de suporte dos vários SKUs para outubro de 2025.

Nada impede a Microsoft de continuar atualizando o Win10, mesmo que essas atualizações não sejam exatamente pródigas em novas funcionalidades ou recursos. Mas isso iria contra "a natureza" da empresa. Quando lançou um novo Internet Explorer, por exemplo, ela continuou a corrigir as versões anteriores, mas deixou de lhe acrescer novos recurso, de maneira a "induzir" os usuários a migrar para a versão mais recente. E o mesmo deverá acontecer com o Windows 10.

O anúncio do Win11 foi uma sentença de morte para seu antecessor — ou a aposentadoria compulsória da edição lançada em 2015 como a "versão definitiva" do sistema operacional mais popular do planeta. A partir de agora, qualquer esforço de desenvolvimento focará o Win11. Nos próximos quatro anos, o Ten receberá atualizações de segurança na segunda terça-feira de cada mês (Patch Tuesday), mas dificilmente receberá novos recursos ou funcionalidades.

Esse é exatamente o modelo adotado para o Windows 7 desde sua aposentadoria, em 2009, até o início de 2020. Ironicamente, será nos próximos anos que o comportamento de serviço do Windows 10 se tornará o que alguns usuários comerciais exigiam antes mesmo do lançamento do sistema operacional, seis anos atrás. A Microsoft deu a eles o que eles queriam na forma da edição LTSB (Long-term Servicing Branch), posteriormente alterada para LTSC, com o canal substituindo o Branch. Alguns anos depois, a Microsoft arrebatou o LSTB/LTSC dos clientes, principalmente.

Com o lançamento do Win11, a Microsoft cedeu às pressões comerciais, reduzindo os lançamentos de atualização de recursos para um por ano e estendendo o suporte Enterprise/Education para 36 meses. Para quem estiver insatisfeitos com a maneira como a manutenção do Windows funcionou, o jeito será manter o Windows 10 e sua nova manutenção no estilo Seven até o final de 2025 — ou até 2028, caso a Microsoft lhe ofereça suporte estendido.

Resta saber quando virá o Windows 12 e como será sua política de atualizações. 

Quem viver verá. 

segunda-feira, 12 de julho de 2021

ATUALIZAÇÃO CRÍTICA CORRIGE FALHA DE SEGURANÇA PRINTNIGHTMARE NO WINDOWS 10

O AMOR NÃO DEIXA VOCÊ SEM FÔLEGO. O NOME DISSO É ASMA.

Vazou na Web um tutorial que ensina a explorar uma falha de segurança conhecida como PrintNightmare, através da qual hackers podem utilizar o serviço Windows Print Spooler do Windows para instalar programas, visualizar e excluir dados e até mesmo criar novas contas de usuário com prerrogativas de administrador.

Dada a gravidade do problema, a Microsoft liberou em caráter emergencial o patch que corrige a falha no Win10 nas versões 2004 e posteriores e no Win7 (embora não seja mais suportado, o Seven continua ativo e operante em 16% dos PC Windows) e está providenciando correções para as edições 2012 e 2016 do ServerWindows 10 versão 1607.

A atualização baixada via Windows Update exibe a seguinte informação: "2021-07 Atualização cumulativa do Windows 10 Version 21H1 para sistemas operacionais baseados em x64 (KB5004945)". Por ser uma atualização cumulativa, ela corrige também problemas de segurança anteriores. 

Quem utiliza o Win10 1909 receberá o KB5004946; no caso do Win10 versão 1809 do Windows Server 2019, o patch é o KB5004947. Confira abaixo a lista completa das atualizações para as várias versões do sistema:

Versão 21H1, 20H1, 2004 - KB5004945 (Compilação 19043.1083).

Versão 1909 - KB5004946 (Compilação 18363.1646).

Versão 1809 e Windows Server 2019 - KB5004947 (Compilação 17763.2029).

Versão 1803 - KB5004949

Versão 1507 - KB5004950.

Windows 8.1 e Windows Server 2012 - KB5004954 e KB5004958 (somente segurança).

Windows 7 SP1 e Windows Server 2008 R2 SP1 - KB5004953 e KB5004951 (somente segurança)

Windows Server 2008 SP2 - KB5004955 e KB5004959 (somente segurança).

Para conferir se seu Windows conta com a atualização crítica em questão, clique em Iniciar > Configurações > Atualização e Segurança > Exibir histórico de atualização. Caso o patch não figure na lista, clique em Verificar se há atualizações e aguarde o resultado. 

Se a atualização não aparecer, instale-a manualmente a partir do "Catálogo Microsoft Update". Basta acessar o catálogo, clicar no botão "transferir" ao lado da versão compatível com seu software, dar um clique direito sobre o link que será exibido, escolher "salvar como" e direcionar o download para sua área de trabalho e, ao final, executar o arquivo de instalação.

Aproveito o ensejo para comentar que o update do Win10 para a versão 21H1 — que foi incluído pela Microsoft no Patch Tuesday de maio passado — passou de opcional para compulsório. Segundo a empresa, isso se deve ao fato de que a versão 2004, lançada em maio de 2020, deixará de ser suportada a partir de dezembro deste ano.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

FINALMENTE O WINDOWS 11

SE PUDÉSSEMOS TER METADE DOS NOSSOS DESEJOS REALIZADOS, TERÍAMOS MAIS AFLIÇÕES DO QUE PRAZERES.

Como eu vinha adiantando desde o início do mês, a Microsoft realizou na manhã de ontem um evento online de apresentação do Windows 11, que começará a ser distribuído gratuitamente para usuários de PCs “qualificados” que rodem atualmente o Win10.

Os requisitos mínimos são 4GB de RAM, CPU 64 bit com dois núcleos e frequência de operação superior a 1GHz, tela HD (720p) maior que 9 polegadas, compatibilidade com UEFI, Secure Boot e TPM na versão 2.0 (volto a esse assunto numa próxima postagem). 

A atualização gratuita entrará em teste público na semana que vem (para usuários inscritos no programa Windows Insider) e será distribuída para toda a base de usuários entre o final deste ano e começo de 2022.

Observação: A Microsoft não divulga, mas quem roda o Win7 ou 8.1 ainda pode instalar o Win10 de graça e, consequentemente obter o Win11 gratuitamente, desde que o hardware seja compatível.

Quem tentou assistir ao evento enfrentou problemas de travamentos já nos primeiros minutos e, mais adiante, a transmissão ficou sem som. Mas ao fim e ao cabo não houve grandes surpresas, já que imagens da nova edição e informações sobre as principais novidades já tinham vinham sendo reveladas por sites e blogs especializados. 

Visualmente, o que mais chama a atenção é o novo Menu Iniciar, não tanto pelos cantos levemente arredondados, mas pelo botão estar no centro da Barra de Tarefas e pelo sumiço dos live tiles (blocos dinâmicos herdados do malfadado Win8), que passam a ser opcionais na nova versão. O recém lançado widget que agrega recursos como feed de notícias e previsão do tempo também continuará presente.

A Microsoft privilegiou usuários que trabalham com mais de um monitor (aproveitando inovações desenhadas para o abortado Windows10X, conforme eu disse em postagens anteriores). O novo sistema permite salvar todas as páginas abertas e restaurá-las na posição original quando os monitores forem reconectados. 

Um atalho para o Microsoft Teams foi adicionado à Barra de Tarefas, já que a popularidade desse serviço cresceu consideravelmente durante a pandemia. Além disso, a Microsoft Store não só será renovada como disponibilizará, por meio da Amazon Store, apps de Android capazes de rodar na nova versão do Windows, tornando a integração mobile/desktop ainda maior.

Para conferir se seu PC atende a essas exigências mínimas do Win11, baixe o app PC Health Check, que é fornecido pela própria Microsoft. Caso a migração não seja possível, a boa notícia é que o Win10 terá suporte até outubro de 2025. Já se você atualizar seu PC e se arrepender, terá 10 dias para fazer o downgrade. Após esse prazo, será preciso reinstalar o Win10 do zero.

Quem quiser testar o novo sistema poderá fazê-lo a partir da semana que vem, quando será liberada uma versão inicial do sistema através do programa Insider. E porque as atualizações frequentes do Win10 já deram muita dor de cabeça, a Microsoft decidiu manter o Patch Tuesday (atualização de qualidade descarregada todos os meses pelo Windows Update, sempre na segunda terça-feira), mas limitar os updates de conteúdo (que instalam novas versões) a um por ano, sempre no segundo semestre.

Volto com mais detalhes numa próxima oportunidade.